O documento discute os conceitos de milagres e fenômenos espirituais. Afirma que o Espiritismo vê tais fenômenos como naturais e explicáveis por leis ainda desconhecidas, não como milagres contrários às leis da natureza. Também discute como os fluidos espirituais podem afetar os vivos e causar efeitos físicos.
2. • de mirari ou admirar:
admirável, coisa
extraordinária, excecional,
surpreendente.
• A Academia definiu-a como
um ato do poder divino
contrário às leis da Natureza
conhecidas.
• As massas, concebem-na
como um fato extranatural e
inexplicável.
• No sentido teológico, é uma
derrogação das leis da
Natureza, por meio da qual
Deus manifesta o seu poder.
Mas é conceito que ruma à
abolição!
Conceito:
MILAGRE
3. Passou de época…
• Demonstrando-se o elemento espiritual como uma das forças
vivas da Natureza, força que incessantemente atua em
concorrência com a força material, o Espiritismo faz que
voltem ao rol dos efeitos naturais os que dele haviam saído,
porque, como os outros, também tais efeitos se acham
sujeitos a leis.
• O Espiritismo, pois, vem, a seu turno, fazer o que cada ciência
fez no seu advento: revelar novas leis (as que regem o
princípio espiritual, diferentes das materiais, mas nem por isso
contrárias à natureza, mas, pelo contrário, interagindo
constantemente) e explicar, conseguintemente, os fenômenos
compreendidos na sua alçada.
4. Fundamentação
• O Espírito mais não é do que a alma sobrevivente ao
corpo; é o ser principal, pois que não morre, ao passo
que o corpo é simples acessório sujeito à destruição.
• Durante a sua encarnação, o Espírito atua sobre a
matéria por intermédio do seu corpo fluídico ou
perispírito, dando-se o mesmo quando ele não está
encarnado, para o que se “serve” de um médium –
ambos agentes naturais!
5. Admitis que um Espírito pode levantar uma
mesa e mantê-la no espaço sem ponto de
apoio, derrogando a lei da gravidade conhecida.
Conhecem-se, porém, todas as leis?
Antes de se conhecerem as propriedades da eletricidade, os fenômenos elétricos passavam por prodígios!
6. Antes que se houvesse experimentado a força ascensional de
alguns gases, quem diria que uma pesada máquina,
transportando muitos homens, poderia triunfar da força de
atração? Ao vulgo, isso não pareceria maravilhoso, diabólico?
7. Aquele que se houvera proposto, há um século, a transmitir uma
mensagem a 500 léguas e receber a resposta dentro de alguns
minutos, teria passado por louco; se o fizesse, teriam acreditado
estar o diabo às suas ordens, porquanto, então, só o diabo era capaz
de andar tão depressa. Hoje, no entanto, não só se reconhece
possível como naturalíssimo esse facto.
8. Por que, pois, um fluido desconhecido careceria da
propriedade de contrabalançar, em dadas
circunstâncias, o efeito da gravidade, como o
hidrogênio contrabalança o peso do balão?.
9. Também as curas instantâneas não são mais milagrosas, do que os
outros efeitos, dado que resultam da ação de um agente fluídico, que
desempenha o papel de agente terapêutico, cujas propriedades não
deixam de ser naturais por terem sido ignoradas até agora.
A qualificação de milagres emprestada, somente pode induzir em
erro sobre o verdadeiro caráter deles.
10. • Se o Espiritismo admite os efeitos, que são corolário
da existência da alma, não se segue que admita
todos os efeitos qualificados de maravilhosos e que
se proponha a justificá-los e dar-lhes crédito!
• Muitos críticos julgam do Espiritismo pelos contos de fadas e pelas
lendas populares, ficções daqueles contos. O mesmo seria julgar da
História pelos romances históricos ou pelas tragédias.
11. Os Espíritos são agentes invisíveis, seres ocultos
que povoam os espaços, uma das forças da
Natureza, força cuja ação é incessante sobre o
mundo material, tanto quanto sobre o mundo
moral.
12. Fundamento
• Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais empregando o
pensamento e a vontade que lhes são o que é a mão para o
homem. Assim, imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os
aglomeram, combinam ou dispersam, dão uma aparência, forma e
cor; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos
gases e corpos, combinando-os segundo certas leis.
• É o grande laboratório da vida espiritual.
