SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Página 1 de 6
Recensão Crítica – Equipa CAPA
A presente recensão crítica insere-se no desenvolvimento da atividade número cinco da unidade
curricular Educação e Sociedade em Rede, do mestrado em Pedagogia do Elearning da
Universidade Aberta.
Os objetos de análise da nossa recensão crítica são os vídeos:
 Students Helping Students. Spring 2010 Class of Digital Ethnography.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_npqbMKzHl8;
 A Vision of Students Today. Michael Wesch em colaboração com 200 alunos da Kansas
State University, BY-NC-SA license.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dGCJ46vyR9o;
 The Machine is (Changing) Us: YouTube and the Politics of Authenticity. Apresentado em
2009 Personal Democracy Forum at Jazz at Lincoln Center.
Diponível em: https://www.youtube.com/watch?v=09gR6VPVrpw;
 The Machine is Us/ing Us. Michael Wesch, BY-NC-SA license.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NLlGopyXT_g.
O mentor dos vídeos é Michael Lee Wesch, professor associado de Antropologia Cultural na
Kansas State University. O seu trabalho é reconhecido na área da ecologia dos meios de
comunicação quanto à etnografia digital, explorando usos humanos da tecnologia digital.
Vencedor de vários prémios, destacamos a 20 de novembro de 2008 o prémio de Professor do
Ano pela CASE e pela Fundação Carnegie para o Avanço do Ensino.
No que respeita ao primeiro vídeo mencionado, Students Helping Students, com a duração de
4,53 minutos, promove-se o projeto K-State Proud, de entreajuda dos alunos da Kansas State
University. O próprio título reflete essa entreajuda e transmite claramente a mensagem que
Wesch pretende transmitir: o impacto que um grupo de pessoas que se unem pelo mesmo
objetivo tem na vida de uma pessoa. De uma forma alegre e divertida, Wesch descreve como o
projeto K-State Proud beneficiou alunos, cujas histórias de vida são dramáticas.
Este vídeo reflete os mais básicos instintos do ser humano, somos sociais e sentimos empatia
pelos da nossa espécie e estas caraterísticas podem ser ampliadas com a existência das redes
sociais que habitam o território digital. As comunidades aumentam e com elas o seu alcance na
Página 2 de 6
obtenção de objetivos positivos. Aqui são só abordados os aspetos positivos porque são esses
que se pretende fomentar, mas não podemos esquecer que muitas redes sociais com objetivos
bem mais sinistros também já atuam nestas redes.
No segundo, A Vision of Students Today, com a duração de 4,44 minutos, promove-se a reflexão
sobre o estado atual da educação e aquilo que a tecnologia tem a oferecer para o engajamento
dos alunos. Resumem-se algumas das características mais importantes dos estudantes de hoje:
como aprendem, o que precisam para aprender, os seus objetivos, esperanças, sonhos, o que
as suas vidas serão, como e que tipos de mudanças irão ocorrer nas suas vidas. Neste vídeo a
mensagem que está implícita é que devemos refletir na forma como nos podemos aproximar
dos alunos de hoje. A tecnologia tem aqui um papel muito importante, uma vez que está bem
presente na vida dos estudantes.
Importa refletir sobre este vídeo, porque a educação é a base para a construção do futuro. A
realidade apresentada ainda é a vivida na maioria dos locais de ensino, existindo um
desfasamento entre a realidade vivida pelos alunos e as instituições educacionais. Ao
analisarmos o vídeo falta apenas uma informação, qual o investimento em tecnologia e na sua
aplicação, pois não devemos desvincular o papel do Estado como principal investidor num
processo que vai garantir a sua continuidade. É importante meditar seriamente como devemos
aproveitar o que já está acessível à maior parte dos estudantes, de forma a não perdermos
tempo e rentabilizarmos ao máximo a aquisição e manuseamento de conhecimento.
Facebook®, Youtube®, Websites são muitos dos recursos utilizados pelos alunos e esta será a
forma mais eficaz de aproximação e de obtenção de resultados mais eficazes, sem desperdício
de recursos, como um livro que não vai ser lido ou uma sala de aula, na qual os alunos estão
presentes fisicamente, mas cuja atenção não está centrada no que lá se passa. Muitos alunos
consideram que a tecnologia pode ser a solução, aproximando-nos daquilo que realmente
importa.
O terceiro vídeo, The Machine is (Changing) Us: YouTube and the Politics of Authenticity, tem a
