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VANGUARDAS
EUROPEIAS
E suas heranças no Brasil
UM AGITADO INÍCIO DE SÉCULO
NA EUROPA
 No início do séc. XX, a Europa se encontrava
em intensa turbulência.
 Conflitos políticos entre países vizinhos
deram início a desencadeamentos locais que
acabaram provocando, em 1914, 1º guerra
mundial.
 Ao lado da instabilidade política, as pessoas
tinham também de construir um novo olhar
para a vida, agora transformada pelo impacto
das descobertas tecnológicas que
começavam a causar espanto.
 Considerando a era da eletricidade, o século
viu surgir o telefone, o telégrafo sem fio, o
aparelho de raios X, o cinema, o automóvel,
o avião, invenções que ampliaram o domínio
humano sobre o espaço e o tempo.
 A ciência descobriu mundos invisíveis com o
auxílio do microscópio: vírus, bactérias, seres
minúsculos passaram a ser identificados
como inimigos muitas vezes mortais.
 A teoria da relatividade abalou certezas
centenárias e provocou uma verdadeira
revolução na física.
 Quando Ainstein afirmou a relatividade do
tempo e da distância, transformou o modo
como as pessoas percebiam a realidade e
avaliavam o universo.
 Nada mais era definitivo, nada era certo.
 Outro grande abalo para a sociedade
europeia foi o surgimento da psicanálise.
 Quando Freud identificou o inconsciente
humano, revelou o impacto dessa força
desconhecida sobre as noções tradicionais
de identidade, personalidade,
responsabilidade e consciência. Mais uma
vez as certezas ruíram.
 Os primeiros anos do séc. XX foram o
cemitério no qual seriam enterradas as
convicções do passado e o berço no qual
nasceria um civilização marcada pela
incerteza e pela relatividade.
Vanguardas: ventos de inquietação e
de mudança
 Na três primeiras décadas do séc. XX,
diferentes movimentos artísticos,
denominados vanguardas, surgiram para
estabelecer novas referências para a pintura,
a literatura, a música e a escultura.
 O novo século precisava criar as próprias
referências estéticas.
 Nascem os vários “ismos”: CUBISMO,
FUTURISMO, EXPRESSIONISMO,
DADAÍSMO E SURREALISMO.
 Praticamente todas as vanguardas lançaram
manifestos que divulgavam as propostas das
novas formas de expressão artística e
definiam estratégias formais para alcançá-
las.
O Projeto Artístico
 Cada uma das vanguardas apresenta um projeto
próprio, mas todas têm uma intenção em comum:
romper radicalmente com os princípios que
orientavam a produção artística do século XIX.
 Podemos resumir o projeto artístico das vanguardas
como um movimento ousado que quer libertar a arte
da necessidade de representar a realidade de modo
figurativo e linear.
 Toda a produção artística de vanguarda terá um
caráter de ruptura, de choque e de abertura.
Os agentes do discurso
 Nos últimos anos do séc. XIX, Paris é a
capital cultural da Europa e pulsa com a
agitação característica da Belle Époque.
 A agitação cultural de Paris é imensa e é
nesse contexto que as vanguardas são
elaboradas.
 Surgem então os manifestos como meio de
dar maior visibilidade às propostas das
diferentes vanguardas. O contexto de
circulação dos manifestos é o jornal.
 Ao lado dos manifestos, pinturas e esculturas
começam a ser expostas em salões e galerias de arte,
provocando grande impacto no público da época.
As Vanguardas e o público
 O espírito agressivo das vanguardas,
anunciado no manifesto do futurismo, é
confirmado pela reação, de modo geral,
horrorizada do público à apresentação da
primeira obra cubista: o quadro “As senhoras
de avignon” de Pablo Picasso, que mostra
cinco prostitutas nuas, com o rosto e o corpo
deformados.
CUBISMO
 O quadro revela de um modo revolucionário
de representar a realidade, rompendo com os
conceitos tradicionais de harmonia,
proporção, beleza e perspectiva. Com essa
obra nasce a pintura cubista, e o seu criador,
Pablo Picasso, será o grande mestre do
Cubismo, que marcou a arte do séc. XX.
Além dele, também se destacarão Georges
Braque e Juan Gris.
