Este documento discute a nostalgia da infância na obra de Fernando Pessoa. A infância representa um período de felicidade inconsciente em oposição à vida adulta, marcada pela reflexão e fragmentação da identidade. Vários poemas expressam a saudade do tempo passado e a impossibilidade de seu retorno, deixando apenas a memória e a dor da perda.
Análise do poema "O menino de sua mãe", de Fernando Pessoa - OrtónimoJoão Barreira
João Pires Barreira (N.º 9, 12.º D)
Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa
Porto, Portugal
A minha análise do poema para a aula de Português de 02/06/2014.
Análise do poema "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos - heterónimo de Fernando Pessoa. Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Português 12ºD, da Escola Básica 2,3/S de Vale de Cambra (2009/2010)
Uma breve explicação esquematizada sobre uma das temáticas de F. Pessoa ortónimo - A nostalgia de Infância. É uma apresentação pessoal de aula de Português 12º, por isso a parte de comentário (o tema e a definição) faziam parte do trabalho. Enfim, qualquer dúvida - mandem mensagem.
Características poéticas de Ricardo ReisDina Baptista
As Principais características temáticas e estilísticas de Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa: Trabalho de Grupo desenvolvido no âmbito da disciplina de Português 12ºE/2009-2010 (Escola Básica 2,3/S de Vale de Cambra)
Análise do poema "O menino de sua mãe", de Fernando Pessoa - OrtónimoJoão Barreira
João Pires Barreira (N.º 9, 12.º D)
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A minha análise do poema para a aula de Português de 02/06/2014.
Análise do poema "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos - heterónimo de Fernando Pessoa. Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Português 12ºD, da Escola Básica 2,3/S de Vale de Cambra (2009/2010)
Uma breve explicação esquematizada sobre uma das temáticas de F. Pessoa ortónimo - A nostalgia de Infância. É uma apresentação pessoal de aula de Português 12º, por isso a parte de comentário (o tema e a definição) faziam parte do trabalho. Enfim, qualquer dúvida - mandem mensagem.
Características poéticas de Ricardo ReisDina Baptista
As Principais características temáticas e estilísticas de Ricardo Reis - Heterónimo de Fernando Pessoa: Trabalho de Grupo desenvolvido no âmbito da disciplina de Português 12ºE/2009-2010 (Escola Básica 2,3/S de Vale de Cambra)
Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Português 12ºD (Escola Básica 2,3/ de Vale de Cambra 2009/2010), a propósito do estudo de alguns poemas da 3ª fase literária de Álvaro de Campos - heterónimo de Fernando Pessoa.
Dissertação de mestrado, UnB: "Restauração de uma menina morta: Da ausência à...Ana Vilela
Dissertação de mestrado defendida em julho de 2013 na Universidade de Brasília (UnB): "Restauração de uma menina morta: Da ausência à presença ausente", uma análise do livro "A menina morta", do escritor Cornélio Penna.
LIVRO MPARADIDATICO SOBRE BULLYING PARA TRABALHAR COM ALUNOS EM SALA DE AULA OU LEITURA EXTRA CLASSE, COM FOCO NUM PROBLEMA CRUCIAL E QUE ESTÁ TÃO PRESENTE NAS ESCOLAS BRASILEIRAS. OS ALUNOS PODEM LER EM SALA DE AULA. MATERIAL EXCELENTE PARA SER ADOTADO NAS ESCOLAS
Livro de conscientização acerca do autismo, através de uma experiência pessoal.
O autismo não limita as pessoas. Mas o preconceito sim, ele limita a forma com que as vemos e o que achamos que elas são capazes. - Letícia Butterfield.
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Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfenpfilosofiaufu
Caderno de Resumos XVIII Encontro de Pesquisa em Filosofia da UFU, IX Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU e VII Encontro de Pesquisa em Filosofia no Ensino Médio
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e MateusMary Alvarenga
A música 'Tem Que Sorrir', da dupla sertaneja Jorge & Mateus, é um apelo à reflexão sobre a simplicidade e a importância dos sentimentos positivos na vida. A letra transmite uma mensagem de superação, esperança e otimismo. Ela destaca a importância de enfrentar as adversidades da vida com um sorriso no rosto, mesmo quando a jornada é difícil.
