2. responsabilidade
*O [cérebro] órgão de expressão mental, reclama
personalidades químicas de tipo sublimado, por alimentar-
se de experiências que devem ser registradas, arquivadas
e lembradas sempre que oportuno ou necessário.
Intervém, então, a química superior, dotando o cérebro de
material insubstituível em muitos departamentos de seu
laboratório íntimo.
Evolução
3. 2008
*Voltemos aos ascendentes em evolução. O princípio espiritual
acolheu-se no seio tépido das águas, através dos organismos
celulares, que se mantinham e se multiplicavam por cissiparidade.
Em milhares de anos, fez longa viagem na esponja, passando a
dominar células autônomas, impondo-lhes o espírito de
obediência e de coletividade, na organização primordial dos
músculos. Experimentou longo tempo, antes de ensaiar os
alicerces do aparelho nervoso, na medusa, no verme, no
batráquio, arrastando-se para emergir do fundo escuro e lodoso
das águas, de modo a encetar as experiências primeiras, ao sol
meridiano. Sugou o seio farto da Terra, evoluindo sem parar,
através de milênios, até conquistar a região mais alta, onde
conseguiu elaborar o próprio alimento. Ergueu-se do solo,
contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais
aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir,
conquistou a inteligência...
Por mais esforços que envidemos por simplificar (…) o
retrospeto que a respeito fazemos sempre causa
perplexidade. Viajou do simples impulso para a
irritabilidade, da irritabilidade para a sensação, da
sensação para o instinto, do instinto para a razão.
4. *Evolução em 2 mundos, AL
*Com tempo, a Direção Espiritual da Vida
consegue, organizar, com eficiência, o
sistema nervoso autônomo, regulando e
coordenando (…) primorosamente (…) as vias
eletromagnéticas de comunicação entre o
governo espiritual e as províncias orgânicas
(…) sob o controle do Espírito, assimilando-
lhe os desejos e executando-lhe as ordens no
automatismo que a evolução lhe confere.
O SN é aparelho de expressão dos seus
sentimentos e pensamentos, com os quais
no regime de responsabilidade e de auto-
escolha, plasmará no espaço e tempo o seu
próprio caminho de ascensão para Deus.
*Com o exercício incessante da palavra, a energia mental do homem
primitivo encontra insopitável desenvolvimento (…) mobilidade e a
elasticidade imprescindíveis à expansão do pensamento assegurando o
intercâmbio (… entre) encarnados e desencarnados (… e permitindo o)
despertamento da responsabilidade.
5. O continuísmo da ideia consciente acende a luz da
memória sobre o pedestal do automatismo.
Desligado lentamente dos laços mais fortes que o prendiam às
Inteligências Divinas tutelares, sente-se sozinho, esmagado pelo Universo
A ideia moral da vida começa a ocupar-lhe o crânio (O Sol propicia-lhe a
conceção de um Criador, (…) e a noite povoa-lhe a alma com visões
nebulosas e pesadelos imaginários, dando-lhe a ideia do combate treva-luz
o Espírito responde ao Espírito, intuitivamente vê no mundo em que
vive a própria moradia, cuja ordem lhe requisita apoio e cooperação
passa a indagar sobre a causa das coisas... refugia-se no amor-egoísmo,
na intimidade da prole padece na defesa do lar(entre) aflição e temor
esboça-se imensa luta Percebe que não mais pode obedecer
cegamente aos impulsos da Natureza, ao modo dos animais a morte
impõe-lhe angustiosas perquirições (…) procurando ajustar-se às Leis
Divinas Frágil compreende que, perante Deus, estava entregue a si
mesmo. O Princípio da responsabilidade havia nascido.
*(…) as ideias-relâmpagos ou as ideias-fragmentos da crisálida de
consciência, no reino animal, se transformam em conceitos e
inquirições, traduzindo desejos e ideias de alentada substância íntima.
*[Fixando e exprimindo o pensamento] (…) inconscientemente (passou
…) a desprender-se do carro denso de carne, desligando as células de
seu corpo espiritual das células físicas, durante o sono comum, para
receber, em atitude passiva a visita dos Benfeitores Espirituais que o
instruem.
*Evolução em 2 mundos, AL
6. *no 3º, temos a casa das noções superiores, indicando as eminências que
nos cumpre atingir; aí demoram o ideal e a meta superior a ser
alcançada. Distribuímos, deste modo, o subconsciente, o consciente e o
superconsciente. Possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o
futuro.” – André Luiz, No Mundo Maior, III
Passado
reflexos/
automatismos
Presente
MemLonPra
emoções
Futuro
antecipação
ideais/metas sup
Presente
decisões
esforço/
Vontade
“Não podemos dizer que possuímos
três cérebros simultaneamente.
