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ATENÇÃO AO
RECÉM-NASCIDO
LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA
E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Com a perda de um filho, o enlutado não perde apenas um
ser amado, mas, principalmente, tudo o que potencialmente
o filho teria podido lhe dar, se tivesse vivido.
Melgaço, 2009.
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Objetivos dessa apresentação
• Conhecer algumas definições do processo de luto
• Conhecer as particularidades do luto perinatal
• Compreender o impacto do luto perinatal nos profissionais de saúde e
nas famílias
• Conhecer estratégias para a equipe de saúde lidar com as famílias que
vivem esse processo
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• O processo de luto pode ser considerado uma “reação à perda de uma pessoa amada
ou de uma abstração que ocupa seu lugar” (p.171-172). Há perda de interesse pelo
mundo externo, da capacidade de eleger um novo objeto de amor e afastamento de
toda atividade que não lembre a memória do falecido (Freud, 1917).
• Pode ser experimentado psicologicamente através de sentimentos, pensamentos e
atitudes; socialmente, por meio do comportamento em relação a outras pessoas;
fisicamente, naquilo que envolve a saúde e sintomas corporais (Rando, 1988).
Conceitos Luto
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• É uma reação natural e esperada a qualquer perda significativa, seja concreta ou
simbólica. Essa reação é tão intensa que pode obscurecer, por um período, qualquer
outra fonte de dificuldade (Parkes, 1998).
• É um processo, sendo uma experiência que não se coloca estaticamente em dado
momento da vida. Esse processo é entendido como particular, não existindo dois lutos
idênticos (Pereira Franco, 2008).
Conceitos Luto
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• Inclui perdas ocorridas durante a gestação ou até o primeiro mês de vida do bebê.
• É considerado um luto não reconhecido (Doka, 1989) → O não reconhecimento acontece
quando a sociedade inibe o processo ao estabelecer normas sobre quando, quem, por
quem, onde e como deve ser o luto. O enlutado não se sente autorizado a expressar o
luto, já que o entorno não reconhece a importância da perda.
• A dor da perda perinatal é, muitas vezes, subestimada, ocultada e inexiste espaço social e
cultural para a expressão do luto (Casellato, 2015).
• A morte perinatal vem sendo silenciosa, tanto no que diz respeito à sociedade como às
pesquisas científicas (Lopes et. al., 2019)
Conceitos Luto
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Luto Perinatal: profissionais de saúde
• O modo como os profissionais de saúde lidam com aspectos relacionados à morte
depende de vários fatores: sua história pessoal de perdas, experiências e elaboração dos
processos de luto, da cultura em que estão inseridos, formação universitária e
capacitação em serviço.
• No luto não reconhecido, a expressão de emoções e dor não é autorizada, podendo levar
ao aumento dos casos de depressão e Síndrome de Burnout entre profissionais.
Kovács, 2010.
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• A presença da morte no hospital pode causar, na equipe de saúde, desgaste emocional
seguido de sentimentos de fracasso e frustração.
• Os profissionais utilizam seus mecanismos de defesa para evitar seu próprio sofrimento
e, assim, facilitar o cuidado.
• Profissionais de saúde que prestam assistência a pacientes fora da possibilidade de cura
necessitam de uma formação que os prepare melhor para lidar com essas situações.
Luto Perinatal: profissionais de saúde
Faria, Figueiredo & Sousa, 2017.
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• A formação acadêmica se mostra um fator importante, que deve contribuir para a
atuação do profissional diante das situações de morte. Destaca-se a necessidade da
criação de programas de educação permanente nos hospitais para tratar do assunto
(Faria; Figueiredo, 2017
• Estratégias que podem ser utilizadas pelos profissionais:
– conversar com a rede de apoio
– compartilhar sentimentos com colegas de equipe
– buscar terapia
Luto Perinatal: o que pode ser feito pelos profissionais de saúde?
Quem cuida também
precisa ser cuidado!
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• Luto perinatal apresenta aspectos que o tornam incompreensível e irreconhecível pelo
entorno. A negação do sofrimento dos pais diante de uma perda perinatal obstrui a
possibilidade de construção de significado daquela experiência – e, consequentemente,
da vivência do luto (Iaconelli, 2007).
• Desde a gestação até os primeiros meses de vida do bebê, as expectativas maternas em
relação ao filho e a si mesma são muitas. O bebê é “carregado de representações de
continuidade, triunfo, perfeição, renovação e união” (Casellato, 2015)
• A morte de um filho durante a gestação ou no início da vida destrói essas expectativas e
o luto ocorre, também, por todos os sonhos que não puderam ser concretizados.
Luto Perinatal: família - mães
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• Os pais (homens) podem ter sua dor ainda mais silenciada, já que o foco acaba sendo na
mulher.
