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A Psicanálise de Winnicott e a teoria
do amadurecimento humano
Profa Dra Fernanda N. C. Rizzi
(Nocam)
Objetivo
• Introduzir brevemente a teoria do
amadurecimento humano de Winnicott e suas
contribuições que transcendem a psicanálise
infantil
1896-1971
Pediatra e
Psicanalista inglês
O OBJETO
• As contribuições de Winnicott enriqueceram a
concepção psicanalítica sobre as bases do
desenvolvimento emocional precoce
(Winnicott, 1945/1978), principalmente no
que concerne ao conceito de fenômenos e
objetos transicionais, produzidos em uma área
intermediária situada entre o mundo interno e
o mundo externo.
O OBJETO
• Winnicott formulou uma concepção sobre a
constituição do mundo interno bastante
original, afastando-se da doutrina freudiana à
medida que não recorre à teoria pulsional.
• FREUD: OBJETO DA PULSÃO
• WINNICOTT: transicionalidade
Relevância no avanço Psicanálise
• Uma psicanálise pré-edípica
• Winnicott (1963c/1983) considera a
esquizofrenia como resultado de certas falhas
de construção da personalidade, decorrentes
de um ambiente que não pôde ser
suficientemente facilitador para ajudar o
lactente nas metas: integração,
personalização e o desenvolvimento das
relações objetais.
Os primórdios do amadurecimento
Os primórdios do amadurecimento
• A unidade corresponde a uma organização entre o
indivíduo e o meio ambiente
• A base da saúde mental é estabelecida nos primórdios
da infância pelo provimento de cuidados dispensados à
criança por uma mãe suficientemente boa.
• adaptação ativa e sensível às necessidades da criança,
que a princípio são absolutas.
• Para superar esse estado inicial de dependência e
atingir a independência, o meio ambiente criado e
subjetivado pela criança transforma-se em algo
suficientemente semelhante ao ambiente percebido.
Desilusão e Desmame
• Desilusão antecede o desmame
• O desmame necessita de uma alimentação
bem-sucedida
• A desilusão necessita de uma possibilidade de
ilusão: o que o bebê cria está lá para ser
encontrado
Ilusão de Onipotência
• O seio e a primeira relação mãe-bebê : o seio
está quando e onde o bebê o ilusiona ter
criado...ele cria/encontra o objeto e isso
permite com que seu Ser tenha continuidade.
Ilusão
• A ilusão permite com que o bebê crie no
ambiente, crie seu objeto transicional
• O bebê percebe que o que ele pensa e quer
tem resposta no ambiente, este por sua vez dá
continuidade a sua experiência e o permite
sentir-se Real
HOLDING E SUSTENTAÇÃO
• O MAIS PROFUNDO É A PELE
(poeta francê Paul Valéry e também Winnicott)
Não existe para Winnicott as profundezas do
mundo interno sem a relação com o ambiente.
Não existe agressividade natural, sadismo
filogenático, maldade inata....existem relações
que falham, reações ao ambiente, defesas à
intrusões ambientais...etc...A única Herança é : a
tendência para o amadurecimento
Holding e sustentação
• Sustentar, fazer o HOLDING, tarefa física da
mãe que segura e ampara o bebê
• As agonias impensáveis do bebê estão ligadas
à sensação de cair terminantemente e de
deixar de existir, são sustentadas por um ego
auxiliar- a mãe...
• O analista produz um ambiente e um manejo
que realizem a mesma sustentação
Handling ou Manejo
• Está ligado ao contorno corporal, a
personalização do corpo do bebê
• Na análise está ligado a preparação do ambiente,
aos manejos não interpretativos
• Ex: um paciente muito preocupado com posturas
e aparências me percebe relaxada na poltrona,
coloquei assim os pés sobre o braço da mesma.
Ele em seguido tirou os sapatos e relaxou.
Etapas de independência
• Dependência absoluta
• Dependência relativa
Etapas da Independência
• Rumo a independência
• Independência relativa
Capacidade de estar a sós
• É essencial que a mãe possa, então, tolerar esses
momentos sem invadir nem perder o contato com o bebê.
Essa presença sutil permite o estar só na presença de
alguém (Winnicott, 1998a). Por último, num terceiro
momento de maior maturidade, o bebê, depois de
internalizar o bom cuidado que lhe foi oferecido, pode
apreciar momentos limitados de solidão, quando o objeto
de fato não se faz presente, sem que venha a reagir
perdendo a integração que foi alcançada. Essa última e
mais sofisticada forma de estar só não se constitui, no
entanto, numa capacidade autônoma e independente do
contexto, mas pressupõe a introjeção do cuidado
ambiental, cuja continuidade é fundamental.