Temos apenas um que, porém, se
divide em três regiões distintas.
Tomemo-lo como se fora um castelo
de três andares:
*no 1º situamos a residência de
nossos impulsos automáticos
(instintivos e inconscientes), arquivo
vivo dos serviços realizados, onde
moram o hábito e o automatismo;
*no 2º localizamos o domicílio das
conquistas atuais, onde (residem o
esforço e a vontade) se erguem e se
consolidam as qualidades nobres
que estamos edificando;
*A casa mental
7. É-nos imprescindível compreender a perversidade como loucura, a revolta
como ignorância e o desespero como enfermidade… (No Mundo Maior, III, AL)
*Livre-arbítrio equivocado,
Missionários da Luz, III, AL, Francisco Cândido Xavier
PROJETO IMAGEM
8. *Implicações diante da Vida Maior…
No Mundo Maior, XIV, AL, Francisco Cândido Xavier
Estaríamos diante de um homem embriagado ou de uma taça viva,
cujo conteúdo sorviam gênios satânicos do vicio?
*O infortunado Antídio trazia o estômago atestado de liquido e a
cabeça turva de vapores. Semidesligado do organismo denso pela
atuação anestesiante do tóxico, passou a identificar-se mais
intimamente com as entidades que o perseguiam. (… que) tinham a
mente invadida por visões terrificantes do sepulcro [entrando em
sintonia magnética com o psiquismo desequilibrado dos vampiros]
(… via agora aterrado) imagens espectrais de víboras e morcegos dos
lugares sombrios onde haviam estacionado.
PROJETO IMAGEM
9. *Por algum tempo, será amparado pela enfermidade. Conhecerá a prisão no
leito, durante 2 a 3 meses (sem anestésicos e desintoxicantes; conhecerá
intraduzível mal-estar, de modo a restabelecera harmonia do cosmo
psíquico; a medicação lhe diminuirá a tendência de esquecer as obrigações
sagradas e lhe acordarão os sentimentos, devagarinho, para a nobreza da
vida), a fim de que se lhe não apodreça o corpo num hospício, o que se
iniciaria dentro de alguns dias, lançando nobre mulher e duas crianças em
pungente incerteza do porvir - eflúvios luminosos sobre o coração
(…induziram) parada súbita.
*Também a tempestade devastadora [não apenas a brisa carinhosa]... são
elementos indispensáveis à glória da vida.
*Medida salvadora!
No Mundo Maior, XIV, AL, Francisco Cândido Xavier
PROJETO IMAGEM
10. *Foi assim que atingimos a época moderna, em que a loucura se generaliza
e a harmonia mental do homem está a pique de soçobro. De cérebro
evoluído e coração imaturo, requintamo-nos, na arte de esfacelar o
progresso espiritual.
*Nova ameaça surge ao domicílio terrestre: o profundo desequilíbrio, a
desarmonia generalizada, as moléstias da alma que se ingerem, sutis,
solapando-vos a estabilidade - alienação mental, que não nos desintegra
só os patrimônios celulares da vida física, senão também nos atinge o
tecido sutil da alma, invadindo o corpo perispiritual.
Eusébio, AL, No Mundo Maior, I
*Ao invés de servos leais do Senhor da Vida, temos sido soldados dos
exércitos da ilusão, deixando à retaguarda milhões de túmulos, abertos
sob aluviões de cinza e fumo.
*Cevamos e expandimos unicamente o egoísmo e a ambição, a vaidade e a
fantasia na Crosta Planetária. Contraímos pesados débitos e escravizamo-
nos aos tristes resultados de nossas obras, deixando-nos ficar,
indefinidamente, na messe dos espinhos.
11. *ALIENADOS MENTAIS
*Não são apenas os dementes, os esquizofrénicos, ou os alienados por
senilidade, mas também as criaturas que já renascem imperfeitas e
perturbadas (…) até as fobias sem número … [Esta enfermidade]
Constitui verdadeira a tragédia dos homens desencarnados, em pleno
desequilíbrio das sensações.
