O documento descreve os principais movimentos artísticos vanguardistas do início do século XX na Europa, como o Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo. Apresenta os principais artistas e características desses movimentos, que pregavam a liberdade de criação e quebra das convenções, em meio a turbulências políticas e avanços tecnológicos da época.
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As vanguardas artísticas do início do século XX
1. VANGUARDA EM AÇÃO
Prof. Vitor Morais
E
Prof. Matheus Pereira
“Antipassadismo cultural e liberdade de criação são as marcas principais da arte moderna.
Esse era o principio que unia as diversas correntes artísticas que surgiram na Europa e no
Brasil no inicio do século XX.”
2. Os cinco ismos do século XX:
• Futurismo
• Expressionismo
• Cubismo
• Dadaísmo
• Surrealismo
3. UM AGITADO INÍCIO DE SÉCULO NA
EUROPA
• No início do séc. XX, a Europa se
encontrava em intensa turbulência.
• Conflitos políticos entre países vizinhos
deram início a desencadeamentos locais
que acabaram provocando, em 1914, 1º
guerra mundial.
• Ao lado da instabilidade política, as
pessoas tinham também de construir um
novo olhar para a vida, agora
transformada pelo impacto das
descobertas tecnológicas que começavam
a causar espanto.
4. • Considerando a era da eletricidade, o
século viu surgir o telefone, o telégrafo
sem fio, o aparelho de raios X, o cinema, o
automóvel, o avião, invenções que
ampliaram o domínio humano sobre o
espaço e o tempo.
• A ciência descobriu mundos invisíveis com
o auxílio do microscópio: vírus, bactérias,
seres minúsculos passaram a ser
identificados como inimigos muitas vezes
mortais.
5. • A teoria da relatividade abalou certezas
centenárias e provocou uma verdadeira
revolução na física.
• Outro grande abalo para a sociedade
européia foi o surgimento da psicanálise.
• Quando Freud identificou o inconsciente
humano, revelou o impacto dessa força
desconhecida sobre as noções tradicionais
de identidade, personalidade,
responsabilidade e consciência. Mais uma
vez as certezas ruíram.
6. • Os primeiros anos do séc. XX foram o
cemitério no qual seriam enterradas as
convicções do passado e o berço no qual
nasceria uma civilização marcada pela
incerteza e pela relatividade.
7. O início do século XX é marcado por
grandes manifestações e transformações,
principalmente na área tecnológica.
É a era da energia elétrica, do
automóvel, do avião, da velocidade e
literalmente da velocidade, pois tudo
nesse período andava muito rápido.
Vejamos agora uma imagem símbolo
dessa época marcada pela velocidade:
INÍCIO
8. Encontramos uma sátira de Chaplin a todas
essas mudanças e principalmente ao processo
de desumanização do ser humano provocado
pelas máquinas.
9. Vanguardas: ventos de inquietação e
de mudança
• Na três primeiras décadas do séc. XX,
diferentes movimentos artísticos,
denominados vanguardas, surgiram
para estabelecer novas referências para
a pintura, a literatura, a música e a
escultura.
• O novo século precisava criar as
próprias referências estéticas.
• Nascem os vários “ismos”: CUBISMO,
FUTURISMO, EXPRESSIONISMO,
DADAÍSMO E SURREALISMO.
10. • Praticamente todas as vanguardas
lançaram manifestos que divulgavam
as propostas das novas formas de
expressão artística e definiam
estratégias formais para alcançá-las.
11. Os agentes do discurso
• Nos últimos anos do séc. XIX, Paris é a
capital cultural da Europa e pulsa com a
agitação característica da Belle Époque.
• A agitação cultural de Paris é imensa e
é nesse contexto que as vanguardas são
elaboradas.
• Surgem então os manifestos como
meio de dar maior visibilidade às
propostas das diferentes vanguardas. O
contexto de circulação dos manifestos é
o jornal.
12. • Ao lado dos manifestos, pinturas e esculturas começam
a ser expostas em salões e galerias de arte, provocando
grande impacto no público da época.
14. ”Dinamismo de um automóvel" de Luigi Russolo (1912/13); óleo sobre tela.
FUTURISMO
15. FUTURISMO
O futurismo foi o primeiro grande movimento desse período.
Ele trazia em si a própria velocidade. Falar em futurismo é
falar em velocidade. Nós vimos uma imagem no slide anterior
que sintetiza o ideário do futurismo:
Neste quadro chamado Dinamismo de um automóvel,
encontramos características marcantes do futurismo como:
- Velocidade;
- movimento;
- força das máquinas, representada nas fortes cores e
traçados.
17. Em 1909, quando a Europa é surpreendida
pelo surgimento do Futurismo, com propostas
mais organizadas que o Cubismo, o Futurismo
é divulgado através de um manifesto assinado
pelo seu líder, Filippo Tommaso Marinetti.
FUTURISMO
18. Marinetti lança mais de 30 manifestos
definindo os aspectos da nova vanguarda.
