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Módulo Didático de apoio à atividade docente para o CRV
Disciplina Matemática – Ensino Médio
Título: Progressão Geométrica e Funções Exponenciais




Tópicos                        Habilidades


11. Progressão Geométrica      11.1. Identificar o termo geral de uma progressão
                                    geométrica.


                               12.1. Identificar exponencial crescente e exponencial
                                     decrescente.
                               12.2. Resolver problemas que envolvam uma função do
                                     tipo y ( x ) = k a .
                                                   x
12. Função exponencial
                               12.3. Reconhecer uma progressão geométrica como uma
                                     função da forma y ( x ) = k a definida no conjunto
                                                                 x

                                     dos números inteiros positivos.




Introdução
As       progressões   geométricas   e   as   funções     exponenciais     aparecem
naturalmente em vários contextos significativos, entre eles: crescimento
populacional, matemática financeira, cálculo do valor da prestação de um
financiamento, e em várias situações em que uma grandeza varia a uma taxa
proporcional ao valor da grandeza em cada instante (desintegração radioativa
e Lei de Resfriamento de Newton são alguns exemplos).


Para compreender ainda mais a importância do entendimento das
progressões geométricas e das funções exponenciais, veja as seguintes
situações que serão modeladas e resolvidas através destes conceitos:
     •    Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a cada
          mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após
          um período de 12 meses essa quantia terá aumentado para qual
          valor?
2


   •   Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a cada
       mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após
       quantos meses esse valor terá aumentado para mais de R$ 1.000,00?
   •   Uma televisão que custa, a vista, R$ 900,00 pode ser paga em 12
       prestações iguais. Se a loja cobra 2% de juros ao mês por este
       financiamento, qual o valor de cada uma das 12 prestações?
   •   Uma população de bactérias dobra a cada hora. Se em um
       determinado instante existem 200 indivíduos nesta população, após 24
       horas qual será o número de indivíduos nesta população de bactérias?


Estes exemplos ilustram que é muito importante saber aplicar os conceitos de
progressões geométricas e funções exponenciais para a modelagem
matemática    e    a   resolução     de   problemas.      Neste     Módulo     Didático
apresentaremos as definições e as propriedades destes conceitos, além de
mostrar como eles podem ser aplicados para a resolução de uma ampla
classe de problemas.




Progressão Geométrica


Exemplo 1: Considere a seguinte seqüência de números inteiros:
       a1 = 3 , a 2 = 6 , a 3 = 12 , a 4 = 24 , a 5 = 48 , a 6 = 96 e a 7 = 192 .
Você consegue imaginar alguma regra na formação destes números? Pense
um pouco. Você percebeu que estes números foram dobrando? Isto é, a
partir do segundo número cada um é o dobro do número anterior? Observe: 6
é o dobro de 3; 12 é o dobro de 6. 24 é o dobro de 12; 48 é o dobro de 24; 96
é o dobro de 48; 192 é o dobro de 96. Isto significa que cada termo desta
seqüência é igual ao termo anterior multiplicado por 2:


                              6 = 2 × 3 ⇒ a 2 = 2 × a1
                             12 = 2 × 6 ⇒ a 3 = 2 × a 2

                             24 = 2 × 12 ⇒ a 4 = 2 × a3
3


                            48 = 2 × 24 ⇒ a 5 = 2 × a 4

                            96 = 2 × 48 ⇒ a 6 = 2 × a5

                            192 = 2 × 96 ⇒ a 7 = 2 × a 6


O comportamento desta seqüência de números, a regularidade apresentada
neste exemplo (cada número ser igual ao anterior multiplicado por uma
constante, 2 neste exemplo) caracteriza uma progressão geométrica. Assim,
neste exemplo específico temos uma seqüência de números que é uma
progressão geométrica, de acordo com a seguinte definição.


      Uma seqüência de números a1 , a 2 ,K , a n é uma progressão

      geométrica se existir um número real q tal que a partir do
      segundo termo da seqüência, cada um deles é igual ao termo
      imediatamente anterior multiplicado por q . Isto é, se

                                   a i = a i −1 × q .

      Neste caso dizemos que a1 é o primeiro termo e que a
      constante q é a razão da progressão geométrica a1 , a 2 ,K , a n .




Observação:    costuma-se utilizar          a abreviação PG             para   progressão
geométrica.


Exemplo importante: Se considerarmos todas as potências inteiras e positivas
de um número real b obtemos uma progressão geométrica de primeiro termo
b e razão também igual a b .
                    a1 = b , a 2 = b 2 , a3 = b 3 , K , a n = b n , K

De fato, nesta seqüência, cada termo é igual ao termo anterior multiplicado
por b .
4


Observação: como cada termo de uma progressão geométrica é igual ao
termo anterior multiplicado por b , vemos que todos os termos de uma
progressão ficar determinados a partir do primeiro termo e da razão.
Vejamos agora algumas situações que exemplificam esse fato.




Exemplo 2: Os seis primeiros termos da progressão geométrica de primeiro
termo a1 = 4 e razão q = 3 são:

a1 = 4                a 2 = 4 ⋅ 3 = 12      a 3 = 12 ⋅ 3 = 36   a 4 = 36 ⋅ 3 = 108

a 5 = 108 ⋅ 3 = 324   a 6 = 324 ⋅ 3 = 972




Exemplo 3: Uma progressão geométrica tem primeiro termo a1 = 32 e razão
      1
q=      . Os doze primeiros termos desta progressão são:
      2


                                   1                     1                 1
a1 = 32               a 2 = 32 ⋅     = 16   a 3 = 16 ⋅     =8   a4 = 8 ⋅     =4
                                   2                     2                 2
           1                     1                     1 1              1 1 1
a5 = 4 ⋅     =2       a6 = 2 ⋅     =1       a7 = 1 ⋅    =       a8 =     ⋅ =
           2                     2                     2 2              2 2 4
       1 1 1                  1 1 1                  1 1 1               1 1 1
a9 =    ⋅ =           a10 =    ⋅ =          a11 =     ⋅ =       a12 =     ⋅ =
       4 2 8                  8 2 16                16 2 32             32 2 64




Exemplo 4: Observe que se a1 , a 2 ,K , a n são os termos de uma progressão

geométrica, então o quociente de um termo pelo termo imediatamente
anterior é igual à razão da progressão. De fato, de a i = a i −1 × q concluímos

        ai
que           = q.
       a i −1
5



Exemplo 5: Vamos verificar que os números 3, 12, 48 e 192 são termos
consecutivos de uma progressão geométrica. Para fazer isso, de acordo com
o exemplo anterior, devemos mostra que o quociente de dois termos
consecutivos da progressão é sempre o mesmo. Mas, neste caso, isso é
verdade, pois
                                 12 48 192
                                   =  =    = 4.
                                  3 12 48
Portanto 3, 12, 48 e 192 são termos de uma progressão geométrica de
primeiro termo 3 e razão igual a 4.


Exemplo 6: Os números 2, 4, 8, 16 e 48 são termos consecutivos de uma
progressão geométrica? Para responder a esta pergunta devemos proceder
igual ao exemplo anterior: devemos verificar se o quociente de dois termos
consecutivos sempre é o mesmo. Mas observe que
                        4      8      16      48
                          = 2,   = 2,    =2 e    = 3.
                        2      4       8      16
Como esses quocientes não são todos iguais, concluímos que os números
dados não são termos consecutivos de uma progressão geométrica.




O Termo Geral de uma Progressão Geométrica


Exemplo 7: Considere a progressão geométrica de primeiro termo a1 = 5 e
razão q = 3 . Qual é o centésimo termo desta progressão? Isso é, qual é o

número a100 ?
Solução: Pela definição de progressão geométrica, se conhecemos o seu
primeiro termo e sua razão, podemos escrever todos os termos da
progressão: basta irmos multiplicando cada termo da progressão pela razão
para encontrar o próximo termo.


Assim,    podemos     calcular     a 2 = a1 ⋅ q = 5 ⋅ 3 = 15 ,   a 3 = a 2 ⋅ q = 15 ⋅ 3 = 45 ,

a 4 = a 3 ⋅ q = 45 ⋅ 3 = 135 e assim sucessivamente. Entretanto, observe que para
6


calcular o número a100 seguindo esses passos, devemos calcular todos os

termos anteriores da progressão, isto é, devemos calcular a 2 , a3 , a 4 , a5 ....

até a 99 e só depois disso podemos calcular a100 . Assim, vemos que esse
método de determinação de um termo específico de uma progressão
geométrica é pouco eficiente. Vamos mostrar agora então, um jeito mais
rápido e prático para a determinação de um termo qualquer de uma
progressão geométrica.




Então vamos considerar uma progressão geométrica de primeiro termo a1 e
de razão igual a q . Pela definição de P.G., podemos calcular os próximos
termos da progressão do seguinte modo.


                             a 2 = a1 ⋅ q .

                             a 3 = a 2 ⋅ q = (a1 ⋅ q ) ⋅ q = a1 ⋅ q 2

                             a 4 = a 3 ⋅ q = (a1 ⋅ q 2 ) ⋅ q = a1 ⋅ q 3

                             a 5 = a 4 ⋅ q = ( a1 ⋅ q 3 ) ⋅ q = a1 ⋅ q 4

                             a 6 = a 5 ⋅ q = (a1 ⋅ q 4 ) ⋅ q = a1 ⋅ q 5


Observando a regularidade destas expressões concluímos que, para todo
n ≥ 1 , a n = a1 ⋅ q n −1 . Esta expressão é chamada de termo geral da progressão

geométrica de primeiro termo a1 e razão q .


         Uma progressão geométrica de primeiro termo a1 e de

         razão igual a q tem termo geral igual a a n = a1 ⋅ q n −1 .


Utilizando a expressão do termo geral, podemos calcular qualquer termo da
progressão sem a necessidade do cálculo de todos os termos anteriores a
ele.
7


Exemplo 8: Vamos determinar o décimo e o centésimo termo da progressão
geométrica de primeiro termo a1 = 3 e razão q = 2 .

Solução: O termo geral desta progressão é dado por a n = a1 ⋅ q n −1 = 3 ⋅ 2 n −1 .

Assim o décimo termo é igual a a10 = 3 ⋅ 210−1 = 3 ⋅ 2 9 = 3 ⋅ 512 = 1536 , e o

centésimo termo é igual a a100 = 3 ⋅ 2100 −1 = 3 ⋅ 2 99 . Observe que esse número

a100 está calculado, e que podemos deixá-lo escrito em termos de um

potência de 2 pois, sendo 2 99 um número muito grande, em geral, não é
conveniente efetuarmos todas essas multiplicações.




