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AS VANGUARDAS
EUROPEIAS
Profa. Dra. Maria Gabriella
O ADVENTO DAS VANGUARDAS
• A Europa, no início do século XX, passava por muitas mudanças: melhorias nas
condições de vida da população e avanços tecnológicos, com as recentes invenções
(de fins do século XIX) da lâmpada, do automóvel e do telefone.
• O espírito do homem moderno exala velocidade, ritmo de vida intenso, liberdade.
• Por outro lado, o início do século também teve duas grandes guerras: a Primeira
Guerra Mundial (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além dos
conflitos civis, em diferentes países. O espírito do homem, assim, também, revelava a
destruição, o horror, o abismo, a tristeza, a fome, a loucura e a desintegração.
• É o século do desfacelamento das certezas, da perda de referências.
• À arte cabe o papel de representar a convulsão do sentido de existir caótico da vida.
GUERNICA, DE PABLO PICASSO
(1937)
O MUNDO EM CONVULSÃO: A
ARTE DO CAÓTICO DA VIDA
• Tudo nas primeiras décadas do século XX gritava por renovação, por ruptura, por
liberdade.
• Apresenta-se um discurso contrário ao academicismo, à arte figurativa, ao excesso
de verossimilhança e de racionalidade.
• O senso artístico é violento nesse primeiro momento, evidenciando um desejo de
renovação.
• As vanguardas passam a ter importância fundamental como elemento de
transgressão e reflexão sobre o mundo e de uma nova percepção da realidade.
• É a partir do experimentalismo nas manifestações artísticas que se oferece um
campo propício capaz de suprir as necessidades de representação desse novo
homem e desse novo mundo.
AVANT-GARDE (VANGUARDA)
• O termo de cunho originalmente militar se refere às tropas que se posicionavam à
frente para atacar num campo de guerra, foi metaforizado para representar esses
movimentos artísticos.
• A arte busca novas símbolos e novas formas de fazer arte, se colocando em armas
a postos para a guerra contra o conservadorismo, contra o passadismo, contra o
academicismo. O espírito do tempo é a busca da inovação.
• É uma arte combativa, imersa num tom agressivo, violento, como forma de se
afirmar como possibilidade de novos caminhos para as manifestações artísticas,
capazes de representar a complexidade das relações firmadas no século XX em
seus primeiros momentos.
MARINETTI, O FUTURISMO E O
CARÁTER DE DESTRUIÇÃO
• Fundador: Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944). Escreveu o Manifesto Futurista
(1909)
• O Futurismo foi a pedra angular das manifestações artísticas do início do século
XX, influenciando outras estéticas.
• Características: Profundo senso de negação e de oposição; olhar para o futuro,
expressando a complexidade da vida cotidiana em explosão; ruptura com fórmulas
acadêmicas e tradicionais de arte; busca de uma arte livre (muitas vezes,
anárquica); expressão da intensidade da vida moderna dinâmica e cheia de
energia.
• A arte futurista é intensa em sua expressividade tal qual a vida das cidades, com
seus barulhos, sua força industrial, o tempo corrido e fugidio.
MANIFESTO FUTURISTA (1909)
• “1. Nós pretendemos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e a intrepidez.
• 2. Coragem, audácia, e revolta serão elementos essenciais da nossa poesia. 3.
Desde então a literatura exaltou uma imobilidade pesarosa, êxtase e sono. Nós
pretendemos exaltar a ação agressiva, uma insónia febril, o progresso do corredor,
o salto mortal, o soco e tapa.
• 4. Nós afirmamos que a magnificiência do mundo foi enriquecida por uma nova
beleza: a beleza da velocidade. Um carro de corrida cuja capota é adornada com
grandes canos, como serpentes de respirações explosivas de um carro bravejante
que parece correr na metralha é mais bonito do que a Vitória da Samotrácia.
• 5. Nós queremos cantar hinos ao homem e à roda, que arremessa a lança de seu
espírito sobre a Terra, ao longo de sua órbita. [...]”
Em 1909, surge um Manifesto Técnico da Literatura Futurista,
propondo “a destruição da sintaxe”, eliminando os adjetivos,
advérbios. Usar os substantivos como nascem. Trocar sinais de
pontuação por símbolos matemáticos e notas musicais.
É relevante salientar a total identificação entre o movimento e seu
líder, a ponto de virarem sinônimos FUTURISMO/MARINETTI e, a
partir de 1919, as evidentes afinidades do movimento com Fascismo
de Mussolini.
O FUTURISMO NAS ARTES
• ODE TRIUNFAL
• Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando
Pessoa)
•
• À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da
fábrica
• Tenho febre e escrevo.
• Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza
disto,
• Para a beleza disto totalmente desconhecida dos
antigos.
•
• Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
• Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
• Em fúria fora e dentro de mim,
• Por todos os meus nervos dissecados fora,
• Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
• Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
• De vos ouvir demasiadamente de perto,
• E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um
excesso
• De expressão de todas as minhas sensações,
• Com um excesso contemporâneo de vós, ó
máquinas!
• [...]
• Eia! eia! eia!
• Eia electricidade, nervos doentes da Matéria!
• Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do
Inconsciente!
• Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
• Eia todo o passado dentro do presente!
• Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
• Eia! eia! eia!
• Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica
cosmopolita!
• Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô!
• Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio,
engenho-me.
• Engatam-me em todos os comboios.
• Içam-me em todos os cais.
• Giro dentro das hélices de todos os navios.
• Eia! eia-hô! eia!
• Eia! sou o calor mecânico e a electricidade!
•
• Eia! e os rails e as casas de máquinas e a
Europa!
• Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a
trabalhar, eia!
•
• Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!
•
• Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
• Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o!
• Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!
•
• Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!
•
• Londres, 1914 — Junho.
• “Para buscar seus objetivos revolucionários na arte, propunha-se
desvalorizar a tradição em prol da valorização de ícones da vida
industrial e tecnológica; utilizar onomatopeias e palavras que
buscassem a sonoridade como forma de representar os barulhos
citadinos; representar o conceito de velocidade por meio da
fragmentação dos enunciados; descontruir conceitos gráficos à
ruptura com a linearidade e com a ausência de simetria;
perseguir a aproximação entre as várias manifestações artísticas
– pintura, literatura, cinema, dança, música.” (ALMEIDA, 2018, p.
12)
LINHAS DE MOVIMENTO DINÂMICO E
SUCESSÃO, 1913 POR GIACOMO BALLA
(1913)
CUBISMO: A ARTE EM PLANOS
Quadro Les Demoiselles d’Avignon, de Pablo
Picasso, 1907
ANÁLISE DA OBRA
• O quadro Les Demoiselles d’Avignon é considerado o marco do Cubismo como
vanguarda no início do século XX.
• Marcada por uma recepção de choque e escândalo.
• Características: corrupção da percepção estritamente figurativa da arte; renúncia à
imitação objetiva da realidade; ruptura com a concepção clássica de arte e de beleza;
menosprezo pelas proporções e pelas leis da perspectiva.
• Picasso opta pela distorção, pelo corte dos planos da realidade ao apresentar as
figuras femininas de forma “destruída” e em formas geométricas. Há uma quebra com
o plano da realidade ao utilizar-se formas assimétricas. Tudo na obra indica
rompimento com conceitos tradicionais de arte e de belo, daí o sentimento de horror
vivenciado à época pelo público.
CUBISMO ANALÍTICO E A ARTE DA
DECOMPOSIÇÃO
Quadro Woman with a Mandolin, de George
Braque, 1910
• “Decomposição dos elementos
constitutivos da obra, preocupando-
se com a apresentação de todos os
ângulos e lados, e construindo
planos sucessivos e sobrepostos.”
• Alto nível de abstração;
• Predomínio de preto, cinza, tons de
marrom, tornando as obras
monocromáticas.
CUBISMO SINTÉTICO
Retrato de Marie-Therese por Pablo Picasso, 1937
• “[...] rompe-se com a estética
monocromática, adotando cores
vivas e vibrantes.”
• “[...] as formas são mais nítidas,
possibilitando maior reconhecimento
por parte do espectador.”
PICASSO E APOLLINAIRE: ENTRE
OS PINCÉIS E AS PALAVRAS
• Ceramista, pintor, escultor, poeta e dramaturgo, ficou mundialmente conhecido por
suas pinturas, principalmente, e por ser cofundador do Cubismo, ao lado de
Georges Braque.
• Guillaume Apollinaire (1880-1918), importante escritor e crítico de arte francês,
poeta e autor de vários manifestos da arte vanguardista; além disso, é inventor do
termo Surrealismo. Sua poesia tem como princípios: a ruptura com as tradições
literárias e os valores do passado, ausência de pontuação, valorização de
elementos gráficos, apreço pelo verso livre etc.
"A pomba esfaqueada e o jato d'água“,
Apollinaire, Guillaume. Calligrammes. Poèmes de
la paix et de la guerre. 1913-1916.
• “[...] caráter gráfico e imagético da
poesia de forma explícita, visto que
a disposição espacial dos versos se
justifica pela intenção de criar
impacto visual.”
