O documento discute o papel da experimentação na construção do conhecimento científico e sua relevância no processo de ensino-aprendizagem. A experimentação desempenhou um papel essencial no desenvolvimento do pensamento científico ao longo da história, desde Aristóteles até os métodos indutivo e dedutivo propostos por Bacon e Descartes. No ensino de ciências, a experimentação é importante para envolver os alunos nos temas e desenvolver suas habilidades cognitivas.
O papel da experimentação no Ensino de Ciênciasblogplec
1) O documento discute o papel da experimentação no ensino de ciências, traçando uma perspectiva histórica desde Aristóteles até os pensadores positivistas.
2) Apresenta diferentes visões sobre a experimentação, desde a observação natural de Aristóteles até a experimentação como um fim em si mesma para Bacon, Descartes e os positivistas.
3) Discutem-se as implicações dessas visões para as práticas de ensino, criticando a aplicação cega do método científico sem reflexão.
Filosofia e ensino de ciências: uma convergência necessária Fabiano Antunes
O documento discute como a filosofia da ciência pode melhorar o ensino de ciências nas escolas. Aborda as ideias de pensadores como Popper, Kuhn, Lakatos e Feyerabend sobre a natureza dinâmica do desenvolvimento científico e como isso pode ser usado para mostrar aos alunos que a ciência não é um conjunto de fatos imutáveis. Também discute como contextualizar historicamente as teorias para evitar distorções e desmotivar os alunos.
O documento discute as diferenças entre senso comum e conhecimento científico. O senso comum é subjetivo, qualitativo e baseado em preconceitos e tradições, enquanto o conhecimento científico é objetivo, quantitativo e baseado em pesquisa e investigação sistemática e metódica para testar teorias de forma coerente e verdadeira. Uma teoria científica organiza fenômenos aparentemente diferentes sob leis e princípios comuns para explicá-los de forma abrangente.
O documento descreve o estatuto do conhecimento científico em 3 frases:
1) A ciência visa a observação e o estudo aprofundado dos fenómenos naturais e sociais, não se limitando a descrever a experiência mas explicando-a por meio de leis;
2) O conhecimento científico é um conhecimento organizado, metódico e sistemático, que se baseia numa investigação planejada e se submete à verificação experimental;
3) Embora a ciência tenha ganhado o e
Este documento discute a interdisciplinaridade e como ela surge da emergência de novas disciplinas e saberes. A autora descreve três tipos de novas ciências interdisciplinares - ciências de fronteira, interdisciplinas e interciências - e discute exemplos em cada categoria. Além disso, a autora propõe uma tipologia de práticas interdisciplinares, incluindo importação, cruzamento, convergência, descentralização e comprometimento.
1) O documento discute a influência da sociologia funcionalista, especialmente de Durkheim, nos estudos organizacionais.
2) Analisa a emergência das ciências sociais a partir do século XVIII e como Durkheim desenvolveu uma abordagem funcionalista influenciada pelo positivismo.
3) Discute os principais expoentes iniciais do funcionalismo como Comte e Spencer e como isso influenciou o pensamento de Durkheim e o desenvolvimento da sociologia como disciplina.
O documento discute as perspectivas atuais do ensino das ciências cognitivas em 3 frases:
1) Aborda as concepções alternativas dos alunos, como teorias bem articuladas sobre como o mundo funciona, e estratégias para promover a mudança conceptual.
2) Explora o conhecimento do professor e do aluno, e como as estratégias de ensino devem se basear em um processo de resolução de problemas de natureza construtivista.
3) Discutem condições para a mudança conceptual, como insatisfação
O documento discute o que é ciência, apresentando diferentes definições e classificações. Aborda os tipos de conhecimento, características do conhecimento científico, elementos e métodos da ciência como dedutivo, indutivo e hipotético-dedutivo. Discorre também sobre a relação entre ciência e ética.
O papel da experimentação no Ensino de Ciênciasblogplec
1) O documento discute o papel da experimentação no ensino de ciências, traçando uma perspectiva histórica desde Aristóteles até os pensadores positivistas.
2) Apresenta diferentes visões sobre a experimentação, desde a observação natural de Aristóteles até a experimentação como um fim em si mesma para Bacon, Descartes e os positivistas.
3) Discutem-se as implicações dessas visões para as práticas de ensino, criticando a aplicação cega do método científico sem reflexão.
Filosofia e ensino de ciências: uma convergência necessária Fabiano Antunes
O documento discute como a filosofia da ciência pode melhorar o ensino de ciências nas escolas. Aborda as ideias de pensadores como Popper, Kuhn, Lakatos e Feyerabend sobre a natureza dinâmica do desenvolvimento científico e como isso pode ser usado para mostrar aos alunos que a ciência não é um conjunto de fatos imutáveis. Também discute como contextualizar historicamente as teorias para evitar distorções e desmotivar os alunos.
O documento discute as diferenças entre senso comum e conhecimento científico. O senso comum é subjetivo, qualitativo e baseado em preconceitos e tradições, enquanto o conhecimento científico é objetivo, quantitativo e baseado em pesquisa e investigação sistemática e metódica para testar teorias de forma coerente e verdadeira. Uma teoria científica organiza fenômenos aparentemente diferentes sob leis e princípios comuns para explicá-los de forma abrangente.
O documento descreve o estatuto do conhecimento científico em 3 frases:
1) A ciência visa a observação e o estudo aprofundado dos fenómenos naturais e sociais, não se limitando a descrever a experiência mas explicando-a por meio de leis;
2) O conhecimento científico é um conhecimento organizado, metódico e sistemático, que se baseia numa investigação planejada e se submete à verificação experimental;
3) Embora a ciência tenha ganhado o e
Este documento discute a interdisciplinaridade e como ela surge da emergência de novas disciplinas e saberes. A autora descreve três tipos de novas ciências interdisciplinares - ciências de fronteira, interdisciplinas e interciências - e discute exemplos em cada categoria. Além disso, a autora propõe uma tipologia de práticas interdisciplinares, incluindo importação, cruzamento, convergência, descentralização e comprometimento.
1) O documento discute a influência da sociologia funcionalista, especialmente de Durkheim, nos estudos organizacionais.
2) Analisa a emergência das ciências sociais a partir do século XVIII e como Durkheim desenvolveu uma abordagem funcionalista influenciada pelo positivismo.
3) Discute os principais expoentes iniciais do funcionalismo como Comte e Spencer e como isso influenciou o pensamento de Durkheim e o desenvolvimento da sociologia como disciplina.
O documento discute as perspectivas atuais do ensino das ciências cognitivas em 3 frases:
1) Aborda as concepções alternativas dos alunos, como teorias bem articuladas sobre como o mundo funciona, e estratégias para promover a mudança conceptual.
2) Explora o conhecimento do professor e do aluno, e como as estratégias de ensino devem se basear em um processo de resolução de problemas de natureza construtivista.
3) Discutem condições para a mudança conceptual, como insatisfação
O documento discute o que é ciência, apresentando diferentes definições e classificações. Aborda os tipos de conhecimento, características do conhecimento científico, elementos e métodos da ciência como dedutivo, indutivo e hipotético-dedutivo. Discorre também sobre a relação entre ciência e ética.
O documento é uma resenha crítica de um capítulo do livro "Metodologia do Trabalho Científico" de Antônio J. Severino. A resenha descreve os principais pontos abordados por Severino sobre a teoria e prática científica, incluindo a metodologia da pesquisa científica, os paradigmas epistemológicos e as diferentes abordagens nas ciências naturais e humanas.
O documento discute a interdisciplinaridade na ciência, definindo-a como a estabilização institucional e epistemológica de rotinas de cruzamento entre disciplinas, resultando em novas áreas do conhecimento. O texto também descreve sete tipos de práticas interdisciplinares, como a importação de conceitos entre campos, o cruzamento de perspectivas em torno de objetos de estudo, e esforços de solução de problemas complexos que exigem abordagens múltiplas.
O documento resume as principais concepções de ciência ao longo da história, incluindo a concepção racionalista, empirista e construtivista. Também discute classificações de ciência de acordo com a complexidade do objeto de estudo e se é formal ou factual. Finalmente, antecipa tópicos futuros como tipos de ciências e o lugar da computação neste contexto.
O documento discute a metodologia da pesquisa científica, definindo ciência como construção do conhecimento através de métodos. Apresenta os fundamentos teórico-metodológicos da ciência, como paradigmas epistemológicos e surgimento das ciências humanas. Também descreve modalidades de pesquisa como quantitativa, qualitativa e etnográfica.
