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Poeta, dramaturgo e
romancista, Ariano Vilar Suassuna
nasceu na cidade da Paraíba (hoje
João Pessoa), capital do Estado da
Paraíba, a 16 de junho de 1927. Seu
pai, João Suassuna, exercia, à
época, mandato de “Presidente”, o que
correspondia ao atual cargo de
Governador. Terminado
      seu mandato, João Suassuna deixa
              o litoral e volta ao sertão,
              sua terra de origem,
              fixando-se na fazenda
            “Acauhan”, no município de
            Sousa.
Em 9 de outubro de 1930, quando
Ariano contava apenas três anos de
idade, João Suassuna, então
Deputado Federal, é assassinado no
Rio de Janeiro, vítima das divisões e
lutas políticas ligadas à Revolução
de 30. É no Sertão da Paraíba que
Ariano passa boa parte da infância,
primeiro na “Acauhan”, depois no
  município de Taperoá. Em 1942, a
           família Suassuna fixa-se
            em Recife, capital de
            Pernambuco.
É em Recife que Ariano inicia a sua
                                                  Noturno
vida literária, com a publicação do     [...]
poema Noturno, a 07 de outubro de       Que vale a natureza sem teus
1945, no Jornal do Commercio. Ao        Olhos,
ingressar na Faculdade de Direito, em   ó Aquela por quem meu
1946, liga-se ao grupo de estudantes    Sangue pulsa?
que retoma, sob nova inspiração
teórica, o Teatro do Estudante de       Da terra sai um cheiro bom
Pernambuco (TEP). Mais do que um        de vida
movimento teatral, o TEP foi um         e nossos pés a Ela estão
   movimento de revalorização da        ligados.
             cultura brasileira, com    Deixa que teu cabelo, solto
              atuação em várias áreas   ao vento,
               da criação artística.    abrase fundamente as
                                        minhas mão...
                                        [...]
De 1946 a 1948, são publicados, em
revistas e suplementos de jornais, seus
primeiros poemas ligados ao
Romanceiro Popular Nordestino,
universo de poemas e canções que
inclui desde a poesia improvisada
dos cantadores até a Literatura de
Cordel e de tradição oral decorada.
É partindo principalmente dos
folhetos do Romanceiro que
  Suassuna vai encontrar o caminho
             para criar toda a sua
             obra teatral. Em 1947,
              escreve a sua primeira
            peça, Uma Mulher Vestida
           de Sol.
No ano seguinte, estréia em palco com
Cantam as Harpas de Sião, depois
rescrita sob o título de O Desertor de
Princesa (1958). Ainda estudante de
Direito, escreve Os Homens de Barro
(1949) e o Auto de João da Cruz, esta no
ano de sua formatura (1950). Em
1951, em Taperoá, para onde vai a fim
de curar-se do pulmão, escreve e
encena, com mamulengos, o entremez
Torturas
      de um Coração ou Em Boca
             Fechada Não Entra
             Mosquito. Esta peça é
               extremamente
             importante no teatro de
            Suassuna.
Em primeiro lugar, porque, a
exemplo de outros entremezes,
serviu como núcleo inicial de uma
peça maior, A Pena e a Lei. Depois,
porque Torturas é o primeiro
trabalho de Suassuna ligado ao
campo do Cômico. Até aí, Suassuna
somente se dedicava à composição
de tragédias – excetuando-se o
Auto de João da Cruz, um drama
    sacramental. Após Torturas, o
            autor escreve mais uma
             tragédia, O Arco
             Desolado (1952), para
          então dedicar-se às
           comédias que o
          deixaram famoso:
Auto da Compadecida (1955), O
Casamento Suspeitoso (1957), O Santo e
a Porca (1957), A Pena e a Lei (1959) e
Farsa da Boa Preguiça (1960), para
mencionar as peças publicadas em livro
e sem considerar outros entremezes,
todas comédias importantíssimas para o
teatro brasileiro contemporâneo. A
partir da encenação, no Rio de Janeiro,
do Auto da Compadecida, em janeiro
de 1957, durante o Primeiro Festival de
       Amadores Nacionais, Suassuna é
                alçado à condição de um
                dos nossos maiores
               dramaturgos.