O MANIFESTO CUBISTA
• “As virtudes plásticas: a pureza, a unidade, a verdade tem abaixo de si a natureza
domada.
Inutilmente se cobre o arco íris, as estações mudam, as multidões correm até a
morte, a ciência desfaz e recompõe o que existe, os mundos se distanciam para
sempre de nossa concepção, nossas fugazes imagens se repetem ou ressuscitam
sua inconsciência e suas cores, os odores, os rumores, que impressionam nossos
sentidos nos surpreendem, para desaparecer depois na natureza.
Este fenômeno de beleza não é eterno. Sabemos que nosso espírito não teve
princípio e que nunca cessará, porém, diante de tudo, formamos o conceito de
criação e de fim do mundo. Sem dúvida, muitos artistas-pintores seguem adorando
as plantas, as pedras, a onda ou os homens.
• [...]
• Deste lado da eternidade dançam as mortais formas do amor e o nome da natureza
resume sua péssima disciplina.
A chama é o símbolo da pintura e as três virtudes clássicas flamejam radiantes.
A chama tem esta unidade mágica pela qual, se divide, cada pequena chama é
semelhante à chama única.
• [...]
• Os artistas-pintores virtuosos desta época ocidental consideram sua pureza em
oposição às forças naturais.
Ela é o esquecimento depois da pintura de estúdio. E para que um artista puro
morresse não deveriam ter existido todos aqueles dos séculos passados.
A pintura se purifica no ocidente com aquela lógica ideal que os pintores antigos
transmitiram aos novos como lhes dessem a vida.
E isto é tudo.
Um homem vive no prazer, outro na dor, alguns acabam com a herança, outros se
fazem ricos, e outros, finalmente, não têm mais que a vida.
E isto é tudo.” (APOLLINAIRE, Guillaume. Manifesto cubista)
EXPRESSIONISMO: ENTRE O
CONCEITO DE BELO E DE FEIO
• O Manifesto Expressionista foi o veículo de propaganda das suas principais ideias.
• Arte que possui uma postura de descompromisso com uma representação
figurativa da realidade.
• Interpretação singular da realidade vivida, estruturada pelo artista.
• A arte é pessoal e intuitiva.
• Temáticas: expressão da miséria, da dor, do sofrimento, da solidão e da tragicidade
da condição humana (consequência indireta dos horrores da Primeira Guerra
Mundial e do sentimento de angústia relativo aos sofrimentos desse
acontecimento).
• Uso de cores fortes e vibrantes. Distorção de figuras e objetos.
O GRITO, DE EDWARD MUNCH,
1893
GRODEK,GEORGE TRAKL
• “Ao entardecer, as florestas outonais
Ecoam de armas mortíferas, e as planícies douradas
E os lagos azuis, por sobre os quais rola
Um sol sombrio; a noite abraça
Guerreiros moribundos, o lamento selvagem
das suas bocas destroçadas.”
• “[...] verifica-se a forte tendência a
uma poesia subjetiva em que a
percepção particular do poeta se faz
infiltrar.”
SURREALISMO: A LIBERTAÇÃO
DO INCONSCIENTE
• Salvador Dalí (1904-1989) é um dos principais representantes da estética
surrealista.
• Imagens bizarras e oníricas; Impacto do sonho e do inconsciente.
• Influenciados pelos ideais de Freud, os surrealistas colocaram no centro de
suas obras o apreço pelos aspectos obscuros e não tangíveis do
inconsciente.
• Exercício de descontextualização da linguagem, em que as palavras são
esvaziadas de seu significado lato (original) para adquirir novas
significações em outros contextos em que são inseridas, criando, assim,
uma livre associação de ideias.
A TRAIÇÃO DAS IMAGENS, RENÉ
MAGRITTE, 1929
SALVADOR
DALÍ
O MAIOR NOME
DO SURREALISMO
Imagem:
Portrait
of
Salvador
Dali,
1972
/
autor:
Allan
Warren
/
Creative
Commons
Attribution-Share
Alike
3.0
Unported
license.
DESMATERILIZAÇÃO PRÓXIMO
À ROSA DE NERO
SALVADOR DALÍ
Imagem:
Dematerialization
near
the
rose
of
Neto,
1947
/
Salvador
Dali
/
http://www.salvador-dali.org/dali/coleccio/en_50obres.html?ID=W0000395
Galatea das esferas
Salvador Dalí
Imagem:
Galatea
of
the
spheres,
1952
/
Salvador
Dali
/
http://www.salvador-dali.org/dali/coleccio/en_50obres.html?ID=W0000062
O MANIFESTO SURREALISTA DE
ANDRÉ BRETON, 1924
• “Tamanha é a crença na vida, no que a vida tem de mais precário, bem entendido, a
vida real, que afinal esta crença se perde. O homem, esse sonhador definitivo, cada dia
mais desgostoso com seu destino, a custo repara nos objetos de seu uso habitual, e que lhe
vieram por sua displicência, ou quase sempre por seu esforço, pois ele aceitou trabalhar, ou
pelo menos, não lhe repugnou tomar sua decisão ( o que ele chama decisão! ). [...]
• Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio-pau a bandeira da
imaginação.
• [...]
• Só com muita fé poderiam nos contestar o direito de empregar a palavra SURREALISMO
no sentido muito particular em que o entendemos, pois está claro que antes de nós esta
palavra não obteve êxito. Defino-a pois uma vez por todas.
• SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico puro pelo qual se propõe exprimir, seja
verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do
pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora
de toda preocupação estética ou moral.”
O livro MACUNAÍMA de Mário de Andrade é um bom exemplo do
surrealismo na literatura brasileira. Ele foi escrito em apenas seis dias,
possuindo uma narrativa mágica, quase automática, o autor reelabora
temas de mitologia indígena e visões folclóricas.
“Nesse momento, um mulato da maior mulataria trepou numa estátua e principiou
um discurso entusiasmado, explicando pra Macunaíma o que era o dia do Cruzeiro.
No céu escampado da noite não tinha uma nuvem nem Capei. A gente enxergava
os conhecidos, os pais-das-árvores os pais-das-aves os pais-das-caças e os
parentes manos pais mães tias cunhadas cunhãs cunhatãs, todas essas estrelas
piscapiscando bem felizes nessa terra sem mal adonde havia muita saúde e pouca
saúva, o firmamento lá (5).”
DADAÍSMO: A ARTE DO NON
SENSE
• Caráter antirracional, construindo um ambiente de desafio à lógica e com apego à
espontaneidade e gratuidade da arte.
• A expressão artística dadaísta é avessa às explicações e à necessidade de
revelação do mundo, do homem e de suas verdades, beirando, desse modo, a
incompreensão de seus textos e de suas obras.
CARACTERÍSTICAS:
“Eu escrevo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou
por princípio contra os manifestos, como sou também contra os princípios.” (Tristan
Tzara)
- Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova forma e dentro de um contexto
artístico;
- Irreverência artística;
- Combate às formas de arte institucionalizadas;
- Crítica ao capitalismo e ao consumismo;
- Ênfase no absurdo, nos temas e nos conteúdos sem lógica;
- Uso de vários formatos de expressão (objetos do cotidiano, sons, fotografias, poesias, músicas,
jornais, etc.) na composição das obras de artes plásticas;
- Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos acontecimentos políticos do
mundo.
A FONTE, DE MARCEL DUCHAMP,
1917
• “[...] com um postura antiartística e
provocativa, Duchamp apresentou
sua obra A Fonte, um urinol de
cerâmica branca invertido. [...] O
objetivo é o choque e o desconcerto
da reação do público.”
• Para fazer um poema dadaísta
• Tristan Tzara
• Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o
comprimento que pensa dar ao seu
poema.
Recorte o artigo.
Depois, recorte cuidadosamente todas
as palavras que formam o artigo e meta-
as num saco.
Agite suavemente.
Seguidamente, tire os recortes um por
um.
Copie conscienciosamente pela ordem
em que saem do saco.
O poema será parecido consigo.
E pronto: será um escritor infinitamente
original e duma adorável sensibilidade,
embora incompreendido pelo vulgo.
ATIVIDADES
• Observe a imagem abaixo para responder as questões:
Golconda, de René Magritte, 1953
• 1. Considerando o elemento onírico muito presente nas obras surrealistas, indique
quais estão presentes no quadro surrealista de Magritte.
• 2. É possível afirmar que a tela simultaneamente nos dá uma noção de grupo e de
individualidade? Explique.
• 3. Que elementos seriam necessários para a construção de sentido da obra no
texto I?
• 4. Em que medida loucura e liberdade se conjugam no ideário surrealista?
Explique.
ATIVIDADE
1. Dividam-se em cinco grupos;
2. Cada grupo deverá ficar responsável por um movimento de vanguarda,
escolhido por sorteio;
3. Os integrantes terão a tarefa de elaborar uma pintura ou um desenho, e um
poema com as características do movimento de vanguarda pelo qual ficaram
responsáveis;
4. O tema de cada grupo será sobre o contexto atual da sociedade, da política, da
economia, do meio ambiente ou sobre qualquer outro tema da atualidade;
5. Cada grupo apresentará sua obra, explicando sua relação com o movimento de
vanguarda o qual ficou responsável por apresentar.
REFERÊNCIAS
• ALMEIDA, Adams. FTD Sistema de Ensino – Literatura. 2ª ed. São Paulo: FTD,
2018. (Módulo 8 – Capítulo 24)

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As vanguardas européias e a arte da ruptura no início do século XX

  • 2. O ADVENTO DAS VANGUARDAS • A Europa, no início do século XX, passava por muitas mudanças: melhorias nas condições de vida da população e avanços tecnológicos, com as recentes invenções (de fins do século XIX) da lâmpada, do automóvel e do telefone. • O espírito do homem moderno exala velocidade, ritmo de vida intenso, liberdade. • Por outro lado, o início do século também teve duas grandes guerras: a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além dos conflitos civis, em diferentes países. O espírito do homem, assim, também, revelava a destruição, o horror, o abismo, a tristeza, a fome, a loucura e a desintegração. • É o século do desfacelamento das certezas, da perda de referências. • À arte cabe o papel de representar a convulsão do sentido de existir caótico da vida.
  • 3. GUERNICA, DE PABLO PICASSO (1937)
  • 4. O MUNDO EM CONVULSÃO: A ARTE DO CAÓTICO DA VIDA • Tudo nas primeiras décadas do século XX gritava por renovação, por ruptura, por liberdade. • Apresenta-se um discurso contrário ao academicismo, à arte figurativa, ao excesso de verossimilhança e de racionalidade. • O senso artístico é violento nesse primeiro momento, evidenciando um desejo de renovação. • As vanguardas passam a ter importância fundamental como elemento de transgressão e reflexão sobre o mundo e de uma nova percepção da realidade. • É a partir do experimentalismo nas manifestações artísticas que se oferece um campo propício capaz de suprir as necessidades de representação desse novo homem e desse novo mundo.
  • 5. AVANT-GARDE (VANGUARDA) • O termo de cunho originalmente militar se refere às tropas que se posicionavam à frente para atacar num campo de guerra, foi metaforizado para representar esses movimentos artísticos. • A arte busca novas símbolos e novas formas de fazer arte, se colocando em armas a postos para a guerra contra o conservadorismo, contra o passadismo, contra o academicismo. O espírito do tempo é a busca da inovação. • É uma arte combativa, imersa num tom agressivo, violento, como forma de se afirmar como possibilidade de novos caminhos para as manifestações artísticas, capazes de representar a complexidade das relações firmadas no século XX em seus primeiros momentos.
  • 6. MARINETTI, O FUTURISMO E O CARÁTER DE DESTRUIÇÃO • Fundador: Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944). Escreveu o Manifesto Futurista (1909) • O Futurismo foi a pedra angular das manifestações artísticas do início do século XX, influenciando outras estéticas. • Características: Profundo senso de negação e de oposição; olhar para o futuro, expressando a complexidade da vida cotidiana em explosão; ruptura com fórmulas acadêmicas e tradicionais de arte; busca de uma arte livre (muitas vezes, anárquica); expressão da intensidade da vida moderna dinâmica e cheia de energia. • A arte futurista é intensa em sua expressividade tal qual a vida das cidades, com seus barulhos, sua força industrial, o tempo corrido e fugidio.
  • 7. MANIFESTO FUTURISTA (1909) • “1. Nós pretendemos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e a intrepidez. • 2. Coragem, audácia, e revolta serão elementos essenciais da nossa poesia. 3. Desde então a literatura exaltou uma imobilidade pesarosa, êxtase e sono. Nós pretendemos exaltar a ação agressiva, uma insónia febril, o progresso do corredor, o salto mortal, o soco e tapa. • 4. Nós afirmamos que a magnificiência do mundo foi enriquecida por uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro de corrida cuja capota é adornada com grandes canos, como serpentes de respirações explosivas de um carro bravejante que parece correr na metralha é mais bonito do que a Vitória da Samotrácia. • 5. Nós queremos cantar hinos ao homem e à roda, que arremessa a lança de seu espírito sobre a Terra, ao longo de sua órbita. [...]”
  • 8. Em 1909, surge um Manifesto Técnico da Literatura Futurista, propondo “a destruição da sintaxe”, eliminando os adjetivos, advérbios. Usar os substantivos como nascem. Trocar sinais de pontuação por símbolos matemáticos e notas musicais. É relevante salientar a total identificação entre o movimento e seu líder, a ponto de virarem sinônimos FUTURISMO/MARINETTI e, a partir de 1919, as evidentes afinidades do movimento com Fascismo de Mussolini.
