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Reflexões sobre a Comunicação Face a Face / Comunicação Mediada por
Computador e Aprendizagem Online
1. Caro professor e colegas,
A questão da comunicação face a face e a comunicação mediada por computador é uma questão
que tem levantado várias e diferenciadas opiniões, principalmente algumas que remetem a um
determinado isolamento social e falta de comunicação na era digital e tecnológica. Algumas
apontam mesmo para uma determinada superficialidade enquanto pensadores da era digital.
Mas, estará efetivamente a tecnologia a tornar-nos mais superficiais enquanto pensadores?
Desde sempre o Homem buscou novas formas de comunicação. A comunicação face to face é
das mais remotas, mas estará ela sendo a mais verdadeira de todas? Quantos códigos e quantas
etiquetas usamos quando nos comunicamos presencialmente?
Se refletirmos um pouco, desde os tempos primitivos, a ânsia pela comunicação esteve
presente. Pinturas nas paredes, sinais de fumo, desenvolvimento de diferentes idiomas,
treinamento de pombos, papel dos monges copistas, o treinamento dos cavalos para levar
correio de cidade em cidade e a invenção da imprensa. Desta forma, sempre existiu essa vontade
de se comunicar, cada vez mais rápido e melhor, no sentido de se difundirem ideias,
pensamentos e modos de vida.
Contudo, a revolução chegou com os novos e tecnológicos meios de comunicação, como a
televisão, a rádio, o telefone... que nos permitiram estar mais, mas nem sempre melhor,
informados.
Mas vivenciamos hoje uma comunicação global, comunicação esta que nos redesenha e nos
transforma. É nesta nova e ainda muito desconhecida Era que o Homem consegue estar
presente, ainda que ausente, estar perto, ainda que longe, e informado, ainda que num dilúvio
de informações que nos transforma a cada segundo. Desta forma, a Internet surge como o meio
onde o Homem atinge esse ciberespaço e desenvolve essa cibercultura.
Estaremos mais superficiais? Não creio!
O que estará então este mundo mais próximo e mais conectado, esta sociedade em rede, a fazer
ao pensamento humano?
A torná-lo mais próximo, mais conectado e mais "enredado". As comunidades virtuais permitem
o acesso a um conjunto infinito de informações, que se renovam constantemente.
Atualmente vivemos esta cibercultura, que altera e redimensiona as relações sociais,
virtualizando-as e desmaterializando-as. Assim, a cibercultura é o desenho deixado pelo traçado
das novas tecnologias na sociedade e na cultura, que permite o surgimento de um mundo novo,
mais global e conectado, que se desenrola num ciberespaço em constante mutação (LÉVY,
2000).
As redes interativas promovidas pelos computadores não param de crescer e desenvolvem, por
consequência, novas formas e novos canais de comunicação, regulando a vida, mas também
sendo regulados por ela (CASTELLS, 1999).
Se pensarmos no fenómeno das redes sociais, que demonstra em grande escala uma
reconfiguração evidente do espaço social, entendemos claramente essa desmaterialização do
espaço, assim como para a rapidez temporal que caracteriza o ciberespaço (AMARAL, 2008).
Estamos cada vez mais determinados por uma vivência baseada em telas, que esbatem os
constrangimentos do tempo e do espaço, que assustam e fascinam, onde o real já não existe
(BAUDRILLARD, 1981). Fazemos, portanto, parte de uma geração digital, que experimenta
acontecimentos passageiros, efémeros e em constante adaptação (KOEHLE & CARVALHO,
2013). Muitas vezes encaramos novamente a condição nómada e de ser desenraizado,
estruturando em rede (JUSTO, 2005). Esta velocidade tem uma conotação pessimista para vários
autores. Veja-se Virilio (1993) que reporta que a “súbita reversão dos limites introduz, desta vez
no espaço comum, o que até o momento era da ordem da microscopia: o pleno não existe mais,
em seu lugar uma extensão sem limites desvenda-se em uma falsa perspetiva que a emissão dos
aparelhos ilumina”.
Coincido com Silva (1999), no que respeita à conceção da Internet como um lugar antropológico:
este novo espaço com áreas de privacidade - um novo mundo virtual
ou mundo mediatizado - é um suporte aos processos cognitivos,
sociais e afetivos, os quais efetuam a transmutação da rede de
tecnologia eletrónica e telecomunicações em espaço social povoado
por seres que (re)constroem as suas identidades e os seus laços sociais
nesse novo contexto comunicacional. Geram uma teia de novas
sociabilidades que suscitam novos valores. Estes novos valores, por
sua vez, reforçam as novas sociabilidades. Esta dialética é geradora de
novas práticas culturais.
Lévy e Althier (2000) afirmam que “assistimos a um desses raros momentos em que, a partir de
uma nova configuração técnica, ou seja, de uma nova relação com o cosmos, inventa-se um
estilo de humanidade”.
Lévy (1996) humaniza o virtual, já que os utilizadores se conformam com essa virtualização e
por meio dela partilham as suas realidades. Retira-lhe, desta forma, o lado frio e maquinado da
tecnologia, conferindo-lhe um cariz de fator de sociabilização.
Para Silverstone (2002):
precisamos compreender a tecnologia, especialmente as tecnologias
da mídia e da informação, justamente nesse contexto, a fim de
aprender as sutilezas, o poder e as consequências da mudança
tecnológica. Pois as tecnologias são coisas sociais, impregnadas pelo
simbólico e vulneráveis aos paradoxos e contradições eternas da vida
social, tanto na sua criação como em seu uso.
Assim, a comunicação mediada por computadores permite transcender os limites do tempo e
do espaço. Nela podemos encontrar dois tipos principais: síncronos e assíncronos.
Na comunicação síncrona, podemos referir chats e mensagens em tempo real. Na comunicação
assíncrona, mensagens estabelecidas sem ser em tempo real e podem ser lidas e/ou
respondidas sem o constrangimento temporal, como o email ou este fórum de discussão que
estamos a utilizar.
Aqui poderíamos indagar sobre a representação do eu nessa CMC bem como sobre a co-
presença.
Mas, voltando à questão que coloquei no início, a desconfiança face a esta comunicação virtual
existe e já vem evidenciada em Locke (2000):
O problema reside na natureza da comunicação humana. Pensamo-la
como um produto do espírito, mas é feita por corpos: movimentos
faciais, tons de voz, movimentos corporais, gestos de mão (…) Na
Internet, o espírito está presente, mas o corpo está ausente. (Locke,
2000 apud Giddens, 2004, p. 101)
Não obstante, e remetendo à minha experiência neste mestrado, devo reforçar que a CMC tem
permitido a criação de uma comunidade virtual de aprendizagem significativa, com ligações
socio emocionais bastante fortes e que muitas vezes superam a CFtF. Efetivamente, a CMC
requer que a sua compreensão seja entendida de forma distinta da CFtF, com um potencial
diferenciado e mais amplo no que respeita às interações que desenvolve e às dimensões que
envolve.
Em suma, em ambas modalidades de comunicação o fator sociocognitivo está presente, bem
como o bom senso que deve regular essa mesma comunicação.
Até já!
______________________
Referências
AMARAL, I. A. (2008). A@ migração para o Ciberespaço: a Dimensão Social dos Mundos Virtuais. Observatório
(OBS*), 2(2).
BAUDRILLARD, J. (1981). Simulacros e Simulação
CASTELLS, M. (1999). A sociedade em rede. São Paulo: Paz e a Terra, 1999. v. 1.
GIDDENS, A. (2004) Sociologia, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
JUSTO, J. S. (2005). O “ficar” na adolescência e paradigmas de relacionamento amoroso da contemporaneidade.
Revista do Departamento de Psicologia–UFF, 17(1).
KOEHLE, C. & CARVALHO, M. (2013). O público e o privado nas redes sociais. Revista Espaço Pedagógico. v. 20, n. 2.
Passo Fundo.
LÉVY, P. (1996). O que é o virtual?. São Paulo: Editora 34.
LÉVY, P., & AUTHIER, M. (2000). As árvores do conhecimento. São Paulo: Escuta.
LÉVY, P. (2000) Cibercultura. Lisboa: Piaget.