2. Nostalgia e Infância
Nostalgia:
1.Tristeza profunda causada por saudades do afastamento da pátri
a ou da terra natal.
2. Estado melancólico causado pela falta de algo.
"nostalgia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-
2013, http://www.priberam.pt/dlpo/nostalgia
Infância:
1. Período de vida humana desde o nascimento até à puberdade.
2. [Figurado] As crianças.
3. [Figurado] Começo, princípio, os primeiros anos.
"Infância", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-
2013, http://www.priberam.pt/dlpo/Infância
3. O que é a Nostalgia da Infância?
A nostalgia da infância é um dos temas fundamentais da obra Fernando
Pessoa ortónimo partilhado pelo heterónimo Álvaro de Campos.
Para Pessoa, a Infância é o passado irremediavelmente perdido, o
tempo longínquo em que era feliz sem saber que o era, o tempo em que ainda
não tinha iniciado a procura de si mesmo e por isso não se tinha fragmentado.
Em muitos poemas o poeta exprime a memória dessa infância suscitada por
estímulos que o lembram do passado.
4. «Quando Era Criança»
«Quando era criança
Vivi, sem saber,
Só para hoje ter
Aquela lembrança.
E hoje que sinto
Aquilo que fui.
Minha vida flui,
Feita do que minto.
Mas nesta prisão,
Livro único, leio
O sorriso alheio
De quem fui então.»
(2 de Outubro de 1933)
5. «Quando Era Criança»
«Quando era criança
Vivi, sem saber,
Só para hoje ter
Aquela lembrança.»
Pessoa aborda a temática da infância enquanto período da inconsciência
completa: «Vivi, sem saber». As crianças vivem a felicidade, porque a desconhecem estar a
viver. A oposição pensar/viver acompanhará sempre Pessoa nas suas análises. Ele sabe que
será impossível regressar àquela condição infantil, porque hoje, adulto, sabe qual é a sua
vida e não a pode ignorar: ele agora pensa e não se limita a viver. Por isso ele diz «Só para
hoje ter /Aquela lembrança». De facto tudo o que resta é a lembrança, porque essa
inconsciência da vida não vai regressar novamente.
6. «Quando Era Criança»
«É hoje que sinto
Aquilo que fui
Minha vida flui
Feita do que minto.»
«Hoje» é que Pessoa sente o que foi. Isto reforça o que já disse: hoje a vida de Pessoa é
feita daquele «pensar» que não existia quando ele era apenas criança. Hoje ele «sente», quando
era criança apenas «vivia».A sua vida atual é uma mentira - pela sua própria avaliação. É uma
mentira, provavelmente porque ele sente não conseguir descobrir a verdade do seu destino: é uma
mentira existencial, uma vida que Pessoa sente não lhe pertencer por direito.
7. «Quando Era Criança»
«Mas nesta prisão,
Livro único, leio
O sorriso alheio
De quem fui então.»
Pessoa está preso então nessa vida, nessa mentira que lhe
impuseram. O que lhe resta é o «livro» que lê, o livro das memórias de uma
infância perdida. E ao ler, vem-lhe um «sorriso alheio», um sorriso do
passado, que já não é dele, mas que ele pode continuar a recordar, porque
ao menos poderá consola-lo da sua existência perdida. A memória da
infância perdida conforta-o, mas igualmente o sufoca.
8. «A Criança Que Fui Chora Na Estrada»
«A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.»
(22 de setembro de 1933)
9. «A Criança Que Fui Chora Na Estrada»
«A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.»
Pessoa vê-se comparativamente em dois estádios diferenciados da sua vida, em «duas
idades»: o Pessoa adulto e o Pessoa criança.