Em todos, mesma proposta violenta de
destruição total do passado; o mesmo
fascínio pela guerra que promove a
aniquilação dos símbolos do passado; a
mesma exaltação pelas formas do mundo
moderno: automóveis, aviões, em um
eterno culto à velocidade que Marinetti,
fascinado pelas novas tecnologias, vê como
força mística.
FUTURISMO
19. FillippoTommaso Marinetti propôs
uma revolução literária, após a
publicação do Manifesto Futurista, que
exaltava, entre outros aspectos, “a ação
agressiva, a guerra, as ondas
multicolores e polifônicas da revolução
nas capitais modernas, a velocidade e o
voo elegante dos aviões cujas hélices
rascam aos ventos qual estandartes e
que parecem levantar vivas qual uma
multidão entusiasmada.”
Umberto Boccioni. Unique Forms of Continuity in Space (Foto: Reprodução)
Uma das mais importantes expressões do dinamismo proposto pelo Futurismo
italiano.
20. • Os futuristas exaltam “bofetada e o
soco” como meio de despertar o
público da passividade em que se
encontra.
FUTURISMO
Por que o desejo de destruição, o fascínio
pela guerra, o amor à violência?
21. A exaltação da violência pode ser
interpretada como um desejo de levar a
humanidade a um ponto sem retorno.
A violência que destrói as certezas e os
modelos obrigam o leitor a reagir.
O processo de recepção da nova arte passa a
ser, assim, mais dinâmico e interativo.
Marinetti recomenda que os textos futuristas
destruam a sintaxe, recomenda abolir a
pontuação, os adjetivos e os advérbios.
O objetivo é sempre o mesmo: impedir que a
literatura continue a exaltar a imobilidade
pensativa.
22. FUTURISMO – Literatura
Na literatura, Marinetti pregava a
destruição da sintaxe, qualquer ordem para
ele era mal vista, bem como também, não
simpatizava com a pontuação.
Ele queria frases soltas, ou seja, as
palavras da maneira como vinham, no fluxo,
numa grande velocidade. Vejamos um dos
manifestos centrais do futurismo escrito pelo
próprio Marinetti.
23. Manifesto futurista
"Então, com o vulto coberto pela boa lama
das fábricas - empaste de escórias metálicas, de
suores inúteis, de fuligens celestes -, contundidos
e enfaixados os braços, mas impávidos, ditamos
nossas primeiras vontades a todos os homens
vivos da terra”
Ver pág. 44 do nosso livro de português para
encontrar mais sobre o manifesto futurista
24. Vladimir Maiakóvski: O Poeta da Revolução
(1893 – 1930)
Sua obra, profundamente revolucionária na
forma e nas idéias que defendeu, apresenta-se
coerente, original, veemente, una.
A linguagem que emprega é a do dia a dia, sem
nenhuma consideração pela divisão em temas
e vocábulos “poéticos” e “não-poéticos”, a par
de uma constante elaboração, que vai desde a
invenção vocabular até o inusitado arrojo das
rimas.
25. (Lilitchka) Em lugar de uma carta
Fumo de tabaco rói o ar.
O quarto –
um capítulo do inferno de Krutchônikh .
Recorda –
atrás desta janela
pela primeira vez
apertei tuas mãos, atônito.
Hoje te sentas,
no coração – aço.
Um dia mais
e me expulsarás,
talvez, com zanga.
No teu hall escuro longamente o braço,
trêmulo, se recusa a entrar na manga.
Sairei correndo,
lançarei meu corpo à rua.
Transtornado,
tornado
louco pelo desespero.
26. Não o consintas,
meu amor,
meu bem,
digamos até logo agora.
De qualquer forma
o meu amor
– duro fardo por certo –
pesará sobre ti
onde quer que te encontres.
Deixa que o fel da mágoa ressentida
num último grito estronde.
Quando um boi está morto de trabalho
ele se vai
e se deita na água fria.
Afora o teu amor
para mim
não há mar,
e a dor do teu amor nem a lágrima alivia.
27. Quando o elefante cansado quer repouso
ele jaz como um rei na areia ardente.
Afora o teu amor
para mim
não há sol,
e eu não sei onde estás e com quem.
Se ela assim torturasse um poeta,
ele
trocaria sua amada por dinheiro e glória,
mas a mim
nenhum som me importa
afora o som do teu nome que eu adoro.
E não me lançarei no abismo,
e não beberei veneno,
e não poderei apertar na têmpora o gatilho.
Afora
o teu olhar
nenhuma lâmina me atrai com seu brilho.
Amanhã esquecerás
que eu te pus num pedestal,
que incendiei de amor uma alma livre,
28. e os dias vãos – rodopiante carnaval –
dispersarão as folhas dos meus livros...
Acaso as folhas secas destes versos
far-te-ão parar,
respiração opressa?
Deixa-me ao menos arrelvar numa última carícia teu passo que se apressa.
