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1
Françoise Dolto nos diz que há um jogo do desejo que
é jogado com cartas marcadas pelos desejos dos pais.
De fato, antes de nascer já vivemos no desejo e na
fantasia de nossos pais.
Com isto buscamos corresponder a seus ideais e
jogamos com nossos desejos, com o que podemos
realizar e com o que nos é interditado, seguindo
modelos familiares e aprendendo a esperar e adiar
nossos desejos.
Buscamos o amor e aprovação de nossa família!
                                                     2
A criança nasce sem ter consciência de si e muito menos do
que pode e não pode fazer.
É jogando o jogo da vida, desta vez, um jogo de regras, que é
assimilado gradativamente, que a criança vai se tornar uma
pessoa, um sujeito e um cidadão.
Como todo jogo, o jogo da vida tem seus componentes: o
objetivo esperado e algumas estratégias básicas para garantir o
bom desempenho do jogador. Ter sucesso e ser feliz na vida.
Nessa analogia entre viver e jogar, concordaremos , que,
apesar de todo um planejamento prévio, o jogo se decide à
medida que o jogamos.
E esse jogo às vezes é um jogo de perde/ganha!!
                                                            3
Nesse jogo se aceita perder prazeres que devem ser
ultrapassados para se ganhar prazeres mais evoluídos.
Assim, a criança deve aceitar o desmame e
assimilar a falta do prazer oral de sugar, para sair
do corpo a corpo direto com a mãe, da dependência
quase total dela, para poder criar um circuito de
comunicação mais à distância que inclui a
linguagem e palavras para expressar seus desejos e
pedidos.
Muitas crianças que mamam até depois da idade de
2 anos, custam a se apropriar das palavras, pois não
conseguiram aceitar as regras desse jogo de perder
para ganhar......                                       4
As regras do jogo da vida são os limites e aprovações
de conduta que os pais transmitem a seus filhos.

   É através da colocação dos não-podes frente ao
   podes desejar, através do confronto dos deveres,
   interdições e direitos, que a criança vai mais
   além do tornar-se sujeito e se constitui ser social.
   Cidadão de sua cultura.
   Aí surgem: os não podes mais mamar... Não
   podes mais usar fraldas..... Não podes mais fazer
   birras e se opor às ordens do adulto como aos 3
   anos.....                                       5
O adulto estabelece limites, ensina a aceitar a falta, sem se
deixar manipular, porque se sente em falta com o filho .

     É dilema do adulto: Como lidar com os
     argumentos da criança que tem cada vez mais
     informações e consegue utilizá-las a seu bel
     prazer?
     Como fazê-la aceitar ser um sujeito faltante
     com compromisso com a ética social?
     Aliás, a falta é algo que nossa sociedade tem
     procurado negar em vários âmbitos e daí, a
     dificuldade, até dos adultos, para colocá-la
     como um bem maior para o desenvolvimento.
                                                                6
Os adultos nem sempre aceitam as próprias faltas....
Para tapar os buracos e encobrir a falta inventamos variada
tecnologia:
  O PROSAC – a felicidade em pílula
O VIAGRA – o sexo inesgotável
      A RITALINA – o freio da hipercinesia
   O SILICONE – o mago da estética
       A MALHAÇÃO – a juventude eterna
     A PROLIFERAÇÃO DAS RELIGIÕES – a
onipotência de Deus como aliado até para assuntos
absolutamente pragmáticos como o enriquecer...
                                                        7
A primeira regra no estabelecimento de
limites é que se deve aceitá-los para ser capaz
de transmiti-los.
A segunda é que se deve colocá-los repetidas
vezes, lógico que com paciência, de modo
progressivo, respeitando as capacidades de
aceitar as perdas, frustrações e faltas
crescentes com a idade.                    8
É importantíssimo para a criança, desde pequena,
compreender que os pais constróem regras para
proteger, organizar e facilitar a vida delas. Os filhos
devem confiar nisso.
 Deve ser lei para a criança respeitar e obedecer a seus
pais, para ao longo de seu desenvolvimento, pais e
filhos poderem discutir as regras dessa obediência, até
que, com o passar do tempo, essa lei possa se tornar
um grande, profundo e incomparável laço de família.
                                                    9
10
Dar a segurança básica e ter algum interesse fora do
cuidado da criança para que ele não seja uma redoma
que a prende.


