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Auto da Barca do Inferno

1/16
Para se compreender o “Auto da Barca do
Inferno” deve-se ter presente que esta obra
foi escrita num período da história que
corresponde à transição da Idade Média
para a Idade Moderna.
O seu autor, Gil Vicente, enquadra-se
justamente nesse momento de transição,
ou seja, está ligado tanto ao medievalismo
quanto ao humanismo. Esse conflito faz
com que Gil Vicente pense em Deus e ao
mesmo tempo exalte o homem livre.
2/16
O Auto da Barca do Inferno é considerado
uma
moralidade,
ou
seja,
uma
representação
simbólica
onde
as
personagens encarnam vícios ou virtudes
com o objetivo de moralizar a sociedade.
Tem como cenário um porto imaginário, onde
estão ancoradas duas barcas: uma com
destino ao paraíso, tem como comandante
um anjo; a outra, com destino ao inferno,
tem como comandante o diabo, que traz
consigo um companheiro.
3/16
Todas as almas, assim que se desprendem dos
corpos, são obrigadas a passar por esse
lugar para serem julgadas. Dependendo
dos atos cometidos em vida, são
condenadas à Barca da Gloria ou à do
Inferno.
Quanto ao estilo, pode-se dizer que todo o
Auto é escrito em tom coloquial, ou seja, a
linguagem aproxima-se da fala, revelando
assim a condição social das personagens, e
todos o versos são Redondilhas maiores, ou
seja, versos com sete sílabas métricas.
4/16
Estrutura externa
Esta peça tem apenas um ato, uma vez que
não há qualquer mudança de cenário. E,
apesar de Gil Vicente não usar a divisão
em cenas, podemos fazer corresponder a
cada entrada das personagens uma cena.
Assim, o texto consta de onze cenas.

5/16
Estrutura interna
Sendo o texto composto de pequenas ações,
tendo cada uma delas uma forma muito
semelhante (breve apresentação de cada
personagem, argumentação com o Diabo
e Anjo e embarque numa das barcas) e
não havendo qualquer ligação entre as
várias sequências, não podemos afirmar
que haja um enredo.

6/16
O percurso que cada personagem faz é muito
semelhante: chegam ao cais, dialogam com
o Diabo, vão à barca da Glória, falam com
o Anjo e retornam à barca do Inferno,
aonde quase todas embarcam.
A presença do Parvo no cais e a sua
intervenção impede que a peça se torne
monótona.

7/16
As rimas
esquema:

obedecem,

geralmente,

ao

A,B,B,A,A,C,C,A
Como se pode ver na fala do onzeneiro:


“Olá, ó demo barqueiro! (A)
Sabeis vós no que me fundo (B)
Quero lá tornar ao mundo (B)
E trarei o meu dinheiro (A)
Aqueloutro marinheiro (A)
Porque me vê vir sem nada (C)
Dá-me tanta borregada (C)
Como arrais lá do barreiro (A)”

8/16
Os personagens do Auto, com exceção do
Anjo e do Diabo, são representantes típicos
da sociedade da época (personagenstipo). Raramente aparecem identificados
pelo nome, pois são designados pela
ocupação social que exercem.
Como exemplo pode-se cita o onzeneiro, o
fidalgo, sapateiro etc.

9/16
Os objetos
Além da caracterização que vai sendo feita
pelas próprias personagens, quando
dialogam e pelo que o Diabo e Anjo
declaram sobre cada uma, Gil Vicente usa
ainda objetos próprios das suas classes
sociais ou profissões.

10/16
O Fidalgo traz consigo o manto, o pajem e a
cadeira; o Onzeneiro traz o bolsão; o Judeu
traz o bode; o Frade traz a moça; a
Alcoviteira traz as moças; o Sapateiro traz
as formas.
Todos esses objetos permitem que o público
identifique com mais facilidade o tipo
social a que pertencem e que se pretende
destacar.

11/16
Alguns desses símbolos são mesmo pessoas
que faziam parte da vida de cada uma
das personagens e que permitem tornar
mais evidente os seus defeitos e pecados.
Curiosamente, todas elas saem de cena,
quando as personagens embarcam, exceto
a moça Florença que entra na barca do
Inferno com o Frade.

12/16
Linguagem
Outro processo de identificação das
personagens é o tipo de linguagem que
cada uma usa.
Quando as personagens dialogam com o
Diabo e o Anjo utilizam um registo de
língua próprio da classe social em que se
inserem ou do grupo que representam, por
exemplo, o caso do Parvo e dos homens
(Corregedor e Procurador) ligados à
justiça.

13/16
Tipos de cómico
Gil Vicente usa vários tipos de cómico:

Cómico de linguagem. Exemplo: o caso dos
insultos trocados entre o Parvo e o Diabo;

Cómico de situação. Exemplo: o facto do
Judeu ter de ir a reboque;

Cómico de carácter. Exemplo: qualquer

uma das personagens, mas destaque-se o
Parvo e a forma como o Fidalgo se
apresenta todo presunçoso…

14/16
Intenção da obra e o seu valor
Este texto de Gil Vicente, mais do que um
pretexto para rir, é sem dúvida um
documento histórico que nos permite
conhecer os hábitos, defeitos e virtudes da
nossa
sociedade
na
época
dos
descobrimentos.

15/16
Claro que o seu carácter satírico e humorístico
se conjugam e nos fazem rir ainda hoje,
uma vez que os tipos sociais evidenciados
são ainda atuais, porque humanos. Esse
outro aspeto da intemporalidade de Gil
Vicente. E é óbvio que o estudo da obra
nos permite ainda viajar no tempo com as
palavras.

