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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
O JB News saúda os Irmãos leitores e foliões do carnaval do Rio de Janeiro
(Publique aqui a imagem de sua cidade: jbnews@floripa.com.br)
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.341 – Florianópolis (SC) –domingo, 26 de fevereiro de 2017
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrNewton Agrella – O Carnaval no Coração do Brasil
Bloco 3-Ir João Ivo Girardi - Pedra
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves -
Bloco 5-IrHercule Spoladore – Modelos de Maçonaria
Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – A Maçonaria e a Conexão Rosa-Cruz
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 26 de fevereiro e hoje com versos do Irmão e Poeta
Sinval Santos da Silveira (Florianópolis)
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 2/29
Hercule Spoladore – A Bíblia de– A Bíblia de Jefferson Hercule Spoladore – A Bíblia de Jefferson
26 de fevereiro
 364 — Valentiniano I é proclamado Imperador romano.
 1266 — Batalha de Benevento: O exército liderado por Carlos I, Conde de Anjou, derrota as tropas
combinadas da Alemanha e Sicília, liderada pelo Rei Manfredo da Sicília.
 1815 — Napoleão Bonaparte escapa da Ilha de Elba.
 1848 — É proclamada a Segunda República Francesa.
 1860 — Descoberta do Cometa Olinda, por Emmanuel Liais. O cometa foi o primeiro a ser descoberto em
solo brasileiro.
 1916 — Estreia, em Lisboa, a peça A Maluquinha de Arroios.
 1935 — Adolf Hitler ordena que a Luftwaffe seja reformada, violando os termos do Tratado de Versalhes.
 1936 — No Incidente de 26 de Fevereiro, jovens oficiais militares japoneses tentam um golpe contra
o governo.
 1952 — O primeiro-ministro britânico Winston Churchill anuncia que o Reino Unido já possui a bomba
atómica.
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 57º dia do Calendário Gregoriano.
Faltam 308 dias para terminar o ano de 2017
- Lua Cheia às 11h58-
Domingo de Carnaval. - Dia do Comediante
É o 128º ano da Proclamçaõ da República;
195º da Independência do Brasil e
517º ano do Descobrimento do Brasil
Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço
eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado.
EVENTOS HISTÓRICOS
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 3/29
 1975 — É publicada em Portugal a "Lei de Imprensa."
 1980 — Egito e Israel estabelecem relações diplomáticas.
 1992 — Aprovada a Bandeira do Daguestão.
 1993 — Primeiro atentado taliban contra o World Trade Center.
 2001 — No Afeganistão, os taliban destroem as duas estátuas gigantes de Buda de Bamyan.
 2004 — O presidente macedónio Boris Trajkovski morre num acidente de aviação perto de Mostar,
na Bósnia e Herzegovina.
 2009 — Iniciam-se as emissões do canal noticioso português TVI24, com a apresentação do Jornal do Dia.
1903 Circula, em Florianópolis, o primeiro número do jornal “A Verdade”, de orientação antijesuística.
1905 Circula, na capital do Estado, o primeiro número da “Gazeta Oficial”, dirigido por Thiago da
Fonseca.
1841 Falece Francisco Manoel Ferraz de Campos Salles, presidente do Brasil, iniciado na Loja
Independência de Campinas.
1855 Nova Constituição do Grande Oriente do Brasil separa os Ritos e incorporando o Supremo
Conselho legítimo do REAA, levado pelo duque de Caxias.
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 4/29
O Ir Newton Agrella -
M I Gr 33 escreve aos domingos.
É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
: O CARNAVAL NO CORAÇÃO DO BRASIL
Ficar prostrado e entregar-se ao conformismo e à tristeza como se fossem
antídotos para aliviar a dor e o sofrimento que assolam tantas vidas nesse país,
seguramente não é o motivo mais plausível para que se "passasse em branco" o
Carnaval, que a propósito, é uma festa de tantas cores...
Aliadas às cores figuram as fantasias e adereços que ornamentam o corpo e de
certa forma rejuvenescem o espírito, injetando mais ânimo , mesmo que
transitório, a realidade tão dura que toma conta de um imensa parcela de
brasileiros.
Em certa medida o Carnaval atua como um analgésico para aliviar as dores da
alma e abastecido de uma enorme carga de sonhos e de ilusão - consegue se
traduzir em eficiente combustível para tornar a vida um pouco mais relaxante
para muitos, e para outros não.
A festa está aí, espreitando os nossos dias, e não dá pra ficar indiferente e fazer
de conta que nada mudou...
Seja no descanso para quem não gosta, seja na loucura de quem se aventura
pelas ruas e avenidas, seja para aquele que buscam um retiro espiritual, mas o
fato é que o Carnaval existe...e no Brasil ele ganha requintes de realeza...
2 – O Carnaval no Coração do Brasil
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 5/29
Que o diga o Rei Momo, que de acordo com registros históricos há indícios desta
figura ter surgido na Espanha, sob a forma de um boneco que se queimava, como
forma de suavizar um costume antigo mais brutal, simbolizando a morte de Jesus
Cristo e propiciadora de sua ressurreição.
Sem contar o aspecto mitológico grego que faz menção a MOMOS com o espírito
do sarcasmo e da desordem...
Religião e Paganismo se rivalizaram no processo de construção e desenvolvimento
das civilizações e o Carnaval cuja natureza é pagã se protagoniza a quarenta dias
antes da principal festa do Cristianismo, ou seja; a Páscoa. É a chamada
quaresma.
Assim, sob a ótica do Cristianismo, as pessoas obedecem um ciclo e de algum
modo seguem o script de um texto.
Fartam-se durante a festa de Carnaval, entregam-se a luxúria, à vida terrena e
aos conceitos mundanos do prazer - e após a tomada de consciência - que se
revela através da "Quarta-Feira de Cinzas" - que marca o primeiro dia da
Quaresma no calendário cristão ocidental (católico) - e preparam-se para a
celebração da Páscoa
As cinzas que os Cristãos Católicos recebem neste dia constituem-se num símbolo
para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a
passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte de
acordo com os postulados religiosos.
O difícil porém é essa tomada de consciência, sobretudo hoje em dia aqui no
Brasil, onde o Carnaval antes de mais nada, transformou-se num "business
entertainment" - uma indústria de entretenimentos - focada no turismo - e em
especial nas grandes metrópoles como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e
Recife - que acabam por atrair inúmeros turistas não só do nosso próprio país,
como do exterior.
Objeto de discussão e de diversos conceitos não se pode deixar de reconhecer que
o "Carnaval Brasileiro" seja uma manifestação cultural popular.
São inegáveis as influências que o Carnaval Brasileiro traz através de elementos
advindos da Europa como as máscaras, as fantasias, confetes e serpentinas e os
desfiles.
E em particular as riquíssimas influências africanas, no que se refere ao samba
em si, e a manifestações como o Boi-Bumbá, a Congada, o Maracatu e o Frevo,
dentre tantas outras.
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 6/29
Registre-se, porém, que o atualmente Carnaval nem sempre é acessível a uma
grande parcela da população.
Vide como exemplos, os preços para acesso aos Desfiles das Escolas de Samba no
Rio de Janeiro e em São Paulo, a participação nos Blocos de Rua de Salvador,
trios elétricos, e os bailes de fantasia, que acabam inibindo o acesso de muita
gente.
Não custa lembrar que o exagero para o tempo dessas comemorações de
Carnaval, tem sido também motivo de grandes discussões - posto que inúmeras
empresas de um modo geral - acabam por interromper suas atividades - e o País -
que há muito vem sofrendo de seríssimos problemas econômicos e sociais - fica
praticamente estagnado durante toda uma semana...