• Através do convívio social, aprende-se as diferenças de gênero ao lidar com o luto. A
expectativa atribuída ao homem diante da perda de um filho no período perinatal
considera que seus sentimentos devem ser isolados e que o foco de seu cuidado deve ser
a mãe do bebê.
• A morte perinatal pode trazer, para os homens, sentimentos de vazio, dor, tristeza,
medo, raiva e culpa. Entretanto, essas emoções são abafadas socialmente e, quando
vivenciadas, podem ser feitas de maneira solitária. Falta espaço social para que eles
expressem seus sentimentos
Quintans, 2018.
Luto Perinatal: família - pais
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• Crianças enlutadas precisam de adultos. O luto pode (e deve) ser compartilhado na
família. Os pais podem chorar na frente dos filhos, podem demonstrar que estão tristes,
que sentem saudade do bebê que morreu. A expressão de sentimentos por parte dos
pais incentiva as crianças a se expressarem também.
• É importante deixar claro para as crianças os conceitos de irreversibilidade e
universalidade da morte.
• Muito importante: acolher os sentimentos das crianças, permitir que elas falem sobre o
irmão, que elas desenhem e/ou escrevam. A família pode fazer, em conjunto, uma
homenagem para o bebê que morreu, como uma caixa de lembranças. Ser incluída
nessa atividade, auxilia a criança na elaboração do luto.
Como conversar com os irmãos do
bebê sobre a morte?
Luto Perinatal: família - irmãos
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• Permitir à mulher um acompanhante de sua livre escolha durante a
internação e parto.
• Oferecer aos pais a possibilidade de pegar o bebê no colo,
proporcionando um momento de despedida.
• Deixar que tirem fotos, se desejarem. Isso pode ser muito importante
para a elaboração do luto!
• Perguntar se querem escolher uma roupa para o sepultamento.
• Perguntar se têm algum desejo ou pedido especial.
• Validar a dor e o sofrimento da família.
Luto Perinatal: o que podemos fazer pelas famílias
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LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
• CASELLATO, G. Luto pela perda de um filho: a recuperação possível diante do pior tipo de perda. In: FRANCO, M. H. P. Uma jornada sobre o luto: a
morte e o luto sob diferentes olhares. Campinas: Livro Pleno, 2002. p. 11-21.
• DOKA, K. J. Disenfranchised grief: recognizing hidden sorrow. Lexington: Lexington. 1989.
• FARIA, Simony de Sousa; FIGUEREIDO, Jowilma de Sousa. Aspectos emocionais do luto e da morte em profissionais da equipe de saúde no contexto
hospitalar. Psicol. hosp. (São Paulo), São Paulo, v. 15, n. 1, p. 44-66, jan. 2017. Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-74092017000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 27 mar. 2021.
• FREUD, Sigmund. Luto e melancolia (1917). In: FREUD, Sigmund. Obras completas. São Paulo: Cia das Letras, 2010. v. 12.
• IACONELLI, Vera. Luto insólito, desmentido e trauma: clínica psicanalítica com mães de bebês. Rev. latinoam. psicopatol. fundam., São Paulo , v.
10, n. 4, p. 614-623, Dec. 2007 .
• KOVÁCS, Maria Julia. Sofrimento da equipe de saúde no contexto hospitalar: cuidando do cuidador profissional. O mundo da saúde, São Paulo, v. 34,
n. 4, p. 420-429, out./dez. 2010. Disponível em <http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/79/420.pdf>. Acesso em 28 Mar. 2021
• LOPES, Beatriz et. al. A dor de perder um filho no período perinatal: uma revisão integrativa da literatura sobre o luto materno. Revista Stictu Sensu,
Ponta Grossa – PR, v. 4, n. 2, p. 29-40, jul./dez. 2019. Disponível em <10.24222/2525-3395.2019v4n2p029 >. Acesso em 28 mar. 2021.
• MELGAÇO, Rosely. Um berço vazio. In: BATISTA, Glauco; MOURA, Marisa; CARVALHO, Simone (Orgs.). Psicanálise e hospital 5. Rio de Janeiro: Wak,
2011.
• PARKES, Colin. Luto – estudos sobre a perda na vida adulta. 3a Edição, São Paulo: Summus. 1998.
• PEREIRA FRANCO, Maria Helena. Luto em cuidados paliativos. In: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Cuidado Paliativo. São
Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 2008.
• QUINTANS, Érica. Eu também perdi meu filho: Luto paterno na perda gestacional/neonatal. Dissertação de Mestrado (Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro), Departamento de Psicologia, 2018.
• RANDO, Therese. How to go on living when someone you love dies. Lexington, Mass.: Lexington Books, 1988.
