Este documento discute as dúvidas e questões levantadas por uma pesquisadora sobre sua posição como professora e pesquisadora. Ela questiona se será capaz de separar seus papéis e interpretar os dados corretamente, e reflete sobre o que e como investigar no âmbito da educação.
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1. Metodologias de Investigação na Educação
TRABALHO 2 – Ensaio Visual
Docente:Teresa Eça
Discente: Eva Monteiro
2010/2011
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INSTITUTO PIAGET
ISEIT - INSTITUTO UNIVERSITÁRIO
Mestrado em Ensino das Artes Visuais
no 3º Ciclo do Ensino Básico e do
Ensino Secundário
2. Introdução
Entende-se por ensaio visual a construção de
narrativas visuais criando a possibilidade da
consecução de uma investigação que tem as artes
como metodologia.
Neste trabalho, serão levantadas questões através
das imagens, muitas vezes associadas a palavras,
sintetizando problemáticas da investigação na
educação.
“Uma imagem vale mais do que mil palavras”, pois a
capacidade de apreensão cognitiva é transcultural e
não requer a obrigatoriedade de conhecimento do
código, como na linguagem. No entanto, a imagem
e o modo como nos relacionamos com ela está
dependente da nossa história, das relações culturais
e sociais que criamos.
Não obstante, a imagem permite abranger outros
campos e retirar elações que de outro modo nunca
teriam relevância. O conhecimento e a sua
construção está relacionada com o modo como
vemos o mundo. (Guimarães, 2010)
Este ensaio, é uma passagem por reflexões e
dúvidas internas sobre a minha posição na
investigação na educação acompanhadas por
certezas de diversos autores. As imagens não são
ilustrações do que é dito, mas sim uma abertura a
outros pensamentos.
5. A Investigação qualitativa deixa-
me a pensar. Serei eu capaz de
transpor o labirinto das relações
sociais, dos contextos
complexos das interacções
humanas e desvendar os seus
significados?
Conseguirei ser objectiva?
Conseguirei separar a parte de
mim que ensina da que quer
investigar? Interpretarei os dados
correctamente? Aceitarei os
resultados, mesmo quando não
me agradam?
São dúvidas e incertezas que
pairam ao deparar-me com
projectos de investigação-acção.
Sou humana e erro… Erro muito,
mas procuro recolher algo que
faça sentido disso tudo?
Questionar e duvidar pode ser o
começo do processo
interpretativo do investigador que
existe dentro de mim.
6. Na investigação no âmbito da educação, um professor investigador,
investiga agindo sobre a própria investigação. Não é um mero observador de
acontecimentos. Como professora, a minha posição é de acção, interventiva,
uma postura onde não cabe o ver de fora. É um processo de diálogo, de
negociação, reformulação e análise. Ver de dentro para fora. Agir para
mudar.
7. «Mas assumir uma investigação pela acção, na acção e para
a transformação da acção é já assumir uma postura
diferente da do investigador interpretativo, que “é
relativamente passivo, (enquanto) o partidário da
investigação-acção é um activista deliberado" (Carr e
Kemmis, 1988, p. 194).» (Caetano, 2004)
8. É importante questionar!
Quem sou como
professora/
investigadora? Que
pretendo do meu papel?
Onde quero chegar?
Como vou chegar lá? A
formulação das questões
certas que dirijam a
investigação é de
importância máxima no
desenvolvimento e na
qualidade da própria
investigação. (Ponte;
Serrazina, 2002)
O que investigar
9. «O planejamento é um processo que exige organização, sistematização,
previsão, decisão e outros aspectos na pretensão de garantir a eficiência
e eficácia de uma ação, (…) Mas o que significa planejamento do ensino e
suas finalidades pedagógicas? O que é o planejamento docente? O plano
de aula? O projeto de disciplina? A programação semestral? O projeto
pedagógico? (…) Planejar, então, é a previsão sobre o que irá acontecer, é
um processo de reflexão sobre a prática docente, sobre seus objetivos,
sobre o que está acontecendo, sobre o que aconteceu. Por fim, planejar
requer uma atitude científica do fazer didático-pedagógico.» (Leal)
O que investigar
10. O que é?
É aplicado
Investigar
correctamente? o
currículo
Como melhorar
a sua prática?
O que investigar
11. Investigar os comportamentos
O que despoleta a
indisciplina?