29. Futurismo
Trechos do Manifesto Futurista de 1912, O Manifesto Técnico
da Literatura.
destruição da sintaxe, dispondo os substantivos ao acaso, como
nascem;
uso do o verbo no infinitivo, para que se adapte elasticamente
ao substantivo e não o submeta ao eu do escritor, que observa
ou imagina. O verbo no infinitivo pode, sozinho, dar o sentido
da continuidade da vida e a elasticidade da intuição que a
percebe;
abolição do adjetivo para que o substantivo desnudo conserve a
sua cor essencial. O adjetivo é incompatível com a nossa visão
dinâmica, uma vez que supõe uma parada, uma meditação;
abolição do advérbio, velha fivela que une as palavras umas às
outras. O advérbio conserva a frase numa fastidiosa unidade de
tom;
a da pontuação, que será substituída por sinais da matemática
(+, -, =, #, ˂, ˃) e pelos sinais musicais;
destruição do eu psicologizante.
30. Ver pág. 44 e 46 do nosso livro
de português para encontrar e
entender mais sobre o manifesto
futurista.
Umberto Boccioni,
Elasticidad, 1912.
Óleo sobre tela
31. Futurismo
Ode triunfal (Fernando Pessoa)
À dolorosa LUZ das grandes lâmpadas
elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a
beleza disto,
Para a beleza disto totalmente
desconhecida dos antigos
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!
[...]
Ah, poder exprimir-me todo como um
motor se exprime!
Ser completo como um máquina!
Poder ir na vida triunfante como um
automóvel último-modelo!
[...]
32.
33. FUTURISMO – RECAPTULAÇÃO
- Desvalorização da tradição e do
moralismo;
- Valorização do desenvolvimento
industrial e tecnológico;
- Propaganda como principal forma de
comunicação;
- Uso de onomatopéias (palavras com
sonoridade que imitam ruídos, vozes,
sons de objetos) nas poesias;
- Poesias com uso de frases
fragmentadas para passar a idéia de
velocidade;
- Pinturas com uso de cores vivas e
contrastes. Sobreposição de imagens,
traços e pequenas deformações para
passar a idéia de movimento e
dinamismo;
Felippo Marinetti: o iniciador
do movimento futurista
Umberto Boccioni. A carga dos
lanceiros, 1915.
38. EXPRESSIONISMO: liberdade na
expressão do mundo interior
Tem origem alemã. É o movimento que
prega a expressão do mundo interior, a expressão da
subjetividade.
E por ser a expressão a grande marca
desse movimento, ele recebeu o nome de
expressionismo.
Vejamos uma imagem que simboliza esse
expressionismo:
41. EXPRESSIONISMO
• Alemanha 1910: o expressionismo
surge como uma nova vanguarda toma
forma, apresentando-se como reação à
estética impressionista de valorização
sensorial.
• A base do expressionismo é o resultado
de um processo criativo que supõe a
perda do controle consciente durante a
produção da obra de arte.
42. • A realidade não deve mais ser
percebida em planos distintos (físico,
psíquico, etc.), mas sim transformada
em expressão.
• O movimento expressionista é bastante
influenciado pela 1º Guerra Mundial, e
seus quadros ressaltam um lado
obscuro da humanidade, retratando
faces marcadas pela angústia e pelo
medo.
• A mais conhecida tela expressionista é
“O grito”, de Edvard Munch.
43. EXPRESSIONISMO
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura
dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos.
Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme,
ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição.
Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha
entre 1905 e 1930.
Munch foi um artista determinado a
criar "pessoas vivas, que respiram e
sentem, sofrem e amam".
Principais características de uma obra:
* pesquisa no domínio psicológico;
* cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
* dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
* pasta grossa, martelada, áspera;
* técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e
refazendo, empastando ou provocando explosões;
* preferência pelo patético, trágico e sombrio
44. Em seu diário, Munch escreve sobre o
entardecer de Nordstrand, cidade da Noruega,
que inspirou o quadro:
“Eu estava a passear cá fora com dois
amigos e o sol começava a pôr-se – de
repente o céu ficou vermelho, cor de
sangue – Eu parei, sentia-me exausto e
apoiei-me a uma cerca – havia sangue e
línguas de fogo por cima do fiorde azul-
escuro e da cidade – os meus amigos
continuaram a andar e eu ali fiquei, de pé, a
45. Características do expressionismo
• Composições abstratas – como nas pinturas,
os escritores também gostavam de
deformações abstratas do real.
• Subjetivismo – Vem atrelada a primeira
característica, isto porque o artista desejava
a expressão violenta do subjetivo, das
emoções do mundo interior.
• Ilogismo – Uma vez que tudo era expressão,
não havia preocupação com a lógica do
mundo exterior, como ocorria nas estéticas
anteriores.
46. Expressionismo no Brasil
No Brasil, observa-se, como nunca, um desejo expresso e intenso
de pesquisar nossa realidade social, espiritual e cultural. A arte
mergulha fundo no tenso panorama ideológico da época,
buscando analisar as contradições vividas pelo país e representá-
las pela linguagem estética.