   Recém-nascido
   Na primeira fase do bebê, a
   amamentação em intervalos regulares
   faz com que ele saiba que a mãe vai,
   mas volta. Esse contato com a ausência
   é o início de uma organização emocional
   e temporal que gradualmente vai se
   estabelecer. É o início de aceitar a falta.   11
Promover o desenvolvimento e os cortes necessários para
crescer.

0 a 3 anos
Nessa fase, a criança não tem noção de
regras e infração. É preciso ser objetivo nas
ordens, usando mais a ação do que a
palavra. Em vez de dizer "não mexa", tire,
delicadamente, a mão da criança do objeto.
Ela deve ter horários certos para comer e
dormir e guardar brinquedos junto com um
adulto. Deve ser desmamada e aceitar o
treino de higiene.                                        12
O jogo da vida já pode ser compreendido como um jogo
  de regras.


3 a 7 anos
A criança espera que os adultos lhe dêem
ordens e determinem o certo e o errado.
Aproveite essa fase para fixar melhor a rotina e
estabelecer hábitos saudáveis. Delimite espaços
em que a criança pode fazer bagunça (como o
quarto dela) e aqueles que devem permanecer
intactos (como a sala). Dê à criança direitos de
escolha onde for possível.                     13
Pode-se buscar reciprocidade, a criança já consegue se
  colocar no lugar do outro, ver o ponto de vista dos pais e
  adultos.
7 aos 12 anos
A criança começa a internalizar as regras, ainda
encaradas como "coisa de adulto". É hora de
explicar os porquês das exigências, mas sem
abrir mão do cumprimento das consideradas
importantes. Essa é uma boa fase para
estabelecer direitos e deveres, horários para as
atividades escolares, de lazer e sono: ela já tem
o "direito" de ir a festas com os amigos, contanto
que cumpra o "dever" de voltar no horário
combinado.
                                                          14
Colocar limites e respeitar a criança não são
coisas incompatíveis.
Mas conseguir o equilíbrio entre esses dois
elementos é sempre tarefa delicada.
O adulto tem que se conscientizar que é
inconveniente se colocar limites:
•   com raiva,
•   com pressa,
•   nos momentos de cansaço,
•   na presença de terceiros..                  15
MODELO:
Não há como passar limites do tipo: “Faça o que
eu digo, não faça o que eu faço” Ex: Mentir. (ao
telefone se usa a mentira “social” – “Diga que não
estou” – e isso é uma mentira sempre...).
O adulto tem que ser confiável e mostrar que está
submetido a regras.

                                               16
MENSAGENS CLARAS
Dar mensagens claras e curtas usando palavras que a
criança pode compreender.
Dar preferência aos combinados. A regra que a criança
ajuda a elaborar tende a ser assumida como dela. Isso
funciona bastante bem na escola.
Falar muito, às vezes leva a perder a mensagem
central.                                         17
SER COERENTE E CONFIÁVEL
Coerente no sentido de consistente (limite inserido na
situação e não porque se está com raiva ou porque já
se sabe que aquela criança sempre dá trabalho).
Manter as proibições, mas também as promessas.
Constante: o não é sempre não, e é para todos os
momentos e todas as pessoas.
(Ex: No restaurante, não, mas em casa pode falar com
a boca cheia).                                    18
CORRIGIR O COMPORTAMENTO
É o comportamento que está errado e não se
deve atacar a personalidade da criança: “Você
não é bonzinho, ou é feio” Não humilhar diante
dos outros. Condenar o ato em si e não a criança.