E isso convenhamos, não é nem um pouco salutar e benéfico - para uma Nação
que oficialmente registra no momento - cerca de 13% de sua massa trabalhadora
desempregada - e uma recessão econômica recheada de uma política de juros
extorsivos - que faz com que a economia desacelerada, contribua para um dos
mais altos índices de inadimplência que o país viveu em sua recente história...
Pão e Circo num passado não muito distante foram instrumentos de que os
políticos e governantes se valeram para vulgarizar a ignorância. Hoje o que se
quer é Trabalho, Formação e Educação.
Essa é a tríade da Dignidade que pode fazer o carnaval de nossos corações !
Fraternalmente
NEWTON AGRELLA
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 7/29
O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
escreve às quartas-feiras e domingos.
PEDRA
“A Vida é uma pedra de amolar; desgasta-nos ou afia-nos,
conforme o metal de que somos feitos”. (George B. Shaw).
1. Pedra: A Pedra tem sido desde épocas remotas, pré-históricas, o material principal,
empregado para se construir e adornar as estruturas mais importantes, cuja solidez e
durabilidade - são considerações fundamentais.
A Pedra se converteu no paradigma da estabilidade firmeza e permanência, em todas as
línguas. Acompanhada de uma nutrida carga de significados simbólicos, com profundas
associações e conotações, especialmente na Maçonaria, onde cada Neófito se diz
explicitamente que ele é considerado uma Pedra Bruta, que precisa ser desbastada para
fazer parte do Edifício Ideal, em cuja construção, estamos empenhados.
A definição científica ou química da Pedra, não nos interessa. Basta dizer que a Pedra é o
componente não metálico da rocha e que aparece em muitas formas, cores e graus de
dureza, e fragilidade. As Pedras servem para construir gigantescos edifícios e para adornar as
finas joias, seu uso é indispensável, tanto na arte, como na indústria.
2. A Pedra na Antiguidade e nos Mitos: A Pedra foi, provavelmente, o primeiro material
usado pelo homem primitivo. As primeiras toscas ferramentas eram simplesmente, de pedras
brutas. O primeiro gigantesco passo dado pela humanidade no estreito caminho até a
civilização, foi a troca da Pedra bruta, por Pedra lapidada, talhada, com suas formas alteradas
para formar ângulos mais retos. Essa simples troca marca a transição fundamental, do
homem como ente passivo, a homem fabricante, transformador; o homem que aproveita
melhor o que a natureza lhe oferece. O interior da terra era concebido por uma mentalidade
primitiva, como um lugar de gestação, onde a vida germina e desenvolve. A Pedra então é a
3 – Pedra
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 8/29
chave do crescimento e evolução dos outros elementos. O mesmo significado germinal da
terra figura em muitos rituais e mitos de crescimento como o mito de Deméter, representado
nos Mistérios Eleusinos.
As cavernas eram consideradas lugares sagrados e os oráculos, geralmente,
habitavam as cavernas. As Pedras preciosas, de acordo com a mitologia hindu, se
diferenciam pela sua idade. O diamante é a mais madura de todas as Pedras; enquanto que
as esmeraldas e os rubis, ainda estão em processo de desenvolvimento. A Pedra simboliza a
experiência mais elementar e profunda, a experiência da eternidade. A palavra latina lápis,
que significa Pedra, está relacionada com outras palavras de origem latina: lapidário, que é
um adjetivo relativo às Pedras preciosas, ou a um estilo conciso, apropriado para ser inscrito
nas lápides, e, dilapidado, quer dizer - cujas Pedras estão dispersas, ou estão faltando.
3. A Pedra na Tradição Hebraica: As Tábuas da Lei, que Moisés recebeu de Deus no Monte
Sinai eram de Pedras. A Escada de Jacó está relacionada, de forma direta, com o pilar de
Pedra, levantado por Jacó, depois do seu sonho. Jacó denomina o lugar de: Beth-El - isto é, a
Casa de Deus. A Pedra por si só, é a imagem de Deus, e só desta forma se pode entender
sua união. Esta identidade original entre a Pedra e o ser humano e a divindade
antropomórfica nos clareia a expressão: Olha a rocha de onde foste talhado e o buraco do
fosso, de onde te escavaram. Olha Abraão, teu pai e Sara que te gerou. Talhar a Pedra
podia ser tomado como se ferisse a divindade. Isso explicaria a antiga proibição de se usar
Pedras talhadas para levantar um altar. Um eco dessa proibição se entra no fato que,
enquanto se construía o Templo de Salomão não se ouvia no lugar da construção, ruídos de
martelos, nem cinzéis, nem nenhuma outra ferramenta metálica. O conceito de que o metal
está relacionado com o demoníaco, e o mágico da natureza, enquanto que a Pedra está
relacionada com seus aspectos positivos. Isto ajuda a entender por que uma pessoa deve ser
desprovida de todos os metais, antes de poder ser Iniciado.
4. A Pedra na Tradição Cristã: Cristo foi sacrificado e derramou o seu sangue em cima de
uma pedra, para expiar os pecados da humanidade; o NT diz: Petrus és pedra e sobre esta
pedra edificarei a Minha Igreja; Chegai-vos para ele, como para a pedra viva, que os homens
tinham sim rejeitado, mas que Deus escolheu e honrou: também sobre ela vós mesmos, como
pedras vivas, sede edificados na estrutura do edifício, para formar um Templo espiritual, um
sacerdócio santo. (Pd 2: 4-5). Pedro se considerava uma pedra viva. Essas linhas do Livro
da Lei são totalmente maçônicas.
5. A Pedra na Tradição Islâmica: Kaaba, nome do famoso templo ou Sanctum Sanctorum
maometano. É o santuário erguido no centro da Grande Mesquita ao qual todo muçulmano se
volta quando ora e que espera visitar uma vez na vida. A Pedra Negra que está em seu
interior, segundo a lenda, diz que foi baixada diretamente do céu e era branca como a neve,
mas com o tempo se tornou negra por causa dos pecados da humanidade.
MAÇONARIA
1. A Pedra na Tradição Maçônica: Nas lendas da Arte Real, a Pedra tem um valor
primordial. Começando com o Aprendiz, a quem se ensina e se incentiva, se incita a polir a
Pedra Bruta, com o Maço e o Cinzel. Não existe Cerimônia Maçônica, na qual não
intervenha uma Pedra - de uma forma ou outra. Depois de concluir-se a Cerimônia de
Iniciação, o Neófito é colocado no canto noroeste da Loja e se lhe explica o significado da
Pedra Angular do Templo Universal, que a Maçonaria constrói.
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 9/29
Os profundos e variados significados da Pedra como objeto físico e como Símbolo, tornam
facilmente compreensível que a Arte da Construção tenha sido eleita como um veículo
apropriado para transmitir as ensinanças Filosóficas e Iniciáticas, envoltas em Alegorias e
Símbolos, que constituem a Maçonaria Moderna. O Maçom, o Talhador de Pedra, guarda
muitos atributos em comum com o Sacerdote e o Demiurgo, aquele que, na Filosofia Platônica
significa - o Arquiteto exemplar do mundo e das formas.
2. Pedra Filosofal: A Pedra Filosofal era um preparado químico que conteria a alma da
natureza, capaz de transmutar metais simples em ouro. De alguma forma, também a mística
oriental se vale do simbolismo da pedra para representar a busca da quietude, do equilíbrio e
da serenidade que está na postura do iogue petrificado. No simbolismo da Maçonaria tudo
começa na pedra, e daí a um longo trabalho iniciático que envolve iniciação, preparação,
aperfeiçoamento e acabamento.