*Excetuados os casos puramente orgânicos, que se originam da incursão
microbiana sobre a matéria cinzenta, o louco é criatura que
abdicou da realidade, é alguém que desaproveitou as bênçãos da
experiência humana, preferindo segregar-se nos caprichos mentais;
que procurou forçar a libertação do aprendizado terrestre, por
indisciplina ou ignorância, num gênero de suicídio habilmente
dissimulado: na auto-eliminação da harmonia mental, pela
inconformação nos quadros de luta humana diante da dor,
do obstáculo ou da morte, entregando-se, sem resistência, à
perturbação destruidora, descerrando as portas do túmulo; que
fugindo deliberadamente às realidades da Vida e do Universo, criou
regiões purgatórias para si mesmo.
12. *Cerca de 90% dos casos de loucura, são consequência da impaciência/
revolta ou tristeza, atitudes mentais que imprimem deploráveis
reflexos aos que as alimentam.
*A princípio, são meros descontentes e desesperados(…) Pouco a
pouco, no entanto, transformam-se em doentes mentais de variadas
gradações, de cura quase impossível(…) Impercetíveis frutos da
desobediência/rebeldia começam por arruinar o patrimônio
fisiológico terrestre, e (…) desde os círculos terrenos padecem,
encovados em precipícios infernais(…) inicia-se a desintegração da
harmonia mental que por vezes perdura várias existências, até
que o interessado se disponha, a valer-se das bênçãos divinas, em
abençoado serviço evolutivo de renovação.
*os fenômenos senis do corpo são mais tristes para a alma, (… com)
fixação da mente nos impulsos inferiores; permanecem, séculos afora,
na fase infantil do entendimento(…) Enquanto recebem a transitória
cooperação de saúde física relativa,(…) das possibilidades financeiras e
das variadas impressões passageiras que a existência na Crosta
Planetária oferece, esteiam-se nos títulos de cidadãos que a sociedade
lhes confere; logo, porém, que visitados pela (…) decrepitude, revelam
a infância espiritual em que jazem(…) não obstante a idade provecta.
13. Negando-se, a alma a receber o auxilio divino, através dos
processos de transformação incessante que lhe são oferecidos,
em seu benefício próprio pelas diferentes situações do
aprendizado carnal, recolhe-se à margem da estrada, criando
paisagens perturbadoras com desejos injustificáveis.
PROJETO IMAGEM
14. *Afligente quadro de padecimentos espirituais, de desequilíbrios que
afetam a mente desviada das Leis Universais. Em verdade, na alienação
mental começa a descida da alma às zonas inferiores da morte (…)
permutam na Terra os eternos valores divinos por satisfações ilusórias
imediatas, sendo relegados, além do sepulcro, a inominável desespero…
*Quanto às perturbações que acompanham a alma no renascimento ou na
infância do corpo, na juventude ou na senilidade, é mister reconhecer
que o desequilíbrio começa na inobservância da Lei, como a expiação
se inicia no crime. Adotada a conduta em desacordo com a realidade,
encontra o espírito, invariavelmente, os efeitos da própria ação.
15. Onde viverão meus parentes, cujo futuro me preocupava? onde rolará o
dinheiro que amontoei penosamente, olvidando minha própria alma? onde
respirará minha irmã, a quem despojei de todos os recursos? porque não me
ensinaram, na Terra, que a vida prosseguiria para além do sepulcro? estarei
efetivamente (morto) para o mundo, ou louco e cego? Ah! mísero que sou!
quem me socorrerá?
Meus familiares olvidaram-me o devotamento. Só uma pessoa no mundo se recordará
de mim e me estenderia mãos protetoras se soubesse do meu paradeiro... Meu neto
André Luiz… Em muitas ocasiões manifestei, destinei-lhe o legado da consagração à
Medicina… consolava-me com a ideia de que gastaria o dinheiro que eu indebitamente
aferrolhara, educando-se, para beneficio de todos... Seria o benfeitor dos pobres e
dos doentes, espargiria sementes dadivosas onde minha existência inútil espalhara
pedras e espinhos de insensatez. Meu neto seria belo, querido, respeitado...
*Velha afeição…
16. Tornando mentalmente a cenários da infância longínqua, senti-me
novamente menino; venci de um salto o espaço que nos separava e
ajoelhei-me aos pés do meu desventurado benfeitor.
Cobri-lhe as mãos de beijos e, erguendo para ele os olhos lacrimosos,
perguntei:
— Vovô Cláudio, pois o senhor não me conhece mais?
Impossível seria descrever o que se passou.
Esqueci, por momentos, os estudos que me impusera a fazer; olvidei os
quadros daquele ambiente, que provocavam curiosidade e pavor.