Premiada com a “Medalha de Ouro”
da Associação Brasileira de Críticos
Teatrais, no mesmo ano a peça é
publicada em livro. Encenado em
diversos países, o Auto encontra-se
editado em vários idiomas, dentre os
quais o alemão, o francês, o inglês, o
espanhol e o italiano, e recebeu, até
hoje, três versões para o cinema. A
partir de 1956, com A História do
    Amor de Fernando e Isaura,
               versão nordestina de
               Tristão e Isolda, Ariano
               passa a dedicar-se,
             também, ao romance.
No mesmo ano, inicia carreira docente
na Universidade Federal de
Pernambuco, onde irá lecionar várias
disciplinas ligadas à Arte e à Cultura,
até se aposentar, em 1989. Em 1959,
funda, com Hermilo Borba Filho, o
Teatro Popular do Nordeste (TPN). Em
1960, forma-se em Filosofia pela
Universidade Católica de Pernambuco.
De 1958 a 1970, trabalha em um longo
romance, editado em 71 – o Romance
     d‟A Pedra do Reino e o Príncipe
           do Sangue do Vai-e-Volta,
            saudado pela crítica como
        um dos mais importantes
          romances da Língua
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Suassuna chama-o “romance armorial-popular
brasileiro”, na intenção de vinculá-lo ao Movimento
Armorial, por ele idealizado e lançado oficialmente no
Recife, a 18 de outubro de 1970. Segundo o próprio
Suassuna, “a Arte Armorial Brasileira tem como traço
comum principal a ligação com o espírito mágico dos
„folhetos‟ do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura
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„cantares‟, e com a Xilogravura que
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          espírito e a forma das Artes e
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         relacionados”.
Em 1976, torna-se Livre Docente da
UFPE, defendendo a Tese A Onça
Castanha e a Ilha Brasil – Uma
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ainda inédita. De 1975 a 1977, publica,
em folhetins semanais, no Diário de
Pernambuco, duas partes da História
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iniciada com A Pedra do Reino.
Em 1987, retorna ao teatro com As Conchambranças de
Quaderna, trazendo pela primeira vez ao palco o mesmo
personagem do seu romance, Dom Pedro Dinis Ferreira-
Quaderna, o Decifrador. Em 1990, toma posse na Academia
Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 1989.
Ingressa, depois, nas Academias de Letras de Pernambuco (1993) e da
Paraíba (2000). Atualmente, dedica-se à escritura de um novo
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  • 2. Poeta, dramaturgo e romancista, Ariano Vilar Suassuna nasceu na cidade da Paraíba (hoje João Pessoa), capital do Estado da Paraíba, a 16 de junho de 1927. Seu pai, João Suassuna, exercia, à época, mandato de “Presidente”, o que correspondia ao atual cargo de Governador. Terminado seu mandato, João Suassuna deixa o litoral e volta ao sertão, sua terra de origem, fixando-se na fazenda “Acauhan”, no município de Sousa.
  • 3. Em 9 de outubro de 1930, quando Ariano contava apenas três anos de idade, João Suassuna, então Deputado Federal, é assassinado no Rio de Janeiro, vítima das divisões e lutas políticas ligadas à Revolução de 30. É no Sertão da Paraíba que Ariano passa boa parte da infância, primeiro na “Acauhan”, depois no município de Taperoá. Em 1942, a família Suassuna fixa-se em Recife, capital de Pernambuco.
  • 4. É em Recife que Ariano inicia a sua Noturno vida literária, com a publicação do [...] poema Noturno, a 07 de outubro de Que vale a natureza sem teus 1945, no Jornal do Commercio. Ao Olhos, ingressar na Faculdade de Direito, em ó Aquela por quem meu 1946, liga-se ao grupo de estudantes Sangue pulsa? que retoma, sob nova inspiração teórica, o Teatro do Estudante de Da terra sai um cheiro bom Pernambuco (TEP). Mais do que um de vida movimento teatral, o TEP foi um e nossos pés a Ela estão movimento de revalorização da ligados. cultura brasileira, com Deixa que teu cabelo, solto atuação em várias áreas ao vento, da criação artística. abrase fundamente as minhas mão... [...]