Lasar Segall nasceu na Lituânia e veio
para o Brasil, onde realizou uma
exposição, já com nítidas
características expressionistas. Em
1924, retornando para o Brasil,
assumiu uma temática brasileira:
seus personagens agora são mulatas,
prostitutas e marinheiros; sua
paisagem, favelas e bananeiras.
48. As telas expressionistas apresentadas por Anita Malfatti na Exposição de Pintura Moderna
representam um conjunto inédito para o público da época. Nas obras expostas - como Homem
Amarelo, por exemplo - são incorporados procedimentos básicos da arte moderna: a relação
dinâmica e tensa entre a figura e fundo; a pincelada livre que valoriza os detalhes da
superfície; os tons fortes e usados de forma não convencional; as sugestões de luz que fogem
ao claro-escuro tradicional; e uma liberdade de composição. A novidade da pintora é
apreendida pelos jovens artistas da época: "Não posso falar pelos meus companheiros de
então", indica Mário de Andrade "mas eu, pessoalmente, devo a revelação do novo e a
convicção da revolta a ela e à força de seus quadros".
49. Cândido Portinari - Importante pintor brasileiro, cuja temática
expressa o papel que os artistas da época propunham: denunciar as
desigualdades da sociedade brasileira e as consequências desse
desequilíbrio. Seu trabalho ficou
conhecido
internacionalmente
através dos corpos
humanos sugerindo
volume e pés enormes
que fazem com que as
figuras pareçam
relacionar-se
intimamente com a
terra, esta sempre
pintada em tons muito
vermelhos.
52. • A literatura expressionista cria também
imagens distorcidas da realidade para
traduzir as vivências humanas.
• Uma passagem do romance Amar, verbo
intransitivo, de Mário de Andrade, flagra o
impacto da Floresta da Tijuca em Fräulein
Elza. Contemplando o espetáculo magnífico
da natureza brasileira, a alemã é tomada
por sensações e impressões que alteram o
modo como vê montanhas e árvores.
LITERATURA EXPRESSIONISTA
53. Amar, verbo intransitivo
A luz delirava, apressada a um vago aviso da tarde. Era tal e
tanta que embaçava de ouro a amplidão. Se via tudo de longe
num halo que divinizava e afastava as coisas mais. Lassitude. No
quiriri tecido de ruidinhos abafados, a cidade se movia pesada,
lerda. O mar parava azul. [...]
Fräulein botara os braços cruzados no parapeito de pedra,
fincara o mento aí, nas carnes rijas. E se perdia. Os olhos dela
pouco a pouco se fecharam, cega duma vez. A razão pouco a
pouco escampou. Desapareceu por fim, escorraçada pela vida
excessiva dos sentidos. Das partes profundas do ser lhe viam
apelos vagos e decretos fracionados. Se misturavam animalidades
e invenções geniais. [...] Adquirira enfim uma alma vegetal.
ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo. 18. ed. Belo Horizonte:
Vila Rica, 1992. p. 120. (Fragmento)
54. As Vanguardas e o público
• O espírito agressivo das vanguardas,
anunciado no manifesto do
futurismo, é confirmado pela reação,
de modo geral, horrorizada do
público à apresentação da primeira
obra cubista: o quadro “As senhoras
de avignon” de Pablo Picasso, que
mostra cinco prostitutas nuas, com o
rosto e o corpo deformados.
57. CUBISMO
É considerada por muitos estudiosos o marco
inicial do cubismo e da arte moderna. Perceba que as
formas são geometrizadas, com cores duras e
chapadas.
Picasso Conseguiu romper com
séculos de tradição artística.
Pablo Picasso
59. Os artistas cubistas procuravam novas maneiras de retratar o
que viam. Passaram a valorizar as formas geométricas e a
retratar os objetos como se eles estivessem partidos. Todas as
partes de um objeto eram representadas num único plano, como
se o artista visse vários ângulos do objeto ao mesmo tempo.
Além da geometrização das formas e de abandonar a
perspectiva, outras características importantes do cubismo são a
perda do uso clássico de claro-escuro, a representação do
volume colorido sobre superfícies planas o que faz o quadro
passar a sensação de relevo, quase como uma escultura.
60. Mulher que chora, Picasso.
Neste estilo todos os integrantes desde os
poetas aos filósofos se inteiravam, ou seja, os
pintores conheciam filosofias, filósofos
aprendiam poesias, etc.
As técnicas utilizadas no cubismo saiam da
tradicional arte renascentista e realista. Elas
buscavam novas experiências com formas
geométricas interpoladas uma com as outras,
dando a impressão de multi-visibilidade do
espectador. E outra técnica foi a da colagem
que é utilizando o reaproveitamento de
materiais como jornais, madeira e outros tipos,
colando-as uma com as outras e formando a
obra.
Cubismo
61. Cubismo
Surgiu em 1907, a partir das experiências do espanhol
Pablo Picasso e do francês Georges Braque;
desenvolveu-se inicialmente na pintura, caracterizou-se
pela valorização de formas geométricas como cubos,
cones e cilindros.
defesa da idéia de que o artista deveria ter toda a
liberdade para decompor a realidade que está interessado
em representar e depois recriá-la a partir de elementos
geométricos sobrepostos;
Picasso (pintura) e Apollinaire (literatura) são os principais
representantes dessa vanguarda.