Exemplo 9: Determine o primeiro termo e a razão da progressão geométrica
cujo termo geral é igual a a n = 5 ⋅ 3 n .

Solução: Para o cálculo do primeiro termo, basta substituir n pelo número 1
na expressão do termo geral. Assim concluímos que o primeiro termo é igual
a a1 = 5 ⋅ 3 = 15 . Para o cálculo da razão podemos efetuar:

                                  a n +1 5 ⋅ 3 n +1 5 ⋅ 3 n ⋅ 3
                             q=         =          =            = 3.
                                   an     5 ⋅ 3n     5 ⋅ 3n




Exemplo 10: Os três primeiros termos de uma progressão geométrica são
                           8
a1 = 6 , a 2 = 4 e a 3 =     . Determine o termo geral desta PG.
                           3
Solução: A razão desta PG pode ser calculada do seguinte modo:
                             8
   a   4 2              a        8 2                           2
q = 2 = = , ou então q = 3 = 3 =  = . Substituindo a1 = 6 e q = na
   a1 6 3               a2   4 12 3                            3
                                                                               n −1
                                                                     2
expressão a n = a1 ⋅ q n −1 do termo geral, concluímos que a n = 6 ⋅                .
                                                                     3
Entretanto, efetuando algumas manipulações algébricas, podemos escrever
esse termo geral de várias formas diferentes, tais como:
8

                                       n −1
                               2                6 ⋅ 2 n −1 3 ⋅ 2 ⋅ 2 n−1   2n
                      an = 6 ⋅              =             =              = n− 2 .
                               3                 3 n−1         3 n −1     3




Exemplo 11: Os dois primeiros termos de uma progressão geométrica são
a1 = 3 e a 2 = −2 . Determine o termo geral desta PG.
                                                          a2 − 2    2
Solução: A razão desta PG é igual a q =                      =   = − . Substituindo a1 = 3 e
                                                          a1   3    3
      2
q=−     na expressão a n = a1 ⋅ q n −1 concluímos que o termo geral desta PG é
      3
                          n −1
                   2
igual a a n = 3 ⋅  −           . Observe que, sendo a razão um número negativo, os
                   3
termos desta progressão geométrica vão alternando de sinal: um é positivo, o
outro é negativo, o seguinte é positivo e assim por diante.




No próximo exemplo ilustramos que, através da expressão do termo geral, se
conhecemos dois termos de uma progressão geométrica podemos, em geral,
determinar o seu primeiro termo e sua razão.


Exemplo 12: Uma progressão geométrica a1 , a 2 ,K , a n é tal que a 4 = 24 e

a 7 = 192 . Determine o primeiro termo, a razão e o termo geral desta PG.

Solução: O termo geral da progressão é a n = a1 ⋅ q n −1 . Tomando n = 4 e

depois n = 7 , dos dados do problema, vemos que a 4 = a1 ⋅ q 3 = 24 e

a 7 = a1 ⋅ q 6 = 192 . Portanto os números a1 e q satisfazem o seguinte sistema

de equações:
                                              
                                              a1 ⋅ q = 24
                                                      3

                                                             .
                                              a1 ⋅ q 6 = 192
                                              
                                                                                 a1 ⋅ q 6 192
Dividindo a segunda equação pela primeira obtemos                                         =    , isto é,
                                                                                 a1 ⋅ q 3   24

q 3 = 8 ⇒ q = 2 . Substituindo esse valor na primeira equação do sistema,
9


                                      24
concluímos que a1 ⋅ 2 3 = 24 ⇒ a1 =      = 3 . Portanto a progressão geométrica
                                      8
dada tem primeiro termo a1 = 3 e razão q = 2 . Substituindo esses valores na

expressão do termo geral, concluímos que seu termo geral é a n = 3 ⋅ 2 n −1 .




Observação: Para terminar esta seção vamos observar os seguintes fatos
que são facilmente demonstrados:
   •   Se q > 1 os termos da progressão geométrica de razão q forma uma
       seqüência crescente: a1 < a 2 < a 3 < L < a n < L .

   •   Se 0 < q < 1 os termos da progressão geométrica de razão q forma

       uma seqüência decrescente: a1 > a 2 > a 3 > L > a n > L .


Algumas situações-problema que envolvem progressões geométricas


O conceito de progressão geométrica é utilizado com muita freqüência na
matemática financeira. Veremos então nesta seção alguns problemas de
matemática financeira que podem ser resolvidos com o auxílio da progressão
geométrica. Recomendamos fortemente que o aluno estude o tópico 13 do
CBC (matemática financeira) simultaneamente a resolução destes problemas.
Entretanto, antes de tratar desses problemas, vamos definir o que significa a
taxa de crescimento de uma grandeza.


“A taxa de crescimento entre dois valores a e b de uma grandeza é a razão
entre o aumento da grandeza b − a e o seu valor inicial a”.


Um exemplo, disso é o seguinte: a taxa de crescimento de uma grandeza que
                                       5−4 1
passa de 4 para o valor 5 é igual a       = = 0,25 ou 25%. Observe que isto
                                        4  4
significa que ocorreu um acréscimo de 25% no valor inicial da grandeza para
ela passar do valor 4 para o valor 5. De fato:
10


                                               25          1
           4 mais 25% de 4 é igual a 4 +          ⋅ 4 = 4 + ⋅ 4 = 4 +1 = 5.
                                              100          4


Além disso, em várias situações é muito importante observar que, por
exemplo, para dar um acréscimo de 36% a um valor x , basta multiplicar x
por 1,36. De fato,
                            x + 36% x = x + 0,36 x = 1,36 x .


De modo geral, dar um acréscimo de t % a um valor x é equivalente a
                         t
multiplicar x por 1 +       .
                        100




Vamos agora aos problemas propriamente ditos.


Exemplo 13: Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a
cada mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após um
período de 12 meses essa quantia terá aumentado para qual valor?


Solução: Lembramos que para dar um acréscimo de 2% a um valor x é
suficiente multiplicar x por 1,02. Assim concluímos que:


   •   Após um mês os R$ 100,00 terão aumentado para 1,02 ⋅ 100 = 102,00
       reais.
   •   Durante o segundo mês, estes 102 reais sofrerão um aumento de 2%
       e passarão ao valor 1,02 ⋅ 102 = 104,04 reais.
E esse comportamento vai continuar durante os 12 meses que o dinheiro
ficará aplicado. Então vamos modelar o problema do seguinte modo: vamos
representar por M 0 o dinheiro aplicado inicialmente (neste caso, M 0 = 100 ) e

vamos representar por M n o valor que está aplicado decorridos n meses de

aplicação. Como o dinheiro sofre um aumento de 2% ao mês, das
considerações anteriores concluímos que
11


                   M 1 = M 0 ⋅ 1,02 .

                   M 2 = M 1 ⋅ 1,02 = ( M 0 ⋅ 1,02) ⋅ 1,02 = M 0 ⋅ (1,02 )
                                                                                      2



                   M 3 = M 2 ⋅ 1,02 = ( M 0 ⋅ 1,02 2 ) ⋅ 1,02 = M 0 ⋅ (1,02 )
                                                                                          3



e   assim        sucessivamente.              Portanto,        concluímos                     que      os    números
M 1 , M 2 ,K ,M 12 formam uma seqüência tal que a partir do segundo termo,
cada termo é igual ao anterior multiplicado por 1,02. Isso significa que esses
termos formam uma progressão geométrica de primeiro termo M 1 = M 0 ⋅ 1,02

e razão igual a 1,02. O termo geral dessa progressão é então dado por
                     M n = M 1 ⋅ (1,02 )          = M 0 ⋅ 1,02 ⋅ (1,02)
                                           n −1                           n −1
                                                                                 = M 0 ⋅ 1,02 n

Como, neste exemplo M 0 = 100 , vemos que M n = 100 ⋅ (1,02 ) . Após 12 meses
                                                                                                  n



de aplicação, portanto, a quantia aplicada será igual a M 12 = 100 ⋅ (1,02 ) .
                                                                                                                     12



Como        o    auxílio    de     uma            calculadora       vemos             que             esse   valor    é
aproximadamente igual a R$ 126,82.


Observação: este exemplo pode ser generalizado do seguinte modo.
Suponhamos que um valor inicial M 0 seja aplicado em uma aplicação que

rende t % de juros ao mês. Então, após um período de n meses esta quantia
                                                                                  n
                                                t 
M 0 terá aumentado para o valor M n = M 0 ⋅ 1 +    . No exemplo numérico
                                             100 
anterior,       M 0 = 100     e    t = 2.         Isto significa que os                           valores mensais

M 1 , M 2 ,K ,M n ,K formam uma progressão geométrica.




Exemplo 14: Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a
cada mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após
quantos meses esse valor terá aumentado para mais de R$ 1.000,00?


Solução: Como vimos no exemplo anterior, após um período de n meses, os
R$ 100,00 terão aumentado para o valor M n = 100 ⋅ (1,02 ) . Então desejamos
                                                                                              n
12


saber o valor de n para o qual se tem 100 ⋅ (1,02) > 1000 , ou seja,
                                                        n



(1,02)n   > 100 . Mas como procedemos para resolver uma desigualdade como
essa? Um jeito simples é por tentativa. Com o auxílio de uma calculadora
calcule 1,02 n para valores diferentes de n e procure, através deste

experimento, o menor valor de n tal que (1,02 ) > 100 .
                                                   n
                                                            Efetuando este
experimento, você pode produzir uma tabela com a seguinte, em que
mostramos valores aproximados de 1,02 n .


          n            1,02 n                 n                  1,02 n
          1             1,02                 200                 52,48
          2             1,04                 201                 53,53
          3             1,06                 220                 77,99
          4             1,08                 230                 95,07
     100                7,24                 231                 96,97
     101                7,39                 232                 98,90
     150               19,50                 233                 100,88
     151               19,88                 234                 102,90


Esta tabela nos mostra que (1,02 ) > 100 somente para n ≥ 233 . Portanto
                                    n



somente após 233 meses os R$ 100,00 terão aumentado para um valor
superior a mil reais. Observe que 233 meses é igual a 19 anos e 5 meses, ou
seja, é muito, muito tempo.