O capítulo discute os fundamentos da ciência como construção do conhecimento, abordando o surgimento da ciência, os pressupostos filosóficos, as modalidades de pesquisa e as diferenças entre ciências naturais e humanas. É apresentado o método científico e conceitos como hipótese, lei, teoria e sistema.
Slides do texto teoria e pratica ciêntifica 14 09 2011marcocarnaz
[1] A ciência surgiu na modernidade com a pretensão de ser um saber único construído sob um único paradigma e método, mas ao estudar o homem quebrou-se este sistema devido aos múltiplos paradigmas epistemológicos.
[2] O método científico segue procedimentos como observação, formulação de hipóteses e verificação experimental, podendo gerar leis ou teorias a partir de conjuntos de fatos aparentemente diferentes.
[3] Nas ciências humanas, surgiram paradigmas epistemoló
O documento discute os fundamentos teórico-metodológicos da ciência, incluindo o método científico, hipóteses, leis e teorias. Também aborda os diferentes paradigmas epistemológicos nas ciências humanas e as modalidades e técnicas de pesquisa científica, como pesquisa quantitativa, qualitativa, experimental e de campo.
Este documento apresenta uma introdução à filosofia, discutindo o que é filosofia, sua importância e como ela se relaciona com o senso comum. O texto destaca que a filosofia serve para questionar ideias tidas como certas e oferecer uma visão crítica dos saberes fragmentados da época, auxiliando na compreensão do mundo de forma abrangente.
1) O documento discute os fundamentos teórico-metodológicos da ciência, incluindo o método científico, indução, dedução e como as ciências humanas se desenvolveram.
2) As ciências humanas inicialmente adotaram o método positivista das ciências naturais, mas tiveram que aprimorá-lo para lidar com a complexidade do fenômeno humano.
3) O funcionalismo passou a ser um paradigma importante nas ciências humanas, vendo a sociedade como um organismo cujas partes
O documento discute a importância do estudo da metodologia científica e descreve os quatro tipos principais de conhecimento: senso comum, conhecimento místico-religioso, conhecimento filosófico e conhecimento científico. Ele explica como cada um desses tipos de conhecimento é adquirido através de processos cognitivos como percepção e julgamento.
1. O documento discute o conceito de "transposição didática", que é o processo de transformação do conhecimento científico em conteúdo ensinável na escola.
2. A transposição didática envolve três níveis de saber: saber sábio (conhecimento científico original), saber a ensinar (conteúdo adaptado para o ensino) e saber ensinado (conteúdo de fato ensinado na escola).
3. O texto usa o conteúdo de eletrostática da física como exemplo para analisar as
1. O documento discute a importância da metodologia científica no ensino superior, destacando que ela ensina os estudantes a buscar respostas às suas dúvidas de forma rigorosa e sistemática.
2. A metodologia científica não é um simples conteúdo a ser decorado, mas sim uma ferramenta para que os estudantes possam realizar estudos e pesquisas em qualquer área do conhecimento.
3. Diferentes tipos de conhecimento são discutidos, incluindo o conhecimento empírico
O documento discute os fundamentos da metodologia e a importância do método para a realização de pesquisas. Explica que o método fornece orientação para planejar estudos, formular hipóteses, coordenar investigações e interpretar resultados. Também diferencia método da técnica, sendo o método a estratégia geral e a técnica a forma de operacionalizar o método escolhido. Finalmente, descreve alguns métodos comumente usados nas ciências sociais, como o observacional, histórico, experimental e estatístico.
O documento resume um texto sobre interdisciplinaridade escrito por Alfredo José da Veiga-Neto. Veiga-Neto questiona as tentativas de integrar disciplinas exatas e humanas, que frequentemente resultam em frustração. Ele argumenta que a separação cartesiana entre corpo e mente é a raiz do problema e que a desfragmentação dos saberes através do currículo interdisciplinar pode ajudar a corrigir os "maus usos da ciência". No entanto, a fusão total de disciplinas não é possível e a interdisciplinaridade é melhor entendida como
Cap.3 Teoria e prática científica - Antonio SeverinoNayara Gaban
O documento discute a teoria e prática científica, definindo ciência como a articulação do teórico e empírico. Apresenta como a ciência surgiu na modernidade baseada em pressupostos filosóficos e métodos, e como as ciências humanas emergiram considerando novos paradigmas como o fenomenológico e hermenêutico.
Teoria e Prática Científica ANTÔNIO JOAQUIM SEVERINO_Capítulo III elidmar d...ElidmarDuarte
O capítulo discute (1) o método científico e como ele é o caminho para o conhecimento, (2) os fundamentos teórico-metodológicos das ciências naturais e humanas, e (3) as diferentes modalidades e metodologias de pesquisa científica, incluindo pesquisas quantitativas e qualitativas.
O documento descreve o método científico das ciências da natureza, dividido em etapas de observação, hipótese, experimentação, generalização e teoria. Também classifica as ciências em formais, da natureza, humanas e híbridas. Explica cada etapa do método científico, como a observação precisa e orientada por teorias, a formulação provisória de hipóteses, os tipos de experimentos e como as leis são generalizadas a partir deles.
Teoria e Prática Científica - Antônio SeverinoKlicia Mendonca
O documento discute o método científico e paradigmas epistemológicos nas ciências humanas. Apresenta o método científico como conjunto de procedimentos lógicos para revelar relações causais entre fenômenos, dividido em momento experimental e matemático. Também discute abordagens como funcionalismo, estruturalismo, fenomenologia, hermenêutica e arqueogenealogia aplicadas às ciências humanas.
Ciencia e epistemologia: reflexões necessárias à Pesquisa Educacional - Revi...Paulo Lima
Este documento discute as interfaces entre ciência, epistemologia e pesquisa educacional. A ciência é entendida como a produção do conhecimento humano que se amplia e refaz constantemente. A epistemologia fornece ferramentas para analisar criticamente a ciência. A pesquisa educacional estuda o fenômeno da educação e como objeto em construção, reunindo contribuições científicas e epistemológicas.
O documento descreve uma pesquisa que visa desenvolver um caminho metodológico para compreender a experimentação em Ciências na formação de professores online. O estudo envolveu 12 sujeitos em um programa de pós-graduação e analisou registros de atividades online utilizando a Análise Textual Discursiva. Os resultados sugerem que a experimentação online envolve os sujeitos em pesquisa-formação ao operar objetos aperfeiçoáveis imersos na linguagem.
1. O documento apresenta uma visão crítico-dialética da experimentação como estratégia para o ensino de ciências.
2. Ele discute os fundamentos de uma teoria marxista do conhecimento e como a Pedagogia Histórico-Crítica e a Psicologia Histórico-Cultural podem ser usadas para caracterizar a especificidade didática das atividades experimentais.
3. O objetivo é mostrar que nem visões positivistas nem racionalistas da experimentação estão corretas, defendendo uma abordagem dialética que combine conhe
A EXPERIMENTAÇÃO COMO FERRAMENTA DIDÁTICA DE APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENT...Leilany Campos
1. O documento trata de uma monografia apresentada para obtenção de certificado de conclusão de curso de graduação em ciências naturais pela Universidade Federal da Paraíba.
2. A monografia analisa a experimentação como ferramenta didática de aprendizagem no ensino fundamental de ciências naturais mediante percepções de docentes e discentes de duas escolas em João Pessoa, PB.
3. Os resultados indicam que os docentes entendem a necessidade de atividades experimentais, porém a maioria não as utiliza. Já os dis
O documento é uma resenha crítica de um capítulo do livro "Metodologia do Trabalho Científico" de Antônio J. Severino. A resenha descreve os principais pontos abordados por Severino sobre a teoria e prática científica, incluindo a metodologia da pesquisa científica, os paradigmas epistemológicos e as diferentes abordagens nas ciências naturais e humanas.
O documento discute a interdisciplinaridade na ciência, definindo-a como a estabilização institucional e epistemológica de rotinas de cruzamento entre disciplinas, resultando em novas áreas do conhecimento. O texto também descreve sete tipos de práticas interdisciplinares, como a importação de conceitos entre campos, o cruzamento de perspectivas em torno de objetos de estudo, e esforços de solução de problemas complexos que exigem abordagens múltiplas.
O documento resume as principais concepções de ciência ao longo da história, incluindo a concepção racionalista, empirista e construtivista. Também discute classificações de ciência de acordo com a complexidade do objeto de estudo e se é formal ou factual. Finalmente, antecipa tópicos futuros como tipos de ciências e o lugar da computação neste contexto.