                                                19
CONTENÇÃO FIRME

Por exemplo, nas agressões, dar limite claro e
direto, mostrar firmeza e decisão – autoridade
– sem ser impositivo em excesso. Até segurar
corporalmente, pois muita explicação não
adianta na atuação

                                             20
Quando as palavras não surtirem mais efeito,
as crianças precisam perceber que por trás
delas há uma ação (atitude) não só no sentido
de punição, mas de contenção, dando um
“basta!” a algo que foi longe demais.
Não é errado conter fisicamente a criança, desde
que seja com firmeza e amor.
                                               21
COERÊNCIA NO AMBIENTE
É necessário utilizar uma balança
equilibrada, não ter dois pesos e duas
medidas. Isso implica em afinidade pai e
mãe, afinidade pais e escola: ALIANÇA e
CONFIANÇA mútuas. Um não pode
contradizer o outro, principalmente na
frente da criança.                         22
SATISFAÇÃO PESSOAL
 Associar uma norma necessária a uma
sensação de bem-estar, de satisfação pessoal
ao cumpri-la. Ex: Organizar o quarto para
nossa casa ficar mais legal.


                                          23
Deve-se ajudar a criança a compreender
o porquê das exigências e das
interdições, a aceitar se submeter pelo
desejo de crescer e de entrar na
sociedade dos adultos. Nunca a
obediência pelo medo! E sim pela
identificação (quero ser como aquele que
admiro) ou pela satisfação de ser ético.
                                    24
EXPRESSAR OS SENTIMENTOS
Deixar a criança expressar sua raiva/desapontamento
(irmão mais novo não se impõe amar).
Compreender o sentimento, a decepção, mas manter a
posição.
A criança pode falar de sua frustração e decepção,
inclusive de sua raiva, mesmo sabendo que vai ter que
obedecer algum limite.
                                                 25
POSSIBILIDADE DE REPARAÇÃO
As pequenas punições podem ser uma
ajuda, quando não derem à criança uma
imagem ruim de si mesma, e sim, o
exemplo de uma consequência.
Algumas crianças parecem pedir para ser
castigadas...
                                          26
As punições não devem ser radicais, por exemplo, se
proíbe por certo tempo o vídeo game ou computador e
não por semanas ou até um mês. O castigo deve ser:
   a) Oportuno: escolhendo o momento mais propício
para o impor, depois de passada a ira dos pais e filhos.
    b) Justo: sem exceder os limites do que é razoável.
    c) Prudente: sem nos deixarmos levar pela ira.
    d) Carinhoso na forma: para que a criança
compreenda que o castigo lhe é imposto para seu bem.
                                                   27
NEGOCIAR
Negociar diante de algum imprevisto ou situação
de exceção, explicando porque se cede ou se
abre mão de uma regra, para não passar
ambiguidade. Ex: “Hoje o padrinho está aqui,
pode dormir mais tarde”. Ou deixar a criança
escolher a hora do comercial para tomar banho e
não perder o desenho.                      28
ESTABELECER COMBINADOS
 Na escola principalmente, a regra tende a ser
assumida como sendo do da criança e não
apenas do adulto ou da instituição.
 Há apropriação dela, como co-responsável.
Quando a rompe, por exemplo, com agressão, é
necessário re-explicar a regra, verbalizar e
revalidar o comportamento correto.           29
TEMPO E PACIÊNCIA
Dar tempo para integrar as aprendizagens. Ter
paciência e se policiar para não fazer por elas
algo, achando que elas não podem fazer porque
ainda não sabem fazer bem feito.
Muitos pais não aceitam o ritmo mais lento de
uma criança e a atropelam fazendo por ela o que
poderiam conseguir realizar por si mesmas.  30
COMPREENDER A OPOSIÇÃO
Períodos de oposição vão existir, são
NECESSÁRIOS para se afirmar, e
INEVITÁVEIS (a criança vai testar a realidade,
a validade das regras, a Autoridade).
A educação democrática permite expressar o que
se pensa e sente, mas tem regras para situar a
criança no social.                         31
QUALIDADE DA RELAÇÃO
Toda criança tem necessidade de ser amada, o
que não quer dizer pegar no colo a toda hora,
ser beijada, mimada, mas apreciada como ela
é, que seja reconhecida pelo que ela é, que se
fique satisfeito e interessado no que ela faz.
Ela se sente então “boa”, “adequada”. (ex:
menino que mostra desenho e o adulto aprecia)
                                            32
O jogo da vida com regras facilita que o jogo
com os desejos seja mais claro e que se possa
realizar o possível, adiar o momentaneamente
impossível e acatar o interditado.
Os pais ajudam os filhos a compreender que não
somos tudo, não podemos tudo, e que aquilo
que podemos não é sempre possível, a todo o
momento.                                    33
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Limites e pais