Segundo Picasso, "A arte é uma mentira que nos faz
perceber a verdade". Isso quer dizer que, para os cubistas,
o artista não deve apenas copiar ou ilustrar o mundo real.
Sua função é recriar a realidade e representá-la sob uma
outra forma, revelando assim aspectos que geralmente
passam despercebidos.
62. Guernica é um painel pintado por Pablo Picasso em 1937 por ocasião da Exposição
Internacional de Paris. Foi exposto no pavilhão da República Espanhola. Medindo 350
por 782 cm, esta tela pintada a óleo é normalmente tratada como representativa do
bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por
aviões alemães, apoiando o ditador Francisco Franco. Atualmente está no Centro
Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.
66. ARTE CUBISTA NO BRASIL
Mulher sentada- Vicente Rego Monteiro Abaporu – Tarsila do Amaral
67. O autor da tira utilizou os princípios de composição de um conhecido movimento artístico para
representar a necessidade de um mesmo observador aprender a considerar, simultaneamente,
diferentes pontos de vista.
ENEM - 2002
Das obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela em cuja composição foi
adotado um procedimento semelhante é:
68. Cubismo – Literatura
Hípica
(Oswald de Andrade)
Saltos records
Cavalos da Penha
Correm jóqueis de Higienópolis
Os magnatas
As meninas
E a orquestra toca
Chá
Na sala de cocktails
poema de influência
cubista com a presença
de elementos como a
fragmentação da
realidade, a
predominância de
substantivos e flashes
cinematográficos.
69. O poema de Oswald de Andrade retrata o
ambiente de uma corrida de cavalos na
hípica. Também há uma superposição de
imagens, deslocando o olhar do leitor da
pista para outros planos da realidade.
70. CUBISMO
As formas geométricas e o objeto visto sobre vários
ângulos simultaneamente caracterizam o cubismo na pintura.
Vejamos quais são as características do cubismo na
Literatura.
Ilogismo – os textos cubistas são marcados pela supressão da
lógica formal.
Linguagem caótica - como não há uma lógica, as palavras são
soltas, dispostas aparentemente de uma forma aleatória.
Tempo presente – para o escritor cubista, ansioso para viver
o seu tempo, o tempo presente, tudo passa a ser tema da
poesia, como viagens, paisagens e visões exóticas.
Humor – Muito comum nos textos cubistas, provocado não
só pelas ironias, como também pela própria disposição
gráfica das palavras.
71. Cubismo
O poeta francês Guillaume
Apollinaire é o principal repre-
sentante do Cubismo na literatura.
Depois de sua morte, foi publicado
Caligrammes, poèmes de la paix et
de la guerre (1913-1916), uma
coletânea de poemas concretos
produzidos durante a primeira
guerra mundial.
72. Il pleut des voix de femmes comme si elles étaient mortes
même dans le souvenir
C'est vous aussi qu'il pleut merveilleuses encontres de ma vie ô
gouttelettes
Et ces nuages cabrés se prennent à hennir tout un univers de
villes auriculaires
Écoute s'il pleut tandis que le regret et le dédain leurent une
ancienne musique
Ecoute tomber les liens qui te retiennent en haut et en bas
A Chuva (Apollinaire)
Chovem vozes de mulheres como se estivessem
mortas mesmo na recordação
Chovem também encontros maravilhosos da
minha vida ó gotículas
E estas nuvens empinadas começam a relinchar
um universo de cidades mínimas
Escuta se chove enquanto a mágoa e o desdém
choram uma música antiga
Escuta caírem os elos que te retém encima e
embaixo
73. reconheça
essa adorável pessoa é você
sem o grande chapéu de palha
olho
nariz
boca
aqui o oval do seu rosto
seu lindo pescoço
um pouco
mais abaixo
é seu coração
que bate
aqui enfim
a imperfeita imagem
de seu busto adorado
visto como
se através de uma nuvem
75. DADAÍSMO
O dadaísmo é considerado por muitos
estudiosos o mais radical, o mais rebelde
dos movimentos desse período, a
começar pelo próprio nome. Uma vez
quando perguntado sobre o significado da
palavra Dada, seu fundador Tristan Tzara,
que ele havia encontrado essa palavra ao
acaso, folhando o dicionário, responde
que ela pode significar: rabo de vaca
santa, mãe; certamente; ama-de-leite.
Mas acabou afirmando, no movimento
dadaísta: DADÁ NÃO SIGNIFICA NADA.
Perceba a justaposição dos objetos associados livremente. A
liberdade artística foi a grande característica do movimento
chamado Dadaísmo.
Marcel Duchamp (Foto: Reprodução)
Tistan Tzara
76. • O principal problema de todas as manifestações
artísticas está, segundo os dadaístas, em almejar
algo impossível: explicar o ser humano. Em mais
uma afirmação retumbante, Tzara decreta: “A
obra de arte não deve ser a beleza em si mesma,
porque a beleza está morta.”