O documento discute a metodologia da pesquisa científica, definindo ciência como construção do conhecimento através de métodos. Apresenta os fundamentos teórico-metodológicos da ciência, como paradigmas epistemológicos e surgimento das ciências humanas. Também descreve modalidades de pesquisa como quantitativa, qualitativa e etnográfica.
O capítulo discute os fundamentos da ciência como construção do conhecimento, abordando o surgimento da ciência, os pressupostos filosóficos, as modalidades de pesquisa e as diferenças entre ciências naturais e humanas. É apresentado o método científico e conceitos como hipótese, lei, teoria e sistema.
Slides do texto teoria e pratica ciêntifica 14 09 2011marcocarnaz
[1] A ciência surgiu na modernidade com a pretensão de ser um saber único construído sob um único paradigma e método, mas ao estudar o homem quebrou-se este sistema devido aos múltiplos paradigmas epistemológicos.
[2] O método científico segue procedimentos como observação, formulação de hipóteses e verificação experimental, podendo gerar leis ou teorias a partir de conjuntos de fatos aparentemente diferentes.
[3] Nas ciências humanas, surgiram paradigmas epistemoló
O documento discute os fundamentos teórico-metodológicos da ciência, incluindo o método científico, hipóteses, leis e teorias. Também aborda os diferentes paradigmas epistemológicos nas ciências humanas e as modalidades e técnicas de pesquisa científica, como pesquisa quantitativa, qualitativa, experimental e de campo.
Este documento apresenta uma introdução à filosofia, discutindo o que é filosofia, sua importância e como ela se relaciona com o senso comum. O texto destaca que a filosofia serve para questionar ideias tidas como certas e oferecer uma visão crítica dos saberes fragmentados da época, auxiliando na compreensão do mundo de forma abrangente.
1) O documento discute os fundamentos teórico-metodológicos da ciência, incluindo o método científico, indução, dedução e como as ciências humanas se desenvolveram.
2) As ciências humanas inicialmente adotaram o método positivista das ciências naturais, mas tiveram que aprimorá-lo para lidar com a complexidade do fenômeno humano.
3) O funcionalismo passou a ser um paradigma importante nas ciências humanas, vendo a sociedade como um organismo cujas partes
O documento discute a importância do estudo da metodologia científica e descreve os quatro tipos principais de conhecimento: senso comum, conhecimento místico-religioso, conhecimento filosófico e conhecimento científico. Ele explica como cada um desses tipos de conhecimento é adquirido através de processos cognitivos como percepção e julgamento.
1. O documento discute o conceito de "transposição didática", que é o processo de transformação do conhecimento científico em conteúdo ensinável na escola.
2. A transposição didática envolve três níveis de saber: saber sábio (conhecimento científico original), saber a ensinar (conteúdo adaptado para o ensino) e saber ensinado (conteúdo de fato ensinado na escola).
3. O texto usa o conteúdo de eletrostática da física como exemplo para analisar as
1. O documento discute a importância da metodologia científica no ensino superior, destacando que ela ensina os estudantes a buscar respostas às suas dúvidas de forma rigorosa e sistemática.
2. A metodologia científica não é um simples conteúdo a ser decorado, mas sim uma ferramenta para que os estudantes possam realizar estudos e pesquisas em qualquer área do conhecimento.
3. Diferentes tipos de conhecimento são discutidos, incluindo o conhecimento empírico
O documento discute os fundamentos da metodologia e a importância do método para a realização de pesquisas. Explica que o método fornece orientação para planejar estudos, formular hipóteses, coordenar investigações e interpretar resultados. Também diferencia método da técnica, sendo o método a estratégia geral e a técnica a forma de operacionalizar o método escolhido. Finalmente, descreve alguns métodos comumente usados nas ciências sociais, como o observacional, histórico, experimental e estatístico.
O documento resume um texto sobre interdisciplinaridade escrito por Alfredo José da Veiga-Neto. Veiga-Neto questiona as tentativas de integrar disciplinas exatas e humanas, que frequentemente resultam em frustração. Ele argumenta que a separação cartesiana entre corpo e mente é a raiz do problema e que a desfragmentação dos saberes através do currículo interdisciplinar pode ajudar a corrigir os "maus usos da ciência". No entanto, a fusão total de disciplinas não é possível e a interdisciplinaridade é melhor entendida como
Cap.3 Teoria e prática científica - Antonio SeverinoNayara Gaban
O documento discute a teoria e prática científica, definindo ciência como a articulação do teórico e empírico. Apresenta como a ciência surgiu na modernidade baseada em pressupostos filosóficos e métodos, e como as ciências humanas emergiram considerando novos paradigmas como o fenomenológico e hermenêutico.
Teoria e Prática Científica ANTÔNIO JOAQUIM SEVERINO_Capítulo III elidmar d...ElidmarDuarte
O capítulo discute (1) o método científico e como ele é o caminho para o conhecimento, (2) os fundamentos teórico-metodológicos das ciências naturais e humanas, e (3) as diferentes modalidades e metodologias de pesquisa científica, incluindo pesquisas quantitativas e qualitativas.
O documento descreve o método científico das ciências da natureza, dividido em etapas de observação, hipótese, experimentação, generalização e teoria. Também classifica as ciências em formais, da natureza, humanas e híbridas. Explica cada etapa do método científico, como a observação precisa e orientada por teorias, a formulação provisória de hipóteses, os tipos de experimentos e como as leis são generalizadas a partir deles.
Teoria e Prática Científica - Antônio SeverinoKlicia Mendonca
O documento discute o método científico e paradigmas epistemológicos nas ciências humanas. Apresenta o método científico como conjunto de procedimentos lógicos para revelar relações causais entre fenômenos, dividido em momento experimental e matemático. Também discute abordagens como funcionalismo, estruturalismo, fenomenologia, hermenêutica e arqueogenealogia aplicadas às ciências humanas.
Ciencia e epistemologia: reflexões necessárias à Pesquisa Educacional - Revi...Paulo Lima
Este documento discute as interfaces entre ciência, epistemologia e pesquisa educacional. A ciência é entendida como a produção do conhecimento humano que se amplia e refaz constantemente. A epistemologia fornece ferramentas para analisar criticamente a ciência. A pesquisa educacional estuda o fenômeno da educação e como objeto em construção, reunindo contribuições científicas e epistemológicas.
O documento descreve uma pesquisa que visa desenvolver um caminho metodológico para compreender a experimentação em Ciências na formação de professores online. O estudo envolveu 12 sujeitos em um programa de pós-graduação e analisou registros de atividades online utilizando a Análise Textual Discursiva. Os resultados sugerem que a experimentação online envolve os sujeitos em pesquisa-formação ao operar objetos aperfeiçoáveis imersos na linguagem.
1. O documento apresenta uma visão crítico-dialética da experimentação como estratégia para o ensino de ciências.
2. Ele discute os fundamentos de uma teoria marxista do conhecimento e como a Pedagogia Histórico-Crítica e a Psicologia Histórico-Cultural podem ser usadas para caracterizar a especificidade didática das atividades experimentais.
3. O objetivo é mostrar que nem visões positivistas nem racionalistas da experimentação estão corretas, defendendo uma abordagem dialética que combine conhe
A EXPERIMENTAÇÃO COMO FERRAMENTA DIDÁTICA DE APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENT...Leilany Campos
1. O documento trata de uma monografia apresentada para obtenção de certificado de conclusão de curso de graduação em ciências naturais pela Universidade Federal da Paraíba.
2. A monografia analisa a experimentação como ferramenta didática de aprendizagem no ensino fundamental de ciências naturais mediante percepções de docentes e discentes de duas escolas em João Pessoa, PB.
3. Os resultados indicam que os docentes entendem a necessidade de atividades experimentais, porém a maioria não as utiliza. Já os dis
Experimentos Físicos nas aulas de Ciências no Ensino FundamentalRafaela Siqueira
Otimizando o processo de ensino e aprendizagem de ciências( Física ,Biologia, Química) no ensino fundamental, enriquecendo o conhecimento dos alunos e ajudando em problemas relacionado ao cotidiano através de experimentos.