SILVA, L. O. (1999), Comunicação: A Internet – a geração de um novo espaço antropológico. Disponível em
http://bocc.ubi.pt/pag/_texto.php3?html2=silva-lidia-oliveira-Internet-espaco-antropologico.html
SILVERSTONE, R. (2002). Por que estudar a mídia? São Paulo: Loyola.
VIRILIO, P. (1993). O espaço crítico. São Paulo: Editora 34.
2. A Web 2.0, potencializadora da CMC, conecta e liga pessoas, lugares e tempos.
No que respeita à Educação, sabemos que a escola tradicional está desadequada ao tempo atual
e existe a clara necessidade de mudança de paradigma.
Assim, existe a necessidade de adequarmos as práticas docentes à sociedade em rede em que
vivemos, promotoras de interações no ciberespaço e potencializadoras de atividades
pedagógicas de sucesso.
A tecnologia aparece como forma de socializar, mas também como forma de aprender e evoluir
como ser humano, sem constrangimentos de tempo e espaço.
Não podemos continuar a fomentar um modelo pedagógico que está enraizado com o advento
industrial, quando os alunos são outros, as necessidades são outras e o epicentro do
conhecimento é outro. “If we teach today as we taught yesterday, we rob our children of
tomorrow” (DEWEY, 1916).
As necessidades hoje são outras, pois
a Internet, as redes, o celular, a multimídia estão
revolucionando nossa vida no quotidiano. Cada vez resolvemos
mais problemas conectados, a distância. Na educação, porém,
sempre colocamos dificuldades para a mudança, sempre
achamos justificativas para a inércia ou vamos mudando mais
os equipamentos do que os procedimentos. A educação de
milhões de pessoas não pode ser mantida na prisão, na asfixia
e na monotonia em que se encontra. Está muito engessada,
previsível, cansativa. (MORAN, 2004).
É neste sentido que a CMC e as novas tecnologias revolucionaram o conhecimento,
democratizando-o.
Citando Almeida (2005):
É importante integrar as potencialidades das tecnologias de
informação e comunicação nas atividades pedagógicas, de
modo que favoreça a representação textual e hipertextual do
pensamento do aluno, a seleção, a articulação e a troca de
informações, bem como o registro sistemático de processos e
respetivas produções, para que possa recuperá-las, refletir
sobre elas, tomar decisões, efetuar as mudanças que se fizerem
necessárias, estabelecer novas articulações com
conhecimentos e desenvolver a espiral da aprendizagem.
Os professores têm a responsabilidade de "serem os catalisadores da sociedade do
conhecimento” (HARGREAVES, 2003).
Citando Wesch (2009):
Taken together, this new media environment demonstrates to
us that the idea of learning as acquiring information is no longer
a message we can afford to send to our students, and that we
need to start redesigning our learning environments to address,
leverage, and harness the new media environment now
permeating our classrooms.
Neste sentido, quando falamos de CMC em contexto educativo devemos reforçar três pilares
considerados fundamentais: a presença social, cognitiva e de ensino (GARRISON & ANDERSON
2003). É aqui interessante remeter para as diferenças de comportamento social de CFtF e CMC
que acabam por se esbater e atenuar com o tempo (Quintas et al,2010). A CMC apresenta-se
desta forma como um canal de comunicação efetivo, de sucesso e promotor de relações sociais
e de aprendizagens altamente significativas.
Pelo caso especial da frequência neste mestrado, sabemos que a CMC pode tornar-se bastante
intensa, com um cuidado redobrado no que se escreve e existe uma vontade sempre presente
em querer demonstrar sempre mais… até porque muitas vezes a falta dos elementos que
definem a CFtF leva-nos a ser mais perfecionistas, completos e, portanto, a buscar um conjunto
de bases mais consolidadas. Aquando da CMC.
Até já!
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. (2005). Prática e formação de professores na integração de mídias.
DEWEY, J. (1916). Democracy and Education. An introduction to the philosophy of education.
New York: Free Press.
GARRISON, Randy & ANDERSON, Terry (2003). eLearning in the 21st Century: A Framework for
Research and Practice. London & New York: RoutledgeFalmer.
HARGREAVES, A. (2003). O Ensino na Sociedade do Conhecimento: a educação na era da
insegurança. Colecção Currículo, Políticas e Práticas. Porto: Porto Editora.
MORAN, J. (2004). Educação e Tecnologias: Mudar para valer.
QUINTAS, A. Mendes; MORGADO, L. e AMANTE, L. (2010). Comunicação Mediatizada por
Computador Educação Online: da Distância à Proximidade. In: Silva, M.,
Pesce, L. e Zuin, A.- Educação online: cenário, formação e questões
didáctico-metodológicas, Editora WAK, Rio de Janeiro, Brasil.
WESCH, M. (2009). From Knowledgable to Knowledge-able: Learning in New Media
Environments. Disponível em:
http://www.academiccommons.org/2014/09/09/from-knowledgable-to-
knowledge-able-learning-in-new-media-environments/
3. Boa noite professor e colegas,
Efetivamente muito se debate este tema e várias imagens semelhantes a esta veiculam ideais
muitas vezes antitecnologia… engraçado que elas próprias sejam um fruto desta interação…
Realmente uma imagem vale mais que mil palavras, mas não estarão estas imagens a generalizar
um ideal de comunicação desajustado à realidade atual? Não pior…mas diferente?
O caminho não tem volta… tecnologia usar ou não usar??? já não me parece a questão…
Será que a tecnologia isola? Ou será o uso que fazemos desta que nos pode isolar?
Caro colega Rui, concordo que muitas vezes presenciamos essas situações, mas em vez de
adotarmos as posturas caricaturadas pelas imagens, devemos pensar que simplesmente o
conceito de comunicação evoluiu…como evoluem todos os domínios da vida humana, que se
vão adaptando e ajustando às novas necessidades. Ao invés destas críticas, talvez devêssemos
adaptar as nossas perceções e repensarmos o conceito de comunicação e de interação social,
não?
Se analisarmos o conceito de comunicação, verificamos que segundo a Enciclopédia Barsa (1990,
p. 438), esta
define-se como o processo de troca de mensagens entre duas ou mais pessoas, ou
entre dois sistemas. Esse processo se verifica através de um “meio” e requer a
existência de dois pólos, um transmissor e um recetor. O meio, também chamado de
canal, pode ser natural ou mecânico. Para que através dele se transmitam as
mensagens, é necessário um sistema comum a ambos os pólos, ou seja, um código
comum. Este implica o conhecimento de um código natural – a língua, ou linguagem,
em que as mensagens são traduzidas.
Desta forma, a CMC é um ambiente interativo de comunicação que se promove pelo ciberespaço
(LÉVY, 2000), reconfigurando as formas de comunicação e as relações sociais, que a meu ver não
devem ser consideradas como isoladoras, mas antes promotoras de uma comunicação a uma
escala nunca antes vista e com um acesso a informação e conhecimento nunca antes
presenciado (FARAH, 2004).
Devemos aqui apontar Castells (1999), que aponta que hoje temos à mão um número suficiente
de elementos que demonstram que a Web e a CMC não isolam, mas antes descentralizam o
cidadão. Na verdade, a CMC permite ao indivíduo pertencer a comunidades de aprendizagem
significativas, sem as barreiras do tempo e do espaço, e, como tal, amplia significativamente os
horizontes da comunicação humana.
Deixo aqui um excerto que me parece apropriado:
Uma pesquisa publicada no último dia 6 pelo “Pew Internet and American Life
Project” revelou que, ao contrário do que se pensa, as novas tecnologias não
afastam as pessoas do contato social direto com os outros. A pesquisa foi realizada
nos Estados Unidos, via telefone, com 2512 adultos com idade superior a 18 anos.
Segundo ela, quem usa celulares possui uma rede de discussão 12% maior do que
quem não os usa. Quem compartilha fotos online e troca mensagens de texto via
celular tem um acréscimo de 9% (cada uma das duas) em sua rede de discussão. Em
outro aspecto, a variedade de pessoas nos grupos de quem usa celular é 25% maior,
seguido por 15% para os usuários de internet, ou seja, quem utiliza essas tecnologias
tem uma chance maior de conhecer pessoas com gostos diferentes. Outra conclusão
aponta que as pessoas, mesmo podendo comunicar-se com alguém do outro lado
do mundo, preferem fazê-lo com pessoas da mesma cidade: pode ser tanto para
marcar de ir ao cinema, estudar na biblioteca ou tomar um café. A tecnologia
também é usada para aproximar pessoas. (http://www.tecmundo.com.br/rede-
social/3093-debate-a-tecnologia-afasta-ou-une-as-pessoas-.htm)
A meu ver, a CMC é um campo que ainda muito tem por descobrir… nomeadamente no que
respeita à construção da identidade humana, que nos leva a repensar a nossa própria evolução,
não?
