SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 49
CURRÍCULO 
do latim “currere” = carreira, 
percurso, trajetória. 
CURRÍCULO INCLUÍ NO SIGNIFICADO: 
o ato, o modo e a forma de correr 
2
3
4
Teorias do Currículo 
* Tradicional; 
* Crítica; 
* Pós-Crítica.
Ponto de partida 
* “O currículo há muito deixou de ser uma 
área meramente técnica, voltada para 
questões relativas a procedimentos, 
técnicas e métodos” (Moreira e Silva, 
2005) 
* A pergunta sobre o como organizar o 
conhecimento escolar ainda é relevante, 
porém mais importante ainda é saber o seu 
por quê. (Moreira e Silva, 2005) 
* O currículo nasce de duas perguntas: 
* O que deve ser ensinado? 
* O que os alunos devem se tornar? 
6
Currículo e o nascimento da escola 
moderna 
7
O nascimento da escola 
* A escola como instituição pública nasce das 
Revoluções Industrial e francesa; 
* A nova ordem industrial precisava de um novo tipo 
de homem, equipado com aptidões que nem a 
família nem a igreja eram capazes de faltar; 
* Universalização da escola; 
* Finalidade: transformar o homem feudal num 
indivíduo liberal; 
8
O nascimento da escola 
Para Alvin Toffler, no novo mundo: era 
preciso que os indivíduos se adaptassem a 
um “trabalho repetitivo, portas adentro, a um 
mundo de fumo, barulho, máquinas, vida em 
ambientes super-povoados e disciplina 
coletiva, a um mundo em que o tempo, em 
vez de regulado pelo ciclo sol-lua, fosse 
regido pelo apito da fábrica e pelo relógio.” (In 
Choque do Futuro). 
9
Surgimento do currículo tradicional 
* É no contexto americano, início do século 
XX, que nasce a teoria curricular 
tradicional; 
* Problema enfrentado: com a 
industrialização e a urbanização; a 
presença dos imigrantes nas cidades, com 
seus diferentes costumes e condutas, 
acabou por ameaçar a cultura e os valores 
da classe média americana, protestante, 
branca e urbana. (Mo10 reira e Sivla, 2005)
Ameaça ao status quo 
* Assim, fez-se necessário consolidar e promover 
um projeto nacional comum, reestruturar a 
homogeneidade em desaparecimento e ensinar 
às crianças dos imigrantes as crenças e os 
comportamentos dignos de serem adotados. 
(Moreira e Tadeu, 2011); 
* A escola desempenhará papel importante no 
cumprimento de tais funções e facilitar a 
adaptação das novas gerações às 
transformações econômicas, sociais, e culturais 
que ocorriam. 11
Negação do curricular clássico 
* Antes dessa visão, vigorava o currículo 
clássico humanístico, herdeiro da 
Antiguidade Clássica, estabelecido pelo 
trivium (gramática, retórica e lógica) e 
quadrivium (astronomia, geometria, 
música e aritmética). 
12
Negação do curricular clássico 
* O currículo clássico tinha o objetivo de 
introduzir os aprendizes no mundo das 
grandes obras literárias, artísticas e levá-los 
a dominar a língua grega e latina; 
* Esse currículo foi visto como antiquado 
pelos pensadores que destacavam a 
inutilidade das habilidades e 
conhecimentos desenvolvidos por esse 
modelo para a vida moderna. 
13
Currículo inspirado no modelo fabril 
* A referência curricular tradicional tem 
seu marco no livro The curriculum de 
Bobbitt, publicado em 1918; 
* As indicações teóricas desse pensador 
estavam preocupadas com a economia 
e para essa finalidade o sistema 
educacional deveria se organizar; 
* Bobbitt, concebia “a educação 
[como] um processo de moldagem, 
tanto quanto a manufatura de carris 
14 
de aço.”
TRADICIONAL
Currículo inspirado no modelo fabril 
* Segundo Bobbitt a escola deveria funcionar da 
mesma forma que qualquer outra empresa, fosse 
ela industrial ou comercial; 
* A escola deveria formar trabalhadores aptos para 
o serviço. Ele queria transmitir para a escola o 
modelo de organização proposto por Frederick 
Taylor. 
* Sua palavra-chave era eficiência. Acreditava que 
a escola devia começar pela especificação dos 
resultados à obter, escolher o método adequado 
e a forma de mensurá-los. 
16
Currículo inspirado no modelo fabril 
* A extrapolação dos princípios da administração 
científica para a área do currículo transformou 
a criança no objeto de trabalho da engrenagem 
burocrática da escola. Ela passou a ser o 
material bruto a partir do qual a escola-fábrica 
deveria modelar um produto de acordo com as 
especificações da sociedade. 
* A ideia de reunir multidões de estudantes 
(matéria-prima) destinados a ser processados 
por professores (operários) numa escola central 
(fábrica) foi a demonstração do espírito 
industrial, da racionalidade científica. (Alvin 
Toffler). 
17
Currículo inspirado no modelo fabril 
* Cabia ao curriculista a seguinte tarefa: 
realizar levantamento das habilidades 
requeridas para as diversas ocupações 
no campo do trabalho, organizar os 
conteúdos e métodos que 
possibilitassem a aprendizagem e o 
domínio das habilidades pretendidas. 
18
Por um currículo democrático: Dewey 
X Bobbit 