O Verdadeiro e o Falso Self
• O caso Margareth Little (1901-1994)
• Em 1945 inicia sua análise com Winnicott
Psicanálise de Winnicott com adultos
• Em qual estágio de dependência estamos?
• Nosso amadurecimento tem falhas? A
regressão à dependência nos permite encará-
las
• O quanto somos nós mesmos?
• O quanto nos sentimos reais?
• Quais são os objetos que tornamos
adoecedores hoje? Pessoas, vícios, fetiches?
Psicanálise de Winnicott com Adultos
• Para Winnicott, o sujeito estabelece um eu privado que não
se comunica, mas, ao mesmo tempo, quer se comunicar e
ser encontrado. O autor aponta que este é um sofisticado
jogo de esconder, em que "é uma alegria estar escondido
mas um desastre não ser achado" (idem, p.169). Com isso,
Winnicott está chamando a atenção para o cuidado que se
deve ter, na análise, com o fato de que, embora as pessoas
se comuniquem e apreciem comunicar, é igualmente
verdadeiro "que cada indivíduo é isolado,
permanentemente sem se comunicar, permanentemente
desconhecido, na realidade nunca encontrado" e que "no
centro de cada pessoa há um elemento não-comunicável, e
isto é sagrado e merece muito ser preservado" (idem,
p.170).
Referências
• JANUARIO, Lívia Milhomem; TAFURI, Maria Izabel. A relação
transferencial para além da interpretação: reflexões a partir
da teoria de Winnicott. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro , v.
14, n. 2, p. 259-274, Dec. 2011.
• SANTOS, Manoel Antônio dos. A constituição do mundo
psíquico na concepção winnicottiana: uma contribuição à
clínica das psicoses. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre , v.
12, n. 3, 1999 .
• Winnicott, D. W. (1978). Desenvolvimento emocional
primitivo. Em D. W. Winnicott (Org.), Textos selecionados:
Da pediatria à psicanálise (2ª ed. pp. 269-285). Rio de
Janeiro: Francisco Alves. (Original publicado em 1945)
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A teoria do amadurecimento de Winnicott

  • 1. A Psicanálise de Winnicott e a teoria do amadurecimento humano Profa Dra Fernanda N. C. Rizzi (Nocam)
  • 2. Objetivo • Introduzir brevemente a teoria do amadurecimento humano de Winnicott e suas contribuições que transcendem a psicanálise infantil 1896-1971 Pediatra e Psicanalista inglês
  • 3. O OBJETO • As contribuições de Winnicott enriqueceram a concepção psicanalítica sobre as bases do desenvolvimento emocional precoce (Winnicott, 1945/1978), principalmente no que concerne ao conceito de fenômenos e objetos transicionais, produzidos em uma área intermediária situada entre o mundo interno e o mundo externo.
  • 4. O OBJETO • Winnicott formulou uma concepção sobre a constituição do mundo interno bastante original, afastando-se da doutrina freudiana à medida que não recorre à teoria pulsional. • FREUD: OBJETO DA PULSÃO • WINNICOTT: transicionalidade
  • 5. Relevância no avanço Psicanálise • Uma psicanálise pré-edípica • Winnicott (1963c/1983) considera a esquizofrenia como resultado de certas falhas de construção da personalidade, decorrentes de um ambiente que não pôde ser suficientemente facilitador para ajudar o lactente nas metas: integração, personalização e o desenvolvimento das relações objetais.
  • 6. Os primórdios do amadurecimento
  • 7. Os primórdios do amadurecimento • A unidade corresponde a uma organização entre o indivíduo e o meio ambiente • A base da saúde mental é estabelecida nos primórdios da infância pelo provimento de cuidados dispensados à criança por uma mãe suficientemente boa. • adaptação ativa e sensível às necessidades da criança, que a princípio são absolutas. • Para superar esse estado inicial de dependência e atingir a independência, o meio ambiente criado e subjetivado pela criança transforma-se em algo suficientemente semelhante ao ambiente percebido.
  • 8. Desilusão e Desmame • Desilusão antecede o desmame • O desmame necessita de uma alimentação bem-sucedida • A desilusão necessita de uma possibilidade de ilusão: o que o bebê cria está lá para ser encontrado
  • 9. Ilusão de Onipotência • O seio e a primeira relação mãe-bebê : o seio está quando e onde o bebê o ilusiona ter criado...ele cria/encontra o objeto e isso permite com que seu Ser tenha continuidade.
