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SISTEMATIZAÇÃO	DA	ASSISTÊNCIA	DE	ENFERMAGEM	
	 	
	
	
	
	
	
	
SISTEMATIZAÇÃO	DA	ASSISTÊNCIA	DE	
ENFERMAGEM	-	SAE
SISTEMATIZAÇÃO	DA	ASSISTÊNCIA	DE	ENFERMAGEM	
	 	
	
SESCOOP SP
Natália Ramos Imamura de Vasconcelos
Enfermeira formada pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)
Especialista em Enfermagem em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
MBA Executivo em Gestão em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)
MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV
Mestranda em Saúde pela Faculdade de Medicina de Marília
Instrutora dos cursos de Basic Life Support, First Aid e Heart Save DEA pela American Heart
Association (AHA)
SISTEMATIZAÇÃO	DA	ASSISTÊNCIA	DE	ENFERMAGEM	
	 	
	
SUMÁRIO	
Sumário	
TEORIAS DE ENFERMAGEM ...................................................................................04
ASPECTOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS LIGADOS A SAE ..............................39
PROCESSO DE ENFERMAGEM ...............................................................................46
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................................................57
SISTEMATIZAÇÃO	DA	ASSISTÊNCIA	DE	ENFERMAGEM	
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TEORIA DE ENFERMAGEM, MODELO CONCEITUAL E SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
ENFERMAGEM: DE SUA ESSÊNCIA AOS MODELOS DE ASSISTÊNCIA.
É difícil identificar e descrever adequadamente as origens da Enfermagem, pois temos poucos
registros sobre as atividades a ela relacionadas na antiguidade. Contudo, ela aparece nos
descobrimentos arqueológicos e antropológicos desta época, mostrando cuidados com as
crianças e a importância destas crianças para a sobrevivência da espécie humana. Logo,
demonstram a importância do cuidado de Enfermagem mantendo a vida.
Muitas vezes, neste processo evolutivo, torna-se difícil distinguir a Enfermagem da Medicina,
até porque os primórdios das duas profissões estão intimamente entrelaçados. Em algumas
épocas, como a hipocrática, por exemplo, a Medicina era exercida sem a Enfermagem; já na
Idade Média, a Enfermagem era praticada sem a Medicina. Sem dúvida, a mãe-
enfermeira precedeu ao mago-sacerdote ou ao curandeiro. Inclusive, é possível que estes dois
serviços estivessem unidos inicialmente, tendo-se dividido, com o tempo, dando lugar a duas
profissões relacionadas à arte da cura: o fornecedor da Medicina e o cuidador, ou seja, o médico
e a enfermeira (Stewart & Austin citados por Donahue, 1993).
A Enfermagem tem sido considerada a mais antiga das artes e a mais jovem das profissões.
Atravessou várias fases, sempre participando dos movimentos sociais. A história da
Enfermagem tem sido a história de um grupo profissional, cujo status sempre vem marcado
pelas linhas prevalentes da humanidade. Os momentos decisivos da história também o são para
a Enfermagem. Os acontecimentos que provocam consideração pelos seres humanos tendem a
promover atitudes como as da Enfermagem, atitudes fundamentalmente humanísticas (Dock &
Stewart citados por Donahue, 1993).
Podemos facilmente nos lembrar dos acontecimentos da Guerra da Criméia e relacioná-los a
Florence Nightingale. Então, fica claro outro aspecto marcante na Enfermagem: sua relação
com a história da mulher; pela predominância feminina e pela atuação voltada ao cuidado, a
história da Enfermagem reflete a situação da mulher através dos tempos. De acordo com
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Donahue (1993, p. 3), durante os períodos em que a mulher esteve rigorosamente confinada ao
lar por imposições sociais e suas energias se dirigiram exclusivamente à vida familiar, a
Enfermagem adotou um caráter de arte doméstica. Os deveres da mulher, seu grau de
independência econômica, sua liberdade fora da família e outros fatores tiveram uma influência
capital no progresso da Enfermagem.
Esta forte relação entre a Enfermagem e a mulher, mais especificamente a mulher-mãe,
perpetuou a idéia de que a Enfermagem só poderia ser exercida por mulheres, o que até os dias
de hoje gera muitos preconceitos e influencia na escolha da profissão. A Enfermagem, no
entanto, não inclui fronteiras sexuais; tanto homens como mulheres possuem uma tendência
natural de agir frente ao processo saúde-doença, seja se afastando, seja ignorando, seja agindo
junto ao outro. Assim, a Enfermagem é uma profissão que pode ser exercida por ambos os
sexos.
À medida que os cuidados de Enfermagem foram ficando mais complexos, ficou claro que para
realizá-los era necessário mais que a simples motivação, até então suficiente. O amor e a
dedicação não bastavam por si sós para fomentar a saúde e vencer a doença. O desenvolvimento
da Enfermagem dependia de outros dois fatores: a habilidade/experiência e o conhecimento. A
destreza manual para a execução de determinados procedimentos, realidade inclusive nas tribos
primitivas, seguiu aperfeiçoando-se por meio da experiência. À medida que se dispunha de mais
detalhes sobre o processo saúde-doença, surgia a necessidade de mais conhecimento (Dock &
Stewart, referidos por Donahue, 1993).
A cabeça, o coração e as mãos se uniram firmemente para assentar os alicerces da Enfermagem
moderna. Estes três elementos essenciais corresponderiam à ciência, à alma e à habilidade da
Enfermagem e, inclusive, em outro contexto, seriam sinônimos dos aspectos teórico, prático e
ético-moral da profissão (Stewart, apud Donahue, 1993).
O conhecimento dos fatos e princípios proporcionou o impulso para que a Enfermagem se
convertesse tanto em uma arte quanto em uma ciência (Dock & Stewart, referidos por Donahue,
1993).
Tratando-se da Enfermagem moderna, percebemos que Nightingale corrobora o acima exposto,
ao salientar que à Enfermagem cabia o cuidado com o doente e que a Medicina tratava a doença.
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Ressaltou a importância da Enfermagem ao doente" e da "Enfermagem saudável" e em ambas
incluiu medidas de prevenção e de promoção à saúde. Para ela, "Enfermagem era 1mbos, uma
arte e uma ciência, e requeria uma organização científica, e educação formal, para cuidar dos
sofrimentos das doenças" (Nightingale, 893/1949, apud Reed e Zurakowski, 1983, p. 13,
Carraro, 1994). A princípio Nightingale julgava que “para aliviar o sofrimento do próximo
bastavam a ternura, a simpatia e a paciência”. Mas agora a sua curta experiência lhe mostrava
que só os conhecimentos especializados poderiam trazer o alívio" (Woodham-Srnith, 1951, p.
143).
Da sua Essência
De acordo com Donahue, a essência da Enfermagem "reside na imaginação criativa, no espírito
sensível e na compreensão inteligente, que constituem o fundamento real dos cuidados de
Enfermagem eficazes". Para Florence Nightingale, a Enfermagem "...é uma arte;...[...]... poder-
se-ia dizer a mais bela das artes" (Seymer, [19--], p. 106). Ela salientava que a arte da
Enfermagem deveria incluir condições que, por si mesmas, tomassem possível a assistência de
Enfermagem. Referia-se à enfermagem como a arte de cuidar dos doentes (1859/1989, p. 15).
Não explicou o que entendia por arte, porém em todos os momentos deixa esse conceito
transparecer (Carraro, 1994).
Vemos que a arte se expressa na Enfermagem principalmente através da sensibilidade, da
criatividade/imaginação e da habilidade, como instrumentos para a assistência de Enfermagem.
A sensibilidade nos leva a perceber e externar nossos sentimentos e, por outro lado, é ela que
nos possibilita perceber, entender e respeitar os sentimentos do outro. A
criatividade/imaginação se complementam e nos conduzem a pensar, inventar, figurar em
espírito, com bases na sensibilidade. E é nesse lento que a habilidade se configura como aptidão
ou capacidade para desenvolver algo, contemplando também a inteligência e a perspicácia, (se
articulam no conjunto dos componentes já explicitados da arte) um todo (Carraro. 1994).
A ciência se evidencia através da aplicação de conhecimentos sistematizados
instrumentalizados pela arte.
O Resgate do Modelo Nightingaleano de Assistência
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A história da Enfermagem nos mostra a evolução de um fazer intuitivo - como o é o cuidado
da mulher-mãe com o seu recém nascido, a um fazer reflexivo. Registra que a prática pré-
nightingaleana era desenvolvida sem um referencial e que as pessoas que a exerciam não eram
preparadas para tal.
A questão teórica na profissão nasce em Florence Nightingale, quando ela apresenta suas
reflexões e diz que a Enfermagem é diferente da Medicina e que portanto, é necessário estudar
e estruturar as maneiras de fortalecer nos indivíduos suas potencialidades naturais para que, por
sua própria força, se opere a cura. Com esta proposição, ela afirma a importância de um trabalho
dirigido por conhecimentos gerais e específicos que toda enfermeira deve possuir (Leopardi.
1999, p. 8).
A própria Florence Nightingale, após buscar conhecer o que se praticava na Enfermagem,
afirmou que só conhecimentos especializados poderiam trazer resultados satisfatórios e que ela
iria fazer um curso de Enfermagem. Essa breve retrospectiva mostra-nos um crescente do
empírico para o científico. A partir da atuação de Florence Nightingale e da consequente
instituição da Enfermagem moderna determinou-se um contraste entre a prática da Enfermagem
exercida por pessoas preparadas para tal e a prática anterior. Nightingale, embora de forma
empírica e sem consciência desse fato, principalmente no que se refere às visões atuais, atuou
embasada num Modelo de Enfermagem. Para Marriner-Tomey (1994), um modelo é uma idéia
que explica por meio de visualização física ou simbólica. Os modelos simbólicos, para ela,
podem ser verbais, esquemáticos ou quantitativos. Os verbais são enunciados construídos com
palavras; os esquemáticos podem ser diagramas, gráficos, desenhos ou imagens; e os
quantitativos se embasam em símbolos matemáticos. Os modelos servem para facilitar o
raciocínio dos conceitos e das relações existentes entre eles ou, ainda, para delinear o processo
de assistência de Enfermagem.
Segundo Selanders (1995), o Modelo de Enfermagem de Nightingale descreve como uma
enfermeira deve implementar as leis naturais, as quais permitem que os conceitos pessoa,
ambiente, saúde-doença e Enfermagem interajam. Seu modelo foi adotado não apenas na
Inglaterra, seu país de origem, mas difundiu-se pelo mundo afora, influenciando diretamente o
desenvolvimento da Ciência da Enfermagem.
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Nightingale defendia que, embora o médico e a enfermeira possam lidar com a mesma
população, a Enfermagem não deve ser vista como subserviente à Medicina; ao contrário, a
Enfermagem objetiva descobrir as leis naturais que auxiliarão a colocar o enfermo na melhor
condição possível, a fim de que a natureza possa efetuar a cura (Selanders, 1995).
Antigamente, a Medicina procurava ver o homem integral, respeitando suas crenças e valores.
Hipócrates (460 a 475 a.C.) dizia que "o conhecimento do corpo é impossível sem o
conhecimento do homem como um todo". Naquela época, Hipócrates, pressupondo que cada
doença tinha uma causa natural e que sem causas naturais nada acontecia, abandonou as
explicações sobrenaturais da doença.
Com o desenvolvimento da Medicina, estes princípios foram, aos poucos, sendo deixados de
lado, e o seu enfoque passou a ser "nas noções do corpo como máquina, da patologia como uma
avaria nesta máquina e da tarefa do Médico como o concerto desta máquina" (Engel apud Capra,
1982, p. 116). Ao mudar seu enfoque, a Medicina passa a centrar suas atenções na cura, pois
se a patologia é considerada um fenômeno orgânico redutível a processos físicos/químicos, o
saber médico tinha o poder de curar.
As atitudes médicas frente ao "corpo máquina" portador de uma doença foram reforçadas pelos
avanços tecnológicos, os quais cada vez mais separam o profissional médico dos clientes. O
avanço dos estudos e a tecnologia vêm reforçando o poder de cura outorgado à Medicina
(Capra, 1982). Este modelo concede ao Médico o poder de decisão, tanto da assistência
prestada, seja ela médica seja de outra categoria profissional, quanto sobre o destino dos
pacientes.
Apesar da posição de Nightingale, os rumos na área da saúde levaram a Enfermagem a adotar
o modelo biomédico (Carraro, 1999), o qual permeia sua prática até os dias atuais,
determinando um distanciamento de suas metas originais, passando a existir centrado na
prescrição médica. No entanto, podemos perceber que atualmente este modelo biomédico não
responde mais às necessidades do ser humano na vivência do processo saúde/doença. Ele não
quer mais ser visto em pedaços, mas sim como "um ser singular, integral, indivisível,
insubstituível, pleno na sua concepção de interagir com o mundo; interage com o meio
ambiente, onde são expressas crenças e valores que permeiam suas ações" (Carraro, 1997, p.
26).
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No momento em que a Enfermagem voltar-se para seus modelos de assistência e assumir sua
essência será uma profissão que responderá às necessidades do ser humano e que articulará
ciência e arte, tendo assim visibilidade.
Do Modelo Nightingaleano à Diversidade de Modelos de Assistência.
O resgate do modelo nightingaleano vem acontecendo há alguns anos. A primeira Enfermeira
a publicar pós-Nightingale foi Hildegard Peplau, que, em 1952, lançou o livro Relações
Interpessoais em Enfermagem. Peplau tomou-se um marco histórico para a Enfermagem dos
anos 50. Naquela década iniciaram-se os cursos de Mestrado nos Estados Unidos da América,
dando novo ímpeto à profissão, deflagrando a época das Teorias de Enfermagem.
Segundo Leddy e Pepper (1993), a ciência da Enfermagem tem sido derivada principalmente
das teorias sociais, biológicas e médicas. Todavia, depois de 1950, grande número de
enfermeiras teoristas tem desenvolvido modelos de Enfermagem que oferecem suporte para o
desenvolvimento das teorias de Enfermagem e do conhecimento de Enfermagem.
Este novo conhecimento posto, de algum modo, aponta como principal preocupação não a
patologia, mas o indivíduo, doente ou não, experenciando o processo saúde-doença, com o
enfoque na promoção do bem-estar e da saúde.
Destaca-se no Brasil a atuação de Wanda de Aguiar Horta no que se refere à difusão das Teorias
de Enfermagem. Nascida em 1926, em Belém do Pará, graduou-se em Enfermagem pela Escola
de Enfermagem da USP em 1948 e doutorou-se em 1968, na Escola Ana Néri. Em 1979, publica
seu livro baseado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Maslow, e, a partir daí,
operacionaliza um Processo de Enfermagem. Existe atualmente uma discussão sobre se os
escritos de Horta configuram uma teoria ou um processo de Enfermagem. Chegar a uma
conclusão a respeito é tarefa muito difícil face à grande diversidade de paradigmas existentes;
porém é inegável o grande avanço que seus escritos trouxeram para o desenvolvimento da
Enfermagem brasileira, até porque a grande maioria dos Cursos de Graduação em Enfermagem
adotou-os como base para a aprendizagem da Metodologia da Assistência de Enfermagem
(Carraro, 1998). Certamente sua proposta nos mostra um Modelo de Assistência.
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Atualmente, a influência das Teorias e dos Modelos de Assistência de Enfermagem é evidente
no contexto da Enfermagem brasileira, pois estão cada vez mais difundidos, tanto na prática da
Enfermagem quanto na formação de profissionais enfermeiros.
Modelos de Assistência são representações do mundo vivido expressas verbalmente, ou por
meio de símbolos, esquemas, desenhos, gráficos, diagramas. Seu objetivo é direcionar a
assistência de Enfermagem, oferecendo ao enfermeiro os subsídios necessários para sua
atuação.
Segundo Keck (1989), as teorias são modelos da realidade, em geral realidades não-observáveis
diretamente. Os modelos ajudam a desenvolver as teorias e a explicitar a relação existente entre
os conceitos. Até porque os modelos permitem a manipulação dos conceitos sobre o papel antes
de serem submetidos à verificação no mundo real.
Um modelo é uma abstração da realidade, um modo de visualizar a realidade, facilitando o
raciocínio. Um modelo conceitual mostra-nos como vários conceitos são inter-relacionados e
aplica teorias que predizem ou avaliam conseqüências de ações alternativas (Leddy e Pepper,
1993).
Fawcett (1992) salienta a utilidade dos modelos conceituais para a organização do pensamento,
da observação e da interpretação do que se vê. Eles também provêem uma estrutura
sistematizada e racional para o desenvolvimento das atividades.
Modelos de Enfermagem incluem conceitos de ser humano, Enfermagem, saúde-doença e
ambiente (Fitzpatrick e Whall, 1983; Fawcett, 1992).
Na Enfermagem ou mesmo em outra área do conhecimento, agimos de acordo com um método,
seguimos um modelo, mesmo que dinâmica e inconscientemente. Se prestarmos atenção à
nossa rotina, observaremos que na maioria das vezes agimos de maneira semelhante todos os
dias, repetindo ações, desde a mais simples até a mais complexa. E temos um motivo para isso:
realizamos as atividades pautadas em conhecimentos empíricas, aprendidas no dia-a-dia com
rotinas preestabelecidas, ou embasados cientificamente, e as repetimos cada vez que agimos.
Muitas vezes fazemos isto sem refletir a respeito, sem procurar modos mais eficientes, sem
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buscar a atualização do conhecimento, sem nos lembrarmos da velocidade e do dinamismo com
que o conhecimento avança na atualidade.
Este método de que lançamos mão visa organizar e direcionar nosso desempenho; embora num
primeiro momento possa parecer complexo após estarmos familiarizados com este processo,
ele passa a facilitar nosso trabalho, assegurando maior qualidade à assistência prestada.
Segundo Pollit e Hungler (1995), o método científico combina aspectos do raciocínio lógico
com outros, para criar um sistema de solução de problemas que, embora falível, é mais confiável
do que a tradição, a autoridade, a experiência ou a tentativa e erro por si sós.
Assim, um modelo de assistência embasado cientificamente conduz-nos ao fazer reflexivo, a
estar sempre buscando a melhoria da assistência prestada. Leva-nos a refletir: que Enfermagem
é esta que estou desenvolvendo? Quem é o ser humano que estou assistindo? O que é o processo
saúde-doença a que o ser humano está exposto? E o meio ambiente, o que é?
Os modelos de assistência nos auxiliam a perceber que praticar Enfermagem não é
simplesmente uma ordenação de procedimentos mais ou menos constantes, dependendo da
situação. Ela é um processo dinâmico, mutável e criativo, mas nem por isso deixa de ser um
processo conhecível, objetivo, programável e decifrável. Desta forma, quanto mais claro estiver
o referencial teórico do modelo aplicado, maior será a segurança e a realização profissional do
Enfermeiro, maior será o direcionamento da equipe de Enfermagem, culminando com uma
assistência de Enfermagem adequada às necessidades apresentadas pelo ser humano assistido.
Por outro lado, a qualidade da Assistência de Enfermagem prestada depende da equipe, liderada
e coordenada pelo Enfermeiro. Os modelos de assistência instrumentalizam o planejamento
científico e sistematizado das ações a serem desenvolvidas pelos integrantes da Equipe de
Enfermagem, oferecendo suporte e direcionando o desempenho das atividades. Contribuem
para a credibilidade e visibilidade da Enfermagem.
O desenvolvimento da profissão de Enfermagem através dos tempos ainda não alcançou sua
maturidade. Continua crescendo e desenvolvendo-se, a fim de ampliar as esferas de serviços e
práticas profissionais, aumentando suas responsabilidades. Sem dúvidas, a cada dia a
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Enfermagem se supera, criando, agregando novos conhecimentos e indo além na certeza de que
é uma Ciência e uma e Arte inacabada e crescente...
TEORIAS E MARCO CONCEITUAL: SUA INFLUÊNCIA NA METODOLOGIA
DA ASSISTÊNCIA.
A história registra que a Enfermagem pré-nightingaleana era desenvolvida sem um referencial,
que as pessoas que a exerciam não eram preparadas para tal e, ainda, que seu resultado deixava
muito a desejar.
A partir da vivência de Nightingale, a Enfermagem passa a ser denominada científica, passando
a apresentar um modelo de assistência por ela desenvolvido e implementado.
As crenças de Nightingale a respeito da Enfermagem, o que é e o que não é, formam o
fundamento do que escreveu em suas "Notas sobre Enfermagem”.Sua contribuição ao
desenvolvimento das teorias está em explicar o campo de ação da Enfermagem, como a relação
paciente/meio ambiente, e em iniciar as análises estatísticas para a saúde e a Enfermagem
profissional (Choi, 1989).
Sua educação meticulosa, vinda de seu pai, um homem culto formado em Cambridge e
Edimburgo, era pouco comum para uma mulher do século XIX. Estudou latim, grego, línguas
modernas, artes, matemática e estatística, filosofia, história e religião. Sua educação e os
acontecimentos da época estimularam seu pensamento crítico, levando-a a interessar-se por
política, economia, governo, liberdade, condições sociais e instituições. Leu e citou em seus
escritos: Platão, Dante, Mill, Bacon, Locke, Newton, Kant, Hegel, Comte e São João. Por outro
lado era tímida e espiritualista. Acreditava que servindo ao homem estava servindo a Deus, o
que a impulsionava a fazer seu caminho, a ser independente, a buscar uma profissão para utilizar
sua capacidade (Carraro, 1999). Esta educação influenciou seu pensamento e sua concepção da
Enfermagem como ciência e arte, subsidiando e determinando a prática da profissão.
Nightingale deixou-nos suas concepções registradas em I47 livros e panfletos. Sua
correspondência pessoal também foi volumosa. Em 1859 publicou dois de seus "Best-Known":
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Notes on Hospitais e Notes um Nursing, livros que abriram uma nova época na reforma e no
cuidado com a saúde (Schuyler, 1992). No entanto, a Enfermagem tem apresentado
dificuldades em seguir seu exemplo no tocante a teorizar, escrever e publicar idéias e
realizações.
A fundamentação teórica e a vivência de Nightingale influenciaram seus escritos e ainda estão
presentes em muitas teorias de Enfermagem mais recentes. Este é um elo importante entre a
Enfermagem Ciência e Arte de Florence Nightingale e a Enfermagem atual. Em sua visão e
saber, incluem-se insight e valores antigos que se relacionam com a teoria do cuidado humano
atual, teoria que uma vez mais guia a educação de Enfermagem, a prática e a investigação
clínica que se baseia no cuidado como um ideal moral; teoria que permeia o espiritual, o
transcendente, o todo, enquanto atende o ser e fazer, totalmente integrados. A visão e saber de
Nightingale incluem a visão e a imagem de totalidade, beleza e harmonia de vida, um sentido
de união de todos os seres vivos (Watson, 1992).
1. Das Teorias de Enfermagem
O interesse pelo desenvolvimento de Teorias de Enfermagem surgiu por duas razões.
Primeiramente, as enfermeiras perceberam que o desenvolvimento de teorias era um meio de
estabelecer a Enfermagem como profissão, além de ser inerente a um antigo interesse em definir
um corpo de conhecimentos específicos da Enfermagem. Em segundo lugar, os teóricos
estavam motivados pelo valor intrínseco das teorias para a Enfermagem e pela importância do
crescimento e enriquecimento da teoria para a Enfermagem em si mesma (Choi, 1989).
Com o passar dos tempos, na busca de maiores subsídios para a atuação de Enfermagem,
surgiram novas teorias e novos modelos de assistência, inicialmente nos Estados Unidos, onde
esta preocupação tomou força com o surgimento dos cursos de mestrado em Enfermagem,
expandindo-se depois para outros países.
No Brasil, em 1979, Wanda de Aguiar Horta publica sua teoria, baseada na Teoria das
Necessidades Humanas Básicas, de Maslow, e a partir daí operacionaliza um Processo de
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Enfermagem. Seus escritos foram adotados por grande parte dos Cursos de Graduação em
Enfermagem, como base para a aprendizagem da Metodologia da Assistência.
Considerando-se teoria como "... um conjunto de princípios fundamentais duma arte ou duma
ciência" (Ferreira, 1993, p. 1664), percebe-se de forma crescente a influência das teorias no
contexto da Enfermagem brasileira, pois sua difusão cada vez mais transparece tanto na sua
prática quanto na formação de profissionais enfermeiros.
Teoria de Enfermagem é definida por Meleis (1985) como uma construção articulada e
comunicada da realidade criada ou descoberta (fenômenos centrais e inter-relações) dentro da
ou pertinente à Enfermagem, para os propósitos de descrição, explicação, predição ou
prescrição do cuidado de Enfermagem. Ainda, segundo a autora, as teorias de Enfermagem
refletem diferentes realidades, pois apontam os interesses da Enfermagem na época, o ambiente
sociocultural e as experiências educacionais e vivenciais da teórica. Espelham algumas
realidades da época em que foram concebidas e ajudam a dar forma às realidades da época
atual.
De acordo com Neves e Trentini (1987), a teoria orientada para a prática é aquela dirigida para
produzir mudanças ou efeitos desejados em determinada condição ou fenômeno. Assim, as
teorias se apresentam como formas de olhar/compreender os fenômenos da Enfermagem.
Alguns fenômenos são abordados em praticamente todas as teorias de Enfermagem, porque
representam o centro da sua prática, tais como o ser humano, o ambiente, a saúde/doença e a
Enfermagem. Estes fenômenos compõem uma rede de conceitos que se inter-relacionam e
formam uma maneira de ver o mundo da Enfermagem e desenvolver sua prática (Paim et al.,
1998).
As teorias que hoje temos representam os esforços coletivos e individuais das Enfermeiras para
definir e dirigir a profissão e, como tal, proporcionar a base para um desenvolvimento teórico
continuado (Choi, 1989).
Ao representar estes esforços, as teorias mostram diferentes modos de pensar Enfermagem,
algumas apontando apenas um aspecto da realidade, outras apontando todos os fenômenos de
interesse da disciplina. Várias teorias utilizadas por Enfermeiros são cedidas por outras
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disciplinas, como as teorias do estresse, do enfrentamento, do risco, da educação (Fawcett,
1995).
É de fundamental importância que os Enfermeiros, ao fazerem a opção por uma ou outra teoria,
considerem a adequação e a aplicabilidade dela à situação de Enfermagem em que será
utilizada.
2. Marco Conceitual
Fawcett (1995) enfatiza que os marcos conceituais não são uma realidade nova na Enfermagem;
existem desde Nightingale (1859), com suas primeiras idéias avançadas sobre Enfermagem,
mesmo que não tenham sido expressas formalmente como marcos.
A proliferação formal dos marcos conceituais de Enfermagem aconteceu concomitante à
introdução das idéias sobre teorias de Enfermagem, ambas com interesse em conceitualizar a
Enfermagem como uma disciplina distinta. Para Fawcett (1995), o desenvolvimento dos marcos
conceituais de Enfermagem foi um importante avanço para a disciplina.
No entanto, este é um tema que vem gerando discussão e mostrando divergências conceituais
entre os estudiosos, principalmente no que se refere às terminologias de marco e modelo, teórico
e conceitual, conforme podemos ver a seguir:
Newman (1979) registra que Marco Teórico é uma matriz de conceitos que, juntos, descrevem
o foco da investigação.
De acordo com Fawcet (1984 e 1978), Modelo Teórico ou Marco Teórico refere-se a uma teoria
ou grupo de teorias que fornecem fundamentos para as hipóteses, políticas e currículo de uma
ciência.
Para Neves e Gonçalves (1984), Marco Conceitual é uma construção mentalogicamente
organizada, que serve para dirigir o processo da investigação e da ação.
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Segundo Fawcet (1992) e Botha (1989), Marco Conceitual é sinônimo de Modelo Conceitual e
é definido como um conjunto de conceitos e proposições abstratas e gerais, intimamente
relacionados.
Em 1993, Silva e Arruda registram que o Marco de Referência apresenta nível de abstração de
menor complexidade do que os Marcos Conceituais/ Teorias, no que se refere a sua construção
teórico-conceitual. Tem a finalidade de demarcar o conhecimento em que se apóia, servindo de
base para as ações de Enfermagem (Silva e Arruda, 1993).
Na compreensão de Wall (2000), o Marco Conceitual é um conjunto de elaborações mentais
sobre aspectos relacionados ao objeto em estudo. Um ponto que serve como força, como
orientação. Uma proposta da qual queremos nos aproximar.
Apesar desta divergência conceitual, é fundamental que os enfermeiros compreendam que
os marcos e/ou modelos (Marco Conceitual, Modelo Conceitual, Marco Teórico, Modelo
Teórico), com suas diferenças e semelhanças, formam um emaranhado de conceitos inter-
relacionados que servem para direcionar as ações de Enfermagem. Podemos dizer que eles
iluminam os caminhos da Enfermagem.
Em resumo, todos os termos utilizados visam aprofundar formas de dirigir a ação de
Enfermagem, pois buscam, por meio dos conceitos, formalizar uma construção
mentalogicamente organizada, que fundamente a ciência e, consequentemente, as ações de
Enfermagem.
3. Das Funções dos Marcos Conceituais.
Os Marcos/Modelos proporcionam ao profissional a evidência de que ele necessita para
embasar suas ações, apontando e justificando por que selecionar um determinado problema para
estudo. Ajudam na sumarização do conhecimento existente, na explicação dos fatos observados
e das relações entre eles.
De acordo com Neves e Gonçalves (1984), o Marco Conceitual contribui na previsão de eventos
até então não-observados e no estabelecimento de relações entre os eventos com base nos
princípios explicativos englobados nas teorias.
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Fawcett (1995) salienta que os marcos direcionam a procura das questões sobre o fenômeno e
sugerem soluções para problemas práticos. Enfatiza que os marcos conceituais de Enfermagem
explicitam orientações filosóficas e pragmáticas para a assistência que somente os Enfermeiros
podem oferecer aos pacientes, por conhecerem a dimensão total do cuidado, o qual é diferente
daquele realizado por qualquer outro profissional de saúde.
O marco conceitual constitui uma construção teórica que sustenta a prática de Enfermagem e
as decisões no processo de assistir o ser humano. Ele reflete também a maneira de o autor
conceber os indicativos assistenciais da Enfermagem (Carraro, 1997).
Assim compreendido, o Marco Conceitual torna-se uma importante ferramenta para embasar,
direcionar e clarificar as ações, não apenas do Enfermeiro, mas de toda a equipe de
Enfermagem. Ele serve de base para a proposta e o desenvolvimento da Metodologia de
Assistência de Enfermagem, a qual deverá estar estruturada de forma coerente com seus
conceitos.
Tem a finalidade de proporcionar o foco que ilumina os caminhos a serem percorridos pelo
profissional para atingir seus objetivos assistenciais, formando um emaranhado, uma teia dentro
da qual a assistência, os aspectos teóricos, técnicos e éticos são examinados, a fim de tomarem
possível explicar as relações propostas e identificar vazios no conhecimento que necessitam ser
revelados, para ampliar continuamente as possibilidades de cuidado.
4. Da sua Construção
Todos nós temos uma imagem pessoal do que seja a prática da Enfermagem. Esta imagem
influencia nossa interpretação dos dados, decisões e ações. Mas pode uma disciplina continuar
desenvolvendo-se quando seus membros se sustentam em diferentes imagens? Os proponentes
dos marcos conceituais para a prática estão procurando fazer uso consciente destas imagens,
sem o que não poderemos começar a identificar semelhanças em nossas percepções sobre a
natureza da prática nem evoluir para conceitos bem ordenados (Reilly's, citado por Fawcett,
1995).
Segundo King (1988), conceitos são abstrações que provêem conhecimento sobre a essência
das coisas. Um conceito é uma imagem mental de uma coisa, de uma pessoa ou de um objeto.
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	 18	
	