  • 9. O FUTURISMO NAS ARTES • ODE TRIUNFAL • Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa) • • À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica • Tenho febre e escrevo. • Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, • Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. • • Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! • Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! • Em fúria fora e dentro de mim, • Por todos os meus nervos dissecados fora, • Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! • Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, • De vos ouvir demasiadamente de perto, • E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso • De expressão de todas as minhas sensações, • Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
  • 10. • [...] • Eia! eia! eia! • Eia electricidade, nervos doentes da Matéria! • Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente! • Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez! • Eia todo o passado dentro do presente! • Eia todo o futuro já dentro de nós! eia! • Eia! eia! eia! • Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita! • Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô! • Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me. • Engatam-me em todos os comboios. • Içam-me em todos os cais. • Giro dentro das hélices de todos os navios. • Eia! eia-hô! eia! • Eia! sou o calor mecânico e a electricidade! • • Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa! • Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia! • • Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá! • • Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá! • Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o! • Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z! • • Ah não ser eu toda a gente e toda a parte! • • Londres, 1914 — Junho.
  • 11. • “Para buscar seus objetivos revolucionários na arte, propunha-se desvalorizar a tradição em prol da valorização de ícones da vida industrial e tecnológica; utilizar onomatopeias e palavras que buscassem a sonoridade como forma de representar os barulhos citadinos; representar o conceito de velocidade por meio da fragmentação dos enunciados; descontruir conceitos gráficos à ruptura com a linearidade e com a ausência de simetria; perseguir a aproximação entre as várias manifestações artísticas – pintura, literatura, cinema, dança, música.” (ALMEIDA, 2018, p. 12)
  • 12. LINHAS DE MOVIMENTO DINÂMICO E SUCESSÃO, 1913 POR GIACOMO BALLA (1913)
  • 13. CUBISMO: A ARTE EM PLANOS Quadro Les Demoiselles d’Avignon, de Pablo Picasso, 1907
  • 14. ANÁLISE DA OBRA • O quadro Les Demoiselles d’Avignon é considerado o marco do Cubismo como vanguarda no início do século XX. • Marcada por uma recepção de choque e escândalo. • Características: corrupção da percepção estritamente figurativa da arte; renúncia à imitação objetiva da realidade; ruptura com a concepção clássica de arte e de beleza; menosprezo pelas proporções e pelas leis da perspectiva. • Picasso opta pela distorção, pelo corte dos planos da realidade ao apresentar as figuras femininas de forma “destruída” e em formas geométricas. Há uma quebra com o plano da realidade ao utilizar-se formas assimétricas. Tudo na obra indica rompimento com conceitos tradicionais de arte e de belo, daí o sentimento de horror vivenciado à época pelo público.
  • 15. CUBISMO ANALÍTICO E A ARTE DA DECOMPOSIÇÃO Quadro Woman with a Mandolin, de George Braque, 1910 • “Decomposição dos elementos constitutivos da obra, preocupando- se com a apresentação de todos os ângulos e lados, e construindo planos sucessivos e sobrepostos.” • Alto nível de abstração; • Predomínio de preto, cinza, tons de marrom, tornando as obras monocromáticas.
  • 16. CUBISMO SINTÉTICO Retrato de Marie-Therese por Pablo Picasso, 1937 • “[...] rompe-se com a estética monocromática, adotando cores vivas e vibrantes.” • “[...] as formas são mais nítidas, possibilitando maior reconhecimento por parte do espectador.”
  • 17. PICASSO E APOLLINAIRE: ENTRE OS PINCÉIS E AS PALAVRAS • Ceramista, pintor, escultor, poeta e dramaturgo, ficou mundialmente conhecido por suas pinturas, principalmente, e por ser cofundador do Cubismo, ao lado de Georges Braque. • Guillaume Apollinaire (1880-1918), importante escritor e crítico de arte francês, poeta e autor de vários manifestos da arte vanguardista; além disso, é inventor do termo Surrealismo. Sua poesia tem como princípios: a ruptura com as tradições literárias e os valores do passado, ausência de pontuação, valorização de elementos gráficos, apreço pelo verso livre etc.
  • 18. "A pomba esfaqueada e o jato d'água“, Apollinaire, Guillaume. Calligrammes. Poèmes de la paix et de la guerre. 1913-1916. • “[...] caráter gráfico e imagético da poesia de forma explícita, visto que a disposição espacial dos versos se justifica pela intenção de criar impacto visual.”