É o Pessoa adulto que escreve e que, vendo a sua dor passada, deseja-a mesmo assim, em
contraponto com a sua dor presente. A frase «a criança que fui chora na estrada» resume de
maneira sucinta o sentimento que o percorre - a felicidade da infância é mesmo assim uma
felicidade dolorosa. Essa sobreposição «criança»/«adulto» dá a beleza ao poema, mas também o
torna translúcido, como se as camadas, complementando-se, se anulassem na leitura final. Pessoa
sente ter-se abandonado criança para ser adulto - nota-se aqui a noção consciente da quebra da
infância em Pessoa, que na realidade aconteceu. Pessoa, vendo-se adulto, diz preferir ir ser
novamente criança. Mas tal não é possível, ninguém regressa ao passado.
10. «A Criança Que Fui Chora Na Estrada»
«Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.»
Mas mesmo nessa impossibilidade, o poeta pode sonhar. Mesmo sabendo que não
pode regressar. Por um lado está perdido na sua vida adulta, no outro recorda a sua infância
dolorosa, que embora feliz o colocou de certo modo na situação atual. Não há escolha
possível, e este impasse leva à sua «alma (...) parada».
11. «A Criança Que Fui Chora Na Estrada»
«Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,»
Resta-lhe a memória: «um alto monte, de onde possa
(...) relembrar».
12. «A Criança Que Fui Chora Na Estrada»
«Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.»
A sua identidade existe assim como uma névoa distante. Ele vazio em si mesmo,
quando se lembra pode assumir ao menos um pouco de existência. Pode ver ao menos «um
pouco de si», ao menos «saberá de si». Há um vazio - é certo - mas o vazio já não será
completo, mesmo que seja doloroso. É um vazio ao menos preenchido ao longe com a
promessa de poder lembrar-se do passado.
13. «Porque esqueci quem fui quando criança?»
«Porque esqueci quem fui quando criança?
Porque deslembra quem então era eu?
Porque não há nenhuma semelhança
Entre quem sou e fui?
A criança que fui vive ou morreu?
Sou outro?Veio um outro em mim viver?
A vida, que em mim flui, em que é que flui?
Houve em mim várias almas sucessivas
Ou sou um só inconsciente ser?»
14. «Porque esqueci quem fui quando criança?»
Este poema demonstra a oposição entre o «Eu outrora» e o «Eu agora» de Fernando
Pessoa.A passagem da infância à idade adulta é um processo de rutura, de corte, de morte: «A
criança que fui vive ou morreu?»; «Porque não há semelhança / Entre quem sou e fui?».Todo o
poema «Porque esqueci quem fui quando criança?» exprime essa admiração perturbante de se
sentir habitado por outro, diferente da criança que foi «sou outro?».
Desta forma, o passado e o presente opõem-se na poesia de Fernando Pessoa, não se
complementam. O passado é infância, alegria, felicidade «inconsciente»; o presente é nostalgia,
inquietação, desconhecimento de si mesmo e do futuro: «se quem fui é enigma, / E quem serei
visão, / Quem sou ao menos sinta / Isto no meu coração» (excerto retirado do poema «Quando
as crianças brincam» de Fernando Pessoa)
15. Conclusões
• A morte prematura do pai, aliada à morte do irmão, no ano
seguinte, foram factos marcantes na vida de Pessoa, que
não pôde aproveitar o passado nem voltar a vivê-lo, como
procurou exaustivamente durante a sua existência e o
demonstrou na sua poesia.
• A nostalgia da Infância associa-se à dor de pensar na
medida em que o poeta sente saudade de quando era
criança, pois nesse tempo era feliz inconscientemente.
• Expressão da saudade: da liberdade de não ter direitos
nem deveres; de um estado em que a reflexão ainda não
atormentava
16. Conclusões
• Pessoa arrepende-se no presente quando este é posto lado a
lado com o passado. Pessoa sente quase sempre que não
conseguiu atingir o que pretendia atingir, e que o seu presente
é um passado falhado. Imaginaria muito mais para si - uma
felicidade e um sucesso, que não encontra no que vive.