Geoges Braque
Juan Gris
 É na poesia que a literatura cubista ganha forma. Explorando a
associação entre ilogismo, simultaneidade, instantaneísmo e
humor, os poetas cubistas buscam criar novas perspectivas e
afirmar a necessidade de manter as coisas permanente relação.
hípica
Saltos records
Cavalos da penha
Correm jóqueis de Higienópolis
Os magnatas
As meninas
E a orquestra toca
Chá
Na sala de cocktails
(Oswald de Andrade)
 A composição do poema é claramente
cubista.
 Para retratar o ambiente de uma corrida de
cavalos na hípica, o eu-lírico promove uma
“sobreposição” de imagens que deslocam o
olhar do leitor da pista, onde estão cavalos e
jóqueis, para o público entretido pela
orquestra.
 O resultado é uma imagem multifacetada,
composta de fragmentos de diferentes planos
da realidade.
FUTURISMO
 EM 1909, A Europa é surpreendida pelo
surgimento de uma nova vanguarda: o
Futurismo.
 Com propostas mais organizadas que o
Cubismo, o Futurismo é divulgado através de
um manifesto assinado pelo seu líder, Filippo
Tommaso Marinetti.
 Marinetti lança mais de 30 manifestos
definindo os aspectos da nova vanguarda.
 Em todos, mesma proposta violenta de
destruição total do passado; o mesmo
fascínio pela guerra que promove a
aniquilação dos símbolos do passado; a
mesma exaltação pelas formas do mundo
moderno: automóveis, aviões, em um eterno
culto à velocidade que Marinetti, fascinado
pelas novas tecnologias, vê como força
mística.
 Os futuristas exaltam “bofetada e o soco”
como meio de despertar o público da
passividade em que se encontra.
 Por que o desejo de destruição, o fascínio
pela guerra, o amor à violência?
 A exaltação da violência pode ser
interpretada como um desejo de levar a
humanidade a um ponto sem retorno.
 A violência que destrói as certezas e os
modelos obriga o leitor a reagir.
 O processo de recepção da nova arte passa
a ser, assim, mais dinâmico e interativo.
 Marinetti recomenda que os textos futuristas
destruam a sintaxe, recomenda abolir a
pontuação, os adjetivos e os advérbios.
 O objetivo é sempre o mesmo: impedir que a
literatura continue a exaltar a imobilidade
pensativa.
 O lado sombrio do Futurismo surge, na Itália,
com a chegada de Mussolini ao poder.
 O fascínio de Marinetti pela violência e pela
guerra, aliado a um patriotismo exacerbado,
faz com que transforme o movimento em
uma espécie de porta-voz do regime fascista,
a partir de 1919.
EXPRESSIONISMO
 Alemanha 1910: o expressionismo surge
como uma nova vanguarda toma forma,
apresentando-se como reação à estética
impressionista de valorização sensorial.
 A base do expressionismo é o resultado de
um processo criativo que supõe a perda do
controle consciente durante a produção da
obra de arte.
 A realidade não deve mais ser percebida em
planos distintos (físico, psíquico, etc.), mas
sim transformada em expressão.
 O movimento expressionista é bastante
influenciado pela 1º Guerra Mundial, e seus
quadros ressaltam um lado obscuro da
humanidade, retratando faces marcadas pela
angústia e pelo medo.
 A mais conhecida tela expressionista é “O
grito”, de Edvard Munch.
 Na tela “O grito”, as linhas retorcidas e as cores fortes
contribuem para criar um clima de aflição e angústia que
parecem ecoar no grito que dá nome à obra.
 Em seu diário, Munch escreve sobre o
entardecer de Nordstrand, cidade da Noruega,
que inspirou o quadro:
 “Eu estava a passear cá fora com dois amigos e
o sol começava a pôr-se – de repente o céu
ficou vermelho, cor de sangue – Eu parei, sentia-
me exausto e apoiei-me a uma cerca – havia
sangue e línguas de fogo por cima do fiorde
azul-escuro e da cidade – os meus amigos
continuaram a andar e eu ali fiquei, de pé, a
tremer – e senti um grito infindável atravessar a
natureza”.