Não será que, “reconhecendo que o ser humano receia, ao longo da história, o desconhecido,
aponta as nossas hesitações relativamente a estes novos espaços”? (Wellman, 1997 apud
Recuero, 2005).
Termino, por agora, citando Sherry Turkle (1997, p. 394):
“Não temos que rejeitar a vida no ecrã, mas também não temos que tratá-la como uma vida
alternativa. Podemos usá-la como espaço de crescimento”.
Até já!
__
Referências
Castells, M. (1999). A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
Enciclopédia Barsa. (1990). Rio de Janeiro: Britânica, v.5.
Farah, R. (2004). Orientaçãi Psicológica via email –serviço oferecido pela Clínica Psicológica da PUC-SP. In Psicologia
e informática: o ser humano diante das novas tecnologias. São Paulo.
Lévy, P. (200). A Revolução Contemporânea em matéria de Comunicação. In Trivinho, E., coord. Para navegar no
século XXI – tecnologias do imaginário e cibercultura. Porto Alegre.
Recuero, R. (2005). Um estudo do Capital Social gerado a partir de Redes Sociais no Orkut e nos Weblogs. Trabalho
apresentado no Compós 2005, no GT de Tecnologias da Informação e da Comunicação. Recuperado de:
http://www.ufrgs.br/limc/PDFs/recuerocompos.pdf.
Turkle, S. (1997). A vida no ecrã. A identidade na era da Internet. Lisboa: Relógio D’Água.
4. Olá a todos,
A propósito de Sherry Turkle, partilho um vídeo no qual a autora reflete como tecnologia tem
vindo a reconfigurar a conexão humana e comunicação.
A grande reflexão gira em torno de uma grande questão:
Esperamos mais da tecnologia mas será que esperamos menos um do outro?
https://www.youtube.com/watch?v=t7Xr3AsBEK4
Efetivamente estas reflexões são bastantes pertinentes, mas parece-me que mais uma vez o
importante é o bom senso que deve regular a utilização das tecnologias.
Volto a citar Lévy e Althier (2000) quando constatam que “assistimos a um desses raros
momentos em que, a partir de uma nova configuração técnica, ou seja, de uma nova relação
com o cosmos, inventa-se um estilo de humanidade”.
Como por aqui já tive oportunidade de referir, é um caminho sem retorno... e não podemos
analisar o processo atual de comunicação sob uma perspetiva anterior à comunicação online.
Nesse sentido, o vídeo apresentado pela Ana parece-me interessante, mas bastante direcionado
para uma visão menos otimista desta utilização... até porque se pensarmos em questões
amorosas, podemos remeter para aplicativos muito em voga, que permitem às pessoas
estabelecer contatos... conheço dois casais amigos que são casados e conheceram-se através da
Internet....
No meu caso específico remeto para a enorme vantagem que me traz a CMC - o estar presente
ainda que ausente.
Como sabem, sou português, mas a trabalho passo temporadas no Brasil (muitas vezes de três
meses - neste momento estou no Recife há 2 meses e uma semana).
Ora, o que espero da tecnologia neste momento?
Se não fosse a CMC estaria isolado socialmente daqueles que compõem a minha vida!
O que fiz hoje antes de vir refletir aqui um pouco?
Uma vídeochamada com os meus pais, outra com o meu irmão e as minhas sobrinhas...
O que fiz ontem?
Exatamente o mesmo, mas também com mais alguns amigos....
O que a tecnologia me tem possibilitado estes dois meses e uma semana?
Tudo, menos o isolamento social...
Desta forma, espero que com o meu exemplo tenha ilustrado que com bom senso a CMC pode,
sem dúvida, trazer-nos algo maravilhoso e que era impossível sem ela... porque sem ela sim...
eu estaria isolado daqueles que mais quero...
No entanto, reconhecendo e sendo consciente dos perigos da CMC penso que o importante é
difundir-se uma Educação Digital, um conjunto de práticas que envolvem esse uso regulado de
tecnologia.
Aproveito para citar Lévy (1996):
um movimento geral de virtualização afeta hoje não apenas a
informação e a comunicação mas também os corpos, o funcionamento
económico, os quadros coletivos da sensibilidade ou o exercício da
inteligência. A virtualização atinge mesmo as modalidades do estar
junto, a constituição do “nós”: comunidades virtuais, empresas
virtuais, democracia virtual... Embora a digitalização das mensagens e
a extensão do ciberespaço desempenhem um papel capital na
mutação em curso, trata-se de uma onda de fundo que ultrapassa
amplamente a informatização.
Referências
LÉVY, P. (1996). O que é o virtual?. São Paulo: Editora 34.
LÉVY, P. & AUTHIER, M. (2000). As árvores do conhecimento. São Paulo: Escuta.
5. Boa noite a todos,
Eis aqui um tópico que gosto particularmente!
Já procurei desvendar um pouco esta questão noutro painel.
Relativamente ao post anterior do Rui, custa-me entender o comportamento como “antissocial”
e considero demasiado forte para se atribuir a esta situação. Tal como já referi considero que o
conceito de comunicação evoluiu e como tal devemos reconsiderá-lo numa outra e nova
perspetiva. Muito menos posso concordar quando apontas o “crescente défice afetivo nas novas
gerações”. Acho esta visão/provocação muito presa a tabus que devemos realmente derrubar
para encararmos a cibercultura na sua essência e perspetivarmos o ciberespaço como um
mundo novo, que muito ainda tem a ser descoberto.
Por outro lado, estou totalmente de acordo quando apontas para o potencial pedagógico da
comunicação online. Diria que juntamente com cenários pedagógicos inovadores, desde a
gamificação, como referes, à aprendizagem móvel, recursos educacionais abertos, ambientes
colaborativos podemos promover uma aprendizagem inovadora, efetiva, de sucesso e, acima de
tudo, ajustada às exigências da sociedade em rede em que vivemos.
Vou complementar a apresentação das interações que trouxeste para este debate com as
apresentadas por Garrison, Anderson e Archer (2003):
Efetivamente, o nosso mestrado demonstra bem o tópico em análise e é a prova de que muitos
dos tabus que se colocam à aprendizagem online não passam disso mesmo…. meros tabus… que
são superados com estratégias de aprendizagem adequadas e de qualidade.
Anderson e Dron (2010) não defendem uma teoria específica, impelem à reflexão e adequação
das tomadas de decisão à realidade do contexto de aprendizagem, nomeadamente às questões
culturais, sociais e económicas. Cada contexto de aprendizagem é único e deve ser encarado
com essa complexidade, apresentando flexibilidade na sua postura. Daí que me pareça tão
importante módulos de ambientação para que se inicie um processo de apropriação e
adequação.
Vários são os fatores que influenciam a comunicação e aprendizagem online. O fundamental é
desenvolver-se comunidades virtuais de aprendizagens significativas. As atividades que são
propostas influenciam sobremaneira essa comunicação e essa interação (PREECE, 2000). As
atividades mais colaborativas e de concriação de conhecimento entre os alunos promovem o
sentimento de pertença efetivo a uma comunidade de aprendizagem e desenvolvem elos sociais
significativos (HAYTHORNTHWAITE, 1998). Aliás, sabemos muito bem desta situação e somos
uma prova real ainda que virtual.
Acredito que processos de pesquisa, biografias anotadas, trabalhos de grupo e trabalho
individuais fortaleçam essa aprendizagem online, assim como uma postura ativa e dinâmica de
todos os intervenientes no processo.
A comunicação online é efetiva e desenvolve um conjunto de informações que se transformam
em conhecimento ao longo das argumentações que se vão desenvolvendo nos fóruns (ROCHA
et al, 2001). Devemos relembrar que o domínio da tecnologia é fundamental para que a
aprendizagem online se desenvolva, mas devemos ter consciência que é a pedagogia o centro
da ação, sendo a tecnologia o meio para que esta se desenvolva (ANDERSON & DRON, 2010).
Este foi um caminho de reflexão… mas muito ainda ficou por dizer…
Deixaria as questões da postura comunicativa do estudante e do professor online para uma
próxima reflexão, o que vos parece?
Até já…
Referências
Anderson, T., & Dron, J. (2010). Three generations of distance education pedagogy. The International Review of
Research in Open and Distributed Learning, 12(3), 80-97.
Garrison, D. R., Anderson, T., & Archer, W. (2003). A theory of critical inquiry in online distance education. Handbook
of distance education, 1, 113-127.
Haythornthwaite, C. A (1998) Social Network Study of the Growth of Community Among Distance Learners. In: IRISS,
Bristol, UK. Em rede: http://www.slis.indiana.edu/CSI/wp00-01.html
Preece, J. (2000) Online Communities - Designing Usability, supporting sociability. Chichester: John Wiley & Sons,
439 p.
Rocha, H. V.; Oeiras, J. Y. Y.; Freire, F. M. P.; Romani, L. A. S. (2001) Design de ambientes para EaD: (re)significações
do usuário, In: WORKSHOP DE INTERFACE HUMANO-COMPUTADOR, 4, 2001, Florianópolis. Anais... Florianópolis:
UFSC, SBC, 2001. p. 84-95.
6. Boa noite a todos,
Desde a Grécia antiga educação envolve proximidade física de docentes e
discentes. A tendência para estabelecer dicotomias, reforçada pela hegemonia do
modelo cartesiano-mecanicista que imperou do século XVIII a meados do século
XX, quando ocorreu a universalização do acesso à escola, consagrou a proximidade
física como requisito para a aprendizagem e, por outro lado, a distância como um
déficit a ser superado (Guadagnin et al., 2003, p. 02).
Efetivamente, quando falamos de comunicação e aprendizagem online o conceito de distância
é uma base de discussão sempre presente. É neste sentido que o conceito de distância
transacional ganha um destaque fundamental, ao opor-se ao de distância física e acompanhar
o de distância pedagógica.
Para a reflexão sobre este conceito apresento uma imagem que me parece bastante
esclarecedora, no que concerne às três variáveis deste processo.
Assim, segundo Moore (1991) podemos identificar as seguintes variáveis:
- diálogo educacional;
- estrutura do programa;
- autonomia do aluno.
Desta forma, um processo de comunicação e aprendizagem online efetivo e de sucesso é
baseado no diálogo educacional desenvolvido (que promove as diferentes interações), bem
como na estrutura do próprio processo de aprendizagem e do material didático utilizado. Este
será fundamental para a manutenção da motivação dos alunos no processo de aprendizagem.
Esta aprendizagem é centrada nos alunos, que delimitam o seu próprio percurso de
aprendizagem. Assim, é importante o conceito de autonomia do aluno, sendo que mais
autonomia demonstra maior distância transacional.
A teoria é importante e relocalizada no tempo poderíamos enquadrar as novas formas de
comunicação online, que vão além da teleconferência, e demonstram a importância da
comunicação e da aprendizagem online, enquanto processo de aprendizagem inovador e
ajustado às exigências atuais.
A distância transacional prova que a comunicação e a aprendizagem a distância existem, quer
em momentos síncronos, quer assíncronos. Esta troca permite a construção do conhecimento
de forma autónoma e/ou participativa.
Assim, este conceito é um conceito-base nesta reflexão e demonstra as possibilidades para uma
aprendizagem e comunicação online de sucesso.
Mas, que outras características-base poderíamos apontar para esse processo se desenvolver
com sucesso?
Até já…
Hélder
Referências
• GUADAGNIN, Luís Alberto; DUTRA, Renato L. de Souza; TAROUCO, Liane M. R. (2003) Seleção e uso de
recursos instrucionais aptos ao estabelecimento de distância transacional adequada em cursos a distância.
In Revista Novas Tecnologias na Educação (CINTED-UFRGS), v. 01, n. 02, p. 20-29, set. 2003.
• MOORE, Michael (1991) Distance Education Theory. The American Journal of Distance Education, v.3, n. 3,
1991.
7. Olá Carla e restantes colegas,
Ensinar e aprender online implica o estabelecimento de relações interpessoais e educacionais ou seja, de
interações ou transações. São estas que suportam, quer a aprendizagem, quer o ensino e, que afastam o
ato de aprender e o ato de ensinar de um ato mecânico, socialmente descontextualizado, isolado.
(Francisco, Morgado, Machado & Mendes, 2005)
Efetivamente, a presença social é fundamental para a comunicação e a aprendizagem online se
desenvolverem de forma consolidada e de sucesso. É a satisfação de uma condição inerente à condição
humana, que é estabelecermos elos e relações com os nossos pares. A presença social permite
desenvolver o sentimento de pertença a uma comunidade virtual de aprendizagem, bem como o
sentimento contínuo de motivação e de colaboração.
Não obstante, devemos entender que a aprendizagem online procura promover alunos mais autónomos
e responsáveis pelo seu processo de aprendizagem (Tarcia e Costa, 2010), o que marca diferenças
evidentes entre o EaD e o ensino presencial, que devem ser tidas em consideração.
Neste sentido, Garrison, Anderson e Archer (2000) propõem a comunidade de investigação, que projeta
na aprendizagem online não só a presença social, mas também a presença cognitiva e de ensino. Será no
centro da conjugação destas três presenças que estará uma aprendizagem online de sucesso.
Pela presença cognitiva, os autores supracitados traçam como “a extensão a qual os participantes, em
qualquer configuração específica de uma comunidade de investigação, são capazes de construir o
significado através de comunicação constante”. É, portanto, fundamental para a construção de espírito
crítico e de construção do conhecimento conectado.
Por outro lado, a presença de ensino é considerada fundamental para que o processo de aprendizagem
seja orientado, mediado e facilitado pelo professor, quer na promoção das atividades, quer pelos tópicos
que vai desenvolvendo para se estruturar o conhecimento concriado pelos alunos.
Assim, é nesta comunidade de investigação/inquirição que o processo de comunicação e aprendizagem
online se deve desenvolver. Contudo, sabemos que a constituição de uma comunidade é lenta e
demorada, mas é, neste contexto, um “poderoso catalisador e suporte da aprendizagem” (Garrison, 2006,
p. 26). Coincidindo com Dias (2008, p. 6), “representam, o desenvolvimento das competências de análise
dos conteúdos, o estabelecimento de um ambiente favorável à partilha das representações individuais
num contexto colaborativo e (…) o papel do moderador na conceção e organização das atividades da
comunidade.”
Assim, faz sentido a descrição de Rheingold (1996) sobre o ciberespaço enquanto espaço que promove
emoções e sentimentos, interações sociais.
Assim,
a presença social é necessária para reforçar e promover a interação social online, que é o principal veículo
de aprendizagem social (…) se a presença social for baixa, o estabelecimento da aprendizagem social, da
interação social, não ocorre. (Kreijns, Kirschner, Jochems & Van Buuren, 2004)
Mas, para que efetivamente se promovam estas interações, quais serão as perceções da presença social
por parte do professor? E por parte do aluno? Como estes devem atuar para que a comunicação e a
aprendizagem online seja efetiva?
Até já!
Hélder
Referências
Dias, P. (2008). Da e-moderação à mediação colaborativa nas comunidades de aprendizagem.
Francisco, D. J., Morgado, L., Machado, G. J. C., & Mendes, A. Q. (2005). Interacção e Presença Social em ambientes
virtuais de aprendizagem. Actas do VII Simpósio Internacional de Informática Educativa-SIIE05, 263-268.
Garrison, D. (2006). Online collaboration principles.
GARRISON, D.R., ANDERSON, T., ARCHER,W. (2000) Critical inquiry in text-based environment: Computer
conferencing in higher education. The Internet and Hingher Education. N. 2, (p 87-105).
Kreijns, K., Kirschner, P. A., Jochems, W., & Van Buuren, H. (2004). Determining sociability, social space, and social
presence in (a) synchronous collaborative groups. CyberPsychology & Behavior, 7(2), 155-172.