  • 1. 1
  • 2. Françoise Dolto nos diz que há um jogo do desejo que é jogado com cartas marcadas pelos desejos dos pais. De fato, antes de nascer já vivemos no desejo e na fantasia de nossos pais. Com isto buscamos corresponder a seus ideais e jogamos com nossos desejos, com o que podemos realizar e com o que nos é interditado, seguindo modelos familiares e aprendendo a esperar e adiar nossos desejos. Buscamos o amor e aprovação de nossa família! 2
  • 3. A criança nasce sem ter consciência de si e muito menos do que pode e não pode fazer. É jogando o jogo da vida, desta vez, um jogo de regras, que é assimilado gradativamente, que a criança vai se tornar uma pessoa, um sujeito e um cidadão. Como todo jogo, o jogo da vida tem seus componentes: o objetivo esperado e algumas estratégias básicas para garantir o bom desempenho do jogador. Ter sucesso e ser feliz na vida. Nessa analogia entre viver e jogar, concordaremos , que, apesar de todo um planejamento prévio, o jogo se decide à medida que o jogamos. E esse jogo às vezes é um jogo de perde/ganha!! 3
  • 4. Nesse jogo se aceita perder prazeres que devem ser ultrapassados para se ganhar prazeres mais evoluídos. Assim, a criança deve aceitar o desmame e assimilar a falta do prazer oral de sugar, para sair do corpo a corpo direto com a mãe, da dependência quase total dela, para poder criar um circuito de comunicação mais à distância que inclui a linguagem e palavras para expressar seus desejos e pedidos. Muitas crianças que mamam até depois da idade de 2 anos, custam a se apropriar das palavras, pois não conseguiram aceitar as regras desse jogo de perder para ganhar...... 4
  • 5. As regras do jogo da vida são os limites e aprovações de conduta que os pais transmitem a seus filhos. É através da colocação dos não-podes frente ao podes desejar, através do confronto dos deveres, interdições e direitos, que a criança vai mais além do tornar-se sujeito e se constitui ser social. Cidadão de sua cultura. Aí surgem: os não podes mais mamar... Não podes mais usar fraldas..... Não podes mais fazer birras e se opor às ordens do adulto como aos 3 anos..... 5
  • 6. O adulto estabelece limites, ensina a aceitar a falta, sem se deixar manipular, porque se sente em falta com o filho . É dilema do adulto: Como lidar com os argumentos da criança que tem cada vez mais informações e consegue utilizá-las a seu bel prazer? Como fazê-la aceitar ser um sujeito faltante com compromisso com a ética social? Aliás, a falta é algo que nossa sociedade tem procurado negar em vários âmbitos e daí, a dificuldade, até dos adultos, para colocá-la como um bem maior para o desenvolvimento. 6
  • 7. Os adultos nem sempre aceitam as próprias faltas.... Para tapar os buracos e encobrir a falta inventamos variada tecnologia: O PROSAC – a felicidade em pílula O VIAGRA – o sexo inesgotável A RITALINA – o freio da hipercinesia O SILICONE – o mago da estética A MALHAÇÃO – a juventude eterna A PROLIFERAÇÃO DAS RELIGIÕES – a onipotência de Deus como aliado até para assuntos absolutamente pragmáticos como o enriquecer... 7
  • 8. A primeira regra no estabelecimento de limites é que se deve aceitá-los para ser capaz de transmiti-los. A segunda é que se deve colocá-los repetidas vezes, lógico que com paciência, de modo progressivo, respeitando as capacidades de aceitar as perdas, frustrações e faltas crescentes com a idade. 8
  • 9. É importantíssimo para a criança, desde pequena, compreender que os pais constróem regras para proteger, organizar e facilitar a vida delas. Os filhos devem confiar nisso. Deve ser lei para a criança respeitar e obedecer a seus pais, para ao longo de seu desenvolvimento, pais e filhos poderem discutir as regras dessa obediência, até que, com o passar do tempo, essa lei possa se tornar um grande, profundo e incomparável laço de família. 9