Referências
ATENÇÃO AO
RECÉM-NASCIDO
portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Material de 26 de maio de 2021
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção ao Recém-nascido
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
LUTO PERINATAL:
REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

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Luto perinatal: repercussões e apoio

  • 2. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE Com a perda de um filho, o enlutado não perde apenas um ser amado, mas, principalmente, tudo o que potencialmente o filho teria podido lhe dar, se tivesse vivido. Melgaço, 2009.
  • 3. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE Objetivos dessa apresentação • Conhecer algumas definições do processo de luto • Conhecer as particularidades do luto perinatal • Compreender o impacto do luto perinatal nos profissionais de saúde e nas famílias • Conhecer estratégias para a equipe de saúde lidar com as famílias que vivem esse processo
  • 4. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • O processo de luto pode ser considerado uma “reação à perda de uma pessoa amada ou de uma abstração que ocupa seu lugar” (p.171-172). Há perda de interesse pelo mundo externo, da capacidade de eleger um novo objeto de amor e afastamento de toda atividade que não lembre a memória do falecido (Freud, 1917). • Pode ser experimentado psicologicamente através de sentimentos, pensamentos e atitudes; socialmente, por meio do comportamento em relação a outras pessoas; fisicamente, naquilo que envolve a saúde e sintomas corporais (Rando, 1988). Conceitos Luto
  • 5. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • É uma reação natural e esperada a qualquer perda significativa, seja concreta ou simbólica. Essa reação é tão intensa que pode obscurecer, por um período, qualquer outra fonte de dificuldade (Parkes, 1998). • É um processo, sendo uma experiência que não se coloca estaticamente em dado momento da vida. Esse processo é entendido como particular, não existindo dois lutos idênticos (Pereira Franco, 2008). Conceitos Luto
  • 6. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • Inclui perdas ocorridas durante a gestação ou até o primeiro mês de vida do bebê. • É considerado um luto não reconhecido (Doka, 1989) → O não reconhecimento acontece quando a sociedade inibe o processo ao estabelecer normas sobre quando, quem, por quem, onde e como deve ser o luto. O enlutado não se sente autorizado a expressar o luto, já que o entorno não reconhece a importância da perda. • A dor da perda perinatal é, muitas vezes, subestimada, ocultada e inexiste espaço social e cultural para a expressão do luto (Casellato, 2015). • A morte perinatal vem sendo silenciosa, tanto no que diz respeito à sociedade como às pesquisas científicas (Lopes et. al., 2019) Conceitos Luto
  • 7. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE Luto Perinatal: profissionais de saúde • O modo como os profissionais de saúde lidam com aspectos relacionados à morte depende de vários fatores: sua história pessoal de perdas, experiências e elaboração dos processos de luto, da cultura em que estão inseridos, formação universitária e capacitação em serviço. • No luto não reconhecido, a expressão de emoções e dor não é autorizada, podendo levar ao aumento dos casos de depressão e Síndrome de Burnout entre profissionais. Kovács, 2010.
  • 8. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • A presença da morte no hospital pode causar, na equipe de saúde, desgaste emocional seguido de sentimentos de fracasso e frustração. • Os profissionais utilizam seus mecanismos de defesa para evitar seu próprio sofrimento e, assim, facilitar o cuidado. • Profissionais de saúde que prestam assistência a pacientes fora da possibilidade de cura necessitam de uma formação que os prepare melhor para lidar com essas situações. Luto Perinatal: profissionais de saúde Faria, Figueiredo & Sousa, 2017.
  • 9. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • A formação acadêmica se mostra um fator importante, que deve contribuir para a atuação do profissional diante das situações de morte. Destaca-se a necessidade da criação de programas de educação permanente nos hospitais para tratar do assunto (Faria; Figueiredo, 2017 • Estratégias que podem ser utilizadas pelos profissionais: – conversar com a rede de apoio – compartilhar sentimentos com colegas de equipe – buscar terapia Luto Perinatal: o que pode ser feito pelos profissionais de saúde? Quem cuida também precisa ser cuidado!