RHEINGOLD, H. (1996) The Virtual Community.
TARCIA. Rita. M.L. COSTA. Silvia M.C. (2010) Contexto da Educação a Distância. In CARLINDA. Aida, L. TARCIA. Rita.
M.L. 20% a Distância e Agora?: orientações práticas para o uso da tecnologia de educação a distância no ensino
presencial. São Paulo: Pearson Education do Brasil, (p 3-14), 2010.
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Comunicação Face a Face vs Mediada: Impactos no Pensamento e Aprendizagem

  • 1. Reflexões sobre a Comunicação Face a Face / Comunicação Mediada por Computador e Aprendizagem Online 1. Caro professor e colegas, A questão da comunicação face a face e a comunicação mediada por computador é uma questão que tem levantado várias e diferenciadas opiniões, principalmente algumas que remetem a um determinado isolamento social e falta de comunicação na era digital e tecnológica. Algumas apontam mesmo para uma determinada superficialidade enquanto pensadores da era digital. Mas, estará efetivamente a tecnologia a tornar-nos mais superficiais enquanto pensadores? Desde sempre o Homem buscou novas formas de comunicação. A comunicação face to face é das mais remotas, mas estará ela sendo a mais verdadeira de todas? Quantos códigos e quantas etiquetas usamos quando nos comunicamos presencialmente? Se refletirmos um pouco, desde os tempos primitivos, a ânsia pela comunicação esteve presente. Pinturas nas paredes, sinais de fumo, desenvolvimento de diferentes idiomas, treinamento de pombos, papel dos monges copistas, o treinamento dos cavalos para levar correio de cidade em cidade e a invenção da imprensa. Desta forma, sempre existiu essa vontade de se comunicar, cada vez mais rápido e melhor, no sentido de se difundirem ideias, pensamentos e modos de vida. Contudo, a revolução chegou com os novos e tecnológicos meios de comunicação, como a televisão, a rádio, o telefone... que nos permitiram estar mais, mas nem sempre melhor, informados. Mas vivenciamos hoje uma comunicação global, comunicação esta que nos redesenha e nos transforma. É nesta nova e ainda muito desconhecida Era que o Homem consegue estar presente, ainda que ausente, estar perto, ainda que longe, e informado, ainda que num dilúvio de informações que nos transforma a cada segundo. Desta forma, a Internet surge como o meio onde o Homem atinge esse ciberespaço e desenvolve essa cibercultura. Estaremos mais superficiais? Não creio! O que estará então este mundo mais próximo e mais conectado, esta sociedade em rede, a fazer ao pensamento humano? A torná-lo mais próximo, mais conectado e mais "enredado". As comunidades virtuais permitem o acesso a um conjunto infinito de informações, que se renovam constantemente. Atualmente vivemos esta cibercultura, que altera e redimensiona as relações sociais, virtualizando-as e desmaterializando-as. Assim, a cibercultura é o desenho deixado pelo traçado das novas tecnologias na sociedade e na cultura, que permite o surgimento de um mundo novo, mais global e conectado, que se desenrola num ciberespaço em constante mutação (LÉVY, 2000). As redes interativas promovidas pelos computadores não param de crescer e desenvolvem, por consequência, novas formas e novos canais de comunicação, regulando a vida, mas também sendo regulados por ela (CASTELLS, 1999).
  • 2. Se pensarmos no fenómeno das redes sociais, que demonstra em grande escala uma reconfiguração evidente do espaço social, entendemos claramente essa desmaterialização do espaço, assim como para a rapidez temporal que caracteriza o ciberespaço (AMARAL, 2008). Estamos cada vez mais determinados por uma vivência baseada em telas, que esbatem os constrangimentos do tempo e do espaço, que assustam e fascinam, onde o real já não existe (BAUDRILLARD, 1981). Fazemos, portanto, parte de uma geração digital, que experimenta acontecimentos passageiros, efémeros e em constante adaptação (KOEHLE & CARVALHO, 2013). Muitas vezes encaramos novamente a condição nómada e de ser desenraizado, estruturando em rede (JUSTO, 2005). Esta velocidade tem uma conotação pessimista para vários autores. Veja-se Virilio (1993) que reporta que a “súbita reversão dos limites introduz, desta vez no espaço comum, o que até o momento era da ordem da microscopia: o pleno não existe mais, em seu lugar uma extensão sem limites desvenda-se em uma falsa perspetiva que a emissão dos aparelhos ilumina”. Coincido com Silva (1999), no que respeita à conceção da Internet como um lugar antropológico: este novo espaço com áreas de privacidade - um novo mundo virtual ou mundo mediatizado - é um suporte aos processos cognitivos, sociais e afetivos, os quais efetuam a transmutação da rede de tecnologia eletrónica e telecomunicações em espaço social povoado por seres que (re)constroem as suas identidades e os seus laços sociais nesse novo contexto comunicacional. Geram uma teia de novas sociabilidades que suscitam novos valores. Estes novos valores, por sua vez, reforçam as novas sociabilidades. Esta dialética é geradora de novas práticas culturais. Lévy e Althier (2000) afirmam que “assistimos a um desses raros momentos em que, a partir de uma nova configuração técnica, ou seja, de uma nova relação com o cosmos, inventa-se um estilo de humanidade”. Lévy (1996) humaniza o virtual, já que os utilizadores se conformam com essa virtualização e por meio dela partilham as suas realidades. Retira-lhe, desta forma, o lado frio e maquinado da tecnologia, conferindo-lhe um cariz de fator de sociabilização. Para Silverstone (2002): precisamos compreender a tecnologia, especialmente as tecnologias da mídia e da informação, justamente nesse contexto, a fim de aprender as sutilezas, o poder e as consequências da mudança tecnológica. Pois as tecnologias são coisas sociais, impregnadas pelo simbólico e vulneráveis aos paradoxos e contradições eternas da vida social, tanto na sua criação como em seu uso. Assim, a comunicação mediada por computadores permite transcender os limites do tempo e do espaço. Nela podemos encontrar dois tipos principais: síncronos e assíncronos. Na comunicação síncrona, podemos referir chats e mensagens em tempo real. Na comunicação assíncrona, mensagens estabelecidas sem ser em tempo real e podem ser lidas e/ou respondidas sem o constrangimento temporal, como o email ou este fórum de discussão que estamos a utilizar. Aqui poderíamos indagar sobre a representação do eu nessa CMC bem como sobre a co- presença.
  • 3. Mas, voltando à questão que coloquei no início, a desconfiança face a esta comunicação virtual existe e já vem evidenciada em Locke (2000): O problema reside na natureza da comunicação humana. Pensamo-la como um produto do espírito, mas é feita por corpos: movimentos faciais, tons de voz, movimentos corporais, gestos de mão (…) Na Internet, o espírito está presente, mas o corpo está ausente. (Locke, 2000 apud Giddens, 2004, p. 101) Não obstante, e remetendo à minha experiência neste mestrado, devo reforçar que a CMC tem permitido a criação de uma comunidade virtual de aprendizagem significativa, com ligações socio emocionais bastante fortes e que muitas vezes superam a CFtF. Efetivamente, a CMC requer que a sua compreensão seja entendida de forma distinta da CFtF, com um potencial diferenciado e mais amplo no que respeita às interações que desenvolve e às dimensões que envolve. Em suma, em ambas modalidades de comunicação o fator sociocognitivo está presente, bem como o bom senso que deve regular essa mesma comunicação. Até já! ______________________ Referências AMARAL, I. A. (2008). A@ migração para o Ciberespaço: a Dimensão Social dos Mundos Virtuais. Observatório (OBS*), 2(2). BAUDRILLARD, J. (1981). Simulacros e Simulação CASTELLS, M. (1999). A sociedade em rede. São Paulo: Paz e a Terra, 1999. v. 1. GIDDENS, A. (2004) Sociologia, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. JUSTO, J. S. (2005). O “ficar” na adolescência e paradigmas de relacionamento amoroso da contemporaneidade. Revista do Departamento de Psicologia–UFF, 17(1). KOEHLE, C. & CARVALHO, M. (2013). O público e o privado nas redes sociais. Revista Espaço Pedagógico. v. 20, n. 2. Passo Fundo. LÉVY, P. (1996). O que é o virtual?. São Paulo: Editora 34. LÉVY, P., & AUTHIER, M. (2000). As árvores do conhecimento. São Paulo: Escuta. LÉVY, P. (2000) Cibercultura. Lisboa: Piaget. SILVA, L. O. (1999), Comunicação: A Internet – a geração de um novo espaço antropológico. Disponível em http://bocc.ubi.pt/pag/_texto.php3?html2=silva-lidia-oliveira-Internet-espaco-antropologico.html SILVERSTONE, R. (2002). Por que estudar a mídia? São Paulo: Loyola. VIRILIO, P. (1993). O espaço crítico. São Paulo: Editora 34. 2. A Web 2.0, potencializadora da CMC, conecta e liga pessoas, lugares e tempos. No que respeita à Educação, sabemos que a escola tradicional está desadequada ao tempo atual e existe a clara necessidade de mudança de paradigma.
