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ORDEM E CONFLITO: DUAS
PERSPECTIVAS SOBRE AS CIDADES
De modo geral, as cidades surgiram como
resultado de transformações sociais
abrangentes, que alteraram a organização
da produção, a política e a cultura dos
primeiros agrupamentos humanos.
Essas transformações tornaram-se nos
primeiros assentamentos permanentes das
antigas populações nômades, muito mais
complexo, em especial pela formação de
seguimentos sociais que não se dedicavam à
produção para atendimento as necessidades
do grupo, como governantes, burocratas,
sacerdotes e guerreiros.
PRIMEIRAS CIDADES
PRIMEIRAS CIDADES
Junto a essa população não produtora
também se desenvolveram grupos de
artesãos especializados (carpinteiros,
ferreiros, tecelões, etc.), que marcaram
desde cedo o caráter comercial das cidades
nascentes.
* Os centros urbanos, portanto, sempre
desenvolveram economia, política e cultura
própria.
A CIDADE INDUSTRIAL MODERNA
As transformações radicais promovida pela
Revolução Industrial e Francesa, que
desenvolveram a democracia representativa
liberal e a industrialização capitalista,
assim como criaram novos modelos de vida e
conflitos urbanos inéditos na história da
humanidade.
EUGENIA
MORADIAS INSALUBRES
MORADIAS INSALUBRES
CRIANÇAS ÓRFÃS
TRABALHO INFANTIL
TRABALHO INSALUBRE
MISÉRIA
ANÁLISES SOCIOLÓGICAS
Duas abordagens sociológicas para
compreensão do caos urbano serão
mensuradas para compreensão dos aspectos
urbanos.
• Uma que enfatiza os aspectos de ordem
implícita por trás do aparente caos urbano –
“A Escola de Chicago”;
• Outra que enxerga os conflitos sociais
contemporâneos a chave para a
compreensão da organização social e
espacial das cidades – “A Nova Sociologia
Urbana” – de cunho Marxista.
A INFLUÊNCIA DA ESCOLA DE CHICAGO :
ORDENAMENTO ECOLÓGICO DA CIDADE
Você já ouviu falar de analogias entre
cidades e selvas, ruas e veias, pessoas e
formigas? Durante a primeira metade do
século XX, surgiu nas ciências sociais uma
forma de compreensão do espaço urbano
como ecossistemas, um desenvolvimento
natural de relações ecológicas.
TEORIA DO MEIO URBANO
A teoria sobre o meio urbano foi
desenvolvida por um conjunto de cientistas
sociais da universidade de Chicago, nos
Estados Unidos. A pesar das diferenças de
abordagem e das várias teorias mobilizadas
para explicar o fenômeno urbano, esses
pesquisadores foram identificados como
uma escola de pensamento sociológico, a
Escola de Chicago.
A ESCOLA DE CHICAGO
Pela primeira vez, pesquisadores usavam as
ferramentas das ciências humanas para
explicar a formação das cidades e os
comportamentos específicos de sua
população sem recorrer à teologia ou à
moral religiosa.
GEORG SIMMEL
CA inspiração dos pesquisadores de Chicago
veio da sociologia clássica, em especial do
sociólogo alemão Georg Simmel, que fez
reflexões importantes sobre o
comportamento do homem
urbano na virada do
século XIX para o XX.
A METRÓPOLE E A VIDA MENTAL (G. S.)
Em seu ensaio o autor se debruça sobre a
vida nas cidades, cada vez maiores com
redes de interação cada vez mais
complexas. Sua proposta é analisar as
condições psicológicas criadas por essa
situação, na qual se mescla busca pela
individualidade com a interdependência
entre indivíduos levados a se especializar
cada vez mais em suas profissões,
consequência da fragmentação da produção
em escala capitalista.
PRODUÇÃO EM ESCALA
ESPECIALIZAÇÃO
ESCOLA DE CHICAGO: SIMMEL
Em outras palavras, a busca pela
diferenciação faz com que os indivíduos
procurem se especializar em uma
determinada função, de maneira que se
tornem únicos, mas, ao mesmo tempo, os
faz ficar cada vez mais dependentes de
outras pessoas nos demais aspectos de sua
vida.
ESCOLA DE CHICAGO: SIMMEL
Simmel destaca também o grande número de
estímulos aos quais os moradores da
metrópole são expostos . As rápidas
mudanças nas cidades exigem uma postura
que projeta seus habitantes do fluxo
incessante de estímulos, ou seja, certa
indiferença e embotamento pelo excesso de
sensações, uma postura blasé. Para o autor,
o metropolitano age com a “cabeça”,
enquanto no campo se age com o “coração”.
ESTÍMULOS DA VIDA URBANA
ESCOLA DE CHICAGO
As relações metropolitanas seriam
superficiais por serem extremamente
racionais. Os indivíduos na maior parte do
tempo, são apenas um número, traços da
burocracia moderna.
Por exemplo, quando vou a um banco ou
correio, me relaciono com um funcionário,
não com um indivíduo, isto é, pouco importa
quais são as características da sua
personalidade.
IMPESSOALIDADE NAS RELAÇÕES
ESCOLA DE CHICAGO
No entanto, não era apenas a psicologia do
morador das cidade que interessava às
ciências sociais. A Ecologia Urbana foi o
princípio teórico que norteou as explicações
sobre diferentes fenômenos nas cidades
(ocupação por diferentes classes sociais,
guetos, gangues, atividades ilegais, etc.)
nos Estados Unidos dos anos 1920,
especialmente Chicago.
1920
A ESCOLA DE CHIGACO
A teoria utilizava princípios da biologia para
explicar a distribuição espacial das
populações urbanas. Assim, a interação
social era vista como uma “competição
biótica” por vantagem territorial (que
funcionava como qualquer ecossistema por
meio de processos ecológicos de invasão,
dominação e sucessão.
A ESCOLA DE CHICAGO
Os grupos seriam formados por sua base
social (como raiz étnica ou posição de
classe) e constituíam “áreas naturais” ou
“morais” na cidade ( o centro marcado pelo
desvio, criminalidade e pela prostituição; os
subúrbios, pela ordem, pela vida familiar e
pela dedicação ao trabalho honesto).
CENTRO, DESVIO, CRIMINALIDADE,
PROSTITUIÇÃO
SUBÚRBIOS: ORDEM FAMILIAR, TRABALHO
HONESTO.
ESCOLA DE CHIGACO
Os sociólogos estadunidenses Robert E. Park
e Ernest W. Burgess formularam a hipótese
de que os grupos se distribuíam na cidade
em círculos concêntricos: a alta burguesia
nos subúrbios, e o grupo de trabalhadores
informais e operários próximo ao centro.
MODELO DOS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS
ESCOLA DE CHICAGO
A competição pelas áreas mais valiosas
afastada dos centros, promoveria a
“sucessão étnica” e a “invasão residencial”
de grupos que, ao conquistar novas áreas,
expulsavam a antiga população para o
círculo seguinte. A hipótese não se aplica ao
desenvolvimento urbano europeu ou latino-
americano, mas promoveu outras dezenas
de teorias similares que procuraram
aperfeiçoá-la ou mesmo substituí-la.
A ESCOLA DE CHICAGO
A pesar da Ecologia Urbana ter sido
superada nas Ciências Sociais por teorias
que valorizam mais as relações entre os
grupos sociais do que entre os grupos e o
meio ambiente, é importante conhecê-la
pelo seu caráter fundador e pela herança
que deixou na sociologia urbana.
A ESCOLA DE CHICAGO
O principal aspecto dessa herança é a
metodologia de pesquisa desenvolvida pelos
sociólogos formados no período, que
abriram mão de ideias preconcebidas a
respeito dos comportamentos que se devia
“ter” na cidade.
Eles passaram a encarar as cidades como ela
eram, e não como os diferentes
“reformadores sociais” entendiam que elas
deveriam ser, de acordo com seus princípios
filosóficos e religiosos.
A ESCOLA DE CHICAGO
Os estudos de sociólogos como o
estadunidense Donald Pierson, formado pela
Universidade de Chicago, foram
influenciados por esse pensamento. O
professor, que trabalhou no Brasil por
muitos anos, mostra como o meio urbano
constitui uma série de interações sociais
que promovem diferenças qualitativas nas
relações interpessoais, uma lógica que ficou
conhecida como “comunidade-sociedade”.
A ESCOLA DE CHICAGO
A comunidade seria o modelo das relações
nas pequenas vilas e aldeias rurais, onde
todos se conhecem e interagem. Nesse tipo
de socialização, a personalidade do
individual dos habitantes exerce grande
força sobre a coletividade, mas isso ocorre
às custas da liberdade do indivíduo que é
cercado pelas forças sociais que regulam os
comportamentos aceitos naquela
comunidade.
A ESCOLA DE CHICAGO
A ESCOLA DE CHICAGO
A sociedade por sua vez, resulta da
socialização desenvolvida nos grandes
aglomerados urbanos, onde os indivíduos
gozam de muita liberdade e são menos
regulados pelas forças sociais, mas ficam
mais diluídos no conjunto da população e
exercem menor influência individual sobre a
sociedade como um todo.
A ESCOLA DE CHICAGO
A ESCOLA DE CHICAGO
Desde que foi encarada como um laboratório
pela Escola de Chicago, a cidade se
estabeleceu como um objeto relevante para
as Ciências Sociais, com uma configuração
própria – não apenas política, mas também
econômica e cultural -, capaz de determinar
comportamentos e relações sociais.
A ESCOLA DE CHICAGO
A ESCOLA DE CHICAGO
Essa visão consolidou o empenho de
cientistas sociais pelo estabelecimento de
uma “ciência da cidade”, nome que passou a
figurar ao lado de expressões difundidas
inicialmente em língua inglesa e depois
traduzidas nos diferentes países do mundo
como Urbanismos. Mais tarde, também
agrupou uma série de pesquisas sociológicas
sobre a cidade com o nome de Sociologia
Urbana.
A ESCOLA DE CHICAGO
O reconhecimento público de uma “ciência da
cidade” levou à necessidade de definir
sociologicamente esses agrupamentos
humanos, dada a evidência de que eles se
constituíam a partir de configurações
sociais muito recentes.