3. Arquitetura. Como a arquitetura constitui uma das bases principais dos símbolos
maçônicos, a pedra assume neles muitas representações. Em geral ela simboliza todas as
obras morais e todos os materiais da inteligência empregados com fins maçônicos e sob
diversas denominações.
4. Rituais REAA-GLSC: (...) Nossos antigos Irmãos foram Obreiros da pedra; isso, para eles,
era um trabalho ambicionado, uma obrigação religiosa e a maravilhosa habilidade que
possuíam revelam-se, ainda hoje, nas monumentais construções do Velho Mundo. Essa
perfeição, porém, só era conseguida depois de longo e acurado estudo.
(...) Eles viam, por toda a Natureza, o ideal a que se esforçavam por atingir, na confecção
e no acabamento de seus trabalhos. Por essa razão, faziam da Geometria seu principal
estudo para que pudessem dar, a cada detalhe de sua obra, as devidas proporções. Desde
então a Geometria ficou sendo o estudo mais acurado que deve fazer o Companheiro e que
será sempre de grande valia, qualquer que seja a sua aplicação. (RC).
(...) Durante um certo período de tempo, mais ou menos sete anos, da construção do
Templo de Jerusalém, Adoniram superintendeu os trabalhos dos operários residentes no país
montanhoso do Líbano. Esses trabalhadores, em número de trinta mil, em turmas alternadas
de dez mil cada uma, derrubaram os cedros das florestas e extraíram as pedras do Monte
Líbano. Todos esses materiais usados na construção do Templo, foram ali talhados e
ajustados, lavrados e modelados, sendo cada pedra marcada e numerada separadamente.
Depois disso, todas as peças eram levadas, por mar, até Jopa e daí, por terra, para
Jerusalém, onde eram colocadas e ajustadas por meio de malhetes de madeira e ferramentas
apropriadas. Nossa tradição nos ensina que, apesar de preparadas à distância, as peças,
chegadas a Jerusalém, ajustavam-se tão perfeitamente umas às outras, que o edifício,
quando pronto, parecia antes uma obra do Grande Arquiteto que o trabalho de mãos
humanas. Foi à arte admirável e magistral de Adoniram que se atribuiu a perfeição
maravilhosa com que o trabalho foi executado. (RIVM).
Para finalizar: O distraído, nela tropeçou; o bruto a usou como projétil. Para as crianças foi
brinquedo. Davi matou Golias... Michelangelo concebeu a mais bela escultura. Em todos os
casos, diferença não era pedra, mais sim o tipo de pessoa. Conclusão: Não existe pedra no
teu caminho que não possas usar para teu próprio benefício.
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 10/29
O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve às quartas-feiras e domingos.
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
ronaldoviega@hotmail.com
CRONOLOGIA RELATIVA À ARCA DA ALIANÇA: REFERÊNCIAS
BÍBLICAS, HISTÓRICAS E ARQUEOLÓGICAS. (PARTE OITO)
*** Resumo do capítulo anterior e comentários:
O capítulo anterior contou a história do aristocrata inglês Montagu Brownlow
Parker, que se envolveu em várias peripécias na busca da Arca da Aliança na Jerusalém
do ano de 1909. Para Montagu Parker, aquela que lhe pareceu a oportunidade de ouro da
sua vida, acabou se transformando num grande malogro.
O propósito de haver mostrado essa história, mais uma entre as tantas que se
referem à busca da Arca, além de ter deixado evidente a presença dos ingleses em
escavações com esse objetivo específico, deixou muito claro que havia uma característica
comum a todos os que se dispuseram a desembarcar naqueles longínquos e exóticos
lugares para uma empreitada desse tipo: o espírito de aventuras.
Para o presente capítulo, montamos uma espécie de cronologia visando reunir o
maior número possível de eventos importantes que se relacionam com a Arca, começando
pelos tempos bíblicos e chegando bem perto dos temos atuais. Aparecem também o nome
de vários dos personagens que estiveram ligados, direta ou indiretamente, ao desenrolar
dos acontecimentos sobre a Arca, a exemplo de figuras bíblicas, de cientistas, de
arqueólogos ou de aventureiros, etc.
É de se levar em conta, no que tange às datas atribuídas aos eventos bíblicos, que
elas são aproximadas, pois, não existe um consenso sobre datas bíblicas. Por uma série
de razões, que não cumpre aqui explicar em detalhes, não existe uma cronologia da Bíblia
que seja geralmente aceita pelos eruditos e estudiosos, e haverá sempre divergências em
torno de cada uma delas. Para quem quiser pesquisar mais a fundo essas questões,
poderá fazer uso de algumas Bíblias disponíveis, mas, comprovará que as datas
dificilmente batem, além de que um consenso entre os estudiosos não é muito comum.
Com referência aos Templários, a maioria dos livros que oferecem uma cronologia
que contemple desde a sua criação e se prolongue até o seu desaparecimento, não faz
referência aos tesouros supostamente encontrados por eles ou à Arca da Aliança como
um produtos das suas escavações, o que deixa muita margem para supormos que tudo
pode estar mais afeto a uma lenda e nada mais.
Todas as fontes utilizadas no desenvolvimento dessa cronologia
constam ao final do presente trabalho, sendo que a cronologia não seguiu à risca
nenhuma das que fazem parte desses livros, em especial, mas é um amálgama sim
daquilo que se conseguiu na pesquisa dos vários livros consultados, ou em outras
palavras, um produto de todas.
4 – Cronologia Relativa a Arca da Aliança ...(parte 8)
José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 11/29
A ARCA DA ALIANÇA, A ARCA DO TESTEMUNHO, A ARCA SAGRADA, A ARCA
PERDIDA: UMA CRONOLOGIA.
ANTES DE CRISTO
1360-1320 a.C. - Êxodo do Egito e construção da Arca da Aliança.
1210 a. C. – Os filisteus capturam a Arca, mas, não conseguem permanecer muito tempo com
ela, pois, julgaram-na perigosa demais e trataram de devolvê-la logo aos israelitas.
1000 a.C. - Fundação da cidade de Davi no contraforte sul do monte Moriá.
995-967 a.C. – As tribos de Israel são unificadas por Davi. Os jebuseus são vencidos e a
cidade de Jerusalém passa a ser a capital do reino de Israel. A Arca é levada para Jerusalém.
967-925 a.C. – Construção do primeiro Templo pelo rei Salomão. A Arca é colocada no
Templo, no Santo dos Santos.
926 a.C. – Morte do rei Salomão.
622 a.C. – Última referência feita à Arca, na Bíblia, e que diz que ela ainda está no Templo.
597 a. C. – Jerusalém é invadida pelos babilônios comandados pelo rei Nabucodonosor II. O
Templo é saqueado e os tesouros são transportados para a Babilônia. A Arca teria sido
escondida antes por Jeremias, que previu a invasão.
539 a.C. – Os persas conquistam a Babilônia. Ciro, o rei persa dá permissão aos judeus para
que retornem a Jerusalém.
525. a.C. – O Templo de Jerusalém é reconstruído por Zorobabel, mas, sem a Arca da
Aliança.
169 a.C. – O Templo de Jerusalém é profanado por Antíoco IV.
63 a. C. – A Palestina passa ao domínio do Império Romano.
37 a.C. – Herodes é escolhido para ser rei da Judéia.
19.a.C. – Início das reformas no Templo, patrocinadas por Herodes.