Para Chinn e Jacobs (1982), os conceitos são formulações mentais complexas de um objeto,
propriedade ou acontecimento, originárias das percepções e experiências individuais.
Os conceitos registram ainda as crenças e valores do autor sobre aquilo que está sendo
conceituado. Quando os conceitos são inter-relacionados, como no caso da Enfermagem, eles
formam uma base para as ações, seja na pesquisa, seja na prática profissional. A esta estrutura
pode-se chamar marco conceitual (Carrão, 19).
A construção de um Marco Conceitual pode partir da prática, da conceituação das imagens
privativas do Enfermeiro sobre a prática da Enfermagem vivenciada pelo autor, baseada em
suas crenças e valores, com a busca de subsídios na teoria. Nesta forma de construção,
primeiramente se elaboram os conceitos eleitos, registrando-se aquilo em que se acredita sobre
cada um deles, com leituras releituras e reformulações, até que reflitam os pensamentos do
autor. Pode-se usar a estratégia de discuti-los com a Equipe de Enfermagem e/ou com outras
pessoas. Somente após esta prévia estruturação dos conceitos busca-se uma teoria que venha ao
encontro das idéias ali expressas, potencializando-as. Então, incorporam-se aos conceitos as
idéias contidas na teoria.
Pode-se também partir da teoria. Contudo, antes de optarmos por uma teoria, primeiramente é
necessário estudá-la, procurando compreendê-la, buscando as relações entre o que ela retrata,
aquilo em que se acredita e a aplicação que se pretende fazer. Somente após essa identificação
é que deve ser feita a opção por uma determinada teoria. Então, alguns dos seus conceitos são
escolhidos para embasarem o Marco Conceitual e a prática da Enfermagem.
Convém lembrar que a teoria escolhida não necessita ser especificamente de Enfermagem.
Existe ainda a possibilidade de se usar mais de uma teoria, porém com muita cautela, pois as
concepções teórico - filosóficas delas podem ser divergentes, comprometendo assim toda a
construção do Marco Conceitual e, consequentemente, a assistência de Enfermagem a ser
prestada.
A construção de um Marco Conceitual, partindo da prática ou partindo da teoria, é um processo
reflexivo que se configura num ir e vir aos conceitos, reformulando-os tantas vezes quantas
forem necessárias para que estes reflitam o pensamento do seu autor. Busca-se, ainda, a inter-
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	 19	
	
relação entre os conceitos de tal modo que, lendo-se um deles, os demais estejam implícitos,
mostrando forte relação entre si.
É importante ressaltar que, independentemente da forma de construção, o Marco Conceitual
deverá contemplar as especificidades da prática a que será aplicado, uma vez que ele é um
instrumento que subsidia a prática da Enfermagem (portanto, um meio e não um fim em si
mesmo, embasando a construção e o desenvolvimento da Metodologia da Assistência de
Enfermagem).
Após a construção do Marco Conceitual, passa-se a sua aplicação, para que deverão ser
buscados os elementos de cada conceito, as ações a que cada elemento conduz e a estratégia
para desenvolver cada ação. Esta operacionalização pode configurar-se como um "mapa" da
assistência a ser prestada, embasando a metodologia de assistência.
Como exemplo*, vai imaginar que, ao conceituar-se ser humano, esteja registrado que ele é
singular, integral, indivisível e insubstituível. As ações a que este registro conduz são ações de
humanização da assistência, e as estratégias poderão ser: chamar pelo seu nome, envolver sua
família na assistência, ouvir, tocar, entre outras.
Se o registro diz que a Enfermagem é uma ciência e uma arte, as ações deverão ser de aplicação
tanto do conhecimento científico quanto da sensibilidade. Imaginação/criatividade e habilidade
ao prestar cuidados. As estratégias deverão contemplar diálogo, observação e desenvolvimento
de técnicas específicas.
Enfim, o resultado final da Assistência prestada deverá refletir o Marco Conceitual proposto,
além de servir para confirmar / testar os conceitos formulados ou mesmo dar-lhes novos
direcionamentos e / ou reconstruções.
TEORIAS E METAPARADGMAS DE ENFERMAGEM.
1. NOÇÕES GERAIS SOBRE TEORIA
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1.1. A LINGUAGEM DO PENSAMENTO TEÓRICO
“A unidade básica do pensamento teórico é o CONCEITO. Os conceitos são palavras que
representam a realidade e facilitam a nossa capacidade de comunicação sobre ela. (Webester,
1991)”.
Os conceitos podem ser:
EMPÍRICOS = sentidos percebidos, observados, OU
ABSTRATOS = não são observáveis. Ex. esperança, infinito.
“Todos os conceitos tornam-se abstrações na ausência do objeto”.
TEORIAS
Conjunto de conceitos inter-relacionados, definições e proposições que apresentam uma forma
sistemática de ver fatos/eventos, pela especificação das relações entre as variáveis com a
finalidade de explicar ou prever o fato/evento. (Kerlinger, 1973).
1.2. NATUREZA CÍCLICA DA TEORIA
PRÁTICA D PESQUISA
TEORIA E CONCEITOS
1.3. CARACTERÍSTICA DE UMA TEORIA
Características de uma teoria segundo Torres, 1990:
• as teorias podem inter-relacionar conceitos de tal forma que criem uma nova maneira de ver
determinado fenômeno.
• as teorias devem ser de natureza lógica
• as teorias devem ser relativamente simples e ainda generalizáveis
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	 21	
	
• as teorias podem ser as bases para as hipóteses serem testadas ou para a teoria ser expandida.
• as teorias contribuem para o aumento do corpo de conhecimentos gerais da disciplina através
da pesquisa implementada para validá-las.
• as teorias podem ser utilizadas por profissionais para orientar e melhorar a sua prática
• as teorias devem ser consistentes com outras teorias validadas, leia e princípios, mas devem
deixar abertas as questões não-respondidas, que devem ser investigadas.
2. AS TEORIAS DE ENFERMAGEM ENFATIZAM QUATRO CONCEITOS:
1. A PESSOA: pode representar um indivíduo, uma família, uma comunidade ou toda
humanidade. É aquele que recebe o cuidado de enfermagem.
2. A SAÚDE: representa um estado de bem-estar decidido mutuamente pelo cliente e enfermeiro.
3. O AMBIENTE: pode representar os arredores imediatos, a comunidade ou o universo com
tudo que contém.
4. A ENFERMAGEM: é a ciência e a arte da disciplina.
3. METAPARADIGMAS DE ENFERMAGEM
Paradigma: modelo ou conjunto básico de crenças que orientam a ação, a investigação da
disciplinada.
COM A FINALIDADE DE APROFUNDAR AS REFLEXÕES QUE FAREMOS NESTA
OFICINA SOBRE A ENFERMAGEM, DISPUS O PENSAMENTO DE VÁRIAS TEÓRICAS
SOBRE OS METAPARADIGMAS DE ENFERMAGEM: SER HUMANO, AMBIENTE,
SAUDE/DOENÇA, ENFERMAGEM.
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METAPARADGMAS DE ENFERMAGEM
TEORISTAS ORIENTADAS PARA AS NECESSIDADES/PROBLEMAS
Organização dos dados pela Teoria das NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
de Maslow.
1. NECESSIDADES FISIOLÓGICAS: alimentação, líquidos, oxigênio, eliminação, calor,
conforto físico.
2. NECESSIDADES DE SEGURANÇA: Coisas necessária para segurança física como
bengala, e para a segurança psicológica como brinquedo favorito da criança
3. NECESSIDADE DE AMAR E PERTENCER: Família e pessoas significativas
4. NECESSIDADE DE AUTO-ATUALIZAÇÃO: Necessidade de crescer, modificar-se,
atingir uma meta
Organização dos dados coletados na investigação, conforme TEORIA DAS
NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS segundo Wanda de Aguiar Horta.
1. PSICOBIOLÓGICAS: oxigenação, hidratação nutrição, eliminação, sono e repouso,
exercício e atividade física, sexualidade, abrigo, mecânica corporal, integridade cutâneo-
mucosa, integridade física, Regulação: térmica, hormonal, neurológica, hidrosalina, eletrolítica,
imunológica, crescimento celular, vascular; percepção: olfativa, gustativa, tátil, visual,
dolorosa; locomoção, ambiente, terapêutica.
2.PSICOSOCIAIS: segurança, amor, liberdade, comunicação, criatividade, aprendizagem,
gregária, recreação, lazer, espaço, orientação no tempo e espaço, aceitação, auto-realização,
auto-estima, auto-imagem, participação, atenção.
3.PSICOESPIRITUAIS: religiosas ou teológica, ética ou de filosofia de vida.
Organização dos dados coletados na investigação, conforme PADRÕES FUNCIONAIS
DE SAÚDE de Gordon.
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1. PERCEPÇÃO DE SAÚDE/CONTROLE DE SAÚDE: Percepção do estado geral de
saúde, do bem-estar. Adesão às práticas preventivas de saúde
2. NUTRICIONAL – METABÓLICO: padrões de ingesta de alimentos e de líquidos,
Equilíbrio hídrico e eletrolítico, capacidade geral de cicatrização.
3. ELIMINAÇÃO: padrões da função excretória: intestinal, urinária e da pele, e Percepção do
cliente.
4. ATIVIDADE/EXERCÍCIO: padrão de exercício-atividades, lazer, recreação e atividades
da vida diária; fatores que interferem no padrão individual desejado ou esperado.
5. COGNITIVO-PERCEPTIVO: adequação dos modos sensoriais como audição, visão,
paladar, toque, olfato, percepção da dor, as capacidades cognitivas funcionais
6. SONO/REPOUSO: padrões de sono e períodos de repouso/relaxamento durante as 24 h do
dia, assim como a qualidade e a quantidade.
7. AUTOPERCEPÇÃO/AUTOCONCEITO: atitudes sobre sí mesmo, percepção das
capacidades, imagem corporal, sentido geral de valor e padrões emocionais.
8. PAPEL/RELACIONAMENTO: percepção dos principais papéis e responsabilidades na
Situação de vida atual.
9. SEXUALIDADE/REPRODUÇÃO: satisfação ou insatisfação percebidas com a
sexualidade. Padrão e estágio reprodutivo.
10.ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE: padrões gerais de
enfrentamento, tolerância ao estresse, sistemas de apoio e capacidade percebida para controlar
as situações
11.VALOR/CRENÇAS: valores, metas ou crenças que orientam as escolhas ou decisões.
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Organização dos dados coletados na investigação conforme PADRÕES DA RESPOSTA
HUMANA-PESSOA UNITÁRIA, NANDA. (taxonomia I)
1. TROCAS: situação nutricional, temperatura, eliminação, oxigenação, circulação, equilíbrio
hídrico, pele e mucosas, risco de traumatismo.
2. COMUNICAÇÃO: capacidade de expressar os pensamentos verbalmente, orientação,
deficiência da fala, barreiras idiomáticas.
3. RELAÇÃO: estabelecimento de vínculos, interação social, sistemas de apoio, desempenho
de papel, paternidade, o papel sexual.
4. VALORIZAÇÃO: preferências e práticas religiosas e culturais, relacionamento com a
divindade, percepção do sofrimento, aceitação da doença.
5. ESCOLHA: capacidade para aceitar ajuda e tomar decisões, adaptações à situação de saúde,
desejo de independência/dependência, negação do problema, adesão às terapias.
6. MOVIMENTO: tolerância à atividade, capacidade de autocuidado, padrões de sono,
atividades de diversão, história de incapacidade, necessidade de segurança, amamentação.
7. PERCEPÇÃO: imagem corporal, auto-estima, capacidade de usar os cinco sentidos,
significado de esperança, percepção da capacidade de controlar a situação atual.
8. CONHECIMENTO: conhecimento sobre a doença atual ou terapias, doenças prévias,
fatores de risco, expectativas sobre a terapia, capacidade cognitiva, prontidão para aprender,
orientação, memória.
9. SENTIMENTO: dor, luto, risco de violência, nível de ansiedade, integridade emocional.
Organização dos dados coletados na investigação conforme NANDA (taxonomia II).
1. PROMOÇÃO DA SAÚDE: consciência da saúde, controle da saúde.
2. NUTRIÇÃO: ingestão, digestão, absorção, metabolismo, hidratação.
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3. ELIMINAÇÃO: sistema urinário, sistema gastrintestinal, sistema tegumentar, sistema
pulmonar.
4. ATIVIDADE/REPOUSO: sono e repouso, atividade/exercício, equilíbrio de energia,
respostas cardiovasculares e pulmonar.
5.PERCEPÇÃO/COGNIÇÃO:atenção,orientação,sensação/percepção,cognição,comunicação
6. AUTO-PERCEPÇÃO: auto-conceito, auto-estima, imagem corporal.
7. RELACIONAMENTOS DE PAPEL: papéis do cuidador, relações familiares, desempenho
de papel.
8. SEXUALIDADE: identidade sexual, função sexual, reprodução.
9. ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE: resposta pós-trauma, resposta de
enfrentamento, estresse neuro-comportamental.
10. PRINCÍPIOS DE VIDA: valores, crenças, congruência entre valores/crença/ação.
11. SEGURANÇA/PROTEÇÃO: infecção, lesão física, violência, riscos ambientais, processos
defensivos, termorregulação.
12. CONFORTO: conforto físico, conforto ambiental, conforto social.
13. CRECIMENTO/DESENVOLVIMENTO: crescimento, desenvolvimento.
SER HUMANO
SERES HUMANOS são diferenciados das outras coisas vivas por sua capacidade de:
1. refletir sobre si mesmos,
2. simbolizar o que experimentam,
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	 26	
	