Exemplo 15: Uma população de bactérias dobra a cada hora. Se em um
determinado instante existem 200 indivíduos nesta população, após 24 horas
qual será o número de indivíduos nesta população de bactérias?
Solução: Vamos representar por P0 = 200 a população inicial de bactérias, e

vamos representar por Pn essa população decorridas n horas da contagem

da população. Pelos dados do problema vemos que os números
13


P1 , P2 ,K ,Pn ,K formam uma progressão geométrica, pois a cada período de

uma hora a população dobra, isto é,
                              P1 = P0 ⋅ 2

                              P2 = P1 ⋅ 2 = (P0 ⋅ 2) ⋅ 2 = P0 ⋅ 2 2

                              P3 = P2 ⋅ 2 = (P0 ⋅ 2 2 ) ⋅ 2 = P0 ⋅ 2 3

                              P4 = P3 ⋅ 2 = (P0 ⋅ 2 3 ) ⋅ 2 = P0 ⋅ 2 4

E continuando desse modo, fica evidente que Pn = P0 ⋅ 2 n . Como P0 = 200

concluímos que Pn = 200 ⋅ 2 n . Portanto após 24 horas a população será de

P24 = 200 ⋅ 2 24 = 3.355.443.200 bactérias.




Observação: nas referencias bibliográficas indicamos textos que trazem
várias outras aplicações de progressão geométrica e função exponencial.




Funções exponenciais: introdução


Para motivar a necessidade da definição das funções exponenciais observe a
seguinte situação:


Exemplo 16: Uma caixa d’água inicialmente com 1000 litros de água começa
a ser continuamente esvaziada por uma torneira aberta em seu fundo. Neste
exemplo vamos considerar que a cada hora o volume de água na caixa se
reduza pela metade. Após quantas horas existirão exatamente 200 litros de
água na caixa?


Solução: Para compreende o problema, podemos começar construindo a
seguinte tabela, que nos mostra o volume de água na caixa ao passar de
algumas horas da torneira ter sido aberta.
14


                Tempo que a torneira           Volume de água na caixa
                 está aberta (horas)                   (litros)
                          0                             1000
                                                     1000
                          1                               = 500
                                                       2
                                                      500
                          2                               = 250
                                                       2
                                                      250
                          3                               = 125
                                                       2
                                                      125
                          4                               = 64,5
                                                       2




Como a água está vazando continuamente da caixa, da tabela acima,
percebe-se que existirão 200 litros de água na caixa em um instante entre 2 e
3 horas da torneira ter sido aberta. Mas qual é este instante exato? Para
determinar este instante vamos modelar o problema do seguinte modo.
Vamos representar por Vn o volume de água na caixa após n horas de a
torneira ter sido aberta. Analisando a tabela acima, vemos que


           1
V1 = 1000 ⋅ .
           2
                                       2
         1        1 1          1
V2 = V1 ⋅ = 1000 ⋅  ⋅ = 1000 ⋅  
         2        2 2          2
                      2                    3
         1         1 1          1
V3 = V2 ⋅ = 1000 ⋅   ⋅ = 1000 ⋅  
         2         2 2          2
                                                                   n
                                                    1
E continuando desse modo percebe-se que Vn = 1000 ⋅   . Esta expressão
                                                    2
implica que os números V1 , V2 ,K ,Vn ,K formam uma progressão geométrica de

        1
razão     .
        2


Mas, observe que no contexto de progressão geométrica somente temos a
quantidade de água na caixa para valores inteiros do tempo que a torneira
15


ficou aberta: 1 hora, 2 horas, 3 horas, etc. Entretanto, a torneira está aberta
continuamente, e assim, precisamos admitir valores não inteiros de n na
                            n
                     1
expressão     1000 ⋅   .      Considerando     isso,       definimos   a   função
                     2
                      x
                1
V ( x) = 1000 ⋅   que é igual ao volume de água na caixa após x horas da
                2
torneira ter sido aberta (aqui x é um número real positivo qualquer, e não
apenas um número inteiro n ). Assim, para resolver o problema proposto
                                                         x
                                               1
precisamos encontrar x tal que V ( x) = 1000 ⋅   = 200 , ou seja, 2 x = 5 .
                                               2
Evidentemente a solução desta equação não é um número inteiro e, com a
ajuda de uma calculadora, experimentando valores fracionários de x ,
percebe-se que 2 2,3 = 4,9 , aproximado com uma casa decimal. Assim,
existirão 200 litros de água na caixa aproximadamente após 2,3 horas de a
torneira ter sido aberto. (2,3 horas é igual a 2 horas e 18 minutos)




Assim, neste exemplo, precisamos generalizar a progressão geométrica
                  n
            1
Vn = 1000 ⋅         (que só faz sentido para n = 1, 2, 3,K ) para uma função
            2
                      x
                1
V ( x) = 1000 ⋅   que faz sentido para qualquer valor real de x . Uma função
                2
como essa é do tipo exponencial, que começaremos a estudar a seguir.




Função exponencial: definição


            A função exponencial de base b > 0 é a função
            definida pela seguinte lei de formação: f ( x) = b x .
16


Observe que se calculamos os valores da função exponencial f ( x) = b x para
números inteiros positivos x obtemos os termos de uma progressão
geométrica de primeiro termo b e razão também igual a b :


                  f (1) = b , f (2) = b 2 , f (3) = b 3 , K , f (n) = b n , K


Entretanto, como x pode assumir valores não inteiros, podemos reconhecer
a progressão geométrica definida acima como uma função exponencial
f ( x) = b x definida no conjunto dos números inteiros positivos.




Generalizando um pouco também podemos considerar:


           Uma função do tipo função exponencial é uma
           função definida por uma lei de formação como
            f ( x) = k ⋅ b x .


Como anteriormente, observe que se calculamos os valores da f ( x) = k ⋅ b x
para números inteiros x obtemos os termos de uma progressão geométrica
de primeiro termo k ⋅ b e razão igual a b :


           f (1) = k ⋅ b , f ( 2) = k ⋅ b 2 , f (3) = k ⋅ b 3 , K , f ( n) = k ⋅ b n , K


Assim, como x pode assumir valores não inteiros, podemos reconhecer a
progressão geométrica definida acima como uma função do tipo exponencial
f ( x) = k ⋅ b x definida no conjunto dos números inteiros positivos.


Observação: Muitas pessoas costumam utilizar a terminologia “função
exponencial” para indicar tanto a função                      f ( x) = b x   quanto a função

f ( x) = k ⋅ b x . Desde que não se faça confusão sobre qual destas funções está
17


sendo empregada num contexto específico, em nível de Ensino Médio, existe
nenhum problema em se utilizar este abuso de linguagem.




O gráfico da função exponencial


Nestes primeiros exemplos, vamos estudar o gráfico de uma função
exponencial de base b tal que b > 1 .


Exemplo 17: Vamos construir o gráfico da função exponencial f ( x) = 2 x .
Solução: para fazer o gráfico de uma função é conveniente construir uma
tabela de valores, como a indicada a seguir.


          x         -3     -2       -1         0       1       2        3
                    1       1        1
     f ( x) = 2 x                              1       2       4        8
                    8       4        2


Agora, utilizando um papel quadriculado podemos marcar estes pontos num
plano cartesiano para obter alguns pontos de gráfico da função f ( x) = 2 x .
18


Analisando esta figura acima fica evidente que o gráfico da função
exponencial f ( x) = 2 x não é uma reta. Marcando mais alguns pontos neste
plano cartesiano ou utilizando um programa computacional que faz o gráfico
da função f ( x) = 2 x , vemos o esse gráfico tem o seguinte aspecto:




Analisando este gráfico, podemos concluir que:
   •   a função exponencial f ( x) = 2 x é sempre positiva.
   •   ela é crescente: quanto maior for o valor de x maior é o valor de f (x) .
   •   ela assume valores arbitrariamente grandes.
   •   quanto maior for o valor de x mais próximo esta função está do
       número zero.




Exemplo 18: Neste exemplo vamos ilustrar que as funções exponenciais de
base maior ou igual a um têm um gráfico semelhante ao apresentado na
figura acima. Então vamos construir, num mesmo plano cartesiano, os
gráficos das funções y = 2 x , y = 3 x e y = 4 x . Para isso, podemos construir
uma tabela de valores como a indicada no exemplo acima.
19


        x        -3      -2       -1      0          1   2      3
                 1        1       1
      y = 2x                              1          2   4      8
                 8        4       2
                 1        1       1
      y = 3x                              1          3   9      27
                 27       9       3
                 1        1       1
      y = 4x                              1          4   16     64
                 64      16       4




Analisando esses pontos vemos que as funções y = 2 x , y = 3 x e y = 4 x

possuem as mesmas quatro propriedades da função y = 2 x listadas na
página anterior. Assim, marcando esses pontos num papel quadriculado, e
depois conectando esses pontos por uma curva, ou ainda, utilizando um
programa computacional que desenha gráficos de funções, vemos que os
gráficos destas funções têm os seguintes aspectos:
20


Exemplo 19: De modo geral, para todo k > 0 e todo b > 1 pode-se mostrar
que o gráfico da função f ( x) = k ⋅ b x tem o seguinte aspecto:




É importante observar os seguintes aspectos deste gráfico:
   •   se k > 0 e todo b > 1 , então a função a função f ( x) = k ⋅ b x é sempre
       positiva.
   •   ela é crescente: quanto maior for o valor de x maior é o valor de f (x) .

   •   ela assume valores arbitrariamente grandes.
   •   quanto menor for o valor de x mais próximo esta função está do
       número zero.
   •   Como f (0) = k e f (1) = kb o gráfico desta função passa pelos pontos
       (0 , k ) e (1, kb) .


Nos próximos exemplos, vamos estudar o gráfico de uma função exponencial
de base b tal que 0 < b < 1 .