 Os poetas expressionistas aborda, em suas
obras, a derrocada do mundo burguês e
capitalista, denunciando um universo em
crise e a sensação de impotência do homem
preso em um mundo “sem alma”.
 Há nos textos expressionistas um forte
caráter negativista, fazendo com que muitas
vezes a representação do mundo se faça de
forma grotesca e deformada.
 A literatura expressionista cria também
imagens distorcidas da realidade para
traduzir as vivências humanas.
 Uma passagem do romance Amar, verbo
intransitivo, de Mário de Andrade, flagra o
impacto da Floresta da Tijuca em Fräulein
Elza. Contemplando o espetáculo magnífico
da natureza brasileira, a alemã é tomada por
sensações e impressões que alteram o modo
como vê montanhas e árvores.
A luz delirava, apressada a um vago aviso da tarde. Era
tal e tanta que embaçava de ouro a amplidão. Se via
tudo de longe num halo que divinizava e afastava as
coisas mais. Lassitude. No quiriri tecido de ruidinhos
abafados, a cidade se movia pesada, lerda. O mar
parava azul. [...]
Fräulein botara os braços cruzados no parapeito de
pedra, fincara o mento aí, nas carnes rijas. E se perdia.
Os olhos dela pouco a pouco se fecharam, cega duma
vez. A razão pouco a pouco escampou. Desapareceu
por fim, escorraçada pela vida excessiva dos
sentidos. Das partes profundas do ser lhe viam apelos
vagos e decretos fracionados. Se misturavam
animalidades e invenções geniais. [...] Adquirira enfim
uma alma vegetal.
ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo. 18. ed.
Belo Horizonte: Vila Rica, 1992. p. 120. (Fragmento)
DADAÍSMO
 Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial,
o romeno Tristan Tzara espanta o mundo
com mais uma vanguarda: o Dadaísmo ou
Dadá, a mais radical e a menos
compreensível de todas as vanguardas.
 O Dadá vem para abolir de vez a lógica, a
organização, o olhar racional, dando à arte
um caráter de espontaneidade total.
 A falta de sentido já é anunciada no nome
escolhido para a vanguarda.
Dizia Tzara que dada, palavra que encontrou
casualmente num dicionário, pode significar:
rabo de vaca santa, mãe; certamente; ama-
de-leite. Mas acabou afirmando, no
movimento dadaísta: DADÁ NÃO SIGNIFICA
NADA.
 O principal problema de todas as manifestações
artísticas está, segundo os dadaístas, em almejar
algo impossível: explicar o ser humano. Em mais
uma afirmação retumbante, Tzara decreta: “A obra
de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque
a beleza está morta.”
 A falta de lógica e a espontaneidade alcançam na
literatura sua expressão máxima.
 Em seu último manifesto, Tzara diz que o grande
segredo da poesia é que “o pensamento se faz na
boca”. para orientar melhor seus seguidores, cria
uma receita para fazer um poema dadaísta.
Receita de poema dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você
deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras
que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas
são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma
sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do
público.
 Embora muitas das propostas dadaístas
pareçam infantis aos olhos contemporâneos,
é preciso levar em consideração o momento
em que surgiram. Em uma Europa caótica e
em guerra, insistir na falta de lógica e na
gratuidade dos acontecimentos talvez não
fosse um absurdo, mas o espelho crítico de
uma realidade incômoda.
SURREALISMO
 O Surrealismo foi, cronologicamente, o
último movimento da vanguarda europeia do
início do século XX. Note como André Breton
(1896 – 1966), autor do primeiro manifesto
surrealista, definiu o movimento:
 Surrealismo, s.m. Automatismo psíquico pelo
qual alguém se propõe exprimir, seja
verbalmente, seja por escrito, seja de
qualquer outra maneira, o funcionamento real
do pensamento.
A persistência da memória (1931), de Salvador Dalí.
 “O Surrealismo não é um estilo. É o grito da
mente que se volta para si mesma.” Assim o
ator e escritor Antonin Artaud definiu essa
vanguarda.
 Fortemente ligado às artes visuais, o
Surrealismo é uma vanguarda interessada
em adquirir um maior conhecimento do ser
humano.
 Seus seguidores pretendem, por meio da
valorização da fantasia, do sonho, do
interesse pela loucura, liberar o inconsciente
humano, terreno fértil e ainda muito pouco
explorado.