Este documento apresenta as orientações metodológicas para o ensino de ciências biológicas e biologia, discutindo o perfil desejado para professores destas disciplinas, as abordagens de ensino, e a importância destas áreas do conhecimento. O documento está organizado em 6 unidades que abordam necessidades de formação de professores, método científico, aprendizagem, propostas de ensino de ciências, temas e avaliação. O objetivo é preparar futuros professores para ensinarem ciências de forma reflexiva, ativa
Este documento discute abordagens didático-pedagógicas para o ensino de ciências, apresentando reflexões sobre vícios de fontes, a integração entre as áreas do conhecimento, a alfabetização científica, a concepção social de ciência, e abordagens como CTS, os três momentos pedagógicos, e a experimentação. O documento defende que ensinar ciências significa construir modelos e mudar concepções pré-existentes, propondo ambientes de aprendizagem que estimulem a pesquisa, a curios
EXPERIMENTAÇÃO EM CIÊNCIAS NA EAD: indagação online com os professores em AVAValmir Heckler
Esta tese investiga como professores de Ciências desenvolvem a experimentação em um curso a distância. Analisa as interações entre professores e ferramentas virtuais em atividades experimentais sobre o efeito estufa. A pesquisa ocorreu em um fórum online com 13 professores e mostrou que eles ampliaram suas compreensões sobre modelos científicos por meio do diálogo com simuladores e vídeos. A experimentação na educação a distância acontece pelo planejamento coletivo e construção compartilhada de conteúdos
Tendências atuais para o ensino de ciênciasBinatto
O documento discute tendências atuais para o ensino de ciências, incluindo ensino por investigação, ciência, tecnologia e sociedade, e tecnologias da informação e comunicação. Apresenta a história do ensino de ciências no Brasil e defende abordagens construtivistas, interdisciplinares e ativas que estimulem pensamento crítico e resolução de problemas.
A aprendizagem significativa e o ensino das ciências hojeEvelyn Fernandes
O documento discute a aprendizagem significativa no ensino de ciências naturais. Aprendizagem significativa envolve construir novos conhecimentos relacionando-os às ideias pré-existentes do aluno. Isso promove uma aprendizagem auto-regulada e que privilegia estratégias cognitivas, diferentemente de uma aprendizagem mecânica e desconectada.
O documento discute fundamentos e metodologias para o ensino de ciências, enfatizando:
1) A importância de se considerar os conhecimentos prévios dos estudantes e de se usar estratégias que promovam a aprendizagem significativa;
2) Que a construção de conceitos científicos deve partir das ideias iniciais dos alunos e aproximá-los progressivamente dos conceitos científicos;
3) Que o papel do professor é mediar este processo, propondo atividades investigativas e significativas cultural e contextualmente
Este documento discute os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Ciências e Biologia no Brasil. Apresenta os objetivos da disciplina, sua história, orientações para os ensinos fundamental e médio, com foco em interdisciplinaridade e contextualização. Defende que os PCN, apesar de críticas, oferecem subsídios para repensar o ensino destas áreas de modo a desenvolver competências significativas para os estudantes.
O documento discute a importância do planejamento pedagógico para os professores, incluindo o planejamento da escola e do ensino. Ele explica que o planejamento da escola deve estabelecer objetivos educacionais e ações considerando as necessidades dos alunos, enquanto o planejamento do ensino deve ser baseado no projeto da escola e considerar os alunos individuais. Além disso, o planejamento deve ser flexível para se adaptar às necessidades em evolução.
O documento discute as principais bases epistemológicas para os modelos de ensino, incluindo o racionalismo, empirismo e construtivismo. O racionalismo enfatiza o conhecimento inato, o empirismo a experiência sensorial, e o construtivismo a construção ativa do conhecimento pelo aluno.
1. O documento discute pesquisa qualitativa e fenomenologia, com foco na abordagem da "modalidade do fenômeno situado".
2. Ele fornece breves considerações sobre pesquisa qualitativa e fenomenologia, destacando a "redução fenomenológica".
3. O objetivo é delinear os fundamentos da abordagem do fenômeno situado na pesquisa qualitativa, que se baseia nos princípios da fenomenologia de ir "às coisas mesmas" sem pressupostos prévios.
1) O documento discute métodos e técnicas de pesquisa científica, abordando problemas na investigação, razões para dificuldades e diferentes tipos de conhecimento.
2) São apresentados elementos importantes para a produção do conhecimento científico como métodos indutivo e dedutivo, pesquisas exploratórias, descritivas e explicativas.
3) São fornecidos procedimentos gerais para projetos de pesquisa, incluindo etapas como proposta de tema, objetivos e metodologia.
O documento discute o conceito de pesquisa, destacando que: 1) A pesquisa está ligada a interesses sociais e políticos e deve ser um processo presente em todos os níveis educacionais; 2) A pesquisa não se resume apenas à abordagem empírica, abrangendo também os horizontes teóricos, metodológicos e da prática; 3) A pesquisa envolve tanto a descoberta quanto a criação de novos conhecimentos.
O documento discute vários aspectos da pesquisa educacional, incluindo objetivos, paradigmas, abordagens, metodologias e etapas. Aborda temas como pesquisa quantitativa e qualitativa, estudos de caso, pesquisa-ação e métodos científicos.
O documento discute diferentes perspectivas epistemológicas para pesquisa, incluindo positivismo, fenomenologia e marxismo. O positivismo enfatiza observação empírica e objetividade, enquanto a fenomenologia se concentra na subjetividade da experiência humana. A perspectiva marxista vê o mundo materialmente e acredita que a matéria vem antes da consciência.
O documento discute o ensino de ciências nos anos iniciais da educação básica. Apresenta o contexto histórico do ensino de ciências no Brasil e discute a importância do letramento científico e do método científico na educação. Também propõe blocos temáticos e situações de aprendizagem para o ensino de ciências na educação básica.
O documento discute os conceitos fundamentais da pedagogia como ciência, incluindo sua ontologia, epistemologia e metodologia. Também define os conceitos-chave da pedagogia como objeto de estudo complexo e multidimensional, enfatizando sua natureza praxeológica baseada na prática educativa e na transformação contínua da teoria em prática.
O documento discute a pedagogia como ciência e sua relação com a realidade, informação e conhecimento. Aborda a importância de integrar dados, informações e a realidade para a formação do conhecimento. Também define conceitos-chave da pedagogia como objeto, práxis e sua relação com a prática educativa.
Este documento discute as conexões entre ciência, epistemologia e pesquisa educacional em três frases:
1) A ciência, epistemologia e pesquisa educacional estão interconectadas e a epistemologia serve como veículo para reflexão crítica sobre a ciência e seu desenvolvimento.
2) A questão epistemológica na pesquisa educacional possibilita a reflexão necessária neste campo e transforma, revisa e repensa o universo estudado.
3) A pesquisa epistemológica deve ser trabalhada a partir dos aspectos hist
O documento discute os conceitos de ciência, senso comum e teoria. A ciência envolve investigações sistemáticas e metodológicas para explicar fenômenos, ao contrário do senso comum que se baseia na experiência cotidiana. Uma teoria científica deve ser um sistema coerente de enunciados e princípios que descrevem e interpretam fenômenos de forma consistente, podendo ser testada e aperfeiçoada. A consistência teórica requer esforço coletivo e dedicação de pesquisadores.
Este documento discute como a história dos conceitos pode fornecer contribuições para o estudo de conceitos-chave na ciência da informação, apresentando a história dos conceitos como uma ferramenta para estudar a diacronia e sincronia do conceito científico nesta área. Também aborda como o conceito científico tem sido estudado na ciência da informação para enriquecer seu domínio teórico.
O documento discute vários tipos de conhecimento, incluindo ciência, senso comum, filosofia, religião e pesquisa. Apresenta as características de cada um e explica conceitos como teoria, pesquisa, metodologia e comunicação de resultados.
O documento discute os fundamentos da ciência, como o método científico, e diferentes abordagens epistemológicas como positivismo, funcionalismo, estruturalismo e hermenêutica. Também apresenta os campos das ciências naturais e humanas.
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º períodoRita Gonçalves
Este documento resume um texto sobre epistemologia e ciência da informação. Trata-se de um trabalho acadêmico de alunas do curso de biblioteconomia sobre o conceito de epistemologia e sua relação com a ciência da informação. Aborda definições de epistemologia ao longo da história e como diferentes pensadores contribuíram para seu desenvolvimento.
1) O documento introduz os conceitos de ciência, conhecimento e método científico, explicando que o conhecimento é gerado a partir das relações humanas com a natureza e outros homens.
2) São definidos diferentes tipos de conhecimento como popular, teológico, filosófico e científico.
3) O método científico é caracterizado como um processo humano não rígido que usa procedimentos metodológicos para gerar conhecimento sistemático e verificável.