Para o pensamento social do final do século
XIX e início do XX, eram as
especificidades modernas da cidade e o
capitalismo nascente que apresentavam as
características distintivas que levavam a
ciência a estudá-la.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
Nos anos 1970, um grupo de sociólogos
franceses passou a ver com outros olhos o a
problemática urbana. Para eles, atribuir ao
ambiente construído a causa de
determinados comportamentos e relações
sociais era uma psicologização e
naturalização das estruturas sociais
complexas das sociedades capitalistas.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
Desse esforço de compreensão das cidades,
resultou um novo campo de trabalho que
ficou conhecido como a “Nova Sociologia
Urbana”.
Para esses pensadores, a cidade só poderia
ser compreendida como espaço produzido
pelo conflito inerentes às contradições
básicas do capitalismo, não por processos
ecológicos análogos aos processos de
seleção, ocupação e substituição de
populações em ecossistemas naturais.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
O esforço de explicação dos fenômenos
urbanos por causas “não espaciais”, mas
concentradas nas relações sociais da
sociedade capitalista, foi marcada da
influente teoria do “consumismo coletivo”
desenvolvida pelo sociólogo espanhol Manuel
Castells.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
A ocupação do espaço e a expansão das
cidades seriam determinadas somente pelas
relações sociais. Essas relações
(econômicas, políticas e culturais) da
sociedade capitalista que se consolidavam
no fim do século XIX, com suas condições
de propriedade e de organização da
produção, engendraram cidades a partir de
sua lógica que portanto, as diferenciava de
cidades feudais ou da antiguidade.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
No século XX, o capitalismo passou a
depender cada vez mais dos equipamentos e
dos serviços urbanos fornecidos pelo
Estado para garantir a oferta de mão de
obra (os chamados exércitos industriais de
reserva). O Estado, ao garantir a
reprodução da força de trabalho a partir
da oferta de escolas, moradia popular,
transporte e outros elementos que
contribuíram para manter baixos salários
dos trabalhadores e aumentar o lucro do
setor produtivo, entrou em conflito com os
movimentos sociais urbanos.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
Esses movimentos, aliados aos trabalhadores
organizados, passaram a contestar o
funcionamento da sociedade capitalista e a
lutar contra seus princípios econômicos, que
produziam segregação e concentração de
riqueza.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
A lógica econômica utilizada pela teoria
marxista para explicar as massas de
trabalhadores empobrecidos, os baixos
salários, o lucro crescente e os conflitos
entre trabalhadores e capitalistas também
seria utilizada para compreender a
distribuição das moradias, o mercado
imobiliário, as disputas pelos espaços livres
e pelos equipamentos urbanos, assim como
seria determinante para avaliar o papel do
Estado nesse conflito.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
Assim, em uma síntese esquemática, as
cidades modernas se constituíam a partir
do crescimento da indústria e do comércio,
pois contingentes imensos de trabalhadores
que deixam o campo por falta de meios de
produção tornando-se mão de obra
assalariada nas fábricas e no comércio
urbano.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
No início do processo, os próprios donos das
fábricas eram responsáveis por oferecer
moradia e condições de alimentação e
transporte para os operários, mas com o
desenvolvimento das relações de trabalho e
das forças produtivas, essa função passou a
ser desempenhada cada vez mais pelo
Estado.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
As demandas da classe trabalhadora por
melhores condições de vida passaram a ser
dirigidas também pelo Estado, que se
tornou um dos importantes protagonistas
envolvidos nos conflitos urbanos
contemporâneos.
A NOVA SOCIOLOGIA URBANA
Verificar página 318 do livro didático; Valor
de troca e valor de uso das cidades.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Segundo as evidências disponíveis, há uma
sensação compartilhada por muitas pessoas
de que a vida nas grandes cidades é cada
vez mais violenta.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
De acordo com o Mapa da violência 2012,
pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de
Estudos Latino-Americanos da Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais
(CEBELE/FLACSO), 79% dos cidadãos
brasileiros, especialmente os que vivem nas
grandes cidades, afirmam ter muito medo
de ser assassinados.
Não estamos falando de cidadãos que
trabalhem como policiais ou em atividades
de risco, mas pessoas consideradas
“comuns” trabalhadores urbanos.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
As consequências sociais desse sentimento
compartilhado são, na atualidade, um
importante objeto de estudo de Sociologia.