 O fascínio pelo inconsciente e por todas as
formas que vão além da realidade objetiva
aproxima os surrealistas da teoria
psicanalítica de Sigmund Freud.
As bases da Psicanálise: o modelo
freudiano
 Freud propôs um modelo explicativo para a estrutura
de nosso “sistema” psíquico. O comportamento
humano é visto, nessa teoria, como o resultado da
interação entre três partes: id, ego e superego.
 O id seria o lado mais agressivo e animalesco,
dominado pelos desejos de natureza sexual e livre das
imposições culturais e sociais. O id leva a buscar
sempre o prazer.
 O ego, domínio da percepção, do pensamento e do
controle motor, é o encarregado de encontrar formas
de alcançar a realização do desejo contido no id.
 O superego funciona como o censor do id. É nele que
ficam guardadas as proibições, as regras socialmente
impostas ao indivíduo.
 Os surrealistas veem a teoria de Freud como
sinal de que há muito a ser descoberto sobre
o ser humano. Eles acreditam que a razão
não é o melhor instrumento para essas
descobertas, porque ela ignora nosso
universo inconsciente. Por isso, as
manifestações artísticas que produzem são
um desafio evidente à organização racional
do mundo.
 O grande nome da literatura surrealista é
André Breton. Em 1924, ele publica em Paris
o Manifesto do Surrealismo, em que define
o espírito e os objetivos da nova vanguarda.
 Na literatura, a liberação do inconsciente
deve ser alcançada com o auxílio da escrita
automática. No Manifesto, André Breton
ensina como usar o automatismo para fazer
emergir o inconsciente.
[...] Mandem trazer algo com que escrever, depois de se haverem
estabelecido em um lugar tão favorável quanto possível à
concentração do espírito sobre si mesmo. Ponham-se no
estado mais passivo, ou receptivo que puderem. Façam
abstração de seus gênios, de seus talentos e dos de todos os
outros. Digam a si mesmos que a literatura é um dos: mais
tristes caminhos que levam a tudo. Escrevam depressa, sem
um assunto preconcebido, bastante depressa para não
conterem e não serem tentados a reler. A primeira frase virá
sozinha, tanto é verdade que a cada segundo é uma frase
estrangeira ou estranha a nosso pensamento consciente que
só pede para se exteriorizar.[...]
BRE TON, André.
 O resultado desse processo é sempre um
texto em que as relações lógicas não servem
de apoio para o leitor, porque as imagens
criadas não encontram equivalente no mundo
conhecido. Privado das bases racionais de
análise, não resta ao leitor outra saída a não
ser entregar-se ao universo de sonho
proposto pelo texto.
No Brasil, o Surrealismo lança suas raízes na obra do modernista
Murilo Mendes, que procura, em vários poemas, construir imagens
que trazem à tona o misterioso inconsciente.
Aproximação do terror
I
Dos braços do poeta
Pende a ópera do mundo
(Tempo, cirurgião do mundo):
O abismo bate palmas,
A noite aponta o revólver.
Ouço a multidão, o coro do universo,
O trote das estrelas
Já nos subúrbios da caneta:
As rosas perderam a fala.
Entrega-se a morte a domicílio.
Dos braços…
Pende a ópera do mundo.
 A sucessão de imagens apresentadas no
poema não permite que o leitor componha
um quadro único, racional, em que possa
perceber as relações lógicas entre as
sequências.
 a atmosfera criada lembra o espaço do
sonho, em que acontecimentos totalmente
não relacionados se apresentam
encadeados, como se fossem uma
sequência lógica.
A HERANÇA BRASILEIRA DAS
VANGUARDAS
 A principal herança das vanguardas
europeias para a literatura brasileira, além da
influencia localizada que algumas delas
exerceram sobre certos poetas e escritores, é
o impulso de destruir os modelos arcaicos,
desafiar o gosto estabelecido e propor um
olhar inovador para o mundo.
 Ruptura e transformação: dois termos que
definem bem o espírito da primeira geração
modernista.