• A falta de lógica e a espontaneidade alcançam na
literatura sua expressão máxima.
• Em seu último manifesto, Tzara diz que o grande
segredo da poesia é que “o pensamento se faz na
boca”. Para orientar melhor seus seguidores, cria
uma receita para fazer um poema dadaísta.
77. Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar
ao seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que
formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas
do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitivamente original e de uma
sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do
público.
Tistan Tzara
78. • Veja um exemplo de poema dessa
proposta – Die Schlacht (A batalha), de
Ludwig Kassak:
Berr... bum, bumbum, bum...
Ssi... Bum, papapa bum, bumm
Zazzau... Dum, bum, bumbumbum
Prä, prä, prä... Ra, hä-hä, aa...
Harol...
79. Dadaísmo
Os Dadaístas são contra as teorias, as ordenações lógicas, os
manifestos e pouco se importavam com o leitor. O importante para
eles era criar palavras que rompiam com as barreiras da sonoridade. O
importante era o urro contra a guerra e contra o capitalismo burguês.
Para se ter uma idéia da importância do urro para os Dadaísta
basta mencionar o prefácio da obra "Paulicéia Desvairada" de Mário de
Andrade, onde ele diz o seguinte sobre o poema Ode ao buguês:
"Quem não souber urrar não leia 'Ode ao burguês".
Marcel Duchamp é um dos representantes dadá com a técnica
do ready-made.
80. Dadaísmo
A técnica do ready-made consiste em
transformar em obra de arte objetos do
cotidiano, satirizando o mito mercantilista
do capitalismo. Essa técnica deu origem á
Arte Pop.
81. • Na literatura:
Agressividade;
Improvisação;
Desordem;
rejeição a qualquer tipo de racionalização e
equilíbrio;
livre associação de palavras (técnica de escrita
automática, que mais tarde seria aproveitada pelo
Surrealismo);
invenção de palavras com base na exploração apenas
de sua sonoridade.
DADAÍSMO
82. Entre os dadaístas tem destaque também
André Breton. A orientação anarquista e niilista
do movimento, bem como a falta de um
programa de arte, não lhe permitiu longa
duração. Tristan Tzara e André Breton
desentenderam-se. Como a guerra terminara
há alguns anos, era hora de reconstruir o que
fora demolido: a Europa e a Arte. Tzara insistia
em manter a linha original do movimento;
Breton, rompendo com o Dadaísmo,
abandonou o grupo para criar o movimento
surrealista, uma das mais importantes
correntes do século XX.
DADAÍSMO
83. SURREALISMO: O COMBATE A RAZÃO
• O Surrealismo foi, cronologicamente, o
último movimento da vanguarda
europeia do início do século XX. Note
como André Breton (1896 – 1966),
autor do primeiro manifesto surrealista,
definiu o movimento:
“Surrealismo, s.m. Automatismo psíquico pelo qual
alguém se propõe exprimir, seja verbalmente, seja por
escrito, seja de qualquer outra maneira, o
funcionamento real do pensamento.”
85. • Duas linhas de atuação: as
experiências criadoras automáticas e
o imaginário extraído do sonho,
buscando liberar o artista dos limites
da razão.
André Breton, Salvador Dali, Juan
Miró são representantes do movimento.
87. A persistência da memória, De Salvador Dali (1931
SURREALISMO
Nessa imagem encontramos relógios derretendo, numa espécie de sonho, sugestão
sobre a brevidade do tempo e da vida. Esse quadro é um dos símbolos do surrealismo.
88. • “O Surrealismo não é um estilo. É o grito da
mente que se volta para si mesma.” Assim
o ator e escritor Antonin Artaud
definiu essa vanguarda.
• Fortemente ligado às artes visuais, o
Surrealismo é uma vanguarda
interessada em adquirir um maior
conhecimento do ser humano.
SURREALISMO
92. • Seus seguidores pretendem, por meio
da valorização da fantasia, do sonho, do
interesse pela loucura, liberar o
inconsciente humano, terreno fértil e
ainda muito pouco explorado.
• O fascínio pelo inconsciente e por todas
as formas que vão além da realidade
objetiva aproxima os surrealistas da
teoria psicanalítica de Sigmund Freud.
93. O termo surrealismo, cunhado por
André Breton com base na idéia de
"estado de fantasia
supernaturalista" de Guillaume
Apollinaire, traz um sentido de
afastamento da realidade comum
que o movimento surrealista
celebra desde o primeiro
manifesto, de 1924. Nos termos de
Breton, autor do manifesto, trata-
se de "resolver a contradição até
agora vigente entre sonho e
realidade pela criação de uma
realidade absoluta, uma supra-
realidade".
A importância do mundo onírico, do irracional e do inconsciente,
anunciada no texto, se relaciona diretamente ao uso livre que os
artistas fazem da obra de Sigmund Freud e da psicanálise,
permitindo-lhes explorar nas artes o imaginário e os impulsos
ocultos da mente.