* John Dewey, no início de século (XX) lança os 
fundamentos da escola progressista, que tem na 
criança o centro das preocupações da construção do 
currículo, deixando o funcionamento da economia em 
um patamar inferior. 
* Para Dewey a escola não era somente uma preparação 
para a vida ocupacional adulta, mas um local de 
vivência e prática de princípios democráticos; 
* O planejamento curricular deveria considerar os 
interesses e as experiências das crianças e jovens, 
utilizando projetos e problemas; 
19
* Porém, a visão de Bobbitt foi mais aceita do 
que a visão progressista de Dewey, pois a 
escola tinha que se preocupar com o 
mercado, formando bons operários; 
20
Crise curricular 
* O avanço científico e tecnológico demonstrado pelos 
soviéticos em 1957, com o Sputnik, viria a produzir 
significativas alterações na ideia sobre o que deveria 
constituir o currículo adequado para o progresso da 
nação; 
* Era preciso reformar o currículo, reforçando o ensino 
das Ciências e da Matemática, Física, Química etc. nas 
escolas básicas e secundárias. 
21
TEORIAS 
CRÍTICAS 
DO CURRÍCULO 
22
CRÍTICA 
Protestos estudantis Guerra do Vietnã 
Lutas contra a Ditadura no Brasil 
Diretas Já
Teoria crítica do currículo 
* A partir da década de 60, as teorias críticas procuram 
compreender o que o currículo faz com as 
pessoas e as instituições; 
* O currículo é entendido como resultado de 
determinada seleção feita por quem detém o 
poder; 
* A questão não seria apenas qual conhecimento 
constituidor do currículo é verdadeiro, mas qual é 
considerado verdadeiro e quem o considera 
verdadeiro. (Apple, 2000) 
24
Teoria da reprodução social: Althusser 
* Aparelhos Repressivos do Estado: seu papel consiste em 
garantir pela força (física ou não) as condições políticas das 
reproduções das relações de produção, que são em última 
instância, relações de explorações; 
* O controle da sociedade é exercido por aparelhos repressivos: 
tribunais, polícia, prisões, forças armadas etc. 
* Aparelhos Ideológicos do Estado: a escola, os partidos 
políticos, a igreja, a família, a comunicação social etc. 
* O mais importante aparelho ideológico do estado é a escola. 
* A classe dominante por meio do currículo transmite seus ideais 
através das disciplinas e conteúdos que reproduzem seus 
interesses. 
25
Principais autores 
* Em países como França e Inglaterra, a teoria 
educacional recebeu influências da sociologia crítica 
(Bourdieu e Passeron ) e da filosofia marxista 
(Althusser) 
* A teoria crítica pode ser dividida em dois momentos 
importantes: 
* a teoria da reprodução social representada por 
Althusser. 
* a teoria da reprodução cultural com as obras de 
Bourdieu e Passeron (GIROUX, 1983, p.35). 
26
A Teoria da Reprodução Cultural: 
Bourdieu e Passeron 
* Os autores partem da cultura para explicar o 
processo de reprodução social e estudam o papel 
desempenhado pela escola na manutenção do “status 
quo”. 
27
Violência Simbólica: conceito 
* O conceito de violência simbólica descreve o processo 
pelo qual a classe que domina economicamente impõe 
sua cultura aos dominados. 
* A violência simbólica se manifesta de múltiplas formas: a 
formação da opinião pública através dos meios de 
comunicação de massa, jornais, propaganda, moda; 
(Saviani, 2000) 
* A violência simbólica não é percebida como violência; 
* Os autores buscam explicitar a ação pedagógica como 
imposição arbitrária da cultura dos grupos dominantes aos 
grupos não-dominantes. 
28
Violência Simbólica: conceito 
* Para os filhos das classes trabalhadoras, a escola 
representa uma ruptura no que refere aos valores e 
saberes de sua prática, que são desprezados, 
ignorados na sua inserção cultural em que necessitam 
aprender novos padrões ou modelos de cultura. 
* Para os alunos filhos das classes dominantes alcançar 
o sucesso escolar torna-se bem mais fácil do que para 
aqueles que têm que desaprender uma cultura para 
aprender um novo jeito de pensar, falar e enxergar o 
mundo. 
29
Habitus 
* Para Bourdieu, ideologia não é mecanicamente 
imposta ao não-dominante. Para explicar essa 
questão, cria o conceito de “habitus”. 
* “Habitus” é produto da interiorização dos princípios 
de um arbitrário cultural capaz de perpetuar-se após a 
cessação da ação pedagógica e por isso de perpetuar 
nas práticas sociais. 
30
Educação 
* De acordo com essa teoria, marginalizados são os 
grupos ou classes dominados. Marginalizados 
socialmente porque não possuem força material 
(capital econômico) e marginalizados culturalmente 
porque não possuem força simbólica (capital 
cultural). E a educação, longe de ser um fator de 
superação da marginalidade, constitui um elemento 
reforçador da mesma. (Saviani, 2000) 
31
Crítica à crítica 
* Segundo Giroux (1993), de acordo com as concepções 
de Bourdieu, não há no indivíduo a possibilidade de 