Meu espírito respirava o reconhecimento sincero e o amor puro;
amparado por Calderaro, que também enxugava lágrimas discretas,
diante da comoção que me assaltara, sustentei meu avô nos braços,
como se transportara, louco de alegria, precioso fardo que me era doce
e leve ao coração.
17. *Oficina de restauração
— Se o Céu me conceder a felicidade de com algo contribuir em benefício de
Cláudio, esse benefício será feito a mim mesma; e, se um dia eu receber a
ventura conjugal, será nosso primeiro e bem-amado filhinho. De antemão, sei que
Nicanor se regozijará com o meu compromisso.
— Partilhar-nos-á a vida pobre e honrada, conhecerá as alegrias do pão, filho do
suor com a Proteção Divina, e olvidará, em nossa companhia, as ilusões que por
tanto tempo nos separaram... Com singeleza de coração, projetava em êxtase:
— Será um pedreiro feliz, como Nicanor! abençoará a luta digna que atualmente
bendizemos!...
Como chorasse, comovida, Cipriana abraçou-a, também tocada no coração e de
olhos húmidos, assegurando: — Bem-aventurada sejas tu, querida filha, que
compreendes connosco o celestial ministério da mulher nobre, disposta à
maternidade sublime.
Acordou no veículo pesado, experimentando ignoto júbilo.
Quem poderia definir-nos o reconhecimento e a admiração daquela hora? Meus
companheiros abençoaram-na, e eu, por minha vez, despedindo-me dela
comovidamente, osculei-lhe a destra minúscula, num beijo silencioso de profunda
amizade e de indizível gratidão.
— Ah! em que poderia servir-vos, eu, mísera serva que sou?
— Agora, sim! Lembro-me... — gemeu, aterrada.
Alguns segundos de expectativa rolaram pesadamente; contudo, o amor,
sempre divino na mulher de aspirações elevadas, triunfou no olhar enternecido
de Ismênia, que, plenamente modificada, se abraçou ao doente
19. *Previna-se hoje
do remorso de amanhã
*A verdadeira morte começa na estagnação. Faça circular os
empréstimos de Deus; transfigure as coisas que lhe sejam inúteis
em forças vivas do bem.
*Retire da despensa os géneros alimentícios esquecidos para
distribuição fraterna; Reviste o guarda-roupa, libertando os
cabides das vestes que você não usa conduzindo-as aos viajores
desnudos; Estenda os pares de sapatos que lhe sobram, aos pés
descalços em derredor;
*Elimine o mobiliário excelente, alegrando as casas menos felizes;
Revolva objetos e livros parados endereçando-os a quem não tem
recursos; Examine a bolsa mostrando gratidão pelos acréscimos da
Divina Misericórdia
*Medique os enfermos; enxugue lágrimas; socorra feridas; O
excesso de nossa vida gera a necessidade no semelhante; os
valores mumificados das nossas mãos ressurgem nas criaturas de
Deus como valores de exaltação e luz!
O espírito da verdade, 2, AL
20. *A evolução da alma ergue-se desenvolta dos
ALICERCES INSUBSTITUÍVEIS do SACRIFÍCIO.
*Identifique, na dificuldade, o favor da Providência Divina
para dilatar-lhe a Paz…
*Quanto maior a sombra em torno, mais valiosa a fonte de
luz. Desse modo a alegria pura viceja entre a dor e o
obstáculo; a resignação santificante nasce em meio às
provas difíceis; a renúncia intrépida irrompe no seio da
injustiça das emulações acirradas; e a pureza construtiva
surge, não raro, em ambiente de viciação mais ampla.
* O espírito da verdade, 28, AL
21. *Quem se transfigura por dentro, pensa por si, desata as amarras
(…) todavia, quase sempre, desperta no mais doloroso tipo de
solidão - a dos que trabalham no mundo, a benefício do mundo,
mas desajustados no mundo, sem que o mundo os reconheça.
*Urge perceber, porém, que quantos consomem as próprias
energias, na exaltação do bem, se fazem clarão.
*E se temes a extensão das dificuldades, reflete na semente, a
morrer em refúgio anônimo para que a vida se garanta; mas, se o
exemplo de um ser pequenino te não satisfaz, medita no
ensinamento do maior e mais glorioso espírito que já pisou
caminhos terrestres.“ (Opinião Espírita, 29-30)
*Ele não atingiu as culminâncias da Ressurreição sem subir ao
Calvário, e as suas lições referem-se à fé que transporta montanhas.
Eusébio, AL, No Mundo Maior, II