                                                                           x
                                                                     1
Exemplo 20: Vamos construir o gráfico da função exponencial f ( x) =   .
                                                                     2
Solução: Primeiramente valos construir uma tabela de valores, como a
indicada a seguir.
21


     x             -4    -3      -2       -1      0       1        2       3
               x
         1                                              1        1       1
f ( x) =         16    8       4        2       1
         2                                              2        4       8


Agora, utilizando um papel quadriculado podemos marcar estes pontos num
                                                                            x
                                                                         1
plano cartesiano para obter alguns pontos de gráfico da função f ( x ) =   .
                                                                         2




Procedendo como nos exemplos anteriores, marcando mais pontos deste
gráfico ou utilizando um programa computacional que faz gráfico de funções
                                      x
                                 1
vemos que o gráfico de f ( x ) =   tem o seguinte aspecto:
                                 2
22


Pergunta: você reparou alguma semelhança entre os gráficos das funções
                                      x
                            1
y = 2 (do exemplo 17) e y =  
     x
                                          (do exemplo 20)? Observe esses dois
                            2
gráficos desenhados em um mesmo plano cartesiano:




Agora você reparou que esses gráficos são simétricos em relação ao eixo y ?
Isto é, se a gente imaginasse o eixo y como sendo um espelho, a imagem

refletida neste espelho do gráfico da função y = 2 x e o gráfico da função
         x
    1
y =   . Isto significa que se o ponto ( x , 2 x ) pertence ao gráfico de y = 2 x ,
    2
                                                               x
                                                      1
então o ponto (− x , 2 x ) pertence ao gráfico de y =   . De fato, isto é
                                                      2
                   −x
             1
verdade pois          = 2x .
             2


Procedendo do mesmo modo, pode-se verificar que se b > 1 e k > 0 então o
                                                 x
                                          1
gráfico das funções y = k ⋅ b x e y = k ⋅          também são simétricos em
                                          b
relação ao eixo y . Uma vez que já estudamos o gráfico da função y = k ⋅ b x
23


com b > 1 e k > 0 no exemplo 19, podemos utilizar a simetria citada acima
                                           x
                                       1
para concluir que o gráfico de y = k ⋅   tem o seguinte aspecto:
                                       b




É importante observar os seguintes aspectos deste gráfico:
                                                                                  x
                                                                            1
   •   se k > 0 e todo b > 1 , então a função         a função f ( x) = k ⋅         é
                                                                            b
       sempre positiva.
   •   ela é decrescente: quanto maior for o valor de x menor é o valor de
       f (x) .

   •   ela assume valores arbitrariamente grandes.
   •   quanto maior for o valor de x mais próximo esta função está do
       número zero.


                                                 1
Observe que sendo b > 1 temos que 0 <              < 1 . Portanto a figura acima
                                                 b
apresento aspecto do gráfico de uma função exponencial de base entre 0 e 1.
                       1
Além disso, como         = b −1 , costuma-se escrever a função exponencial
                       b
                 x
             1            1
f ( x) = k ⋅   de base 0 < < 1 do seguinte modo: f ( x) = k ⋅ b − x .
              b           b
24




Problemas envolvendo funções exponenciais


Agora veremos alguns exemplos que mobilizam as habilidades desejadas
neste Módulo Didático. Uma vez que todos estes problemas estão
acompanhados de solução, sugerimos que o aluno tente fazer cada um deles
antes de ler as soluções propostas.




Problema 1: Considere a função dada por f ( x) = 2 ⋅ 3 x . Para cada inteiro
positivo n defina a n = f (n) . Mostre que os números a1 , a 2 ,K , a n ,K são os

termos de uma progressão geométrica. Determine o primeiro termo e a razão.
Solução: Para mostrar que os números a1 , a 2 ,K , a n ,K são os termos de uma

                                                                  a n +1
progressão geométrica devemos mostrar que a razão                        é constante. De
                                                                   an

                    a n +1 2 ⋅ 3 n +1 2 ⋅ 3 n ⋅ 3
fato, temos que           =          =            = 3 . Isto mostra que a1 , a 2 ,K , a n ,K
                     an     2 ⋅ 3n     2 ⋅ 3n
são os termos de uma progressão geométrica de razão q = 3 e primeiro

termo a1 = f (1) = 6 .




Problema 2: Considere a progressão geométrica a1 , a 2 ,K , a n ,K de primeiro

                               2
termo a1 = 5 e razão q =         .   Determine uma função do tipo exponencial
                               3
f ( x) = k ⋅ b x tal que f (n) = a n para todo inteiro positivo n .
25


Solução:          o       termo              geral    desta        progressão           geométrica     é     igual     a
                                      n −1
               n −1       2
a n = a1 ⋅ q          = 5⋅                 . Efetuando algumas manipulações algébricas, vemos
                          3
que
                              n −1              n          −1          −1          n            n              n
               2                       2 2                    2 2      3 2  15  2 
      an = 5 ⋅                     = 5⋅  ⋅                = 5⋅  ⋅  = 5⋅ ⋅  = ⋅  .
               3                       3 3                    3 3      2 3   2 3
                                                                           n
                                                                15  2 
Comparando as expressões a n =                                     ⋅         e f ( x) = k ⋅ b x , vemos que para
                                                                 2 3
      15      2
k=       e b = , temos que f (n) = a n para todo inteiro positivo n . Logo
       2      3
                          x
           15  2 
f ( x) =      ⋅  .
            2 3




Problema 3: Classifique cada uma das funções exponenciais a seguir como
crescente ou decrescente.
                      x                                                                                            x
             4                                    1 x                                                    1 3
f ( x) = 5 ⋅                         g ( x) =       ⋅2              h( x) = 2 ⋅ 3 x           t ( x) =    ⋅  .
             3                                    3                                                      4 8

Solução: Sabemos que uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x (com
k > 0 ) é crescente se b > 1 , e que esta função é decrescente se 0 < b < 1 .
           4
Como         > 1 , 2 > 1 e 3 > 1 vemos que as funções f , g e h são crescentes. E
           3
           3
como         < 1 vemos que a função t é decrescente.
           8




No exemplo 4 e 5 a seguir vamos ilustrar que se conhecemos dois pontos do
gráfico de uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x então podemos
calcular os valores de k e b .
26


Problema 4: Uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x é tal que f (0) = 3 e
f (1) = 4 . Determine os valores de k e b .
Solução: Substituindo os valores x = 0 e x = 1 na expressão de                     f, e

utilizando os dados do problema, concluímos que                 f ( 0) = k ⋅ b 0 = k = 3 e

f (1) = k ⋅ b1 = k b = 4 . Daí segue que k = 3 e k b = 4 . Portanto concluímos que
            4 4
k =3 e b=    = .
            k 3




Problema 5: Na figura a seguir vemos o gráfico de uma função do tipo
exponencial f ( x) = k ⋅ b x . Considerando os pontos marcados desse gráfico,
determine os valores de k e b .




Solução: Substituindo os valores x = −1 e x = −2 na expressão de f , e

utilizando os dados do problema, concluímos que                  f ( −1) = k ⋅ b −1 = 2 e

f (−2) = k ⋅ b −2 = 3 . Daí vemos que k ⋅ b −1 = 2 e k ⋅ b −2 = 3 . Estas igualdades

implicam que 2 b = k e 3 b 2 = k . Assim vemos que 3 b 2 = 2 b e, como b ≠ 0 ,
                      2                                                 4
concluímos que b =      . Substituindo esse valor em 2 b = k obtemos k = .
                      3                                                 3
                                                            x
                                                     4 2
Logo o gráfico apresentado é o da função f ( x) =     ⋅  .
                                                     3 3
27



Para finalizar veremos três situações “contextualizadas” do uso das funções
exponenciais. Observamos que outras destas aplicações podem ser
consultadas nas referencias bibliográficas citadas ao final deste Módulo
Didático.




Problema 6: As substâncias radioativas tem a propriedade de se
decomporem ao passar do tempo. Além disso, sabe-se que se a massa inicial
de uma substância radioativa é igual a M 0 , então ao passar de t anos essa

massa será igual a M (t ) = M 0 ⋅ b −t em que b > 1 é uma constante que

depende da substância. Ou seja, a massa da substância radioativa decai
segundo uma função exponencial decrescente.
        Para certa substância radioativa, constatou que ao passar de 2 anos
sua massa diminuiu para um terço da sua massa inicial. Qual o valor de b
para esta substância?
Solução: A massa da substância radioativa é dada por M (t ) = M 0 ⋅ b −t .

                                                      1
Segundo o experimento, tem-se que M (2) =               M 0 . Daí concluímos que
                                                      3
               1                     1
M 0 ⋅ b −2 =     M 0 . Logo ⋅ b − 2 = ⇒ b 2 = 3 ⇒ b = 3 .
               3                     3




Problema 7: Após se tomar um medicamento, a droga entra na corrente
sanguínea. Ao passar pelo fígado e rins ela é metabolizada. Parte da droga é
então absorvida pelo organismo e parte é eliminada. Neste processo, a
concentração da droga no sangue vai diminuindo ao passar do tempo. Sabe-
se que essa concentração é dada por uma função do tipo C (t ) = C 0 ⋅ b −t , em

que C 0 é a concentração inicial, calculada no momento de aplicação da

droga, e que b é uma constante. Desse modo, a concentração da droga no
sangue decresce segundo uma função exponencial.
28


       Agora considere que em alguma situação sabe-se que após 3 horas
de aplicado um antibiótico na corrente sanguínea de num animal, sua
                             1
concentração cai para          da concentração inicial. Calcule o valor de b para
                            10
este caso.


Solução: Sabemos que a concentração do antibiótico na corrente sanguínea
do animal passadas t horas de sua aplicação é igual a C (t ) = C 0 ⋅ b −t .

                                                                  1
Entretanto, segundo o problema, sabe-se que C (3) =                 C 0 . Logo podemos
                                                                 10
                             1                         1
escrever que C 0 ⋅ b −3 =      C 0 . Portanto, b −3 =    e b 3 = 10 , ou seja, b = 3 10 .
                            10                        10




Problema 8: A Lei do resfriamento (ou do aquecimento) de Newton afirma
que a diferença de temperatura entre um objeto e o meio que o cerca decai
como uma função exponencial. Mais especificamente, se a temperatura inicial
do objeto é igual a T0 e a temperatura do meio é M (constante) e, após um

instante t , a temperatura do objeto é T (t ) então a diferença de temperatura

T (t ) − M , entre o objeto e o meio, é dada por T (t ) − M = k ⋅ b − t , em que
k = T (0) − M =T 0− M é a diferença de temperatura inicial, e b > 1 é uma

constante que depende do objeto e do meio.
       Considere agora a seguinte situação. Uma panela de água fervendo é
levada a uma sala em que o ar está a uma temperatura de 20 graus
Centígrados. Após uma hora a sua temperatura é de 60 graus. Quanto tempo
a   mais     é   necessário      para   que    temperatura      esfrie   a   40   graus?
Solução: Vamos considerar como sendo o instante inicial t = 0 aquele em
que a panela é tirada do fogão e levada para sala. Nesse instante a
temperatura da panela é T0 = 100 e a temperatura constante da sala é

M = 20 . Pela Lei do Resfriamento de Newton sabemos que em um instante
t > 0 a temperatura T (t ) da panela é tal que T (t ) − M = k ⋅ b − t , em que
29


M = 20 e k = T (0) − M =T 0− M = 100 − 20 = 80 . Logo T (t ) − M = k ⋅ b − t implica

que T (t ) − 20 = 80 ⋅ b − t , ou seja, T (t ) = 20 + 80 ⋅ b − t .
         Entretanto, passada uma hora a temperatura da panela é 60 graus.
Isso é T (1) = 60 , ou seja, 20 + 80 ⋅ b −1 = 60 ⇒ b = 2 . Portanto podemos

escrever que T (t ) = 20 + 80 ⋅ 2 − t . Agora queremos saber em qual instante t

teremos T (t ) = 40 . Este é o caso se 20 + 80 ⋅ 2 − t = 40 . Resolvendo esta
equação para t obtemos
                                                                 1
           20 + 80 ⋅ 2 −t = 40 ⇒ 80 ⋅ 2 −t = 20 ⇒ 2 −t =           ⇒ 2t = 4 ⇒ t = 2 .
                                                                 4
Portanto a temperatura da panela será de 40 graus após 2 horas de a panela
ter saído do fogão e levada para a sala.




