2. Para começar…
“ A sintaxe é a parte do sistema linguístico que permite criar
e interpretar frases.” (AZEREDO, 2012).
É a disciplina linguística que estuda como combinamos
palavras para formar sintagmas e como combinamos
sintagmas para formar sentenças.
3. Hipótese lexicalista
A Sintaxe começa a atuar onde acaba a atuação da
morfologia”
Há quem discorde e afirme que Sintaxe e Morfologia se
interrelacionam em uma única área: a Morfossintaxe.
4. Formalismo X Funcionalismo
GRAMÁTICA FORMAL GRAMÁTICA FUNCIONAL
Orientação primariamente
sintagmática
Orientação primariamente
paradigmática
Língua como um conjunto de
estruturas entre as quais podem ser
estabelecidas relações regulares
Língua como uma rede de relações:
as estruturas como interpretação
das relações
Ênfase nos traços universais da
língua (sintaxe como base:
organização em torno da frase)
Ênfase nas variações entre línguas
diferentes (semântica como base:
organização em torno do texto ou
discurso).
(cf. HALLIDAY, 1985 apud NEVES, 2004)
7. TEXTO & FRASE ORAÇÃO
O Texto é uma
entidade pertencente
ao domínio do ato
verbal e a frase é o
menor texto possível.
Centrada em um verbo
com o qual se faz uma
declaração
(predicado) sobre um
dado tema (sujeito).
9. Funções Sintáticas
Função Definição
Sujeito Termo da oração com o qual o
verbo concorda
Predicado
Objeto Direto Complemento ligado ao verbo
sem preposição
Objeto Indireto Complemento ligado ao verbo
com preposição
Predicativo Adjetivo como predicado
Adjuntos Constituitens que não fazem
parte da estrutura argumental dos
verbo
12. Padrões frasais da Língua
Portuguesa
FRASEFrase
nominal
Frase
Verbal
Frase
Negativa
Padrão
transitivo e
intransitivo
Pergunta e
resposta
Frase
comparativa
13. Passamos de uma ilha para a outra, fazendo trocas e vendas
vantajosas. Um dia, desembarcamos em uma delas que era
extraordinariamente rica de árvores frutíferas, mas tão deserta
que nela não descobrimos nenhuma casa, nem um habitante.
Era um lugar tão agradável que ficamos horas e horas a
passear pelos seus prados e ao longo dos seus regatos.
(CONY, 2001)
Frase Nominal e Frase Verbal
14. PADRÃO VERBAL PADRÃO NOMINAL
Passamos de uma ilha a outra que era extradionariamente rica de
árvores frutíferas
fazendo trocas e vendas vantajosas mas [era] tão deserta
Um dia, desembarcamos em uma
delas
Era um lugar tão agradável
que nela não descobrimos nenhuma
casa, nem um habitante
que ficamos horas e horas
a passear pelos seus prados e ao
longo dos seus regatos
15. Padrão Transitivo e Padrão
Intransitivo
“Falará comigo em outro tom e ainda me agradecerá quando
eu lhe mostrar o que tenho na bolsa. (CONY, 2001)”
PADRÃO TRANSITIVO PADRÃO INTRANSITIVO
Falará comigo em outro tom
e ainda me agradecerá
quando eu lhe mostrar
Quando eu mostrar o [que tenho na
minha bolsa]
[o] que tenho na minha bolsa
17. Pergunta e Resposta
Interrogativa total (predicado inteiro).
- Leste o livro? (Resposta: SIM ou NÃO)
- Procurou o professor no fim da aula? (Resposta: SIM ou NÃO)
Interrogativa parcial (a resposta não é SIM ou NÃO).
- Quem é que disse? O professor.
- Qual dos livros quer? Aquele.
- Quanto é que você parte? Amanhã
OBS.: Introduzida por pronomes/quantificadores.
18. Padrão Comparativo
“Marina era a mais feliz das mães.”
“André é mais forte do que Pedro.”
“Pedro é menos forte do que André.”