  • 19. O MANIFESTO CUBISTA • “As virtudes plásticas: a pureza, a unidade, a verdade tem abaixo de si a natureza domada. Inutilmente se cobre o arco íris, as estações mudam, as multidões correm até a morte, a ciência desfaz e recompõe o que existe, os mundos se distanciam para sempre de nossa concepção, nossas fugazes imagens se repetem ou ressuscitam sua inconsciência e suas cores, os odores, os rumores, que impressionam nossos sentidos nos surpreendem, para desaparecer depois na natureza. Este fenômeno de beleza não é eterno. Sabemos que nosso espírito não teve princípio e que nunca cessará, porém, diante de tudo, formamos o conceito de criação e de fim do mundo. Sem dúvida, muitos artistas-pintores seguem adorando as plantas, as pedras, a onda ou os homens. • [...]
  • 20. • Deste lado da eternidade dançam as mortais formas do amor e o nome da natureza resume sua péssima disciplina. A chama é o símbolo da pintura e as três virtudes clássicas flamejam radiantes. A chama tem esta unidade mágica pela qual, se divide, cada pequena chama é semelhante à chama única. • [...] • Os artistas-pintores virtuosos desta época ocidental consideram sua pureza em oposição às forças naturais. Ela é o esquecimento depois da pintura de estúdio. E para que um artista puro morresse não deveriam ter existido todos aqueles dos séculos passados. A pintura se purifica no ocidente com aquela lógica ideal que os pintores antigos transmitiram aos novos como lhes dessem a vida. E isto é tudo. Um homem vive no prazer, outro na dor, alguns acabam com a herança, outros se fazem ricos, e outros, finalmente, não têm mais que a vida. E isto é tudo.” (APOLLINAIRE, Guillaume. Manifesto cubista)
  • 21. EXPRESSIONISMO: ENTRE O CONCEITO DE BELO E DE FEIO • O Manifesto Expressionista foi o veículo de propaganda das suas principais ideias. • Arte que possui uma postura de descompromisso com uma representação figurativa da realidade. • Interpretação singular da realidade vivida, estruturada pelo artista. • A arte é pessoal e intuitiva. • Temáticas: expressão da miséria, da dor, do sofrimento, da solidão e da tragicidade da condição humana (consequência indireta dos horrores da Primeira Guerra Mundial e do sentimento de angústia relativo aos sofrimentos desse acontecimento). • Uso de cores fortes e vibrantes. Distorção de figuras e objetos.
  • 22. O GRITO, DE EDWARD MUNCH, 1893
  • 23. GRODEK,GEORGE TRAKL • “Ao entardecer, as florestas outonais Ecoam de armas mortíferas, e as planícies douradas E os lagos azuis, por sobre os quais rola Um sol sombrio; a noite abraça Guerreiros moribundos, o lamento selvagem das suas bocas destroçadas.” • “[...] verifica-se a forte tendência a uma poesia subjetiva em que a percepção particular do poeta se faz infiltrar.”
  • 24. SURREALISMO: A LIBERTAÇÃO DO INCONSCIENTE • Salvador Dalí (1904-1989) é um dos principais representantes da estética surrealista. • Imagens bizarras e oníricas; Impacto do sonho e do inconsciente. • Influenciados pelos ideais de Freud, os surrealistas colocaram no centro de suas obras o apreço pelos aspectos obscuros e não tangíveis do inconsciente. • Exercício de descontextualização da linguagem, em que as palavras são esvaziadas de seu significado lato (original) para adquirir novas significações em outros contextos em que são inseridas, criando, assim, uma livre associação de ideias.
  • 25. A TRAIÇÃO DAS IMAGENS, RENÉ MAGRITTE, 1929
  • 26. SALVADOR DALÍ O MAIOR NOME DO SURREALISMO Imagem: Portrait of Salvador Dali, 1972 / autor: Allan Warren / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported license.
  • 27. DESMATERILIZAÇÃO PRÓXIMO À ROSA DE NERO SALVADOR DALÍ Imagem: Dematerialization near the rose of Neto, 1947 / Salvador Dali / http://www.salvador-dali.org/dali/coleccio/en_50obres.html?ID=W0000395
  • 28. Galatea das esferas Salvador Dalí Imagem: Galatea of the spheres, 1952 / Salvador Dali / http://www.salvador-dali.org/dali/coleccio/en_50obres.html?ID=W0000062
  • 29. O MANIFESTO SURREALISTA DE ANDRÉ BRETON, 1924 • “Tamanha é a crença na vida, no que a vida tem de mais precário, bem entendido, a vida real, que afinal esta crença se perde. O homem, esse sonhador definitivo, cada dia mais desgostoso com seu destino, a custo repara nos objetos de seu uso habitual, e que lhe vieram por sua displicência, ou quase sempre por seu esforço, pois ele aceitou trabalhar, ou pelo menos, não lhe repugnou tomar sua decisão ( o que ele chama decisão! ). [...] • Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio-pau a bandeira da imaginação. • [...] • Só com muita fé poderiam nos contestar o direito de empregar a palavra SURREALISMO no sentido muito particular em que o entendemos, pois está claro que antes de nós esta palavra não obteve êxito. Defino-a pois uma vez por todas. • SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico puro pelo qual se propõe exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de toda preocupação estética ou moral.”