Bibliografia:


    •    Orientação Pedagógica relativa ao tópico 11 do CBC do Ensino Médio.
    •    Orientação Pedagógica relativa ao tópico 12 do CBC do Ensino Médio.
    •    Roteiro de Atividade número 16 disponível no site do CRV. Título:
         Sobre a absorção de medicamentos pelo organismo.
    •    Roteiro de Atividade número 25 disponível no site do CRV. Título:
         Calculando a espessura de um tira de papel dobrada várias vezes.
    •    Roteiro de Atividade número 32 disponível no site do CRV. Título: Um
         modelo para o crescimento populacional.
    •    O livro “Logaritmos” de Elon Lages Lima, publicado pela Sociedade
         Brasileira      de    Matemática         (SBM)       apresenta   várias   aplicações
         interessantes das funções exponenciais: desintegração radioativa,
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Progressão Geométrica e Funções Exponenciais

  • 1. 1 Módulo Didático de apoio à atividade docente para o CRV Disciplina Matemática – Ensino Médio Título: Progressão Geométrica e Funções Exponenciais Tópicos Habilidades 11. Progressão Geométrica 11.1. Identificar o termo geral de uma progressão geométrica. 12.1. Identificar exponencial crescente e exponencial decrescente. 12.2. Resolver problemas que envolvam uma função do tipo y ( x ) = k a . x 12. Função exponencial 12.3. Reconhecer uma progressão geométrica como uma função da forma y ( x ) = k a definida no conjunto x dos números inteiros positivos. Introdução As progressões geométricas e as funções exponenciais aparecem naturalmente em vários contextos significativos, entre eles: crescimento populacional, matemática financeira, cálculo do valor da prestação de um financiamento, e em várias situações em que uma grandeza varia a uma taxa proporcional ao valor da grandeza em cada instante (desintegração radioativa e Lei de Resfriamento de Newton são alguns exemplos). Para compreender ainda mais a importância do entendimento das progressões geométricas e das funções exponenciais, veja as seguintes situações que serão modeladas e resolvidas através destes conceitos: • Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a cada mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após um período de 12 meses essa quantia terá aumentado para qual valor?
  • 2. 2 • Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a cada mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após quantos meses esse valor terá aumentado para mais de R$ 1.000,00? • Uma televisão que custa, a vista, R$ 900,00 pode ser paga em 12 prestações iguais. Se a loja cobra 2% de juros ao mês por este financiamento, qual o valor de cada uma das 12 prestações? • Uma população de bactérias dobra a cada hora. Se em um determinado instante existem 200 indivíduos nesta população, após 24 horas qual será o número de indivíduos nesta população de bactérias? Estes exemplos ilustram que é muito importante saber aplicar os conceitos de progressões geométricas e funções exponenciais para a modelagem matemática e a resolução de problemas. Neste Módulo Didático apresentaremos as definições e as propriedades destes conceitos, além de mostrar como eles podem ser aplicados para a resolução de uma ampla classe de problemas. Progressão Geométrica Exemplo 1: Considere a seguinte seqüência de números inteiros: a1 = 3 , a 2 = 6 , a 3 = 12 , a 4 = 24 , a 5 = 48 , a 6 = 96 e a 7 = 192 . Você consegue imaginar alguma regra na formação destes números? Pense um pouco. Você percebeu que estes números foram dobrando? Isto é, a partir do segundo número cada um é o dobro do número anterior? Observe: 6 é o dobro de 3; 12 é o dobro de 6. 24 é o dobro de 12; 48 é o dobro de 24; 96 é o dobro de 48; 192 é o dobro de 96. Isto significa que cada termo desta seqüência é igual ao termo anterior multiplicado por 2: 6 = 2 × 3 ⇒ a 2 = 2 × a1 12 = 2 × 6 ⇒ a 3 = 2 × a 2 24 = 2 × 12 ⇒ a 4 = 2 × a3
  • 3. 3 48 = 2 × 24 ⇒ a 5 = 2 × a 4 96 = 2 × 48 ⇒ a 6 = 2 × a5 192 = 2 × 96 ⇒ a 7 = 2 × a 6 O comportamento desta seqüência de números, a regularidade apresentada neste exemplo (cada número ser igual ao anterior multiplicado por uma constante, 2 neste exemplo) caracteriza uma progressão geométrica. Assim, neste exemplo específico temos uma seqüência de números que é uma progressão geométrica, de acordo com a seguinte definição. Uma seqüência de números a1 , a 2 ,K , a n é uma progressão geométrica se existir um número real q tal que a partir do segundo termo da seqüência, cada um deles é igual ao termo imediatamente anterior multiplicado por q . Isto é, se a i = a i −1 × q . Neste caso dizemos que a1 é o primeiro termo e que a constante q é a razão da progressão geométrica a1 , a 2 ,K , a n . Observação: costuma-se utilizar a abreviação PG para progressão geométrica. Exemplo importante: Se considerarmos todas as potências inteiras e positivas de um número real b obtemos uma progressão geométrica de primeiro termo b e razão também igual a b . a1 = b , a 2 = b 2 , a3 = b 3 , K , a n = b n , K De fato, nesta seqüência, cada termo é igual ao termo anterior multiplicado por b .
  • 4. 4 Observação: como cada termo de uma progressão geométrica é igual ao termo anterior multiplicado por b , vemos que todos os termos de uma progressão ficar determinados a partir do primeiro termo e da razão. Vejamos agora algumas situações que exemplificam esse fato. Exemplo 2: Os seis primeiros termos da progressão geométrica de primeiro termo a1 = 4 e razão q = 3 são: a1 = 4 a 2 = 4 ⋅ 3 = 12 a 3 = 12 ⋅ 3 = 36 a 4 = 36 ⋅ 3 = 108 a 5 = 108 ⋅ 3 = 324 a 6 = 324 ⋅ 3 = 972 Exemplo 3: Uma progressão geométrica tem primeiro termo a1 = 32 e razão 1 q= . Os doze primeiros termos desta progressão são: 2 1 1 1 a1 = 32 a 2 = 32 ⋅ = 16 a 3 = 16 ⋅ =8 a4 = 8 ⋅ =4 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 a5 = 4 ⋅ =2 a6 = 2 ⋅ =1 a7 = 1 ⋅ = a8 = ⋅ = 2 2 2 2 2 2 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 a9 = ⋅ = a10 = ⋅ = a11 = ⋅ = a12 = ⋅ = 4 2 8 8 2 16 16 2 32 32 2 64 Exemplo 4: Observe que se a1 , a 2 ,K , a n são os termos de uma progressão geométrica, então o quociente de um termo pelo termo imediatamente anterior é igual à razão da progressão. De fato, de a i = a i −1 × q concluímos ai que = q. a i −1
  • 5. 5 Exemplo 5: Vamos verificar que os números 3, 12, 48 e 192 são termos consecutivos de uma progressão geométrica. Para fazer isso, de acordo com o exemplo anterior, devemos mostra que o quociente de dois termos consecutivos da progressão é sempre o mesmo. Mas, neste caso, isso é verdade, pois 12 48 192 = = = 4. 3 12 48 Portanto 3, 12, 48 e 192 são termos de uma progressão geométrica de primeiro termo 3 e razão igual a 4. Exemplo 6: Os números 2, 4, 8, 16 e 48 são termos consecutivos de uma progressão geométrica? Para responder a esta pergunta devemos proceder igual ao exemplo anterior: devemos verificar se o quociente de dois termos consecutivos sempre é o mesmo. Mas observe que 4 8 16 48 = 2, = 2, =2 e = 3. 2 4 8 16 Como esses quocientes não são todos iguais, concluímos que os números dados não são termos consecutivos de uma progressão geométrica. O Termo Geral de uma Progressão Geométrica Exemplo 7: Considere a progressão geométrica de primeiro termo a1 = 5 e razão q = 3 . Qual é o centésimo termo desta progressão? Isso é, qual é o número a100 ? Solução: Pela definição de progressão geométrica, se conhecemos o seu primeiro termo e sua razão, podemos escrever todos os termos da progressão: basta irmos multiplicando cada termo da progressão pela razão para encontrar o próximo termo. Assim, podemos calcular a 2 = a1 ⋅ q = 5 ⋅ 3 = 15 , a 3 = a 2 ⋅ q = 15 ⋅ 3 = 45 , a 4 = a 3 ⋅ q = 45 ⋅ 3 = 135 e assim sucessivamente. Entretanto, observe que para
  • 6. 6 calcular o número a100 seguindo esses passos, devemos calcular todos os termos anteriores da progressão, isto é, devemos calcular a 2 , a3 , a 4 , a5 .... até a 99 e só depois disso podemos calcular a100 . Assim, vemos que esse método de determinação de um termo específico de uma progressão geométrica é pouco eficiente. Vamos mostrar agora então, um jeito mais rápido e prático para a determinação de um termo qualquer de uma progressão geométrica. Então vamos considerar uma progressão geométrica de primeiro termo a1 e de razão igual a q . Pela definição de P.G., podemos calcular os próximos termos da progressão do seguinte modo. a 2 = a1 ⋅ q . a 3 = a 2 ⋅ q = (a1 ⋅ q ) ⋅ q = a1 ⋅ q 2 a 4 = a 3 ⋅ q = (a1 ⋅ q 2 ) ⋅ q = a1 ⋅ q 3 a 5 = a 4 ⋅ q = ( a1 ⋅ q 3 ) ⋅ q = a1 ⋅ q 4 a 6 = a 5 ⋅ q = (a1 ⋅ q 4 ) ⋅ q = a1 ⋅ q 5 Observando a regularidade destas expressões concluímos que, para todo n ≥ 1 , a n = a1 ⋅ q n −1 . Esta expressão é chamada de termo geral da progressão geométrica de primeiro termo a1 e razão q . Uma progressão geométrica de primeiro termo a1 e de razão igual a q tem termo geral igual a a n = a1 ⋅ q n −1 . Utilizando a expressão do termo geral, podemos calcular qualquer termo da progressão sem a necessidade do cálculo de todos os termos anteriores a ele.