duração de 33,44 minutos e traduz a participação de Wesch na Conferência apresentada no
Personal Democracy Forum de 2009, no Lincoln Center, sobre os novos meios de informação e
as novas formas de interação que emergem no YouTube®. Iniciando a sua palestra com a
referência a duas obras sobre a sociedade em 1984, lembra que na sociedade do Big Brother®
os livros foram relegados e os factos verídicos ocultados à população, transparecendo a
sociedade infoxicada, que consome informação cegamente, o que confere aos meios de
comunicação uma natureza ecológica específica. Eles moldam as conversações e apontam para
Página 3 de 6
um esvaziamento da dimensão social, agora fortemente patrocinada pelos meios de
comunicação. Com o fenómeno da Web 2.0 e dos novos meios de informação e comunicação,
um novo momento de nos explorarmos e reencontrarmos surge e ganha evidência. É esta a base
do estudo do palestrante com os seus alunos, tendo por objetivo observar os comportamentos
atuais no YouTube.
A grande conclusão foi que existe um desbloqueio da personalidade, a recognição, que nos leva
a refletir sobre nós próprios, ao nos revermos digitalmente na interação com os outros. A esta
observação Wesch designa de inversão cultural, uma autenticidade individual e liberdade de
expressão, gerando novas formas de auto-conhecimento. Assim, o Whatever, que a meio da
palestra Wesch havia apontado como sinónimo de indiferença geracional, ganha, atualmente,
um novo significado de manifestação cultural: "I care. Let's do whatever it take…by whatever
means necessary!".
O orador salienta a revolução cultural que pode advir desta nova ferramenta, no entanto no
final afirma que ainda estamos a tentar descobrir a melhor forma de a manejarmos e sabermos
tirar partido dela, sem nos deixarmos arrastar pelo histerismo da novidade e da supremacia da
tecnologia. Ao utilizarmos o Youtube® devemos saber dominar algumas ferramentas
tecnológicas para não sermos arrastados no turbilhão de informação que existe e que torna
difícil a pesquisa do material realmente relevante, para não nos expormos de forma incorreta
abrindo portas para a privacidade que pretendemos manter. Ao criarmos um conteúdo devemos
ter em atenção a forma e contexto para que seja corretamente interpretado. Também devemos
ter em atenção que o conteúdo não é controlado e por isso podemos acabar por aceder a
material perturbador. Ficou claro que muitos procuram através desta plataforma encontrar um
meio onde se possam afirmar e auto consciencializar.
Por fim, o quarto vídeo, The Machine is Us/ing Us, com a duração de 4,33 minutos, que reflete
as potencialidades da Web 2.0 e a virtualização do real. Em comparação com a escrita em papel,
o hipertexto mostra-se mais flexível, podendo estar entreligado e estabelecendo uma rede
muito abrangente a qualquer momento e em qualquer lugar. A passagem do HTML ao XML
trouxe alterações relevantes. Enquanto o HTML preocupa-se em formatar dados em etiquetas,
o XML estrutura a informação que se pretende armazenar, nomeadamente a estrutura, a marca,
a lógica própria da informação. Quem irá organizar toda a informação disponível na rede? Nós
todos, com base em etiquetas que vamos dando às informações. A rede usa-nos e é o nosso
reflexo. A Web 2.0 conecta e liga pessoas, lugares, tempos. Há que se reavaliar todos os direitos
autorais e intencionalidades na rede, bem como a reconfiguração das relações. Este vídeo
Página 4 de 6
espelha bem a forma como nos relacionamos com a máquina/ tecnologia. Por um lado,
utilizamos a máquina para divulgação da nossa informação, sendo que somos nós que a
controlamos e organizamos na rede… ao mesmo tempo que a “máquina nos usa”, pois é o nosso
reflexo, porque afinal… “the machine is us”.
Independentemente das críticas apontadas a Wesch, a verdade é que a escola está desadequada
ao tempo atual e a necessidade de mudança de paradigma é uma realidade, promovida em
grande escala pelo advento das novas tecnologias. É este o grande foco de Wesch, a necessidade
de adequarmos as práticas docentes à sociedade em rede em que vivemos, que promovam
interações no ciberespaço e concretizem atividades pedagógicas de sucesso. Michael Wesch
deixa-nos em cada um dos vídeos aqui analisados mensagens óbvias e nas quais a tecnologia é
referida no que respeita à sua evolução de forma bem elucidativa, o que nos leva mesmo a
