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LITERATURA DE 
AUTORIA FEMININA 
Daiane Cristina Chiumento 
Danieli Andressa Henz 
Graduandas do Curso de Letras/Inglês/Espanhol 
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
A literatura de autoria feminina no Brasil tem 
crescido vertiginosamente, mas é fenômeno recente. 
Historicamente a figura feminina foi sendo associada 
aos cuidados domésticos e familiares, herança de uma 
sociedade patriarcal, tornando-a, assim, inferior dentro da 
hierarquia familiar e sacrificando nesta perspectiva sua 
própria identidade, pois de tanto ser obrigada 
ideologicamente a viver sob a máscara da aceitação dos 
valores hegemônicos, perdia-se de si mesma.
Em meados da década de 60, as mulheres passam a 
lutar por um lugar onde não fossem apenas figurantes, 
pois sua condição até então era única e exclusivamente 
de objeto maleável, podendo assim ser moldada da 
forma que fosse mais conveniente para o homem.
A crítica feminista, surgida por volta de 1970 no 
contexto do feminismo, fez emergir uma tradição 
literária feminina até então ignorada pela história da 
literatura. 
A partir disto, muito historiadores literários 
começaram a resgatar e a reinterpretar a produção 
literária de autoria feminina, numa atitude de 
historicização que se constituiu como resistência à 
ideologia que historicamente vinha regulando o saber 
sobre a literatura.
Historicamente, o cânone literário, tido como um 
perene e exemplar conjunto de obras-primas 
representativas de determinada cultura local, sempre 
foi constituído pelo homem ocidental, branco, de 
classe média/alta; portanto, regulado por uma 
ideologia que exclui os escritos das mulheres, das 
etnias não-brancas, das chamadas minorias sexuais, 
dos segmentos sociais menos favorecidos etc.
A intenção era de promover a visibilidade da 
mulher como produtora de um discurso que se quer 
novo, um discurso dissonante em relação àquele 
arraigado milenarmente na consciência e no 
inconsciente coletivos, inserindo-a na historiografia 
literária.
O novo lugar que a mulher passa a ocupar na 
sociedade em decorrência do feminismo fez-se 
refletir no status quo. De uma lado, a crítica 
literária, antes de domínio quase exclusivamente 
masculino, passou a ser praticada por mulheres; de 
outro, estas passaram a escrever mais como 
literatas, livres dos temores da rejeição e do 
escândalo.
Na esteira desse trabalho de resgate da produção 
literária de autoria feminina vem o trabalho de 
revisionismo crítico. Considerando que o cânone 
consiste numa instituição capaz de determinar e 
indicar a literatura representativa de determinada 
cultura, pode-se dizer que sua constituição é uma 
decorrência do discurso crítico dessa cultura.
É no período entre 1970 e 1980 que surge uma 
explosão de publicações femininas entre elas: 
Raquel de Queiroz, Cecília Meireles e Clarice 
Lispector, que “abre uma tradição para a literatura 
da mulher no Brasil, gerando um sistema de 
influências que se fará reconhecido na geração 
seguinte” (VIANA, 1995, p. 172).
Eliane Showalter que é uma das fundadoras da 
crítica feminista contemporânea investigou a 
literatura produzida por escritoras inglesas entre 
1840 até cerca de 1960 e, segundo ela, todas as 
chamadas “subculturas” literárias passaram por três 
grandes fases:
A primeira, chamada de fase feminina 
(feminine) é aquela em que as escritoras imitam os 
valores dominantes patriarcais vigentes na época; é 
a fase de “imitação e internalização” (ZOLIN, 
2009, p. 330).
A segunda fase, de protesto ou rebelde, segundo 
Bonnici (2007), é a fase de ruptura, de denúncia dos 
moldes dominantes patriarcais e de defesa dos 
direitos das mulheres e das minorias e é chamada de 
feminista (feminist). É um momento caracterizado 
por um protesto contra os valores e padrões vigentes 
na sociedade e por uma luta pelos direitos das 
minorias.
A terceira, a fase fêmea (female) ou “da 
mulher” é caracterizada pela autodescoberta e 
pela busca da identidade (ZOLIN, 2009, p. 330), 
em que as mulheres produzem uma literatura 
própria, autenticamente feminina, sem amarguras. 
Essa fase se caracteriza pela busca de uma 
identidade própria, de uma escrita e de uma 
representação mais autênticas e livres.
Apesar de a divisão em fases contribuir para 
uma reflexão sobre representações existentes e as 
transformações alcançadas, não se estabelece 
como uma regra fixa e estanque. As produções 
dos mais diversos períodos têm características 
das três fases. A busca constante por uma escrita 
feminina com identidade própria vem se 
firmando, mas é um processo lento, assim como 
todas as conquistas femininas na história.
REFERÊNCIAS 
OLIVA, Angela Simone Ronqui. Artigo: Marina Colasanti e as 
três fazes da literatura de autoria feminina. Vol. 2, n.1, 
jan./jun.2012. 
Web artigos. Literatura de autoria feminina. Disponível em: 
<http://www.webartigos.com/artigos/literatura-de-autoria-feminina/ 
10422/>. Publicado em 23 de outubro de 2008. Acesso em: 
14/11/2014. 