  • 7. 7 Exemplo 8: Vamos determinar o décimo e o centésimo termo da progressão geométrica de primeiro termo a1 = 3 e razão q = 2 . Solução: O termo geral desta progressão é dado por a n = a1 ⋅ q n −1 = 3 ⋅ 2 n −1 . Assim o décimo termo é igual a a10 = 3 ⋅ 210−1 = 3 ⋅ 2 9 = 3 ⋅ 512 = 1536 , e o centésimo termo é igual a a100 = 3 ⋅ 2100 −1 = 3 ⋅ 2 99 . Observe que esse número a100 está calculado, e que podemos deixá-lo escrito em termos de um potência de 2 pois, sendo 2 99 um número muito grande, em geral, não é conveniente efetuarmos todas essas multiplicações. Exemplo 9: Determine o primeiro termo e a razão da progressão geométrica cujo termo geral é igual a a n = 5 ⋅ 3 n . Solução: Para o cálculo do primeiro termo, basta substituir n pelo número 1 na expressão do termo geral. Assim concluímos que o primeiro termo é igual a a1 = 5 ⋅ 3 = 15 . Para o cálculo da razão podemos efetuar: a n +1 5 ⋅ 3 n +1 5 ⋅ 3 n ⋅ 3 q= = = = 3. an 5 ⋅ 3n 5 ⋅ 3n Exemplo 10: Os três primeiros termos de uma progressão geométrica são 8 a1 = 6 , a 2 = 4 e a 3 = . Determine o termo geral desta PG. 3 Solução: A razão desta PG pode ser calculada do seguinte modo: 8 a 4 2 a 8 2 2 q = 2 = = , ou então q = 3 = 3 = = . Substituindo a1 = 6 e q = na a1 6 3 a2 4 12 3 3 n −1 2 expressão a n = a1 ⋅ q n −1 do termo geral, concluímos que a n = 6 ⋅   . 3 Entretanto, efetuando algumas manipulações algébricas, podemos escrever esse termo geral de várias formas diferentes, tais como:
  • 8. 8 n −1 2 6 ⋅ 2 n −1 3 ⋅ 2 ⋅ 2 n−1 2n an = 6 ⋅   = = = n− 2 . 3 3 n−1 3 n −1 3 Exemplo 11: Os dois primeiros termos de uma progressão geométrica são a1 = 3 e a 2 = −2 . Determine o termo geral desta PG. a2 − 2 2 Solução: A razão desta PG é igual a q = = = − . Substituindo a1 = 3 e a1 3 3 2 q=− na expressão a n = a1 ⋅ q n −1 concluímos que o termo geral desta PG é 3 n −1  2 igual a a n = 3 ⋅  −  . Observe que, sendo a razão um número negativo, os  3 termos desta progressão geométrica vão alternando de sinal: um é positivo, o outro é negativo, o seguinte é positivo e assim por diante. No próximo exemplo ilustramos que, através da expressão do termo geral, se conhecemos dois termos de uma progressão geométrica podemos, em geral, determinar o seu primeiro termo e sua razão. Exemplo 12: Uma progressão geométrica a1 , a 2 ,K , a n é tal que a 4 = 24 e a 7 = 192 . Determine o primeiro termo, a razão e o termo geral desta PG. Solução: O termo geral da progressão é a n = a1 ⋅ q n −1 . Tomando n = 4 e depois n = 7 , dos dados do problema, vemos que a 4 = a1 ⋅ q 3 = 24 e a 7 = a1 ⋅ q 6 = 192 . Portanto os números a1 e q satisfazem o seguinte sistema de equações:  a1 ⋅ q = 24 3  . a1 ⋅ q 6 = 192  a1 ⋅ q 6 192 Dividindo a segunda equação pela primeira obtemos = , isto é, a1 ⋅ q 3 24 q 3 = 8 ⇒ q = 2 . Substituindo esse valor na primeira equação do sistema,
  • 9. 9 24 concluímos que a1 ⋅ 2 3 = 24 ⇒ a1 = = 3 . Portanto a progressão geométrica 8 dada tem primeiro termo a1 = 3 e razão q = 2 . Substituindo esses valores na expressão do termo geral, concluímos que seu termo geral é a n = 3 ⋅ 2 n −1 . Observação: Para terminar esta seção vamos observar os seguintes fatos que são facilmente demonstrados: • Se q > 1 os termos da progressão geométrica de razão q forma uma seqüência crescente: a1 < a 2 < a 3 < L < a n < L . • Se 0 < q < 1 os termos da progressão geométrica de razão q forma uma seqüência decrescente: a1 > a 2 > a 3 > L > a n > L . Algumas situações-problema que envolvem progressões geométricas O conceito de progressão geométrica é utilizado com muita freqüência na matemática financeira. Veremos então nesta seção alguns problemas de matemática financeira que podem ser resolvidos com o auxílio da progressão geométrica. Recomendamos fortemente que o aluno estude o tópico 13 do CBC (matemática financeira) simultaneamente a resolução destes problemas. Entretanto, antes de tratar desses problemas, vamos definir o que significa a taxa de crescimento de uma grandeza. “A taxa de crescimento entre dois valores a e b de uma grandeza é a razão entre o aumento da grandeza b − a e o seu valor inicial a”. Um exemplo, disso é o seguinte: a taxa de crescimento de uma grandeza que 5−4 1 passa de 4 para o valor 5 é igual a = = 0,25 ou 25%. Observe que isto 4 4 significa que ocorreu um acréscimo de 25% no valor inicial da grandeza para ela passar do valor 4 para o valor 5. De fato:
  • 10. 10 25 1 4 mais 25% de 4 é igual a 4 + ⋅ 4 = 4 + ⋅ 4 = 4 +1 = 5. 100 4 Além disso, em várias situações é muito importante observar que, por exemplo, para dar um acréscimo de 36% a um valor x , basta multiplicar x por 1,36. De fato, x + 36% x = x + 0,36 x = 1,36 x . De modo geral, dar um acréscimo de t % a um valor x é equivalente a t multiplicar x por 1 + . 100 Vamos agora aos problemas propriamente ditos. Exemplo 13: Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a cada mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após um período de 12 meses essa quantia terá aumentado para qual valor? Solução: Lembramos que para dar um acréscimo de 2% a um valor x é suficiente multiplicar x por 1,02. Assim concluímos que: • Após um mês os R$ 100,00 terão aumentado para 1,02 ⋅ 100 = 102,00 reais. • Durante o segundo mês, estes 102 reais sofrerão um aumento de 2% e passarão ao valor 1,02 ⋅ 102 = 104,04 reais. E esse comportamento vai continuar durante os 12 meses que o dinheiro ficará aplicado. Então vamos modelar o problema do seguinte modo: vamos representar por M 0 o dinheiro aplicado inicialmente (neste caso, M 0 = 100 ) e vamos representar por M n o valor que está aplicado decorridos n meses de aplicação. Como o dinheiro sofre um aumento de 2% ao mês, das considerações anteriores concluímos que
  • 11. 11 M 1 = M 0 ⋅ 1,02 . M 2 = M 1 ⋅ 1,02 = ( M 0 ⋅ 1,02) ⋅ 1,02 = M 0 ⋅ (1,02 ) 2 M 3 = M 2 ⋅ 1,02 = ( M 0 ⋅ 1,02 2 ) ⋅ 1,02 = M 0 ⋅ (1,02 ) 3 e assim sucessivamente. Portanto, concluímos que os números M 1 , M 2 ,K ,M 12 formam uma seqüência tal que a partir do segundo termo, cada termo é igual ao anterior multiplicado por 1,02. Isso significa que esses termos formam uma progressão geométrica de primeiro termo M 1 = M 0 ⋅ 1,02 e razão igual a 1,02. O termo geral dessa progressão é então dado por M n = M 1 ⋅ (1,02 ) = M 0 ⋅ 1,02 ⋅ (1,02) n −1 n −1 = M 0 ⋅ 1,02 n Como, neste exemplo M 0 = 100 , vemos que M n = 100 ⋅ (1,02 ) . Após 12 meses n de aplicação, portanto, a quantia aplicada será igual a M 12 = 100 ⋅ (1,02 ) . 12 Como o auxílio de uma calculadora vemos que esse valor é aproximadamente igual a R$ 126,82. Observação: este exemplo pode ser generalizado do seguinte modo. Suponhamos que um valor inicial M 0 seja aplicado em uma aplicação que rende t % de juros ao mês. Então, após um período de n meses esta quantia n  t  M 0 terá aumentado para o valor M n = M 0 ⋅ 1 +  . No exemplo numérico  100  anterior, M 0 = 100 e t = 2. Isto significa que os valores mensais M 1 , M 2 ,K ,M n ,K formam uma progressão geométrica. Exemplo 14: Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a cada mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após quantos meses esse valor terá aumentado para mais de R$ 1.000,00? Solução: Como vimos no exemplo anterior, após um período de n meses, os R$ 100,00 terão aumentado para o valor M n = 100 ⋅ (1,02 ) . Então desejamos n
  • 12. 12 saber o valor de n para o qual se tem 100 ⋅ (1,02) > 1000 , ou seja, n (1,02)n > 100 . Mas como procedemos para resolver uma desigualdade como essa? Um jeito simples é por tentativa. Com o auxílio de uma calculadora calcule 1,02 n para valores diferentes de n e procure, através deste experimento, o menor valor de n tal que (1,02 ) > 100 . n Efetuando este experimento, você pode produzir uma tabela com a seguinte, em que mostramos valores aproximados de 1,02 n . n 1,02 n n 1,02 n 1 1,02 200 52,48 2 1,04 201 53,53 3 1,06 220 77,99 4 1,08 230 95,07 100 7,24 231 96,97 101 7,39 232 98,90 150 19,50 233 100,88 151 19,88 234 102,90 Esta tabela nos mostra que (1,02 ) > 100 somente para n ≥ 233 . Portanto n somente após 233 meses os R$ 100,00 terão aumentado para um valor superior a mil reais. Observe que 233 meses é igual a 19 anos e 5 meses, ou seja, é muito, muito tempo. Exemplo 15: Uma população de bactérias dobra a cada hora. Se em um determinado instante existem 200 indivíduos nesta população, após 24 horas qual será o número de indivíduos nesta população de bactérias? Solução: Vamos representar por P0 = 200 a população inicial de bactérias, e vamos representar por Pn essa população decorridas n horas da contagem da população. Pelos dados do problema vemos que os números