3. usar criações simbólicas(idéias, palavras para pensar, comunicar-se e orientar os esforços para
fazer coisas que são benéficas para si e para outros”(Oren, 1991).
O funcionamento humano integral inclui os aspectos físicos, psicológicos, interpessoais e
sociais.
O indivíduo tem potencial para aprender e desenvolver-se.
A forma como o ser humanos preenche as necessidades de autocuidado não é instintiva, mas
um comportamento aprendido. Os fatores que afetam o aprendizado incluem a idade,
capacidade de mental, a cultura, a sociedade e o estado emocional do indivíduo. Se o indivíduo
não pode aprender as medidas de autocuidado, outros devem aprender e proporciona-los.
§ WANDA DE AGUIAR HORTA.
SER HUMANO.
. O ser humano é parte integrante do universo dinâmico, e como ta,l sujeito a todas as leis que
o regem, no tempo e no espaço.
. O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia.
- A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio
no tempo e no espaço.
Resulta, pois:
• O ser humano como parte integrante do universo está sujeito a estados de equilíbrio e
desequilíbrio no tempo e no espaço.
O ser humano se distingue dos demais seres do universo por sua capacidade de reflexão, por
ser dotado do poder de imaginação e simbolização e poder unir presente, passado e futuro.
-Estas características do ser humano permitem sua unicidade, autenticidade e individualidade.
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	 27	
	
-O ser humano, por suas características, é também agente de mudanças no universo dinâmico,
no tempo e no espaço;
Consequentemente:
2. O ser humano, como agente de mudança, é também a causa de equilíbrio e desequilíbrio
em seu próprio dinamismo.
- Os desequilíbrios geram no ser humano, necessidades que se caracterizam por estados de
tensão conscientes e inconscientes que o levam a buscar a satisfação de tais necessidades para
manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço.
- As necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto, e se este
se prolonga é causa de doença.
- Estar com saúde é estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço
SAÚDE
§ DOROTHEA E. OREN
SAUDE. Oren apóia a definição da organização mundial de saúde como estado de bem-estar
físico, mental e social e não apenas a ausência de da doença ou da enfermidade. Ela constata
que os aspectos físico, psicológico, interpessoal e social são inseparáveis no indivíduo. Oren
também apresenta a saúde como base do conceito de cuidado preventivo de saúde. Esse cuidado
inclui a promoção e a manutenção da saúde- prevenção primária, o tratamento da doença ou da
lesão- prevenção secundária, prevenção de complicações – prevenção terciária.
§ WANDA DE AGUIAR HORTA
SAUDE. 2. O ser humano, como agente de mudança, é também a causa de equilíbrio e
desequilíbrio em seu próprio dinamismo.
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- Os desequilíbrios geram no ser humano, necessidades que se caracterizam por estados de
tensão conscientes e inconscientes que o levam a buscar a satisfação de tais necessidades para
manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço.
- As necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto, e se este
se prolonga é causa de doença.
- Estar com saúde é estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço.
AMBIENTE
São requisitos de autocuidado universais, demandas que a espécie humana possui, seja por sua
condição biológica, seja por sua condição sócio-psicológica, não significando, porém, que para
todos os seres humanos será igual em qualidade e em quantidade. São eles:
1. Manutenção suficiente de suporte de ar, água, alimentos.
2. Provisão de cuidados associados aos processos de eliminação e excreção,
3. Manutenção do balanço entre estar só e a interação social,
4. Prevenção de risco à vida, ao funcionamento e bem-estar como ser humano
§ WANDA DE AGUIAR HORTA
AMBIENTE
. O ser humano é parte integrante do universo dinâmico, e como tal, sujeito a todas as leis que
o regem, no tempo e no espaço.
. O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia.
- A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio
no tempo e no espaço.
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ENFERMAGEM
§ DOROTHEA E. OREN
ENFERMAGEM. O sistema de enfermagem, delineado pela enfermeira, é baseado nas
necessidades de autocuidado e nas capacidades do paciente para desempenhar as atividades de
autocuidado. Se houver um déficit de autocuidado, isto é, se houver um déficit entre o que o
indivíduo pode fazer (ação de autocuidado) e o que precisa ser feito para manter o
funcionamento ideal (exigência de autocuidado) a enfermagem é exigida.
§ WANDA DE AGUIAR HORTA
ENFERMAGEM. A enfermagem é um serviço prestado ao INDIVÍDUO, FAMÍLIA E
COMUNIDADE. A enfermagem é parte integrante da equipe de saúde, do que resulta:
. Como parte integrante da equipe de saúde, a enfermagem mantém o equilíbrio dinâmico,
previne desequilíbrios e reverte desequilíbrios em equilíbrio do ser humano, no tempo e no
espaço.
- O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser atendidas para seu completo bem
estar.
- O conhecimento do ser humano a respeito do atendimento de suas necessidades é limitado por
seu próprio saber, exigindo, por isto, o auxílio de profissional habilitado.
- Em estados de desequilíbrio esta assistência se faz mais necessária.
- Todos os conhecimentos e técnicas acumuladas sobre a enfermagem dizem respeito ao
cuidado do ser humano, isto é, como atendê-lo em suas necessidades básicas.
- A enfermagem assiste o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, valendo-se
para isto dos conhecimentos e princípios científicos das ciências físico-químicas, biológicas e
psicossociais. A conclusão será:
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A enfermagem como parte integrante da equipe de saúde implementa estados de equilíbrio,
previne estados de desequilíbrio e reverte desequilíbrios em equilíbrio pela assistência ao ser
humano no atendimento de suas necessidades básicas; procura sempre reconduzi-lo à situação
de equilíbrio dinâmico no tempo e espaço.
Desta teoria decorrem conceitos, proposições e princípios que fundamentam a ciência de
enfermagem.
Enfermagem é a arte e a ciência de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades
básicas, de torná-lo independente desta assistência quando possível, pelo ensino do auto-
cuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais.
Assistir em enfermagem é fazer pelo ser humano aquilo que ele não pode fazer por si mesmo,
ajudar ou auxiliar quando parcialmente impossibilitado de se autocuidar; orientar ou ensinar,
supervisionar e encaminhar a outros profissionais.
As funções da(o) enfermeira(o) podem ser consideradas em três áreas ou campos de ação
distintos.
a ) Área específica: assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas e torná-
lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do auto- cuidado.
b ) Área de interdependência ou de colaboração: a sua atividade na equipe de saúde nos aspectos
de manutenção, promoção e recuperação da saúde.
c ) Área Social: dentro de sua atuação como um profissional a serviço da sociedade, função de
pesquisa, ensino, administração, responsabilidade legal e de participação na associação de
classe (figura 2) .
1. A ciência da enfermagem compreende o estudo das necessidades humanas básicas, dos fatores
que alteram sua manifestação e atendimento, e na assistência a ser prestada.
Alguns princípios podem também ser deduzidos :
1. Enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade do ser humano.
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2. A enfermagem é prestada ao ser humano e não à sua doença ou desequilíbrio.
3. Todo o cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação.
4. A enfermagem reconhece o ser humano como membro de urna família e de uma comunidade.
A enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo de seu autocuidado.
Para que a enfermagem atue eficientemente, necessita desenvolver sua metodologia de trabalho
que está fundamentada no método científico. Este método de atuação da enfermagem é
denominado processo de enfermagem.
TEÓRICAS ORIENTADAS PARA OS SISTEMAS
SER HUMANO
§ MADELEINE M. LEININGER
SERES HUMANOS são melhor representados em seus pressupostos. Os homens são
considerados capazes de cuidar e preocupar-se com as necessidades de bem-estar, e a
sobrevivência dos outros. O cuidado humano é universal, ou seja, é visto em todas as culturas.
Os homens tem sobrevivido nas culturas ao longo do lugar e tempo porque são capazes de
cuidas dos bebês, das crianças, e dos idosos de maneiras variadas e em muitos ambientes
diferentes. Assim, os homens são universalmente seres cuidadores que sobrevivem numa
diversidade de culturas pela sua capacidade de proporcionar a universalidade do cuidado de
várias maneiras e de acordo com as diferentes culturas, necessidades e situações.
A enfermagem, como ciência do cuidado deve enfocar além da interação tradicional
enfermeira-paciente, incluir famílias, grupos, comunidade, culturas completas e instituições,
assim como as instituições mundiais de saúde, e a forma de desenvolvimento e políticas e
práticas de enfermagem internacionais, pois em muitas culturas as instituições e as famílias
dominam. Há culturas em que as pessoas não são um conceito importante, podendo até não
haver o termo pessoa no idioma.
§ MYRA ESTRIN LEVINE
SERES HUMANOS – quando a pessoa está sendo estudada o foco deve ser a integridade.
Sustenta que uma pessoa não pode ser compreendida fora do contexto do tempo, lugar no qual
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	 32	
	
ela interage ou está isolada da influência de tudo que acontece ao seu redor. Os seres humanos
não só apenas são influenciados por suas circunstâncias imediatas, mas também suportam carga
de uma vida inteira de experiências que ficaram registradas nos tecidos do corpo bem como na
mente e no espírito. Os seres humanos estão em contínua adaptação em sua interação com o
ambiente. O processo de adaptação resulta em conservação. Os seres humanos necessitam da
enfermagem quando estão sofrendo e podem pôr a independência de lado e aceitar os serviços
do outro.
SAÚDE
§ MADELEINE M. LEININGER
SAUDE. Ela fala de sistemas de saúde, práticas de atendimento de saúde, mudança de padrões
de saúde, promoção de saúde e manutenção de saúde. A saúde é um conceito importante na
enfermagem transcultural. Devido à ênfase sobre a necessidade de as enfermeiras conhecerem
a cultura específica na qual a enfermagem está sendo praticada, presume-se que a saúde seja
vista como universal nas culturas, porém definida em cada uma delas de uma maneira que
reflete as crenças, os valores e as práticas daquela determinada cultura. Assim a saúde é tanto
universal como diversificada.
§ MYRA ESTRIN LEVINE
SAUDE. Sugere que saúde e doença são padrões de mudança adaptativa. Algumas adaptações
têm mais êxito do que outras, Todas as adaptações estão em busca do melhor ajuste com o
ambiente. As adaptações mais bem sucedidas são aquelas que conseguem o melhor ajuste de
maneira mais conservadora. A saúde é o objetivo da conservação. Ela também discute as
palavras SAUDE, INTEGRIDADE, TODO como derivadas da mesma palavra raiz e que,
mesmo com a multiplicidade de definições de saúde, cada indivíduo ainda define saúde por si
mesmo.
AMBIENTE
§ MADELEINE M. LEININGER
AMBIENTE. NESTA TEORIA O contexto ambiental é definido como sendo a totalidade de
um evento, situação ou experiência. A definição de cultura de Leininger, enfoca um
determinado grupo-sociedade e a padronização de ações, pensamentos e decisões que ocorre
SISTEMATIZAÇÃO	DA	ASSISTÊNCIA	DE	ENFERMAGEM	
	 33	
	
como resultado de valores, crenças e normas aprendidos, compartilhados e transmitidos. Esse
aprendizado, compartilhamento, transmissão e padronização ocorrem dentro de um grupo de
pessoas que funciona como um cenário ou ambiente identificável.
§ MYRA ESTRIN LEVINE
AMBIENTE. Utiliza a classificação de Bates. Existem três tipos de ambiente:
1º ambiente operacional – consiste de forças naturais não detectadas que atingem o indivíduo.
2º ambiente perceptivo - consiste de informações que são registradas pelos órgãos sensoriais.
3º ambiente conceitual - influenciado pela cultura, idéias, e cognição.
Os esforços para compreender o ambiente e o papel que ele desempenha sobre os indivíduos é
vital. “É o sistema social que em todas as gerações e em todos os lugares, determina os valores
que dirigem e define as regras pelas quais seus integrantes são julgados. A integridade social
do indivíduo espelha a comunidade à qual ele pertence.
ENFERMAGEM
§ MADELEINE M. LEININGER
ENFERMAGEM. Define enfermagem como uma profissão e uma disciplina científica
aprendida e humanista, enfocada em fenômeno e nas atividades do cuidado humano para
assistir, apoiar, facilitar ou capacitar indivíduos ou grupos a manterem ou readiquirirem seu
bem-estar (saúde) em formas culturalmente significativas e benéficas ou para ajudar a pessoa a
enfrentar a deficiência ou morte (Leininger, 1991).
§ MYRA ESTRIN LEVINE
ENFERMAGEM. Para Levine o propósito da enfermagem é cuidar dos outros quando eles
necessitam de cuidados. A pessoa que fornece serviços de enfermagem tem cargas especiais de
preocupação uma vez que a permissão para entrar nas metas de
vida de outro ser humano carrega dívidas onerosas de responsabilidade e escolha. O
relacionamento enfermeiro-paciente se baseia na participação intencional de ambas as partes, e
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nesses relacionamentos não pode haver um substituto para a honestidade, imparcialidade e
respeito mútuo. A teoria da enfermagem é finalmente posta a prova nas trocas diárias
pragmáticas e simples entre enfermeira-paciente... seu sucesso é demonstrado em sua
capacidade de equipar os indivíduos com força renovada para continuarem suas vidas com
independência, realização, esperança e promessa.”
TEÓRICAS ORIENTADAS PARA A INTERAÇÃO
SER HUMANO
§ IMOGENE M. KING
SERES HUMANOS – São seres sociais, reativos, perceptivos, controladores, intencionais e
orientados no para a ação e o tempo. A partir dessas crenças desenvolveu os seguintes
pressupostos que são específicos para a interação enfermeira-cliente:
1. as percepções influenciam o processo de interação.
2. as metas, as necessidades e os valores da enfermeira e do cliente influenciam o processo de
interação.
3. Os indivíduos têm direito de conhecimento sobre eles mesmos.
4. Os indivíduos têm direito de participar das decisões que influenciam a sua vida, a sua saúde e
os serviços comunitários.
5. Os profissionais de saúde têm a responsabilidade de compartilhar a informação que ajudará o
indivíduo a tomar decisões sobre o seu atendimento de saúde.
6. Os indivíduos têm o direito de aceitar ou de recusar o atendimento de saúde.
7. As metas dos profissionais de saúde as metas do receptor do atendimento de saúde podem ser
incongruentes.
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Afirma que as enfermeiras estão preocupadas com o ser humano interagindo com o seu
ambiente de maneiras que levam ao auto-preenchimento e à manutenção da saúde. Os seres
humanos tem três necessidades fundamentais de saúde:
1ª necessidade de informação de saúde que seja no momento necessária e que possa ser
utilizada.
2ª necessidade de atendimento que procura prevenir a doença.
3ª necessidade de atendimento quando os seres humanos são incapazes de cuidar de si mesmos.
Ela afirma que “as enfermeiras estão em uma posição para investigarem o que as pessoas sabem
sobre a sua saúde, o que elas pensam sobre a sua saúde e como elas agem para mantê-la.”
§ HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN
SERES HUMANOS são pessoas holísticas, com sistemas interagentes – biofísicos,
psicológicos, sociais, cognitivos, e bases genéticas e impulso espiritual inerentes.
O holismo implica o todo ser maior que a soma das partes e é diferente da definição da pessoa
como um agregado de das partes e do todo sendo igual à soma das partes. As teorias de Erik
Erikson, Abraham Maslow, Jean Piaget, e George Engel são básicas na descrição de como as
pessoas são semelhantes, considerando serem seres holísticos que querem desenvolver seu
potencial.Todos os seres humanos tem necessidades básicas que motivam o comportamento,
incluindo o impulso denominado individuação-afiliada. Apesar de os seres humanos
compartilharem esses pontos comuns, cada indivíduo é único. As pessoas diferem umas das
outras como resultado de sua bagagem individual herdada, sua capacidade situacional para
mobilizar recursos para reagir aos estressores da vida e seus modelos de mundo.
SAÚDE
§ IMOGENE M. KING
SAUDE. É definida como experiência dinâmica de vida do ser humano, que implicam o
ajustamento constante aos estressores no ambiente interno e externo através do uso ideal dos
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	 36	
	