20. Coordenação
“ A coordenação é um processo de ligação entre
unidades da mesma classe (dois ou mais sintagmas
por exemplo) ou da mesma função (dois ou mais
sujeitos por exemplo).
(AZEREDO, 2010).
22. Titia disse que nós desarrumamos a casa.
Oração Principal Oração Subordinada
Titia fez a salada e mamãe fritou os pastéis.
Oração Oração
- Nenhuma oração é principal.
- Nenhum elemento é parte de ambas.
Uma oração faz parte de um termo de outra.
23. Titia disse que nós desarrumamos a casa.
Oração Principal Oração Subordinada
Titia disse que nós desarrumamos a casa.
Oração Principal
NGB
“Uma oração com todos os seus termos preenchidos por sintagmas
não oracionais não pode ser principal”
“Uma oração que tenha pelo menos um termo preenchido por sintagma
Oracional é uma oração principal”
24. Marcas Explícitas de
Subordinação
Conjunções;
Relativos;
Marcas de interrogativa indireta;
Desinências do modo subjuntivo;
Desinências de gerúndio e de infinitivo.
25. - (1) Conjunções subordinativas (que, visto que, se bem que,
etc)
“Entrei no apartamento quando Ana Maria me chamou”
- (2) Relativos
“O gato que lambeu meu queijo era angorá”
“O bicho do qual eu falei é um gato.”
26. - (3) Marcas e interrogativa direta
(em parte idênticos aos que marcam as relativas)
“Não sei quantos espectadores virão ao circo.”
“Não imagino como você vai conseguir esse emprego”
OBS.: Itens que funcionam como marcas interrogativas
indiretas: o que, quem , onde, quando, quanto(s), como, qual,
etc.
27. - Desinência de SUBJUNTIVO
“ A empresa deseja que todos tenham uma boa viagem”
- Desinências de infinitivo e de gerúndio
“Daniel trabalha vendendo cimento”
“Daniel resolveu vender cimento”
OBS.: Não há orações não-subordinadas com gerúndio e não
subordinadas com infinitivo são raras (Ex.: Olhar à direita!) .
28. Marcas de Coordenação
Coordenação sem marcas;
Coordenação com “e”, “ou” e “mas”;
Porém;
Conectivos descontínuos.
29. - (1) Coordenação sem marca
“Seu bode comeu minha camisa, você vai pagar o prejuízo.”
- (2) Coordenação com e, ou e mas.
“ Avistei hoje seu patrão e o doutor Márcio.”
“ Carolina chegou mas não fez declarações.”
“Carolina chegou, desembarcou, mas não fez declarações.”
30. - (3) Porém
“Titia adormeceu; porém vovó continuou a cantar.”
“Titia adormeceu; vovó, porém, continuou a cantar.”
“Titia adormeceu; vovó continuou, porém, a cantar”
“Titia adormeceu; vovó continuou a cantar, porém.”
Outros elementos: porém, entrento, no entanto, contudo, não
abstante, todavia, senão, assim, por isso, por conseguinte, de
modo que, em vista disso, etc.
31. - (4) Conectivos descontínuos
“ Joaquim não só toca viola mas também conta fados.”
“ Joaquim vendeu não só armazém mas também a loja”
Outros conectivos descontínuos: tanto…quanto; ora…ora;
já…já; quer…quer.
33. Referências
AZEREDO, José Carlos de. Iniciação à Sintaxe do Português. São Paulo:
Zahar, 2012 [1990].
ABDON, Iaci de Nazaré et al. Sintaxe. Belém: UFPA/EAD, 2009.
MIOTO, Carlos et al. Novo Manual de Sintaxe. São Paulo: Contexto, 2013.
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática funcional. São Paulo: Martins
Fontes, 2004.
PERINI, Mário A. Gramática descritiva do Português. São Paulo: Ática, 2002.
KOCH, Ingedore G. V; SILVA, M. C. Linguística Aplicada ao Português:
sintaxe. São Paulo: Cortez, 2005.