mudança, visto que apenas reproduz-se, não se cria e 
nem inova-se. 
* De acordo com Andrade e Vares (2010, p. 129), “[...] 
parte dessas críticas se direciona à ausência de 
contradições, resistências e tensões. 
32
Contribuição da teoria crítica do 
currículo 
* Apple passa a preocupar-se com o por quê em torno 
do currículo e com essa preocupação faz alguns 
questionamentos: 
* por que esses conhecimentos e não outros? 
* Por que esse conhecimento é considerado importante e não 
outros? 
* Trata-se do conhecimento de quem? 
* Quais interesses guiaram a seleção desse conhecimento 
particular? 
* Quais são as relações de poder envolvidas no processo de 
seleção que resultou nesse currículo particular? 
33
Contribuição da teoria crítica do 
currículo 
* Para Silva (2011), as Teorias Tradicionais eram teorias 
de aceitação, ajuste e adaptação. 
* As Teorias Críticas são teorias de desconfiança, 
questionamento e transformação radical. 
34
Teorias pós-críticas 
35
PÓS-CRÍTICA 
Muro de Berlim 
Torres Gêmeas 
Movimento do Sem-Terra 
Guerra do Iraque 
Era da comunicação
* A teoria pós-crítica de currículo, desenvolve-se a partir 
dos anos 1990, fundamenta-se no pós-estruturalismo 
e pós-modernismo. Autores: Deleuze, Foucault, 
Derrida, Morin, Maturama. 
* Temas enfocados: os estudos de gênero, identidade, 
poder-saber, diferença e grupos sociais diferenciados. 
* Ver vídeo “Bauman e a pós-modernidade” 
37
Influências: pós-modernidade e pós-estruturalismo 
* Em sua origem, pós-modernismo significava a perda 
da historicidade e o fim da "grande narrativa“; 
* A perspectiva pós-moderna questiona o pressuposto 
de uma consciência unitária, auto-centrada e 
portanto, construída sobre utopias, universalismos, 
narrativas mestras, que se consubstanciaram a partir 
do Iluminismo. 
* Nesta mesma linha, questiona tanto as posições 
teórico-metodológicas positivistas como as marxistas. 
38
O currículo multiculturalista 
* O currículo multiculturalista é inclusivo, incorpora as 
tradições dos diferentes grupos culturais e sociais 
(questões de gênero, sexualidade, etnia, identidade 
etc); 
* Estes estudos têm tencionado o currículo, trazendo 
novas configurações e propondo novos olhares, 
voltados ao reconhecimento e valorização de 
identidades culturais apagadas ou negadas em 
estruturas curriculares monoculturais. (Moreira; Silva 
1999) 
39
Pós-estruturalismo 
* A concepção pós-estruturalista questiona a formação 
do sujeito unitário, racional, autônomo, centrado; 
* Neste paradigma o sujeito é uma ficção, ou seja, o 
sujeito não passa de uma invenção social e histórica. 
40
* No pós-estruturalismo a verdade é plural. Temos 
verdades. A verdade é a resultante de consensos 
intersubjetivos. 
* A questão principal não se trata da verdade, mas 
“saber porque esse algo se tornou verdade”. 
* A verdade é colocada sobre outra lógica: as coisas não 
são verdadeiras ou não verdadeiras, mas sim 
consideradas como verdadeiras ou como não 
verdadeiras. 
41
42
A PÓS-MODERNIDADE 
O movimento da cultura que rejeita os valores da 
modernidade e vê com desconfiança os princípios 
racionais supostamente universais, desenvolvidos 
na época do iluminismo.
A pós-modernidade traz o descentramento do homem, do sujeito, traz 
identidades híbridas, locais e globais, efêmeras sobre tudo. É a cultura 
do efêmero, da destruição criativa, do “tudo que é sólido se desfaz no 
ar”.... Há aqui uma crise do sujeito.
Ensino 
Aprendizagem 
Metodologia 
TEORIAS TRADICIONAIS 
Avaliação 
Organização 
Eficiência
Emancipação 
e Libertação 
Ideologia 
TEORIAS CRÍTICAS 
Poder 
Reprodução 
Social e 
Cultural 
Conscientização 
Resistência
Multiculturalismo 
Identidade 
TEORIAS PÓS-CRÍTICAS 
Alteridade 
Diferença 
Subjetividade 
Saber-poder 
Gênero-raça-etnia
Referências 
* Bourdieu, Pierre e Passeron, Jean-Claude, "A reprodução. Elementos para uma teoria do 
sistema de ensino",Lisboa, 1970. 
* GIROUX, Henry. O pós-modernismo e o discurso da crítica educacional. In: SILVA, T. T. da. 
(Org.). Teoria educacional crítica em tempos pós-modernos. Porto Alegre: Artes Médicas, 
1993. 
* Goodson, I. (1997). A construção social do currículo. Lisboa: EDUCA. 
* Goodson, I. (1995). Currículo: Teoria e história. Petrópolis: Vozes. 
* HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10. ed. Rio de 
* Janeiro: DP&A, 
* MORIN, Edgar. (1996). Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 
* Moreira, A. F. B. (1998). A crise da teoria curricular crítica. In: Costa, M. V. (Org.) O currículo 
nos limiares do contemporâneo. Rio de Janeiro: DP&A. 
* SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 
Belo Horizonte: Autêntica, 2005. 
* SAVIANI, D. Escola e democracia. São Paulo: Autores Associados, 2000. 
* MOREIRA, Antonio Flávio; SILVA, Tomaz Tadeu da. (orgs.). Currículo, cultura e sociedade. 5. 
ed. São Paulo: Cortez, 2011. 
49