  • 10. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • Luto perinatal apresenta aspectos que o tornam incompreensível e irreconhecível pelo entorno. A negação do sofrimento dos pais diante de uma perda perinatal obstrui a possibilidade de construção de significado daquela experiência – e, consequentemente, da vivência do luto (Iaconelli, 2007). • Desde a gestação até os primeiros meses de vida do bebê, as expectativas maternas em relação ao filho e a si mesma são muitas. O bebê é “carregado de representações de continuidade, triunfo, perfeição, renovação e união” (Casellato, 2015) • A morte de um filho durante a gestação ou no início da vida destrói essas expectativas e o luto ocorre, também, por todos os sonhos que não puderam ser concretizados. Luto Perinatal: família - mães
  • 11. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • Os pais (homens) podem ter sua dor ainda mais silenciada, já que o foco acaba sendo na mulher. • Através do convívio social, aprende-se as diferenças de gênero ao lidar com o luto. A expectativa atribuída ao homem diante da perda de um filho no período perinatal considera que seus sentimentos devem ser isolados e que o foco de seu cuidado deve ser a mãe do bebê. • A morte perinatal pode trazer, para os homens, sentimentos de vazio, dor, tristeza, medo, raiva e culpa. Entretanto, essas emoções são abafadas socialmente e, quando vivenciadas, podem ser feitas de maneira solitária. Falta espaço social para que eles expressem seus sentimentos Quintans, 2018. Luto Perinatal: família - pais
  • 12. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • Crianças enlutadas precisam de adultos. O luto pode (e deve) ser compartilhado na família. Os pais podem chorar na frente dos filhos, podem demonstrar que estão tristes, que sentem saudade do bebê que morreu. A expressão de sentimentos por parte dos pais incentiva as crianças a se expressarem também. • É importante deixar claro para as crianças os conceitos de irreversibilidade e universalidade da morte. • Muito importante: acolher os sentimentos das crianças, permitir que elas falem sobre o irmão, que elas desenhem e/ou escrevam. A família pode fazer, em conjunto, uma homenagem para o bebê que morreu, como uma caixa de lembranças. Ser incluída nessa atividade, auxilia a criança na elaboração do luto. Como conversar com os irmãos do bebê sobre a morte? Luto Perinatal: família - irmãos
  • 13. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • Permitir à mulher um acompanhante de sua livre escolha durante a internação e parto. • Oferecer aos pais a possibilidade de pegar o bebê no colo, proporcionando um momento de despedida. • Deixar que tirem fotos, se desejarem. Isso pode ser muito importante para a elaboração do luto! • Perguntar se querem escolher uma roupa para o sepultamento. • Perguntar se têm algum desejo ou pedido especial. • Validar a dor e o sofrimento da família. Luto Perinatal: o que podemos fazer pelas famílias
  • 14. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • CASELLATO, G. Luto pela perda de um filho: a recuperação possível diante do pior tipo de perda. In: FRANCO, M. H. P. Uma jornada sobre o luto: a morte e o luto sob diferentes olhares. Campinas: Livro Pleno, 2002. p. 11-21. • DOKA, K. J. Disenfranchised grief: recognizing hidden sorrow. Lexington: Lexington. 1989. • FARIA, Simony de Sousa; FIGUEREIDO, Jowilma de Sousa. Aspectos emocionais do luto e da morte em profissionais da equipe de saúde no contexto hospitalar. Psicol. hosp. (São Paulo), São Paulo, v. 15, n. 1, p. 44-66, jan. 2017. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-74092017000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 27 mar. 2021. • FREUD, Sigmund. Luto e melancolia (1917). In: FREUD, Sigmund. Obras completas. São Paulo: Cia das Letras, 2010. v. 12. • IACONELLI, Vera. Luto insólito, desmentido e trauma: clínica psicanalítica com mães de bebês. Rev. latinoam. psicopatol. fundam., São Paulo , v. 10, n. 4, p. 614-623, Dec. 2007 . • KOVÁCS, Maria Julia. Sofrimento da equipe de saúde no contexto hospitalar: cuidando do cuidador profissional. O mundo da saúde, São Paulo, v. 34, n. 4, p. 420-429, out./dez. 2010. Disponível em <http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/79/420.pdf>. Acesso em 28 Mar. 2021 • LOPES, Beatriz et. al. A dor de perder um filho no período perinatal: uma revisão integrativa da literatura sobre o luto materno. Revista Stictu Sensu, Ponta Grossa – PR, v. 4, n. 2, p. 29-40, jul./dez. 2019. Disponível em <10.24222/2525-3395.2019v4n2p029 >. Acesso em 28 mar. 2021. • MELGAÇO, Rosely. Um berço vazio. In: BATISTA, Glauco; MOURA, Marisa; CARVALHO, Simone (Orgs.). Psicanálise e hospital 5. Rio de Janeiro: Wak, 2011. • PARKES, Colin. Luto – estudos sobre a perda na vida adulta. 3a Edição, São Paulo: Summus. 1998. • PEREIRA FRANCO, Maria Helena. Luto em cuidados paliativos. In: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Cuidado Paliativo. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 2008. • QUINTANS, Érica. Eu também perdi meu filho: Luto paterno na perda gestacional/neonatal. Dissertação de Mestrado (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Departamento de Psicologia, 2018. • RANDO, Therese. How to go on living when someone you love dies. Lexington, Mass.: Lexington Books, 1988. Referências
  • 15. ATENÇÃO AO RECÉM-NASCIDO portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br Material de 26 de maio de 2021 Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br Eixo: Atenção ao Recém-nascido Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal. LUTO PERINATAL: REPERCUSSÕES NA FAMÍLIA E NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE