Importância da granulação na indústria farmacêutica
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1.0 DESENVOLVIMENTO
1.1 Atividade de produção
A palavra farmacêutica deriva de farmácia, palavra originada do termo grego
Pharmakón que, na Grécia antiga designava uma substância capaz de provocar
transformações, para o bem e para o mal, podendo ser remédio ou veneno,
dependendo da dose ingerida. Segundo o dicionário Aurélio, farmácia é o estudo
das propriedades químicas das substâncias para a preparação de medicamentos e
drogas.
É representada por uma serpente envolvida em uma taça, que segundo
a mitologia grega simboliza o poder, representado pela serpente e a cura,
representada pela taça.
A indústria farmacêutica desenvolveu-se em conjunto com o progresso
da medicina, com base em pesquisas médicas, químicas, biológicas e
farmacológicas, a fim de melhorar a saúde da humanidade. A fabricação dos
medicamentos iniciou-se com uma indústria em que os químicos, farmacêuticos e
engenheiros químicos especializados se dedicam na descoberta de produtos
benéficos a saúde.
1.2 Descrição do produto
As formas farmacêuticas são as formas físicas de apresentação do
medicamento, e elas podem ser classificadas em sólidas, que são comprimidos,pós,
granulados , drágeas e cápsulas; líquidos, como xaropes , colírios ,elixires,
suspensões , emulsões e injetáveis; semi-sólidas como os géis, loções , linimentos
, pastas, cremes e pomadas, e gasosas como os aerossóis (sprays). O produto
escolhido é o comprimido e o processo unitário é a granulação.
Os comprimidos são formas farmacêuticas sólidas, utilizadas via oral. São
obtidos através da compressão de pós ou grânulos utilizando matriz e punções; da
moldagem, forçando o material umedecido no molde; da fluidez, que é o
escoamento livre do alimentador para a matriz da máquina de compressão e da
compressibilidade. Pós ou grânulos devem formar uma unidade compacta após
compressão feita com prensas. Para que tenha grânulos que serão compactados
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para formar o comprimido,as substâncias que compõem o remédio devem passar
pelo processo de granulação.
1.3 Processo de granulação
A granulação transforma a mistura de pós em grânulos de resistência e
porosidade variados. É melhor que uma mistura simples de pós pois oferece maior
conservação da homogeneidade de distribuição dos componentes, maior
densidade, facilidade de escoamento, melhor fluidez e compressibilidade.
O granulado ideal deve apresentar forma e cor regulares, menos de 10%
de partículas livres, boa fluidez, resistência mecânica, grau de umidade de no
mínimo 3% e solubilidade em água ou fluidos biológicos.
Os modos de granulação são classificados quanto aos passos tecnológicos
ou quanto ao agente de aglutinação. Quanto a os passos tecnológicos podem ser
granulação por desagregação que consiste na obtenção de uma massa que será
dividida em granulados, e a granulação por agregação que forma o granulado
diretamente da mistura de pós. Quanto ao agente efetor da aglomeração temos a
granulação por via úmida e via seca.
A granulação por via úmida sofre ação de um meio líquido, que pode ser um
solvente, uma dispersão de adjuvante aglutinante ou ainda de vapores de solvente,
facilitando a adesão das partículas e a dissolução apenas parcial de um ou mais
constituintes da mistura de pós. O aglutinante pode ser adicionada a mistura de pós
a seco ou dispersa num solvente. O emprego de umidade e calor neste processo
exige que o produto seja insolúvel no liquido e estável ao calor usado para a
secagem dos grânulos.
Todas as etapas da granulação via úmida envolve a mistura do fármaco,
diluente e desintegrante, a molhagem dos pós e da granulação, a secagem do
granulado na estufa, a tamisação que é o ajuste da granulometria, a mistura do
deslizante e lubrificante e a compressão, processo no qual o granulado flui do
alimentador para o orifício da matriz , punção superior desce e comprime o
granulado formando o comprimido , a punção superior se retrai e a punção inferior
eleva-se e ejeta o comprimido.
Considerando o veículo de granulação usado, os granulados podem ser
granulados de crosta, aglutinados e de congregação. No granulado de crosta o pó é
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dissolvido pelo liquido de aglutinação,formando uma solução com força aglutinante,
unindo as partículas e formando após a eliminação do solvente uma crosta
sólida.Os granulados aglutinados são formados pela adição de dispersões fluidas
com propriedades aglutinantes, podendo ser a celulose microcristalina, fosfato de
cálcio, gelatina e etc. Por fim os granulados de concreção são formados por
componentes com baixo ponto de fusão, ação participante do mecanismo de
aglutinação.
Na granulação por via seca as partículas são ligadas por meio da
pressão(densificação de leito pulvereo). Este tipo de granulação é mais presente
nas atividades farmacêuticas. Neste processo o componente ativo e os adjuvantes
denominados de aglutinantes, sob a forma de pó seco ( celulose, lactose, sacarose,
sulfato de cálcio)são misturados e compactados , formando os compactos,
briguetes ou linguotes que são grande aglomerados com grande resistência
mecânica, que são desaglomerados para formar o granulo, em granuladores
rotativos ou moinhos .
A resistência mecânica dos materiais mostra seu potencial de coesão. A
compactação rompe a estrutura das partículas reduzindo o seu tamanho e
aumentando sua área de contato e a interação entre as partículas. Além disso as
pontes liquidas formadas pela condensação da umidade intermolecular contribuem
para a coesividade.
Este processo consome menos tempo e energia, sendo mais econômico
que a granulação via úmida. É ideal para a produção de comprimidos a partir de
substâncias que não podem ser preparados por via úmida, pois apresentam
instabilidade devido a exposição à umidade ou à temperatura durante o processo de
secagem ou então que sejam solúveis em água.
Hoje em dia a granulação é efetuada em equipamentos sofisticados como
o leito fluidizado, que faz a mistura dos pós, granulação e secagem.
1.4 Importância desta operação unitária ao processo industrial
A granulação é um dos processos unitários mais importantes para a indústria
farmacêutica, pois permite que sejam feitas a aglomeração e a secagem em um
mesmo equipamento, com excelentes resultados e maior rendimento para a fábrica.
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REFERÊNCIAS
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SHREVE, R. Norris; BRINK, Joseph A. Indústrias de Processos Químicos.
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