próprios recursos para atingir o potencial máximo para a vida diária. E como um estado
dinâmico no indivíduo no qual a mudança é constante e permanente e pode ser vista como a
capacidade do indivíduo para funcionar em seus papéis habituais. King afirma que a saúde não
é uma continuidade mais um estado holístico. As características de saúde são genéticas,
subjetivas, relativas, dinâmicas, ambientais, funcionais, culturais e perceptivas. Ela discute a
saúde como um estado funcional e a doença como uma interferência nesse estado. Define a
doença como um desvio do normal, isto é, um desequilíbrio na estrutura biológica da pessoa,
ou em seu esquema psicológico, ou um conflito nos relacionamentos saciais da pessoa.
§ HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN
SAUDE. A definição de saúde é consistente com a da OMS - saúde é um estado de bem estar
físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou da enfermidade. Escrevem que a
saúde tem conotação com o equilíbrio dinâmico entre os vários subsistemas. Esse equilíbrio
dinâmico implica um equilíbrio adaptativo pelo qual o indivíduo aprende a enfrentar
construtivamente os estressores da vida, mobilizando os recursos de enfrentamento internos e
externos e não deixando nenhum sistema em risco quando a adaptação ocorrer.
AMBIENTE
§ IMOGENE M. KING
AMBIENTE. A sociedade pode ser vista como a porção dos sistemas sociais da estrutura de
sistemas abertos. Em sua teoria os três sistemas forma os ambientes que influenciam os
indivíduos:
1º sistemas pessoais – cada indivíduo é um sistema pessoal. Para o sistema pessoal os conceitos
relevantes são: percepção, o ser, o crescimento, o desenvolvimento, a imagem corporal, o
espaço, o aprendizado e o tempo.
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ASPECTOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS LIGADOS A SAE
CAPÍTULO 1. ASPECTOS LEGAIS
Para o estudo da legislação sobre a SAE, exporemos alguns textos na íntegra, outros, somente
as partes que consideramos importante enfatizar.
a) Lei n 7.498/86: Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras
providências.
O presidente da República faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Art. 1º - É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional, observadas as
disposições desta Lei.
Art. 2º - A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas
legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área
onde ocorre o exercício.
Parágrafo único - A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de
Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de
habilitação.
Art. 3º - O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde incluem
planejamento e programação de Enfermagem.
Art. 6º - São enfermeiros:
I - o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferidos nos
termos da lei;
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III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de
Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo
as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil
como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro
conforme o disposto na alínea "d" do Art. 3º. do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe:
I - privativamente:
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde,
pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares
nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência
de Enfermagem;
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;
i) consulta de Enfermagem;
j) prescrição da assistência de Enfermagem;
l) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de
base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;
II - como integrante da equipe de saúde:
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c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina
aprovada pela instituição de saúde;
Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e
acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento
da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva,
envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em
nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:
Lei nº 7.498, de 25.06.86 publicada no DOU de 26.06.86 Seção I - fls. 9.273 a 9.275
b) Decreto n 94.406/87 : ‘Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre
o exercício da Enfermagem, e dá outras providências
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o Art. 81, item III, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986,
Decreta:
Art. 1º - O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as disposições da Lei nº 7.498,
de 25 de junho de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro,
Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional
inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.
Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de Enfermagem no seu
planejamento e programação.
Art. 3º - A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante do programa de
Enfermagem.
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Art. 4º - São Enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferidos nos
termos da lei;
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de
Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo
as respectivas leis, registradas em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no
Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de Enfermeira
conforme o disposto na letra "d" do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de 28 de março
de 1961.
Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe:
I - privativamente:
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares
nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência
de Enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;
e) consulta de Enfermagem;
f) prescrição da assistência de Enfermagem;
q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde;
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A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE deverá ser registrada formalmente no
prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por:
-Histórico de enfermagem
-Exame Físico
-Diagnóstico de Enfermagem
-Prescrição da Assistência de Enfermagem
-Evolução da Assistência de Enfermagem
-Relatório de Enfermagem
Parágrafo único: Nos casos de Assistência Domiciliar - HOME CARE - este prontuário deverá
permanecer junto ao paciente/cliente/usuário assistido, objetivando otimizar o andamento do
processo, bem como atender o disposto no Código de Defesa do Consumidor.
Artigo 4º - Os CORENS, em suas respectivas jurisdições, deverão promover encontros,
seminários, eventos, para subsidiar técnica e cientificamente os profissionais de Enfermagem,
na implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE;
Artigo 5º - É de responsabilidade dos CORENS, em suas respectivas jurisdições, zelar pelo
cumprimento desta norma.
Artigo 6º - Os casos omissos, serão resolvidos pelo COFEN.
Artigo 7º - A presente resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando
disposições em contrário.
d) Decisão COREN-SP 025/2004: SAE
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Dispõe sobre a implantação e / ou implementação da Sistematização da Assistência de
Enfermagem – SAE nas instituições de saúde, no âmbito do Estado de São Paulo”.
CONSIDERANDO art.5º, inciso XII e art.197 da Constituição Federativa do Brasil;
CONSIDERANDO as alíneas “c”, “i” e “j”, art.11 da Lei 7.498/86 e as alíneas “c”, “e” e “f”,
art.8º do Decreto 94.406/87;
CONSIDERANDO o contido no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.
CONSIDERANDO o disposto nas Resoluções COFEN nº 195/1997, 267/2001, 271/2002 e
272/2003;
CONSIDERANDO que a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE sendo uma
atividade privativa do Enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a
identificação das situações de saúde/doença, subsidiando a prescrição e implementação de
ações de Assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação em saúde do indivíduo, família e comunidade;
CONSIDERANDO a institucionalização da Sistematização da Assistência de Enfermagem
- SAE como a prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e
como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo
Enfermeiro;
CONSIDERANDO que a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem
- SAE constitui, efetivamente, na melhoria da qualidade da Assistência de Enfermagem;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem é o primeiro contato com o cliente para a
identificação de problemas de saúde que conduz ao Diagnóstico de Enfermagem, características
definidoras em relação aos fatores de risco e níveis de prevenção;
CONSIDERANDO que o exercício da Consulta de Enfermagem implica em conhecimento,
competência, capacidade de delegar, criatividade e afetividade, prerrogativas estas que só serão
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reforçadas por estudos em profundidade e extensão de modo contínuo, ou seja, educação
continuada;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem beneficiará o Enfermeiro na sua prática
profissional, disponibilizando ao cliente melhor qualificação e resolutividade dos problemas
face à adequada aplicação da metodologia científica no processo assistencial elevando a
qualidade dos serviços da Enfermagem;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem deve ser realizada em nível hospitalar,
ambulatorial, a domicílio, em consultório particular ou em outro local;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem é uma das atividades – fim autônoma que
independe da supervisão de outro profissional;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem caracteriza o Enfermeiro como
profissional liberal, pois permite ao cliente expressar seus sentimentos, facilitando a ambos
identificar os problemas de saúde, priorizando sua resolutividade, dentro de um processo
participativo, estabelecendo o vínculo enfermeiro / cliente;
CONSIDERANDO ainda que a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE é um
plano: sistemático, ordenado, metódico das ações do Enfermeiro e da Enfermagem;
CONSIDERANDO Decisão COFEN N.º 015/2004 que homologa os atos do COREN-SP
dispostos na presente Decisão.
DECIDE:
Artigo 1º - Incumbe ao Enfermeiro:
I – Privativamente:
A implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo de Enfermagem,
que compreende as seguintes etapas:
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Consulta de Enfermagem
Compreendem o histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de
Enfermagem. Para implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE,
devem ser considerados os aspectos essenciais em cada etapa conforme a seguir:
Histórico
Consiste em escutar atentamente, o cliente encorajando-o a se expressar plenamente para que
se conheçam seus hábitos individuais e biopsicossociais (percepções e expectativas do cliente
e de sua família, condições sócio-econômicas, condições ambientais, composição familiar,
nutrição, hidratação, eliminações, oxigenação, sono e repouso, lazer e recreação, atividade
física, reprodução e vida sexual) a fim de identificar seus problemas.
Exame físico
Visa verificar criteriosamente peso e altura, pressão arterial, exame da cabeça, face, olhos,
ouvidos, nariz, pele e mucosas, extremidades, estado de higiene pessoal e vestimenta, bem
como as características físicas próprias e os sinais e sintomas físicos de seus problemas de
saúde.
Diagnóstico de Enfermagem
O Enfermeiro identificará problemas a serem atendidos após colher informações do cliente e
constatação dos achados clínicos ou laboratoriais. Este diagnóstico deve ser modificado
conforme for indicando mudanças das respostas do cliente ao seu estado de saúde.
Prescrição de Enfermagem
Determinação e execução de ações voltadas para o atendimento e solução dos problemas
identificados incluindo-se: processo educativo que estimule o autocuidado; indicação de
medicamentos e tratamentos, vacinas, exames laboratoriais, orientação alimentar, etc
estabelecidos pelo serviço de saúde e encaminhamentos a outros profissionais.
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Evolução de Enfermagem
É o acompanhamento e análise da evolução da situação de saúde do cliente em termos de
resolução ou não dos problemas identificados, enfim, é um resumo dos cuidados prescritos e
realizados e as atividades a serem desenvolvidas nas vinte (24) horas subseqüentes.
Relatório de Enfermagem
Consiste no registro das ações de Enfermagem, objetivando dar continuidade à assistência, para
fins éticos e realização de pesquisas, devendo ser redigido dentro de normas com facilidade de
interpretação, com qualidade de informação e legibilidade.
Artigo 2º - A implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem
- SAE, torna-se obrigatória em toda instituição de saúde, pública e privada (incluindo-se a
Assistência Domiciliar Home Care).
Artigo 3º - A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, deverá ser registrada
formalmente no prontuário do cliente.
Parágrafo Único – Nos casos de Assistência Domiciliar – Home Care este prontuário deverá
permanecer junto ao cliente assistido, para que se acompanhe o andamento da assistência, bem
como atender ao disposto no Código de Defesa do Consumidor.
Artigo 4º - É responsabilidade da instituição de saúde pública e privada subsidiar técnica e
cientificamente os profissionais de Enfermagem, na implantação e implementação
da Sistematização da Assistência de Enfermagem -SAE, obedecendo-se os seguintes prazos
a seguir:
• Até nove meses a partir da publicação: a todos os pacientes considerados graves / críticos e de
Unidade de Terapia Intensiva (adulto, infantil e neo -natal) e um mínimo percentual de 10% e
20% a ser determinado pelo Enfermeiro, nos casos de Assistência Domiciliar – Home Care e
Ambulatórios, considerando – se a incidência epidemiológica e / ou cadastro epidemiológico
associado aos níveis de riscos envolvidos;
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• Até doze meses a partir da publicação: a todos os pacientes internados ou assistidos (casos de
Ambulatórios, Assistência Domiciliar – Home Care);
• Até nove meses a partir da publicação: a todo paciente portador de Doença Crônico –
degenerativo, Doença Sexualmente Transmissível ou não, Gestantes de alto, médio e baixo
risco e aos enquadrados dentro do programa de imunização em todas as Unidades da Rede
Básica de Saúde.
Artigo 5º - Os casos omissos no presente ato decisório serão resolvidos pelo COREN – SP.
Artigo 6º - A presente decisão entrará em vigor após homologação pelo COFEN e devida
publicação no órgão de Imprensa Oficial do Conselho.
www.portalcofen.gov.br
www.coren-sp.gov.br
Segundo Wanda de Aguiar Horta - 1979, o Processo de Enfermagem (PE), é a dinâmica das
ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano. Caracteriza-se
pelo inter-relacionamento de dinamismo de suas fases ou passos.
1. Histórico de Enfermagem
2. Diagnóstico de Enfermagem
3.Plano Assistencial
4. Prescrição
5. Evolução
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	 47	
	
6. Prognóstico Família
Para Atkinson e Murray-1989, a prática de enfermagem requer habilidades de observação,
comunicação, reflexão, aplicação do conhecimento das ciências físicas e do comportamento,
além de se fazer apreciações e tomar decisões. O PE é uma tentativa de melhorar a qualidade
da assistência ao paciente, na medida em que é planejada para alcançar as necessidades
específicas do paciente, sendo então redigida de forma a que todas as pessoas envolvidas no
tratamento possam ter acesso ao plano de assistência. O PE também contribui para o
crescimento profissional de cada enfermeiro.
Identificação do Problema
-coleta de dados
-organização dos dados e análise
-elaboração do diagnóstico de enfermagem
Planejamento
-estabelecer prioridades
-realizar objetivos
-planejar as ações de enfermagem
Avaliação
-avaliação das metas alcançadas
-reformulação do plano assistencial
Implementação
-validar plano de assistência
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-documentar plano de assistência
Prestar assistência de Enfermagem
Continuar coleta de dados
Conforme Bárbara Krass Timby-2001, PE é uma seqüência organizada de etapas
identificadas como levantamento de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e
avaliação, utilizada pelos enfermeiros para solucionar problemas dos pacientes. Quando os
enfermeiros colocam em prática os modelos do processo de enfermagem, os pacientes recebem
cuidados altamente qualificados.
Para as autoras o PE possui sete características distintas: 1ª. encontra-se no âmbito legal de
enfermagem. 2ª baseia-se no conhecimento. 3ªé planejado. 4ª é centrado no paciente. 5ª é
voltado a metas. 6ª tem prioridades. 7ª é dinâmico.
Levantamento de dados
-coleta de dados
-organização dos dados
Diagnóstico
-análise dos dados
-identificação dos diagnósticos e dos problemas colaborativos
Avaliação
-monitoramento do resultado no paciente
-solução, manutenção e revisão do plano de enfermagem.
Planejamento
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-priorização de problemas
-identificação de resultados
Implementação
-realização das ordens da enfermagem
-documentação dos cuidados
-seleção de intervenções de enfermagem
-documentação do plano de cuidados
QUE É PROCESSO DE ENFERMAGEM?
“Um método sistemático de prestação de cuidados humanizados, que enfoca a obtenção de
resultados desejados...” (Levefre, 2000).
O conceito A ideia de Processo de Enfermagem (PE) não é nova em nossa profissão. Pelo
contrário, remonta ao surgimento da Enfermagem Moderna, quando Florence Nightingale
enfatizou que os enfermeiros deveriam ser ensinados a fazer observações e julgamentos acerca
delas. De fato, o termo PE não existia à época, mas a recomendação de Nightingale expressa o
conceito que hoje se tem acerca desta ferramenta de trabalho. No Brasil, o PE foi introduzido
pela Professora Wanda de Aguiar Horta, na década de 1970, que o definiu como a dinâmica das
ações sistematizadas e inter -relacionadas, visando a assistência ao ser humano. Caracteriza-se
pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos (Horta, 1979). Na perspectiva
de Horta (1979) e neste guia, ser humano ou pessoa refere-se ao indivíduo, família (ou pessoa
significante), grupo e comunidade que necessitam dos cuidados de enfermagem. Desde então,
observou-se a inserção gradativa do PE nos currículos dos cursos de graduação em enfermagem,
bem como na prática assistencial. Em 1986, a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem nº
7.498 determinou que a programação de enfermagem inclui a prescrição da assistência de
enfermagem e que a consulta e a prescrição da assistência de enfermagem eram atividades
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	 50	
	
exclusivas do enfermeiro. Essa Lei torna-se, portanto, um mecanismo legal que assegura ao
enfermeiro a prescrição de cuidados durante a consulta de enfermagem.
Alguns aspectos importantes acerca do PE podem ser destacados: 1 O PE serve à atividade
intelectual do enfermeiro; portanto, se dá durante, e depende da relação enfermeiro-
pessoa/família/comunidade que está sob seus cuidados. 2 Se o PE serve à atividade intelectual
não é concebível defini-lo como a própria documentação. A documentação é um aspecto
importante do PE; é, também, uma exigência legal e ética dos profissionais de enfermagem,
mas não é o PE em si. Além disso, os dados documentados podem servir para avaliar a
contribuição específica da enfermagem para a saúde das pessoas, em auditorias internas ou
mesmo em processos de acreditação. 3 A utilização de uma ferramenta, por si só, não pode
garantir a qualidade de um serviço prestado. No entanto, a qualidade da assistência poderá ser
evidenciada com o uso do PE, mas depende de competências intelectuais, interpessoais e
técnicas do enfermeiro. O bom uso desta ferramenta confere cientificidade à profissão, favorece
a visibilidade às ações de enfermagem e ressalta sua relevância na sociedade.
SISTEMÁTICO - por se constituir de 05 fases:
Investigação,
Diagnóstico,
Planejamento,
Implementação,
Avaliação.
HUMANIZADO - porque o planejamento e cuidados consideram exclusivamente interesses,
ideais e desejos da pessoa, família ou comunidade.
• PASSOS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM
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	 51	
	
1. INVESTIGAÇÃO: coleta e exame da informação sobre a situação de saúde procurando
evidências de fatores anormais ou fatores de risco que possam contribuir para os problemas de
saúde.
2. DIAGNÓSTICO = IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: análise dos dados e
identificação dos problemas reais e potenciais que são a base para o plano de cuidados.
3. PLANEJAMENTO: 04 ETAPAS CHAVE:
3.1. DETERMINAÇÃO DAS PRIORIDADES IMEDIATAS: quais necessitam atenção
imediata? Quais serão encaminhados para outra pessoa? Quais exigem abordagem
multidisciplinar?
3.2. ESTABELECIMENTO DOS RESULTADOS ESPERADOS = metas . O que é esperado
que o paciente ou cliente atinja e em quanto tempo.
3.3. DETERMINAÇÃO DAS INTERVENÇÕES: que intervenções serão prescritas para
obtenção dos resultados?
3.4. REGISTRO OU INDIVIDUALIZAÇÃO DO PLANO DE CUIDADOS:redigir oplano ou
adaptar um plano padronizado.
4. IMPLEMENTAÇÃO: coloca o plano em ação
1. Investiga a situação atual da pessoa antes de agir
2. Realiza as intervenções
3. Comunica e registra
5. AVALIAÇÃO: determina
1. se os resultados esperados foram atingidos
2. se as intervenções foram efetivas
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3. se necessárias modificações
4. existem novas prioridades de cuidados?
Características:
1. Determinação da situação de saúde através da coleta de dados.
2. A Investigação é um processo permanente
1 º PASSO - Coleta de dados ou investigação
A coleta de dados, embora descrita como a primeira etapa do PE, ocorre continuamente. Trata-
se da etapa em que o enfermeiro obtém dados subjetivos e objetivos das pessoas de quem cuida,
de forma deliberada e sistemática. A coleta de dados deliberada tem propósito e direção e está
baseada: 1) na consciência do enfermeiro sobre seu domínio profissional e no âmbito de suas
responsabilidades práticas; 2) no claro conceito das informações necessárias para que o
enfermeiro cumpra seu papel; 3) na utilização de perguntas e observações que conservem tempo
e energia do enfermeiro e da pessoa. 43 Uma abordagem sistemática significa que a coleta de
dados é organizada e tem uma sequência lógica de perguntas e observações. O contexto
situacional, isto é, as características interpessoais e físicas e a estruturação da coleta de dados,
a natureza da informação e as competências cognitivo-perceptuais do enfermeiro influenciam
esta etapa do PE. No que tange ao contexto situacional, Gordon (1993) descreve quatro tipos
de coleta de dados: • Avaliação inicial: cujo propósito é avaliar o estado de saúde da pessoa,
identificar problemas e estabelecer um relacionamento terapêutico. Neste caso, a questão
norteadora para direcionar a avaliação é Existe um problema? • Avaliação focalizada: tem como
finalidade verificar a presença ou ausência de um diagnóstico em particular. Para este tipo de
avaliação, o enfermeiro deve se nortear pelas seguintes questões: O problema está presente
hoje? Se está, qual é o status do problema? • Avaliação de emergência: utilizada em situações
em que há ameaça à vida. Neste caso, a questão que deve nortear a avaliação é Qual é a natureza
da disfunção/do problema? • Avaliação de acompanhamento: é realizada em determinado
período após uma avaliação prévia. Para este tipo de avaliação, o enfermeiro deve ter em mente
a seguinte pergunta norteadora: Alguma mudança ocorreu ao longo do tempo? Se ocorreu, qual
foi sua direção (melhora ou piora).
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	 53	
	
2º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – DIAGNÓSTICO DE
ENFERMAGEM.
O QUE É DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM?
“O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM é uma atividade intelectual do enfermeiro na qual
ele usa suas habilidades críticas para identificar e julgar problemas de saúde, além de determinar
a natureza deles, possibilitando o planejamento das ações de enfermagem” ( Wilkerson, 1992;
Carpenito, 1994; Iyer; Taptich; Bernocchi-Losey, 1993).
“O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM é um julgamento clínico sobre as respostas do
indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas de saúde/processos vitais reais ou
potenciais, que embasa a seleção das intervenções de enfermagem, visando ao alcance dos
resultados pelos quais a enfermeira é responsável” (definição aprovada pela NANDA, 1990).
O diagnóstico de enfermagem pode ser definido como o julgamento clínico sobre as respostas
humanas reais ou potenciais apresentadas por indivíduos, famílias e comunidades a problemas
de saúde ou processos de vida. Fornece a base para a seleção de intervenções para atingir
resultados pelos quais o enfermeiro é responsável. Dado que se refere às respostas humanas, é
válido afirmar que os diagnósticos de enfermagem dizem respeito à maneira como indivíduos,
famílias e comunidades reagem a situações ou ao significado que atribuem a determinados
eventos. É o foco de interesse da enfermagem na saúde das pessoas que a diferencia, dentre
outras coisas, das demais profissões da área da saúde. Gordon destaca que o foco de interesse
da enfermagem são as necessidades de saúde e de bem-estar dos indivíduos, famílias e
comunidades. Assim, os problemas clínicos de interesse para os enfermeiros derivam da
interação entre o organismo humano e o ambiente. Esta etapa do PE ocorre em duas fases, a de
processo e a de produto. A fase de processo envolve o raciocínio diagnóstico, ou seja, um
processo em que o conhecimento científico, a experiência clínica e a intuição são evocados de
forma complexa (pensamento intelectual-razão). Por meio do raciocínio diagnóstico, há o
desenvolvimento da habilidade cognitiva, ou seja, habilidade de raciocinar crítica e
cientificamente, sobre os dados coletados, permitindo sua obtenção e interpretação, a
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	 54	
	
comparação entre eles com padrões de normalidade, o seu agrupamento em padrões, que pode
denominar um fenômeno. Cabe também, a busca de novos dados que estejam faltando,
permitindo a inferência de um diagnóstico, ou mesmo de uma hipótese diagnóstica e, ao final
deste processo, a confirmação ou não das hipóteses.
COMPONENTES DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
TÍTULO: estabelece um nome para um diagnóstico.
DEFINIÇÃO: descrição clara e precisa do título, seu significado.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS: sinais e sintomas. É descrita como: CRÍTICA – se
precisa estar presente para se estabelecer o diagnóstico MENOR – se proporciona evidência de
sustentação ao diagnóstico mas não está presente MAIOR – se está usualmente presente se o
diagnóstico existe. FATORES RELACIONADOS: São condições ou circunstâncias que
causam ou contribuem para o desenvolvimento do diagnóstico.
FATORES DE RISCO: fatores ambientais, elementos fisiológicos, psicológicos, genéticos,
químicos, que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, de uma família ou de uma
comunidade a um evento insalubre. *
4º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - IMPLEMENTAÇÃO
Consiste na colocação do plano em ação.
1. DICAS PARA IMPLEMENTAÇÃO
1. Saber sobre problemas dos pacientes e tratamento
2. Levar material para anotação na passagem de plantão
3. Após passagem plantão priorizar ações
SISTEMATIZAÇÃO	DA	ASSISTÊNCIA	DE	ENFERMAGEM	
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4. Elaborar lista pessoal de tarefas
5. Delegar ações:
As tarefas devem ser delegadas conforme o previsto na Lei do Exercício Profissional e
regulamentado pelo COFEN, protocolos e procedimentos.
5º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - AVALIAÇÃO
“Consiste na avaliação deliberada, detalhada de vários aspectos do cuidado ao paciente – é a
chave para a excelência no fornecimento do cuidado à saúde”.Levefre, 2000.
1. A AVALIAÇÃO INCLUI:
1. Determinação da obtenção dos resultados
2. Identificação de fatores que afetam a obtenção de resultados
3. Decisão de continuar, modificar ou terminar o plano.
2. RESUMO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE UM PLANO DE CUIDADOS
INVESTIGAÇÃO: Realizar um a investigação para determinar qualquer mudança na situação
de saúde e assegurar que todos os dados estejam corretos e completos
DIAGNÓSTICO: assegurar que a lista de diagnósticos esteja correta e completa, e que os
pontos fortes e os recursos estejam identificados.
PLANEJAMENTO: verificar a propriedade dos resultados e das intervenções e se os resultados
estão sendo alcançados.
IMPLEMENTAÇÃO: determinar a implementação do plano prescrito e identificar os fatores
que auxiliam ou prejudicam o progresso.
SISTEMATIZAÇÃO	DA	ASSISTÊNCIA	DE	ENFERMAGEM	
	 56
SISTEMATIZAÇÃO	DA	ASSISTÊNCIA	DE	ENFERMAGEM	
	 57	
	