  • 5. De 1946 a 1948, são publicados, em revistas e suplementos de jornais, seus primeiros poemas ligados ao Romanceiro Popular Nordestino, universo de poemas e canções que inclui desde a poesia improvisada dos cantadores até a Literatura de Cordel e de tradição oral decorada. É partindo principalmente dos folhetos do Romanceiro que Suassuna vai encontrar o caminho para criar toda a sua obra teatral. Em 1947, escreve a sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol.
  • 6. No ano seguinte, estréia em palco com Cantam as Harpas de Sião, depois rescrita sob o título de O Desertor de Princesa (1958). Ainda estudante de Direito, escreve Os Homens de Barro (1949) e o Auto de João da Cruz, esta no ano de sua formatura (1950). Em 1951, em Taperoá, para onde vai a fim de curar-se do pulmão, escreve e encena, com mamulengos, o entremez Torturas de um Coração ou Em Boca Fechada Não Entra Mosquito. Esta peça é extremamente importante no teatro de Suassuna.
  • 7. Em primeiro lugar, porque, a exemplo de outros entremezes, serviu como núcleo inicial de uma peça maior, A Pena e a Lei. Depois, porque Torturas é o primeiro trabalho de Suassuna ligado ao campo do Cômico. Até aí, Suassuna somente se dedicava à composição de tragédias – excetuando-se o Auto de João da Cruz, um drama sacramental. Após Torturas, o autor escreve mais uma tragédia, O Arco Desolado (1952), para então dedicar-se às comédias que o deixaram famoso:
  • 8. Auto da Compadecida (1955), O Casamento Suspeitoso (1957), O Santo e a Porca (1957), A Pena e a Lei (1959) e Farsa da Boa Preguiça (1960), para mencionar as peças publicadas em livro e sem considerar outros entremezes, todas comédias importantíssimas para o teatro brasileiro contemporâneo. A partir da encenação, no Rio de Janeiro, do Auto da Compadecida, em janeiro de 1957, durante o Primeiro Festival de Amadores Nacionais, Suassuna é alçado à condição de um dos nossos maiores dramaturgos.
  • 9. Premiada com a “Medalha de Ouro” da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, no mesmo ano a peça é publicada em livro. Encenado em diversos países, o Auto encontra-se editado em vários idiomas, dentre os quais o alemão, o francês, o inglês, o espanhol e o italiano, e recebeu, até hoje, três versões para o cinema. A partir de 1956, com A História do Amor de Fernando e Isaura, versão nordestina de Tristão e Isolda, Ariano passa a dedicar-se, também, ao romance.
  • 10. No mesmo ano, inicia carreira docente na Universidade Federal de Pernambuco, onde irá lecionar várias disciplinas ligadas à Arte e à Cultura, até se aposentar, em 1989. Em 1959, funda, com Hermilo Borba Filho, o Teatro Popular do Nordeste (TPN). Em 1960, forma-se em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco. De 1958 a 1970, trabalha em um longo romance, editado em 71 – o Romance d‟A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, saudado pela crítica como um dos mais importantes romances da Língua Portuguesa.
  • 11. Suassuna chama-o “romance armorial-popular brasileiro”, na intenção de vinculá-lo ao Movimento Armorial, por ele idealizado e lançado oficialmente no Recife, a 18 de outubro de 1970. Segundo o próprio Suassuna, “a Arte Armorial Brasileira tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos „folhetos‟ do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus „cantares‟, e com a Xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados”.
  • 12. Em 1976, torna-se Livre Docente da UFPE, defendendo a Tese A Onça Castanha e a Ilha Brasil – Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira, ainda inédita. De 1975 a 1977, publica, em folhetins semanais, no Diário de Pernambuco, duas partes da História d‟O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão, segundo volume da trilogia iniciada com A Pedra do Reino.
  • 13. Em 1987, retorna ao teatro com As Conchambranças de Quaderna, trazendo pela primeira vez ao palco o mesmo personagem do seu romance, Dom Pedro Dinis Ferreira- Quaderna, o Decifrador. Em 1990, toma posse na Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 1989.
  • 14. Ingressa, depois, nas Academias de Letras de Pernambuco (1993) e da Paraíba (2000). Atualmente, dedica-se à escritura de um novo romance, com o qual pretende não só rever toda a sua obra, mas concluir a trilogia iniciada com A Pedra do Reino e interrompida com O Rei Degolado.
  • 15. FIM