BORBA, Débora Maria. A literatura de autoria feminina no 
Brasil. Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/artigos/a-literatura- 
de-autoria-feminina-no-brasil>. Acesso em 14/11/2014.

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Literatura de autoria feminina

  • 1. LITERATURA DE AUTORIA FEMININA Daiane Cristina Chiumento Danieli Andressa Henz Graduandas do Curso de Letras/Inglês/Espanhol Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • 2.
  • 3. A literatura de autoria feminina no Brasil tem crescido vertiginosamente, mas é fenômeno recente. Historicamente a figura feminina foi sendo associada aos cuidados domésticos e familiares, herança de uma sociedade patriarcal, tornando-a, assim, inferior dentro da hierarquia familiar e sacrificando nesta perspectiva sua própria identidade, pois de tanto ser obrigada ideologicamente a viver sob a máscara da aceitação dos valores hegemônicos, perdia-se de si mesma.
  • 4. Em meados da década de 60, as mulheres passam a lutar por um lugar onde não fossem apenas figurantes, pois sua condição até então era única e exclusivamente de objeto maleável, podendo assim ser moldada da forma que fosse mais conveniente para o homem.
  • 5. A crítica feminista, surgida por volta de 1970 no contexto do feminismo, fez emergir uma tradição literária feminina até então ignorada pela história da literatura. A partir disto, muito historiadores literários começaram a resgatar e a reinterpretar a produção literária de autoria feminina, numa atitude de historicização que se constituiu como resistência à ideologia que historicamente vinha regulando o saber sobre a literatura.
  • 6. Historicamente, o cânone literário, tido como um perene e exemplar conjunto de obras-primas representativas de determinada cultura local, sempre foi constituído pelo homem ocidental, branco, de classe média/alta; portanto, regulado por uma ideologia que exclui os escritos das mulheres, das etnias não-brancas, das chamadas minorias sexuais, dos segmentos sociais menos favorecidos etc.
  • 7. A intenção era de promover a visibilidade da mulher como produtora de um discurso que se quer novo, um discurso dissonante em relação àquele arraigado milenarmente na consciência e no inconsciente coletivos, inserindo-a na historiografia literária.
  • 8. O novo lugar que a mulher passa a ocupar na sociedade em decorrência do feminismo fez-se refletir no status quo. De uma lado, a crítica literária, antes de domínio quase exclusivamente masculino, passou a ser praticada por mulheres; de outro, estas passaram a escrever mais como literatas, livres dos temores da rejeição e do escândalo.
  • 9. Na esteira desse trabalho de resgate da produção literária de autoria feminina vem o trabalho de revisionismo crítico. Considerando que o cânone consiste numa instituição capaz de determinar e indicar a literatura representativa de determinada cultura, pode-se dizer que sua constituição é uma decorrência do discurso crítico dessa cultura.
  • 10. É no período entre 1970 e 1980 que surge uma explosão de publicações femininas entre elas: Raquel de Queiroz, Cecília Meireles e Clarice Lispector, que “abre uma tradição para a literatura da mulher no Brasil, gerando um sistema de influências que se fará reconhecido na geração seguinte” (VIANA, 1995, p. 172).
  • 11. Eliane Showalter que é uma das fundadoras da crítica feminista contemporânea investigou a literatura produzida por escritoras inglesas entre 1840 até cerca de 1960 e, segundo ela, todas as chamadas “subculturas” literárias passaram por três grandes fases:
  • 12. A primeira, chamada de fase feminina (feminine) é aquela em que as escritoras imitam os valores dominantes patriarcais vigentes na época; é a fase de “imitação e internalização” (ZOLIN, 2009, p. 330).
  • 13. A segunda fase, de protesto ou rebelde, segundo Bonnici (2007), é a fase de ruptura, de denúncia dos moldes dominantes patriarcais e de defesa dos direitos das mulheres e das minorias e é chamada de feminista (feminist). É um momento caracterizado por um protesto contra os valores e padrões vigentes na sociedade e por uma luta pelos direitos das minorias.
  • 14. A terceira, a fase fêmea (female) ou “da mulher” é caracterizada pela autodescoberta e pela busca da identidade (ZOLIN, 2009, p. 330), em que as mulheres produzem uma literatura própria, autenticamente feminina, sem amarguras. Essa fase se caracteriza pela busca de uma identidade própria, de uma escrita e de uma representação mais autênticas e livres.
  • 15. Apesar de a divisão em fases contribuir para uma reflexão sobre representações existentes e as transformações alcançadas, não se estabelece como uma regra fixa e estanque. As produções dos mais diversos períodos têm características das três fases. A busca constante por uma escrita feminina com identidade própria vem se firmando, mas é um processo lento, assim como todas as conquistas femininas na história.
  • 16. REFERÊNCIAS OLIVA, Angela Simone Ronqui. Artigo: Marina Colasanti e as três fazes da literatura de autoria feminina. Vol. 2, n.1, jan./jun.2012. Web artigos. Literatura de autoria feminina. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/literatura-de-autoria-feminina/ 10422/>. Publicado em 23 de outubro de 2008. Acesso em: 14/11/2014. BORBA, Débora Maria. A literatura de autoria feminina no Brasil. Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/artigos/a-literatura- de-autoria-feminina-no-brasil>. Acesso em 14/11/2014.