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Libâneo, josé carlos
Libâneo, josé carlosLibâneo, josé carlos
Libâneo, josé carlos
Soares Junior
 
03 dimensões da gestão escolar
03 dimensões da gestão escolar03 dimensões da gestão escolar
03 dimensões da gestão escolar
Joao Balbi
 
TENDÊNCIAS PEDAGOGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR
TENDÊNCIAS PEDAGOGICAS NA PRÁTICA ESCOLARTENDÊNCIAS PEDAGOGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR
TENDÊNCIAS PEDAGOGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR
Andrea Maria de Jesus
 
Gestao da educação escolar
Gestao da educação escolarGestao da educação escolar
Gestao da educação escolar
eliasdemoch
 

Mais procurados (20)

Currículo escolar
Currículo escolarCurrículo escolar
Currículo escolar
 
Projeto politico pedagogico PPP
Projeto politico pedagogico PPPProjeto politico pedagogico PPP
Projeto politico pedagogico PPP
 
Política e Organização da Educação Brasileira
Política e Organização da Educação BrasileiraPolítica e Organização da Educação Brasileira
Política e Organização da Educação Brasileira
 
"Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas""Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas"
 
Slide história da educação - pdf
Slide   história da educação - pdfSlide   história da educação - pdf
Slide história da educação - pdf
 
Slide tendências pedagógicas
Slide   tendências pedagógicasSlide   tendências pedagógicas
Slide tendências pedagógicas
 
Conhecendo a didática
Conhecendo a didáticaConhecendo a didática
Conhecendo a didática
 
Libâneo, josé carlos
Libâneo, josé carlosLibâneo, josé carlos
Libâneo, josé carlos
 
Currículo
CurrículoCurrículo
Currículo
 
03 dimensões da gestão escolar
03 dimensões da gestão escolar03 dimensões da gestão escolar
03 dimensões da gestão escolar
 
Slides Sextas inclusivas- práticas pedagógicas
Slides Sextas inclusivas- práticas pedagógicasSlides Sextas inclusivas- práticas pedagógicas
Slides Sextas inclusivas- práticas pedagógicas
 
TENDÊNCIAS PEDAGOGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR
TENDÊNCIAS PEDAGOGICAS NA PRÁTICA ESCOLARTENDÊNCIAS PEDAGOGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR
TENDÊNCIAS PEDAGOGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR
 
Gestao da educação escolar
Gestao da educação escolarGestao da educação escolar
Gestao da educação escolar
 
Currículo e construção do conhecimento
Currículo e construção do conhecimentoCurrículo e construção do conhecimento
Currículo e construção do conhecimento
 
Didática
DidáticaDidática
Didática
 
Aula 1- Gestão Escolar
Aula 1- Gestão EscolarAula 1- Gestão Escolar
Aula 1- Gestão Escolar
 
Tendências Pedagógicas
Tendências PedagógicasTendências Pedagógicas
Tendências Pedagógicas
 
Estrutura do Sistema Educacional Brasileiro
Estrutura do Sistema Educacional BrasileiroEstrutura do Sistema Educacional Brasileiro
Estrutura do Sistema Educacional Brasileiro
 
Slides gestão escolar
Slides gestão escolarSlides gestão escolar
Slides gestão escolar
 
Pedagogia progressista libertadora
Pedagogia progressista libertadoraPedagogia progressista libertadora
Pedagogia progressista libertadora
 

Destaque

Currículo e educação infantil - teóricos atuais
Currículo e educação infantil - teóricos atuaisCurrículo e educação infantil - teóricos atuais
Currículo e educação infantil - teóricos atuais
Instituto Consciência GO
 
Colocando em prática as ideias inovadoras da construção de nosso currículo es...
Colocando em prática as ideias inovadoras da construção de nosso currículo es...Colocando em prática as ideias inovadoras da construção de nosso currículo es...
Colocando em prática as ideias inovadoras da construção de nosso currículo es...
augustafranca7
 
Pedagogia Progressista
Pedagogia ProgressistaPedagogia Progressista
Pedagogia Progressista
Fabio Lemes
 
O papel do professor nas diferentes concepções de escola e educação escolar
O papel do professor nas diferentes concepções de escola e educação escolarO papel do professor nas diferentes concepções de escola e educação escolar
O papel do professor nas diferentes concepções de escola e educação escolar
INSTITUTO GENS
 
Tendências e correntes na educação brasileira
Tendências e correntes na educação brasileiraTendências e correntes na educação brasileira
Tendências e correntes na educação brasileira
richard_romancini
 

Destaque (12)

Althusser, Gramsci e Bourdieu
Althusser, Gramsci e BourdieuAlthusser, Gramsci e Bourdieu
Althusser, Gramsci e Bourdieu
 
Currículo e educação infantil - teóricos atuais
Currículo e educação infantil - teóricos atuaisCurrículo e educação infantil - teóricos atuais
Currículo e educação infantil - teóricos atuais
 
Unidade iii slide
Unidade iii   slideUnidade iii   slide
Unidade iii slide
 
Orientação Técnica - Formação Pedagógica para PC do EFe EM
Orientação Técnica - Formação Pedagógica para PC do EFe EMOrientação Técnica - Formação Pedagógica para PC do EFe EM
Orientação Técnica - Formação Pedagógica para PC do EFe EM
 
Aula Apres. Do Curso E Conceito E Fontes De Direito
Aula   Apres. Do Curso E Conceito E Fontes De DireitoAula   Apres. Do Curso E Conceito E Fontes De Direito
Aula Apres. Do Curso E Conceito E Fontes De Direito
 
Currículo educ. infantil
Currículo educ. infantilCurrículo educ. infantil
Currículo educ. infantil
 
Colocando em prática as ideias inovadoras da construção de nosso currículo es...
Colocando em prática as ideias inovadoras da construção de nosso currículo es...Colocando em prática as ideias inovadoras da construção de nosso currículo es...
Colocando em prática as ideias inovadoras da construção de nosso currículo es...
 
Currículo - Pedagogia para Concursos
Currículo - Pedagogia para ConcursosCurrículo - Pedagogia para Concursos
Currículo - Pedagogia para Concursos
 
Pedagogia Progressista
Pedagogia ProgressistaPedagogia Progressista
Pedagogia Progressista
 
Teoria critica do currículo educacional
Teoria critica do currículo educacionalTeoria critica do currículo educacional
Teoria critica do currículo educacional
 
O papel do professor nas diferentes concepções de escola e educação escolar
O papel do professor nas diferentes concepções de escola e educação escolarO papel do professor nas diferentes concepções de escola e educação escolar
O papel do professor nas diferentes concepções de escola e educação escolar
 
Tendências e correntes na educação brasileira
Tendências e correntes na educação brasileiraTendências e correntes na educação brasileira
Tendências e correntes na educação brasileira
 

Semelhante a Teorias curriculo ESCOLAR

/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
Joilton Lemos
 
IntroduçãO7
IntroduçãO7IntroduçãO7
IntroduçãO7
rogerio
 
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
Joilton Lemos
 
Teoria Crítica do Currículo - Moreira e Silva
Teoria Crítica do Currículo - Moreira e SilvaTeoria Crítica do Currículo - Moreira e Silva
Teoria Crítica do Currículo - Moreira e Silva
Lucila Pesce
 
De vygotsky a morin entre dois fundamentos da educação inclusiva
De vygotsky a morin entre dois fundamentos da educação inclusivaDe vygotsky a morin entre dois fundamentos da educação inclusiva
De vygotsky a morin entre dois fundamentos da educação inclusiva
Amorim Albert
 
A corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura libâneo
A corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura  libâneoA corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura  libâneo
A corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura libâneo
Haroldo Nunes
 
Educação na pós modernidade
Educação na pós modernidade Educação na pós modernidade
Educação na pós modernidade
Silvânio Barcelos
 

Semelhante a Teorias curriculo ESCOLAR (20)

Aula a constituição da disciplina escolar ciências
Aula a constituição da disciplina escolar ciênciasAula a constituição da disciplina escolar ciências
Aula a constituição da disciplina escolar ciências
 
Conhecer para ensinar ensinando para conhecer (1)
Conhecer para ensinar ensinando para conhecer (1)Conhecer para ensinar ensinando para conhecer (1)
Conhecer para ensinar ensinando para conhecer (1)
 
Teorias do currículo
Teorias do currículoTeorias do currículo
Teorias do currículo
 
Pedagógico caxias
Pedagógico caxiasPedagógico caxias
Pedagógico caxias
 
Trabalho escolar
Trabalho escolarTrabalho escolar
Trabalho escolar
 
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
 
IntroduçãO7
IntroduçãO7IntroduçãO7
IntroduçãO7
 
Pedagogia e educação
Pedagogia e educaçãoPedagogia e educação
Pedagogia e educação
 
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
/Home/Kurumin/Desktop/Pedagogia Do Oprimido
 
Htpc currículo
Htpc currículoHtpc currículo
Htpc currículo
 
Teoria Crítica do Currículo - Moreira e Silva
Teoria Crítica do Currículo - Moreira e SilvaTeoria Crítica do Currículo - Moreira e Silva
Teoria Crítica do Currículo - Moreira e Silva
 
De vygotsky a morin entre dois fundamentos da educação inclusiva
De vygotsky a morin entre dois fundamentos da educação inclusivaDe vygotsky a morin entre dois fundamentos da educação inclusiva
De vygotsky a morin entre dois fundamentos da educação inclusiva
 
A escola tem futuro
A escola tem futuroA escola tem futuro
A escola tem futuro
 
A corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura libâneo
A corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura  libâneoA corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura  libâneo
A corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura libâneo
 
A corrente pedagógica racional tecnológica Libâneo e cibercultura
A corrente pedagógica racional tecnológica Libâneo e cibercultura  A corrente pedagógica racional tecnológica Libâneo e cibercultura
A corrente pedagógica racional tecnológica Libâneo e cibercultura
 
A corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura Libâneo
A corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura  LibâneoA corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura  Libâneo
A corrente pedagógica racional tecnológica e cibercultura Libâneo
 
INTRODUZINDO A QUESTÃO DO PLANEJAMENTO: GLOBALIZAÇÃO, INTERDISCIPLINARIDADE E...
INTRODUZINDO A QUESTÃO DO PLANEJAMENTO: GLOBALIZAÇÃO, INTERDISCIPLINARIDADE E...INTRODUZINDO A QUESTÃO DO PLANEJAMENTO: GLOBALIZAÇÃO, INTERDISCIPLINARIDADE E...
INTRODUZINDO A QUESTÃO DO PLANEJAMENTO: GLOBALIZAÇÃO, INTERDISCIPLINARIDADE E...
 
Educação na pós modernidade
Educação na pós modernidade Educação na pós modernidade
Educação na pós modernidade
 
História da educação infantil e psicologia do desenvolvimento
História da educação infantil e psicologia do desenvolvimentoHistória da educação infantil e psicologia do desenvolvimento
História da educação infantil e psicologia do desenvolvimento
 
18. didática material de estudo e simulado.docx
18. didática   material de estudo e simulado.docx18. didática   material de estudo e simulado.docx
18. didática material de estudo e simulado.docx
 

Último

Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 

Último (20)

Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxGÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 

Teorias curriculo ESCOLAR

  • 1.
  • 2. CURRÍCULO do latim “currere” = carreira, percurso, trajetória. CURRÍCULO INCLUÍ NO SIGNIFICADO: o ato, o modo e a forma de correr 2
  • 3. 3
  • 4. 4
  • 5. Teorias do Currículo * Tradicional; * Crítica; * Pós-Crítica.
  • 6. Ponto de partida * “O currículo há muito deixou de ser uma área meramente técnica, voltada para questões relativas a procedimentos, técnicas e métodos” (Moreira e Silva, 2005) * A pergunta sobre o como organizar o conhecimento escolar ainda é relevante, porém mais importante ainda é saber o seu por quê. (Moreira e Silva, 2005) * O currículo nasce de duas perguntas: * O que deve ser ensinado? * O que os alunos devem se tornar? 6
  • 7. Currículo e o nascimento da escola moderna 7
  • 8. O nascimento da escola * A escola como instituição pública nasce das Revoluções Industrial e francesa; * A nova ordem industrial precisava de um novo tipo de homem, equipado com aptidões que nem a família nem a igreja eram capazes de faltar; * Universalização da escola; * Finalidade: transformar o homem feudal num indivíduo liberal; 8
  • 9. O nascimento da escola Para Alvin Toffler, no novo mundo: era preciso que os indivíduos se adaptassem a um “trabalho repetitivo, portas adentro, a um mundo de fumo, barulho, máquinas, vida em ambientes super-povoados e disciplina coletiva, a um mundo em que o tempo, em vez de regulado pelo ciclo sol-lua, fosse regido pelo apito da fábrica e pelo relógio.” (In Choque do Futuro). 9
  • 10. Surgimento do currículo tradicional * É no contexto americano, início do século XX, que nasce a teoria curricular tradicional; * Problema enfrentado: com a industrialização e a urbanização; a presença dos imigrantes nas cidades, com seus diferentes costumes e condutas, acabou por ameaçar a cultura e os valores da classe média americana, protestante, branca e urbana. (Mo10 reira e Sivla, 2005)
  • 11. Ameaça ao status quo * Assim, fez-se necessário consolidar e promover um projeto nacional comum, reestruturar a homogeneidade em desaparecimento e ensinar às crianças dos imigrantes as crenças e os comportamentos dignos de serem adotados. (Moreira e Tadeu, 2011); * A escola desempenhará papel importante no cumprimento de tais funções e facilitar a adaptação das novas gerações às transformações econômicas, sociais, e culturais que ocorriam. 11
  • 12. Negação do curricular clássico * Antes dessa visão, vigorava o currículo clássico humanístico, herdeiro da Antiguidade Clássica, estabelecido pelo trivium (gramática, retórica e lógica) e quadrivium (astronomia, geometria, música e aritmética). 12
  • 13. Negação do curricular clássico * O currículo clássico tinha o objetivo de introduzir os aprendizes no mundo das grandes obras literárias, artísticas e levá-los a dominar a língua grega e latina; * Esse currículo foi visto como antiquado pelos pensadores que destacavam a inutilidade das habilidades e conhecimentos desenvolvidos por esse modelo para a vida moderna. 13
  • 14. Currículo inspirado no modelo fabril * A referência curricular tradicional tem seu marco no livro The curriculum de Bobbitt, publicado em 1918; * As indicações teóricas desse pensador estavam preocupadas com a economia e para essa finalidade o sistema educacional deveria se organizar; * Bobbitt, concebia “a educação [como] um processo de moldagem, tanto quanto a manufatura de carris 14 de aço.”
  • 16. Currículo inspirado no modelo fabril * Segundo Bobbitt a escola deveria funcionar da mesma forma que qualquer outra empresa, fosse ela industrial ou comercial; * A escola deveria formar trabalhadores aptos para o serviço. Ele queria transmitir para a escola o modelo de organização proposto por Frederick Taylor. * Sua palavra-chave era eficiência. Acreditava que a escola devia começar pela especificação dos resultados à obter, escolher o método adequado e a forma de mensurá-los. 16
  • 17. Currículo inspirado no modelo fabril * A extrapolação dos princípios da administração científica para a área do currículo transformou a criança no objeto de trabalho da engrenagem burocrática da escola. Ela passou a ser o material bruto a partir do qual a escola-fábrica deveria modelar um produto de acordo com as especificações da sociedade. * A ideia de reunir multidões de estudantes (matéria-prima) destinados a ser processados por professores (operários) numa escola central (fábrica) foi a demonstração do espírito industrial, da racionalidade científica. (Alvin Toffler). 17
  • 18. Currículo inspirado no modelo fabril * Cabia ao curriculista a seguinte tarefa: realizar levantamento das habilidades requeridas para as diversas ocupações no campo do trabalho, organizar os conteúdos e métodos que possibilitassem a aprendizagem e o domínio das habilidades pretendidas. 18
  • 19. Por um currículo democrático: Dewey X Bobbit * John Dewey, no início de século (XX) lança os fundamentos da escola progressista, que tem na criança o centro das preocupações da construção do currículo, deixando o funcionamento da economia em um patamar inferior. * Para Dewey a escola não era somente uma preparação para a vida ocupacional adulta, mas um local de vivência e prática de princípios democráticos; * O planejamento curricular deveria considerar os interesses e as experiências das crianças e jovens, utilizando projetos e problemas; 19
  • 20. * Porém, a visão de Bobbitt foi mais aceita do que a visão progressista de Dewey, pois a escola tinha que se preocupar com o mercado, formando bons operários; 20
  • 21. Crise curricular * O avanço científico e tecnológico demonstrado pelos soviéticos em 1957, com o Sputnik, viria a produzir significativas alterações na ideia sobre o que deveria constituir o currículo adequado para o progresso da nação; * Era preciso reformar o currículo, reforçando o ensino das Ciências e da Matemática, Física, Química etc. nas escolas básicas e secundárias. 21
  • 22. TEORIAS CRÍTICAS DO CURRÍCULO 22
  • 23. CRÍTICA Protestos estudantis Guerra do Vietnã Lutas contra a Ditadura no Brasil Diretas Já
  • 24. Teoria crítica do currículo * A partir da década de 60, as teorias críticas procuram compreender o que o currículo faz com as pessoas e as instituições; * O currículo é entendido como resultado de determinada seleção feita por quem detém o poder; * A questão não seria apenas qual conhecimento constituidor do currículo é verdadeiro, mas qual é considerado verdadeiro e quem o considera verdadeiro. (Apple, 2000) 24
  • 25. Teoria da reprodução social: Althusser * Aparelhos Repressivos do Estado: seu papel consiste em garantir pela força (física ou não) as condições políticas das reproduções das relações de produção, que são em última instância, relações de explorações; * O controle da sociedade é exercido por aparelhos repressivos: tribunais, polícia, prisões, forças armadas etc. * Aparelhos Ideológicos do Estado: a escola, os partidos políticos, a igreja, a família, a comunicação social etc. * O mais importante aparelho ideológico do estado é a escola. * A classe dominante por meio do currículo transmite seus ideais através das disciplinas e conteúdos que reproduzem seus interesses. 25
  • 26. Principais autores * Em países como França e Inglaterra, a teoria educacional recebeu influências da sociologia crítica (Bourdieu e Passeron ) e da filosofia marxista (Althusser) * A teoria crítica pode ser dividida em dois momentos importantes: * a teoria da reprodução social representada por Althusser. * a teoria da reprodução cultural com as obras de Bourdieu e Passeron (GIROUX, 1983, p.35). 26
  • 27. A Teoria da Reprodução Cultural: Bourdieu e Passeron * Os autores partem da cultura para explicar o processo de reprodução social e estudam o papel desempenhado pela escola na manutenção do “status quo”. 27
  • 28. Violência Simbólica: conceito * O conceito de violência simbólica descreve o processo pelo qual a classe que domina economicamente impõe sua cultura aos dominados. * A violência simbólica se manifesta de múltiplas formas: a formação da opinião pública através dos meios de comunicação de massa, jornais, propaganda, moda; (Saviani, 2000) * A violência simbólica não é percebida como violência; * Os autores buscam explicitar a ação pedagógica como imposição arbitrária da cultura dos grupos dominantes aos grupos não-dominantes. 28
  • 29. Violência Simbólica: conceito * Para os filhos das classes trabalhadoras, a escola representa uma ruptura no que refere aos valores e saberes de sua prática, que são desprezados, ignorados na sua inserção cultural em que necessitam aprender novos padrões ou modelos de cultura. * Para os alunos filhos das classes dominantes alcançar o sucesso escolar torna-se bem mais fácil do que para aqueles que têm que desaprender uma cultura para aprender um novo jeito de pensar, falar e enxergar o mundo. 29
  • 30. Habitus * Para Bourdieu, ideologia não é mecanicamente imposta ao não-dominante. Para explicar essa questão, cria o conceito de “habitus”. * “Habitus” é produto da interiorização dos princípios de um arbitrário cultural capaz de perpetuar-se após a cessação da ação pedagógica e por isso de perpetuar nas práticas sociais. 30
  • 31. Educação * De acordo com essa teoria, marginalizados são os grupos ou classes dominados. Marginalizados socialmente porque não possuem força material (capital econômico) e marginalizados culturalmente porque não possuem força simbólica (capital cultural). E a educação, longe de ser um fator de superação da marginalidade, constitui um elemento reforçador da mesma. (Saviani, 2000) 31