DEPOIS DE CRISTO
70 d.C. – O Imperador romano Tito acaba com a rebelião dos judeus, destrói a cidade de
Jerusalém e juntamente com ela, o Templo.
135 d.C. - Logo em seguida da Segunda Rebelião dos Judeus, o imperador romano Adriano
termina de destruir o Templo de Jerusalém completamente e ergue em seu lugar o Templo de
Júpiter.
313 d. C. – Por ordem de Constantino o cristianismo passa à condição de legalizado em todo o
Império Romano.
938 d.C. – Os muçulmanos atacam os cristãos e incendeiam a Igreja do Santo Sepulcro que
havia sido consagrada no ano de 335.
1056 d.C. – Os muçulmanos proíbem a entrada dos peregrinos cristãos em Jerusalém.
1064 d.C. – Centenas de peregrinos cristãos são mortos já perto de Jerusalém.
1074 d.C. – O imperador de Bizâncio pede ajuda ao Papa, mas não é atendido.
1095 d.C. - Os bizantinos solicitam ajuda outra vez. O papa Urbano II lança uma cruzada com
os objetivos de defender Bizâncio dos seljúcidas e libertar a cidade.
1119 d.C. - É fundada as Ordem dos Cavaleiros Templários pra defender os peregrinos que se
dirigiam para a Terra Santa.
1120 d.C. - Nesse ano os Templários passam a usar a mesquita Al-Aqsa que ficava no Monte
do Templo, em Jerusalém, como seu quartel.
1187 d.C. - Jerusalém se rende a Saladino.
SÉCULOS XIX E XX
1840/60 – Os cristãos começam a se interessar do ponto de vista bíblico/arqueológico pelo
Monte do Templo.
1864/65 – O inglês Charles Wilson faz um levantamento topográfico do haram.
1867/70 – O inglês e Maçom Charles Warren realiza as suas pesquisas e escavações no
Monte do Templo.
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 12/29
1909/11 – O inglês Montagu Parker monta expedições para buscar os tesouros do Templo de
Salomão, sob Monte do Templo, em Jerusalém.
1917 – O Haram vai se mantendo como local sagrado dos muçulmanos.
1948 – Declaração do Estado de Israel. Quando a Guerra da Independência termina, o Monte
do Templo está nas mãos dos árabes.
1967 – Durante a Guerra dos Seis Dias vencida por Israel, Jerusalém é conquistada e o Monte
do Templo passa para o controle dos israelenses. Moshe Dayan, comandante israelense, dá
permissão para que o haram continue nas mãos dos muçulmanos.
1998 – Os judeus ultra-ortodoxos obtém o controle para toda e qualquer escavação
arqueológica no futuro.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES DO ARQUEÓLOGO E ESCRITOR RICHARD ANDREWS
Richard Andrews, conforme já vimos, realizou no ano de 1998 pesquisas na área
do haram, se utilizando de fotografias aéreas. Antes ele havia penetrado sete metros abaixo
nos subterrâneos do Monte juntamente com uma equipe de televisão para a realização de um
documentário.
Quando nas entranhas do monte, ficou a imaginar se a Arca estaria ainda lá e
concluiu que se assim fosse, e em se querendo localizar a câmara onde ela possa estar, seria
impossível tal feito usando dos métodos tradicionais, além de que, teria de ser feita exigiria
uma escavação maciça no haram.
Richard Andrews relata que um pouco antes de adentrar àqueles subterrâneos,
considerou alguns fatos e opiniões relativas à história da Arca e das buscas que ocorreram e
ocorrem até hoje para encontrá-la, os quais vale a pena transcrevermos na sequência, com as
suas palavras:
“Desde o desparecimento da Arca em 620 a.C., surgiram, muitas teorias diferentes sobre sua
localização. O interesse na Arca da Aliança se intensificou a partir do início da década de 1980.
Sua história se popularizou através de filmes como ‘Os Caçadores da Arca Perdida”, o qual
enfatizou suas propriedades místicas e envolveu os nazistas na busca de sua localização
secreta. Muitos livros foram escritos dobre o assunto, entre os quais o de Graham Hancock,
The Sign and the Seal, sustentando que a Arca foi transportada para a Etiópia no século X
a.C. e ainda se encontra preservada em Axum. O dr. Vendyl Jones, arqueólogo que há mais de
trinta anos vem fazendo escavações em Qumran à procura da Arca, está convencido de que a
relíquia foi retirada de Jerusalém antes da destruição pelos babilônios, através de um túnel
natural de trinta quilômetros de comprimento, e depositada em uma caverna próxima ao local
da comunidade de Qumran. Em setembro de 1998, o Sunday Times anunciou que um
estudioso bíblico britânico, Michael Sanders, estava se preparando para montar uma expedição
para escavar as ruínas do templo egípcio do século X a.C. em Dahiryia, a quarenta quilômetros
ao sul de Jerusalém. Sanders sustenta que a Arca foi saqueada do Templo de Salomão em
925. A.C. em um ataque do faraó egípcio Sesac e de lá transportada para Dahyriya, onde as
tábuas de pedra _ os Dez Mandamentos _ foram enterradas sob o piso do templo egípcio. Os
Cavaleiros Templários também foram ligados à procura pela Arca, mas não existe qualquer
registro que lhes credite sua localização. Da mesma forma, os cofres que guardam o tesouro
do Vaticano foram propostos como outra localização popular, não confirmada, da Arca. Alguns
judeus acreditam que Jeremias a levou ao monte Nebo (Grifo meu!), na Jordânia, a quarenta
quilômetros a oeste de Jerusalém, em 586 a.C. Mas os ortodoxos israelenses como Gershon
Solomon, dos Fiéis do monte do Templo, descartam com firmeza a teoria de Axum e todas as
outras que falam de algum local fora de Jerusalém. Segundo afirma Solomon, os judeus
etíopes de Axum, ao que se sabe, construíram réplicas da Arca e esta não se encontra na
África, mas ainda escondida sob o monte do Templo. Essa teoria tem o respaldo de
arqueólogos como Yaacov Bilich e Meir Bem Dov, da Autoridade de Antiguidades de Israel, que
veem o monte como um lugar perfeito para o esconderijo.”
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 13/29
COMENTÁRIOS:
A passagem acima que foi recolhida da obra de Andrews, reforça várias das
teorias que foram sendo ensaiadas ao longo do trabalho em diferentes capítulos, provenientes
das opiniões dos estudiosos e eruditos. Ademais, serve para sepultar de vez aquelas
consideradas mais fantasiosas.
Podemos perceber que é dada ênfase mais uma vez à ideia de que ela continua
sob o Monte do Templo, o que faz a teoria de longe, naquele que deve atrair mais
simpatizantes, digamos assim.
A respeito da teoria aquela, onde ela teria sido transportada para a África, mais
precisamente Etiópia, conforme a opinião de Gershon Solomon, o que lá estaria não passaria
de uma réplica. Por falar em réplica, há uma leitura que eu diria que pode ser feita em caráter
complementar às considerações de Solomon, e para que depois cada um tire suas conclusões:
no livro “A Arca Perdida da Aliança” do arqueólogo inglês chamado Tudor Parfitt, ele relata sua
procura pela Arca em meio à tribo dos lembas na África do Sul, sendo que no final ele vai
encontrá-la de uma forma que faz lembrar a hipótese de Solomon, pois, sua conclusão é de
aquela que ali está à sua frente tem a forma de uma réplica de madeira.
Sobre os Templários, Andrews parece que deixa bem definida a sua participação
nessa história: não há nenhum registro de qualquer localização da mesma por eles.