Como actuar?
Como prevenir?
Factores como o
currículo podem ser
variáveis?
Bons comportamentos
Maus comportamentos
Observar
Identificar
O que investigar
Analisar
Definir a acção
12. A colaboração num projecto de investigação está dependente do conteúdo e do modo
como este está organizado do trabalho que vai ser realizado. Ao existirem vários
intervenientes é necessário dividir tarefas por fases e processos de avaliação do trabalho
desenvolvido. Quando a colaboração funciona o trabalho é desenvolvido com qualidade.
(Ponte; Serrazina, 2002)
Mas que garantias posso ter que a colaboração vai ser proveitosa?
Como investigar
13. «Há uma fusão
transdisciplinar das
ciências humanas e
sociais, cada autor
transigindo com diversas
disciplinas, buscando
ampliar a legitimidade
dos temas pesquisados
com conhecimentos de
diferentes disciplinas e
traduzindo-os em formas
criativas e inovadoras.»
(Chizzotti, 2003)
Conseguirei transpor os
limites do tradicional?
Como investigar
14. Metodologia:
-Observação activa;
-Recolha partilhada de dados;
- Interpretação de dados;
- Entrevistas (principalmente as
não directivas);(Chizzotti, 2003)
-Análise do conteúdo;
-Formulação de uma teoria
-Análise do discurso
Como investigar
15. «A triangulação consiste em combinar dois ou mais pontos de vista, fontes de dados,
abordagens teóricas ou métodos de recolha de dados numa mesma pesquisa por forma
a que possamos obter como resultado final um retrato mais fidedigno da realidade ou
uma compreensão mais completa do fenómenos a analisar. A ideia básica é a de que,
se dois pontos de vista ou dois conjuntos de dados parecem contradizer-se um ao outro,
então a diferença pode ser usada como forma de reflexão que implique uma repetição
da análise dos dados que ajude a encontrar uma explicação/ justificação para as
diferenças.» (Coutinho, 2008)
Validar a investigação
16. Validar uma investigação qualitativa depende de como todo o processo decorre,
desde a seriedade dos seus intervenientes às conclusões tiradas por diferentes
observadores. Se as conclusões forem as mesmas isso confere objectividade.
(Coutinho, 2008)
Validar a investigação
17. Conclusão
Independentemente do percurso que tomar a minha
investigação futura no âmbito da educação, sei que
terei uma vastidão de metodologias, temas e
questões a levantar. Poderei ter os meus receios e
perder-me com frequência mas encontrar-me-ei pelo
caminho. Este background pessoal pode ser uma
das desvantagens da investigação qualitativa, mas
sei que sou perseverante, correcta e procuro o
conhecimento de todas as formas que puder.
«o factor humano é a sua maior força mas também
a sua principal fraqueza» (Patton, 1990)
18. Bibliografia
ALONSO, Maria Luísa. (1998) Inovação curricular, formação de professores e melhoria da escola uma
abordagem reflexiva e reconstrutiva sobre a prática da inovação/formação. Universidade do Minho.
[Disponível online]
CAETANO, Ana Paula. (2004) A mudança dos professores pela investigação-acção. Revista
Portuguesa de Educação. Universidade do Minho [Disponível online]
CHIZZOTTI, Antonio. (2003) A pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais: evolução e
desafios. Revista Portuguesa de Educação. Universidade do Minho [Disponível online]
COUTINHO, Clara. (2008) A qualidade da investigação educativa de natureza qualitativa: questões
relativas à fidelidade e validade. Educação Unisinos
GUIMARÃES, Leda. (2010). Narrativas visuais: ferramentas estéticas/ investigativas na experiência
docente. Educação & Linguagem. V. 13. Nº 22 [Disponível online]
LEAL, Regina. Revista Iberoamericana de Educación. [Disponível online]
http://www.rieoei.org/deloslectores/1106Barros.pdf
PONTE, João Pedro; SERRAZINA, Lurdes. (2002) Professores e formadores investigam a sua própria
prática. O papel da colaboração. [Disponível online]
SANCHES, Isabel. (2005) Compreender, agir, mudar, incluir. Da investigação-acção è educação
inclusiva. Revista Lusófona de Educação, número 005. Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias Lisboa. [Disponível online]
http://www.slideshare.net/ericarigo/pesquisa-qualitativa