O medo tornou-se uma justificativa
recorrente para as mudanças na
administração dos espaços públicos e
privados e nas formas de mobilidade
urbana.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Medo de assassinato por região
Muito medo Pouco medo Nenhum medo
Centro-Oeste 75,0% 13,4% 11,6%
Nordeste 85,8% 8,2% 6,0%
Norte 78,4% 14,0% 7,6%
Sudeste 78,4% 10,9% 10,7%
Sul 69,9% 17,3% 12,8%
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
A veiculação de determinados eventos
violentos pela mídia ( em geral, com forte
apelo dramático) alimenta e reforça a
sensação de medo da população, medida em
pesquisas de opinião e evidente na
diminuição da frequência a
estabelecimentos noturnos, de
restaurantes a escolas.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Ao juntar esses fatores subjetivos aos
objetivos (como o aumento de homicídios e
assaltos, medidos por meio de pesquisas ou
de registros de ocorrência da polícia e do
Sistema Único de Saúde – SUS), tanto os
indivíduos quanto o Estado e os grandes
agentes econômicos orientados pelo
mercado procuram construir novas
maneiras de viver na cidade.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
É por causa dessa percepção do medo que se
reproduzem Shopping centers como
alternativa ao comércio de rua, que, ao
perder consumidores tende a diminuir ou
mesmo desaparecer.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Também em busca de proteção multiplicam-
se os condomínios fechados, que oferecem
opções de lazer e comércio em um ambiente
protegido por serviços de segurança
privados, o que diminui a circulação de
moradores nas cidades.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Também, por essa lógica, diminui a oferta de
serviços noturnos, como transporte público,
educação e opções de lazer, que passam a
funcionar cada vez mais em teatros e
estabelecimentos localizados em centros
comerciais fechados.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Além disso, a vida privada das pessoas é
monitorada por sistemas de vigilância
eletrônica, com câmeras e rastreamento
individual e de veículos por satélite.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Acima de tudo, hoje se vive sob a suposta
proteção de grades, muros e até barreiras
de arames farpados e cercas elétricas,
estes últimos, equipamentos de uso
prioritariamente militar.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
A Sociologia, ao estudar esses fenômenos,
contribui para explicar a violência da vida
moderna ao compará-la com a de outras
sociedades e momentos históricos, assim
como avalia suas consequências nas cidades
ao desvendar determinadas relações
causais e permitir a construção de
alternativas que não reproduzam seus
efeitos perversos, como segregação social e
o estabelecimento de uma cultura do
medo.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Cultura do medo: Resultado cultural
desagregador que ocorre quando um
sentimento difundido de perigo se reproduz
na sociedade, diminuindo o grau de coesão
entre os indivíduos e facilitando
estratégias de dominação autoritárias, que
se valem do processo de isolamento e
alienação social. Na atualidade, a cultura do
medo está fortemente associada à
criminalidade e aos valores do senso comum
associados a esse fenômeno.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Sabemos que a violência ocorre tanto no
campo como nas cidades, e tanto nas
cidades grandes como nas pequenas.
Portanto, é importante entender o
destaque que ganhou a expressão “violência
urbana” a partir do final dos anos 1970,
termo que qualifica no senso comum a
violência nas cidades, mas também os
conceitos sociológicos de “criminalidade”,
“segregação” e “exclusão”.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
A coincidência dessa percepção com o
processo de difusão do pensamento
neoliberal e da globalização deve ser levada
em consideração para que seja
compreendido o contexto social e histórico
no qual o debate sobre a violência nas
cidades ganha mais relevância.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Segundo a antropóloga carioca Alba Zaluar, o
crescimento da violência (medida
especialmente em taxas de homicídios,
número de assassinatos a cada 100 mil
habitantes) é um fenômeno internacional e
foi constatado em países desenvolvidos,
como França e Estados Unidos, a partir dos
anos de 1960. No Brasil, foi contatado
apenas 10 anos mais tarde.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Esse processo faz que os crimes violentos
(que no começo do século XX eram, na
maioria dos casos, “crimes de sangue”, isto
é, vinganças privadas entre pessoas, que em
geral, se conheciam, e realizadas em
espaços privados) passassem, na segunda
metade daquele século, a ser
predominantemente cometidos por
desconhecidos em locais públicos, que
vitimavam em especial homens adultos.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Ao longo do século XX, a Sociologia
desenvolveu diferentes teorias para
analisar a situação de violência nas cidades,
em especial entre jovens, faixa etária em
que a maioria das vítimas se concentrava.
A Ecologia Urbana desenvolveu a teoria da
“desorganização social” nas áreas de
pobreza, conhecidas como “zonas de
transição”, que concentravam jovens,
pobres e imigrantes. – Essa teoria que
contrapunha uma “crise” ou “desordem” a
uma forma homogênea de organização
social, foi duramente criticada.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Nos anos 1960, nos Estados Unidos, quando a
violência voltou aos debates, foi elaborada
a teoria da “frustração”(em contrapartida a
ideia de “disfunção”), segundo a qual a
desigualdade nas oportunidades de
ascensão social impediria que determinados
grupos de ascender socialmente, o que seria
um objetivo comum a todos.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Nesse sentido, uma segunda geração de
imigrantes nos Estados Unidos, impedidos
de usufruir das oportunidades
convencionais de ascensão social, escolhiam
outros meios de atingi-la, como atividades
ilegais e participação em gangues, capazes
de proporcionar a realização dos novos
valores sociais.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Esses valores passaram cada vez mais a ser
constituídos por um padrão baseado no
dinheiro, no interesse pessoal e na ambição,
que marcavam o individualismo e os
conflitos decorrentes dele.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
O que existia, então, era uma grande
distância entre os valores individuais
compartilhados socialmente e aos
oportunidades reais a que tinham acesso os
jovens pobres nos EUA.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Uma terceira teoria, a “teoria do rótulo”, no
entanto, foi concebida e passou a criticar
as demais, ao apontar que a discriminação
perpetuada, em especial, pelas instituições
governamentais (policiais e judiciais),
rotulava os jovens de etnias inferiorizadas
ou de camadas pobres como “delinquentes”,
mesmo que eles fossem apenas jovens
vivendo os conflitos comuns a essa idade.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Uma última teoria, a “teoria crítica”,
entendia ser necessária uma transformação
radical no sistema penal, acabando com a
própria ideia de prisão, a qual se resume
apenas o castigo e vingança, sentimentos
impróprios para uma organização social
moderna.
CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E
PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Todas essas teorias, no entanto
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PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
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Ordem e Conflito nas Cidades: Duas Perspectivas Sociológicas

  • 1. ORDEM E CONFLITO: DUAS PERSPECTIVAS SOBRE AS CIDADES De modo geral, as cidades surgiram como resultado de transformações sociais abrangentes, que alteraram a organização da produção, a política e a cultura dos primeiros agrupamentos humanos.
  • 2. Essas transformações tornaram-se nos primeiros assentamentos permanentes das antigas populações nômades, muito mais complexo, em especial pela formação de seguimentos sociais que não se dedicavam à produção para atendimento as necessidades do grupo, como governantes, burocratas, sacerdotes e guerreiros. PRIMEIRAS CIDADES
  • 3. PRIMEIRAS CIDADES Junto a essa população não produtora também se desenvolveram grupos de artesãos especializados (carpinteiros, ferreiros, tecelões, etc.), que marcaram desde cedo o caráter comercial das cidades nascentes. * Os centros urbanos, portanto, sempre desenvolveram economia, política e cultura própria.
  • 4. A CIDADE INDUSTRIAL MODERNA As transformações radicais promovida pela Revolução Industrial e Francesa, que desenvolveram a democracia representativa liberal e a industrialização capitalista, assim como criaram novos modelos de vida e conflitos urbanos inéditos na história da humanidade.
  • 12. ANÁLISES SOCIOLÓGICAS Duas abordagens sociológicas para compreensão do caos urbano serão mensuradas para compreensão dos aspectos urbanos. • Uma que enfatiza os aspectos de ordem implícita por trás do aparente caos urbano – “A Escola de Chicago”; • Outra que enxerga os conflitos sociais contemporâneos a chave para a compreensão da organização social e espacial das cidades – “A Nova Sociologia Urbana” – de cunho Marxista.
  • 13. A INFLUÊNCIA DA ESCOLA DE CHICAGO : ORDENAMENTO ECOLÓGICO DA CIDADE Você já ouviu falar de analogias entre cidades e selvas, ruas e veias, pessoas e formigas? Durante a primeira metade do século XX, surgiu nas ciências sociais uma forma de compreensão do espaço urbano como ecossistemas, um desenvolvimento natural de relações ecológicas.
  • 14. TEORIA DO MEIO URBANO A teoria sobre o meio urbano foi desenvolvida por um conjunto de cientistas sociais da universidade de Chicago, nos Estados Unidos. A pesar das diferenças de abordagem e das várias teorias mobilizadas para explicar o fenômeno urbano, esses pesquisadores foram identificados como uma escola de pensamento sociológico, a Escola de Chicago.
  • 15. A ESCOLA DE CHICAGO Pela primeira vez, pesquisadores usavam as ferramentas das ciências humanas para explicar a formação das cidades e os comportamentos específicos de sua população sem recorrer à teologia ou à moral religiosa.
  • 16. GEORG SIMMEL CA inspiração dos pesquisadores de Chicago veio da sociologia clássica, em especial do sociólogo alemão Georg Simmel, que fez reflexões importantes sobre o comportamento do homem urbano na virada do século XIX para o XX.
  • 17. A METRÓPOLE E A VIDA MENTAL (G. S.) Em seu ensaio o autor se debruça sobre a vida nas cidades, cada vez maiores com redes de interação cada vez mais complexas. Sua proposta é analisar as condições psicológicas criadas por essa situação, na qual se mescla busca pela individualidade com a interdependência entre indivíduos levados a se especializar cada vez mais em suas profissões, consequência da fragmentação da produção em escala capitalista.
  • 20. ESCOLA DE CHICAGO: SIMMEL Em outras palavras, a busca pela diferenciação faz com que os indivíduos procurem se especializar em uma determinada função, de maneira que se tornem únicos, mas, ao mesmo tempo, os faz ficar cada vez mais dependentes de outras pessoas nos demais aspectos de sua vida.
  • 21. ESCOLA DE CHICAGO: SIMMEL Simmel destaca também o grande número de estímulos aos quais os moradores da metrópole são expostos . As rápidas mudanças nas cidades exigem uma postura que projeta seus habitantes do fluxo incessante de estímulos, ou seja, certa indiferença e embotamento pelo excesso de sensações, uma postura blasé. Para o autor, o metropolitano age com a “cabeça”, enquanto no campo se age com o “coração”.
  • 23. ESCOLA DE CHICAGO As relações metropolitanas seriam superficiais por serem extremamente racionais. Os indivíduos na maior parte do tempo, são apenas um número, traços da burocracia moderna. Por exemplo, quando vou a um banco ou correio, me relaciono com um funcionário, não com um indivíduo, isto é, pouco importa quais são as características da sua personalidade.
  • 25. ESCOLA DE CHICAGO No entanto, não era apenas a psicologia do morador das cidade que interessava às ciências sociais. A Ecologia Urbana foi o princípio teórico que norteou as explicações sobre diferentes fenômenos nas cidades (ocupação por diferentes classes sociais, guetos, gangues, atividades ilegais, etc.) nos Estados Unidos dos anos 1920, especialmente Chicago.