interrogar sobre o futuro, tal é a velocidade vertiginosa a que a mesma avança. Aponta assim a
Web 2.0 e os novo meios de comunicação como formas facilitadores dessa mudança de
paradigma. A tecnologia surge como forma de socializar, mas também como forma de aprender
e evoluir como ser humano, agora sem barreiras de tempo e de espaço, interagindo numa escala
global. A máquina, enquanto produto do social, reflete e espelha esse mesmo social, bem
patente na expressão “Educar é estar mais atento às possibilidades do que aos limites”, de
Wesch.
O modelo atual de educação encontra-se obsoleto e urge uma transformação radical que
(re)atraia os alunos à escola e à educação. As necessidades hoje são outras, pois
a Internet, as redes, o celular, a multimídia estão
revolucionando nossa vida no quotidiano. Cada vez resolvemos
mais problemas conectados, a distância. Na educação, porém,
sempre colocamos dificuldades para a mudança, sempre
achamos justificativas para a inércia ou vamos mudando mais
os equipamentos do que os procedimentos. A educação de
milhões de pessoas não pode ser mantida na prisão, na asfixia
e na monotonia em que se encontra. Está muito engessada,
previsível, cansativa. (MORAN, 2004).
Na sociedade da imagem e do espetáculo e o quadro e o giz já não estão de acordo e já não
fazem sentido para os alunos da e-geração. A sala de aula tem de se abrir ao mundo exterior e
não fazer com que a escola seja um mundo à parte e desadequado. As novas tecnologias
revolucionaram o conhecimento e democratizaram-no e a educação ganhou novas dimensões.
Citando Almeida (2005):
É importante integrar as potencialidades das tecnologias de
informação e comunicação nas atividades pedagógicas, de
modo que favoreça a representação textual e hipertextual do
pensamento do aluno, a seleção, a articulação e a troca de
Página 5 de 6
informações, bem como o registro sistemático de processos e
respetivas produções, para que possa recuperá-las, refletir
sobre elas, tomar decisões, efetuar as mudanças que se fizerem
necessárias, estabelecer novas articulações com
conhecimentos e desenvolver a espiral da aprendizagem.
A nova configuração colaborativa, construtivista e interacionista da educação evidenciou-se e
não podemos fugir a ela enquanto educadores. Só assim se pode promover uma educação
adequada e ajustada aos alunos do século XXI. Como Wesch realça “Let’s do whatever it
takes….by whatever means necessary”.
Assim, os professores têm uma grande responsabilidade: "serem os catalisadores da sociedade
do conhecimento” (HARGREAVES, 2003). É fundamental lançarmos mãos à obra, com o apelo
de Wesch, para mudarmos as práticas, repensarmos formas alternativas de educação na
sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem. Vivemos numa sociedade
digital, exigente e competitiva, mas que nos dá a todos um manancial de oportunidades imenso.
A educação e a tecnologia caminham lado a lado e há essa preocupação de que o acesso à
aprendizagem deva ser cada vez mais acessível, no qual o elearning, fruto dessa mudança, pode
ter o papel de facilitar e ajudar a essa nova era educacional.
A importância e o grande contributo de Wesch é esse apelo à ação, pois a escola deve preparar
o futuro, até porque, “if we teach today as we taught yesterday, we rob our children of
tomorrow” (DEWEY, 1916).
Concluimos citando Wesch (2009):
Taken together, this new media environment demonstrates to
us that the idea of learning as acquiring information is no longer
a message we can afford to send to our students, and that we
need to start redesigning our learning environments to address,
leverage, and harness the new media environment now
permeating our classrooms.
25 de Janeiro de 2015
Equipa Capa: Ana Melão, António Costa, Daniela Belo e Hélder Pereira
Página 6 de 6
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. (2005). Prática e formação de professores na integração de mídias.
DEWEY, J. (1916). Democracy and Education. An introduction to the philosophy of education.
New York: Free Press.
HARGREAVES, A. (2003). O Ensino na Sociedade do Conhecimento: a educação na era da
insegurança. Colecção Currículo, Políticas e Práticas. Porto: Porto Editora.
MORAN, J. (2004). Educação e Tecnologias: Mudar para valer.
WESCH, M. (2009). From Knowledgable to Knowledge-able: Learning in New Media
Environments. Disponível em:
http://www.academiccommons.org/2014/09/09/from-knowledgable-to-
knowledge-able-learning-in-new-media-environments/