Introdução disciplina Teoria do ConhecimentoLucianoEnes1
O documento discute os conceitos de Teoria do Conhecimento, Epistemologia e como Platão abordou o tema no diálogo Teeteto. Apresenta definições dessas disciplinas filosóficas e discute a teoria da crença verdadeira justificada proposta por Platão como conceito de conhecimento.
O documento discute os diferentes tipos de conhecimento humano, incluindo conhecimento popular, filosófico, religioso e científico. Ele explica as características de cada tipo de conhecimento e como eles diferem principalmente em termos de metodologia em vez de conteúdo. O documento também descreve a evolução histórica do método científico.
Semelhante a Papel da experimentação no ensino de ciencias (20)
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1. PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA
O papel da
no ensino de ciências
Marcelo Giordan
A presente seção inclui estudos e investigações sobre problemas no experiência, e conheça o universal
ensino de química, com explicitação dos fundamentos teóricos e ignorando o particular nele contido,
procedimentos metodológicos adotados na análise de resultado. enganar-se-á muitas vezes no trata-
Este artigo discute o papel da experimentação na construção do mento” (Aristóteles, 1979). Naquele
conhecimento científico e sua relevância no processo de ensino- tempo, já se reconhecia o caráter par-
aprendizagem, pautando-se em contribuições filosóficas, ticular da experiência, sua natureza fac-
epistemológicas e psicológicas. tual como elemento imprescindível pa-
ra se atingir um conhecimento uni-
conhecimento científico, ensino de ciências, experimentação, simulação versal. Ter a noção sem a experiência
resgata, em certa medida, a temática
de se discutir as causas sem se tomar
contato com os fenômenos empíricos,
...entendo que nossa linguagem ordinária está repleta de teorias; que a o que significa ignorar o particular e
observação sempre é observação à luz das teorias, e que é somente o correr o risco de formular explicações
prejuízo indutivista que leva as pessoas a pensar que poderia existir uma equivocadas. 43
linguagem fenomênica, livre das teorias e diferente de uma ‘linguagem O pensamento aristotélico marcou
teórica’... (K.R. Popper, em Lógica da investigação científica, p. 61, nota presença por toda a Idade Média entre
adicionada em 1968.) aqueles que se propunham exercitar o
entendimento sobre os fenômenos da
natureza. Esse exercício desenvolvia-se
principalmente num plano além da
É
de conhecimento dos profes- pensamento científico, apoiando-nos concretude do mundo físico, estabe-
sores de ciências o fato de a nos estudos de alguns filósofos da lecido como estava na lógica, um
experimentação despertar um ciência, sem a pretensão de defender poderoso instrumento de pensamento
forte interesse entre alunos de diversos uma idéia de evolução para a experi- já conhecido dos gregos. O acesso ao
níveis de escolarização. Em seus de- mentação e seu posicionamento den- plano dos fenômenos ocorria através
poimentos, os alunos tam- tro das ciências dos sentidos elementares do ser huma-
bém costumam atribuir à Aliada à lógica — numa naturais ou hu- no, que orientavam seu pensamento por
experimentação um caráter dimensão teórica —, a manas, mas ape- meio de uma relação natural com o
motivador, lúdico, essen- observação natural nas apontar os fenômeno particular. Na ausência de
cialmente vinculado aos sustentou na sua base principais apoios instrumentos inanimados de medição,
sentidos. Por outro lado, empírica a metafísica da teoria do co- a observação — numa dimensão
não é incomum ouvir de no exercício de nhecimento que empírica — era o principal mediador
professores a afirmativa de compreensão da sustentam essa entre o sujeito e o fenômeno. Aliada à
que a experimentação natureza discussão. Por lógica — numa dimensão teórica —, a
aumenta a capacidade de fim, discutimos observação natural sustentou na sua
aprendizado, pois funciona como meio as implicações da teoria de modelos base empírica a metafísica no exercício
de envolver o aluno nos temas em mentais para a experimentação e sua de compreensão da natureza.
pauta. relevância para o ensino de ciências, Passados 23 séculos e guardadas
Nossa proposta aqui é discutir o pa- utilizando o conceito de simulação. as particularidades do contexto a que
pel da experimentação nos processos se aplica a fala de Aristóteles, notamos
de elaboração do pensamento cientí- Primórdios do racionalismo: que muitas propostas de ensino de
fico, elevando-a à categoria de pro- a observação natural ciências ainda desafiam a contribuição
cesso de natureza social, técnica e Há mais de 2 300 anos, Aristóteles dos empiristas para a elaboração do
cognitiva. Queremos identificar as ca- defendia a experiência quando afirma- conhecimento, ignorando a experi-
racterísticas mais fundamentais do va que “quem possua a noção sem a mentação ainda como uma espécie de
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2. observação natural, como um dos acúmulo de observações e dados, am- com os enunciados genéricos.
eixos estruturadores das práticas esco- bos derivados do estágio de experi- Ainda preocupado em formular
lares. A elaboração do conhecimento mentação, permite a formulação de uma metodologia científica precisa,
científico apresenta-se dependente de enunciados mais genéricos que po- René Descartes impôs à experimen-
uma abordagem experimental, não dem adquirir a força de leis ou teorias, tação um novo papel, diverso do pro-
tanto pelos temas de seu objeto de dependendo do grau de abrangência posto por seu contemporâneo Bacon.
estudo, os fenômenos naturais, mas do problema em estudo e do número Descartes considerava que o processo
fundamentalmente porque a orga- de experimentos concordantes. Esse dedutivo —reconhecer a influência
nização desse conhecimento ocorre processo de formular enunciados ge- causal de pelo menos um enunciado
preferencialmente nos entremeios da rais à custa de observações e coleta geral sobre um evento particular —
investigação. Tomar a experimentação de dados sobre o particular, contextua- ganharia mais força na medida em que
como parte de um processo pleno de lizado no experimento, é conhecido o percurso entre o enunciado geral e
investigacão é uma necessidade, re- como indução. O método descrito por o evento particular fosse preenchido
conhecida entre aqueles que pensam Francis Bacon fundamenta a chamada por eventos experimentais:
e fazem o ensino de ciências, pois a ciência indutivista, que em suas pala-
Percebi (...), no que concerne
formação do pensamento e das atitu- vras se resume a:
às experiências, que estas são
des do sujeito deve se dar preferen-
Só há e só pode haver duas tanto mais necessárias quanto
cialmente nos entremeios de ativida-
vias para a investigação e para mais adiantado se está em co-
des investigativas.
a descoberta da verdade. Uma nhecimentos. (...) Primeiramen-
Contribuições positivistas: a que consiste em saltar das sen- te, tentei descobrir, em geral, os
experimentação como um fim sações e das coisas particulares princípios ou causas primitivas
em si mesma aos axiomas mais gerais e, a de tudo o que é ou que pode
seguir, em se descobrirem os ser no mundo .(...) Depois, exa-
A experimentação ocupou um pa- axiomas intermediários a partir minei quais eram os primeiros e
pel essencial na consolidação das desses princípios e de sua ina- mais comuns efeitos que po-
44 ciências naturais a partir do século XVII, movível verdade. E outra, que diam ser deduzidos de tais cau-
na medida em que as leis formuladas recolhe os axiomas dos dados sas. (...) Após isso, quis descer
deveriam passar pelo crivo das situa- dos sentidos e particulares, às mais particulares.