  • 32. Crítica à crítica * Segundo Giroux (1993), de acordo com as concepções de Bourdieu, não há no indivíduo a possibilidade de mudança, visto que apenas reproduz-se, não se cria e nem inova-se. * De acordo com Andrade e Vares (2010, p. 129), “[...] parte dessas críticas se direciona à ausência de contradições, resistências e tensões. 32
  • 33. Contribuição da teoria crítica do currículo * Apple passa a preocupar-se com o por quê em torno do currículo e com essa preocupação faz alguns questionamentos: * por que esses conhecimentos e não outros? * Por que esse conhecimento é considerado importante e não outros? * Trata-se do conhecimento de quem? * Quais interesses guiaram a seleção desse conhecimento particular? * Quais são as relações de poder envolvidas no processo de seleção que resultou nesse currículo particular? 33
  • 34. Contribuição da teoria crítica do currículo * Para Silva (2011), as Teorias Tradicionais eram teorias de aceitação, ajuste e adaptação. * As Teorias Críticas são teorias de desconfiança, questionamento e transformação radical. 34
  • 36. PÓS-CRÍTICA Muro de Berlim Torres Gêmeas Movimento do Sem-Terra Guerra do Iraque Era da comunicação
  • 37. * A teoria pós-crítica de currículo, desenvolve-se a partir dos anos 1990, fundamenta-se no pós-estruturalismo e pós-modernismo. Autores: Deleuze, Foucault, Derrida, Morin, Maturama. * Temas enfocados: os estudos de gênero, identidade, poder-saber, diferença e grupos sociais diferenciados. * Ver vídeo “Bauman e a pós-modernidade” 37
  • 38. Influências: pós-modernidade e pós-estruturalismo * Em sua origem, pós-modernismo significava a perda da historicidade e o fim da "grande narrativa“; * A perspectiva pós-moderna questiona o pressuposto de uma consciência unitária, auto-centrada e portanto, construída sobre utopias, universalismos, narrativas mestras, que se consubstanciaram a partir do Iluminismo. * Nesta mesma linha, questiona tanto as posições teórico-metodológicas positivistas como as marxistas. 38
  • 39. O currículo multiculturalista * O currículo multiculturalista é inclusivo, incorpora as tradições dos diferentes grupos culturais e sociais (questões de gênero, sexualidade, etnia, identidade etc); * Estes estudos têm tencionado o currículo, trazendo novas configurações e propondo novos olhares, voltados ao reconhecimento e valorização de identidades culturais apagadas ou negadas em estruturas curriculares monoculturais. (Moreira; Silva 1999) 39
  • 40. Pós-estruturalismo * A concepção pós-estruturalista questiona a formação do sujeito unitário, racional, autônomo, centrado; * Neste paradigma o sujeito é uma ficção, ou seja, o sujeito não passa de uma invenção social e histórica. 40
  • 41. * No pós-estruturalismo a verdade é plural. Temos verdades. A verdade é a resultante de consensos intersubjetivos. * A questão principal não se trata da verdade, mas “saber porque esse algo se tornou verdade”. * A verdade é colocada sobre outra lógica: as coisas não são verdadeiras ou não verdadeiras, mas sim consideradas como verdadeiras ou como não verdadeiras. 41
  • 42. 42
  • 43. A PÓS-MODERNIDADE O movimento da cultura que rejeita os valores da modernidade e vê com desconfiança os princípios racionais supostamente universais, desenvolvidos na época do iluminismo.
  • 44. A pós-modernidade traz o descentramento do homem, do sujeito, traz identidades híbridas, locais e globais, efêmeras sobre tudo. É a cultura do efêmero, da destruição criativa, do “tudo que é sólido se desfaz no ar”.... Há aqui uma crise do sujeito.
  • 45. Ensino Aprendizagem Metodologia TEORIAS TRADICIONAIS Avaliação Organização Eficiência
  • 46. Emancipação e Libertação Ideologia TEORIAS CRÍTICAS Poder Reprodução Social e Cultural Conscientização Resistência
  • 47. Multiculturalismo Identidade TEORIAS PÓS-CRÍTICAS Alteridade Diferença Subjetividade Saber-poder Gênero-raça-etnia
  • 48.
  • 49. Referências * Bourdieu, Pierre e Passeron, Jean-Claude, "A reprodução. Elementos para uma teoria do sistema de ensino",Lisboa, 1970. * GIROUX, Henry. O pós-modernismo e o discurso da crítica educacional. In: SILVA, T. T. da. (Org.). Teoria educacional crítica em tempos pós-modernos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. * Goodson, I. (1997). A construção social do currículo. Lisboa: EDUCA. * Goodson, I. (1995). Currículo: Teoria e história. Petrópolis: Vozes. * HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10. ed. Rio de * Janeiro: DP&A, * MORIN, Edgar. (1996). Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. * Moreira, A. F. B. (1998). A crise da teoria curricular crítica. In: Costa, M. V. (Org.) O currículo nos limiares do contemporâneo. Rio de Janeiro: DP&A. * SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. * SAVIANI, D. Escola e democracia. São Paulo: Autores Associados, 2000. * MOREIRA, Antonio Flávio; SILVA, Tomaz Tadeu da. (orgs.). Currículo, cultura e sociedade. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2011. 49