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Informática na educação
Informática na educaçãoInformática na educação
Informática na educação
rosecleinunes21
 
Os professores e o desafio comunicacional da cibercultura
Os professores e o desafio comunicacional da ciberculturaOs professores e o desafio comunicacional da cibercultura
Os professores e o desafio comunicacional da cibercultura
isaberlandi
 
Redes e comunidades - ensino-aprendizagem pela internet
Redes e comunidades - ensino-aprendizagem pela internetRedes e comunidades - ensino-aprendizagem pela internet
Redes e comunidades - ensino-aprendizagem pela internet
Renata de Sousa
 
Fichamento tf carl b. boyer
Fichamento tf  carl b. boyerFichamento tf  carl b. boyer
Fichamento tf carl b. boyer
KVL2559
 
Zeferino garcia
Zeferino garcia Zeferino garcia
Zeferino garcia
equipetics
 
Comunicação digital
Comunicação digitalComunicação digital
Comunicação digital
bgfreire
 

Mais procurados (18)

Informática na educação
Informática na educaçãoInformática na educação
Informática na educação
 
31 163-1-pb
31 163-1-pb31 163-1-pb
31 163-1-pb
 
Desafios e oportunidades da Sociedade em Rede para o ensino e a aprendizagem
Desafios e oportunidades da Sociedade em Rede para o ensino e a aprendizagemDesafios e oportunidades da Sociedade em Rede para o ensino e a aprendizagem
Desafios e oportunidades da Sociedade em Rede para o ensino e a aprendizagem
 
Comunicação face a-face e comunicação online
Comunicação face a-face e comunicação onlineComunicação face a-face e comunicação online
Comunicação face a-face e comunicação online
 
Os professores e o desafio comunicacional da cibercultura
Os professores e o desafio comunicacional da ciberculturaOs professores e o desafio comunicacional da cibercultura
Os professores e o desafio comunicacional da cibercultura
 
Redes e comunidades - ensino-aprendizagem pela internet
Redes e comunidades - ensino-aprendizagem pela internetRedes e comunidades - ensino-aprendizagem pela internet
Redes e comunidades - ensino-aprendizagem pela internet
 
Novas Tecnologias para Educação
Novas Tecnologias para EducaçãoNovas Tecnologias para Educação
Novas Tecnologias para Educação
 
Definição de sociedade em rede
Definição de sociedade em redeDefinição de sociedade em rede
Definição de sociedade em rede
 
Fichamento tf carl b. boyer
Fichamento tf  carl b. boyerFichamento tf  carl b. boyer
Fichamento tf carl b. boyer
 
Tecnologias educativas
Tecnologias educativasTecnologias educativas
Tecnologias educativas
 
Cultura Digital
Cultura DigitalCultura Digital
Cultura Digital
 
ijid
ijidijid
ijid
 
Cibercultura e Educação - Desafios
Cibercultura e Educação - DesafiosCibercultura e Educação - Desafios
Cibercultura e Educação - Desafios
 
Zeferino garcia
Zeferino garcia Zeferino garcia
Zeferino garcia
 
Artigo sociedade em rede
Artigo sociedade em rede   Artigo sociedade em rede
Artigo sociedade em rede
 
Pensar o Mundo Virtual: Personalização ou Massificação?
Pensar o Mundo Virtual: Personalização ou Massificação?Pensar o Mundo Virtual: Personalização ou Massificação?
Pensar o Mundo Virtual: Personalização ou Massificação?
 
Comunicação digital
Comunicação digitalComunicação digital
Comunicação digital
 
Interação - Um simples ato de comunicação ou uma relação entre indivíduos?
Interação - Um simples ato de comunicação ou uma relação entre indivíduos?Interação - Um simples ato de comunicação ou uma relação entre indivíduos?
Interação - Um simples ato de comunicação ou uma relação entre indivíduos?
 

Semelhante a Recensão equipa capa 2015

Paper fabia moreira_1202062
Paper fabia moreira_1202062Paper fabia moreira_1202062
Paper fabia moreira_1202062
fabiapimentel
 
Caderno pedagógico informática
Caderno pedagógico informáticaCaderno pedagógico informática
Caderno pedagógico informática
PMSJ
 
Apresentação final oficinas tic 2
Apresentação final oficinas tic 2Apresentação final oficinas tic 2
Apresentação final oficinas tic 2
Madalena Augusto
 
Tarefa da 4ª semana - Conteúdo: Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação
Tarefa da 4ª  semana - Conteúdo: Ambientes Virtuais e Mídias de ComunicaçãoTarefa da 4ª  semana - Conteúdo: Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação
Tarefa da 4ª semana - Conteúdo: Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação
Prefeitura Municipal
 
O tecnófilo tecnologia e praticas educativas
O tecnófilo  tecnologia e praticas educativasO tecnófilo  tecnologia e praticas educativas
O tecnófilo tecnologia e praticas educativas
helvecioalex
 

Semelhante a Recensão equipa capa 2015 (20)

Recensao critica dos videos de Michael Wesch_Equipa Teta
Recensao critica dos videos de Michael Wesch_Equipa TetaRecensao critica dos videos de Michael Wesch_Equipa Teta
Recensao critica dos videos de Michael Wesch_Equipa Teta
 
Comunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologiaComunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologia
 
4º Encontro - Redes de Aprendizagem - e-Proinfo
4º Encontro - Redes de Aprendizagem - e-Proinfo4º Encontro - Redes de Aprendizagem - e-Proinfo
4º Encontro - Redes de Aprendizagem - e-Proinfo
 
