O documento descreve uma iniciativa da companhia aérea EasyJet para comemorar o Dia do Livro, na qual um ator recitou trechos de Os Lusíadas de Camões e Dom Quixote de Cervantes a bordo de um voo. A maioria dos passageiros estrangeiros não conhecia os autores, destacando a importância de promover a literatura portuguesa.
3. MAR PORTUGUÊS MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal! São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram! Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar! Para que fosses nosso, ó mar!
4. Valeu a pena? Tudo vale a pena Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena. Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor. Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu. Mas nele é que espelhou o céu.
( Fernando Pessoa)( Fernando Pessoa)
17. Camões escreve a epopéia
lusitana influenciado por
poetas da Antiguidade como
Homero e Vírgílio e contando
com sua experiências pessoais,
adquiridas nas expedições
marítimas e guerreiras.
18. A epopéia é composta por :
• 10 cantos
• 1.102 estrofes obedecendo o
esquema ABABABCC
•8.816 versos (todos decassílabos)
25. DEDICATÓRIA
• Ao Rei D. Sebastião – que
assumiu o trono com 14 anos e era
a esperança da nação portuguesa
26.
27. NARRAÇÃO
Desenvolve três ações principais:
• A viagem de Vasco da Gama à
Indias
• A narrativa da história de
Portugal
• As lutas e as intervenções dos
28. NARRAÇÃO
Dentre os episódios da história de
Portugal que Vasco da Gama narra
ao Rei de Melinde estão:
•Inês de Castro;
•Velho do Restelo;
•O gigante Adamastor
33. EPÍLOGO
• Apresenta um tom pessimista,
de desencanto e de crítica à
deca-dência do país e dos
portugueses que parecem ter
esquecido dos valores nacionais;
34. EPÍLOGO
• Também apresenta queixas das
privações e incompreensões que
o poeta parece ter passado nos
seus últimos anos de vida.
41. Dia do LivroDia do Livro
Camões lê 'Os Lusíadas'Camões lê 'Os Lusíadas'
a bordo de um aviãoa bordo de um avião
por MARIA JOÃO CAETANO,por MARIA JOÃO CAETANO,
42. Iniciativa da EasyJet apanhou de surpresa os passageiros de
uma viagem para Madrid. No regresso, o mesmo ator
interpretou Cervantes. Hoje, várias atividades em todo o País
promovem os livros e a leitura.
43. Os passageiros do voo U27982 com destino a Madrid perceberam
que algo de estranho se estava a passar quando viram as máquinas
fotográficas e a câmara de televisão apontadas às hospedeiras, às
bagagens, ao colete salva-vidas, à máscara de oxigênio. Foi então
que, quando menos se esperava, a porta da casa de banho se abriu
e apareceu Camões. A gola de folhos, as calças em balão, a coroa
de louros na cabeça, a barba e a pala sobre o olhos não deixavam
dúvidas. Os passageiros lá de trás esticaram o pescoço, das malas
dos turistas saíram mais máquinas fotográficas. E Camões
começou a recitar: "As armas e os barões assinalados/ que da
ocidental praia lusitana/ por mares nunca dantes navegados/
passaram ainda além da Taprobana."
44. Aconteceu ontem no voo da EasyJet que saiu de Lisboa pouco
depois do meio-dia. A companhia aérea queria assinalar o Dia do
Livro mas, para garantir a cobertura mediática, decidiu fazê-lo
com alguma antecedência. Afinal, qualquer dia é bom para
promover os grandes escritores.
Pedro Silva, de 27 anos, estudante de Jornalismo e ator amador,
aceitou o desafio de representar a bordo do avião: para lá foi
Camões, no regresso, com a roupa mais ou menos idêntica, mas
agora só com bigode, interpretou Cervantes. "Não sabia como o
público ia reagir nem sequer como me iria conseguir movimentar,
estava um bocadinho nervoso", confessou no final da aventura.
Levava já os collants pretos vestidos, no entanto sentiu enormes
dificuldades em completar a caracterização dentro da minúscula
casa de banho do avião. Mas assim que enfrentou o público e se
pôs a declarar Os Lusíadas transformou-se logo em Camões, como
se estivesse num teatro a sério.
45. Pedro Silva esforçou-se para que a sua voz se ouvisse, apesar do
barulho dos motores. Nem toda a gente percebeu o que ele dizia,
mas, ainda assim, teve direito a aplausos no final.
"Quem é este?", perguntava a espanhola Cátia. "Camões? Nunca
ouvi falar. É de que século?" Num avião praticamente lotado, só
os portugueses sabiam quem era "aquele zarolho". "Não conheço
Camões, sou música, não sou de letras", desculpou-se Ana, de 21
anos. "Cervantes, conheço, claro. Tive que ler na escola.“
Antes de explicar, aos microfones, para todos os passageiros, o
que tinha acabado de acontecer, a chefe de cabina Ireide disse
várias vezes em voz baixa a palavra Camões. Até acertar com a
pronúncia. E só o facto de pôr tanta a gente a dizer este nome já
faz da iniciativa um sucesso
(Fonte http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1209780&seccao=Livros)