Este documento apresenta um programa de vigilância e controle do tracoma no município de Crateús, Ceará. O programa inclui uma oficina de capacitação para profissionais de saúde sobre a doença, seus aspectos clínicos e estratégias de tratamento, incluindo inquérito epidemiológico, uso de azitromicina e acompanhamento dos casos. O objetivo é identificar e tratar casos ativos e referenciar casos sequelares para cirurgia, visando eliminar a doença na região.
1. PROGRAMA DE VIGILÂNCIA E
CONTROLE DO TRACOMA NO
MUNICÍPIO DE CRATEÚS
- OFICINA DE CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DE
SAÚDE -
Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário
Coordenador de Vigilância à Saúde
18. 1978 – Programa de Prevenção da Cegueira;
1987 – Esquema de Classificação Simplificado;
1998 – Azitromicina;
1997/1999 – 2020 Para a eliminação global do tracoma
29. AGENTE ETIOLÓGICO:
Chlamydia Trachomatis (A, B, Ba e C = Tracoma, A e K =
conjuntivite, uretrites e cervicites, L1, L2 e L3 = Linfog.
Venéreo):
- Células do epitélio colunar;
- 2 estágios de vida: Corpo elementar e Corpo Reticulado
30. AGENTE ETIOLÓGICO:
Corpo Elementar
(CE) - Extracelular
Fagocitose do CE
CE
-Reorganização do DNA;
- Síntese de RNA;
- Síntese Proteica
Corpo Reticular (CR)
-Reorganização do DNA;
- Síntese de RNA;
- Síntese Proteica;
- Formação de antígenos
de membrana
-Condensação do DNA
CR CE
- Elevação no número de
CE
Ruptura da
membrana celular
Tempo
(Horas)
Valores aproximados
36. HISTÓRIA NATURAL
INFECÇÃO
CONJUNTIVITE
MUCUPURULENTA LEVE
AUTOLIMITADA
7 a10 dias REINFECÇÕES
INFLAMAÇÃO CRÔNICA
(FORMAÇÃO DE
FOLÍCULOS E
HIPERTORFIA DA
CONJUNTIVA TARSAL)
FIBROSE E FORMAÇÃO
DE TECIDO CICATRICIAL
NA CONJUNTIVA
SUBTARSAL
RETRAÇÃO E INVERSÃO
DA MARGEM
PALPEBRAL (ENTRÓPIO)
CÍLIOS EM ATRITO COM
A CÓRNEA E
CONJUNTIVA (TRIQÍASE)
NEOVASCULARIZAÇÃO,
CERATOCONJUNTIVETE,
OPACIFICAÇÃO DA
CÓRNEA E CEGUEIRA
37. PATOLOGIA
- Linfócitos B;
- Linfócitos T (CD8);
Infiltrado Inflamatório ( células
plasmáticas, células
dendrídicas, macrófagos,
leucócitos, PMN)
Células de Goblet
-Perda das Células de Goblet
Atrofia da conjuntiva tarsal;
- Formação de tecido cicatrivial
(substituição do colágeno tipo I
e III pro colágeno tipo IV e V)
38.
39. CASO SUSPEITO:
- história de “conjuntivite prolongada” ou
referirem sintomatologia ocular de longa
duração (ardor, prurido, sensação de corpo
estranho, fotofobia, lacrimejamento e secreção
ocular) especialmente na faixa etária de 1 a 10
anos.
52. • Crianças de 5 a 14 anos de idade;
• Contactantes de casos suspeitos ou
confirmados;
PÚBLICO ALVO:
53. OBJETIVO
• Identificar casos suspeitos de tracoma
mediante busca ativa em escolares de ensino
público fundamental e tratamento dos
positivos e seus contatos domiciliares, com o
medicamento azitromicina.
54. META
• Realizar no mínimo 80% de tratamento dos
casos positivos de tracoma e de seus contatos
de acordo com normas padronizadas pelo MS.
55. • Mapeamento das escolas a serem trabalhadas;
• Sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde;
• Sensibilização e capacitação dos profissionais da
educação;
• Formação da equipe de inquérito (1/ESF);
• Realização de inquérito em escolares, e em crianças na
faixa etária alvo fora da escola (Jul/Ago 2014);
• Notificação de casos (Jul/Ago 2014);
• Busca ativa de contactantes (Ago 2014);
• Tratamento (Jul/Ago 2014);
• Referenciamento de casos de TT para atendimento
especializado/cirurgia (Ago a dez/2014)
ESTRATÉGIA
56. - Cada olho deve ser examinado e avaliado separadamente;
- Use lupas binoculares (x2, 5) e iluminação adequada (Iluminação própria da lupa,
lanterna ou luz solar);
- As pálpebras e córnea são observados primeiro para pesquisa de cílios invertidos
para conjuntiva ocular ou córnea e opacidade desta.
