O documento resume a segunda fase do Modernismo Brasileiro na prosa, entre 1930 e 1945. Apresenta os principais autores do período como Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos e Jorge Amado, e características como o engajamento político e a denúncia social. Também discute obras individuais como O Quinze de Rachel de Queiroz e Memórias de um Cárcere de Graciliano Ramos.
2. Romancede 30: a estéticado compromisso
• Crise de 29;
• Crise cafeeira;
• Revolução de 30;
• Ascensão do nazismo e do fascismo;
• Combate do socialismo;
• Segunda Guerra Mundial;
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3. • A bagaceira –
José Américo de
Almeida, 1929.
O Quinze –
Rachel de
Queiroz, 1930.
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4. • Escritor e político paraibano (10/1/1887-10/3/1980).
Nascido em Areia, é o autor do romance A Bagaceira
(1928), considerado marco da literatura social nordestina
da época. Participa ativamente da Revolução de 1930 e,
após seu êxito, é nomeado interventor na Paraíba.
• É eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1966.
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5. • Na década de 1930, enquanto o rádio – o mais moderno meio de
comunicação de massa da época – encurtava as distâncias,
aproximando o país de ponta, nossa prosa de ficção, com renovada
força criadora, nos punha em contato um Brasil pouco conhecido.
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6. Por meio da obra de grandes autores, desponta um Brasil
multifacetado, apresentado em sua diversidade regional e cultural,
mas com problemas semelhantes em quase todas as regiões: a
miséria, a ignorância, a opressão nas relações de trabalho, as forças da
natureza sobre o homem desprotegido
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7. Características da 2ª fase - prosa
• Denúncia social;
• Regionalismo;
• Engajamento político;
• Análise sociológica e psicológica;
• Novas técnicas na narrativa;
• O romance de 30 constitui um dos
melhores momentos da ficção brasileira.
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8. Principais prosadores da 2ª fase
• Rachel de Queiroz;
• Graciliano Ramos;
• José Lins do Rego;
• Jorge Amado;
• Érico Veríssimo;
• Dionélio Machado.
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9. Rachel de Queiroz (1910-2003)
'' ... A gente nasce e
morre só. E talvez por
isso mesmo é que se
precisa tanto de viver
acompanhado ... ‘’
Rachel de Queiroz
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10. • Nasceu em Fortaleza,
Ceará.
• Foi a primeira mulher a
ingressar na Academia
Brasileira de Letras.
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11. Estreou em 1927, com o pseudônimo de Rita de Queiroz,
publicando trabalho no jornal O Ceará, de que se tornou
afinal redatora efetiva.
12. • Fugindo dos horrores da seca de 1915, em julho de 1917
transfere-se com sua família para o Rio de Janeiro,
fato esse que seria mais tarde aproveitado pela
escritora como tema de seu livro de estréia, "O
Quinze".
13. • Em fins de 1930, publicou o romance O quinze, que
teve inesperada e funda repercussão no Rio de
Janeiro e em São Paulo.
14. • Com vinte anos apenas, projetava-se na vida literária
do país, agitando a bandeira do romance de fundo
social, profundamente realista na sua dramática
exposição da luta secular de um povo contra a
miséria e a seca.
15. Características das obras de
Rachel de Queiroz
• Linguagem enxuta e viva, o nordeste;
• Interesse social;
• O flagelo da seca;
• O coronelismo;
• Preocupação com os traços psicológicos do homem
daquela região que, pressionado por forças atávicas,
aceita fatalisticamente seu destino.
16. • Essa harmonização entre o social e o psicológico
demonstra uma nova tomada de posição na temática
do romance nordestino.
• A mesma abordagem se aplica aos dois romances
seguintes: Caminho de Pedras e As Três Marias. O
primeiro é conscientemente político-social e as
características psicológicas estão aí valorizadas. No
entanto, em As Três Marias elas atingem o seu
máximo.
17.
18. Graciliano Ramos (1892-1953)
Se a única coisa que o homem
terá certeza é a morte; a única
certeza do brasileiro é o carnaval
no próximo ano.