ções empíricas propostas, dentro de ascendendo contínua e gradual-
uma lógica seqüencial de formulação Desse trecho retirado da sexta parte
mente até alcançar, em último
de hipóteses e verificação de — “Que coisas são requeridas para
lugar, os princípios de máxima
consistência. Ocorreu naquele período avançar na pesquisa da natureza” —
generalidade. Esse é o verdadei-
uma ruptura com as práticas de inves- do livro Discurso do método, percebe-
ro caminho, porém ainda não
tigação vigentes, que consideravam se que há uma inversão na proposta
instaurado. (BACON, 1989, p. 16.)
ainda uma estreita relação da natureza de Descartes (1980) para o fazer ciên-
e do homem com o divino, e que esta- Um exemplo simples de aplicação cia, comparando-se com aquela feita
vam fortemente impregnadas pelo do método indutivo em situações de por Bacon, pois não é mais o acúmulo
senso comum. A experimentação ocu- ensino pode ser analisado numa de evidências particulares que forta-
pou um lugar privilegiado na pro- atividade de laboratório na qual se lece o enunciado geral, a lei, a teoria.
posição de uma metodologia científica, pede para vários alunos registrarem Partindo-se de um enunciado geral,
que se pautava pela racionalização de independentemente a temperatura de como “a temperatura de ebulição dos
procedimentos, tendo assimilado ebulição da água. Supondo que esses líquidos é função da pressão ambien-
formas de pensamento características, alunos façam seus experimentos numa te” e tendo como fato que ao nível do
como a indução e a cidade litorânea e que mar a água ferve a 100 °C e numa certa
dedução. O acúmulo de todos eles tenham cidade serrana a 96,5 °C, podemos for-
Estabelecido um observações e dados, registrado a tempera- mular a hipótese de que a temperatura
problema, o cientista ambos derivados do tura de ebulição em de ebulição da água em uma panela
ocupa-se em efetuar estágio de 100 °C, pode-se levá- de pressão será maior que 100 °C. Co-
alguns experimentos experimentação, los à conclusão, pelo mo o enunciado apela para a variação
que o levem a fazer permite a formulação método indutivo ba- da temperatura em função da pressão
observações cuida- de enunciados mais seado no acúmulo de e os dados revelam que essa taxa é
dosas, coletar dados, genéricos que podem evidências experimen- positiva (maior pressão, maior tempe-
registrá-los e divulgá- adquirir a força de leis tais, que a tempera- ratura), deduzimos que em um sistema
los entre outros mem- ou teorias tura de ebulição da semi-aberto como a panela de pressão
bros de sua comuni- água é 100 °C. No a pressão ambiente será maior e,
dade, numa tentativa de refinar as pensamento indutivista, não há lugar portanto, também será maior a tem-
explicações para os fenômenos subja- para a contradição, ou seja, as evidên- peratura de ebulição. Qual é o papel
centes ao problema em estudo. O cias empíricas devem todas concordar da experimentação aqui? Confirmar
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3. nossa hipótese, uma espécie de carim- fenômenos, controlar e prever seus normal, tal proposta pode ser defen-
bo atestando a força do enunciado efeitos sobre os eventos experimentais, sável, principalmente porque se sus-
geral. encadear logicamente seqüências de tentam no pragmatismo ingênuo dos
Cumpre destacar a característica dados extraídos de experimentos são acertos e desprezam o erro como
de controle que a experimentação pas- consideradas, na visão positivista, estágio inerente do fazer ciência. Para
sa a exercer com a transformação do competências de extremo valor para a a educação científica, a tese positivista
pensamento científico. Esse controle, educação científica do aluno. A expe- carece de fundamentação científica,
exercido sobre as variáveis inerentes rimentação exerce a função não só de por desconsiderar que para o aprendiz
ao fenômeno em estudo, subsidia a instrumento para o desenvolvimento a ciência é uma representação do
prática empírica de adotar a precisão dessas competências, mas também mundo, entre outras tantas, que se
da medida da variável como critério de veículo legitimador do conhe- revelam de maneira espontânea ou
mais adequado de julgamento do cimento científico, na medida em que dirigida por uma práxis cultural distinta
fenômeno, que durante o advento da os dados extraídos dos experimentos daquela legitimada pela comunidade
fase racionalista da ciência passa a constituíam a palavra final sobre o científica2.
ocupar o lugar da prática aristotélica entendimento do fenômeno em causa. A partir da década de 60, os pro-
de privilegiar os sentidos na aborda- Parece ter sido o desenvolvimento des- gramas de educação científica passa-
gem do fenômeno. O empírico avança sas competências o principal objetivo ram a ser influenciados por uma cultura
para a compreensão do fenômeno à da experimentação no ensino de ciên- de pesquisa nessa área (Schnetzler e
medida que abstrai os sentidos e se cias, e de química em particular, até o Aragão, 1995; Krasilchik, 1987),
apóia em medidas instrumentais mais final da década de 60, quando os recebendo influência da psicologia
precisas, passíveis de reprodução programas de educação científica cognitiva e da epistemologia estrutu-
extemporânea. O ataque à filosofia recebiam uma forte influência do ralista, entre outras áreas do conheci-
aristotélica no século XVII é comple- pensamento lógico-positivista e mento. As atividades de ensino
tado por Galileu, que atribui à experi- comportamentalista. Tratava-se de deixaram de ser encaradas como
mentação um papel central no fazer aplicar as etapas su- transposições diretas
ciência, o de legitimadora1. postas do método O empírico avança do trabalho de cien- 45
Esses três pensadores são consi- científico nas salas de para a compreensão tistas e o desenvol-
derados fundadores da ciência moder- aula, confiando que a do fenômeno à medida vimento cognitivo do
na, fundamentalmente por terem com- aprendizagem ocor- que abstrai os ser humano foi to-
batido o pensamento aristotélico, no reria pela transmissão sentidos e se apóia em mado como um parâ-
qual a experiência tinha base na obser- dessas etapas ao medidas instrumentais metro essencial para
vação natural, mas também por terem aluno, que indutiva- mais precisas, a proposição de
contribuído para a estruturação do que mente assimilaria o passíveis de estratégias de ensi-
ficou conhecido como método cientí- conhecimento subja- reprodução no. Nesses termos,
fico, pelo qual a experiência é planifi- cente. extemporânea os estágios de evo-
cada com base num estratagema À parte a polêmica lução do pensamen-
racional. Suas idéias fundamentais fo- sobre o processo de evolução do to e as idéias prévias do indivíduo
ram retomadas por Augusto Comte pensamento científico, podemos iden- arquitetadas num ambiente sociocul-
(1983, p.8) em seu Curso de filosofia tificar, ainda no pensamento de Comte, tural e histórico foram tomados como
positiva: os prejuízos que a transposição cega, elementos fundamentadores da apren-
irrefletida, do método científico e o pa- dizagem (Mortimer e Carvalho, 1996).
“...indicarei a data do grande
pel atribuído à experimentação nesse A linearidade do método científico de
movimento impresso ao espírito
tratamento reservam às práticas da matriz lógico-positivista foi desafiada
humano (...), pela ação combi- e assim os elementos organizadores
educação científica. Comte, ao despre-
nada dos preceitos de Bacon, do método foram reavaliados e seus
zar a teologia e a metafísica, refuta o
das concepções de Descartes lugares redefinidos.
exercício da busca das causas gera-
e das descobertas de Galileu, Tendo por base a influência dos
doras dos fenômenos, por acreditar
como o momento em que o programas de pesquisa da educação
que somente a experimentação pode
espírito da filosofia positiva em ciências desenvolvidos a partir da
oferecer a medida de força para as
começou a pronunciar-se no década de 60, passaremos a analisar
explicações positivas. Priorizando ana-
mundo.” o papel que cabe à experimentação no
lisar com exatidão as circunstâncias da
As idéias positivistas influenciaram produção de explicações positivas, ensino de ciências na escola básica.
e ainda influenciam práticas pedagó- Comte adota o rigor empírico como
Dimensões psicológica e
gicas na área de ensino de ciências, fundamento da prática científica e pro-
sustentadas pela aplicação do método põe vincular essas explicações, me-
sociológica da
científico. Saber selecionar e hierar- diante relações normais de sucessão experimentação
quizar variáveis segundo critérios de e similitude (Comte, 1983, p. 7). Para Em seu livro Formação do espírito
pertinência para a compreensão dos os afeitos à cotidianidade da ciência científico, Gaston Bachelard aponta os
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4. obstáculos que se apresentam ao mas estaríamos nesse caso fadados deia-se um processo pautado na inter-
sujeito (o autor fala do espírito) quando a permanecer em discussões tecnicis- subjetividade do coletivo, cujo aprimo-
em contato com o conhecimento cien- tas sobre a medida experimental. ramento fundamenta o conhecimento
tífico, seja por meio de fenômenos, seja Importa, neste momento, desvelar a objetivo. O processo de objetivação do
no exercício da compreensão. Ao pro- noção de representação do conheci- conhecimento, por ser uma necessi-
por que a primeira experiência exigente mento para os processos de aprendi- dade social, deve ser um eixo central
é a experiência que ‘falha’ (itálico e zagem. Em primeiro plano, sendo a da prática educativa e aqui a experi-
aspas do autor), Bachelard destaca o ciência uma construção humana, de- mentação desempenha um papel de
papel do erro no progresso da ciência, ve-se reconhecer que no fazer ciência fórum para o desenvolvimento dessa
tanto por se exigir um se desenvolve um pro- prática.
