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que enquadraram a regra e a 
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intervinha como um órgão de 
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Os mosteiros como 
depósitos de conhecimento 
e de poder 
A incumbência da recolha e 
selecção da herança antiga de 
conhecimento conferia à 
instituição monástica um 
papel de referência na 
ordenação do saber medieval, 
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modulação da própria forma 
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monges tinham um papel
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medieval; centros de poder 
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demasiado brandas e 
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monásticas volta a dar-se 
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meditativa e de oração às 
suas comunidades 
monásticas; esta reacção 
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Mosteiros Cultura Medieval

  • 1. Os mosteiros como os edifícios da cultura medieval Os mosteiros como rede territorial de cultura A fundação de um quadro mental unificador, através da recolha das heranças do conhecimento antigo, como forma de estruturar uma sociedade arrasada, territorialmente disseminada e culturalmente debilitada que os homens medievais encetaram implicou a
  • 2. necessidade de desenvolver formas, instituições, que assegurassem a busca, a guarda, a manutenção e a multiplicação desse bem precioso - o saber. Estas instituições foram os Mosteiros, onde a custódia do saber era confiada aos Monges que tinham como obrigação cultivar a leitura da Bíblia e a oração, negando os textos pagãos; a "regula de San Benedicti", redigida por Bento de Núrcia no ano de
  • 3. 52972, foi a base das regras monásticas durante a organização do Império de Carlo Magno, no século IX73, sendo reformada em 817 por Bento de Aniane74, nestas regras ficaram consolidadas, na força da letra, as tarefas que definem a vida monástica organizada do renascimento carolíngio: a ordem de copiar os textos sagrados e clássicos, educar os filhos da nobreza, enterrar os mortos, cultivar as terras
  • 4. incultas e nelas construir edifícios75. A função de recordação e culto do texto das instituições monásticas do medieval conforma a disciplina adaptada ao desenvolvimento do saber; é o estabelecimento das condições não só para a inauguração de uma instituição determinada a recolher e a ordenar o saber divino, mas também para a expansão e conquista do território por imposição da
  • 5. sua própria constituição; o mosteiro é a primeira instituição da cultura do Ocidente Cristão e a primeira rede organizada de cultura, de saber e de meditação da tradição Ocidental76. O carácter ascético do monge medieval, debruçado na tarefa da leitura e cópia dos livros, vai encontrar a sua origem nos Anacoretas da antiguidade tardia do Oriente; homens que recusavam a vida em comum da cidade e se
  • 6. isolavam nos limites dos desertos da Síria, Egipto ou Pérsia, para realizarem o seu instinto de salvação individual77; este ascetismo resultava da fuga desses homens à deterioração crescente das cidades. Foram estes projectos individuais de fuga à degradação da civilização que serviram de modelo ao projecto colectivo de ascetismo medieval até ao século XII, onde assentam as bases da revitalização e
  • 7. fundação civilizacional da cultura da Europa Ocidental contemporânea. A etimologia do termo "monagoste" é grega e remete exactamente para uma vida que decorre na solidão; mas após os primeiros séculos da Idade Média cristã, em que a tradição ascética Oriental se mantém desordenada e individual; lentamente, por força da congregação cristã, esta tende a organizar-se em comunidades de monges
  • 8. unidos por uma regra de vida mística de meditação e guarda do saber sagrado; foi a força deste carácter comunitário que possibilitou a sua expansão e desenvolvimento, foi a regra e a obediência que asseguraram o vínculo comunitário e foi o quadro mental e a estrutura social que enquadraram a regra e a obediência que determinaram o sucesso do monge medieval.
  • 9. "Persuadido pelo seu Clero da iminência do fim dos tempos, o século XI colocou o seu ideal (...) nos próprios princípios do monaquismo. No seio dos grandes espaços mal desbravados, entre populações curvadas ao peso da sua miséria e que os espasmos duma ansiedade latente agitavam, erguiam-se ao lado dos castelos, onde velavam os soldados do século, outras fortalezas, lugares de asilo e de
  • 10. esperança, e o assalto dos exércitos demoníacos quebrava-se contra as defesas. Eram os mosteiros. (...) Nesse tempo, o indivíduo não contava, perdia-se no seio do grupo onde as iniciativas de cada um se fundiam imediatamente em acções e responsabilidades comuns. (...) Estes agentes de redenção colectiva eram os monges. O mosteiro intervinha como um órgão de compensação espiritual.