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O Auto da Barca do Inferno

  • 1. Auto da Barca do Inferno 1/16
  • 2. Para se compreender o “Auto da Barca do Inferno” deve-se ter presente que esta obra foi escrita num período da história que corresponde à transição da Idade Média para a Idade Moderna. O seu autor, Gil Vicente, enquadra-se justamente nesse momento de transição, ou seja, está ligado tanto ao medievalismo quanto ao humanismo. Esse conflito faz com que Gil Vicente pense em Deus e ao mesmo tempo exalte o homem livre. 2/16
  • 3. O Auto da Barca do Inferno é considerado uma moralidade, ou seja, uma representação simbólica onde as personagens encarnam vícios ou virtudes com o objetivo de moralizar a sociedade. Tem como cenário um porto imaginário, onde estão ancoradas duas barcas: uma com destino ao paraíso, tem como comandante um anjo; a outra, com destino ao inferno, tem como comandante o diabo, que traz consigo um companheiro. 3/16
  • 4. Todas as almas, assim que se desprendem dos corpos, são obrigadas a passar por esse lugar para serem julgadas. Dependendo dos atos cometidos em vida, são condenadas à Barca da Gloria ou à do Inferno. Quanto ao estilo, pode-se dizer que todo o Auto é escrito em tom coloquial, ou seja, a linguagem aproxima-se da fala, revelando assim a condição social das personagens, e todos o versos são Redondilhas maiores, ou seja, versos com sete sílabas métricas. 4/16
  • 5. Estrutura externa Esta peça tem apenas um ato, uma vez que não há qualquer mudança de cenário. E, apesar de Gil Vicente não usar a divisão em cenas, podemos fazer corresponder a cada entrada das personagens uma cena. Assim, o texto consta de onze cenas. 5/16
  • 6. Estrutura interna Sendo o texto composto de pequenas ações, tendo cada uma delas uma forma muito semelhante (breve apresentação de cada personagem, argumentação com o Diabo e Anjo e embarque numa das barcas) e não havendo qualquer ligação entre as várias sequências, não podemos afirmar que haja um enredo. 6/16
  • 7. O percurso que cada personagem faz é muito semelhante: chegam ao cais, dialogam com o Diabo, vão à barca da Glória, falam com o Anjo e retornam à barca do Inferno, aonde quase todas embarcam. A presença do Parvo no cais e a sua intervenção impede que a peça se torne monótona. 7/16
  • 8. As rimas esquema: obedecem, geralmente, ao A,B,B,A,A,C,C,A Como se pode ver na fala do onzeneiro:  “Olá, ó demo barqueiro! (A) Sabeis vós no que me fundo (B) Quero lá tornar ao mundo (B) E trarei o meu dinheiro (A) Aqueloutro marinheiro (A) Porque me vê vir sem nada (C) Dá-me tanta borregada (C) Como arrais lá do barreiro (A)” 8/16
  • 9. Os personagens do Auto, com exceção do Anjo e do Diabo, são representantes típicos da sociedade da época (personagenstipo). Raramente aparecem identificados pelo nome, pois são designados pela ocupação social que exercem. Como exemplo pode-se cita o onzeneiro, o fidalgo, sapateiro etc. 9/16
  • 10. Os objetos Além da caracterização que vai sendo feita pelas próprias personagens, quando dialogam e pelo que o Diabo e Anjo declaram sobre cada uma, Gil Vicente usa ainda objetos próprios das suas classes sociais ou profissões. 10/16
  • 11. O Fidalgo traz consigo o manto, o pajem e a cadeira; o Onzeneiro traz o bolsão; o Judeu traz o bode; o Frade traz a moça; a Alcoviteira traz as moças; o Sapateiro traz as formas. Todos esses objetos permitem que o público identifique com mais facilidade o tipo social a que pertencem e que se pretende destacar. 11/16
  • 12. Alguns desses símbolos são mesmo pessoas que faziam parte da vida de cada uma das personagens e que permitem tornar mais evidente os seus defeitos e pecados. Curiosamente, todas elas saem de cena, quando as personagens embarcam, exceto a moça Florença que entra na barca do Inferno com o Frade. 12/16
  • 13. Linguagem Outro processo de identificação das personagens é o tipo de linguagem que cada uma usa. Quando as personagens dialogam com o Diabo e o Anjo utilizam um registo de língua próprio da classe social em que se inserem ou do grupo que representam, por exemplo, o caso do Parvo e dos homens (Corregedor e Procurador) ligados à justiça. 13/16
  • 14. Tipos de cómico Gil Vicente usa vários tipos de cómico: Cómico de linguagem. Exemplo: o caso dos insultos trocados entre o Parvo e o Diabo; Cómico de situação. Exemplo: o facto do Judeu ter de ir a reboque; Cómico de carácter. Exemplo: qualquer uma das personagens, mas destaque-se o Parvo e a forma como o Fidalgo se apresenta todo presunçoso… 14/16
  • 15. Intenção da obra e o seu valor Este texto de Gil Vicente, mais do que um pretexto para rir, é sem dúvida um documento histórico que nos permite conhecer os hábitos, defeitos e virtudes da nossa sociedade na época dos descobrimentos. 15/16
  • 16. Claro que o seu carácter satírico e humorístico se conjugam e nos fazem rir ainda hoje, uma vez que os tipos sociais evidenciados são ainda atuais, porque humanos. Esse outro aspeto da intemporalidade de Gil Vicente. E é óbvio que o estudo da obra nos permite ainda viajar no tempo com as palavras. 16/16