  • 26. 1920
  • 27. A ESCOLA DE CHIGACO A teoria utilizava princípios da biologia para explicar a distribuição espacial das populações urbanas. Assim, a interação social era vista como uma “competição biótica” por vantagem territorial (que funcionava como qualquer ecossistema por meio de processos ecológicos de invasão, dominação e sucessão.
  • 28. A ESCOLA DE CHICAGO Os grupos seriam formados por sua base social (como raiz étnica ou posição de classe) e constituíam “áreas naturais” ou “morais” na cidade ( o centro marcado pelo desvio, criminalidade e pela prostituição; os subúrbios, pela ordem, pela vida familiar e pela dedicação ao trabalho honesto).
  • 30. SUBÚRBIOS: ORDEM FAMILIAR, TRABALHO HONESTO.
  • 31. ESCOLA DE CHIGACO Os sociólogos estadunidenses Robert E. Park e Ernest W. Burgess formularam a hipótese de que os grupos se distribuíam na cidade em círculos concêntricos: a alta burguesia nos subúrbios, e o grupo de trabalhadores informais e operários próximo ao centro.
  • 32. MODELO DOS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS
  • 33. ESCOLA DE CHICAGO A competição pelas áreas mais valiosas afastada dos centros, promoveria a “sucessão étnica” e a “invasão residencial” de grupos que, ao conquistar novas áreas, expulsavam a antiga população para o círculo seguinte. A hipótese não se aplica ao desenvolvimento urbano europeu ou latino- americano, mas promoveu outras dezenas de teorias similares que procuraram aperfeiçoá-la ou mesmo substituí-la.
  • 34. A ESCOLA DE CHICAGO A pesar da Ecologia Urbana ter sido superada nas Ciências Sociais por teorias que valorizam mais as relações entre os grupos sociais do que entre os grupos e o meio ambiente, é importante conhecê-la pelo seu caráter fundador e pela herança que deixou na sociologia urbana.
  • 35. A ESCOLA DE CHICAGO O principal aspecto dessa herança é a metodologia de pesquisa desenvolvida pelos sociólogos formados no período, que abriram mão de ideias preconcebidas a respeito dos comportamentos que se devia “ter” na cidade. Eles passaram a encarar as cidades como ela eram, e não como os diferentes “reformadores sociais” entendiam que elas deveriam ser, de acordo com seus princípios filosóficos e religiosos.
  • 36. A ESCOLA DE CHICAGO Os estudos de sociólogos como o estadunidense Donald Pierson, formado pela Universidade de Chicago, foram influenciados por esse pensamento. O professor, que trabalhou no Brasil por muitos anos, mostra como o meio urbano constitui uma série de interações sociais que promovem diferenças qualitativas nas relações interpessoais, uma lógica que ficou conhecida como “comunidade-sociedade”.
  • 37. A ESCOLA DE CHICAGO A comunidade seria o modelo das relações nas pequenas vilas e aldeias rurais, onde todos se conhecem e interagem. Nesse tipo de socialização, a personalidade do individual dos habitantes exerce grande força sobre a coletividade, mas isso ocorre às custas da liberdade do indivíduo que é cercado pelas forças sociais que regulam os comportamentos aceitos naquela comunidade.
  • 38. A ESCOLA DE CHICAGO
  • 39. A ESCOLA DE CHICAGO A sociedade por sua vez, resulta da socialização desenvolvida nos grandes aglomerados urbanos, onde os indivíduos gozam de muita liberdade e são menos regulados pelas forças sociais, mas ficam mais diluídos no conjunto da população e exercem menor influência individual sobre a sociedade como um todo.
  • 40. A ESCOLA DE CHICAGO
  • 41. A ESCOLA DE CHICAGO Desde que foi encarada como um laboratório pela Escola de Chicago, a cidade se estabeleceu como um objeto relevante para as Ciências Sociais, com uma configuração própria – não apenas política, mas também econômica e cultural -, capaz de determinar comportamentos e relações sociais.
  • 42. A ESCOLA DE CHICAGO
  • 43. A ESCOLA DE CHICAGO Essa visão consolidou o empenho de cientistas sociais pelo estabelecimento de uma “ciência da cidade”, nome que passou a figurar ao lado de expressões difundidas inicialmente em língua inglesa e depois traduzidas nos diferentes países do mundo como Urbanismos. Mais tarde, também agrupou uma série de pesquisas sociológicas sobre a cidade com o nome de Sociologia Urbana.
  • 44. A ESCOLA DE CHICAGO O reconhecimento público de uma “ciência da cidade” levou à necessidade de definir sociologicamente esses agrupamentos humanos, dada a evidência de que eles se constituíam a partir de configurações sociais muito recentes. Para o pensamento social do final do século XIX e início do XX, eram as especificidades modernas da cidade e o capitalismo nascente que apresentavam as características distintivas que levavam a ciência a estudá-la.
  • 45. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA Nos anos 1970, um grupo de sociólogos franceses passou a ver com outros olhos o a problemática urbana. Para eles, atribuir ao ambiente construído a causa de determinados comportamentos e relações sociais era uma psicologização e naturalização das estruturas sociais complexas das sociedades capitalistas.
