2. Título da apresentação 2
Enfermagem Moderna e Florence Nightingale
Florence Nightingale teve papel fundamental na história da Enfermagem e para a construção de conceitos que são
utilizados até os dias atuais. Filha de ingleses, nascida em 12 de maio de 1820, em Florença, na Itália, tinha firmeza
em seus propósitos e dominava o inglês, o francês, o italiano, o grego e o latim, o que lhe dava grande habilidade
para conversar e negociar com políticos e oficiais do Exército.
Na Guerra da Criméia, o cenário era de completo caos, os soldados estavam em total
abandono e a mortalidade entre os hospitalizados chegava a 40%. Florence e mais 38
voluntárias, entre leigas e religiosas de diversos hospitais, partiram para Scutari. Algumas
dessas mulheres não se adaptaram ou eram indisciplinadas e foram despedidas; mesmo
assim, a mortalidade caiu de 40% para 2%.
3. 3
Enfermagem Moderna e Florence Nightingale
Durante a guerra, Florence contrai tifo e retorna da Crimeia em
1856, passando a ter uma vida inválida. Passa a dedicar-se a
trabalhos intelectuais e recebe um prêmio do governo inglês pelos
trabalhos desenvolvidos. Graças a esse prêmio, consegue iniciar a
Escola de Enfermagem, em 1959, que certamente mudou o
destino da Enfermagem.
Em 13 de agosto de 1910, Florence morre, mantendo o acesso ao
ensino da Enfermagem, que deixa de ser tratado como atividade
empírica e passa à ocupação assalariada, passando a atender a
necessidade da mão de obra nos hospitais e se estabelecendo
como prática social específica e institucionalizada.
5. Enfermagem no Brasil
Título da apresentação 5
A Enfermagem se organiza a partir do período colonial e termina no século XIX. Desenvolvida por um grupo praticamente de
escravos, a profissão surge como mera prestação de cuidados aos doentes e geralmente era realizada nos domicílios. No que
diz respeito à saúde dos brasileiros, vale ressaltar a importância do padre José de Anchieta, que foi além dos ensinamentos de
catequese e atendia aos necessitados, atuando em atividades de médico e enfermeiro. Foram registrados pelo padre escritos
sobre clima, doenças e ervas. Suspeita-se que, nessa época, os jesuítas supervisionavam o trabalho de pessoas treinadas por
eles.
No Brasil, ao final do século XIX, já eram notórias as áreas de maior urbanização e comércio; eram elas Rio de Janeiro e São
Paulo. Trazidas por europeus e escravos africanos, as doenças infectocontagiosas se propagam, constituindo, assim, um
problema social e econômico, ameaçando a expansão comercial brasileira.
Durante anos, o Departamento Nacional de Saúde Pública, criado pela Reforma Carlos Chagas (1920), executa ações nas
atividades de Saúde Pública no Brasil. Foi criada a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras no Rio de Janeiro, que serviu
para a formação de pessoal na área de Enfermagem, visando atender às atividades de saúde pública e aos hospitais militares e
civis. De fato, esta escola de Enfermagem foi a primeira escola de Enfermagem brasileira
6. Enfermagem no Brasil
Título da apresentação 6
Cruz Vermelha
É muito comum a sua participação em grandes catástrofes que
envolvem os cuidados e a assistência em saúde da população
necessitada.
Em fins de 1908, foi instalada e organizada no Brasil a Cruz Vermelha
Brasileira, tendo o médico Oswaldo Cruz como primeiro presidente. Sua
atuação na Primeira Grande Guerra Mundial lhe rendeu destaque com a
colaboração na estruturação dos postos de atendimento durante a
epidemia de gripe espanhola, enviando a diversas instituições e
domicílios socorristas profissionais. Sua participação foi de suma
importância também durante as secas do nordeste e as inundações nos
estados da Bahia e Sergipe. Até os dias atuais dedica-se à formação de
voluntários.