Leitura internacional da América Latina no Brasil 2019
Leitura internacional da América Latina no Brasil 2019Leitura internacional da América Latina no Brasil 2019
Leitura internacional da América Latina no Brasil 2019
 
Oficina de formação
Oficina de formaçãoOficina de formação
Oficina de formação
 
slides do projeto
slides do projetoslides do projeto
slides do projeto
 
Texto curso
Texto cursoTexto curso
Texto curso
 
Unirio as mídias digitais na e além da sala de aula
Unirio   as mídias digitais na e além da sala de aulaUnirio   as mídias digitais na e além da sala de aula
Unirio as mídias digitais na e além da sala de aula
 
Paper fabia moreira_1202062
Paper fabia moreira_1202062Paper fabia moreira_1202062
Paper fabia moreira_1202062
 
Tecnologia, usa la ou ser usado
Tecnologia, usa la ou ser usadoTecnologia, usa la ou ser usado
Tecnologia, usa la ou ser usado
 
Caderno pedagógico informática
Caderno pedagógico informáticaCaderno pedagógico informática
Caderno pedagógico informática
 
Texto 13
Texto 13Texto 13
Texto 13
 
Texto 09
Texto 09Texto 09
Texto 09
 
Ebook: A escola, o digita e o analógico
Ebook: A escola, o digita e o analógicoEbook: A escola, o digita e o analógico
Ebook: A escola, o digita e o analógico
 
Ebook: A escola, o digital e o analógico
Ebook: A escola, o digital e o analógicoEbook: A escola, o digital e o analógico
Ebook: A escola, o digital e o analógico
 
Apresentação final oficinas tic 2
Apresentação final oficinas tic 2Apresentação final oficinas tic 2
Apresentação final oficinas tic 2
 
Fafica outubro 2010
Fafica outubro 2010Fafica outubro 2010
Fafica outubro 2010
 
Portfolio pco elizabeth_batista_26.02.2016
Portfolio pco elizabeth_batista_26.02.2016Portfolio pco elizabeth_batista_26.02.2016
Portfolio pco elizabeth_batista_26.02.2016
 
Tarefa da 4ª semana - Conteúdo: Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação
Tarefa da 4ª  semana - Conteúdo: Ambientes Virtuais e Mídias de ComunicaçãoTarefa da 4ª  semana - Conteúdo: Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação
Tarefa da 4ª semana - Conteúdo: Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação
 
O tecnófilo tecnologia e praticas educativas
O tecnófilo  tecnologia e praticas educativasO tecnófilo  tecnologia e praticas educativas
O tecnófilo tecnologia e praticas educativas
 

Mais de Hélder Pereira

Bibliografia anotada sobre a PEL's
Bibliografia anotada sobre a PEL'sBibliografia anotada sobre a PEL's
Bibliografia anotada sobre a PEL's
Hélder Pereira
 
First life @ Second Life
First life @ Second LifeFirst life @ Second Life
First life @ Second Life
Hélder Pereira
 

Mais de Hélder Pereira (14)

Avaliação Pedagógica em Contextos Elearning: três reflexões em torno da adequ...
Avaliação Pedagógica em Contextos Elearning: três reflexões em torno da adequ...Avaliação Pedagógica em Contextos Elearning: três reflexões em torno da adequ...
Avaliação Pedagógica em Contextos Elearning: três reflexões em torno da adequ...
 
Materiais e recursos para elearning rea repositórios
Materiais e recursos para elearning rea repositóriosMateriais e recursos para elearning rea repositórios
Materiais e recursos para elearning rea repositórios
 
Bibliografia Anotada - Materiais e recursos para elearning - REA
Bibliografia Anotada - Materiais e recursos para elearning - REABibliografia Anotada - Materiais e recursos para elearning - REA
Bibliografia Anotada - Materiais e recursos para elearning - REA
 
Helderpereira ava2015 relatorioi_mooc
Helderpereira ava2015 relatorioi_moocHelderpereira ava2015 relatorioi_mooc
Helderpereira ava2015 relatorioi_mooc
 
Bibliografia anotada sobre a PEL's
Bibliografia anotada sobre a PEL'sBibliografia anotada sobre a PEL's
Bibliografia anotada sobre a PEL's
 
Ambientes Três Personalidades de Portugal - MPEL8 Abril 2015
Ambientes Três Personalidades de Portugal - MPEL8 Abril 2015Ambientes Três Personalidades de Portugal - MPEL8 Abril 2015
Ambientes Três Personalidades de Portugal - MPEL8 Abril 2015
 
Três Personalidades de Portugal - MPEL8 - Second Life Presentation
 Três Personalidades de Portugal - MPEL8 - Second Life Presentation Três Personalidades de Portugal - MPEL8 - Second Life Presentation
Três Personalidades de Portugal - MPEL8 - Second Life Presentation
 