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
ALFARO-LEFREVE, R. Aplicação do processo de enfermagem: uma ferramenta para o
pensamento crítico. 7.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
BARROS, A.L.B.L. et al. Processo de enfermagem: guia para a prática / Conselho Regional de
Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113 p.
BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 358 de 15/10/2009. Dispõe sobre a
sistematização da assistência de enfermagem e a implementação do processo de enfermagem
em ambientes públicos e privados em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem e dá
outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 23 out. 2009, Seção 1, p.179.
CIANCIARULLO, T.I. et al. Sistema de assistência de enfermagem: evolução e tendências.
5.ed. São Paulo: Ícone, 2012.
HORTA, W.A. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 1979.
LEFEVRE, R. A. Aplicação do Processo de Enfermagem: um guia passo a passo. 4ª ed. Porto
Alegre; Artmed, 2000.
NANDA INTERNACIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e
classificação 2012-2014. Porto Alegre: Artmed, 2013.
WESTPHALEN &CARRARO. Metodologias para a assistência de enfermagem. Goiânia:
Editora AB, 2001.
ZANETTI, M.L.; MARZIALE, M.H.P.; ROBAZZI, M.L.C.C. O modelo de Horta, a taxonomia
de NANDA e o método de solução de problemas como estratégia na assistência de enfermagem.
Revista Gaúcha de Enfermagem. v.1, n.15, p.76-84, 1994.
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SAE