E sobre a Arca estar escondida no Vaticano, essa é daquelas tantas teorias que
abundam por aí, sempre muito imaginativas, mas, ideais para compor o núcleo de uma das
histórias construídas por Dan Brown.
NOTA:
(*) Monte Nebo – Monte situado na Jordânia com cerca de 817 m de altitude. É citado em
Deuteronômio como sendo o local de onde Moisés avistou a Terra Prometida e também onde morreu,
sem que pudesse chegar até ela. De acordo com II Macabeus, o profeta Jeremias a levou para lá e a
escondeu, e como vimos nos comentários de Andrews, logo acima, uma parte dos judeus acreditam
que assim foi realmente.
CONTINUA NA QUARTA-FEIRA, 01/03/17
CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS:
Livros:
ANDREWS, Richard. “Sangue Sobre a Montanha” – Imago Editora – 2000
GARDNER, Laurence. “Os Segredos Perdidos da Arca Sagrada” – Madras Editora Ltda. – 2004
HAAG, Michael. “Os Templários – História e Mito” - Editora Prumo Ltda. 2009
JOSEPH, Frank & BEAUDOIN, Laura. “Abrindo a Arca da Aliança: Do Mito à História” – Editora
Pensamento 2009
MAIA, Cássio. “O Mistério da Arca da Aliança” – Clube de Autores - 2017
PHILIPS, Graham. “Os Templários e a Arca da Aliança” – Madras Editora Ltda. - 2005
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 14/29
O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
Modelos de Maçonaria
Temos ouvido e analisado alguns conceitos de estudiosos da Maçonaria através dos anos. Alguns
deles merecem ser citados.
Ouvimos de certa feita, que o modelo maçônico que nos legaram nossos Irmãos do passado já não
se adapta ao homem atual. Está anacrônico.
Um irmão místico mencionou que a Maçonaria atual tornou-se materialista, pois dentro de seus
templos ainda existem símbolos poderosos e mágicos, mas que os maçons atuais não os respeitam
como tais, pois não têm a noção de seus significados. Por esta razão, a Maçonaria fragmentou-se,
perdeu a sua força e confundiu-se.
Outro irmão referia que o maior objetivo político que acalentou e deu forças a inúmeras gerações
de maçons do século passado que era a República morreu com o nascimento desta, ou seja, desde
então os maçons não tiveram em termos de Brasil um objetivo prioritário para lutar por ele.
Não criaram uma outra motivação cívica, a Maçonaria fragmentou-se em diversas Potências , cada
qual com sua orientação político social, sempre se autodenominando representante de todas as
opiniões da população maçônica e de quando em vez, soltando na imprensa brasileira bisonhos
pronunciamentos políticos.
Entretanto, autores atuais afirmam que a Maçonaria visa apenas o homem em si, como líder, como
embrião, como uma célula dentro da sociedade. À Maçonaria caberia tão somente preparar este
homem, mostrando-lhe os caminhos de seu auto-conhecimento, e ensinando-o a ser um construtor
social para que atue na sociedade como um núcleo em torno do qual estariam os demais
segmentos dessa sociedade.
É provável que cada afirmação citada tenha a sua verdade.
Parece-nos que a última, sem menosprezar as demais, seria a mais atual e mais apropriada ao
nosso tempo.
Mas como andam as coisas na Ordem?
É claro que as nossas divagações não se aplicam a todos os maçons, mas elas atingirão uma
grande parte dos maçons brasileiros, bem como a muitas Lojas.
Se nos atentarmos para a realidade, pelo que poderemos observar no dia a dia, e, acreditamos que
ocorra em todo o país, tais são as semelhanças entre as estruturas das cidades entre si, existem
verdadeiros flagelos da Ordem, os quais abordaremos apenas alguns, aleatoriamente. Falta de
instrução e conscientização do que vem a ser Maçonaria. As sessões duram de duas a três horas e
5 – Modelos de Maçonaria
Hercule Spoladore
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 15/29
o período de estudos ou de instrução duram apenas quinze minutos, isto quando algum irmão tem
um trabalho a apresentar.
Quanto à conscientização, com frequência não são respondidas as perguntas básicas que um
Aprendiz faz a um Mestre, porque geralmente este não sabe respondê-las. Sempre existem as
evasivas tradicionais, tais como: “Isso eu não posso responder. Você chegará lá. Estude”. Então
como poderá um Irmão estar consciente do que é a Maçonaria? Existem falhas severas desde o
primeiro aprendizado ao se entrar na Ordem. A maioria dos maçons cresce na Ordem do ponto de
vista de graus, sem saber ao certo o que estão fazendo ou aprendendo.
A pressa de muitos Irmão em sessão para que esta acabe logo, para poderem nos chamados
“fundões” das Lojas, sorverem todo o tipo de pólvora que existe, e ao mesmo tempo se alimenta
exageradamente e neste estado de empanturramento alimentar e de eflúvios etílicos tomarem
decisões importantes.
Veneráveis fracos que não têm personalidade dominados docilmente por verdadeiras eminências
pardas dentro de sua própria diretoria.
Carreirismo político maçônico, com falsa liderança.
Esvaziamento das Lojas por desmotivação.
Comportamento antimaçônico de Irmãos que são verdadeiros profanos de avental, os quais
querem, muitas das vezes, que seus defeitos se tornem regras morais para os demais.
Candidatos não gabaritados para tal, serem indicados para serem Maçons. Os poderes dentro de
uma Potência estão desencontrados e comumente extrapolam seus direitos, não respeitando, às
vezes, o próprio Grão-Mestre, que é a maior autoridade.
Várias Potências não se reconhecem entre si, mas se utilizam do mesmo Rito, cada qual à sua
maneira (vide Rito Escocês Antigo e Aceito, no Brasil).
A respeitável denominação “Grande Arquiteto do Universo” virou simplesmente “Gadú”. Esta é
uma nova palavra, que foi criada e muito pronunciada, por sinal.
Especialmente nas cidades de porte médio e grande, um Templo de propriedade de uma Loja é
usado por ela apenas um dia da semana, quando naquele mesmo Templo poderiam funcionar pelo
menos mais quatro Lojas. Falta de patriotismo com desconhecimento total da história do Brasil e
participação de maçons nos eventos.
Se quiséssemos, enumeraríamos mais de cinqüenta itens facilmente.
Citamos de passagem os Irmãos que não honram seus compromissos, valendo-se da mal
interpretada tolerância maçônica.
A maioria dos maçons não lê sobre a Ordem.
Fácil será prever o futuro, caso não se tente mudar imediatamente ou reciclar, quer no campo
administrativo, histórico, instrutivo, doutrinário ou moral. Precisamos ter a ousadia e a coragem
de citar os males que a assolam e a prudência de sugerir alguma solução que possa melhora-la.
Entretanto, tudo vai bem na Ordem. Todos se chamam de Irmãos, fala-se muito em tolerância,
todo mundo é livre e de bons costumes.
Uma boa parte dos maçons brasileiros acredita realmente que tudo vai bem. São aqueles Irmãos
puro, bem intencionados, almas limpas. Nas Lojas, os famosos e prolixos oradores continuam
matraqueando desesperadamente, tecendo glórias e louvores ao Grande Arquiteto do Universo e a
todos os maçons espalhados pela Terra.
Quando um Irmão se diz justo e perfeito, porém não é nada disso, os outros justos e perfeitos
fingem não saber do que se trata, pois a Ordem é fraternal e tolerante.
Estamos exagerando? Poderão argumentar que o autor é um pessimista, que os maçons de sua
cidade são maus, que Maçonaria não é bem isso, e que na sua Loja não é assim.