  • 4. Assim, existe a necessidade de adequarmos as práticas docentes à sociedade em rede em que vivemos, promotoras de interações no ciberespaço e potencializadoras de atividades pedagógicas de sucesso. A tecnologia aparece como forma de socializar, mas também como forma de aprender e evoluir como ser humano, sem constrangimentos de tempo e espaço. Não podemos continuar a fomentar um modelo pedagógico que está enraizado com o advento industrial, quando os alunos são outros, as necessidades são outras e o epicentro do conhecimento é outro. “If we teach today as we taught yesterday, we rob our children of tomorrow” (DEWEY, 1916). As necessidades hoje são outras, pois a Internet, as redes, o celular, a multimídia estão revolucionando nossa vida no quotidiano. Cada vez resolvemos mais problemas conectados, a distância. Na educação, porém, sempre colocamos dificuldades para a mudança, sempre achamos justificativas para a inércia ou vamos mudando mais os equipamentos do que os procedimentos. A educação de milhões de pessoas não pode ser mantida na prisão, na asfixia e na monotonia em que se encontra. Está muito engessada, previsível, cansativa. (MORAN, 2004). É neste sentido que a CMC e as novas tecnologias revolucionaram o conhecimento, democratizando-o. Citando Almeida (2005): É importante integrar as potencialidades das tecnologias de informação e comunicação nas atividades pedagógicas, de modo que favoreça a representação textual e hipertextual do pensamento do aluno, a seleção, a articulação e a troca de informações, bem como o registro sistemático de processos e respetivas produções, para que possa recuperá-las, refletir sobre elas, tomar decisões, efetuar as mudanças que se fizerem necessárias, estabelecer novas articulações com conhecimentos e desenvolver a espiral da aprendizagem. Os professores têm a responsabilidade de "serem os catalisadores da sociedade do conhecimento” (HARGREAVES, 2003). Citando Wesch (2009): Taken together, this new media environment demonstrates to us that the idea of learning as acquiring information is no longer a message we can afford to send to our students, and that we need to start redesigning our learning environments to address, leverage, and harness the new media environment now permeating our classrooms. Neste sentido, quando falamos de CMC em contexto educativo devemos reforçar três pilares considerados fundamentais: a presença social, cognitiva e de ensino (GARRISON & ANDERSON 2003). É aqui interessante remeter para as diferenças de comportamento social de CFtF e CMC
  • 5. que acabam por se esbater e atenuar com o tempo (Quintas et al,2010). A CMC apresenta-se desta forma como um canal de comunicação efetivo, de sucesso e promotor de relações sociais e de aprendizagens altamente significativas. Pelo caso especial da frequência neste mestrado, sabemos que a CMC pode tornar-se bastante intensa, com um cuidado redobrado no que se escreve e existe uma vontade sempre presente em querer demonstrar sempre mais… até porque muitas vezes a falta dos elementos que definem a CFtF leva-nos a ser mais perfecionistas, completos e, portanto, a buscar um conjunto de bases mais consolidadas. Aquando da CMC. Até já! REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. (2005). Prática e formação de professores na integração de mídias. DEWEY, J. (1916). Democracy and Education. An introduction to the philosophy of education. New York: Free Press. GARRISON, Randy & ANDERSON, Terry (2003). eLearning in the 21st Century: A Framework for Research and Practice. London & New York: RoutledgeFalmer. HARGREAVES, A. (2003). O Ensino na Sociedade do Conhecimento: a educação na era da insegurança. Colecção Currículo, Políticas e Práticas. Porto: Porto Editora. MORAN, J. (2004). Educação e Tecnologias: Mudar para valer. QUINTAS, A. Mendes; MORGADO, L. e AMANTE, L. (2010). Comunicação Mediatizada por Computador Educação Online: da Distância à Proximidade. In: Silva, M., Pesce, L. e Zuin, A.- Educação online: cenário, formação e questões didáctico-metodológicas, Editora WAK, Rio de Janeiro, Brasil. WESCH, M. (2009). From Knowledgable to Knowledge-able: Learning in New Media Environments. Disponível em: http://www.academiccommons.org/2014/09/09/from-knowledgable-to- knowledge-able-learning-in-new-media-environments/ 3. Boa noite professor e colegas, Efetivamente muito se debate este tema e várias imagens semelhantes a esta veiculam ideais muitas vezes antitecnologia… engraçado que elas próprias sejam um fruto desta interação… Realmente uma imagem vale mais que mil palavras, mas não estarão estas imagens a generalizar um ideal de comunicação desajustado à realidade atual? Não pior…mas diferente?
  • 6. O caminho não tem volta… tecnologia usar ou não usar??? já não me parece a questão… Será que a tecnologia isola? Ou será o uso que fazemos desta que nos pode isolar? Caro colega Rui, concordo que muitas vezes presenciamos essas situações, mas em vez de adotarmos as posturas caricaturadas pelas imagens, devemos pensar que simplesmente o conceito de comunicação evoluiu…como evoluem todos os domínios da vida humana, que se vão adaptando e ajustando às novas necessidades. Ao invés destas críticas, talvez devêssemos adaptar as nossas perceções e repensarmos o conceito de comunicação e de interação social, não? Se analisarmos o conceito de comunicação, verificamos que segundo a Enciclopédia Barsa (1990, p. 438), esta define-se como o processo de troca de mensagens entre duas ou mais pessoas, ou entre dois sistemas. Esse processo se verifica através de um “meio” e requer a existência de dois pólos, um transmissor e um recetor. O meio, também chamado de canal, pode ser natural ou mecânico. Para que através dele se transmitam as mensagens, é necessário um sistema comum a ambos os pólos, ou seja, um código comum. Este implica o conhecimento de um código natural – a língua, ou linguagem, em que as mensagens são traduzidas. Desta forma, a CMC é um ambiente interativo de comunicação que se promove pelo ciberespaço (LÉVY, 2000), reconfigurando as formas de comunicação e as relações sociais, que a meu ver não devem ser consideradas como isoladoras, mas antes promotoras de uma comunicação a uma escala nunca antes vista e com um acesso a informação e conhecimento nunca antes presenciado (FARAH, 2004). Devemos aqui apontar Castells (1999), que aponta que hoje temos à mão um número suficiente de elementos que demonstram que a Web e a CMC não isolam, mas antes descentralizam o cidadão. Na verdade, a CMC permite ao indivíduo pertencer a comunidades de aprendizagem significativas, sem as barreiras do tempo e do espaço, e, como tal, amplia significativamente os horizontes da comunicação humana. Deixo aqui um excerto que me parece apropriado: Uma pesquisa publicada no último dia 6 pelo “Pew Internet and American Life Project” revelou que, ao contrário do que se pensa, as novas tecnologias não afastam as pessoas do contato social direto com os outros. A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos, via telefone, com 2512 adultos com idade superior a 18 anos. Segundo ela, quem usa celulares possui uma rede de discussão 12% maior do que quem não os usa. Quem compartilha fotos online e troca mensagens de texto via celular tem um acréscimo de 9% (cada uma das duas) em sua rede de discussão. Em outro aspecto, a variedade de pessoas nos grupos de quem usa celular é 25% maior, seguido por 15% para os usuários de internet, ou seja, quem utiliza essas tecnologias tem uma chance maior de conhecer pessoas com gostos diferentes. Outra conclusão aponta que as pessoas, mesmo podendo comunicar-se com alguém do outro lado do mundo, preferem fazê-lo com pessoas da mesma cidade: pode ser tanto para marcar de ir ao cinema, estudar na biblioteca ou tomar um café. A tecnologia também é usada para aproximar pessoas. (http://www.tecmundo.com.br/rede- social/3093-debate-a-tecnologia-afasta-ou-une-as-pessoas-.htm) A meu ver, a CMC é um campo que ainda muito tem por descobrir… nomeadamente no que respeita à construção da identidade humana, que nos leva a repensar a nossa própria evolução, não?