  • 2. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SESCOOP SP Natália Ramos Imamura de Vasconcelos Enfermeira formada pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) Especialista em Enfermagem em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo MBA Executivo em Gestão em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV Mestranda em Saúde pela Faculdade de Medicina de Marília Instrutora dos cursos de Basic Life Support, First Aid e Heart Save DEA pela American Heart Association (AHA)
  • 3. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SUMÁRIO Sumário TEORIAS DE ENFERMAGEM ...................................................................................04 ASPECTOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS LIGADOS A SAE ..............................39 PROCESSO DE ENFERMAGEM ...............................................................................46 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................................................57
  • 4. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 4 TEORIA DE ENFERMAGEM, MODELO CONCEITUAL E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ENFERMAGEM: DE SUA ESSÊNCIA AOS MODELOS DE ASSISTÊNCIA. É difícil identificar e descrever adequadamente as origens da Enfermagem, pois temos poucos registros sobre as atividades a ela relacionadas na antiguidade. Contudo, ela aparece nos descobrimentos arqueológicos e antropológicos desta época, mostrando cuidados com as crianças e a importância destas crianças para a sobrevivência da espécie humana. Logo, demonstram a importância do cuidado de Enfermagem mantendo a vida. Muitas vezes, neste processo evolutivo, torna-se difícil distinguir a Enfermagem da Medicina, até porque os primórdios das duas profissões estão intimamente entrelaçados. Em algumas épocas, como a hipocrática, por exemplo, a Medicina era exercida sem a Enfermagem; já na Idade Média, a Enfermagem era praticada sem a Medicina. Sem dúvida, a mãe- enfermeira precedeu ao mago-sacerdote ou ao curandeiro. Inclusive, é possível que estes dois serviços estivessem unidos inicialmente, tendo-se dividido, com o tempo, dando lugar a duas profissões relacionadas à arte da cura: o fornecedor da Medicina e o cuidador, ou seja, o médico e a enfermeira (Stewart & Austin citados por Donahue, 1993). A Enfermagem tem sido considerada a mais antiga das artes e a mais jovem das profissões. Atravessou várias fases, sempre participando dos movimentos sociais. A história da Enfermagem tem sido a história de um grupo profissional, cujo status sempre vem marcado pelas linhas prevalentes da humanidade. Os momentos decisivos da história também o são para a Enfermagem. Os acontecimentos que provocam consideração pelos seres humanos tendem a promover atitudes como as da Enfermagem, atitudes fundamentalmente humanísticas (Dock & Stewart citados por Donahue, 1993). Podemos facilmente nos lembrar dos acontecimentos da Guerra da Criméia e relacioná-los a Florence Nightingale. Então, fica claro outro aspecto marcante na Enfermagem: sua relação com a história da mulher; pela predominância feminina e pela atuação voltada ao cuidado, a história da Enfermagem reflete a situação da mulher através dos tempos. De acordo com
  • 5. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 5 Donahue (1993, p. 3), durante os períodos em que a mulher esteve rigorosamente confinada ao lar por imposições sociais e suas energias se dirigiram exclusivamente à vida familiar, a Enfermagem adotou um caráter de arte doméstica. Os deveres da mulher, seu grau de independência econômica, sua liberdade fora da família e outros fatores tiveram uma influência capital no progresso da Enfermagem. Esta forte relação entre a Enfermagem e a mulher, mais especificamente a mulher-mãe, perpetuou a idéia de que a Enfermagem só poderia ser exercida por mulheres, o que até os dias de hoje gera muitos preconceitos e influencia na escolha da profissão. A Enfermagem, no entanto, não inclui fronteiras sexuais; tanto homens como mulheres possuem uma tendência natural de agir frente ao processo saúde-doença, seja se afastando, seja ignorando, seja agindo junto ao outro. Assim, a Enfermagem é uma profissão que pode ser exercida por ambos os sexos. À medida que os cuidados de Enfermagem foram ficando mais complexos, ficou claro que para realizá-los era necessário mais que a simples motivação, até então suficiente. O amor e a dedicação não bastavam por si sós para fomentar a saúde e vencer a doença. O desenvolvimento da Enfermagem dependia de outros dois fatores: a habilidade/experiência e o conhecimento. A destreza manual para a execução de determinados procedimentos, realidade inclusive nas tribos primitivas, seguiu aperfeiçoando-se por meio da experiência. À medida que se dispunha de mais detalhes sobre o processo saúde-doença, surgia a necessidade de mais conhecimento (Dock & Stewart, referidos por Donahue, 1993). A cabeça, o coração e as mãos se uniram firmemente para assentar os alicerces da Enfermagem moderna. Estes três elementos essenciais corresponderiam à ciência, à alma e à habilidade da Enfermagem e, inclusive, em outro contexto, seriam sinônimos dos aspectos teórico, prático e ético-moral da profissão (Stewart, apud Donahue, 1993). O conhecimento dos fatos e princípios proporcionou o impulso para que a Enfermagem se convertesse tanto em uma arte quanto em uma ciência (Dock & Stewart, referidos por Donahue, 1993). Tratando-se da Enfermagem moderna, percebemos que Nightingale corrobora o acima exposto, ao salientar que à Enfermagem cabia o cuidado com o doente e que a Medicina tratava a doença.
  • 6. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 6 Ressaltou a importância da Enfermagem ao doente" e da "Enfermagem saudável" e em ambas incluiu medidas de prevenção e de promoção à saúde. Para ela, "Enfermagem era 1mbos, uma arte e uma ciência, e requeria uma organização científica, e educação formal, para cuidar dos sofrimentos das doenças" (Nightingale, 893/1949, apud Reed e Zurakowski, 1983, p. 13, Carraro, 1994). A princípio Nightingale julgava que “para aliviar o sofrimento do próximo bastavam a ternura, a simpatia e a paciência”. Mas agora a sua curta experiência lhe mostrava que só os conhecimentos especializados poderiam trazer o alívio" (Woodham-Srnith, 1951, p. 143). Da sua Essência De acordo com Donahue, a essência da Enfermagem "reside na imaginação criativa, no espírito sensível e na compreensão inteligente, que constituem o fundamento real dos cuidados de Enfermagem eficazes". Para Florence Nightingale, a Enfermagem "...é uma arte;...[...]... poder- se-ia dizer a mais bela das artes" (Seymer, [19--], p. 106). Ela salientava que a arte da Enfermagem deveria incluir condições que, por si mesmas, tomassem possível a assistência de Enfermagem. Referia-se à enfermagem como a arte de cuidar dos doentes (1859/1989, p. 15). Não explicou o que entendia por arte, porém em todos os momentos deixa esse conceito transparecer (Carraro, 1994). Vemos que a arte se expressa na Enfermagem principalmente através da sensibilidade, da criatividade/imaginação e da habilidade, como instrumentos para a assistência de Enfermagem. A sensibilidade nos leva a perceber e externar nossos sentimentos e, por outro lado, é ela que nos possibilita perceber, entender e respeitar os sentimentos do outro. A criatividade/imaginação se complementam e nos conduzem a pensar, inventar, figurar em espírito, com bases na sensibilidade. E é nesse lento que a habilidade se configura como aptidão ou capacidade para desenvolver algo, contemplando também a inteligência e a perspicácia, (se articulam no conjunto dos componentes já explicitados da arte) um todo (Carraro. 1994). A ciência se evidencia através da aplicação de conhecimentos sistematizados instrumentalizados pela arte. O Resgate do Modelo Nightingaleano de Assistência
  • 7. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 7 A história da Enfermagem nos mostra a evolução de um fazer intuitivo - como o é o cuidado da mulher-mãe com o seu recém nascido, a um fazer reflexivo. Registra que a prática pré- nightingaleana era desenvolvida sem um referencial e que as pessoas que a exerciam não eram preparadas para tal. A questão teórica na profissão nasce em Florence Nightingale, quando ela apresenta suas reflexões e diz que a Enfermagem é diferente da Medicina e que portanto, é necessário estudar e estruturar as maneiras de fortalecer nos indivíduos suas potencialidades naturais para que, por sua própria força, se opere a cura. Com esta proposição, ela afirma a importância de um trabalho dirigido por conhecimentos gerais e específicos que toda enfermeira deve possuir (Leopardi. 1999, p. 8). A própria Florence Nightingale, após buscar conhecer o que se praticava na Enfermagem, afirmou que só conhecimentos especializados poderiam trazer resultados satisfatórios e que ela iria fazer um curso de Enfermagem. Essa breve retrospectiva mostra-nos um crescente do empírico para o científico. A partir da atuação de Florence Nightingale e da consequente instituição da Enfermagem moderna determinou-se um contraste entre a prática da Enfermagem exercida por pessoas preparadas para tal e a prática anterior. Nightingale, embora de forma empírica e sem consciência desse fato, principalmente no que se refere às visões atuais, atuou embasada num Modelo de Enfermagem. Para Marriner-Tomey (1994), um modelo é uma idéia que explica por meio de visualização física ou simbólica. Os modelos simbólicos, para ela, podem ser verbais, esquemáticos ou quantitativos. Os verbais são enunciados construídos com palavras; os esquemáticos podem ser diagramas, gráficos, desenhos ou imagens; e os quantitativos se embasam em símbolos matemáticos. Os modelos servem para facilitar o raciocínio dos conceitos e das relações existentes entre eles ou, ainda, para delinear o processo de assistência de Enfermagem. Segundo Selanders (1995), o Modelo de Enfermagem de Nightingale descreve como uma enfermeira deve implementar as leis naturais, as quais permitem que os conceitos pessoa, ambiente, saúde-doença e Enfermagem interajam. Seu modelo foi adotado não apenas na Inglaterra, seu país de origem, mas difundiu-se pelo mundo afora, influenciando diretamente o desenvolvimento da Ciência da Enfermagem.
  • 8. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 8 Nightingale defendia que, embora o médico e a enfermeira possam lidar com a mesma população, a Enfermagem não deve ser vista como subserviente à Medicina; ao contrário, a Enfermagem objetiva descobrir as leis naturais que auxiliarão a colocar o enfermo na melhor condição possível, a fim de que a natureza possa efetuar a cura (Selanders, 1995). Antigamente, a Medicina procurava ver o homem integral, respeitando suas crenças e valores. Hipócrates (460 a 475 a.C.) dizia que "o conhecimento do corpo é impossível sem o conhecimento do homem como um todo". Naquela época, Hipócrates, pressupondo que cada doença tinha uma causa natural e que sem causas naturais nada acontecia, abandonou as explicações sobrenaturais da doença. Com o desenvolvimento da Medicina, estes princípios foram, aos poucos, sendo deixados de lado, e o seu enfoque passou a ser "nas noções do corpo como máquina, da patologia como uma avaria nesta máquina e da tarefa do Médico como o concerto desta máquina" (Engel apud Capra, 1982, p. 116). Ao mudar seu enfoque, a Medicina passa a centrar suas atenções na cura, pois se a patologia é considerada um fenômeno orgânico redutível a processos físicos/químicos, o saber médico tinha o poder de curar. As atitudes médicas frente ao "corpo máquina" portador de uma doença foram reforçadas pelos avanços tecnológicos, os quais cada vez mais separam o profissional médico dos clientes. O avanço dos estudos e a tecnologia vêm reforçando o poder de cura outorgado à Medicina (Capra, 1982). Este modelo concede ao Médico o poder de decisão, tanto da assistência prestada, seja ela médica seja de outra categoria profissional, quanto sobre o destino dos pacientes. Apesar da posição de Nightingale, os rumos na área da saúde levaram a Enfermagem a adotar o modelo biomédico (Carraro, 1999), o qual permeia sua prática até os dias atuais, determinando um distanciamento de suas metas originais, passando a existir centrado na prescrição médica. No entanto, podemos perceber que atualmente este modelo biomédico não responde mais às necessidades do ser humano na vivência do processo saúde/doença. Ele não quer mais ser visto em pedaços, mas sim como "um ser singular, integral, indivisível, insubstituível, pleno na sua concepção de interagir com o mundo; interage com o meio ambiente, onde são expressas crenças e valores que permeiam suas ações" (Carraro, 1997, p. 26).
  • 9. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 9 No momento em que a Enfermagem voltar-se para seus modelos de assistência e assumir sua essência será uma profissão que responderá às necessidades do ser humano e que articulará ciência e arte, tendo assim visibilidade. Do Modelo Nightingaleano à Diversidade de Modelos de Assistência. O resgate do modelo nightingaleano vem acontecendo há alguns anos. A primeira Enfermeira a publicar pós-Nightingale foi Hildegard Peplau, que, em 1952, lançou o livro Relações Interpessoais em Enfermagem. Peplau tomou-se um marco histórico para a Enfermagem dos anos 50. Naquela década iniciaram-se os cursos de Mestrado nos Estados Unidos da América, dando novo ímpeto à profissão, deflagrando a época das Teorias de Enfermagem. Segundo Leddy e Pepper (1993), a ciência da Enfermagem tem sido derivada principalmente das teorias sociais, biológicas e médicas. Todavia, depois de 1950, grande número de enfermeiras teoristas tem desenvolvido modelos de Enfermagem que oferecem suporte para o desenvolvimento das teorias de Enfermagem e do conhecimento de Enfermagem. Este novo conhecimento posto, de algum modo, aponta como principal preocupação não a patologia, mas o indivíduo, doente ou não, experenciando o processo saúde-doença, com o enfoque na promoção do bem-estar e da saúde. Destaca-se no Brasil a atuação de Wanda de Aguiar Horta no que se refere à difusão das Teorias de Enfermagem. Nascida em 1926, em Belém do Pará, graduou-se em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP em 1948 e doutorou-se em 1968, na Escola Ana Néri. Em 1979, publica seu livro baseado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Maslow, e, a partir daí, operacionaliza um Processo de Enfermagem. Existe atualmente uma discussão sobre se os escritos de Horta configuram uma teoria ou um processo de Enfermagem. Chegar a uma conclusão a respeito é tarefa muito difícil face à grande diversidade de paradigmas existentes; porém é inegável o grande avanço que seus escritos trouxeram para o desenvolvimento da Enfermagem brasileira, até porque a grande maioria dos Cursos de Graduação em Enfermagem adotou-os como base para a aprendizagem da Metodologia da Assistência de Enfermagem (Carraro, 1998). Certamente sua proposta nos mostra um Modelo de Assistência.
  • 10. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 10 Atualmente, a influência das Teorias e dos Modelos de Assistência de Enfermagem é evidente no contexto da Enfermagem brasileira, pois estão cada vez mais difundidos, tanto na prática da Enfermagem quanto na formação de profissionais enfermeiros. Modelos de Assistência são representações do mundo vivido expressas verbalmente, ou por meio de símbolos, esquemas, desenhos, gráficos, diagramas. Seu objetivo é direcionar a assistência de Enfermagem, oferecendo ao enfermeiro os subsídios necessários para sua atuação. Segundo Keck (1989), as teorias são modelos da realidade, em geral realidades não-observáveis diretamente. Os modelos ajudam a desenvolver as teorias e a explicitar a relação existente entre os conceitos. Até porque os modelos permitem a manipulação dos conceitos sobre o papel antes de serem submetidos à verificação no mundo real. Um modelo é uma abstração da realidade, um modo de visualizar a realidade, facilitando o raciocínio. Um modelo conceitual mostra-nos como vários conceitos são inter-relacionados e aplica teorias que predizem ou avaliam conseqüências de ações alternativas (Leddy e Pepper, 1993). Fawcett (1992) salienta a utilidade dos modelos conceituais para a organização do pensamento, da observação e da interpretação do que se vê. Eles também provêem uma estrutura sistematizada e racional para o desenvolvimento das atividades. Modelos de Enfermagem incluem conceitos de ser humano, Enfermagem, saúde-doença e ambiente (Fitzpatrick e Whall, 1983; Fawcett, 1992). Na Enfermagem ou mesmo em outra área do conhecimento, agimos de acordo com um método, seguimos um modelo, mesmo que dinâmica e inconscientemente. Se prestarmos atenção à nossa rotina, observaremos que na maioria das vezes agimos de maneira semelhante todos os dias, repetindo ações, desde a mais simples até a mais complexa. E temos um motivo para isso: realizamos as atividades pautadas em conhecimentos empíricas, aprendidas no dia-a-dia com rotinas preestabelecidas, ou embasados cientificamente, e as repetimos cada vez que agimos. Muitas vezes fazemos isto sem refletir a respeito, sem procurar modos mais eficientes, sem
  • 11. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 11 buscar a atualização do conhecimento, sem nos lembrarmos da velocidade e do dinamismo com que o conhecimento avança na atualidade. Este método de que lançamos mão visa organizar e direcionar nosso desempenho; embora num primeiro momento possa parecer complexo após estarmos familiarizados com este processo, ele passa a facilitar nosso trabalho, assegurando maior qualidade à assistência prestada. Segundo Pollit e Hungler (1995), o método científico combina aspectos do raciocínio lógico com outros, para criar um sistema de solução de problemas que, embora falível, é mais confiável do que a tradição, a autoridade, a experiência ou a tentativa e erro por si sós. Assim, um modelo de assistência embasado cientificamente conduz-nos ao fazer reflexivo, a estar sempre buscando a melhoria da assistência prestada. Leva-nos a refletir: que Enfermagem é esta que estou desenvolvendo? Quem é o ser humano que estou assistindo? O que é o processo saúde-doença a que o ser humano está exposto? E o meio ambiente, o que é? Os modelos de assistência nos auxiliam a perceber que praticar Enfermagem não é simplesmente uma ordenação de procedimentos mais ou menos constantes, dependendo da situação. Ela é um processo dinâmico, mutável e criativo, mas nem por isso deixa de ser um processo conhecível, objetivo, programável e decifrável. Desta forma, quanto mais claro estiver o referencial teórico do modelo aplicado, maior será a segurança e a realização profissional do Enfermeiro, maior será o direcionamento da equipe de Enfermagem, culminando com uma assistência de Enfermagem adequada às necessidades apresentadas pelo ser humano assistido. Por outro lado, a qualidade da Assistência de Enfermagem prestada depende da equipe, liderada e coordenada pelo Enfermeiro. Os modelos de assistência instrumentalizam o planejamento científico e sistematizado das ações a serem desenvolvidas pelos integrantes da Equipe de Enfermagem, oferecendo suporte e direcionando o desempenho das atividades. Contribuem para a credibilidade e visibilidade da Enfermagem. O desenvolvimento da profissão de Enfermagem através dos tempos ainda não alcançou sua maturidade. Continua crescendo e desenvolvendo-se, a fim de ampliar as esferas de serviços e práticas profissionais, aumentando suas responsabilidades. Sem dúvidas, a cada dia a
  • 12. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 12 Enfermagem se supera, criando, agregando novos conhecimentos e indo além na certeza de que é uma Ciência e uma e Arte inacabada e crescente... TEORIAS E MARCO CONCEITUAL: SUA INFLUÊNCIA NA METODOLOGIA DA ASSISTÊNCIA. A história registra que a Enfermagem pré-nightingaleana era desenvolvida sem um referencial, que as pessoas que a exerciam não eram preparadas para tal e, ainda, que seu resultado deixava muito a desejar. A partir da vivência de Nightingale, a Enfermagem passa a ser denominada científica, passando a apresentar um modelo de assistência por ela desenvolvido e implementado. As crenças de Nightingale a respeito da Enfermagem, o que é e o que não é, formam o fundamento do que escreveu em suas "Notas sobre Enfermagem”.Sua contribuição ao desenvolvimento das teorias está em explicar o campo de ação da Enfermagem, como a relação paciente/meio ambiente, e em iniciar as análises estatísticas para a saúde e a Enfermagem profissional (Choi, 1989). Sua educação meticulosa, vinda de seu pai, um homem culto formado em Cambridge e Edimburgo, era pouco comum para uma mulher do século XIX. Estudou latim, grego, línguas modernas, artes, matemática e estatística, filosofia, história e religião. Sua educação e os acontecimentos da época estimularam seu pensamento crítico, levando-a a interessar-se por política, economia, governo, liberdade, condições sociais e instituições. Leu e citou em seus escritos: Platão, Dante, Mill, Bacon, Locke, Newton, Kant, Hegel, Comte e São João. Por outro lado era tímida e espiritualista. Acreditava que servindo ao homem estava servindo a Deus, o que a impulsionava a fazer seu caminho, a ser independente, a buscar uma profissão para utilizar sua capacidade (Carraro, 1999). Esta educação influenciou seu pensamento e sua concepção da Enfermagem como ciência e arte, subsidiando e determinando a prática da profissão. Nightingale deixou-nos suas concepções registradas em I47 livros e panfletos. Sua correspondência pessoal também foi volumosa. Em 1859 publicou dois de seus "Best-Known":
  • 13. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 13 Notes on Hospitais e Notes um Nursing, livros que abriram uma nova época na reforma e no cuidado com a saúde (Schuyler, 1992). No entanto, a Enfermagem tem apresentado dificuldades em seguir seu exemplo no tocante a teorizar, escrever e publicar idéias e realizações. A fundamentação teórica e a vivência de Nightingale influenciaram seus escritos e ainda estão presentes em muitas teorias de Enfermagem mais recentes. Este é um elo importante entre a Enfermagem Ciência e Arte de Florence Nightingale e a Enfermagem atual. Em sua visão e saber, incluem-se insight e valores antigos que se relacionam com a teoria do cuidado humano atual, teoria que uma vez mais guia a educação de Enfermagem, a prática e a investigação clínica que se baseia no cuidado como um ideal moral; teoria que permeia o espiritual, o transcendente, o todo, enquanto atende o ser e fazer, totalmente integrados. A visão e saber de Nightingale incluem a visão e a imagem de totalidade, beleza e harmonia de vida, um sentido de união de todos os seres vivos (Watson, 1992). 1. Das Teorias de Enfermagem O interesse pelo desenvolvimento de Teorias de Enfermagem surgiu por duas razões. Primeiramente, as enfermeiras perceberam que o desenvolvimento de teorias era um meio de estabelecer a Enfermagem como profissão, além de ser inerente a um antigo interesse em definir um corpo de conhecimentos específicos da Enfermagem. Em segundo lugar, os teóricos estavam motivados pelo valor intrínseco das teorias para a Enfermagem e pela importância do crescimento e enriquecimento da teoria para a Enfermagem em si mesma (Choi, 1989). Com o passar dos tempos, na busca de maiores subsídios para a atuação de Enfermagem, surgiram novas teorias e novos modelos de assistência, inicialmente nos Estados Unidos, onde esta preocupação tomou força com o surgimento dos cursos de mestrado em Enfermagem, expandindo-se depois para outros países. No Brasil, em 1979, Wanda de Aguiar Horta publica sua teoria, baseada na Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Maslow, e a partir daí operacionaliza um Processo de
  • 14. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 14 Enfermagem. Seus escritos foram adotados por grande parte dos Cursos de Graduação em Enfermagem, como base para a aprendizagem da Metodologia da Assistência. Considerando-se teoria como "... um conjunto de princípios fundamentais duma arte ou duma ciência" (Ferreira, 1993, p. 1664), percebe-se de forma crescente a influência das teorias no contexto da Enfermagem brasileira, pois sua difusão cada vez mais transparece tanto na sua prática quanto na formação de profissionais enfermeiros. Teoria de Enfermagem é definida por Meleis (1985) como uma construção articulada e comunicada da realidade criada ou descoberta (fenômenos centrais e inter-relações) dentro da ou pertinente à Enfermagem, para os propósitos de descrição, explicação, predição ou prescrição do cuidado de Enfermagem. Ainda, segundo a autora, as teorias de Enfermagem refletem diferentes realidades, pois apontam os interesses da Enfermagem na época, o ambiente sociocultural e as experiências educacionais e vivenciais da teórica. Espelham algumas realidades da época em que foram concebidas e ajudam a dar forma às realidades da época atual. De acordo com Neves e Trentini (1987), a teoria orientada para a prática é aquela dirigida para produzir mudanças ou efeitos desejados em determinada condição ou fenômeno. Assim, as teorias se apresentam como formas de olhar/compreender os fenômenos da Enfermagem. Alguns fenômenos são abordados em praticamente todas as teorias de Enfermagem, porque representam o centro da sua prática, tais como o ser humano, o ambiente, a saúde/doença e a Enfermagem. Estes fenômenos compõem uma rede de conceitos que se inter-relacionam e formam uma maneira de ver o mundo da Enfermagem e desenvolver sua prática (Paim et al., 1998). As teorias que hoje temos representam os esforços coletivos e individuais das Enfermeiras para definir e dirigir a profissão e, como tal, proporcionar a base para um desenvolvimento teórico continuado (Choi, 1989). Ao representar estes esforços, as teorias mostram diferentes modos de pensar Enfermagem, algumas apontando apenas um aspecto da realidade, outras apontando todos os fenômenos de interesse da disciplina. Várias teorias utilizadas por Enfermeiros são cedidas por outras
  • 15. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 15 disciplinas, como as teorias do estresse, do enfrentamento, do risco, da educação (Fawcett, 1995). É de fundamental importância que os Enfermeiros, ao fazerem a opção por uma ou outra teoria, considerem a adequação e a aplicabilidade dela à situação de Enfermagem em que será utilizada. 2. Marco Conceitual Fawcett (1995) enfatiza que os marcos conceituais não são uma realidade nova na Enfermagem; existem desde Nightingale (1859), com suas primeiras idéias avançadas sobre Enfermagem, mesmo que não tenham sido expressas formalmente como marcos. A proliferação formal dos marcos conceituais de Enfermagem aconteceu concomitante à introdução das idéias sobre teorias de Enfermagem, ambas com interesse em conceitualizar a Enfermagem como uma disciplina distinta. Para Fawcett (1995), o desenvolvimento dos marcos conceituais de Enfermagem foi um importante avanço para a disciplina. No entanto, este é um tema que vem gerando discussão e mostrando divergências conceituais entre os estudiosos, principalmente no que se refere às terminologias de marco e modelo, teórico e conceitual, conforme podemos ver a seguir: Newman (1979) registra que Marco Teórico é uma matriz de conceitos que, juntos, descrevem o foco da investigação. De acordo com Fawcet (1984 e 1978), Modelo Teórico ou Marco Teórico refere-se a uma teoria ou grupo de teorias que fornecem fundamentos para as hipóteses, políticas e currículo de uma ciência. Para Neves e Gonçalves (1984), Marco Conceitual é uma construção mentalogicamente organizada, que serve para dirigir o processo da investigação e da ação.
  • 16. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 16 Segundo Fawcet (1992) e Botha (1989), Marco Conceitual é sinônimo de Modelo Conceitual e é definido como um conjunto de conceitos e proposições abstratas e gerais, intimamente relacionados. Em 1993, Silva e Arruda registram que o Marco de Referência apresenta nível de abstração de menor complexidade do que os Marcos Conceituais/ Teorias, no que se refere a sua construção teórico-conceitual. Tem a finalidade de demarcar o conhecimento em que se apóia, servindo de base para as ações de Enfermagem (Silva e Arruda, 1993). Na compreensão de Wall (2000), o Marco Conceitual é um conjunto de elaborações mentais sobre aspectos relacionados ao objeto em estudo. Um ponto que serve como força, como orientação. Uma proposta da qual queremos nos aproximar. Apesar desta divergência conceitual, é fundamental que os enfermeiros compreendam que os marcos e/ou modelos (Marco Conceitual, Modelo Conceitual, Marco Teórico, Modelo Teórico), com suas diferenças e semelhanças, formam um emaranhado de conceitos inter- relacionados que servem para direcionar as ações de Enfermagem. Podemos dizer que eles iluminam os caminhos da Enfermagem. Em resumo, todos os termos utilizados visam aprofundar formas de dirigir a ação de Enfermagem, pois buscam, por meio dos conceitos, formalizar uma construção mentalogicamente organizada, que fundamente a ciência e, consequentemente, as ações de Enfermagem. 3. Das Funções dos Marcos Conceituais. Os Marcos/Modelos proporcionam ao profissional a evidência de que ele necessita para embasar suas ações, apontando e justificando por que selecionar um determinado problema para estudo. Ajudam na sumarização do conhecimento existente, na explicação dos fatos observados e das relações entre eles. De acordo com Neves e Gonçalves (1984), o Marco Conceitual contribui na previsão de eventos até então não-observados e no estabelecimento de relações entre os eventos com base nos princípios explicativos englobados nas teorias.
  • 17. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 17 Fawcett (1995) salienta que os marcos direcionam a procura das questões sobre o fenômeno e sugerem soluções para problemas práticos. Enfatiza que os marcos conceituais de Enfermagem explicitam orientações filosóficas e pragmáticas para a assistência que somente os Enfermeiros podem oferecer aos pacientes, por conhecerem a dimensão total do cuidado, o qual é diferente daquele realizado por qualquer outro profissional de saúde. O marco conceitual constitui uma construção teórica que sustenta a prática de Enfermagem e as decisões no processo de assistir o ser humano. Ele reflete também a maneira de o autor conceber os indicativos assistenciais da Enfermagem (Carraro, 1997). Assim compreendido, o Marco Conceitual torna-se uma importante ferramenta para embasar, direcionar e clarificar as ações, não apenas do Enfermeiro, mas de toda a equipe de Enfermagem. Ele serve de base para a proposta e o desenvolvimento da Metodologia de Assistência de Enfermagem, a qual deverá estar estruturada de forma coerente com seus conceitos. Tem a finalidade de proporcionar o foco que ilumina os caminhos a serem percorridos pelo profissional para atingir seus objetivos assistenciais, formando um emaranhado, uma teia dentro da qual a assistência, os aspectos teóricos, técnicos e éticos são examinados, a fim de tomarem possível explicar as relações propostas e identificar vazios no conhecimento que necessitam ser revelados, para ampliar continuamente as possibilidades de cuidado. 4. Da sua Construção Todos nós temos uma imagem pessoal do que seja a prática da Enfermagem. Esta imagem influencia nossa interpretação dos dados, decisões e ações. Mas pode uma disciplina continuar desenvolvendo-se quando seus membros se sustentam em diferentes imagens? Os proponentes dos marcos conceituais para a prática estão procurando fazer uso consciente destas imagens, sem o que não poderemos começar a identificar semelhanças em nossas percepções sobre a natureza da prática nem evoluir para conceitos bem ordenados (Reilly's, citado por Fawcett, 1995). Segundo King (1988), conceitos são abstrações que provêem conhecimento sobre a essência das coisas. Um conceito é uma imagem mental de uma coisa, de uma pessoa ou de um objeto.
  • 18. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 18 Para Chinn e Jacobs (1982), os conceitos são formulações mentais complexas de um objeto, propriedade ou acontecimento, originárias das percepções e experiências individuais. Os conceitos registram ainda as crenças e valores do autor sobre aquilo que está sendo conceituado. Quando os conceitos são inter-relacionados, como no caso da Enfermagem, eles formam uma base para as ações, seja na pesquisa, seja na prática profissional. A esta estrutura pode-se chamar marco conceitual (Carrão, 19). A construção de um Marco Conceitual pode partir da prática, da conceituação das imagens privativas do Enfermeiro sobre a prática da Enfermagem vivenciada pelo autor, baseada em suas crenças e valores, com a busca de subsídios na teoria. Nesta forma de construção, primeiramente se elaboram os conceitos eleitos, registrando-se aquilo em que se acredita sobre cada um deles, com leituras releituras e reformulações, até que reflitam os pensamentos do autor. Pode-se usar a estratégia de discuti-los com a Equipe de Enfermagem e/ou com outras pessoas. Somente após esta prévia estruturação dos conceitos busca-se uma teoria que venha ao encontro das idéias ali expressas, potencializando-as. Então, incorporam-se aos conceitos as idéias contidas na teoria. Pode-se também partir da teoria. Contudo, antes de optarmos por uma teoria, primeiramente é necessário estudá-la, procurando compreendê-la, buscando as relações entre o que ela retrata, aquilo em que se acredita e a aplicação que se pretende fazer. Somente após essa identificação é que deve ser feita a opção por uma determinada teoria. Então, alguns dos seus conceitos são escolhidos para embasarem o Marco Conceitual e a prática da Enfermagem. Convém lembrar que a teoria escolhida não necessita ser especificamente de Enfermagem. Existe ainda a possibilidade de se usar mais de uma teoria, porém com muita cautela, pois as concepções teórico - filosóficas delas podem ser divergentes, comprometendo assim toda a construção do Marco Conceitual e, consequentemente, a assistência de Enfermagem a ser prestada. A construção de um Marco Conceitual, partindo da prática ou partindo da teoria, é um processo reflexivo que se configura num ir e vir aos conceitos, reformulando-os tantas vezes quantas forem necessárias para que estes reflitam o pensamento do seu autor. Busca-se, ainda, a inter-
  • 19. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 19 relação entre os conceitos de tal modo que, lendo-se um deles, os demais estejam implícitos, mostrando forte relação entre si. É importante ressaltar que, independentemente da forma de construção, o Marco Conceitual deverá contemplar as especificidades da prática a que será aplicado, uma vez que ele é um instrumento que subsidia a prática da Enfermagem (portanto, um meio e não um fim em si mesmo, embasando a construção e o desenvolvimento da Metodologia da Assistência de Enfermagem). Após a construção do Marco Conceitual, passa-se a sua aplicação, para que deverão ser buscados os elementos de cada conceito, as ações a que cada elemento conduz e a estratégia para desenvolver cada ação. Esta operacionalização pode configurar-se como um "mapa" da assistência a ser prestada, embasando a metodologia de assistência. Como exemplo*, vai imaginar que, ao conceituar-se ser humano, esteja registrado que ele é singular, integral, indivisível e insubstituível. As ações a que este registro conduz são ações de humanização da assistência, e as estratégias poderão ser: chamar pelo seu nome, envolver sua família na assistência, ouvir, tocar, entre outras. Se o registro diz que a Enfermagem é uma ciência e uma arte, as ações deverão ser de aplicação tanto do conhecimento científico quanto da sensibilidade. Imaginação/criatividade e habilidade ao prestar cuidados. As estratégias deverão contemplar diálogo, observação e desenvolvimento de técnicas específicas. Enfim, o resultado final da Assistência prestada deverá refletir o Marco Conceitual proposto, além de servir para confirmar / testar os conceitos formulados ou mesmo dar-lhes novos direcionamentos e / ou reconstruções. TEORIAS E METAPARADGMAS DE ENFERMAGEM. 1. NOÇÕES GERAIS SOBRE TEORIA
  • 20. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 20 1.1. A LINGUAGEM DO PENSAMENTO TEÓRICO “A unidade básica do pensamento teórico é o CONCEITO. Os conceitos são palavras que representam a realidade e facilitam a nossa capacidade de comunicação sobre ela. (Webester, 1991)”. Os conceitos podem ser: EMPÍRICOS = sentidos percebidos, observados, OU ABSTRATOS = não são observáveis. Ex. esperança, infinito. “Todos os conceitos tornam-se abstrações na ausência do objeto”. TEORIAS Conjunto de conceitos inter-relacionados, definições e proposições que apresentam uma forma sistemática de ver fatos/eventos, pela especificação das relações entre as variáveis com a finalidade de explicar ou prever o fato/evento. (Kerlinger, 1973). 1.2. NATUREZA CÍCLICA DA TEORIA PRÁTICA D PESQUISA TEORIA E CONCEITOS 1.3. CARACTERÍSTICA DE UMA TEORIA Características de uma teoria segundo Torres, 1990: • as teorias podem inter-relacionar conceitos de tal forma que criem uma nova maneira de ver determinado fenômeno. • as teorias devem ser de natureza lógica • as teorias devem ser relativamente simples e ainda generalizáveis
  • 21. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 21 • as teorias podem ser as bases para as hipóteses serem testadas ou para a teoria ser expandida. • as teorias contribuem para o aumento do corpo de conhecimentos gerais da disciplina através da pesquisa implementada para validá-las. • as teorias podem ser utilizadas por profissionais para orientar e melhorar a sua prática • as teorias devem ser consistentes com outras teorias validadas, leia e princípios, mas devem deixar abertas as questões não-respondidas, que devem ser investigadas. 2. AS TEORIAS DE ENFERMAGEM ENFATIZAM QUATRO CONCEITOS: 1. A PESSOA: pode representar um indivíduo, uma família, uma comunidade ou toda humanidade. É aquele que recebe o cuidado de enfermagem. 2. A SAÚDE: representa um estado de bem-estar decidido mutuamente pelo cliente e enfermeiro. 3. O AMBIENTE: pode representar os arredores imediatos, a comunidade ou o universo com tudo que contém. 4. A ENFERMAGEM: é a ciência e a arte da disciplina. 3. METAPARADIGMAS DE ENFERMAGEM Paradigma: modelo ou conjunto básico de crenças que orientam a ação, a investigação da disciplinada. COM A FINALIDADE DE APROFUNDAR AS REFLEXÕES QUE FAREMOS NESTA OFICINA SOBRE A ENFERMAGEM, DISPUS O PENSAMENTO DE VÁRIAS TEÓRICAS SOBRE OS METAPARADIGMAS DE ENFERMAGEM: SER HUMANO, AMBIENTE, SAUDE/DOENÇA, ENFERMAGEM.
  • 22. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 22 METAPARADGMAS DE ENFERMAGEM TEORISTAS ORIENTADAS PARA AS NECESSIDADES/PROBLEMAS Organização dos dados pela Teoria das NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS de Maslow. 1. NECESSIDADES FISIOLÓGICAS: alimentação, líquidos, oxigênio, eliminação, calor, conforto físico. 2. NECESSIDADES DE SEGURANÇA: Coisas necessária para segurança física como bengala, e para a segurança psicológica como brinquedo favorito da criança 3. NECESSIDADE DE AMAR E PERTENCER: Família e pessoas significativas 4. NECESSIDADE DE AUTO-ATUALIZAÇÃO: Necessidade de crescer, modificar-se, atingir uma meta Organização dos dados coletados na investigação, conforme TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS segundo Wanda de Aguiar Horta. 1. PSICOBIOLÓGICAS: oxigenação, hidratação nutrição, eliminação, sono e repouso, exercício e atividade física, sexualidade, abrigo, mecânica corporal, integridade cutâneo- mucosa, integridade física, Regulação: térmica, hormonal, neurológica, hidrosalina, eletrolítica, imunológica, crescimento celular, vascular; percepção: olfativa, gustativa, tátil, visual, dolorosa; locomoção, ambiente, terapêutica. 2.PSICOSOCIAIS: segurança, amor, liberdade, comunicação, criatividade, aprendizagem, gregária, recreação, lazer, espaço, orientação no tempo e espaço, aceitação, auto-realização, auto-estima, auto-imagem, participação, atenção. 3.PSICOESPIRITUAIS: religiosas ou teológica, ética ou de filosofia de vida. Organização dos dados coletados na investigação, conforme PADRÕES FUNCIONAIS DE SAÚDE de Gordon.
  • 23. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 23 1. PERCEPÇÃO DE SAÚDE/CONTROLE DE SAÚDE: Percepção do estado geral de saúde, do bem-estar. Adesão às práticas preventivas de saúde 2. NUTRICIONAL – METABÓLICO: padrões de ingesta de alimentos e de líquidos, Equilíbrio hídrico e eletrolítico, capacidade geral de cicatrização. 3. ELIMINAÇÃO: padrões da função excretória: intestinal, urinária e da pele, e Percepção do cliente. 4. ATIVIDADE/EXERCÍCIO: padrão de exercício-atividades, lazer, recreação e atividades da vida diária; fatores que interferem no padrão individual desejado ou esperado. 5. COGNITIVO-PERCEPTIVO: adequação dos modos sensoriais como audição, visão, paladar, toque, olfato, percepção da dor, as capacidades cognitivas funcionais 6. SONO/REPOUSO: padrões de sono e períodos de repouso/relaxamento durante as 24 h do dia, assim como a qualidade e a quantidade. 7. AUTOPERCEPÇÃO/AUTOCONCEITO: atitudes sobre sí mesmo, percepção das capacidades, imagem corporal, sentido geral de valor e padrões emocionais. 8. PAPEL/RELACIONAMENTO: percepção dos principais papéis e responsabilidades na Situação de vida atual. 9. SEXUALIDADE/REPRODUÇÃO: satisfação ou insatisfação percebidas com a sexualidade. Padrão e estágio reprodutivo. 10.ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE: padrões gerais de enfrentamento, tolerância ao estresse, sistemas de apoio e capacidade percebida para controlar as situações 11.VALOR/CRENÇAS: valores, metas ou crenças que orientam as escolhas ou decisões.
  • 24. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 24 Organização dos dados coletados na investigação conforme PADRÕES DA RESPOSTA HUMANA-PESSOA UNITÁRIA, NANDA. (taxonomia I) 1. TROCAS: situação nutricional, temperatura, eliminação, oxigenação, circulação, equilíbrio hídrico, pele e mucosas, risco de traumatismo. 2. COMUNICAÇÃO: capacidade de expressar os pensamentos verbalmente, orientação, deficiência da fala, barreiras idiomáticas. 3. RELAÇÃO: estabelecimento de vínculos, interação social, sistemas de apoio, desempenho de papel, paternidade, o papel sexual. 4. VALORIZAÇÃO: preferências e práticas religiosas e culturais, relacionamento com a divindade, percepção do sofrimento, aceitação da doença. 5. ESCOLHA: capacidade para aceitar ajuda e tomar decisões, adaptações à situação de saúde, desejo de independência/dependência, negação do problema, adesão às terapias. 6. MOVIMENTO: tolerância à atividade, capacidade de autocuidado, padrões de sono, atividades de diversão, história de incapacidade, necessidade de segurança, amamentação. 7. PERCEPÇÃO: imagem corporal, auto-estima, capacidade de usar os cinco sentidos, significado de esperança, percepção da capacidade de controlar a situação atual. 8. CONHECIMENTO: conhecimento sobre a doença atual ou terapias, doenças prévias, fatores de risco, expectativas sobre a terapia, capacidade cognitiva, prontidão para aprender, orientação, memória. 9. SENTIMENTO: dor, luto, risco de violência, nível de ansiedade, integridade emocional. Organização dos dados coletados na investigação conforme NANDA (taxonomia II). 1. PROMOÇÃO DA SAÚDE: consciência da saúde, controle da saúde. 2. NUTRIÇÃO: ingestão, digestão, absorção, metabolismo, hidratação.
  • 25. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 25 3. ELIMINAÇÃO: sistema urinário, sistema gastrintestinal, sistema tegumentar, sistema pulmonar. 4. ATIVIDADE/REPOUSO: sono e repouso, atividade/exercício, equilíbrio de energia, respostas cardiovasculares e pulmonar. 5.PERCEPÇÃO/COGNIÇÃO:atenção,orientação,sensação/percepção,cognição,comunicação 6. AUTO-PERCEPÇÃO: auto-conceito, auto-estima, imagem corporal. 7. RELACIONAMENTOS DE PAPEL: papéis do cuidador, relações familiares, desempenho de papel. 8. SEXUALIDADE: identidade sexual, função sexual, reprodução. 9. ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE: resposta pós-trauma, resposta de enfrentamento, estresse neuro-comportamental. 10. PRINCÍPIOS DE VIDA: valores, crenças, congruência entre valores/crença/ação. 11. SEGURANÇA/PROTEÇÃO: infecção, lesão física, violência, riscos ambientais, processos defensivos, termorregulação. 12. CONFORTO: conforto físico, conforto ambiental, conforto social. 13. CRECIMENTO/DESENVOLVIMENTO: crescimento, desenvolvimento. SER HUMANO SERES HUMANOS são diferenciados das outras coisas vivas por sua capacidade de: 1. refletir sobre si mesmos, 2. simbolizar o que experimentam,
  • 26. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 26 3. usar criações simbólicas(idéias, palavras para pensar, comunicar-se e orientar os esforços para fazer coisas que são benéficas para si e para outros”(Oren, 1991). O funcionamento humano integral inclui os aspectos físicos, psicológicos, interpessoais e sociais. O indivíduo tem potencial para aprender e desenvolver-se. A forma como o ser humanos preenche as necessidades de autocuidado não é instintiva, mas um comportamento aprendido. Os fatores que afetam o aprendizado incluem a idade, capacidade de mental, a cultura, a sociedade e o estado emocional do indivíduo. Se o indivíduo não pode aprender as medidas de autocuidado, outros devem aprender e proporciona-los. § WANDA DE AGUIAR HORTA. SER HUMANO. . O ser humano é parte integrante do universo dinâmico, e como ta,l sujeito a todas as leis que o regem, no tempo e no espaço. . O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia. - A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. Resulta, pois: • O ser humano como parte integrante do universo está sujeito a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. O ser humano se distingue dos demais seres do universo por sua capacidade de reflexão, por ser dotado do poder de imaginação e simbolização e poder unir presente, passado e futuro. -Estas características do ser humano permitem sua unicidade, autenticidade e individualidade.
  • 27. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 27 -O ser humano, por suas características, é também agente de mudanças no universo dinâmico, no tempo e no espaço; Consequentemente: 2. O ser humano, como agente de mudança, é também a causa de equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio dinamismo. - Os desequilíbrios geram no ser humano, necessidades que se caracterizam por estados de tensão conscientes e inconscientes que o levam a buscar a satisfação de tais necessidades para manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço. - As necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto, e se este se prolonga é causa de doença. - Estar com saúde é estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço SAÚDE § DOROTHEA E. OREN SAUDE. Oren apóia a definição da organização mundial de saúde como estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de da doença ou da enfermidade. Ela constata que os aspectos físico, psicológico, interpessoal e social são inseparáveis no indivíduo. Oren também apresenta a saúde como base do conceito de cuidado preventivo de saúde. Esse cuidado inclui a promoção e a manutenção da saúde- prevenção primária, o tratamento da doença ou da lesão- prevenção secundária, prevenção de complicações – prevenção terciária. § WANDA DE AGUIAR HORTA SAUDE. 2. O ser humano, como agente de mudança, é também a causa de equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio dinamismo.
  • 28. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 28 - Os desequilíbrios geram no ser humano, necessidades que se caracterizam por estados de tensão conscientes e inconscientes que o levam a buscar a satisfação de tais necessidades para manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço. - As necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto, e se este se prolonga é causa de doença. - Estar com saúde é estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço. AMBIENTE São requisitos de autocuidado universais, demandas que a espécie humana possui, seja por sua condição biológica, seja por sua condição sócio-psicológica, não significando, porém, que para todos os seres humanos será igual em qualidade e em quantidade. São eles: 1. Manutenção suficiente de suporte de ar, água, alimentos. 2. Provisão de cuidados associados aos processos de eliminação e excreção, 3. Manutenção do balanço entre estar só e a interação social, 4. Prevenção de risco à vida, ao funcionamento e bem-estar como ser humano § WANDA DE AGUIAR HORTA AMBIENTE . O ser humano é parte integrante do universo dinâmico, e como tal, sujeito a todas as leis que o regem, no tempo e no espaço. . O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia. - A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço.
  • 29. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 29 ENFERMAGEM § DOROTHEA E. OREN ENFERMAGEM. O sistema de enfermagem, delineado pela enfermeira, é baseado nas necessidades de autocuidado e nas capacidades do paciente para desempenhar as atividades de autocuidado. Se houver um déficit de autocuidado, isto é, se houver um déficit entre o que o indivíduo pode fazer (ação de autocuidado) e o que precisa ser feito para manter o funcionamento ideal (exigência de autocuidado) a enfermagem é exigida. § WANDA DE AGUIAR HORTA ENFERMAGEM. A enfermagem é um serviço prestado ao INDIVÍDUO, FAMÍLIA E COMUNIDADE. A enfermagem é parte integrante da equipe de saúde, do que resulta: . Como parte integrante da equipe de saúde, a enfermagem mantém o equilíbrio dinâmico, previne desequilíbrios e reverte desequilíbrios em equilíbrio do ser humano, no tempo e no espaço. - O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser atendidas para seu completo bem estar. - O conhecimento do ser humano a respeito do atendimento de suas necessidades é limitado por seu próprio saber, exigindo, por isto, o auxílio de profissional habilitado. - Em estados de desequilíbrio esta assistência se faz mais necessária. - Todos os conhecimentos e técnicas acumuladas sobre a enfermagem dizem respeito ao cuidado do ser humano, isto é, como atendê-lo em suas necessidades básicas. - A enfermagem assiste o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, valendo-se para isto dos conhecimentos e princípios científicos das ciências físico-químicas, biológicas e psicossociais. A conclusão será:
  • 30. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 30 A enfermagem como parte integrante da equipe de saúde implementa estados de equilíbrio, previne estados de desequilíbrio e reverte desequilíbrios em equilíbrio pela assistência ao ser humano no atendimento de suas necessidades básicas; procura sempre reconduzi-lo à situação de equilíbrio dinâmico no tempo e espaço. Desta teoria decorrem conceitos, proposições e princípios que fundamentam a ciência de enfermagem. Enfermagem é a arte e a ciência de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência quando possível, pelo ensino do auto- cuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais. Assistir em enfermagem é fazer pelo ser humano aquilo que ele não pode fazer por si mesmo, ajudar ou auxiliar quando parcialmente impossibilitado de se autocuidar; orientar ou ensinar, supervisionar e encaminhar a outros profissionais. As funções da(o) enfermeira(o) podem ser consideradas em três áreas ou campos de ação distintos. a ) Área específica: assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas e torná- lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do auto- cuidado. b ) Área de interdependência ou de colaboração: a sua atividade na equipe de saúde nos aspectos de manutenção, promoção e recuperação da saúde. c ) Área Social: dentro de sua atuação como um profissional a serviço da sociedade, função de pesquisa, ensino, administração, responsabilidade legal e de participação na associação de classe (figura 2) . 1. A ciência da enfermagem compreende o estudo das necessidades humanas básicas, dos fatores que alteram sua manifestação e atendimento, e na assistência a ser prestada. Alguns princípios podem também ser deduzidos : 1. Enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade do ser humano.
  • 31. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 31 2. A enfermagem é prestada ao ser humano e não à sua doença ou desequilíbrio. 3. Todo o cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação. 4. A enfermagem reconhece o ser humano como membro de urna família e de uma comunidade. A enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo de seu autocuidado. Para que a enfermagem atue eficientemente, necessita desenvolver sua metodologia de trabalho que está fundamentada no método científico. Este método de atuação da enfermagem é denominado processo de enfermagem. TEÓRICAS ORIENTADAS PARA OS SISTEMAS SER HUMANO § MADELEINE M. LEININGER SERES HUMANOS são melhor representados em seus pressupostos. Os homens são considerados capazes de cuidar e preocupar-se com as necessidades de bem-estar, e a sobrevivência dos outros. O cuidado humano é universal, ou seja, é visto em todas as culturas. Os homens tem sobrevivido nas culturas ao longo do lugar e tempo porque são capazes de cuidas dos bebês, das crianças, e dos idosos de maneiras variadas e em muitos ambientes diferentes. Assim, os homens são universalmente seres cuidadores que sobrevivem numa diversidade de culturas pela sua capacidade de proporcionar a universalidade do cuidado de várias maneiras e de acordo com as diferentes culturas, necessidades e situações. A enfermagem, como ciência do cuidado deve enfocar além da interação tradicional enfermeira-paciente, incluir famílias, grupos, comunidade, culturas completas e instituições, assim como as instituições mundiais de saúde, e a forma de desenvolvimento e políticas e práticas de enfermagem internacionais, pois em muitas culturas as instituições e as famílias dominam. Há culturas em que as pessoas não são um conceito importante, podendo até não haver o termo pessoa no idioma. § MYRA ESTRIN LEVINE SERES HUMANOS – quando a pessoa está sendo estudada o foco deve ser a integridade. Sustenta que uma pessoa não pode ser compreendida fora do contexto do tempo, lugar no qual
  • 32. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 32 ela interage ou está isolada da influência de tudo que acontece ao seu redor. Os seres humanos não só apenas são influenciados por suas circunstâncias imediatas, mas também suportam carga de uma vida inteira de experiências que ficaram registradas nos tecidos do corpo bem como na mente e no espírito. Os seres humanos estão em contínua adaptação em sua interação com o ambiente. O processo de adaptação resulta em conservação. Os seres humanos necessitam da enfermagem quando estão sofrendo e podem pôr a independência de lado e aceitar os serviços do outro. SAÚDE § MADELEINE M. LEININGER SAUDE. Ela fala de sistemas de saúde, práticas de atendimento de saúde, mudança de padrões de saúde, promoção de saúde e manutenção de saúde. A saúde é um conceito importante na enfermagem transcultural. Devido à ênfase sobre a necessidade de as enfermeiras conhecerem a cultura específica na qual a enfermagem está sendo praticada, presume-se que a saúde seja vista como universal nas culturas, porém definida em cada uma delas de uma maneira que reflete as crenças, os valores e as práticas daquela determinada cultura. Assim a saúde é tanto universal como diversificada. § MYRA ESTRIN LEVINE SAUDE. Sugere que saúde e doença são padrões de mudança adaptativa. Algumas adaptações têm mais êxito do que outras, Todas as adaptações estão em busca do melhor ajuste com o ambiente. As adaptações mais bem sucedidas são aquelas que conseguem o melhor ajuste de maneira mais conservadora. A saúde é o objetivo da conservação. Ela também discute as palavras SAUDE, INTEGRIDADE, TODO como derivadas da mesma palavra raiz e que, mesmo com a multiplicidade de definições de saúde, cada indivíduo ainda define saúde por si mesmo. AMBIENTE § MADELEINE M. LEININGER AMBIENTE. NESTA TEORIA O contexto ambiental é definido como sendo a totalidade de um evento, situação ou experiência. A definição de cultura de Leininger, enfoca um determinado grupo-sociedade e a padronização de ações, pensamentos e decisões que ocorre
  • 33. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 33 como resultado de valores, crenças e normas aprendidos, compartilhados e transmitidos. Esse aprendizado, compartilhamento, transmissão e padronização ocorrem dentro de um grupo de pessoas que funciona como um cenário ou ambiente identificável. § MYRA ESTRIN LEVINE AMBIENTE. Utiliza a classificação de Bates. Existem três tipos de ambiente: 1º ambiente operacional – consiste de forças naturais não detectadas que atingem o indivíduo. 2º ambiente perceptivo - consiste de informações que são registradas pelos órgãos sensoriais. 3º ambiente conceitual - influenciado pela cultura, idéias, e cognição. Os esforços para compreender o ambiente e o papel que ele desempenha sobre os indivíduos é vital. “É o sistema social que em todas as gerações e em todos os lugares, determina os valores que dirigem e define as regras pelas quais seus integrantes são julgados. A integridade social do indivíduo espelha a comunidade à qual ele pertence. ENFERMAGEM § MADELEINE M. LEININGER ENFERMAGEM. Define enfermagem como uma profissão e uma disciplina científica aprendida e humanista, enfocada em fenômeno e nas atividades do cuidado humano para assistir, apoiar, facilitar ou capacitar indivíduos ou grupos a manterem ou readiquirirem seu bem-estar (saúde) em formas culturalmente significativas e benéficas ou para ajudar a pessoa a enfrentar a deficiência ou morte (Leininger, 1991). § MYRA ESTRIN LEVINE ENFERMAGEM. Para Levine o propósito da enfermagem é cuidar dos outros quando eles necessitam de cuidados. A pessoa que fornece serviços de enfermagem tem cargas especiais de preocupação uma vez que a permissão para entrar nas metas de vida de outro ser humano carrega dívidas onerosas de responsabilidade e escolha. O relacionamento enfermeiro-paciente se baseia na participação intencional de ambas as partes, e
  • 34. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 34 nesses relacionamentos não pode haver um substituto para a honestidade, imparcialidade e respeito mútuo. A teoria da enfermagem é finalmente posta a prova nas trocas diárias pragmáticas e simples entre enfermeira-paciente... seu sucesso é demonstrado em sua capacidade de equipar os indivíduos com força renovada para continuarem suas vidas com independência, realização, esperança e promessa.” TEÓRICAS ORIENTADAS PARA A INTERAÇÃO SER HUMANO § IMOGENE M. KING SERES HUMANOS – São seres sociais, reativos, perceptivos, controladores, intencionais e orientados no para a ação e o tempo. A partir dessas crenças desenvolveu os seguintes pressupostos que são específicos para a interação enfermeira-cliente: 1. as percepções influenciam o processo de interação. 2. as metas, as necessidades e os valores da enfermeira e do cliente influenciam o processo de interação. 3. Os indivíduos têm direito de conhecimento sobre eles mesmos. 4. Os indivíduos têm direito de participar das decisões que influenciam a sua vida, a sua saúde e os serviços comunitários. 5. Os profissionais de saúde têm a responsabilidade de compartilhar a informação que ajudará o indivíduo a tomar decisões sobre o seu atendimento de saúde. 6. Os indivíduos têm o direito de aceitar ou de recusar o atendimento de saúde. 7. As metas dos profissionais de saúde as metas do receptor do atendimento de saúde podem ser incongruentes.