7. Características e teorias da Enfermagem
Título da apresentação 7
Tratando especificamente da Enfermagem, temos como componentes os modelos teóricos:
• Pessoa: quem recebe o cuidado, podendo ser a família, o indivíduo ou a própria comunidade.
• Saúde: é o objetivo do cuidado da Enfermagem, mas só iremos estudar esse conceito nos próximos capítulos...
• Ambiente e Situação: trata de quais condições afetam o indivíduo e em que ambiente se dá a necessidade d
cuidado.
8. Características e teorias da Enfermagem
Título da apresentação 8
Veremos algumas teorias da Enfermagem numa linha do tempo e quais eram seus focos de atenção.
Teoria Ambientalista – Desenvolvida por Florence Nightingale, tem como conceito principal o meio
ambiente, considerando as condições externas que interferem no desenvolvimento do indivíduo,
podendo contribuir ou prevenir doença ou morte. Nossa teórica pretere os ambientes psicológico e
social ao ambiente físico, ao qual dedica maior ênfase, já que o contexto no qual se deu seu início
na Enfermagem envolvia o período da industrialização inglesa e os campos da Guerra da Crimeia,
onde a promiscuidade em que se encontravam os pacientes e as condições de saneamento
ambiental precárias contribuíam parta taxas de mortalidade altíssimas, conforme estudamos
anteriormente.
Segundo Nightingale, fatores externos contribuíam diretamente para saúde e para o processo de
cura do paciente.
9. Título da apresentação 9
Reflita... Para você quais fatores do meio ambiente podem interferir no processo de cura?
Para Florence, é necessário que o ambiente seja:
1. Ventilado – ambiente ventilado, mas, sem corrente de ar.
2. Iluminado – além do ar puro, há a necessidade de iluminação com luz solar direta.
3. Aquecido – é fundamental à recuperação prevenir a perda de calor vital, daí a
preocupação com as correntes de ar.
4. Limpo – ambientes limpos são fundamentais para prevenção de infecções. Além do
ambiente, o profissional deve estar sempre limpo e lavando as mãos frequentemente
durante o dia.
5. Silencioso – é preciso estar sempre atento para prevenir ruídos, pois nem a boa assistência
será benéfica para o doente sem o silêncio necessário.
6. Livre de odores – o cheiro exalado dos ferimentos deve ser evitado com a frequente troca
dos curativos. A ventilação não deve ser proveniente de esgoto.
7. Alimentação – a reposição de nutrientes através de uma alimentação saudável é essencial
para o processo de cura.
10. Características e teorias da Enfermagem
Título da apresentação 10
Teoria do Autocuidado – Segundo a visão de Dorothéia Orem, a prática de atividades que o
indivíduo executa em benefício próprio, na manutenção da saúde, da vida e do bem-estar, é a base
de sua teoria. O modelo desenvolvido por Orem busca, assim, ajudar pessoas a satisfazerem suas
próprias exigências terapêuticas de autocuidado, adotando, como princípio, a ideia de que o ser
humano possui habilidades naturais para promover seu próprio cuidado, porém, com a possibilidade
de beneficiar-se do cuidado promovido pela equipe de Enfermagem, quando da falta de autocuidado
proporcionado pela debilidade de saúde.
Dessa forma, Dorothéia Orem, desenvolveu cinco métodos de ajuda: 1. Agir ou fazer para o outro;
2. Guiar o outro; 3. Apoiar o outro (física ou psicologicamente); 4. Proporcionar um ambiente
que promova o desenvolvimento pessoal tanto quanto tornar-se capaz de satisfazer
demandas atuais ou futuras de ação; 5. Ensinar o outro.
11. Características e teorias da Enfermagem
Título da apresentação 11
Teoria das Necessidades Humanas Básicas – Ao longo de vários séculos, desenvolveram-se
inúmeras formas de cuidados aos doentes, com vistas ao bem-estar e a um ciclo de recuperação. Ao
enfatizar a cooperação e a correlação Enfermagem-ciência com foco no ser humano, Wanda de
Aguiar Horta, uma pessoa com visão privilegiada da Enfermagem, tratou-a não somente como um
atendimento, mas sim como uma forma mais humana de observar, tratar e cuidar, desenhando,
assim, o padrão de Enfermagem aplicado. Nascida em 11 de agosto de 1926, a doutora em
Enfermagem Wanda Horta tem um trabalho memorável no desenvolvimento da teoria das
Necessidades Humanas Básicas do Cuidado.