Trecho do livro ‘Em Liberdade’ de
Graciliano Ramos
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19. • Nasceu em Quebrângulo, Alagoas;
• Foi prefeito de Palmeira dos Índios;
• É o principal romancista da geração de 1930;
• Além de ter se dedicado à leitura, o escritor também
exerceu atividades ligadas ao jornalismo, à vida pública e a
política;
• Em 1936, durante o governo Vargas, foi preso sob a
acusação de subversão;
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20. Foi levado para a Ilha Grande, no Estado do Rio de Janeiro,
onde permaneceu dez meses encarcerado.
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21. Memórias de um cárcere – obra que
ultrapassa os limites do pessoal para se
tornar um importante depoimento da
realidade brasileira da época e uma
denúncia do atraso cultural e do
autoritarismo da era Vargas;
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22. Ingressou no partido comunista.
GR na redação da Tribuna Popular,
jornal do Partido Comunista.
Rio de Janeiro, 1945
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24. José Lins do Rego (1901-1957)
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25. • Nasceu no munícipio de Pilar, Paraíba;
• Formou-se em direito, em Recife;
• Atuou como promotor em Maceió, onde escreveu seus
primeiros livros e conviveu com Graciliano Ramos, Jorge de
Lima e Rachel de Queiroz;
• Atuou na imprensa, na vida diplomática e foi eleito para a
Academia Brasileira de Letras pouco antes de morrer.
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26. • Decadência da estrutura social e econômica dos latifúndios e
engenhos da zona açucareira da Paraíba e de Pernambuco;
• Início da modernização, com a chegada das usinas;
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27. Sua obra pode ser dividida em ciclos:
• Ciclo da cana-de-açúcar: Menino de engenho, Doidinho, Banguê,
Fogo morto e Usina;
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28. • Ciclo do cangaço, misticismo e seca: Pedra Bonita e
Cangaceiro;
29. • Obras independentes: romances vinculados aos dois ciclos:
Moleque Ricardo, Pureza, Riacho doce, romances
desvinculados dos ciclos: Água-mãe e Eurídice.
30. Jorge Amado (1912-2001)
"Para fazer uma coisa que
não me diverte tenho que
fazer um esforço muito
grande."
Obs.: Em 1991, sobre
como a militância no PCB
lhe tomava o tempo da
literatura.
Frase de Jorge Amado
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31. • Nasceu em Pirangi, Bahia;
• Trabalhou na imprensa e estudou Direito;
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32. • Politicamente comprometido com ideias socialistas,
participou da Aliança Nacional Libertadora, movimento de
frente popular, e foi preso em 1936;
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33. • Libertado em 1937, morou em Buenos Aires, onde
publicou a biografia de Prestes;
• Foi eleito deputado federal, mas teve cassado seu
mandato político;
• Residiu na França e na União Soviética, tornando-se
mundialmente conhecido;
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34. • Em 1959, ingressou na
Academia Brasileira de Letras;
• Seus livros estão hoje
traduzidos para mais de trinta
línguas.
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35. Características das obras:
• Preocupação político-social;
• Faz denúncias num tom direto, lírico e participante, a
miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes
populares;
• Infância abandonada e delinquente;
• Miséria do negro;
• Cais e pescadores de sua cidade natal;
• Seca, o cangaço;
• A exploração do trabalhador urbano e rural;
• Denúncia do coronelismo latifundiário.
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36. Autor de obras de cunho regionalista e de denúncia social no
início de sua carreira , Jorge Amado passou por diferentes fases
até chegar à última delas, voltada para a crítica de costumes.
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37. As cinco fases do escritor:
• 1 – um primeiro momento de águas-fortes da vida
baiana, rural e citadina (Cacau, Suor), que lhe deram a
fórmula do “romance proletário”;
• 2 – depoimentos líricos, isto é, sentimentais, espraiados
em torno de rixas e amores marinheiros (Jubiabá, Mar
Morto, Capitães da Areia);
• 3 – Um grupo de escritores de pregação partidária (O
Cavaleiro da Esperança, O mundo da paz);
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38. 4 – Alguns grandes afrescos a região do cacau, certamente suas
invenções mais felizes, que animam de tom épico as lutas entre
coronéis e exportadores (Terras do Sem-Fim, São Jorge dos
Ilhéus);
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39. 5 – mais recentemente, crônicas amaneiradas de costumes
provincianos (Gabriela, Cravo e Canela, Dona Flor e Seus Dois
maridos). Nessa linha, formam uma obra à parte, menos pelo
espírito que pela inflexão acadêmica do estilo, as novelas
reunidas em Os Velhos Marinheiros;
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40. Na última fase abandonam-se os esquemas de literatura
ideológica que nortearam os romances de 30 e de 40; e tudo
se dissolve no pitoresco, no “saboroso”, no “gorduroso”, no
apimentado do regional.