 Com suas propostas agressivas,
iconoclastas, desafiadoras, as vanguardas
libertaram a arte dos modelos que, durante
séculos, dominaram o olhar dos artistas para
a realidade. Em resumo, criaram uma nova
arte para um novo mundo e uma nova
humanidade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ABAURRE, Maria Luiza. Vanguardas culturais
europeias. In: Português: contexto,
interlocução e sentido. São Paulo: Moderna,
2008. (volume 1). (p. 30-43).

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  • 2. UM AGITADO INÍCIO DE SÉCULO NA EUROPA  No início do séc. XX, a Europa se encontrava em intensa turbulência.  Conflitos políticos entre países vizinhos deram início a desencadeamentos locais que acabaram provocando, em 1914, 1º guerra mundial.  Ao lado da instabilidade política, as pessoas tinham também de construir um novo olhar para a vida, agora transformada pelo impacto das descobertas tecnológicas que começavam a causar espanto.
  • 3.  Considerando a era da eletricidade, o século viu surgir o telefone, o telégrafo sem fio, o aparelho de raios X, o cinema, o automóvel, o avião, invenções que ampliaram o domínio humano sobre o espaço e o tempo.  A ciência descobriu mundos invisíveis com o auxílio do microscópio: vírus, bactérias, seres minúsculos passaram a ser identificados como inimigos muitas vezes mortais.
  • 4.  A teoria da relatividade abalou certezas centenárias e provocou uma verdadeira revolução na física.  Quando Ainstein afirmou a relatividade do tempo e da distância, transformou o modo como as pessoas percebiam a realidade e avaliavam o universo.  Nada mais era definitivo, nada era certo.
  • 5.  Outro grande abalo para a sociedade europeia foi o surgimento da psicanálise.  Quando Freud identificou o inconsciente humano, revelou o impacto dessa força desconhecida sobre as noções tradicionais de identidade, personalidade, responsabilidade e consciência. Mais uma vez as certezas ruíram.
  • 6.  Os primeiros anos do séc. XX foram o cemitério no qual seriam enterradas as convicções do passado e o berço no qual nasceria um civilização marcada pela incerteza e pela relatividade.
  • 7. Vanguardas: ventos de inquietação e de mudança  Na três primeiras décadas do séc. XX, diferentes movimentos artísticos, denominados vanguardas, surgiram para estabelecer novas referências para a pintura, a literatura, a música e a escultura.  O novo século precisava criar as próprias referências estéticas.  Nascem os vários “ismos”: CUBISMO, FUTURISMO, EXPRESSIONISMO, DADAÍSMO E SURREALISMO.
  • 8.  Praticamente todas as vanguardas lançaram manifestos que divulgavam as propostas das novas formas de expressão artística e definiam estratégias formais para alcançá- las.
  • 9. O Projeto Artístico  Cada uma das vanguardas apresenta um projeto próprio, mas todas têm uma intenção em comum: romper radicalmente com os princípios que orientavam a produção artística do século XIX.  Podemos resumir o projeto artístico das vanguardas como um movimento ousado que quer libertar a arte da necessidade de representar a realidade de modo figurativo e linear.  Toda a produção artística de vanguarda terá um caráter de ruptura, de choque e de abertura.
  • 10. Os agentes do discurso  Nos últimos anos do séc. XIX, Paris é a capital cultural da Europa e pulsa com a agitação característica da Belle Époque.  A agitação cultural de Paris é imensa e é nesse contexto que as vanguardas são elaboradas.  Surgem então os manifestos como meio de dar maior visibilidade às propostas das diferentes vanguardas. O contexto de circulação dos manifestos é o jornal.
  • 11.  Ao lado dos manifestos, pinturas e esculturas começam a ser expostas em salões e galerias de arte, provocando grande impacto no público da época.
  • 12. As Vanguardas e o público  O espírito agressivo das vanguardas, anunciado no manifesto do futurismo, é confirmado pela reação, de modo geral, horrorizada do público à apresentação da primeira obra cubista: o quadro “As senhoras de avignon” de Pablo Picasso, que mostra cinco prostitutas nuas, com o rosto e o corpo deformados.
  • 13.
  • 14. CUBISMO  O quadro revela de um modo revolucionário de representar a realidade, rompendo com os conceitos tradicionais de harmonia, proporção, beleza e perspectiva. Com essa obra nasce a pintura cubista, e o seu criador, Pablo Picasso, será o grande mestre do Cubismo, que marcou a arte do séc. XX. Além dele, também se destacarão Georges Braque e Juan Gris.
  • 16.  É na poesia que a literatura cubista ganha forma. Explorando a associação entre ilogismo, simultaneidade, instantaneísmo e humor, os poetas cubistas buscam criar novas perspectivas e afirmar a necessidade de manter as coisas permanente relação. hípica Saltos records Cavalos da penha Correm jóqueis de Higienópolis Os magnatas As meninas E a orquestra toca Chá Na sala de cocktails (Oswald de Andrade)
  • 17.  A composição do poema é claramente cubista.  Para retratar o ambiente de uma corrida de cavalos na hípica, o eu-lírico promove uma “sobreposição” de imagens que deslocam o olhar do leitor da pista, onde estão cavalos e jóqueis, para o público entretido pela orquestra.  O resultado é uma imagem multifacetada, composta de fragmentos de diferentes planos da realidade.
  • 18. FUTURISMO  EM 1909, A Europa é surpreendida pelo surgimento de uma nova vanguarda: o Futurismo.  Com propostas mais organizadas que o Cubismo, o Futurismo é divulgado através de um manifesto assinado pelo seu líder, Filippo Tommaso Marinetti.
  • 19.  Marinetti lança mais de 30 manifestos definindo os aspectos da nova vanguarda.  Em todos, mesma proposta violenta de destruição total do passado; o mesmo fascínio pela guerra que promove a aniquilação dos símbolos do passado; a mesma exaltação pelas formas do mundo moderno: automóveis, aviões, em um eterno culto à velocidade que Marinetti, fascinado pelas novas tecnologias, vê como força mística.
  • 20.
  • 21.  Os futuristas exaltam “bofetada e o soco” como meio de despertar o público da passividade em que se encontra.  Por que o desejo de destruição, o fascínio pela guerra, o amor à violência?
  • 22.  A exaltação da violência pode ser interpretada como um desejo de levar a humanidade a um ponto sem retorno.  A violência que destrói as certezas e os modelos obriga o leitor a reagir.  O processo de recepção da nova arte passa a ser, assim, mais dinâmico e interativo.  Marinetti recomenda que os textos futuristas destruam a sintaxe, recomenda abolir a pontuação, os adjetivos e os advérbios.  O objetivo é sempre o mesmo: impedir que a literatura continue a exaltar a imobilidade pensativa.
  • 23.  O lado sombrio do Futurismo surge, na Itália, com a chegada de Mussolini ao poder.  O fascínio de Marinetti pela violência e pela guerra, aliado a um patriotismo exacerbado, faz com que transforme o movimento em uma espécie de porta-voz do regime fascista, a partir de 1919.
  • 24. EXPRESSIONISMO  Alemanha 1910: o expressionismo surge como uma nova vanguarda toma forma, apresentando-se como reação à estética impressionista de valorização sensorial.  A base do expressionismo é o resultado de um processo criativo que supõe a perda do controle consciente durante a produção da obra de arte.
  • 25.  A realidade não deve mais ser percebida em planos distintos (físico, psíquico, etc.), mas sim transformada em expressão.  O movimento expressionista é bastante influenciado pela 1º Guerra Mundial, e seus quadros ressaltam um lado obscuro da humanidade, retratando faces marcadas pela angústia e pelo medo.  A mais conhecida tela expressionista é “O grito”, de Edvard Munch.
  • 26.
  • 27.  Na tela “O grito”, as linhas retorcidas e as cores fortes contribuem para criar um clima de aflição e angústia que parecem ecoar no grito que dá nome à obra.  Em seu diário, Munch escreve sobre o entardecer de Nordstrand, cidade da Noruega, que inspirou o quadro:  “Eu estava a passear cá fora com dois amigos e o sol começava a pôr-se – de repente o céu ficou vermelho, cor de sangue – Eu parei, sentia- me exausto e apoiei-me a uma cerca – havia sangue e línguas de fogo por cima do fiorde azul-escuro e da cidade – os meus amigos continuaram a andar e eu ali fiquei, de pé, a tremer – e senti um grito infindável atravessar a natureza”.
  • 28.  Os poetas expressionistas aborda, em suas obras, a derrocada do mundo burguês e capitalista, denunciando um universo em crise e a sensação de impotência do homem preso em um mundo “sem alma”.  Há nos textos expressionistas um forte caráter negativista, fazendo com que muitas vezes a representação do mundo se faça de forma grotesca e deformada.
  • 29.  A literatura expressionista cria também imagens distorcidas da realidade para traduzir as vivências humanas.  Uma passagem do romance Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade, flagra o impacto da Floresta da Tijuca em Fräulein Elza. Contemplando o espetáculo magnífico da natureza brasileira, a alemã é tomada por sensações e impressões que alteram o modo como vê montanhas e árvores.
  • 30. A luz delirava, apressada a um vago aviso da tarde. Era tal e tanta que embaçava de ouro a amplidão. Se via tudo de longe num halo que divinizava e afastava as coisas mais. Lassitude. No quiriri tecido de ruidinhos abafados, a cidade se movia pesada, lerda. O mar parava azul. [...] Fräulein botara os braços cruzados no parapeito de pedra, fincara o mento aí, nas carnes rijas. E se perdia. Os olhos dela pouco a pouco se fecharam, cega duma vez. A razão pouco a pouco escampou. Desapareceu por fim, escorraçada pela vida excessiva dos sentidos. Das partes profundas do ser lhe viam apelos vagos e decretos fracionados. Se misturavam animalidades e invenções geniais. [...] Adquirira enfim uma alma vegetal. ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo. 18. ed. Belo Horizonte: Vila Rica, 1992. p. 120. (Fragmento)
  • 31. DADAÍSMO  Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, o romeno Tristan Tzara espanta o mundo com mais uma vanguarda: o Dadaísmo ou Dadá, a mais radical e a menos compreensível de todas as vanguardas.  O Dadá vem para abolir de vez a lógica, a organização, o olhar racional, dando à arte um caráter de espontaneidade total.
  • 32.  A falta de sentido já é anunciada no nome escolhido para a vanguarda. Dizia Tzara que dada, palavra que encontrou casualmente num dicionário, pode significar: rabo de vaca santa, mãe; certamente; ama- de-leite. Mas acabou afirmando, no movimento dadaísta: DADÁ NÃO SIGNIFICA NADA.
  • 33.  O principal problema de todas as manifestações artísticas está, segundo os dadaístas, em almejar algo impossível: explicar o ser humano. Em mais uma afirmação retumbante, Tzara decreta: “A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta.”  A falta de lógica e a espontaneidade alcançam na literatura sua expressão máxima.  Em seu último manifesto, Tzara diz que o grande segredo da poesia é que “o pensamento se faz na boca”. para orientar melhor seus seguidores, cria uma receita para fazer um poema dadaísta.
  • 34. Receita de poema dadaísta Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
  • 35.  Embora muitas das propostas dadaístas pareçam infantis aos olhos contemporâneos, é preciso levar em consideração o momento em que surgiram. Em uma Europa caótica e em guerra, insistir na falta de lógica e na gratuidade dos acontecimentos talvez não fosse um absurdo, mas o espelho crítico de uma realidade incômoda.
  • 36. SURREALISMO  O Surrealismo foi, cronologicamente, o último movimento da vanguarda europeia do início do século XX. Note como André Breton (1896 – 1966), autor do primeiro manifesto surrealista, definiu o movimento:  Surrealismo, s.m. Automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento.
  • 37. A persistência da memória (1931), de Salvador Dalí.
  • 38.  “O Surrealismo não é um estilo. É o grito da mente que se volta para si mesma.” Assim o ator e escritor Antonin Artaud definiu essa vanguarda.  Fortemente ligado às artes visuais, o Surrealismo é uma vanguarda interessada em adquirir um maior conhecimento do ser humano.
  • 39.  Seus seguidores pretendem, por meio da valorização da fantasia, do sonho, do interesse pela loucura, liberar o inconsciente humano, terreno fértil e ainda muito pouco explorado.  O fascínio pelo inconsciente e por todas as formas que vão além da realidade objetiva aproxima os surrealistas da teoria psicanalítica de Sigmund Freud.
  • 40. As bases da Psicanálise: o modelo freudiano  Freud propôs um modelo explicativo para a estrutura de nosso “sistema” psíquico. O comportamento humano é visto, nessa teoria, como o resultado da interação entre três partes: id, ego e superego.  O id seria o lado mais agressivo e animalesco, dominado pelos desejos de natureza sexual e livre das imposições culturais e sociais. O id leva a buscar sempre o prazer.  O ego, domínio da percepção, do pensamento e do controle motor, é o encarregado de encontrar formas de alcançar a realização do desejo contido no id.  O superego funciona como o censor do id. É nele que ficam guardadas as proibições, as regras socialmente impostas ao indivíduo.
  • 41.  Os surrealistas veem a teoria de Freud como sinal de que há muito a ser descoberto sobre o ser humano. Eles acreditam que a razão não é o melhor instrumento para essas descobertas, porque ela ignora nosso universo inconsciente. Por isso, as manifestações artísticas que produzem são um desafio evidente à organização racional do mundo.
  • 42.  O grande nome da literatura surrealista é André Breton. Em 1924, ele publica em Paris o Manifesto do Surrealismo, em que define o espírito e os objetivos da nova vanguarda.  Na literatura, a liberação do inconsciente deve ser alcançada com o auxílio da escrita automática. No Manifesto, André Breton ensina como usar o automatismo para fazer emergir o inconsciente.
  • 43. [...] Mandem trazer algo com que escrever, depois de se haverem estabelecido em um lugar tão favorável quanto possível à concentração do espírito sobre si mesmo. Ponham-se no estado mais passivo, ou receptivo que puderem. Façam abstração de seus gênios, de seus talentos e dos de todos os outros. Digam a si mesmos que a literatura é um dos: mais tristes caminhos que levam a tudo. Escrevam depressa, sem um assunto preconcebido, bastante depressa para não conterem e não serem tentados a reler. A primeira frase virá sozinha, tanto é verdade que a cada segundo é uma frase estrangeira ou estranha a nosso pensamento consciente que só pede para se exteriorizar.[...] BRE TON, André.
  • 44.  O resultado desse processo é sempre um texto em que as relações lógicas não servem de apoio para o leitor, porque as imagens criadas não encontram equivalente no mundo conhecido. Privado das bases racionais de análise, não resta ao leitor outra saída a não ser entregar-se ao universo de sonho proposto pelo texto.
  • 45. No Brasil, o Surrealismo lança suas raízes na obra do modernista Murilo Mendes, que procura, em vários poemas, construir imagens que trazem à tona o misterioso inconsciente. Aproximação do terror I Dos braços do poeta Pende a ópera do mundo (Tempo, cirurgião do mundo): O abismo bate palmas, A noite aponta o revólver. Ouço a multidão, o coro do universo, O trote das estrelas Já nos subúrbios da caneta: As rosas perderam a fala. Entrega-se a morte a domicílio. Dos braços… Pende a ópera do mundo.
  • 46.  A sucessão de imagens apresentadas no poema não permite que o leitor componha um quadro único, racional, em que possa perceber as relações lógicas entre as sequências.  a atmosfera criada lembra o espaço do sonho, em que acontecimentos totalmente não relacionados se apresentam encadeados, como se fossem uma sequência lógica.
  • 47. A HERANÇA BRASILEIRA DAS VANGUARDAS  A principal herança das vanguardas europeias para a literatura brasileira, além da influencia localizada que algumas delas exerceram sobre certos poetas e escritores, é o impulso de destruir os modelos arcaicos, desafiar o gosto estabelecido e propor um olhar inovador para o mundo.  Ruptura e transformação: dois termos que definem bem o espírito da primeira geração modernista.
  • 48.  Com suas propostas agressivas, iconoclastas, desafiadoras, as vanguardas libertaram a arte dos modelos que, durante séculos, dominaram o olhar dos artistas para a realidade. Em resumo, criaram uma nova arte para um novo mundo e uma nova humanidade.
  • 49. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: ABAURRE, Maria Luiza. Vanguardas culturais europeias. In: Português: contexto, interlocução e sentido. São Paulo: Moderna, 2008. (volume 1). (p. 30-43).