- As pálpebras superiores são então invertidas para examinar a conjuntiva tarsal.
58. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
- Conjuntiva de cor rosada, fina e transparente;
- Toda a área da conjuntiva tarsal apresenta, normalmente, vários vasos
sanguíneos profundos que correm verticalmente;
- Ausência de folículos, nodulações ou de tecido cicatricial.
59. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
Inflamação Tracomatosa Folicular (TF):
Presença de 5 (cinco) ou mais folículos na
conjuntiva tarsal superior.
Inflamação Tracomatosa Intensa (Ti):
Pronunciado espessamento inflamatório
da conjuntiva tarsal, mucosa se
apresenta vermelha, espessada e áspera.
Observam-se inúmeros folículos os quais
estão, geralmente, recobertos pela
mucosa espessada
60. Cicatrização Conjuntival
Tracomatosa (TS): Presença de
cicatrizes, com a conjuntiva
tarsal superior com aparência
esbranquiçada, fibrosa com
bordas retas, angulares ou
estreladas
Triquíase Tracomatosa (TT):
quando pelo menos um dos
cílios atrita o globo ocular ou
há evidência de recente
remoção de cílios, associados à
presença de cicatrizes na
conjuntiva tarsal superior (TS).
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
61. Opacificação Corneana (CO): Caracteriza-se pela sua
nítida visualização sobre a pupila de área opaca com
intensidade suficiente para obscurecer pelo menos
uma parte da margem pupilar.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
62.
63.
64.
65.
66.
67.
68.
69.
70.
71. FLUXO 01: INQUÉRITO ESCOLAR
INQUÉRITO
FORMAS ATIVAS
- SE PREV < 10% = TRT
INDIVIDUAL
- SE PREV > 10% = TRT
COLETIVO
COMUNICAÇÃO DE
CASO À ESF DA ÁREA DE
RESIDÊNCIA DO
PACIENTE
BUSCA ATIVA
DOMICILIAR
CASO DETECTADO
PREENCHIMENTO DA
FICHA DE INQUÉRITO
FORMAS
SEQUELARES
(referência )
-Cirurgia (TT); -
Avaliação da acuidade
visual (CO)
NOTIFICAÇÃO (Ficha de
inquérito)
NOTIFICAÇÃO (Ficha de
domiciliar)
72. FLUXO 01: INQUÉRITO DOMICILIAR
INQUÉRITO
NOTIFICAÇÃO (Ficha de
inquérito)
FORMAS ATIVAS
- SE PREV < 10% = TRT
INDIVIDUAL
- SE PREV > 10% = TRT
COLETIVO
CASO DETECTADO
FORMAS
SEQUELARES
(referência )
-Cirurgia (TT); -
Avaliação da acuidade
visual (CO)
PREENCHIMENTO DA
FICHA DE INQUÉRITO E
FICHA DOMICILIAR
75. CRITÉRIOS DE ALTA
TRACOMA ATIVO: quando transcorridos 6 meses após o
início do tratamento e não se evidenciam sinais clínicos
do tracoma inflamatório (TF/TI).
ALTA CURADA SEM CICATRIZES: ocorre quando, após 12
meses de início do tratamento, não se evidenciam sinais
clínicos do tracoma inflamatório – TF/TI , nem estão
presentes as formas cicatriciais do tracoma.
ENCERRAMENTO DE CASO: alta curado sem cicatrizes,
situação em que o caso sai do sistema de informação.
FORMAS SEQUELARES: sempre serão casos positivos de
tracoma sequelar e permanecem em registro no sistema
de informação.
76. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
RECIDIVA DO CASO
Deve-se considerar recidiva quando o caso apresenta
sinais de tracoma inflamatório/ativo (TF/TI), após ter
recebido alta clínica na visita de controle
anterior. Neste caso, deve-se repetir o tratamento.
REINFECÇÃO DO CASO
Deve-se considerar reinfecção quando o caso recebeu
alta por cura e for constatada a presença de sinais
clínicos de tracoma em novo exame ocular.
Nesta situação, deve se registrar o caso, como caso novo
e reiniciar todo o processo de registro, tratamento e
controle.