processo de freagem Uma experiência imune cesso de represen- Mais recentemente, o tema apren-
do estímulo, o que a falhas mimetiza a tação da realidade em dizagem colaborativa vem sendo
acalmaria os impul- adesão do pensamento que predominam acor- amplamente debatido na literatura de
sos do sensível, como do sujeito dos simbólicos e lin- ensino de ciências (Nurrenbern e
também por impulsio- sensibilizado ao que güísticos num exercí- Robinson, 1997), a partir do que pode-
nar o cientista à pre- supõe ser a causa cio continuado de dis- mos depreender que é necessário criar
cisão discursiva e so- explicativa do cursos mentais, ínti- oportunidades não somente para a
cial, subsidiando o fenômeno, em lugar de mos ao sujeito, e realização de experimentos em equipe,
desenvolvimento de promover uma reflexão discursos sociais, mas também para a colaboração en-
técnicas e teorias racionalizada propriedade do coleti- tre equipes. A formação de um espírito
(Bachelard, 1996, p. vo. A falha do experi- colaborativo de equipe pressupõe uma
295-297). mento alimenta esse contextualização socialmente signi-
Uma experiência imune a falhas exercício, por mobilizar os esforços do ficativa para a aprendizagem, do ponto
mimetiza a adesão do pensamento do grupo no sentido de corrigir as obser- de vista tanto da problematização (te-
sujeito sensibilizado ao que supõe ser vações/medições; por desencadear mas socialmente relevantes) como da
46 a causa explicativa do fenômeno, em uma sucessão de diálogos de natureza organização do conhecimento cientí-
lugar de promover uma reflexão racio- conflituosa entre o sujeito e o outro e fico (temas epistemologicamente signi-
nalizada. O erro em um experimento com seus modelos mentais, e por colo- ficativos). Novamente, ao professor é
planta o inesperado em vista de uma car em dúvida a veracidade do modelo atribuído o papel de líder e organizador
trama explicativa fortemente arraigada representativo da realidade. A decor- do coletivo, arbitrando os conflitos
no bem-estar assentado na previsibili- rência possível desse movimento é um naturalmente decorrentes da aproxi-
dade, abrindo oportunidades para o novo acordo para se ter acesso e para mação entre as problematizações
desequilíbrio afetivo frente ao novo. representar o fenômeno, que altera o socialmente relevantes e os conteúdos
Rompe-se com a linearidade da suces- quadro dialógico do sujeito com a do currículo de ciências. Estratégias
são “fenômeno corretamente observa- realidade. negociadas em torno de temáticas
do/medido ⇒ interpretação inequí- O que se busca ambientais podem vir
voca”, verdadeiro obstrutor do pensa- com o ‘experimento O que se busca com o a contentar ambas as
mento reflexivo e incentivador das exigente’, e aqui o ‘experimento exigente’, colunas reivindicató-
explicações imediatas. A chamada professor ocupa lugar e aqui o professor rias, que atuam tanto
psicanálise do erro visa dosar o grau estratégico, é um ocupa lugar em sala de aula, como
de satisfação íntima do sujeito, subs- acordo na direção do estratégico, é um nos bancos acadêmi-
trato indispensável para manter o aluno que é cientificamente acordo na direção do cos.
engajado em processos investigativos. aceito e portanto dia- que é cientificamente Apresentamos co-
Numa dimensão psicológica, a expe- logável com a comu- aceito e portanto mo exemplo o estudo
rimentação, quando aberta às possi- nidade científica. Es- dialogável com a da energética das
bilidades de erro e acerto, mantém o se exercício social de comunidade científica transformações quími-
aluno comprometido com sua apren- precisão discursiva cas. Ao se desenca-
dizagem, pois ele a reconhece como não foi priorizado pe- dear a problematiza-
estratégia para resolução de uma pro- las propostas de ensino de ciências ção dos combustíveis como fonte
blemática da qual ele toma parte dire- quando se tentou aplicar o método da importante de energia para a huma-
tamente, formulando-a inclusive. redescoberta, acreditando-se que o nidade, tem-se a oportunidade de
O segundo argumento de Bache- acesso ao fenômeno e a seus instru- examinar experimentalmente desde os
lard em favor do ‘experimento exigente’ mentos de observação/medição cum- derivados do petróleo até os combus-
é igualmente aplicável às situações de priria os objetivos do ensino, meramen- tíveis obtidos da biomassa, passando
aprendizagem: a busca de uma preci- te reprodutórios da ‘realidade positiva’. por aqueles reciclados, como o biodie-
são discursiva e social. Poderíamos Ao se incentivar os alunos a expor suas sel, obtido pela transesterificação de
nos ater às questões dos instrumentos idéias acerca do fenômeno, que estão óleos usados em cozinhas industriais.
de observação/medição do fenômeno, no plano da subjetividade, desenca- Para que substâncias tão diversas
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5. sejam objetivamente comparadas, tor- lados a primeira instância de represen- são do volume da bexiga de borracha,
na-se necessário estabelecer um pro- tação analógica da realidade. Nessas sem que se aventasse o aumento da
tocolo básico de comunicação entre os situações, o sujeito se percebe diante velocidade dessas partículas (Figura
grupos e mesmo entre dados/obser- de uma representação da realidade, 1). É de se ressaltar a capacidade dos
vações extraídos dos experimentos. O obrigando-se a formular a sua própria, alunos de criar modelos explicativos
próprio planejamento dos experimen- que venha a se ajustar àquela em para o fenômeno em estudo, o que é
tos deve guardar relações de similari- simulação. Trata-se portanto de deter- sem dúvida uma competência impor-
dade, e desse acordo em torno da minar à experimen- tante a ser cultivada
resolução de uma problemática soci- tação o novo papel de Os modelos mentais em situações de en-
almente relevante pode-se arquitetar o estruturadora de uma servem de sistemas sino envolvendo expe-
conceito de entalpia, que emerge em realidade simulada, intermediários entre o rimentação.
um contexto epistemologicamente etapa intermediária mundo e sua represen- Numa proposta de
significativo, pois a organização do entre o fenômeno, que tação, uma espécie de continuação para esta
conhecimento decorre de uma atitude também é acessado filme interno cujas atividade, pode-se
cientificamente construída. pelo prisma da expe- cenas são formadas sugerir a observação
rimentação, e a repre- por imagens animadas e manipulação de
A experimentação por sentação que o sujeito e signos, cuja uma sistema fechado,
simulação lhe confere. concatenação no qual pequenas es-
Tendo exposto as dimensões psico- Um exemplo práti- expressa o estado de feras rígidas (miçan-
lógica e sociológica da experimen- co pode traduzir com coisas e dialoga com a gas de plástico)
tação, sugerimos agora uma terceira mais propriedade es- representação que o possam se movimen-
dimensão, a cognitiva3, baseada na sas idéias. Em estudo sujeito confere à tar dentro de um cilin-
concepção de modelos mentais, sobre as concepções realidade dro cujo volume varie
conforme apresentada por Moreira atomísticas de alunos, em função da posição
(1996). realizaram-se experimentos envolven- de um êmbolo móvel. Para promover
Os modelos mentais são como do o aquecimento de um tubo de o movimento das miçangas, utiliza-se 47
análogos estruturais da ‘realidade’ (o ensaio fechado por uma bexiga de bor- uma membrana vibratória, cuja intensi-
autor fala do mundo) que operam no racha, conforme descrito no primeiro dade de vibração seja função da ener-
plano mental do sujeito, portanto inter- número de Química Nova na Escola gia elétrica fornecida por diferentes
no, e tentam estabelecer uma conexão (Mortimer, 1995). Solicitou-se aos alu- quantidades de pilhas (Figura 2).
entre o fenômeno com que se tem con- nos que formulassem explicações so- Simula-se assim o sistema tubo de
tato e sua representação. Na elabora- bre o comportamento do sistema, ensaio-bexiga sob aquecimento.