94. Obs.: Nessas duas linhas de pesquisa e trabalho
são frequentes o ilogismo, o devaneio, o sonho,
a loucura, a hipnose, o humor negro, as imagens
surpreendentes, o impacto do inusitado, a livre
expressão dos impulsos sexuais, etc.
SURREALISMO
96. O surrealismo no Brasil
As idéias do surrealismo foram absorvidas na década de 1920 e 1930 pelo
movimento modernista no Brasil. Podemos observar características
surrealistas nas pinturas de Ismael Nery e da artista Tarsila do Amaral.
A obra Eu Vi o Mundo, Ele Começava no Recife, do artista
pernambucano Cícero Dias, apresenta muitas características do
surrealismo.
97. Eu Vi o Mundo, Ele começa no Recife – Cícero Dias
98. As esculturas de Maria Martins também caminham nesta direção.
Impossível
99. As bases da Psicanálise: o modelo
freudiano
• Freud propôs um modelo explicativo para a estrutura de
nosso “sistema” psíquico. O comportamento humano é visto,
nessa teoria, como o resultado da interação entre três
partes: id, ego e superego.
• O id seria o lado mais agressivo e animalesco, dominado
pelos desejos de natureza sexual e livre das imposições
culturais e sociais. O id leva a buscar sempre o prazer.
• O ego, domínio da percepção, do pensamento e do controle
motor, é o encarregado de encontrar formas de alcançar a
realização do desejo contido no id.
• O superego funciona como o censor do id. É nele que ficam
guardadas as proibições, as regras socialmente impostas ao
indivíduo.
100. SURREALISMO
Influenciados pelos estudos de Freud,
os pintores, os escritores valorizavam
muito o sonho, o irreal, e pouco se
importavam com a lógica. As coisas fluíam
a medida que partiam do interior. E para
ilustrar esse surrealismo, nada melhor do
que ler um texto surrealista. ^-^
101. Era uma vez uma realidade
Com suas lãs de ovelhas real
A filha do rei passou por ali
E as ovelhas baliam que linda que está
A re a re a realidade.
Na noite era uma vez
Uma realidade que sofria de insônia
Então chegava a madrinha fada
E realmente levava-a pela mão
A re a re a realidade.
102. No trono havia uma vez
Um velho rei que se aborrecia
E pela noite perdia o seu manto
E por rainha puseram-lhe ao lado
A re a re a realidade
CAUDA: dade dade a reali
Dade dade a realidade
A real a real
Idade idade dá a reali
Ali
A re a realidade
Era uma vez a REALIDADE.
Louis Aragon
103. • O grande nome da literatura surrealista
é André Breton. Em 1924, ele publica
em Paris o Manifesto do Surrealismo,
em que define o espírito e os objetivos
da nova vanguarda.
• Na literatura, a liberação do
inconsciente deve ser alcançada com o
auxílio da escrita automática. No
Manifesto, André Breton ensina como
usar o automatismo para fazer emergir
o inconsciente.
SURREALISMO
104. [...] Mandem trazer algo com que escrever, depois de se
haverem estabelecido em um lugar tão favorável quanto
possível à concentração do espírito sobre si mesmo.
Ponham-se no estado mais passivo, ou receptivo que
puderem. Façam abstração de seus gênios, de seus talentos
e dos de todos os outros. Digam a si mesmos que a
literatura é um dos: mais tristes caminhos que levam a
tudo. Escrevam depressa, sem um assunto preconcebido,
bastante depressa para não conterem e não serem
tentados a reler. A primeira frase virá sozinha, tanto é
verdade que a cada segundo é uma frase estrangeira ou
estranha a nosso pensamento consciente que só pede para
se exteriorizar.[...]
BRE TON, André.
105. No Brasil
Pré-História
Murilo Mendes
Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.
No Brasil, vários escritores foram
influenciados pelas idéias
surrealistas, tais como Mário de
Andrade, Oswald de Andrade, Murilo
Mendes e Jorge de Lima.
No poema ao lado de Murilo
Mendes, pode-se perceber algumas
características do Surrealismo, como
o ilogismo, o absurdo, as imagens
surpreendentes, a atmosfera
onírica.
106. O Surrealismo lança suas raízes na obra do modernista Murilo
Mendes, que procura, em vários poemas, construir imagens
que trazem à tona o misterioso inconsciente.
Aproximação do terror
I
Dos braços do poeta
Pende a ópera do mundo
(Tempo, cirurgião do mundo):
O abismo bate palmas,
A noite aponta o revólver.
Ouço a multidão, o coro do universo,
O trote das estrelas
Já nos subúrbios da caneta:
As rosas perderam a fala.
Entrega-se a morte a domicílio.
Dos braços…
Pende a ópera do mundo.
107. A atmosfera criada lembra o
espaço do sonho, em que
acontecimentos totalmente não
relacionados se apresentam
encadeados, como se fossem uma
sequência lógica.