  • 11. Captava o perdão divino e distribuía-o em seu redor" . Os mosteiros como depósitos de conhecimento e de poder A incumbência da recolha e selecção da herança antiga de conhecimento conferia à instituição monástica um papel de referência na ordenação do saber medieval, um papel crucial na modulação da própria forma da cultura medieval. Os monges tinham um papel
  • 12. activo na determinação da própria forma da liturgia divina. A justificação da estrutura e da unidade de toda a sociedade medieval era guardada nos scriptoria e bibliotecas dos mosteiros. O carácter sagrado da instituição monástica conferia-lhe a legitimidade para a propagação de um saber divino que definia a propagação da sua própria preponderância. As instituições monásticas
  • 13. eram, desta forma, centros de poder incontornáveis no contexto da sociedade medieval; centros de poder baseados na determinância do conhecimento e do saber, e na permanência e objectividade da forma escrita78. A influência do controlo deste saber divino atravessava toda a cristandade medieval; a interdependência social implicava compromissos que asseguravam o equilíbrio da
  • 14. sociedade: a estrutura feudal e régia que financiava a instalação do clero, e especialmente dos monges, no território e os auxiliava na propagação da ordem divina que os justificava buscava, no próprio fundamento divino da hierarquização estabelecida nas escrituras, a legitimação do seu poder; o clero e os monges, tentando solidificar e aumentar o seu protagonismo e influência social, sem porem em causa o
  • 15. financiamento da sua expansão; seria ainda de ter em conta as tensões entre o clero secular e os abades das ordens religiosas, que competiam no equilíbrio entre a força do saber e o poder de evangelizar, de forma a consolidar a sua importância na hierarquia da Igreja. Neste contexto, a história do monaquismo é também a história dos afectos dos diversos poderes a respeito do desenvolvimento
  • 16. da cultura, e está cunhada por episódios de seduções, críticas e tensões que determinaram mesmo as características da conservação, transmissão e fundação do conhecimento. Neste intrincado jogo de forças e de interesses que marcou o desenvolvimento da sociedade medieval, as instituições monásticas não se mostraram somente meditativas, antes bastante activas e atentas às
  • 17. transformações sociais que ocorriam, reformando-se ou reformulando-se, multiplicando os campos da sua intervenção, sempre legitimadas e legitimadoras pelo saber divino que transportavam, que as caracterizava e lhes conferia significado: exemplo paradigmático desta capacidade adaptativa são, a partir do século XII, as ordens militares que lançaram os monges nas
  • 18. campanhas armadas das cruzadas para conquistarem os lugares sagrados de Cristo no Reino de Jerusalém (são três as ordens militares religiosas: a do Santo Sepulcro de Jerusalém, a do Hospital de S. João de Jerusalém, conhecida por Ordem dos Hospitalários, conhecida bastante mais tarde, no século XVI, de Malta, por ali ter estabelecido a sua sede, e os do Templo ou Templários). Mas a
  • 19. consolidação do poder monástico e a definitiva expansão territorial dos Mosteiros no espaço da Europa Ocidental deu-se com a reforma que segue o exemplo do êxito de Cluny, um mosteiro beneditino fundado por Guilherme de Aquitânia , que serviu de modelo à refundação das instituições monásticas a partir do século X, reunindo sobre a ordem da regra beneditina de Cluny uma
  • 20. série de pequenos mosteiros dispersos, com regras demasiado brandas e inconsequentes para as necessidades da grande empresa monástica. Este desígnio de reforma e de consolidação das instituições monásticas volta a dar-se com um significado importante no século XII, com a reforma de Cister, fundada por Roberto de Molesme em 1098, a qual ficará para sempre
  • 21. identificada, pela estruturação e estabilização dos seus textos, com Bernardo de Claraval (1090- 1153)82, que vem restabelecer a ordem ascética, reintroduzindo a primazia meditativa e de oração às suas comunidades monásticas; esta reacção reformista de retorno aos princípios fundacionais do monaquismo dá-se por reacção ao anúncio das transformações culturais e
  • 22. sociais do tardo medieval83. Estas duas reformas contribuíram para a definitiva consolidação do monaquismo medieval, assegurando a definitiva construção do território, com a fundação ou refundação de diversos mosteiros, cumprindo assim o desígnio edificatório que as suas regras determinam. Texto e edifício são os elementos que mais beneficiam da regra monástica. No contexto da
  • 23. sociedade medieval, o saber e a construção determinam a possibilidade da própria consolidação da civilização que o homem da Idade Média pretende fundar; o monge reúne ambas: mediador entre os símbolos construtivos e as letras, administrador das imagens que ilustram os livros e que são representados nas esculturas dos edifícios, as ordens monásticas
  • 24. determinam com a sua regra e o seu modelo a forma do edifício e a temática da decoração, desenham as características da cerimónia litúrgica e disseminam esse modelo com a sua expansão e conquista do território; ou seja, estabelecem a estrutura do território com uma rede de edifícios e um modelo de ocupação que permitiu fertilizar os campos e deu um
  • 25. contributo fundamental para o repovoamento e a explosão demográfica que se dá nos finais do século XII; ou seja, as ordens monásticas com os seus princípios deram um contributo fundamental para restabelecer a civilização e a cultura no espaço da Europa Ocidental