ção de um modelo mental, destacam- quando o tubo de ensaio era aquecido. O modelo simulado estabelece
se dois componentes, os elementos e O modelo explicativo de um grupo de uma série de correspondências com
as relações, que representam um esta- alunos levava em conta uma relação o sistema empírico original. No plano
do de coisas específico. Os modelos direta entre a expansão do volume das dos elementos formuladores do mode-
mentais servem de sistemas interme- partículas constituintes do ar e a expan- lo destacam-se: as fontes de energia,
diários entre o mundo e sua represen- as pilhas e a chama do bico de Bun-
tação, uma espécie de filme interno sen; os volumes, os conjuntos tubo de
cujas cenas são formadas por imagens ensaio/bexiga e cilindro/êmbolo móvel;
animadas e signos, cuja concatenação as partículas, moléculas do ar e miçan-
expressa o estado de coisas e dialoga gas rígidas. No plano das relações
com a representação que o sujeito intrínsecas ao modelo, a principal cor-
confere à realidade. respondência ocorre entre o aumento
A experimentação deve também do volume do sistema cilindro/êmbolo
cumprir a função de alimentadora des- móvel em função do aumento do nú-
se processo de significação do mundo, mero de pilhas com o aumento do vol-
quando se permite operá-la no plano ume da bexiga em função do tempo
da simulação da realidade. Nas situa- de aquecimento do sistema experi-
ções de simulação, desencadeia-se mental original. De maneira mais apro-
um jogo entre os elementos e as rela- fundada, simula-se a velocidade média
ções, que devem manter correspon- das moléculas do ar, conceito central
dência com seus análogos no plano para o entendimento do fenômeno.
do fenômeno. É nesse palco de simu- Um segundo exemplo bastante
lações que podem se formar ambien- Figura 1: Representação feita por alunos mais freqüente é a utilização de mo-
tes estimuladores para a criação de do sistema tubo de ensaio/bexiga plástica, delos de estrutura molecular do tipo
modelos mentais pelo sujeito, que pas- na ausência de e sob aquecimento. bola–varetas, quando se propõe ensi-
sa a reconhecer nos modelos ora simu- Fonte: Mortimer, 1995. nar química orgânica por meio de um
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6. representação tridimensional, corre-se os de hidrogênio, estão representadas,
o risco de estagnar sua capacidade de ou ter a noção de preenchimento es-
elaborar seus próprios modelos men- pacial, próximo ao conceito de nuvem
tais. Deve-se subsidiar a transição do eletrônica, por uma outra opção (Figu-
estágio de observação ra 4b), na qual as va-
do modelo bola–vareta Não há como retas não podem
concomitante a sua fi- estabelecer mais ser percebidas
xação imagética na correspondências e as bolas passam a
memória, para um diretas entre os se sobrepor. Final-
estágio de apropriação modelos concretos de mente, a própria ca-
desse modelo, no qual estrutura molecular e pacidade de rotação
o aluno possa alterá-lo as propriedades espacial do modelo
conforme a situação- moleculares tratadas de estrutura molecu-
Figura 2: Esquema representativo do
sistema de simulação miçanga/cilindro/ problema que lhe é na educação básica; lar, simulado na tela
êmbolo móvel. apresentada. Nessa isso não significa que do computador, por-
fase de transição, po- tenhamos que nos tanto na bidimensio-
enfoque estereoquímico. Nesse caso, de-se operar com rendermos ao nalidade, confere
torna-se bastante mais difícil confrontar outra modalidade de nomenclaturismo uma interação inusi-
o aluno com uma realidade concreta- simulação, capaz de predominante nas tada com os modelos
mente observável, já que em nível incorporar outros mo- estratégias de ensino moleculares, ani-
molecular a ciência opera com mo- delos representativos dessa disciplina mando-os de acordo
delos radicalmente abstratos. Não há das estruturas molecu- com as idiossincra-
como estabelecer correspondências lares, a simulação computacional. Por sias do modelo mental do sujeito, em
diretas entre os modelos concretos de meio dessa modalidade, o aluno po- estágio inicial de elaboração.
estrutura molecular e as propriedades derá perceber que o conceito de O papel da experimentação por si-
moleculares tratadas na educação cadeia carbônica pode vir a ser repre- mulação certamente não é o de subs-
48 básica, o que não significa que tenha- sentado por uma opção ‘esqueleto’ tituir a experimentação fenomenoló-
mos que abandonar prematuramente (Figura 4a), na qual as ligações entre gica proposta originalmente. Deve-se,
essa proposta e nos rendermos ao os átomos de carbono, e entre estes e em muitos casos, respeitar inclusive a
nomenclaturismo predominante nas ordem de exposição dos grupos aos
estratégias de ensino dessa disciplina. experimentos: em primeiro lugar, o
Esta é exatamente a oportunidade de a)
preparar o aluno para instalar-se no
estágio que alguns têm insistido em
chamar de nível formal de pensa- a)
mento.
A manipulação de modelos bola–
vareta desenvolve no aluno uma habi-
lidade cognitiva muito importante para
a compreensão dos fenômenos quí-
micos na dimensão microscópica, que
é a espacialidade das representações
moleculares. Habituados a reconhecer
as moléculas em representações de
b)
fórmulas moleculares, como CH4, rara-
mente se cria oportunidade para o
aluno ter percepção tridimensional do
b)
tetraedro (Figura 3a), figura geométrica
que constitui a base para a represen-
tação das fórmulas estruturais das
moléculas que contém átomos de car-
bono (Figura 3b). Trata-se portanto de
conferir certa concretude à represen-
tação molecular necessária ao enga-
jamento do indivíduo no processo de Figura 3: Representações do átomo de
transição de um nível concreto para o carbono. a) Figura geométrica do tetraedro. Figura 4: Representações de cadeias
nível formal de pensamento. b) Modelo bola–vareta da molécula de carbônicas da molécula de propano. a)
No entanto, ao permanecer na metano. Esqueleto. b) Espaço preenchido.
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Experimentação e Ensino de Ciências N° 10, NOVEMBRO 1999
7. experimento com o sistema da Figura do outro. A simulação deve ser incor- reconhecidas como virtuais.
1, depois o experimento de simulação porada às práticas educacionais como Acreditamos que as simulações
(Figura 2). A simulação não pode tolher uma estratégia de sugerir realizações computacionais podem ser orquestra-
a necessária tarefa de criação de mo- racionais (Bachelard, 1934), fazendo damente articuladas com atividades de
delos mentais, já verificada na interven- parte de um projeto em que as con- ensino, sendo portanto mais um instru-
ção decorrente da experimentação dições experimentais sejam condições mento de mediação entre o sujeito, seu
‘por via úmida’; deve, sim, sustentar de experimentação nas quais o embri- mundo e o conhecimento científico.
essa prática salutar camento empiria–teo- Para tanto, há que se experimentar e
com novas regras, A simulação deve ser ria seja permanente- teorizar muito sobre a educação cien-
mais próximas do pro- incorporada às mente atendido. tífica, com um olho no passado e outro
cesso de significação, práticas educacionais no futuro, mas sobretudo com a cons-
inserindo um novo como uma estratégia
Considerações ciência viva no presente.
plano de mediação de sugerir realizações finais
entre o sujeito e o Marcelo Giordan, bacharel em química e doutor
racionais, tomando Este artigo visou
em ciências pela Unicamp, é professor da Faculdade
objeto, o plano da rea- parte de um projeto em traçar um quadro ge- de Educação da USP E-mail: giordan@fe.usp.br.
.
lidade simulada ou o que as condições ral sobre a experi-
plano da representa- experimentais são mentação e seu locus Notas
ção dos modelos condições de no ensino de ciências, 1. Para um aprofundamento nesse
mentais. experimentação aproveitando algumas tema, ver Losee (1979), que discute a
Numa concepção contribuições bastan- influência dos três pensadores na
idealista, a experimentação por simu- te difundidas na área de filosofia da crítica ao aristotelismo.
lação deve permitir ao sujeito cultivar ciência. Procurou-se determinar as vá- 2. Referimo-nos aqui à extensa pes-
sua imaginação em consonância com rias fases do pensamento científico, quisa sobre concepções alternativas
um conjunto de signos socialmente ressaltando a contribuição da experi- dos alunos acerca do conhecimento
legitimados, transitando entre a crueza mentação na forma de um dispositivo científico. Para uma discussão mais
da realidade objetiva e as sombras da sociotécnico inerente a esse pensa- aprofundada desse tema ver Garnett 49
compreensão subjetivada. Nesse mento. Parece-nos que a experimen- e Hackling (1995).
sentido, a experimentação por simula- tação por simulação recupera uma im- 3. Estamos nos referindo à área do
ção deve permitir ao sujeito uma nova portante discussão sobre a demar- conhecimento chamada de ciência
oportunidade para representação do cação entre o empírico e o teórico, o cognitiva, cujos alicerces se fundam na
mundo e de seus modelos mentais que se torna essencial num momento lógica simbólica, na inteligência artifical
representativos, expondo-os ao olhar em que as realidades passam a ser e na neurociência.
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