  • 13. 13 P1 , P2 ,K ,Pn ,K formam uma progressão geométrica, pois a cada período de uma hora a população dobra, isto é, P1 = P0 ⋅ 2 P2 = P1 ⋅ 2 = (P0 ⋅ 2) ⋅ 2 = P0 ⋅ 2 2 P3 = P2 ⋅ 2 = (P0 ⋅ 2 2 ) ⋅ 2 = P0 ⋅ 2 3 P4 = P3 ⋅ 2 = (P0 ⋅ 2 3 ) ⋅ 2 = P0 ⋅ 2 4 E continuando desse modo, fica evidente que Pn = P0 ⋅ 2 n . Como P0 = 200 concluímos que Pn = 200 ⋅ 2 n . Portanto após 24 horas a população será de P24 = 200 ⋅ 2 24 = 3.355.443.200 bactérias. Observação: nas referencias bibliográficas indicamos textos que trazem várias outras aplicações de progressão geométrica e função exponencial. Funções exponenciais: introdução Para motivar a necessidade da definição das funções exponenciais observe a seguinte situação: Exemplo 16: Uma caixa d’água inicialmente com 1000 litros de água começa a ser continuamente esvaziada por uma torneira aberta em seu fundo. Neste exemplo vamos considerar que a cada hora o volume de água na caixa se reduza pela metade. Após quantas horas existirão exatamente 200 litros de água na caixa? Solução: Para compreende o problema, podemos começar construindo a seguinte tabela, que nos mostra o volume de água na caixa ao passar de algumas horas da torneira ter sido aberta.
  • 14. 14 Tempo que a torneira Volume de água na caixa está aberta (horas) (litros) 0 1000 1000 1 = 500 2 500 2 = 250 2 250 3 = 125 2 125 4 = 64,5 2 Como a água está vazando continuamente da caixa, da tabela acima, percebe-se que existirão 200 litros de água na caixa em um instante entre 2 e 3 horas da torneira ter sido aberta. Mas qual é este instante exato? Para determinar este instante vamos modelar o problema do seguinte modo. Vamos representar por Vn o volume de água na caixa após n horas de a torneira ter sido aberta. Analisando a tabela acima, vemos que 1 V1 = 1000 ⋅ . 2 2 1  1 1 1 V2 = V1 ⋅ = 1000 ⋅  ⋅ = 1000 ⋅   2  2 2 2 2 3 1 1 1 1 V3 = V2 ⋅ = 1000 ⋅   ⋅ = 1000 ⋅   2 2 2 2 n 1 E continuando desse modo percebe-se que Vn = 1000 ⋅   . Esta expressão 2 implica que os números V1 , V2 ,K ,Vn ,K formam uma progressão geométrica de 1 razão . 2 Mas, observe que no contexto de progressão geométrica somente temos a quantidade de água na caixa para valores inteiros do tempo que a torneira
  • 15. 15 ficou aberta: 1 hora, 2 horas, 3 horas, etc. Entretanto, a torneira está aberta continuamente, e assim, precisamos admitir valores não inteiros de n na n 1 expressão 1000 ⋅   . Considerando isso, definimos a função 2 x 1 V ( x) = 1000 ⋅   que é igual ao volume de água na caixa após x horas da 2 torneira ter sido aberta (aqui x é um número real positivo qualquer, e não apenas um número inteiro n ). Assim, para resolver o problema proposto x 1 precisamos encontrar x tal que V ( x) = 1000 ⋅   = 200 , ou seja, 2 x = 5 . 2 Evidentemente a solução desta equação não é um número inteiro e, com a ajuda de uma calculadora, experimentando valores fracionários de x , percebe-se que 2 2,3 = 4,9 , aproximado com uma casa decimal. Assim, existirão 200 litros de água na caixa aproximadamente após 2,3 horas de a torneira ter sido aberto. (2,3 horas é igual a 2 horas e 18 minutos) Assim, neste exemplo, precisamos generalizar a progressão geométrica n 1 Vn = 1000 ⋅   (que só faz sentido para n = 1, 2, 3,K ) para uma função 2 x 1 V ( x) = 1000 ⋅   que faz sentido para qualquer valor real de x . Uma função 2 como essa é do tipo exponencial, que começaremos a estudar a seguir. Função exponencial: definição A função exponencial de base b > 0 é a função definida pela seguinte lei de formação: f ( x) = b x .
  • 16. 16 Observe que se calculamos os valores da função exponencial f ( x) = b x para números inteiros positivos x obtemos os termos de uma progressão geométrica de primeiro termo b e razão também igual a b : f (1) = b , f (2) = b 2 , f (3) = b 3 , K , f (n) = b n , K Entretanto, como x pode assumir valores não inteiros, podemos reconhecer a progressão geométrica definida acima como uma função exponencial f ( x) = b x definida no conjunto dos números inteiros positivos. Generalizando um pouco também podemos considerar: Uma função do tipo função exponencial é uma função definida por uma lei de formação como f ( x) = k ⋅ b x . Como anteriormente, observe que se calculamos os valores da f ( x) = k ⋅ b x para números inteiros x obtemos os termos de uma progressão geométrica de primeiro termo k ⋅ b e razão igual a b : f (1) = k ⋅ b , f ( 2) = k ⋅ b 2 , f (3) = k ⋅ b 3 , K , f ( n) = k ⋅ b n , K Assim, como x pode assumir valores não inteiros, podemos reconhecer a progressão geométrica definida acima como uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x definida no conjunto dos números inteiros positivos. Observação: Muitas pessoas costumam utilizar a terminologia “função exponencial” para indicar tanto a função f ( x) = b x quanto a função f ( x) = k ⋅ b x . Desde que não se faça confusão sobre qual destas funções está
  • 17. 17 sendo empregada num contexto específico, em nível de Ensino Médio, existe nenhum problema em se utilizar este abuso de linguagem. O gráfico da função exponencial Nestes primeiros exemplos, vamos estudar o gráfico de uma função exponencial de base b tal que b > 1 . Exemplo 17: Vamos construir o gráfico da função exponencial f ( x) = 2 x . Solução: para fazer o gráfico de uma função é conveniente construir uma tabela de valores, como a indicada a seguir. x -3 -2 -1 0 1 2 3 1 1 1 f ( x) = 2 x 1 2 4 8 8 4 2 Agora, utilizando um papel quadriculado podemos marcar estes pontos num plano cartesiano para obter alguns pontos de gráfico da função f ( x) = 2 x .
  • 18. 18 Analisando esta figura acima fica evidente que o gráfico da função exponencial f ( x) = 2 x não é uma reta. Marcando mais alguns pontos neste plano cartesiano ou utilizando um programa computacional que faz o gráfico da função f ( x) = 2 x , vemos o esse gráfico tem o seguinte aspecto: Analisando este gráfico, podemos concluir que: • a função exponencial f ( x) = 2 x é sempre positiva. • ela é crescente: quanto maior for o valor de x maior é o valor de f (x) . • ela assume valores arbitrariamente grandes. • quanto maior for o valor de x mais próximo esta função está do número zero. Exemplo 18: Neste exemplo vamos ilustrar que as funções exponenciais de base maior ou igual a um têm um gráfico semelhante ao apresentado na figura acima. Então vamos construir, num mesmo plano cartesiano, os gráficos das funções y = 2 x , y = 3 x e y = 4 x . Para isso, podemos construir uma tabela de valores como a indicada no exemplo acima.
  • 19. 19 x -3 -2 -1 0 1 2 3 1 1 1 y = 2x 1 2 4 8 8 4 2 1 1 1 y = 3x 1 3 9 27 27 9 3 1 1 1 y = 4x 1 4 16 64 64 16 4 Analisando esses pontos vemos que as funções y = 2 x , y = 3 x e y = 4 x possuem as mesmas quatro propriedades da função y = 2 x listadas na página anterior. Assim, marcando esses pontos num papel quadriculado, e depois conectando esses pontos por uma curva, ou ainda, utilizando um programa computacional que desenha gráficos de funções, vemos que os gráficos destas funções têm os seguintes aspectos:
  • 20. 20 Exemplo 19: De modo geral, para todo k > 0 e todo b > 1 pode-se mostrar que o gráfico da função f ( x) = k ⋅ b x tem o seguinte aspecto: É importante observar os seguintes aspectos deste gráfico: • se k > 0 e todo b > 1 , então a função a função f ( x) = k ⋅ b x é sempre positiva. • ela é crescente: quanto maior for o valor de x maior é o valor de f (x) . • ela assume valores arbitrariamente grandes. • quanto menor for o valor de x mais próximo esta função está do número zero. • Como f (0) = k e f (1) = kb o gráfico desta função passa pelos pontos (0 , k ) e (1, kb) . Nos próximos exemplos, vamos estudar o gráfico de uma função exponencial de base b tal que 0 < b < 1 . x 1 Exemplo 20: Vamos construir o gráfico da função exponencial f ( x) =   . 2 Solução: Primeiramente valos construir uma tabela de valores, como a indicada a seguir.
  • 21. 21 x -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 x 1 1 1 1 f ( x) =   16 8 4 2 1 2 2 4 8 Agora, utilizando um papel quadriculado podemos marcar estes pontos num x 1 plano cartesiano para obter alguns pontos de gráfico da função f ( x ) =   . 2 Procedendo como nos exemplos anteriores, marcando mais pontos deste gráfico ou utilizando um programa computacional que faz gráfico de funções x 1 vemos que o gráfico de f ( x ) =   tem o seguinte aspecto: 2
  • 22. 22 Pergunta: você reparou alguma semelhança entre os gráficos das funções x 1 y = 2 (do exemplo 17) e y =   x (do exemplo 20)? Observe esses dois 2 gráficos desenhados em um mesmo plano cartesiano: Agora você reparou que esses gráficos são simétricos em relação ao eixo y ? Isto é, se a gente imaginasse o eixo y como sendo um espelho, a imagem refletida neste espelho do gráfico da função y = 2 x e o gráfico da função x 1 y =   . Isto significa que se o ponto ( x , 2 x ) pertence ao gráfico de y = 2 x , 2 x 1 então o ponto (− x , 2 x ) pertence ao gráfico de y =   . De fato, isto é 2 −x 1 verdade pois   = 2x . 2 Procedendo do mesmo modo, pode-se verificar que se b > 1 e k > 0 então o x 1 gráfico das funções y = k ⋅ b x e y = k ⋅   também são simétricos em b relação ao eixo y . Uma vez que já estudamos o gráfico da função y = k ⋅ b x