• Essa ação pode resultar de uma intenção como de um
pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa,
para que esta se produza (por isso se apresentam como os
conhecemos em resposta à nossa evocação, conforme ao nosso
pensamento); analogamente, o pensamento do Espírito cria os
objetos fluidicos de que necessite e que lhe são tão reais, quanto
no estado material, ainda que sejam tão fugitivos quanto a desse.
13. Fundamento
• O pensamento, portanto, produz uma espécie de efeito İsico que
reage sobre o moral. O do encarnado atua sobre os fluidos
espirituais, como o dos desencarnados, e transmite-se de Espírito
a Espírito pelas mesmas vias sendo que, conforme seja bom ou
mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
• Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do
Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do
seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão
de seus pensamentos, há de, ainda mais, guardar a de suas
qualidades boas ou más.
• Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos
fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma
esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o
perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão
e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.
14. Mecanismos
• Atuando esses fluidos sobre o
perispírito, este, a seu turno, reage
sobre o organismo material com que
se acha em contacto molecular. Se os
eflúvios são de boa natureza, o corpo
ressente uma impressão salutar; se
são maus, a impressão é penosa; e
esta em permanência chega a
ocasionar desordens İsicas; não é
outra a causa de certas enfermidades.
• Os meios onde superabundam os
maus Espíritos são, pois, impregnados
de maus fluidos que o encarnado
absorve pelos poros perispiríticos,
como absorve pelos poros do corpo
os miasmas pestilenciais.
15. Mecanismos
• Atuando esses fluidos sobre o
perispírito, este, a seu turno, reage
sobre o organismo material com que
se acha em contacto molecular. Se os
eflúvios são de boa natureza, o corpo
ressente uma impressão salutar; se
são maus, a impressão é penosa; e
esta em permanência chega a
ocasionar desordens İsicas; não é
outra a causa de certas enfermidades.
• Os meios onde superabundam os
maus Espíritos são, pois, impregnados
de maus fluidos que o encarnado
absorve pelos poros perispiríticos,
como absorve pelos poros do corpo
os miasmas pestilenciais. E emitida por cotovelo acidentado
E emitida por cotovelo são
17. Para prevenir a doença
• Fugiremos à influência dos maus Espíritos que
pululam em torno de nós e por toda parte se
insinuam, sem serem vistos? Sim, de acordo com a
vontade do homem.
• Os fluidos se combinam pela semelhança de suas
naturezas; os dissemelhantes se repelem; há
incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos,
como entre o óleo e a água.
• Que se faz quando está viciado o ar? Procede-se ao
seu saneamento, cuida-se de depurá-lo, destruindo
o foco dos miasmas, expelindo os eflúvios malsãos,
por meio de mais fortes correntes de ar salubre. À
invasão, pois, dos maus fluidos, cumpre se oponham
os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio
perispírito uma fonte fluídica permanente, todos
trazem consigo o remédio aplicável.
• As suas qualidades guardam relação com as da alma
importa se trabalhe por melhorá-la (são as
imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus,
e.g. moscas).
18. Curas
• As lesões dolorosas do corpo (matéria inerte e
insensível) repercutem no Espírito, qual choque
elétrico, por intermédio do fluido perispiritual, que
parece ter nos nervos os seus fios condutores.
• A interrupção do fluxo nervoso pode dar-se pela
separação de um membro, como pela secção de um
nervo, mas também, sem nenhuma lesão, nos
momentos de emancipação, de grande
sobreexcitação ou preocupação do Espírito.
• Nesse estado, o Espírito como que atrai à sua febril
atividade o fluido perispiritual, produzindo uma
insensibilidade momentânea na superİcie.
• Noutras circunstâncias opera-se, no próprio fluido
perispiritual, uma modificação molecular, que lhe
interrompe temporariamente a propriedade de
transmissão (e.g. ferido em combate/mártires; ruido ante
concentração de trabalho; mais profundamente em sonâmbulos,
na letargia e na catalepsia). ≠ de paralisia!
19. Curas
• A cura se opera mediante a subsƟtuição de uma molécula malsã
por uma molécula sã. O poder curativo está na razão direta da
pureza da substância inoculada, da energia da vontade/intenções
daquele que deseje realizar a cura. Os fluidos que emanam de uma fonte
impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.