  • 10. 10
  • 11. Dar a segurança básica e ter algum interesse fora do cuidado da criança para que ele não seja uma redoma que a prende. Recém-nascido Na primeira fase do bebê, a amamentação em intervalos regulares faz com que ele saiba que a mãe vai, mas volta. Esse contato com a ausência é o início de uma organização emocional e temporal que gradualmente vai se estabelecer. É o início de aceitar a falta. 11
  • 12. Promover o desenvolvimento e os cortes necessários para crescer. 0 a 3 anos Nessa fase, a criança não tem noção de regras e infração. É preciso ser objetivo nas ordens, usando mais a ação do que a palavra. Em vez de dizer "não mexa", tire, delicadamente, a mão da criança do objeto. Ela deve ter horários certos para comer e dormir e guardar brinquedos junto com um adulto. Deve ser desmamada e aceitar o treino de higiene. 12
  • 13. O jogo da vida já pode ser compreendido como um jogo de regras. 3 a 7 anos A criança espera que os adultos lhe dêem ordens e determinem o certo e o errado. Aproveite essa fase para fixar melhor a rotina e estabelecer hábitos saudáveis. Delimite espaços em que a criança pode fazer bagunça (como o quarto dela) e aqueles que devem permanecer intactos (como a sala). Dê à criança direitos de escolha onde for possível. 13
  • 14. Pode-se buscar reciprocidade, a criança já consegue se colocar no lugar do outro, ver o ponto de vista dos pais e adultos. 7 aos 12 anos A criança começa a internalizar as regras, ainda encaradas como "coisa de adulto". É hora de explicar os porquês das exigências, mas sem abrir mão do cumprimento das consideradas importantes. Essa é uma boa fase para estabelecer direitos e deveres, horários para as atividades escolares, de lazer e sono: ela já tem o "direito" de ir a festas com os amigos, contanto que cumpra o "dever" de voltar no horário combinado. 14
  • 15. Colocar limites e respeitar a criança não são coisas incompatíveis. Mas conseguir o equilíbrio entre esses dois elementos é sempre tarefa delicada. O adulto tem que se conscientizar que é inconveniente se colocar limites: • com raiva, • com pressa, • nos momentos de cansaço, • na presença de terceiros.. 15
  • 16. MODELO: Não há como passar limites do tipo: “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço” Ex: Mentir. (ao telefone se usa a mentira “social” – “Diga que não estou” – e isso é uma mentira sempre...). O adulto tem que ser confiável e mostrar que está submetido a regras. 16
  • 17. MENSAGENS CLARAS Dar mensagens claras e curtas usando palavras que a criança pode compreender. Dar preferência aos combinados. A regra que a criança ajuda a elaborar tende a ser assumida como dela. Isso funciona bastante bem na escola. Falar muito, às vezes leva a perder a mensagem central. 17
  • 18. SER COERENTE E CONFIÁVEL Coerente no sentido de consistente (limite inserido na situação e não porque se está com raiva ou porque já se sabe que aquela criança sempre dá trabalho). Manter as proibições, mas também as promessas. Constante: o não é sempre não, e é para todos os momentos e todas as pessoas. (Ex: No restaurante, não, mas em casa pode falar com a boca cheia). 18
  • 19. CORRIGIR O COMPORTAMENTO É o comportamento que está errado e não se deve atacar a personalidade da criança: “Você não é bonzinho, ou é feio” Não humilhar diante dos outros. Condenar o ato em si e não a criança. 19
  • 20. CONTENÇÃO FIRME Por exemplo, nas agressões, dar limite claro e direto, mostrar firmeza e decisão – autoridade – sem ser impositivo em excesso. Até segurar corporalmente, pois muita explicação não adianta na atuação 20
  • 21. Quando as palavras não surtirem mais efeito, as crianças precisam perceber que por trás delas há uma ação (atitude) não só no sentido de punição, mas de contenção, dando um “basta!” a algo que foi longe demais. Não é errado conter fisicamente a criança, desde que seja com firmeza e amor. 21