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Mas, estas afirmações têm muito de verdade. É só ter a coragem de enxergar as coisas como elas
são, sem ter a mente embaçada pelo conformismo.
Evidentemente o maior problema da Maçonaria é apenas uma questão de cultura e falta de
instrução racional. Se tivéssemos três sessões mensais, onde além de se praticar uma boa
ritualística, houvesse debates, conferências, cursos, mesas redondas, etc., a respeito da filosofia,
ritualística e história da Ordem, bem como da Política como ciência, o preparo do Maçom seria
outro.
Quanto às sessões administrativas, deveria haver apenas uma por mês.
Cada Potência deveria manter Encontros Semestrais de Aprendizes Companheiros e Mestres para
toda a jurisdição, onde fossem apresentados trabalhos e estudos referentes a tudo o que diz
respeito à Ordem.
Os Altos Corpos de cada Potência, especialmente nas simbólicas, deveriam manter severa
vigilância com relação às alterações que os responsáveis pela Liturgia e Ritualística de cada Rito,
costumam com freqüência introduzir nos Rituais vigentes, a maioria invenções, enxertos,
“achismos” etc. Este controle tem que ser constitucional, ou seja, deverá constar na Constituição
de cada Potência, e o “modificador” terá que enfrentar estes altos poderes da Obediência e estes
aprovarem. Esta seria uma maneira de conter tanta alteração que pulula nos Rituais da Maçonaria
brasileira, em especial no Rito Escocês Antigo e Aceito.
Como a unificação total da Maçonaria brasileira é uma utopia, a união, entretanto, não é, e já está
sendo realizada. As três principais Potências não se reconhecem, mas nas Lojas-Bases está
havendo uma intervisitação sistemática, numa camaradagem própria de Maçons que seguem o
axioma “se fomos Iniciados, logo somos Irmãos” e as Lojas, mesmo de Potências diferentes, estão
permitindo o direito de visitação, e este contato entre Irmãos está trazendo resultados.
Os Grão-Mestres das principais Potências deveriam sentar-se em torno de uma mesa e decidirem
que, tratando-se de um mesmo Rito, todas deveriam ter somente um Ritual, o qual seria
organizado por uma Comissão de Irmãos destas Potências. Igualmente deveria haver apenas uma
Palavra Semestral e troca de correspondências a respeito dos candidatos não desejáveis para serem
Maçons. Nas cidades onde hajam Lojas das diversas Potências, deveria haver um Conselho
de Veneráveis com rodízio na administração, o qual, paralelamente, tratasse de filantropia,
problemas sociais, políticos (não partidários) de abrangência da comunidade.
Estas sugestões são fáceis e viáveis. Em algumas cidades já estão sendo realidade, mas não foram
sacramentadas pelas cúpulas das respectivas Potências.
Não há perigo de desestabilizaçã o do poder de cada Potência.
Administrativamente , continuarão sendo o que são. O que é necessário é que se deixe a vaidade
de lado e se doe de coração aberto à causa maçônica. É simples.
O Maçom brasileiro necessita com urgência encontrar uma nova vocação, uma meta maior, um
programa de alto alcance que até possa parecer impossível, porém viável a longo prazo, que
pudesse unir todos os Maçons em torno de uma idéia, um pensamento único.
As Potências deveriam se reunir através de seus mais brilhantes Irmãos e, após estudarem todos os
detalhes, apresentarem um diagnóstico da Maçonaria brasileira. Este diagnóstico terá que levar em
conta o nosso passado, analisando com muito cuidado o presente e estabelecendo metas para o
presente século.
Só não perdemos ainda o nosso coração de Maçom e o amor à Ordem. Meditemos, Irmãos.
Autor: Ir Hercule Spoladore – Londrina – PR
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O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve às quintas-feiras e domingos.
É premiado com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
A Maçonaria e a Conexão Rosa-Cruz
A antiga Maçonaria
É comum á muitos maçons entrarem para os quadros da Maçonaria, freqüentar suas
reuniões, ás vezes assumir todos os cargos em Loja, inclusive a venerança, galgar todos os
graus do aprendizado maçônico e chegar ao fim dessa escalada com uma série de dúvidas
sobre o que é, e o que significa, de fato a Maçonaria.
Isso é um fato, e do ponto de vista da própria história da Maçonaria se justifica que seja
assim. Isso porque, a história da Maçonaria, por si mesma é uma amálgama das diversas
conformações que a sociedade tem assumido desde que ela se organizou em grupos, depois
em povos, nações e estados. De todas as estruturas sociais, desde as mais remotas, até as
mais modernas, a tradição maçônica tem emprestado temas e incorporado ideias, as quais, se
não analisadas no seu devido contexto, e colocadas no seu exato sentido, acabam mais por
confundir do que esclarecer.
Historicamente, todo maçom sabe que a Ordem á qual ele pertence tem sua origem nas
antigas corporações de ofício da Idade Média, especialmente aquelas que congregavam os
pedreiros profissionais, construtores de igrejas e obras públicas. Esses profissionais, conforme
informa Jean Palou em sua obra, eram homens livres, sábios formados no exercício de uma
profissão que combinava a técnica operatória manual do ofício com o conhecimento da ciência
das formas (geometria), e a mística do número (o pitagorismo).1
E assim, somente eles, detentores de um conhecimento considerado sagrado, poderiam
construir as grandes catedrais, de acordo com a ideia que se tinha desses monumentos, ou
seja, que deveriam ser construídos de uma certa maneira, ao mesmo tempo mística (para atrair
os influxos da benevolência divina) e prática, que era a de servir a uma finalidade social,
catalisando e aglutinando as forças da comunidade. Por isso Fulcanelli, ao se referir á catedral
medieval, diz:
“Santuário da Tradição, da Ciência e da Arte, a catedral gótica não deve ser olhada como uma obra
unicamente dedicada ao cristianismo, mas antes como uma vasta coordenação de idéias, de
tendências, de fé populares, um todo perfeito ao qual nos podemos referir sem receio desde que se
trate de penetrar o pensamento dos ancestrais, seja qual for o domínio: religioso, laico, filosófico ou
social. Se há quem entre no edifício para assistir aos ofícios divinos, se há quem penetre nele
acompanhando cortejos fúnebres ou os alegres cortejos das festas anunciadas pelo repicar dos sinos,
também há quem se reúna dentro delas noutras circunstâncias. Realizam-se assembleias políticas sob
a presidência do bispo; discute-se o preço do trigo ou do gado; os mercadores de pano discutem ai a
cotação dos seus produtos; acorre-se a esse lugar para pedir reconforto, solicitar conselho, implorar
perdão. E não há corporação que não faça benzer lá a obra prima do seu novo companheiro e que não
se reúna uma vez por ano sob a proteção do santo padroeiro”2
.
Esses profissionais da construção civil, construtores de catedrais, eram conhecidos como
pedreiros-livres, ou na gíria da época, maçons, ou seja, o artesão do maço e cinzel, que
1
Maçonaria Simbólica e Iniciática, pg. 2
2
Fulcanelli- O Mistério das Catedrais, pg. 50.
6 – A Maçonaria e a Conexão Rosa-Cruz
João Anatalino Rodrigues
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registravam na pedra bruta os ideais ascéticos de uma sociedade que tinha no misticismo de
suas tradições os principais alicerces de suas crenças. Na mística da sua profissão eles
encontravam a sua forma de religião, e a exerciam com a fé de um verdadeiro iniciado.