• A ação magnética pode produzir-se :
pelo próprio fluido do magnetizador – magnetismo humano
- cuja ação se acha adstrita à força e qualidade do fluido;
pelo fluido dos Espíritos – magnetismo espiritual - atuando
diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja
para curar, aliviar, adormecer, ou influenciar İsica ou
moralmente; está na razão direta das qualidades do Espírito.
pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o
magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento
- magnetismo misto. Combinado com o fluido humano, o
fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece.
Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde
espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um
apelo do magnetizador.
• São extremamente variados os efeitos, intensidade, rapidez e
duração da ação fluídica sobre os doentes.
20. Obsessões e possessões
• A obsessão - ação persistente que um
Espírito mau exerce sobre um indivíduo -é
parte integrante dos flagelos da
Humanidade ainda moralmente inferior,
devendo ser aceite por provação ou
expiação.
• Decorre sempre de uma imperfeição moral,
que dá ascendência a um Espírito mau.
• Apresenta caracteres muito diferentes, que
vão desde a simples influência moral, sem
percepơveis sinais exteriores, até a
perturbação completa do organismo e das
faculdades mentais em que, de posse
momentânea do corpo do encarnado, o
Espírito se serve dele como se seu próprio
fora: fala pela sua boca, vê pelos seus olhos,
opera com seus braços, conforme se
estivesse vivo, podendo mesmo ser
reconhecido.
21. Obsessões e possessões
• Para preservar-se da obsessão, tem-se que
fortalecer a alma; donde a necessidade do ser
trabalhar por melhorar a si próprio, o que as
mais das vezes basta para livrá-lo do obsessor,
sem o socorro de terceiros. Necessário se torna
este socorro, quando a obsessão degenera em
subjugação, porque nesse caso o paciente não
raro perde a vontade e o livre-arbítrio.
• Quase sempre a obsessão exprime vingança
tomada por um Espírito conhecido.
• Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica
como que envolto e impregnado de um fluido
pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos
salutares e os repele.
• É daquele fluido que importa desembaraçá-lo.
Por meio de ação idêntica à do médium curador,
nos casos de enfermidade, preciso se faz
desembaraçá-lo e expelir um fluido mau com o
auxílio de um fluido melhor.
• Para assegurar a libertação da vítima, é ainda
necessário ter superioridade moral para levar o
Espírito perverso a arrepender-se.
22. Manifestações
físicas
• Os fenômenos de
suspensão etérea de corpos
pesados, tiptologia e escrita
mediúnica têm por base as
propriedades do fluido
perispirítico, dos
encarnados ou Espíritos
livres.
• Como quando vivo, é por
meio do seu perispírito que
o Espírito atua sobre a
matéria inerte e produz
ruídos, movimentos de
mesa e outros objetos, que
os levanta, derruba ou
transporta (do mesmo modo
que os mais possantes motores
são movimentados pelos fluidos
mais rarefeitos e imponderáveis,
como o ar, o vapor e a
eletricidade).
• Postam-se ao lado do objeto e lhe inoculam o
fluido, vitalizando-o (envolvem-no e penetram-
no de uma espécie de atmosfera fluídica que
neutraliza o efeito da gravidade, como faz o ar com
os balões e papagaios, vs. vácuo)
• ou aproximam-se do aparelho mediúnico e lhe
dirigem a mão ou via pensamento (quando o
médium tem presentemente ou do passado a
experiência), por meio de uma corrente fluídica.
23. • Enquanto encarnados percecionamos o
perispírito, no seu estado normal, como
invisível; mas, sendo formado de substância
etérea, o Espírito poderá por sua vontade,
modificá-lo ao nível molecular tornando-o
momentaneamente visível – assim se
produzem as aparições (e.g. o vapor, quando muito
rarefeito, é invisível, mas condensado torna-se visível).
• Conforme o grau de condensação do fluido
perispirítico, a aparição é vaga e vaporosa
ou mais nitida e definida podendo ter todas
as aparências da matéria tangível – rara/.
• Se os Espíritos querem dar-se a conhecer,
imprimem ao seu envoltório os sinais
exteriores de quando eram vivos; mas
apenas se mostram a quem decidem
essa visão não é material mas espiritual!
Aparições
24. Transfigurações
• O Espírito pode operar transformações na contextura do seu envoltório
perispirítico e irradiar em torno do corpo como acontece nas aparições.