  • 22. COERÊNCIA NO AMBIENTE É necessário utilizar uma balança equilibrada, não ter dois pesos e duas medidas. Isso implica em afinidade pai e mãe, afinidade pais e escola: ALIANÇA e CONFIANÇA mútuas. Um não pode contradizer o outro, principalmente na frente da criança. 22
  • 23. SATISFAÇÃO PESSOAL Associar uma norma necessária a uma sensação de bem-estar, de satisfação pessoal ao cumpri-la. Ex: Organizar o quarto para nossa casa ficar mais legal. 23
  • 24. Deve-se ajudar a criança a compreender o porquê das exigências e das interdições, a aceitar se submeter pelo desejo de crescer e de entrar na sociedade dos adultos. Nunca a obediência pelo medo! E sim pela identificação (quero ser como aquele que admiro) ou pela satisfação de ser ético. 24
  • 25. EXPRESSAR OS SENTIMENTOS Deixar a criança expressar sua raiva/desapontamento (irmão mais novo não se impõe amar). Compreender o sentimento, a decepção, mas manter a posição. A criança pode falar de sua frustração e decepção, inclusive de sua raiva, mesmo sabendo que vai ter que obedecer algum limite. 25
  • 26. POSSIBILIDADE DE REPARAÇÃO As pequenas punições podem ser uma ajuda, quando não derem à criança uma imagem ruim de si mesma, e sim, o exemplo de uma consequência. Algumas crianças parecem pedir para ser castigadas... 26
  • 27. As punições não devem ser radicais, por exemplo, se proíbe por certo tempo o vídeo game ou computador e não por semanas ou até um mês. O castigo deve ser: a) Oportuno: escolhendo o momento mais propício para o impor, depois de passada a ira dos pais e filhos. b) Justo: sem exceder os limites do que é razoável. c) Prudente: sem nos deixarmos levar pela ira. d) Carinhoso na forma: para que a criança compreenda que o castigo lhe é imposto para seu bem. 27
  • 28. NEGOCIAR Negociar diante de algum imprevisto ou situação de exceção, explicando porque se cede ou se abre mão de uma regra, para não passar ambiguidade. Ex: “Hoje o padrinho está aqui, pode dormir mais tarde”. Ou deixar a criança escolher a hora do comercial para tomar banho e não perder o desenho. 28
  • 29. ESTABELECER COMBINADOS Na escola principalmente, a regra tende a ser assumida como sendo do da criança e não apenas do adulto ou da instituição. Há apropriação dela, como co-responsável. Quando a rompe, por exemplo, com agressão, é necessário re-explicar a regra, verbalizar e revalidar o comportamento correto. 29
  • 30. TEMPO E PACIÊNCIA Dar tempo para integrar as aprendizagens. Ter paciência e se policiar para não fazer por elas algo, achando que elas não podem fazer porque ainda não sabem fazer bem feito. Muitos pais não aceitam o ritmo mais lento de uma criança e a atropelam fazendo por ela o que poderiam conseguir realizar por si mesmas. 30
  • 31. COMPREENDER A OPOSIÇÃO Períodos de oposição vão existir, são NECESSÁRIOS para se afirmar, e INEVITÁVEIS (a criança vai testar a realidade, a validade das regras, a Autoridade). A educação democrática permite expressar o que se pensa e sente, mas tem regras para situar a criança no social. 31
  • 32. QUALIDADE DA RELAÇÃO Toda criança tem necessidade de ser amada, o que não quer dizer pegar no colo a toda hora, ser beijada, mimada, mas apreciada como ela é, que seja reconhecida pelo que ela é, que se fique satisfeito e interessado no que ela faz. Ela se sente então “boa”, “adequada”. (ex: menino que mostra desenho e o adulto aprecia) 32
  • 33. O jogo da vida com regras facilita que o jogo com os desejos seja mais claro e que se possa realizar o possível, adiar o momentaneamente impossível e acatar o interditado. Os pais ajudam os filhos a compreender que não somos tudo, não podemos tudo, e que aquilo que podemos não é sempre possível, a todo o momento. 33
  • 34. 34