Mas um recenseamento das tradições, usos e costumes da velha Maçonaria operativa (se
isso fosse possível), não seria suficiente para esclarecer como essas antigas corporações de
oficio medievais se transformaram em clubes de cavalheiros, filósofos e agitadores políticos,
que em fins do século XVI e pelos séculos seguintes iriam escrever, principalmente pela ação
de seus membros, importantes capítulos da história da sociedade ocidental. Para isso seria
preciso agregar a esse estudo a influência de outra importante tradição, muito cara ao espírito
medieval, que era a alquimia.
O legado da alquimia
Poucos episódios da história universal foram tão decisivos em termos de mudança de
conceitos e comportamentos quanto o movimento desencadeado pelo frade alemão Martinho
Lutero, conhecido como Reforma Protestante. Esse movimento, não só gerou radicais
mudanças no pensamento dos povos ocidentais, como também ensejou profundas
modificações sociais e políticas na sociedade, liberando o pensamento humano para a criação
de institutos e práticas que antes o pensamento religioso oficial reprimia e condenava.
Uma dessas práticas, cujo apelo místico, e ao mesmo tempo romântico e utópico, causava
forte atração ao espírito investigativo dos intelectuais medievais era a alquimia. Os trabalhos de
René Alleau e Mircea Eliade demonstraram com muita propriedade que essa prática, desde a
mais remota antiguidade, sempre foi uma arte iniciática, associada aos mistérios da natureza.3
Por isso era praticada pelos sacerdotes egípcios e hindus em seus templos, não só como
forma operativa de produção de artefatos preciosos, mas também como disciplina do espírito
para atingir o êxtase espiritual. Mais tarde, os filósofos taoístas e gregos a elevaram á nível de
disciplina acadêmica, organizando-lhe uma epistemologia própria, fazendo dela uma arte
especulativa e empírica ao mesmo tempo. 4
No Egito essa arte era própria dos ourives, mestres na fabricação do “ouro falso”, como
eram chamados os artefatos fabricados com metais comuns, submetidos a banhos dourados
para imitar o ouro. Essa atividade era praticada sob a supervisão direta dos sacerdotes e tida
como “arte sagrada”, comparável á arquitetura.
Durante muitos séculos os gregos tentaram descobrir o segredo de tais banhos, e foi no
curso dessas tentativas que eles desenvolveram a forma operativa da alquimia, especulando
primeiro e depois realizando experiências de laboratório, anotando e analisando os resultados.
Com isso deram á essa prática, em princípio uma arte empírica, um caráter de ciência
experimental.
Trazida para a Europa pelos árabes, a alquimia se tornou uma ciência experimental,
praticada por filósofos naturalistas, em sua maioria, monges confinados á Ordens religiosas e
mosteiros, que no processo de fabricação dos produtos que necessitavam para suas vidas
diárias, acabavam misturando a mística de suas crenças com as descobertas naturais que
faziam em suas experiências práticas. Daí o caráter religioso-científico que a alquimia assumiu
na Idade Média e a desconfiança que essa prática provocava nas autoridades religiosas.
A Reforma protestante
Com a reforma religiosa desencadeada por Lutero, a alquimia foi uma das práticas que
escapou das amarras que a Igreja medieval lhe colocava e ganhou adeptos entre os espíritos
esclarecidos da época, provocando uma verdadeira febre espiritual nos meios culturais da
sociedade ocidental. Em toda a Europa, não havia príncipe, nobre, autoridade eclesiástica ou
mesmo cidadão abastado que não tivesse um alquimista entre os integrantes do seu mecenato.
3
Mircéa Eliade - Ferreiros e Alquimistas – Ed. Flammarion,1977
4
Bernard.Rogers- Descobrindo a Alquimia pg. 28
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Para todos esses cidadãos, financiar os trabalhos de um “mestre” nas artes herméticas, era a
esperança de obter riqueza (transformando metais comuns em metais nobres) ou de realizar
outros sonhos quiméricos como descobrir o elixir da longa vida, ou remédios e poções
milagrosas capaz de curar doenças, ferimentos de guerra, ou ainda outros produtos que
pudessem realizar lucro para seus financiadores.5
Para muitos praticantes e financiadores de alquimistas, porém era o apelo espiritual que a
arte de Hermes continha que atraia a sua atenção para essa prática. Era um apelo que tinha
muito a ver com as ideias e as esperanças trazidas pela Reforma Protestante, de um mundo
melhor, livre da dogmática limitadora da Igreja de Roma. E foi na esteira desse pensamento
liberalizante que nasceu o movimento que ficou conhecido como Rosa- Cruz.
A conexão Rosa-Cruz
Uma das melhores explicações dos motivos de a alquimia ter se casado tão bem com as
expectativas dos intelectuais reformistas nos foi dada pelo médico e filósofo Carl Gustav Jung.
Um de seus mais importantes trabalhos tem por tema exatamente a alquimia. Nessa obra, o
famoso psicanalista suíço desenvolve a idéia dos arquétipos, fazendo uma ponte entre o delírio
alquímico e as ansiedades do inconsciente humano para alcançar a realização de seus sonhos.
Para Jung, a alquimia seria uma técnica que procura desenvolver, operativamente, o mesmo
processo que o inconsciente humano se utiliza para promover o desenvolvimento psicológico
do homem. Com esse trabalho ele estabeleceu um elo entre o pensamento mágico e a
psicologia, mostrando que existe uma clara interação entre esses dois domínios, que só podem
ser entendidos se estudados em conjunto.
Dessa forma, segundo Jung, a arte dos “filhos de Hermes”, como tais eram chamados os
alquimistas, provinha de um conjunto de conceitos universais, compartilhados pelo
Inconsciente Coletivo da humanidade desde tempos imemoriais, pois se fundamentava em
mitos, símbolos, alegorias e sensibilidades que sempre existiram no psiquismo
da espécie humana, e que se revelava em sonhos, intuições, crenças,
superstições e folclores, muitas vezes inexplicáveis pelo crivo da razão, mas
muito fortes nas bases estruturais do nosso espírito.
A alquimia era a arte das transmutações. Através da manipulação de certo
tipo de matéria prima, os alquimistas pensavam poder descobrir o segredo que
permitia á natureza realizar a transformação física dos metais. Daí a alquimia
ficar conhecida como a técnica que permitia a transmutação de metais comuns,
como o estanho e o chumbo, em ouro. Ao mesmo tempo, o operador
alquímico, ao penetrar na intimidade da natureza e desvelar os seus segredos, ia também
adquirindo uma consciência superior que lhe permitia uma elevação espiritual ao nível de uma
experiência transcendental. Foi essa ideia, trabalhada em forma de crença, que os fundadores
do movimento Rosa-Cruz divulgaram pelo mundo intelectual da época, causando uma grande
ebulição espiritual, pois essa era exatamente a esperança que acalentava a alma da maioria
das pessoas que sonhavam com utopias, e viam nas novas ideias que o Renascimento cultural
e a Reforma religiosa haviam trazido.
A alquimia foi, pois, a base espiritual da filosofia que embasou quase toda a vida espiritual
da chamada Renascença. Pois ela, como bem viu Bernard Gorceix, favorecia uma
aproximação entre todas as questões centrais que preocupavam a intelectualidade da época,
quais sejam, a teogonia, a teodicéia, a aproximação entre a matéria e o espírito, o papel de
Deus e do homem na composição do universo, papéis esses que haviam se tornado ambíguos
desde que a teologia da Igreja de Roma começou a ser contestada e contrastada pelas
5
O próprio Lutero, em sua obra Propos de table, diz que “ A verdadeira arte da alquimia é, na verdade, a filosofia tão lisonjeada pelos
antigos sábios. A alquimia agrada-me bastante; não apenas pela utilidade que ela pode ter, pois ensina a fundir, separar, afinar e tratar os
metais; a destilar e sublimar as plantas, as raízes e tantos outros corpos; mas também por suas alegorias e símbolos ocultos, que são muito
belos, em particular essa figuração do Juízo Final e da ressurreição dos mortos...”- Cf. Bernard Gorceix- A Bíblia dos rosa-cruzes, pg. 65.