Ambientes virtuais de aprendizagem - Três Personalidades de Portugal - Texto
Ambientes virtuais de aprendizagem - Três Personalidades de Portugal - TextoAmbientes virtuais de aprendizagem - Três Personalidades de Portugal - Texto
Ambientes virtuais de aprendizagem - Três Personalidades de Portugal - Texto
 
Helderpereira ava2015 atv1_tarefa2
Helderpereira ava2015 atv1_tarefa2Helderpereira ava2015 atv1_tarefa2
Helderpereira ava2015 atv1_tarefa2
 
First life @ Second Life
First life @ Second LifeFirst life @ Second Life
First life @ Second Life
 
Bibliografia Anotada
Bibliografia AnotadaBibliografia Anotada
Bibliografia Anotada
 
Helderpereira ava2015 atv0
Helderpereira ava2015 atv0Helderpereira ava2015 atv0
Helderpereira ava2015 atv0
 
Reflexão Final
Reflexão FinalReflexão Final
Reflexão Final
 
Jean Baudrillard
Jean BaudrillardJean Baudrillard
Jean Baudrillard
 

Recensão equipa capa 2015

  • 1. Página 1 de 6 Recensão Crítica – Equipa CAPA A presente recensão crítica insere-se no desenvolvimento da atividade número cinco da unidade curricular Educação e Sociedade em Rede, do mestrado em Pedagogia do Elearning da Universidade Aberta. Os objetos de análise da nossa recensão crítica são os vídeos:  Students Helping Students. Spring 2010 Class of Digital Ethnography. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_npqbMKzHl8;  A Vision of Students Today. Michael Wesch em colaboração com 200 alunos da Kansas State University, BY-NC-SA license. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dGCJ46vyR9o;  The Machine is (Changing) Us: YouTube and the Politics of Authenticity. Apresentado em 2009 Personal Democracy Forum at Jazz at Lincoln Center. Diponível em: https://www.youtube.com/watch?v=09gR6VPVrpw;  The Machine is Us/ing Us. Michael Wesch, BY-NC-SA license. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NLlGopyXT_g. O mentor dos vídeos é Michael Lee Wesch, professor associado de Antropologia Cultural na Kansas State University. O seu trabalho é reconhecido na área da ecologia dos meios de comunicação quanto à etnografia digital, explorando usos humanos da tecnologia digital. Vencedor de vários prémios, destacamos a 20 de novembro de 2008 o prémio de Professor do Ano pela CASE e pela Fundação Carnegie para o Avanço do Ensino. No que respeita ao primeiro vídeo mencionado, Students Helping Students, com a duração de 4,53 minutos, promove-se o projeto K-State Proud, de entreajuda dos alunos da Kansas State University. O próprio título reflete essa entreajuda e transmite claramente a mensagem que Wesch pretende transmitir: o impacto que um grupo de pessoas que se unem pelo mesmo objetivo tem na vida de uma pessoa. De uma forma alegre e divertida, Wesch descreve como o projeto K-State Proud beneficiou alunos, cujas histórias de vida são dramáticas. Este vídeo reflete os mais básicos instintos do ser humano, somos sociais e sentimos empatia pelos da nossa espécie e estas caraterísticas podem ser ampliadas com a existência das redes sociais que habitam o território digital. As comunidades aumentam e com elas o seu alcance na
  • 2. Página 2 de 6 obtenção de objetivos positivos. Aqui são só abordados os aspetos positivos porque são esses que se pretende fomentar, mas não podemos esquecer que muitas redes sociais com objetivos bem mais sinistros também já atuam nestas redes. No segundo, A Vision of Students Today, com a duração de 4,44 minutos, promove-se a reflexão sobre o estado atual da educação e aquilo que a tecnologia tem a oferecer para o engajamento dos alunos. Resumem-se algumas das características mais importantes dos estudantes de hoje: como aprendem, o que precisam para aprender, os seus objetivos, esperanças, sonhos, o que as suas vidas serão, como e que tipos de mudanças irão ocorrer nas suas vidas. Neste vídeo a mensagem que está implícita é que devemos refletir na forma como nos podemos aproximar dos alunos de hoje. A tecnologia tem aqui um papel muito importante, uma vez que está bem presente na vida dos estudantes. Importa refletir sobre este vídeo, porque a educação é a base para a construção do futuro. A realidade apresentada ainda é a vivida na maioria dos locais de ensino, existindo um desfasamento entre a realidade vivida pelos alunos e as instituições educacionais. Ao analisarmos o vídeo falta apenas uma informação, qual o investimento em tecnologia e na sua aplicação, pois não devemos desvincular o papel do Estado como principal investidor num processo que vai garantir a sua continuidade. É importante meditar seriamente como devemos aproveitar o que já está acessível à maior parte dos estudantes, de forma a não perdermos tempo e rentabilizarmos ao máximo a aquisição e manuseamento de