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42. • Érico Lopes Veríssimo nasceu em Cruz Alta, em 1905 e
faleceu em Porto Alegre, em 1975.
43. • Romance: Clarissa(1933); Caminhos cruzados(1935);
Música ao longe(1935); Um lugar ao sol(1936); Olhai os
lírios do campo(1938); Saga(1940); O resto é
silêncio(1942); O tempo e o vento: I - O continente(1948),
II - O retrato(1951), III - O arquipélago(1961); O senhor
embaixador(1965); O prisioneiro(1967); Incidente em
Antares(1971).
Conto e novela: Fantoches(1932); Noite(1942).
Memórias: Solo de clarineta I(1973); Solo de clarineta
II(1975).
Publicou ainda várias obras de ficção didática e
literatura infantil, além de narrativas de viagens
44. CARACTERÍSTICAS DAS
OBRAS
• Costuma-se dividir a obra de Érico Veríssimo em três
grupos:
1) Romance urbano: Clarissa, Caminhos cruzados, Um
lugar ao sol, Olhai os lírios do campo, Saga e o Resto
é silêncio.
45. • As obras desta fase registram a vida da pequena
burguesia porto-alegrense, com uma visão otimista,
às vezes lírica, às vezes crítica, e com uma linguagem
tradicional, sem maiores inovações estilísticas.
46. • Desta fase destaca-se Caminhos cruzados,
considerado um marco na evolução do romance
brasileiro. Nele, Érico Veríssimo usa a técnica do
contraponto, desenvolvida por Aldous Huxley (de
quem fora tradutor) e que consiste mesclar pontos de
vista diferentes (do escritor e das personagens) com
a representação fragmentária das situações vividas
pelas personagens, sem que haja no texto um centro
catalisador.
47. 2) Romance histórico: O tempo e o vento. A trilogia de
Érico Veríssimo procura abranger duzentos anos da
história do Rio Grande do Sul, de 1745 a 1945. O primeiro
volume (O continente), narra a conquista de São Pedro
pelos primeiros colonos e é considerado o ponto mais
alto de sua obra.
48. O tempo e o vento (1ª parte) — O continente
– 1949
Publicados originalmente em 1949, a saga de "O Tempo
e o Vento" começa com os dois volumes de "O
Continente". Esta primeira parte da trilogia narra o
nascimento do Estado do Rio Grande do Sul através
das famílias Terra, Caré, Cambará e Amaral.
49. O tempo e o vento (2ª parte) — O retrato –
1951
Rodrigo Terra Cambará decide voltar a sua terra-natal,
Santa Fé, após ter ido estudar medicina em Porto
Alegre. Nesse segundo romance da trilogia
acompanha-se a decadência social de Santa Fé na
passagem para o século 20 causada por interesses e
jogos políticos.
50. O tempo e o vento (3ª parte) — O
arquipélago – 1961
O terceiro e último romance da trilogia "O tempo e o
vento" narra a volta de Rodrigo Cambará à Santa Fé
depois de passar muitos anos no Rio de Janeiro ao
lado do então presidente Getúlio Vargas, seu amigo e
aliado. Assim, o poder da família Terra Cambará, que
era somente local, adquire em "O Arquipélago" um
âmbito nacional. Após o fim do Estado Novo, Rodrigo
está derrotado politicamente e doente. Rodrigo se vê
na luta de não morrer na cama, uma vez que
“Cambará macho não morre na cama”.
51. • 3) Romance político: O senhor embaixador, O
prisioneiro e Incidente em Antares. Escrito durante o
período da ditadura militar, iniciada em 1964,
denunciam os males do autoritarismo e as violações
dos direitos humanos. Desta série destaca-se
Incidente em Antares.