12. Características e teorias da Enfermagem
Título da apresentação 12
Observamos, então, que o processo de Enfermagem é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-
relacionadas, com foco na assistência do ser humano, e as necessidades são motivadas pelo fator
psicológico, psicossocial e psicoespiritual do indivíduo doente.
Problemas de enfermagem: Quando se manifesta, a necessidade se dá por sinais e sintomas.
Histórico de enfermagem: . A partir desses problemas, esta teoria sugere que alguns passos sejam
adotados, onde queixas do paciente são levantadas juntamente com o exame físico; é fundamental
uma escuta qualificada, com o objetivo de entender quais as carências daquele indivíduo.
Diagnóstico de enfermagem: A identificação das necessidades do paciente e do seu grau de
dependência de um cuidador possibilita o cuidado.
13. Características e teorias da Enfermagem
Título da apresentação 13
Ao criar o planejamento dos cuidados, o enfermeiro define o Plano Assistencial, caracterizado
como um plano personalizado, de acordo com o levantamento e o caso clínico de cada indivíduo, a
fim de ajudar, orientar, supervisionar e encaminhar o doente, garantindo a qualidade dos cuidados.
Ao exercer o controle sobre a qualidade dos cuidados, tratamos da Evolução de Enfermagem,
onde encontramos também a possibilidade de mudarmos algum cuidado, incluindo ou
acrescentando algum cuidado mais específico, de acordo com o quadro evolutivo do paciente.
Como quinto e último passo desta teoria, temos o Prognóstico de Enfermagem, em que se estima
a capacidade do ser humano em atender suas necessidades básicas e sua competência em se
autocuidar, dispensando quase que completamente a equipe de Enfermagem. Um paciente que
consegue cuidar da sua higiene corporal, alimentar-se sem auxílio e deambular sem necessidade de
acompanhantes ou de materiais de apoio é um paciente que apresenta um bom prognóstico de
Enfermagem.
14. Características e teorias da Enfermagem
Título da apresentação 14
Todos esses passos compõem a Sistematização da Assistência de Enfermagem, que estabelece um
direcionamento de como o indivíduo deve ser avaliado, observando suas necessidades reais, que
podem sofrer alterações no decorrer da internação. Podemos ilustrar as necessidades humanas
básicas, por meio da Pirâmide desenvolvida por Maslow, exemplificada abaixo:
20. Saúde X Doença
20
O que significa ter saúde? O que contribui para que as pessoas tenham saúde?
O que significa estar doente? O que favorece o adoecimento das pessoas?
O que você faz quando adoece? O que significa para você ser cuidado?
Como os profissionais da saúde interferem no processo saúde-doença das pessoas?
21. Modelos explicativos do processo
Saúde X Doença
21
Modelo mágico-religioso ou xamanístico
A visão mágico-religiosa sobre a saúde e a doença e sobre
como cuidar era a predominante na Antiguidade. Os
povos da época concebiam as causas das doenças como
derivadas tanto de elementos naturais como de espíritos
sobrenaturais. O adoecer era concebido como resultante
de transgressões de natureza individual e coletiva, sendo
requeridos, para reatar o enlace com as divindades,
processos liderados pelos sacerdotes, feiticeiros ou
xamãs.