  • 7. Não será que, “reconhecendo que o ser humano receia, ao longo da história, o desconhecido, aponta as nossas hesitações relativamente a estes novos espaços”? (Wellman, 1997 apud Recuero, 2005). Termino, por agora, citando Sherry Turkle (1997, p. 394): “Não temos que rejeitar a vida no ecrã, mas também não temos que tratá-la como uma vida alternativa. Podemos usá-la como espaço de crescimento”. Até já! __ Referências Castells, M. (1999). A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. Enciclopédia Barsa. (1990). Rio de Janeiro: Britânica, v.5. Farah, R. (2004). Orientaçãi Psicológica via email –serviço oferecido pela Clínica Psicológica da PUC-SP. In Psicologia e informática: o ser humano diante das novas tecnologias. São Paulo. Lévy, P. (200). A Revolução Contemporânea em matéria de Comunicação. In Trivinho, E., coord. Para navegar no século XXI – tecnologias do imaginário e cibercultura. Porto Alegre. Recuero, R. (2005). Um estudo do Capital Social gerado a partir de Redes Sociais no Orkut e nos Weblogs. Trabalho apresentado no Compós 2005, no GT de Tecnologias da Informação e da Comunicação. Recuperado de: http://www.ufrgs.br/limc/PDFs/recuerocompos.pdf. Turkle, S. (1997). A vida no ecrã. A identidade na era da Internet. Lisboa: Relógio D’Água. 4. Olá a todos, A propósito de Sherry Turkle, partilho um vídeo no qual a autora reflete como tecnologia tem vindo a reconfigurar a conexão humana e comunicação. A grande reflexão gira em torno de uma grande questão: Esperamos mais da tecnologia mas será que esperamos menos um do outro? https://www.youtube.com/watch?v=t7Xr3AsBEK4 Efetivamente estas reflexões são bastantes pertinentes, mas parece-me que mais uma vez o importante é o bom senso que deve regular a utilização das tecnologias. Volto a citar Lévy e Althier (2000) quando constatam que “assistimos a um desses raros momentos em que, a partir de uma nova configuração técnica, ou seja, de uma nova relação com o cosmos, inventa-se um estilo de humanidade”. Como por aqui já tive oportunidade de referir, é um caminho sem retorno... e não podemos analisar o processo atual de comunicação sob uma perspetiva anterior à comunicação online.
  • 8. Nesse sentido, o vídeo apresentado pela Ana parece-me interessante, mas bastante direcionado para uma visão menos otimista desta utilização... até porque se pensarmos em questões amorosas, podemos remeter para aplicativos muito em voga, que permitem às pessoas estabelecer contatos... conheço dois casais amigos que são casados e conheceram-se através da Internet.... No meu caso específico remeto para a enorme vantagem que me traz a CMC - o estar presente ainda que ausente. Como sabem, sou português, mas a trabalho passo temporadas no Brasil (muitas vezes de três meses - neste momento estou no Recife há 2 meses e uma semana). Ora, o que espero da tecnologia neste momento? Se não fosse a CMC estaria isolado socialmente daqueles que compõem a minha vida! O que fiz hoje antes de vir refletir aqui um pouco? Uma vídeochamada com os meus pais, outra com o meu irmão e as minhas sobrinhas... O que fiz ontem? Exatamente o mesmo, mas também com mais alguns amigos.... O que a tecnologia me tem possibilitado estes dois meses e uma semana? Tudo, menos o isolamento social... Desta forma, espero que com o meu exemplo tenha ilustrado que com bom senso a CMC pode, sem dúvida, trazer-nos algo maravilhoso e que era impossível sem ela... porque sem ela sim... eu estaria isolado daqueles que mais quero... No entanto, reconhecendo e sendo consciente dos perigos da CMC penso que o importante é difundir-se uma Educação Digital, um conjunto de práticas que envolvem esse uso regulado de tecnologia. Aproveito para citar Lévy (1996): um movimento geral de virtualização afeta hoje não apenas a informação e a comunicação mas também os corpos, o funcionamento económico, os quadros coletivos da sensibilidade ou o exercício da inteligência. A virtualização atinge mesmo as modalidades do estar junto, a constituição do “nós”: comunidades virtuais, empresas virtuais, democracia virtual... Embora a digitalização das mensagens e a extensão do ciberespaço desempenhem um papel capital na mutação em curso, trata-se de uma onda de fundo que ultrapassa amplamente a informatização. Referências LÉVY, P. (1996). O que é o virtual?. São Paulo: Editora 34. LÉVY, P. & AUTHIER, M. (2000). As árvores do conhecimento. São Paulo: Escuta.
  • 9. 5. Boa noite a todos, Eis aqui um tópico que gosto particularmente! Já procurei desvendar um pouco esta questão noutro painel. Relativamente ao post anterior do Rui, custa-me entender o comportamento como “antissocial” e considero demasiado forte para se atribuir a esta situação. Tal como já referi considero que o conceito de comunicação evoluiu e como tal devemos reconsiderá-lo numa outra e nova perspetiva. Muito menos posso concordar quando apontas o “crescente défice afetivo nas novas gerações”. Acho esta visão/provocação muito presa a tabus que devemos realmente derrubar para encararmos a cibercultura na sua essência e perspetivarmos o ciberespaço como um mundo novo, que muito ainda tem a ser descoberto. Por outro lado, estou totalmente de acordo quando apontas para o potencial pedagógico da comunicação online. Diria que juntamente com cenários pedagógicos inovadores, desde a gamificação, como referes, à aprendizagem móvel, recursos educacionais abertos, ambientes colaborativos podemos promover uma aprendizagem inovadora, efetiva, de sucesso e, acima de tudo, ajustada às exigências da sociedade em rede em que vivemos. Vou complementar a apresentação das interações que trouxeste para este debate com as apresentadas por Garrison, Anderson e Archer (2003): Efetivamente, o nosso mestrado demonstra bem o tópico em análise e é a prova de que muitos dos tabus que se colocam à aprendizagem online não passam disso mesmo…. meros tabus… que são superados com estratégias de aprendizagem adequadas e de qualidade. Anderson e Dron (2010) não defendem uma teoria específica, impelem à reflexão e adequação das tomadas de decisão à realidade do contexto de aprendizagem, nomeadamente às questões culturais, sociais e económicas. Cada contexto de aprendizagem é único e deve ser encarado com essa complexidade, apresentando flexibilidade na sua postura. Daí que me pareça tão importante módulos de ambientação para que se inicie um processo de apropriação e adequação.