conhecimento. Facebook®, Youtube®, Websites são muitos dos recursos utilizados pelos alunos e esta será a forma mais eficaz de aproximação e de obtenção de resultados mais eficazes, sem desperdício de recursos, como um livro que não vai ser lido ou uma sala de aula, na qual os alunos estão presentes fisicamente, mas cuja atenção não está centrada no que lá se passa. Muitos alunos consideram que a tecnologia pode ser a solução, aproximando-nos daquilo que realmente importa. O terceiro vídeo, The Machine is (Changing) Us: YouTube and the Politics of Authenticity, tem a duração de 33,44 minutos e traduz a participação de Wesch na Conferência apresentada no Personal Democracy Forum de 2009, no Lincoln Center, sobre os novos meios de informação e as novas formas de interação que emergem no YouTube®. Iniciando a sua palestra com a referência a duas obras sobre a sociedade em 1984, lembra que na sociedade do Big Brother® os livros foram relegados e os factos verídicos ocultados à população, transparecendo a sociedade infoxicada, que consome informação cegamente, o que confere aos meios de comunicação uma natureza ecológica específica. Eles moldam as conversações e apontam para
  • 3. Página 3 de 6 um esvaziamento da dimensão social, agora fortemente patrocinada pelos meios de comunicação. Com o fenómeno da Web 2.0 e dos novos meios de informação e comunicação, um novo momento de nos explorarmos e reencontrarmos surge e ganha evidência. É esta a base do estudo do palestrante com os seus alunos, tendo por objetivo observar os comportamentos atuais no YouTube. A grande conclusão foi que existe um desbloqueio da personalidade, a recognição, que nos leva a refletir sobre nós próprios, ao nos revermos digitalmente na interação com os outros. A esta observação Wesch designa de inversão cultural, uma autenticidade individual e liberdade de expressão, gerando novas formas de auto-conhecimento. Assim, o Whatever, que a meio da palestra Wesch havia apontado como sinónimo de indiferença geracional, ganha, atualmente, um novo significado de manifestação cultural: "I care. Let's do whatever it take…by whatever means necessary!". O orador salienta a revolução cultural que pode advir desta nova ferramenta, no entanto no final afirma que ainda estamos a tentar descobrir a melhor forma de a manejarmos e sabermos tirar partido dela, sem nos deixarmos arrastar pelo histerismo da novidade e da supremacia da tecnologia. Ao utilizarmos o Youtube® devemos saber dominar algumas ferramentas tecnológicas para não sermos arrastados no turbilhão de informação que existe e que torna difícil a pesquisa do material realmente relevante, para não nos expormos de forma incorreta abrindo portas para a privacidade que pretendemos manter. Ao criarmos um conteúdo devemos ter em atenção a forma e contexto para que seja corretamente interpretado. Também devemos ter em atenção que o conteúdo não é controlado e por isso podemos acabar por aceder a material perturbador. Ficou claro que muitos procuram através desta plataforma encontrar um meio onde se possam afirmar e auto consciencializar. Por fim, o quarto vídeo, The Machine is Us/ing Us, com a duração de 4,33 minutos, que reflete as potencialidades da Web 2.0 e a virtualização do real. Em comparação com a escrita em papel, o hipertexto mostra-se mais flexível, podendo estar entreligado e estabelecendo uma rede muito abrangente a qualquer momento e em qualquer lugar. A passagem do HTML ao XML trouxe alterações relevantes. Enquanto o HTML preocupa-se em formatar dados em etiquetas, o XML estrutura a informação que se pretende armazenar, nomeadamente a estrutura, a marca, a lógica própria da informação. Quem irá organizar toda a informação disponível na rede? Nós todos, com base em etiquetas que vamos dando às informações. A rede usa-nos e é o nosso reflexo. A Web 2.0 conecta e liga pessoas, lugares, tempos. Há que se reavaliar todos os direitos autorais e intencionalidades na rede, bem como a reconfiguração das relações. Este vídeo
  • 4. Página 4 de 6 espelha bem a forma como nos relacionamos com a máquina/ tecnologia. Por um lado, utilizamos a máquina para divulgação da nossa informação, sendo que somos nós que a controlamos e organizamos na rede… ao mesmo tempo que a “máquina nos usa”, pois é o nosso reflexo, porque afinal… “the machine is us”. Independentemente das críticas apontadas a Wesch, a verdade é que a escola está desadequada ao tempo atual e a necessidade de mudança de paradigma é uma realidade, promovida em grande escala pelo advento das novas tecnologias. É este o grande foco de Wesch, a necessidade de adequarmos as práticas docentes à sociedade em rede em que vivemos, que promovam interações no ciberespaço e