  • 46. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA Desse esforço de compreensão das cidades, resultou um novo campo de trabalho que ficou conhecido como a “Nova Sociologia Urbana”. Para esses pensadores, a cidade só poderia ser compreendida como espaço produzido pelo conflito inerentes às contradições básicas do capitalismo, não por processos ecológicos análogos aos processos de seleção, ocupação e substituição de populações em ecossistemas naturais.
  • 48. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA O esforço de explicação dos fenômenos urbanos por causas “não espaciais”, mas concentradas nas relações sociais da sociedade capitalista, foi marcada da influente teoria do “consumismo coletivo” desenvolvida pelo sociólogo espanhol Manuel Castells.
  • 50. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA A ocupação do espaço e a expansão das cidades seriam determinadas somente pelas relações sociais. Essas relações (econômicas, políticas e culturais) da sociedade capitalista que se consolidavam no fim do século XIX, com suas condições de propriedade e de organização da produção, engendraram cidades a partir de sua lógica que portanto, as diferenciava de cidades feudais ou da antiguidade.
  • 51. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA No século XX, o capitalismo passou a depender cada vez mais dos equipamentos e dos serviços urbanos fornecidos pelo Estado para garantir a oferta de mão de obra (os chamados exércitos industriais de reserva). O Estado, ao garantir a reprodução da força de trabalho a partir da oferta de escolas, moradia popular, transporte e outros elementos que contribuíram para manter baixos salários dos trabalhadores e aumentar o lucro do setor produtivo, entrou em conflito com os movimentos sociais urbanos.
  • 52. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA Esses movimentos, aliados aos trabalhadores organizados, passaram a contestar o funcionamento da sociedade capitalista e a lutar contra seus princípios econômicos, que produziam segregação e concentração de riqueza.
  • 53. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA A lógica econômica utilizada pela teoria marxista para explicar as massas de trabalhadores empobrecidos, os baixos salários, o lucro crescente e os conflitos entre trabalhadores e capitalistas também seria utilizada para compreender a distribuição das moradias, o mercado imobiliário, as disputas pelos espaços livres e pelos equipamentos urbanos, assim como seria determinante para avaliar o papel do Estado nesse conflito.
  • 55. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA Assim, em uma síntese esquemática, as cidades modernas se constituíam a partir do crescimento da indústria e do comércio, pois contingentes imensos de trabalhadores que deixam o campo por falta de meios de produção tornando-se mão de obra assalariada nas fábricas e no comércio urbano.
  • 56. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA No início do processo, os próprios donos das fábricas eram responsáveis por oferecer moradia e condições de alimentação e transporte para os operários, mas com o desenvolvimento das relações de trabalho e das forças produtivas, essa função passou a ser desempenhada cada vez mais pelo Estado.
  • 57. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA As demandas da classe trabalhadora por melhores condições de vida passaram a ser dirigidas também pelo Estado, que se tornou um dos importantes protagonistas envolvidos nos conflitos urbanos contemporâneos.
  • 58. A NOVA SOCIOLOGIA URBANA Verificar página 318 do livro didático; Valor de troca e valor de uso das cidades.
  • 59. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Segundo as evidências disponíveis, há uma sensação compartilhada por muitas pessoas de que a vida nas grandes cidades é cada vez mais violenta.
  • 60. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO De acordo com o Mapa da violência 2012, pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (CEBELE/FLACSO), 79% dos cidadãos brasileiros, especialmente os que vivem nas grandes cidades, afirmam ter muito medo de ser assassinados. Não estamos falando de cidadãos que trabalhem como policiais ou em atividades de risco, mas pessoas consideradas “comuns” trabalhadores urbanos.
  • 61. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
  • 62. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO As consequências sociais desse sentimento compartilhado são, na atualidade, um importante objeto de estudo de Sociologia. O medo tornou-se uma justificativa recorrente para as mudanças na administração dos espaços públicos e privados e nas formas de mobilidade urbana.
  • 63. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Medo de assassinato por região Muito medo Pouco medo Nenhum medo Centro-Oeste 75,0% 13,4% 11,6% Nordeste 85,8% 8,2% 6,0% Norte 78,4% 14,0% 7,6% Sudeste 78,4% 10,9% 10,7% Sul 69,9% 17,3% 12,8%
  • 64. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO A veiculação de determinados eventos violentos pela mídia ( em geral, com forte apelo dramático) alimenta e reforça a sensação de medo da população, medida em pesquisas de opinião e evidente na diminuição da frequência a estabelecimentos noturnos, de restaurantes a escolas.
  • 65. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
  • 66. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Ao juntar esses fatores subjetivos aos objetivos (como o aumento de homicídios e assaltos, medidos por meio de pesquisas ou de registros de ocorrência da polícia e do Sistema Único de Saúde – SUS), tanto os indivíduos quanto o Estado e os grandes agentes econômicos orientados pelo mercado procuram construir novas maneiras de viver na cidade.
  • 67. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO É por causa dessa percepção do medo que se reproduzem Shopping centers como alternativa ao comércio de rua, que, ao perder consumidores tende a diminuir ou mesmo desaparecer.