  • 23. 23 com b > 1 e k > 0 no exemplo 19, podemos utilizar a simetria citada acima x 1 para concluir que o gráfico de y = k ⋅   tem o seguinte aspecto: b É importante observar os seguintes aspectos deste gráfico: x 1 • se k > 0 e todo b > 1 , então a função a função f ( x) = k ⋅   é b sempre positiva. • ela é decrescente: quanto maior for o valor de x menor é o valor de f (x) . • ela assume valores arbitrariamente grandes. • quanto maior for o valor de x mais próximo esta função está do número zero. 1 Observe que sendo b > 1 temos que 0 < < 1 . Portanto a figura acima b apresento aspecto do gráfico de uma função exponencial de base entre 0 e 1. 1 Além disso, como = b −1 , costuma-se escrever a função exponencial b x 1 1 f ( x) = k ⋅   de base 0 < < 1 do seguinte modo: f ( x) = k ⋅ b − x .  b b
  • 24. 24 Problemas envolvendo funções exponenciais Agora veremos alguns exemplos que mobilizam as habilidades desejadas neste Módulo Didático. Uma vez que todos estes problemas estão acompanhados de solução, sugerimos que o aluno tente fazer cada um deles antes de ler as soluções propostas. Problema 1: Considere a função dada por f ( x) = 2 ⋅ 3 x . Para cada inteiro positivo n defina a n = f (n) . Mostre que os números a1 , a 2 ,K , a n ,K são os termos de uma progressão geométrica. Determine o primeiro termo e a razão. Solução: Para mostrar que os números a1 , a 2 ,K , a n ,K são os termos de uma a n +1 progressão geométrica devemos mostrar que a razão é constante. De an a n +1 2 ⋅ 3 n +1 2 ⋅ 3 n ⋅ 3 fato, temos que = = = 3 . Isto mostra que a1 , a 2 ,K , a n ,K an 2 ⋅ 3n 2 ⋅ 3n são os termos de uma progressão geométrica de razão q = 3 e primeiro termo a1 = f (1) = 6 . Problema 2: Considere a progressão geométrica a1 , a 2 ,K , a n ,K de primeiro 2 termo a1 = 5 e razão q = . Determine uma função do tipo exponencial 3 f ( x) = k ⋅ b x tal que f (n) = a n para todo inteiro positivo n .
  • 25. 25 Solução: o termo geral desta progressão geométrica é igual a n −1 n −1 2 a n = a1 ⋅ q = 5⋅  . Efetuando algumas manipulações algébricas, vemos 3 que n −1 n −1 −1 n n n 2 2 2 2 2 3 2 15  2  an = 5 ⋅   = 5⋅  ⋅  = 5⋅  ⋅  = 5⋅ ⋅  = ⋅  . 3 3 3 3 3 2 3 2 3 n 15  2  Comparando as expressões a n = ⋅  e f ( x) = k ⋅ b x , vemos que para 2 3 15 2 k= e b = , temos que f (n) = a n para todo inteiro positivo n . Logo 2 3 x 15  2  f ( x) = ⋅  . 2 3 Problema 3: Classifique cada uma das funções exponenciais a seguir como crescente ou decrescente. x x 4 1 x 1 3 f ( x) = 5 ⋅   g ( x) = ⋅2 h( x) = 2 ⋅ 3 x t ( x) = ⋅  . 3 3 4 8 Solução: Sabemos que uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x (com k > 0 ) é crescente se b > 1 , e que esta função é decrescente se 0 < b < 1 . 4 Como > 1 , 2 > 1 e 3 > 1 vemos que as funções f , g e h são crescentes. E 3 3 como < 1 vemos que a função t é decrescente. 8 No exemplo 4 e 5 a seguir vamos ilustrar que se conhecemos dois pontos do gráfico de uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x então podemos calcular os valores de k e b .
  • 26. 26 Problema 4: Uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x é tal que f (0) = 3 e f (1) = 4 . Determine os valores de k e b . Solução: Substituindo os valores x = 0 e x = 1 na expressão de f, e utilizando os dados do problema, concluímos que f ( 0) = k ⋅ b 0 = k = 3 e f (1) = k ⋅ b1 = k b = 4 . Daí segue que k = 3 e k b = 4 . Portanto concluímos que 4 4 k =3 e b= = . k 3 Problema 5: Na figura a seguir vemos o gráfico de uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x . Considerando os pontos marcados desse gráfico, determine os valores de k e b . Solução: Substituindo os valores x = −1 e x = −2 na expressão de f , e utilizando os dados do problema, concluímos que f ( −1) = k ⋅ b −1 = 2 e f (−2) = k ⋅ b −2 = 3 . Daí vemos que k ⋅ b −1 = 2 e k ⋅ b −2 = 3 . Estas igualdades implicam que 2 b = k e 3 b 2 = k . Assim vemos que 3 b 2 = 2 b e, como b ≠ 0 , 2 4 concluímos que b = . Substituindo esse valor em 2 b = k obtemos k = . 3 3 x 4 2 Logo o gráfico apresentado é o da função f ( x) = ⋅  . 3 3
  • 27. 27 Para finalizar veremos três situações “contextualizadas” do uso das funções exponenciais. Observamos que outras destas aplicações podem ser consultadas nas referencias bibliográficas citadas ao final deste Módulo Didático. Problema 6: As substâncias radioativas tem a propriedade de se decomporem ao passar do tempo. Além disso, sabe-se que se a massa inicial de uma substância radioativa é igual a M 0 , então ao passar de t anos essa massa será igual a M (t ) = M 0 ⋅ b −t em que b > 1 é uma constante que depende da substância. Ou seja, a massa da substância radioativa decai segundo uma função exponencial decrescente. Para certa substância radioativa, constatou que ao passar de 2 anos sua massa diminuiu para um terço da sua massa inicial. Qual o valor de b para esta substância? Solução: A massa da substância radioativa é dada por M (t ) = M 0 ⋅ b −t . 1 Segundo o experimento, tem-se que M (2) = M 0 . Daí concluímos que 3 1 1 M 0 ⋅ b −2 = M 0 . Logo ⋅ b − 2 = ⇒ b 2 = 3 ⇒ b = 3 . 3 3 Problema 7: Após se tomar um medicamento, a droga entra na corrente sanguínea. Ao passar pelo fígado e rins ela é metabolizada. Parte da droga é então absorvida pelo organismo e parte é eliminada. Neste processo, a concentração da droga no sangue vai diminuindo ao passar do tempo. Sabe- se que essa concentração é dada por uma função do tipo C (t ) = C 0 ⋅ b −t , em que C 0 é a concentração inicial, calculada no momento de aplicação da droga, e que b é uma constante. Desse modo, a concentração da droga no sangue decresce segundo uma função exponencial.
  • 28. 28 Agora considere que em alguma situação sabe-se que após 3 horas de aplicado um antibiótico na corrente sanguínea de num animal, sua 1 concentração cai para da concentração inicial. Calcule o valor de b para 10 este caso. Solução: Sabemos que a concentração do antibiótico na corrente sanguínea do animal passadas t horas de sua aplicação é igual a C (t ) = C 0 ⋅ b −t . 1 Entretanto, segundo o problema, sabe-se que C (3) = C 0 . Logo podemos 10 1 1 escrever que C 0 ⋅ b −3 = C 0 . Portanto, b −3 = e b 3 = 10 , ou seja, b = 3 10 . 10 10 Problema 8: A Lei do resfriamento (ou do aquecimento) de Newton afirma que a diferença de temperatura entre um objeto e o meio que o cerca decai como uma função exponencial. Mais especificamente, se a temperatura inicial do objeto é igual a T0 e a temperatura do meio é M (constante) e, após um instante t , a temperatura do objeto é T (t ) então a diferença de temperatura T (t ) − M , entre o objeto e o meio, é dada por T (t ) − M = k ⋅ b − t , em que k = T (0) − M =T 0− M é a diferença de temperatura inicial, e b > 1 é uma constante que depende do objeto e do meio. Considere agora a seguinte situação. Uma panela de água fervendo é levada a uma sala em que o ar está a uma temperatura de 20 graus Centígrados. Após uma hora a sua temperatura é de 60 graus. Quanto tempo a mais é necessário para que temperatura esfrie a 40 graus? Solução: Vamos considerar como sendo o instante inicial t = 0 aquele em que a panela é tirada do fogão e levada para sala. Nesse instante a temperatura da panela é T0 = 100 e a temperatura constante da sala é M = 20 . Pela Lei do Resfriamento de Newton sabemos que em um instante t > 0 a temperatura T (t ) da panela é tal que T (t ) − M = k ⋅ b − t , em que
  • 29. 29 M = 20 e k = T (0) − M =T 0− M = 100 − 20 = 80 . Logo T (t ) − M = k ⋅ b − t implica que T (t ) − 20 = 80 ⋅ b − t , ou seja, T (t ) = 20 + 80 ⋅ b − t . Entretanto, passada uma hora a temperatura da panela é 60 graus. Isso é T (1) = 60 , ou seja, 20 + 80 ⋅ b −1 = 60 ⇒ b = 2 . Portanto podemos escrever que T (t ) = 20 + 80 ⋅ 2 − t . Agora queremos saber em qual instante t teremos T (t ) = 40 . Este é o caso se 20 + 80 ⋅ 2 − t = 40 . Resolvendo esta equação para t obtemos 1 20 + 80 ⋅ 2 −t = 40 ⇒ 80 ⋅ 2 −t = 20 ⇒ 2 −t = ⇒ 2t = 4 ⇒ t = 2 . 4 Portanto a temperatura da panela será de 40 graus após 2 horas de a panela ter saído do fogão e levada para a sala. Bibliografia: • Orientação Pedagógica relativa ao tópico 11 do CBC do Ensino Médio. • Orientação Pedagógica relativa ao tópico 12 do CBC do Ensino Médio. • Roteiro de Atividade número 16 disponível no site do CRV. Título: Sobre a absorção de medicamentos pelo organismo. • Roteiro de Atividade número 25 disponível no site do CRV. Título: Calculando a espessura de um tira de papel dobrada várias vezes. • Roteiro de Atividade número 32 disponível no site do CRV. Título: Um modelo para o crescimento populacional. • O livro “Logaritmos” de Elon Lages Lima, publicado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) apresenta várias aplicações interessantes das funções exponenciais: desintegração radioativa, método do Carbono 14 para a determinação da idade de um fóssil e a Lei de Resfriamento de Newton.