concretizem atividades pedagógicas de sucesso. Michael Wesch deixa-nos em cada um dos vídeos aqui analisados mensagens óbvias e nas quais a tecnologia é referida no que respeita à sua evolução de forma bem elucidativa, o que nos leva mesmo a interrogar sobre o futuro, tal é a velocidade vertiginosa a que a mesma avança. Aponta assim a Web 2.0 e os novo meios de comunicação como formas facilitadores dessa mudança de paradigma. A tecnologia surge como forma de socializar, mas também como forma de aprender e evoluir como ser humano, agora sem barreiras de tempo e de espaço, interagindo numa escala global. A máquina, enquanto produto do social, reflete e espelha esse mesmo social, bem patente na expressão “Educar é estar mais atento às possibilidades do que aos limites”, de Wesch. O modelo atual de educação encontra-se obsoleto e urge uma transformação radical que (re)atraia os alunos à escola e à educação. As necessidades hoje são outras, pois a Internet, as redes, o celular, a multimídia estão revolucionando nossa vida no quotidiano. Cada vez resolvemos mais problemas conectados, a distância. Na educação, porém, sempre colocamos dificuldades para a mudança, sempre achamos justificativas para a inércia ou vamos mudando mais os equipamentos do que os procedimentos. A educação de milhões de pessoas não pode ser mantida na prisão, na asfixia e na monotonia em que se encontra. Está muito engessada, previsível, cansativa. (MORAN, 2004). Na sociedade da imagem e do espetáculo e o quadro e o giz já não estão de acordo e já não fazem sentido para os alunos da e-geração. A sala de aula tem de se abrir ao mundo exterior e não fazer com que a escola seja um mundo à parte e desadequado. As novas tecnologias revolucionaram o conhecimento e democratizaram-no e a educação ganhou novas dimensões. Citando Almeida (2005): É importante integrar as potencialidades das tecnologias de informação e comunicação nas atividades pedagógicas, de modo que favoreça a representação textual e hipertextual do pensamento do aluno, a seleção, a articulação e a troca de
  • 5. Página 5 de 6 informações, bem como o registro sistemático de processos e respetivas produções, para que possa recuperá-las, refletir sobre elas, tomar decisões, efetuar as mudanças que se fizerem necessárias, estabelecer novas articulações com conhecimentos e desenvolver a espiral da aprendizagem. A nova configuração colaborativa, construtivista e interacionista da educação evidenciou-se e não podemos fugir a ela enquanto educadores. Só assim se pode promover uma educação adequada e ajustada aos alunos do século XXI. Como Wesch realça “Let’s do whatever it takes….by whatever means necessary”. Assim, os professores têm uma grande responsabilidade: "serem os catalisadores da sociedade do conhecimento” (HARGREAVES, 2003). É fundamental lançarmos mãos à obra, com o apelo de Wesch, para mudarmos as práticas, repensarmos formas alternativas de educação na sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem. Vivemos numa sociedade digital, exigente e competitiva, mas que nos dá a todos um manancial de oportunidades imenso. A educação e a tecnologia caminham lado a lado e há essa preocupação de que o acesso à aprendizagem deva ser cada vez mais acessível, no qual o elearning, fruto dessa mudança, pode ter o papel de facilitar e ajudar a essa nova era educacional. A importância e o grande contributo de Wesch é esse apelo à ação, pois a escola deve preparar o futuro, até porque, “if we teach today as we taught yesterday, we rob our children of tomorrow” (DEWEY, 1916). Concluimos citando Wesch (2009): Taken together, this new media environment demonstrates to us that the idea of learning as acquiring information is no longer a message we can afford to send to our students, and that we need to start redesigning our learning environments to address, leverage, and harness the new media environment now permeating our classrooms. 25 de Janeiro de 2015 Equipa Capa: Ana Melão, António Costa, Daniela Belo e Hélder Pereira
  • 6. Página 6 de 6 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. (2005). Prática e formação de professores na integração de mídias. DEWEY, J. (1916). Democracy and Education. An introduction to the philosophy of education. New York: Free Press. HARGREAVES, A. (2003). O Ensino na Sociedade do Conhecimento: a educação na era da insegurança. Colecção Currículo, Políticas e Práticas. Porto: Porto Editora. MORAN, J. (2004). Educação e Tecnologias: Mudar para valer. WESCH, M. (2009). From Knowledgable to Knowledge-able: Learning in New Media Environments. Disponível em: http://www.academiccommons.org/2014/09/09/from-knowledgable-to- knowledge-able-learning-in-new-media-environments/