  • 68. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Também em busca de proteção multiplicam- se os condomínios fechados, que oferecem opções de lazer e comércio em um ambiente protegido por serviços de segurança privados, o que diminui a circulação de moradores nas cidades.
  • 69. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Também, por essa lógica, diminui a oferta de serviços noturnos, como transporte público, educação e opções de lazer, que passam a funcionar cada vez mais em teatros e estabelecimentos localizados em centros comerciais fechados.
  • 70. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Além disso, a vida privada das pessoas é monitorada por sistemas de vigilância eletrônica, com câmeras e rastreamento individual e de veículos por satélite.
  • 71. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Acima de tudo, hoje se vive sob a suposta proteção de grades, muros e até barreiras de arames farpados e cercas elétricas, estes últimos, equipamentos de uso prioritariamente militar.
  • 72. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO A Sociologia, ao estudar esses fenômenos, contribui para explicar a violência da vida moderna ao compará-la com a de outras sociedades e momentos históricos, assim como avalia suas consequências nas cidades ao desvendar determinadas relações causais e permitir a construção de alternativas que não reproduzam seus efeitos perversos, como segregação social e o estabelecimento de uma cultura do medo.
  • 73. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
  • 74. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Cultura do medo: Resultado cultural desagregador que ocorre quando um sentimento difundido de perigo se reproduz na sociedade, diminuindo o grau de coesão entre os indivíduos e facilitando estratégias de dominação autoritárias, que se valem do processo de isolamento e alienação social. Na atualidade, a cultura do medo está fortemente associada à criminalidade e aos valores do senso comum associados a esse fenômeno.
  • 75. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
  • 76. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Sabemos que a violência ocorre tanto no campo como nas cidades, e tanto nas cidades grandes como nas pequenas. Portanto, é importante entender o destaque que ganhou a expressão “violência urbana” a partir do final dos anos 1970, termo que qualifica no senso comum a violência nas cidades, mas também os conceitos sociológicos de “criminalidade”, “segregação” e “exclusão”.
  • 77. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO A coincidência dessa percepção com o processo de difusão do pensamento neoliberal e da globalização deve ser levada em consideração para que seja compreendido o contexto social e histórico no qual o debate sobre a violência nas cidades ganha mais relevância.
  • 78. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Segundo a antropóloga carioca Alba Zaluar, o crescimento da violência (medida especialmente em taxas de homicídios, número de assassinatos a cada 100 mil habitantes) é um fenômeno internacional e foi constatado em países desenvolvidos, como França e Estados Unidos, a partir dos anos de 1960. No Brasil, foi contatado apenas 10 anos mais tarde.
  • 79. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Esse processo faz que os crimes violentos (que no começo do século XX eram, na maioria dos casos, “crimes de sangue”, isto é, vinganças privadas entre pessoas, que em geral, se conheciam, e realizadas em espaços privados) passassem, na segunda metade daquele século, a ser predominantemente cometidos por desconhecidos em locais públicos, que vitimavam em especial homens adultos.
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  • 81. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Ao longo do século XX, a Sociologia desenvolveu diferentes teorias para analisar a situação de violência nas cidades, em especial entre jovens, faixa etária em que a maioria das vítimas se concentrava. A Ecologia Urbana desenvolveu a teoria da “desorganização social” nas áreas de pobreza, conhecidas como “zonas de transição”, que concentravam jovens, pobres e imigrantes. – Essa teoria que contrapunha uma “crise” ou “desordem” a uma forma homogênea de organização social, foi duramente criticada.
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  • 83. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Nos anos 1960, nos Estados Unidos, quando a violência voltou aos debates, foi elaborada a teoria da “frustração”(em contrapartida a ideia de “disfunção”), segundo a qual a desigualdade nas oportunidades de ascensão social impediria que determinados grupos de ascender socialmente, o que seria um objetivo comum a todos.
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  • 85. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Nesse sentido, uma segunda geração de imigrantes nos Estados Unidos, impedidos de usufruir das oportunidades convencionais de ascensão social, escolhiam outros meios de atingi-la, como atividades ilegais e participação em gangues, capazes de proporcionar a realização dos novos valores sociais.
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  • 87. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Esses valores passaram cada vez mais a ser constituídos por um padrão baseado no dinheiro, no interesse pessoal e na ambição, que marcavam o individualismo e os conflitos decorrentes dele.
  • 88. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO O que existia, então, era uma grande distância entre os valores individuais compartilhados socialmente e aos oportunidades reais a que tinham acesso os jovens pobres nos EUA.
  • 89. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Uma terceira teoria, a “teoria do rótulo”, no entanto, foi concebida e passou a criticar as demais, ao apontar que a discriminação perpetuada, em especial, pelas instituições governamentais (policiais e judiciais), rotulava os jovens de etnias inferiorizadas ou de camadas pobres como “delinquentes”, mesmo que eles fossem apenas jovens vivendo os conflitos comuns a essa idade.
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  • 91. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Uma última teoria, a “teoria crítica”, entendia ser necessária uma transformação radical no sistema penal, acabando com a própria ideia de prisão, a qual se resume apenas o castigo e vingança, sentimentos impróprios para uma organização social moderna.
  • 92. CONFLITOS URBANOS: VIOLÊNCIA E PRIVATIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO Todas essas teorias, no entanto
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