  • 10. Ilusão • A ilusão permite com que o bebê crie no ambiente, crie seu objeto transicional • O bebê percebe que o que ele pensa e quer tem resposta no ambiente, este por sua vez dá continuidade a sua experiência e o permite sentir-se Real
  • 11. HOLDING E SUSTENTAÇÃO • O MAIS PROFUNDO É A PELE (poeta francê Paul Valéry e também Winnicott) Não existe para Winnicott as profundezas do mundo interno sem a relação com o ambiente. Não existe agressividade natural, sadismo filogenático, maldade inata....existem relações que falham, reações ao ambiente, defesas à intrusões ambientais...etc...A única Herança é : a tendência para o amadurecimento
  • 12. Holding e sustentação • Sustentar, fazer o HOLDING, tarefa física da mãe que segura e ampara o bebê • As agonias impensáveis do bebê estão ligadas à sensação de cair terminantemente e de deixar de existir, são sustentadas por um ego auxiliar- a mãe... • O analista produz um ambiente e um manejo que realizem a mesma sustentação
  • 13. Handling ou Manejo • Está ligado ao contorno corporal, a personalização do corpo do bebê • Na análise está ligado a preparação do ambiente, aos manejos não interpretativos • Ex: um paciente muito preocupado com posturas e aparências me percebe relaxada na poltrona, coloquei assim os pés sobre o braço da mesma. Ele em seguido tirou os sapatos e relaxou.
  • 14. Etapas de independência • Dependência absoluta • Dependência relativa
  • 15. Etapas da Independência • Rumo a independência • Independência relativa
  • 16. Capacidade de estar a sós • É essencial que a mãe possa, então, tolerar esses momentos sem invadir nem perder o contato com o bebê. Essa presença sutil permite o estar só na presença de alguém (Winnicott, 1998a). Por último, num terceiro momento de maior maturidade, o bebê, depois de internalizar o bom cuidado que lhe foi oferecido, pode apreciar momentos limitados de solidão, quando o objeto de fato não se faz presente, sem que venha a reagir perdendo a integração que foi alcançada. Essa última e mais sofisticada forma de estar só não se constitui, no entanto, numa capacidade autônoma e independente do contexto, mas pressupõe a introjeção do cuidado ambiental, cuja continuidade é fundamental.
  • 17. O Verdadeiro e o Falso Self • O caso Margareth Little (1901-1994) • Em 1945 inicia sua análise com Winnicott
  • 18. Psicanálise de Winnicott com adultos • Em qual estágio de dependência estamos? • Nosso amadurecimento tem falhas? A regressão à dependência nos permite encará- las • O quanto somos nós mesmos? • O quanto nos sentimos reais? • Quais são os objetos que tornamos adoecedores hoje? Pessoas, vícios, fetiches?
  • 19. Psicanálise de Winnicott com Adultos • Para Winnicott, o sujeito estabelece um eu privado que não se comunica, mas, ao mesmo tempo, quer se comunicar e ser encontrado. O autor aponta que este é um sofisticado jogo de esconder, em que "é uma alegria estar escondido mas um desastre não ser achado" (idem, p.169). Com isso, Winnicott está chamando a atenção para o cuidado que se deve ter, na análise, com o fato de que, embora as pessoas se comuniquem e apreciem comunicar, é igualmente verdadeiro "que cada indivíduo é isolado, permanentemente sem se comunicar, permanentemente desconhecido, na realidade nunca encontrado" e que "no centro de cada pessoa há um elemento não-comunicável, e isto é sagrado e merece muito ser preservado" (idem, p.170).
  • 20. Referências • JANUARIO, Lívia Milhomem; TAFURI, Maria Izabel. A relação transferencial para além da interpretação: reflexões a partir da teoria de Winnicott. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro , v. 14, n. 2, p. 259-274, Dec. 2011. • SANTOS, Manoel Antônio dos. A constituição do mundo psíquico na concepção winnicottiana: uma contribuição à clínica das psicoses. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre , v. 12, n. 3, 1999 . • Winnicott, D. W. (1978). Desenvolvimento emocional primitivo. Em D. W. Winnicott (Org.), Textos selecionados: Da pediatria à psicanálise (2ª ed. pp. 269-285). Rio de Janeiro: Francisco Alves. (Original publicado em 1945)