  • 35. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 35 Afirma que as enfermeiras estão preocupadas com o ser humano interagindo com o seu ambiente de maneiras que levam ao auto-preenchimento e à manutenção da saúde. Os seres humanos tem três necessidades fundamentais de saúde: 1ª necessidade de informação de saúde que seja no momento necessária e que possa ser utilizada. 2ª necessidade de atendimento que procura prevenir a doença. 3ª necessidade de atendimento quando os seres humanos são incapazes de cuidar de si mesmos. Ela afirma que “as enfermeiras estão em uma posição para investigarem o que as pessoas sabem sobre a sua saúde, o que elas pensam sobre a sua saúde e como elas agem para mantê-la.” § HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN SERES HUMANOS são pessoas holísticas, com sistemas interagentes – biofísicos, psicológicos, sociais, cognitivos, e bases genéticas e impulso espiritual inerentes. O holismo implica o todo ser maior que a soma das partes e é diferente da definição da pessoa como um agregado de das partes e do todo sendo igual à soma das partes. As teorias de Erik Erikson, Abraham Maslow, Jean Piaget, e George Engel são básicas na descrição de como as pessoas são semelhantes, considerando serem seres holísticos que querem desenvolver seu potencial.Todos os seres humanos tem necessidades básicas que motivam o comportamento, incluindo o impulso denominado individuação-afiliada. Apesar de os seres humanos compartilharem esses pontos comuns, cada indivíduo é único. As pessoas diferem umas das outras como resultado de sua bagagem individual herdada, sua capacidade situacional para mobilizar recursos para reagir aos estressores da vida e seus modelos de mundo. SAÚDE § IMOGENE M. KING SAUDE. É definida como experiência dinâmica de vida do ser humano, que implicam o ajustamento constante aos estressores no ambiente interno e externo através do uso ideal dos
  • 36. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 36 próprios recursos para atingir o potencial máximo para a vida diária. E como um estado dinâmico no indivíduo no qual a mudança é constante e permanente e pode ser vista como a capacidade do indivíduo para funcionar em seus papéis habituais. King afirma que a saúde não é uma continuidade mais um estado holístico. As características de saúde são genéticas, subjetivas, relativas, dinâmicas, ambientais, funcionais, culturais e perceptivas. Ela discute a saúde como um estado funcional e a doença como uma interferência nesse estado. Define a doença como um desvio do normal, isto é, um desequilíbrio na estrutura biológica da pessoa, ou em seu esquema psicológico, ou um conflito nos relacionamentos saciais da pessoa. § HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN SAUDE. A definição de saúde é consistente com a da OMS - saúde é um estado de bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou da enfermidade. Escrevem que a saúde tem conotação com o equilíbrio dinâmico entre os vários subsistemas. Esse equilíbrio dinâmico implica um equilíbrio adaptativo pelo qual o indivíduo aprende a enfrentar construtivamente os estressores da vida, mobilizando os recursos de enfrentamento internos e externos e não deixando nenhum sistema em risco quando a adaptação ocorrer. AMBIENTE § IMOGENE M. KING AMBIENTE. A sociedade pode ser vista como a porção dos sistemas sociais da estrutura de sistemas abertos. Em sua teoria os três sistemas forma os ambientes que influenciam os indivíduos: 1º sistemas pessoais – cada indivíduo é um sistema pessoal. Para o sistema pessoal os conceitos relevantes são: percepção, o ser, o crescimento, o desenvolvimento, a imagem corporal, o espaço, o aprendizado e o tempo.
  • 37. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 37 ASPECTOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS LIGADOS A SAE CAPÍTULO 1. ASPECTOS LEGAIS Para o estudo da legislação sobre a SAE, exporemos alguns textos na íntegra, outros, somente as partes que consideramos importante enfatizar. a) Lei n 7.498/86: Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. O presidente da República faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições desta Lei. Art. 2º - A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício. Parágrafo único - A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação. Art. 3º - O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde incluem planejamento e programação de Enfermagem. Art. 6º - São enfermeiros: I - o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei; II - o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei;
  • 38. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 38 III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz; IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea "d" do Art. 3º. do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe: I - privativamente: a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem; h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; i) consulta de Enfermagem; j) prescrição da assistência de Enfermagem; l) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas; II - como integrante da equipe de saúde:
  • 39. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 39 c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente: Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente: Lei nº 7.498, de 25.06.86 publicada no DOU de 26.06.86 Seção I - fls. 9.273 a 9.275 b) Decreto n 94.406/87 : ‘Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o Art. 81, item III, da Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, Decreta: Art. 1º - O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região. Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de Enfermagem no seu planejamento e programação. Art. 3º - A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante do programa de Enfermagem.
  • 40. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 40 Art. 4º - São Enfermeiros: I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei; II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferidos nos termos da lei; III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as respectivas leis, registradas em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz; IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de Enfermeira conforme o disposto na letra "d" do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe: I - privativamente: b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; e) consulta de Enfermagem; f) prescrição da assistência de Enfermagem; q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde;
  • 41. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 41 A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: -Histórico de enfermagem -Exame Físico -Diagnóstico de Enfermagem -Prescrição da Assistência de Enfermagem -Evolução da Assistência de Enfermagem -Relatório de Enfermagem Parágrafo único: Nos casos de Assistência Domiciliar - HOME CARE - este prontuário deverá permanecer junto ao paciente/cliente/usuário assistido, objetivando otimizar o andamento do processo, bem como atender o disposto no Código de Defesa do Consumidor. Artigo 4º - Os CORENS, em suas respectivas jurisdições, deverão promover encontros, seminários, eventos, para subsidiar técnica e cientificamente os profissionais de Enfermagem, na implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE; Artigo 5º - É de responsabilidade dos CORENS, em suas respectivas jurisdições, zelar pelo cumprimento desta norma. Artigo 6º - Os casos omissos, serão resolvidos pelo COFEN. Artigo 7º - A presente resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando disposições em contrário. d) Decisão COREN-SP 025/2004: SAE
  • 42. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 42 Dispõe sobre a implantação e / ou implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE nas instituições de saúde, no âmbito do Estado de São Paulo”. CONSIDERANDO art.5º, inciso XII e art.197 da Constituição Federativa do Brasil; CONSIDERANDO as alíneas “c”, “i” e “j”, art.11 da Lei 7.498/86 e as alíneas “c”, “e” e “f”, art.8º do Decreto 94.406/87; CONSIDERANDO o contido no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. CONSIDERANDO o disposto nas Resoluções COFEN nº 195/1997, 267/2001, 271/2002 e 272/2003; CONSIDERANDO que a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE sendo uma atividade privativa do Enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando a prescrição e implementação de ações de Assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação em saúde do indivíduo, família e comunidade; CONSIDERANDO a institucionalização da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE como a prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo Enfermeiro; CONSIDERANDO que a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE constitui, efetivamente, na melhoria da qualidade da Assistência de Enfermagem; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem é o primeiro contato com o cliente para a identificação de problemas de saúde que conduz ao Diagnóstico de Enfermagem, características definidoras em relação aos fatores de risco e níveis de prevenção; CONSIDERANDO que o exercício da Consulta de Enfermagem implica em conhecimento, competência, capacidade de delegar, criatividade e afetividade, prerrogativas estas que só serão
  • 43. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 43 reforçadas por estudos em profundidade e extensão de modo contínuo, ou seja, educação continuada; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem beneficiará o Enfermeiro na sua prática profissional, disponibilizando ao cliente melhor qualificação e resolutividade dos problemas face à adequada aplicação da metodologia científica no processo assistencial elevando a qualidade dos serviços da Enfermagem; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem deve ser realizada em nível hospitalar, ambulatorial, a domicílio, em consultório particular ou em outro local; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem é uma das atividades – fim autônoma que independe da supervisão de outro profissional; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem caracteriza o Enfermeiro como profissional liberal, pois permite ao cliente expressar seus sentimentos, facilitando a ambos identificar os problemas de saúde, priorizando sua resolutividade, dentro de um processo participativo, estabelecendo o vínculo enfermeiro / cliente; CONSIDERANDO ainda que a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE é um plano: sistemático, ordenado, metódico das ações do Enfermeiro e da Enfermagem; CONSIDERANDO Decisão COFEN N.º 015/2004 que homologa os atos do COREN-SP dispostos na presente Decisão. DECIDE: Artigo 1º - Incumbe ao Enfermeiro: I – Privativamente: A implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo de Enfermagem, que compreende as seguintes etapas:
  • 44. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 44 Consulta de Enfermagem Compreendem o histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de Enfermagem. Para implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, devem ser considerados os aspectos essenciais em cada etapa conforme a seguir: Histórico Consiste em escutar atentamente, o cliente encorajando-o a se expressar plenamente para que se conheçam seus hábitos individuais e biopsicossociais (percepções e expectativas do cliente e de sua família, condições sócio-econômicas, condições ambientais, composição familiar, nutrição, hidratação, eliminações, oxigenação, sono e repouso, lazer e recreação, atividade física, reprodução e vida sexual) a fim de identificar seus problemas. Exame físico Visa verificar criteriosamente peso e altura, pressão arterial, exame da cabeça, face, olhos, ouvidos, nariz, pele e mucosas, extremidades, estado de higiene pessoal e vestimenta, bem como as características físicas próprias e os sinais e sintomas físicos de seus problemas de saúde. Diagnóstico de Enfermagem O Enfermeiro identificará problemas a serem atendidos após colher informações do cliente e constatação dos achados clínicos ou laboratoriais. Este diagnóstico deve ser modificado conforme for indicando mudanças das respostas do cliente ao seu estado de saúde. Prescrição de Enfermagem Determinação e execução de ações voltadas para o atendimento e solução dos problemas identificados incluindo-se: processo educativo que estimule o autocuidado; indicação de medicamentos e tratamentos, vacinas, exames laboratoriais, orientação alimentar, etc estabelecidos pelo serviço de saúde e encaminhamentos a outros profissionais.
  • 45. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 45 Evolução de Enfermagem É o acompanhamento e análise da evolução da situação de saúde do cliente em termos de resolução ou não dos problemas identificados, enfim, é um resumo dos cuidados prescritos e realizados e as atividades a serem desenvolvidas nas vinte (24) horas subseqüentes. Relatório de Enfermagem Consiste no registro das ações de Enfermagem, objetivando dar continuidade à assistência, para fins éticos e realização de pesquisas, devendo ser redigido dentro de normas com facilidade de interpretação, com qualidade de informação e legibilidade. Artigo 2º - A implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, torna-se obrigatória em toda instituição de saúde, pública e privada (incluindo-se a Assistência Domiciliar Home Care). Artigo 3º - A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, deverá ser registrada formalmente no prontuário do cliente. Parágrafo Único – Nos casos de Assistência Domiciliar – Home Care este prontuário deverá permanecer junto ao cliente assistido, para que se acompanhe o andamento da assistência, bem como atender ao disposto no Código de Defesa do Consumidor. Artigo 4º - É responsabilidade da instituição de saúde pública e privada subsidiar técnica e cientificamente os profissionais de Enfermagem, na implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem -SAE, obedecendo-se os seguintes prazos a seguir: • Até nove meses a partir da publicação: a todos os pacientes considerados graves / críticos e de Unidade de Terapia Intensiva (adulto, infantil e neo -natal) e um mínimo percentual de 10% e 20% a ser determinado pelo Enfermeiro, nos casos de Assistência Domiciliar – Home Care e Ambulatórios, considerando – se a incidência epidemiológica e / ou cadastro epidemiológico associado aos níveis de riscos envolvidos;
  • 46. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 46 • Até doze meses a partir da publicação: a todos os pacientes internados ou assistidos (casos de Ambulatórios, Assistência Domiciliar – Home Care); • Até nove meses a partir da publicação: a todo paciente portador de Doença Crônico – degenerativo, Doença Sexualmente Transmissível ou não, Gestantes de alto, médio e baixo risco e aos enquadrados dentro do programa de imunização em todas as Unidades da Rede Básica de Saúde. Artigo 5º - Os casos omissos no presente ato decisório serão resolvidos pelo COREN – SP. Artigo 6º - A presente decisão entrará em vigor após homologação pelo COFEN e devida publicação no órgão de Imprensa Oficial do Conselho. www.portalcofen.gov.br www.coren-sp.gov.br Segundo Wanda de Aguiar Horta - 1979, o Processo de Enfermagem (PE), é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano. Caracteriza-se pelo inter-relacionamento de dinamismo de suas fases ou passos. 1. Histórico de Enfermagem 2. Diagnóstico de Enfermagem 3.Plano Assistencial 4. Prescrição 5. Evolução
  • 47. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 47 6. Prognóstico Família Para Atkinson e Murray-1989, a prática de enfermagem requer habilidades de observação, comunicação, reflexão, aplicação do conhecimento das ciências físicas e do comportamento, além de se fazer apreciações e tomar decisões. O PE é uma tentativa de melhorar a qualidade da assistência ao paciente, na medida em que é planejada para alcançar as necessidades específicas do paciente, sendo então redigida de forma a que todas as pessoas envolvidas no tratamento possam ter acesso ao plano de assistência. O PE também contribui para o crescimento profissional de cada enfermeiro. Identificação do Problema -coleta de dados -organização dos dados e análise -elaboração do diagnóstico de enfermagem Planejamento -estabelecer prioridades -realizar objetivos -planejar as ações de enfermagem Avaliação -avaliação das metas alcançadas -reformulação do plano assistencial Implementação -validar plano de assistência
  • 48. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 48 -documentar plano de assistência Prestar assistência de Enfermagem Continuar coleta de dados Conforme Bárbara Krass Timby-2001, PE é uma seqüência organizada de etapas identificadas como levantamento de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação, utilizada pelos enfermeiros para solucionar problemas dos pacientes. Quando os enfermeiros colocam em prática os modelos do processo de enfermagem, os pacientes recebem cuidados altamente qualificados. Para as autoras o PE possui sete características distintas: 1ª. encontra-se no âmbito legal de enfermagem. 2ª baseia-se no conhecimento. 3ªé planejado. 4ª é centrado no paciente. 5ª é voltado a metas. 6ª tem prioridades. 7ª é dinâmico. Levantamento de dados -coleta de dados -organização dos dados Diagnóstico -análise dos dados -identificação dos diagnósticos e dos problemas colaborativos Avaliação -monitoramento do resultado no paciente -solução, manutenção e revisão do plano de enfermagem. Planejamento
  • 49. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 49 -priorização de problemas -identificação de resultados Implementação -realização das ordens da enfermagem -documentação dos cuidados -seleção de intervenções de enfermagem -documentação do plano de cuidados QUE É PROCESSO DE ENFERMAGEM? “Um método sistemático de prestação de cuidados humanizados, que enfoca a obtenção de resultados desejados...” (Levefre, 2000). O conceito A ideia de Processo de Enfermagem (PE) não é nova em nossa profissão. Pelo contrário, remonta ao surgimento da Enfermagem Moderna, quando Florence Nightingale enfatizou que os enfermeiros deveriam ser ensinados a fazer observações e julgamentos acerca delas. De fato, o termo PE não existia à época, mas a recomendação de Nightingale expressa o conceito que hoje se tem acerca desta ferramenta de trabalho. No Brasil, o PE foi introduzido pela Professora Wanda de Aguiar Horta, na década de 1970, que o definiu como a dinâmica das ações sistematizadas e inter -relacionadas, visando a assistência ao ser humano. Caracteriza-se pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos (Horta, 1979). Na perspectiva de Horta (1979) e neste guia, ser humano ou pessoa refere-se ao indivíduo, família (ou pessoa significante), grupo e comunidade que necessitam dos cuidados de enfermagem. Desde então, observou-se a inserção gradativa do PE nos currículos dos cursos de graduação em enfermagem, bem como na prática assistencial. Em 1986, a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem nº 7.498 determinou que a programação de enfermagem inclui a prescrição da assistência de enfermagem e que a consulta e a prescrição da assistência de enfermagem eram atividades
  • 50. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 50 exclusivas do enfermeiro. Essa Lei torna-se, portanto, um mecanismo legal que assegura ao enfermeiro a prescrição de cuidados durante a consulta de enfermagem. Alguns aspectos importantes acerca do PE podem ser destacados: 1 O PE serve à atividade intelectual do enfermeiro; portanto, se dá durante, e depende da relação enfermeiro- pessoa/família/comunidade que está sob seus cuidados. 2 Se o PE serve à atividade intelectual não é concebível defini-lo como a própria documentação. A documentação é um aspecto importante do PE; é, também, uma exigência legal e ética dos profissionais de enfermagem, mas não é o PE em si. Além disso, os dados documentados podem servir para avaliar a contribuição específica da enfermagem para a saúde das pessoas, em auditorias internas ou mesmo em processos de acreditação. 3 A utilização de uma ferramenta, por si só, não pode garantir a qualidade de um serviço prestado. No entanto, a qualidade da assistência poderá ser evidenciada com o uso do PE, mas depende de competências intelectuais, interpessoais e técnicas do enfermeiro. O bom uso desta ferramenta confere cientificidade à profissão, favorece a visibilidade às ações de enfermagem e ressalta sua relevância na sociedade. SISTEMÁTICO - por se constituir de 05 fases: Investigação, Diagnóstico, Planejamento, Implementação, Avaliação. HUMANIZADO - porque o planejamento e cuidados consideram exclusivamente interesses, ideais e desejos da pessoa, família ou comunidade. • PASSOS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM
  • 51. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 51 1. INVESTIGAÇÃO: coleta e exame da informação sobre a situação de saúde procurando evidências de fatores anormais ou fatores de risco que possam contribuir para os problemas de saúde. 2. DIAGNÓSTICO = IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: análise dos dados e identificação dos problemas reais e potenciais que são a base para o plano de cuidados. 3. PLANEJAMENTO: 04 ETAPAS CHAVE: 3.1. DETERMINAÇÃO DAS PRIORIDADES IMEDIATAS: quais necessitam atenção imediata? Quais serão encaminhados para outra pessoa? Quais exigem abordagem multidisciplinar? 3.2. ESTABELECIMENTO DOS RESULTADOS ESPERADOS = metas . O que é esperado que o paciente ou cliente atinja e em quanto tempo. 3.3. DETERMINAÇÃO DAS INTERVENÇÕES: que intervenções serão prescritas para obtenção dos resultados? 3.4. REGISTRO OU INDIVIDUALIZAÇÃO DO PLANO DE CUIDADOS:redigir oplano ou adaptar um plano padronizado. 4. IMPLEMENTAÇÃO: coloca o plano em ação 1. Investiga a situação atual da pessoa antes de agir 2. Realiza as intervenções 3. Comunica e registra 5. AVALIAÇÃO: determina 1. se os resultados esperados foram atingidos 2. se as intervenções foram efetivas
  • 52. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 52 3. se necessárias modificações 4. existem novas prioridades de cuidados? Características: 1. Determinação da situação de saúde através da coleta de dados. 2. A Investigação é um processo permanente 1 º PASSO - Coleta de dados ou investigação A coleta de dados, embora descrita como a primeira etapa do PE, ocorre continuamente. Trata- se da etapa em que o enfermeiro obtém dados subjetivos e objetivos das pessoas de quem cuida, de forma deliberada e sistemática. A coleta de dados deliberada tem propósito e direção e está baseada: 1) na consciência do enfermeiro sobre seu domínio profissional e no âmbito de suas responsabilidades práticas; 2) no claro conceito das informações necessárias para que o enfermeiro cumpra seu papel; 3) na utilização de perguntas e observações que conservem tempo e energia do enfermeiro e da pessoa. 43 Uma abordagem sistemática significa que a coleta de dados é organizada e tem uma sequência lógica de perguntas e observações. O contexto situacional, isto é, as características interpessoais e físicas e a estruturação da coleta de dados, a natureza da informação e as competências cognitivo-perceptuais do enfermeiro influenciam esta etapa do PE. No que tange ao contexto situacional, Gordon (1993) descreve quatro tipos de coleta de dados: • Avaliação inicial: cujo propósito é avaliar o estado de saúde da pessoa, identificar problemas e estabelecer um relacionamento terapêutico. Neste caso, a questão norteadora para direcionar a avaliação é Existe um problema? • Avaliação focalizada: tem como finalidade verificar a presença ou ausência de um diagnóstico em particular. Para este tipo de avaliação, o enfermeiro deve se nortear pelas seguintes questões: O problema está presente hoje? Se está, qual é o status do problema? • Avaliação de emergência: utilizada em situações em que há ameaça à vida. Neste caso, a questão que deve nortear a avaliação é Qual é a natureza da disfunção/do problema? • Avaliação de acompanhamento: é realizada em determinado período após uma avaliação prévia. Para este tipo de avaliação, o enfermeiro deve ter em mente a seguinte pergunta norteadora: Alguma mudança ocorreu ao longo do tempo? Se ocorreu, qual foi sua direção (melhora ou piora).
  • 53. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 53 2º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM. O QUE É DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM? “O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM é uma atividade intelectual do enfermeiro na qual ele usa suas habilidades críticas para identificar e julgar problemas de saúde, além de determinar a natureza deles, possibilitando o planejamento das ações de enfermagem” ( Wilkerson, 1992; Carpenito, 1994; Iyer; Taptich; Bernocchi-Losey, 1993). “O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM é um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas de saúde/processos vitais reais ou potenciais, que embasa a seleção das intervenções de enfermagem, visando ao alcance dos resultados pelos quais a enfermeira é responsável” (definição aprovada pela NANDA, 1990). O diagnóstico de enfermagem pode ser definido como o julgamento clínico sobre as respostas humanas reais ou potenciais apresentadas por indivíduos, famílias e comunidades a problemas de saúde ou processos de vida. Fornece a base para a seleção de intervenções para atingir resultados pelos quais o enfermeiro é responsável. Dado que se refere às respostas humanas, é válido afirmar que os diagnósticos de enfermagem dizem respeito à maneira como indivíduos, famílias e comunidades reagem a situações ou ao significado que atribuem a determinados eventos. É o foco de interesse da enfermagem na saúde das pessoas que a diferencia, dentre outras coisas, das demais profissões da área da saúde. Gordon destaca que o foco de interesse da enfermagem são as necessidades de saúde e de bem-estar dos indivíduos, famílias e comunidades. Assim, os problemas clínicos de interesse para os enfermeiros derivam da interação entre o organismo humano e o ambiente. Esta etapa do PE ocorre em duas fases, a de processo e a de produto. A fase de processo envolve o raciocínio diagnóstico, ou seja, um processo em que o conhecimento científico, a experiência clínica e a intuição são evocados de forma complexa (pensamento intelectual-razão). Por meio do raciocínio diagnóstico, há o desenvolvimento da habilidade cognitiva, ou seja, habilidade de raciocinar crítica e cientificamente, sobre os dados coletados, permitindo sua obtenção e interpretação, a
  • 54. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 54 comparação entre eles com padrões de normalidade, o seu agrupamento em padrões, que pode denominar um fenômeno. Cabe também, a busca de novos dados que estejam faltando, permitindo a inferência de um diagnóstico, ou mesmo de uma hipótese diagnóstica e, ao final deste processo, a confirmação ou não das hipóteses. COMPONENTES DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM TÍTULO: estabelece um nome para um diagnóstico. DEFINIÇÃO: descrição clara e precisa do título, seu significado. CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS: sinais e sintomas. É descrita como: CRÍTICA – se precisa estar presente para se estabelecer o diagnóstico MENOR – se proporciona evidência de sustentação ao diagnóstico mas não está presente MAIOR – se está usualmente presente se o diagnóstico existe. FATORES RELACIONADOS: São condições ou circunstâncias que causam ou contribuem para o desenvolvimento do diagnóstico. FATORES DE RISCO: fatores ambientais, elementos fisiológicos, psicológicos, genéticos, químicos, que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, de uma família ou de uma comunidade a um evento insalubre. * 4º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - IMPLEMENTAÇÃO Consiste na colocação do plano em ação. 1. DICAS PARA IMPLEMENTAÇÃO 1. Saber sobre problemas dos pacientes e tratamento 2. Levar material para anotação na passagem de plantão 3. Após passagem plantão priorizar ações
  • 55. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 55 4. Elaborar lista pessoal de tarefas 5. Delegar ações: As tarefas devem ser delegadas conforme o previsto na Lei do Exercício Profissional e regulamentado pelo COFEN, protocolos e procedimentos. 5º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - AVALIAÇÃO “Consiste na avaliação deliberada, detalhada de vários aspectos do cuidado ao paciente – é a chave para a excelência no fornecimento do cuidado à saúde”.Levefre, 2000. 1. A AVALIAÇÃO INCLUI: 1. Determinação da obtenção dos resultados 2. Identificação de fatores que afetam a obtenção de resultados 3. Decisão de continuar, modificar ou terminar o plano. 2. RESUMO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE UM PLANO DE CUIDADOS INVESTIGAÇÃO: Realizar um a investigação para determinar qualquer mudança na situação de saúde e assegurar que todos os dados estejam corretos e completos DIAGNÓSTICO: assegurar que a lista de diagnósticos esteja correta e completa, e que os pontos fortes e os recursos estejam identificados. PLANEJAMENTO: verificar a propriedade dos resultados e das intervenções e se os resultados estão sendo alcançados. IMPLEMENTAÇÃO: determinar a implementação do plano prescrito e identificar os fatores que auxiliam ou prejudicam o progresso.
  • 57. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 57 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS ALFARO-LEFREVE, R. Aplicação do processo de enfermagem: uma ferramenta para o pensamento crítico. 7.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. BARROS, A.L.B.L. et al. Processo de enfermagem: guia para a prática / Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. 113 p. BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 358 de 15/10/2009. Dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem e a implementação do processo de enfermagem em ambientes públicos e privados em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 23 out. 2009, Seção 1, p.179. CIANCIARULLO, T.I. et al. Sistema de assistência de enfermagem: evolução e tendências. 5.ed. São Paulo: Ícone, 2012. HORTA, W.A. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 1979. LEFEVRE, R. A. Aplicação do Processo de Enfermagem: um guia passo a passo. 4ª ed. Porto Alegre; Artmed, 2000. NANDA INTERNACIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014. Porto Alegre: Artmed, 2013. WESTPHALEN &CARRARO. Metodologias para a assistência de enfermagem. Goiânia: Editora AB, 2001. ZANETTI, M.L.; MARZIALE, M.H.P.; ROBAZZI, M.L.C.C. O modelo de Horta, a taxonomia de NANDA e o método de solução de problemas como estratégia na assistência de enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem. v.1, n.15, p.76-84, 1994.