  • 10. Vários são os fatores que influenciam a comunicação e aprendizagem online. O fundamental é desenvolver-se comunidades virtuais de aprendizagens significativas. As atividades que são propostas influenciam sobremaneira essa comunicação e essa interação (PREECE, 2000). As atividades mais colaborativas e de concriação de conhecimento entre os alunos promovem o sentimento de pertença efetivo a uma comunidade de aprendizagem e desenvolvem elos sociais significativos (HAYTHORNTHWAITE, 1998). Aliás, sabemos muito bem desta situação e somos uma prova real ainda que virtual. Acredito que processos de pesquisa, biografias anotadas, trabalhos de grupo e trabalho individuais fortaleçam essa aprendizagem online, assim como uma postura ativa e dinâmica de todos os intervenientes no processo. A comunicação online é efetiva e desenvolve um conjunto de informações que se transformam em conhecimento ao longo das argumentações que se vão desenvolvendo nos fóruns (ROCHA et al, 2001). Devemos relembrar que o domínio da tecnologia é fundamental para que a aprendizagem online se desenvolva, mas devemos ter consciência que é a pedagogia o centro da ação, sendo a tecnologia o meio para que esta se desenvolva (ANDERSON & DRON, 2010). Este foi um caminho de reflexão… mas muito ainda ficou por dizer… Deixaria as questões da postura comunicativa do estudante e do professor online para uma próxima reflexão, o que vos parece? Até já… Referências Anderson, T., & Dron, J. (2010). Three generations of distance education pedagogy. The International Review of Research in Open and Distributed Learning, 12(3), 80-97. Garrison, D. R., Anderson, T., & Archer, W. (2003). A theory of critical inquiry in online distance education. Handbook of distance education, 1, 113-127. Haythornthwaite, C. A (1998) Social Network Study of the Growth of Community Among Distance Learners. In: IRISS, Bristol, UK. Em rede: http://www.slis.indiana.edu/CSI/wp00-01.html Preece, J. (2000) Online Communities - Designing Usability, supporting sociability. Chichester: John Wiley & Sons, 439 p. Rocha, H. V.; Oeiras, J. Y. Y.; Freire, F. M. P.; Romani, L. A. S. (2001) Design de ambientes para EaD: (re)significações do usuário, In: WORKSHOP DE INTERFACE HUMANO-COMPUTADOR, 4, 2001, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, SBC, 2001. p. 84-95. 6. Boa noite a todos, Desde a Grécia antiga educação envolve proximidade física de docentes e discentes. A tendência para estabelecer dicotomias, reforçada pela hegemonia do modelo cartesiano-mecanicista que imperou do século XVIII a meados do século XX, quando ocorreu a universalização do acesso à escola, consagrou a proximidade física como requisito para a aprendizagem e, por outro lado, a distância como um déficit a ser superado (Guadagnin et al., 2003, p. 02).
  • 11. Efetivamente, quando falamos de comunicação e aprendizagem online o conceito de distância é uma base de discussão sempre presente. É neste sentido que o conceito de distância transacional ganha um destaque fundamental, ao opor-se ao de distância física e acompanhar o de distância pedagógica. Para a reflexão sobre este conceito apresento uma imagem que me parece bastante esclarecedora, no que concerne às três variáveis deste processo. Assim, segundo Moore (1991) podemos identificar as seguintes variáveis: - diálogo educacional; - estrutura do programa; - autonomia do aluno. Desta forma, um processo de comunicação e aprendizagem online efetivo e de sucesso é baseado no diálogo educacional desenvolvido (que promove as diferentes interações), bem como na estrutura do próprio processo de aprendizagem e do material didático utilizado. Este será fundamental para a manutenção da motivação dos alunos no processo de aprendizagem. Esta aprendizagem é centrada nos alunos, que delimitam o seu próprio percurso de aprendizagem. Assim, é importante o conceito de autonomia do aluno, sendo que mais autonomia demonstra maior distância transacional. A teoria é importante e relocalizada no tempo poderíamos enquadrar as novas formas de comunicação online, que vão além da teleconferência, e demonstram a importância da comunicação e da aprendizagem online, enquanto processo de aprendizagem inovador e ajustado às exigências atuais. A distância transacional prova que a comunicação e a aprendizagem a distância existem, quer em momentos síncronos, quer assíncronos. Esta troca permite a construção do conhecimento de forma autónoma e/ou participativa. Assim, este conceito é um conceito-base nesta reflexão e demonstra as possibilidades para uma aprendizagem e comunicação online de sucesso.
  • 12. Mas, que outras características-base poderíamos apontar para esse processo se desenvolver com sucesso? Até já… Hélder Referências • GUADAGNIN, Luís Alberto; DUTRA, Renato L. de Souza; TAROUCO, Liane M. R. (2003) Seleção e uso de recursos instrucionais aptos ao estabelecimento de distância transacional adequada em cursos a distância. In Revista Novas Tecnologias na Educação (CINTED-UFRGS), v. 01, n. 02, p. 20-29, set. 2003. • MOORE, Michael (1991) Distance Education Theory. The American Journal of Distance Education, v.3, n. 3, 1991. 7. Olá Carla e restantes colegas, Ensinar e aprender online implica o estabelecimento de relações interpessoais e educacionais ou seja, de interações ou transações. São estas que suportam, quer a aprendizagem, quer o ensino e, que afastam o ato de aprender e o ato de ensinar de um ato mecânico, socialmente descontextualizado, isolado. (Francisco, Morgado, Machado & Mendes, 2005) Efetivamente, a presença social é fundamental para a comunicação e a aprendizagem online se desenvolverem de forma consolidada e de sucesso. É a satisfação de uma condição inerente à condição humana, que é estabelecermos elos e relações com os nossos pares. A presença social permite desenvolver o sentimento de pertença a uma comunidade virtual de aprendizagem, bem como o sentimento contínuo de motivação e de colaboração. Não obstante, devemos entender que a aprendizagem online procura promover alunos mais autónomos e responsáveis pelo seu processo de aprendizagem (Tarcia e Costa, 2010), o que marca diferenças evidentes entre o EaD e o ensino presencial, que devem ser tidas em consideração. Neste sentido, Garrison, Anderson e Archer (2000) propõem a comunidade de investigação, que projeta na aprendizagem online não só a presença social, mas também a presença cognitiva e de ensino. Será no centro da conjugação destas três presenças que estará uma aprendizagem online de sucesso. Pela presença cognitiva, os autores supracitados traçam como “a extensão a qual os participantes, em qualquer configuração específica de uma comunidade de investigação, são capazes de construir o significado através de comunicação constante”. É, portanto, fundamental para a construção de espírito crítico e de construção do conhecimento conectado. Por outro lado, a presença de ensino é considerada fundamental para que o processo de aprendizagem seja orientado, mediado e facilitado pelo professor, quer na promoção das atividades, quer pelos tópicos que vai desenvolvendo para se estruturar o conhecimento concriado pelos alunos. Assim, é nesta comunidade de investigação/inquirição que o processo de comunicação e aprendizagem online se deve desenvolver. Contudo, sabemos que a constituição de uma comunidade é lenta e demorada, mas é, neste contexto, um “poderoso catalisador e suporte da aprendizagem” (Garrison, 2006, p. 26). Coincidindo com Dias (2008, p. 6), “representam, o desenvolvimento das competências de análise dos conteúdos, o estabelecimento de um ambiente favorável à partilha das representações individuais num contexto colaborativo e (…) o papel do moderador na conceção e organização das atividades da comunidade.”
  • 13. Assim, faz sentido a descrição de Rheingold (1996) sobre o ciberespaço enquanto espaço que promove emoções e sentimentos, interações sociais. Assim, a presença social é necessária para reforçar e promover a interação social online, que é o principal veículo de aprendizagem social (…) se a presença social for baixa, o estabelecimento da aprendizagem social, da interação social, não ocorre. (Kreijns, Kirschner, Jochems & Van Buuren, 2004) Mas, para que efetivamente se promovam estas interações, quais serão as perceções da presença social por parte do professor? E por parte do aluno? Como estes devem atuar para que a comunicação e a aprendizagem online seja efetiva? Até já! Hélder Referências Dias, P. (2008). Da e-moderação à mediação colaborativa nas comunidades de aprendizagem. Francisco, D. J., Morgado, L., Machado, G. J. C., & Mendes, A. Q. (2005). Interacção e Presença Social em ambientes virtuais de aprendizagem. Actas do VII Simpósio Internacional de Informática Educativa-SIIE05, 263-268. Garrison, D. (2006). Online collaboration principles. GARRISON, D.R., ANDERSON, T., ARCHER,W. (2000) Critical inquiry in text-based environment: Computer conferencing in higher education. The Internet and Hingher Education. N. 2, (p 87-105). Kreijns, K., Kirschner, P. A., Jochems, W., & Van Buuren, H. (2004). Determining sociability, social space, and social presence in (a) synchronous collaborative groups. CyberPsychology & Behavior, 7(2), 155-172. RHEINGOLD, H. (1996) The Virtual Community. TARCIA. Rita. M.L. COSTA. Silvia M.C. (2010) Contexto da Educação a Distância. In CARLINDA. Aida, L. TARCIA. Rita. M.L. 20% a Distância e Agora?: orientações práticas para o uso da tecnologia de educação a distância no ensino presencial. São Paulo: Pearson Education do Brasil, (p 3-14), 2010.