  • 30. O livro MACUNAÍMA de Mário de Andrade é um bom exemplo do surrealismo na literatura brasileira. Ele foi escrito em apenas seis dias, possuindo uma narrativa mágica, quase automática, o autor reelabora temas de mitologia indígena e visões folclóricas. “Nesse momento, um mulato da maior mulataria trepou numa estátua e principiou um discurso entusiasmado, explicando pra Macunaíma o que era o dia do Cruzeiro. No céu escampado da noite não tinha uma nuvem nem Capei. A gente enxergava os conhecidos, os pais-das-árvores os pais-das-aves os pais-das-caças e os parentes manos pais mães tias cunhadas cunhãs cunhatãs, todas essas estrelas piscapiscando bem felizes nessa terra sem mal adonde havia muita saúde e pouca saúva, o firmamento lá (5).”
  • 31. DADAÍSMO: A ARTE DO NON SENSE • Caráter antirracional, construindo um ambiente de desafio à lógica e com apego à espontaneidade e gratuidade da arte. • A expressão artística dadaísta é avessa às explicações e à necessidade de revelação do mundo, do homem e de suas verdades, beirando, desse modo, a incompreensão de seus textos e de suas obras.
  • 32. CARACTERÍSTICAS: “Eu escrevo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por princípio contra os manifestos, como sou também contra os princípios.” (Tristan Tzara) - Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova forma e dentro de um contexto artístico; - Irreverência artística; - Combate às formas de arte institucionalizadas; - Crítica ao capitalismo e ao consumismo; - Ênfase no absurdo, nos temas e nos conteúdos sem lógica; - Uso de vários formatos de expressão (objetos do cotidiano, sons, fotografias, poesias, músicas, jornais, etc.) na composição das obras de artes plásticas; - Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos acontecimentos políticos do mundo.
  • 33. A FONTE, DE MARCEL DUCHAMP, 1917 • “[...] com um postura antiartística e provocativa, Duchamp apresentou sua obra A Fonte, um urinol de cerâmica branca invertido. [...] O objetivo é o choque e o desconcerto da reação do público.”
  • 34. • Para fazer um poema dadaísta • Tristan Tzara • Pegue um jornal. Pegue uma tesoura. Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pensa dar ao seu poema. Recorte o artigo. Depois, recorte cuidadosamente todas as palavras que formam o artigo e meta- as num saco. Agite suavemente. Seguidamente, tire os recortes um por um. Copie conscienciosamente pela ordem em que saem do saco. O poema será parecido consigo. E pronto: será um escritor infinitamente original e duma adorável sensibilidade, embora incompreendido pelo vulgo.
  • 35. ATIVIDADES • Observe a imagem abaixo para responder as questões: Golconda, de René Magritte, 1953
  • 36. • 1. Considerando o elemento onírico muito presente nas obras surrealistas, indique quais estão presentes no quadro surrealista de Magritte. • 2. É possível afirmar que a tela simultaneamente nos dá uma noção de grupo e de individualidade? Explique. • 3. Que elementos seriam necessários para a construção de sentido da obra no texto I? • 4. Em que medida loucura e liberdade se conjugam no ideário surrealista? Explique.
  • 37. ATIVIDADE 1. Dividam-se em cinco grupos; 2. Cada grupo deverá ficar responsável por um movimento de vanguarda, escolhido por sorteio; 3. Os integrantes terão a tarefa de elaborar uma pintura ou um desenho, e um poema com as características do movimento de vanguarda pelo qual ficaram responsáveis; 4. O tema de cada grupo será sobre o contexto atual da sociedade, da política, da economia, do meio ambiente ou sobre qualquer outro tema da atualidade; 5. Cada grupo apresentará sua obra, explicando sua relação com o movimento de vanguarda o qual ficou responsável por apresentar.
  • 38. REFERÊNCIAS • ALMEIDA, Adams. FTD Sistema de Ensino – Literatura. 2ª ed. São Paulo: FTD, 2018. (Módulo 8 – Capítulo 24)