22. Modelos explicativos do processo
Saúde X Doença
22
Modelo holístico
As medicinas hindu e chinesa, também na Antiguidade,
traziam uma nova forma de compreensão da doença. A
noção de equilíbrio é que vai dar origem à medicina
holística. Esta noção associa a ideia de “proporção justa
ou adequada” com a saúde e a doença. A saúde era
entendida como o equilíbrio entre os elementos e
humores que compõem o organismo humano. Um
desequilíbrio desses elementos permitiria o
aparecimento da doença. A causa do desequilíbrio estava
relacionada ao ambiente físico, tais como: os astros, o
clima, os insetos, e etc. Yin Yang
23. Modelos explicativos do processo
Saúde X Doença
23
Modelo empírico-racional (hipocrático)
A explicação empírico-racional tem seus primórdios no Egito (3000 a.C.). A
tentativa dos primeiros filósofos (século VI a.C.) era encontrar explicações não
sobrenaturais para as origens do universo e da vida, bem como para a saúde e a
doença. Hipócrates (século VI a.C.) estabeleceu a relação homem/meio com o
desenvolvimento de sua Teoria dos Humores, teoria a qual defendia que os
elementos água, terra, fogo e ar estavam subjacentes à explicação sobre a saúde e
a doença.
Saúde, na concepção hipocrática, é fruto do equilíbrio dos humores; a doença é
resultante do desequilíbrio deles, e o cuidado depende de uma compreensão
desses desequilíbrios para buscar atingir o equilíbrio.
24. Modelos explicativos do processo
Saúde X Doença
24
Modelo de medicina científica ocidental (biomédico)
O conceito biomédico da doença é definido como:
“desajuste ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo ou ausência de reação aos estímulos a cuja ação
está exposto [...], processo que conduz a uma perturbação da estrutura ou da função de um órgão, de um sistema
ou de todo o organismo ou de suas funções vitais.”
O modelo biomédico focou-se, cada vez mais, na explicação da doença e passou a tratar o corpo em partes cada
vez menores, reduzindo a saúde a um funcionamento mecânico.
25. Modelos explicativos do processo
Saúde X Doença
25
Modelo de medicina científica ocidental (biomédico)
Foi também no Renascimento que a explicação para as doenças começou a ser relacionada às situações
ambientais; a causa das doenças passava a estar num fator externo ao organismo, e o homem era o receptáculo
da doença. Destas elaborações teóricas sobre o contágio firmou-se a teoria dos miasmas, que foi a primeira
proposta de explicação, dentro dos parâmetros da ciência, da associação entre o surgimento de epidemias e as
condições do ambiente.
O cuidado, na concepção biomédica, está focado, no controle do espaço social, no controle dos corpos.
27. Modelos explicativos do processo
Saúde X Doença
27
Modelo da História Natural das Doenças (modelo processual)
O modelo da HND visa ao acompanhamento do processo saúde-doença em sua regularidade, compreendendo
as inter-relações do agente causador da doença, do hospedeiro da doença e do meio ambiente e o processo de
desenvolvimento de uma doença. Esta forma de sistematização ajuda a compreender os diferentes métodos de
prevenção e controle das doenças.
Desenvolvimento do processo saúde-doença: pré-patogênico e patogênico.
Pré-patogênico: também considerado período epidemiológico, diz respeito à interação entre os fatores do
agente, do hospedeiro e do meio ambiente.
Patogênico: corresponde ao momento quando o homem interage com um estímulo externo, apresenta sinais
e sintomas e submete-se a um tratamento.
29. Processo Saúde X Doença
Título da apresentação 29
O processo saúde-doença é um conceito central da proposta de
epidemiologia social, que procura caracterizar a saúde e a
doença como componentes integrados de modo dinâmico nas
condições concretas de vida das pessoas e dos diversos grupos
sociais; cada situação de saúde específica, individual ou
coletiva, é o resultado, em dado momento, de um conjunto de
determinantes históricos, sociais, econômicos, culturais e
biológicos.
30. Processo Saúde X Doença
30
A Organização Mundial da Saúde, definiu em 1948 o conceito de saúde como “estado de completo bem-estar físico, mental e
social”. Entretanto, a definição de saúde presente na Lei Orgânica de Saúde (LOS) nº 8.080/1990, que inclusive regulamente o
Sistema Único de Saúde, conceitua amplamente saúde como::
“A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o
meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso a bens e serviços essenciais; os níveis de saúde
da população expressam a organização social e econômica do país (Brasil, 1990, Art. 3).”