108. A HERANÇA BRASILEIRA DAS
VANGUARDAS
• A principal herança das vanguardas
europeias para a literatura brasileira,
além da influencia localizada que
algumas delas exerceram sobre certos
poetas e escritores, é o impulso de
destruir os modelos arcaicos, desafiar o
gosto estabelecido e propor um olhar
inovador para o mundo.
• Ruptura e transformação: dois termos
que definem bem o espírito da primeira
geração modernista.
109. • Com suas propostas agressivas,
iconoclastas, desafiadoras, as
vanguardas libertaram a arte dos
modelos que, durante séculos,
dominaram o olhar dos artistas para
a realidade. Em resumo, criaram uma
nova arte para um novo mundo e
uma nova humanidade.
110. VANGUARDAS BRASILEIRAS
• Inicia-se oficialmente em 1922, com a
semana de arte moderna, em São Paulo,
mas desde 1910, que há revoluções
artísticas, na escrita e na pintura.
• Entretanto o fato mais importante ocorrido
no pré-modernismo, foi à exposição de
Anita Malfatti, em 1917, que causou uma
grande critica por parte de Monteiro
Lobato, importante escritor infantil do
Brasil, critica chamada de “paranoia ou
mistificação”.
111. A SEMANA DE ARTE MODERNA:
• A semana de arte, ocorrida entre os dias, 13 á
18 de fevereiro, no teatro municipal de São
Paulo, com a participação de artistas do Rio de
janeiro e de São Paulo.
• Neste teatro houve varias exposições, recitais,
danças, música, etc.
• Na noite do dia 15, foi a “problemática” do
evento, pois Menotti Del Picchia fez um
pronunciamento em que revelava o
modernismo diferente do futurismo, mas
defendia a modernidade nas poesias e a criação
de uma arte 100% brasileira. Com isso a plateia
teve diferentes reações, desde vaias a aplausos.
112. A IMPORTANCIA DA SEMANA:
• Em nexo, o modernismo é a independência
cultural do Brasil à Europa e trouxe a tona o
sentido brasileiro de ser, de norte a sul do
país, os artistas passaram a aderir às bases
do modernismo em seus trabalhos, onde se
criou varias revistas conceituais, grupos de
pinturas, de literatura, entre outros,
inclusive intercâmbios de uma região com
outra no Brasil.
• A semana é tão importante, que até hoje a
cultura brasileira, ainda tem um pouco do
modernismo, seja lá qual fase das três.
113. Bienal
Zeca Baleiro
Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Teu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
Ao cabo da revalorização da natureza morta
Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da gia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"
Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno
Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana
Com a graça de Deus e Basquiá
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana
Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina
Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria
(Música com participação de Zé Ramalho)
114. 01. (UFPE – PE) Os movimentos culturais do final do século XIX e das
primeiras décadas do século XX dialogavam com as mudanças que
ocorriam na sociedade ocidental, com a afirmação do modo de
produção capitalista e com as novas formas de pensar e de sentir o
mundo. Com o modernismo e as vanguardas artísticas, houve
mudanças importantes, pois:
( ) Matisse, Van Gogh e Picasso expressaram com seus quadros
mudanças nas concepções estéticas da pintura.
( ) o dadaísmo procurou radicalizar nas suas propostas, criticando os
valores estabelecidos, com destaque para a obra de artistas como
Marcel Duchamp.
( ) o surrealismo trouxe a exploração do inconsciente, presente na
pintura do espanhol Salvador Dali e na obra literária do francês André
Breton.
( ) com obras que causaram impacto, houve um rompimento frente
aos modelos clássicos que adotavam regras e limites para o artista.
( ) concepções literárias e musicais renovadoras, estiveram presentes
nas obras de Marcel Proust, James Joyce, Debussy, Paul Éluard,
Stravinsky e tantos outros.
EXERCÍCIOS
115. 02.ESCAPULÁRIO
No Pão de Açúcar
De Cada Dia
Daí-nos, Senhor
A Poesia
De Cada Dia
(Oswald de Andrade)
(UFRJ) A Crítica literária considera que a poesia de Oswald
de Andrade apresenta duas vertentes: uma ‘destrutiva’ e
uma ‘construtiva’. Explique de que modo esses traços
aparecem na intertextualidade realizada por Oswald no
poema Escapulário.
116. 03.PRÉ – HISTÓRIA
Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos
(Murilo Mendes)
Cite o movimento de vanguarda a que o texto acima pode
ser associado.
Notas do Editor
Em lugar de uma carta
Fumo de tabaco rói o ar.
O quarto –
um capítulo do inferno de Krutchônikh .
Recorda –
atrás desta janela
pela primeira vez
apertei tuas mãos, atônito.
Hoje te sentas,
no coração – aço.
Um dia mais
e me expulsarás,
talvez, com zanga.
No teu hall escuro longamente o braço,
trêmulo, se recusa a entrar na manga.
Sairei correndo,
lançarei meu corpo à rua.
Transtornado,
tornado
louco pelo desespero.