Assim, a imagem real do corpo, pode apagar-se mais ou menos
completamente, sob a camada fluídica, e assumir outra aparência. Se o
Espírito encarnado se identifica com as coisas do mundo espiritual, pode a
expressão de um semblante feio tornar-se bela, radiosa e até luminosa; se,
é presa de paixões más, seu semblante pode tornar-se horrendo.
• As transfigurações constituem uma espécie de aparição perispirítica, e
refletem sempre as qualidades e sentimentos predominantes no Espírito.
Por vezes surgem sobre o próprio corpo do vivo outras no momento da
morte, sendo percepơveis por todos os assistentes e com os olhos do
corpo, precisamente por se basearem na matéria carnal visível, ao passo
que, nas aparições puramente fluídicas, não há matéria tangível.
25. Catalepsia - Ressurreição
• Ocorre em certos estados patológicos, quando o Espírito já
deixou o corpo e o perispírito só por alguns pontos se lhe
acha aderido, parecendo morto ou que a vida está por um
fio.
• Semelhante estado pode durar mais ou menos tempo;
podendo mesmo algumas partes do corpo entrar em
decomposição, sem que, no entanto, a vida se ache
definitivamente extinta.
• Enquanto não se haja rompido o último fio, pode o
Espírito, quer por uma ação enérgica, da sua própria
vontade, quer por um influxo fluídico estranho, igualmente
forte, ser chamado a voltar ao corpo. É como se explicam
certos fatos de prolongamento da vida contra todas as
probabilidades e algumas supostas ressurreições. É a
planta a renascer, como às vezes se dá, de uma só fibrila da
raiz.
• Quando, porém, as últimas moléculas do corpo fluídico já
se destacaram do corpo carnal, ou quando este último
chegou a um estado irreparável de degradação, impossível
se torna todo regresso à vida.
26. Faz Deus milagres?
• A Deus nada é impossível, mas porque derrogaria as leis
(perfeitas) que dele próprio emanaram?
• Que se diria de um sábio mecânico que, para provar a sua
habilidade, desmantelasse um relógio construído pelas suas
mãos, obra-prima de ciência, a fim de mostrar que poderia
desmancha-lo? Seu saber, ao contrário, não ressaltaria muito
mais da regularidade e da precisão do movimento da sua
obra?
• O poder de Deus não se manifesta de maneira muito mais
imponente pelo grandioso conjunto das obras da criação,
pela sábia previdência que essa criação revela, assim nas
partes mais gigantescas, como nas mais mínimas, e pela
harmonia das leis que regem o mecanismo do Universo, do
que por algumas pequeninas e pueris derrogações que todos
os presơmanos sabem imitar?
• Deus não faz milagres, porque, sendo, como são, perfeitas as
suas leis, não lhe é necessário derrogá-las. Se há fatos que
não compreendemos, é que ainda nos faltam os
conhecimentos necessários.
CONCLUSÃO
27. Milagres a cada segundo!
Temos milagres incessantemente sob as vistas. Tudo é
milagre em a Natureza.
O poder de Deus encontra-se na sabedoria infinita que
preside a tudo, no admirável organismo de tudo o que
vive, na fruƟficação das plantas, na apropriação de todas
as partes de cada ser às suas necessidades, de acordo
com o meio onde ele é posto a viver.
A Sua ação vê-se na vergôntea de um arbusto, na flor
que desabrocha, no Sol que tudo vivifica.
A Sua bondade confirma-se na solicitude que dispensa a
todas as criaturas, por mais ínfimas que sejam, a Sua
previdência, na razão de ser de todas as coisas, entre as
quais nenhuma inútil se conta, no bem que sempre
decorre de um mal aparente e temporário.
28. O mal real é obra do homem e não de Deus; as penas
eternas são irreais e apenas levam a duvidar da
bondade de Deus; são, antes, possibilidade de
redenção e reparação do mal praticado.
As descobertas da Ciência são revelações das leis
divinas e não obras de Satanás. O livro da Natureza,
constantemente aberto e inesgotável, deve ser
perscrutado em cada uma de cujas páginas onde estão
inscritas a sabedoria e a bondade do Criador.
Deus é tão grande, que com tudo se ocupa, que por
tudo vela, que tudo prevê, e forçosamente dispõe do
poder supremo, não se reduzindo às pedras que suam
sangue, ou estátuas que piscam os olhos e derramam
lágrimas.
Milagres a cada segundo!
29. Serzinhos passageiros vivemos a olhar
para o alto à espera de um milagre
sem nos darmos conta que
o Milagre é a VIDA!