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 20/29
descobertas realizadas pelos sábios renascentistas e pelos teólogos da Reforma Protestante.
Nesse conjunto, tão inovador quanto desconcertante do pensamento ocidental, a alquimia
surgia como um catalisador desse caos intelectual, com sua proposta de transmutação da
matéria, sua sublimação, sua evolução e sua integração com o espírito humano, num processo
que indicava, finalmente um rumo para toda a história. A alquimia, como a cabala, sua parceira
nesse processo de integração matéria espírito, dava ao homem um papel iminente nesse
processo, pois o fazia agente principal da obra da natureza, acelerando a evolução histórica da
matéria rumo ao espírito.
Foi exatamente nesse contexto que surgiu o movimento Rosa-Cruz, que embora nunca tenha
passado de uma farsa literária, exerceu enorme influência sobre o pensamento reformista que
nos legou as bases do mundo moderno. Pois como bem analisou o famoso historiador da
cabala, Gershon Sholem, foi o pensamento Rosa-Cruz a semente da maioria das correntes
filosóficas e literárias que compuseram o espírito do homem moderno. Dentro delas o
idealismo, o nihilismo, o romantismo, o barroco e o próprio iluminismo, que a despeito do
racionalismo que marcou os pressupostos dessa corrente filosófica, conviveu estreitamente
com o simbolismo arquetípico que foi a grande marca do pensamento místico esposado pelos
rosa-cruzes.6
A Maçonaria e a Rosa-Cruz
A fraternidade dos Irmãos da Rosa-Cruz foi um movimento formado por um grupo de
pensadores herméticos que em fins do século XVI e início do século XVII causaram uma
grande comoção nas estruturas do pensamento ocidental com suas construções especulativas
utópicas, fundamentadas no seu saber alquímico.7
Serge Hutin, escrevendo sobre esses
místicos filósofos da utopia alquímica, diz que “eles constituem a coletividade dos seres
elevados ao estado superior á humanidade vulgar, possuindo dessa forma os mesmos
caracteres interiores que lhes permitem reconhecer-se entre si”.8
É, portanto, na esteira do pensamento rosa-cruz que podemos encontrar as sementes da
Maçonaria moderna. Ambas são fruto da Reforma religiosa, pois saíram da mesma árvore que
procurava integrar a espiritualidade do labor humano na sua luta para ganhar a vida com a
ciência que ele adquire na interação do seu pensamento, com a natureza que lhe fornece os
meios para esse resultado.
A idéia de uma sociedade internacional, circunscrita a alguns homens puros e de bons
costumes, ligados pelo amor á virtude e a beleza, transformados por uma prática iniciática, era
a proposta dos rosa-cruzes, como se depreende dos textos de seus dois mais importantes
manifestos, Ecos da Fraternidade e Confessio Fraternitatis. 9
Essa é, igualmente, a pregação de todos os doutrinadores maçons. A ciência maçônica, tal
como a alquimia, também é a ciência das transmutações. Ela permite a transformação do
próprio espírito do iniciado no sentido de se atingir uma etapa mais desenvolvida, seja no
terreno da moralidade exotérica, seja no domínio da plenitude espiritual, esotérica. Essa
transmutação, a nível filosófico, é a mesma experimentada pelo alquimista, na sua busca pela
pedra filosofal, ou pelo cientista moderno na sua procura por uma explicação racional dos
6
Especialmente, como bem assinala Scholem, com relação ás ideias de uma nova ordem política e social, marcadas pelo símbolo da
utopia, que vários intelectuais renascentistas, como Roger Bacon, Campannela, René Descartes, Jonh Milton, Erasmo de Roterdã,
Thomas Mórus e outros, divulgaram em suas obras. Ver, a esse respeito Gershom Scholem, Cabala e Contra História. Ver também, para
uma análise interessante dessa influência o já citado Bernard Gorceix, “A “Bíblia dos Rosa-Cruzes. Frances Yates também faz uma
interessante incursão nesse processo em sua excelente obra “O Iluminismo Rosa-Cruz”.
7
Vide, a esse respeito, Giordano Bruno e a Tradição Iniciática e O Iluminismo Rosa-Cruz, de Frances Yates, publicados,
ambos pela Ed. Cultrix. Na imagem, Francis Bacon, filósofo e alquimista inglês, (1561 — 1626) que é tido como o fundador
da ciência moderna. Sua filosofia pregava o exercício da ciência em favor do progresso da humanidade. Sua principal obra
filosófica, “Novum Organum” é considerada uma das principais influências para o movimento intelectual que resultou na
Maçonaria moderna. Foi participante ativo do movimento Rosa-Cruz.
8
Serge Hutin . História da Alquimia. São Paulo, Cultrix, 1987.
9
Bernard Gorceix- A Bíblia dos Rosa-Cruzes, Ed. Pensamento, 1970
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 21/29
fenômenos da natureza. Como dizem Pawels e Bergier, “estamos numa época em que a
ciência, no seu termo máximo, atinge o universo espiritual e transforma o espírito do próprio
observador, situando-o num nível diferente do da inteligência cientifica, tornada insuficiente.
Aquilo que acontece nos corações dos nossos atomistas é comparável á experiência descrita
pelos textos alquímicos e pela tradição rosa-cruz.” 10
Isso é o que os nossos antigos irmãos, que transformaram a Maçonaria dos pedreiros
medievais em um movimento filosófico-ativista, estavam esperando que acontecesse no
espírito do maçom que realmente compreendesse o valor e a finalidade da sua Arte. Ou seja,
se para os alquimistas o corolário da sua obra era a pedra filosofal, para o maçom, a pedra
filosofal seria o seu próprio espírito aperfeiçoado e pronto para realizar uma revolução social
que transformasse o mundo imperfeito da época (metal impuro) em um mundo perfeito (o ouro
alquímico). Em outras palavras, uma alquimia social.
A realidade e o sonho
Esse era o sonho dos nossos antigos irmãos ao que deram corpo e vida á Maçonaria
moderna. Porém, o apelo romântico e esotérico que tanto atraia os espíritos dos nossos
antigos irmãos para o exercício de uma alquimia social desapareceu com as exigências do
pensamento moderno, que exige mais ação prática no terreno da política, da economia, da
sociologia e das ciências que garantem o nosso viver diário. Por isso a arte do maçom, antes
umbilicalmente ligada a ideia utópica que ligava a ascese espiritual do antigo construtor de
catedrais, com a esperança mística do operador alquímico, transformou-se em uma cadeia
difusa (e confusa) de ensinamentos temáticos que buscam fazer do maçom um homem
preparado para as exigências da vida moderna. O que nem sempre (e diríamos raramente) é
conseguido.
Assim é que encontraremos nos modernos rituais maçônicos uma profusão de alusões a
padrões culturais antigos e modernos, encadeados, ás vezes, sem método ou direcionamento,
mas que sempre podem ser recenseados em momentos importantes da história da
humanidade. São resquícios de práticas e ensinamentos que deixaram marcas profundas na
psique humana, e que constituem, como dizia Jung, um arsenal de arquétipos, que afinal, são a
base do que chamamos de cultura humana. Tais são os conceitos de justiça, fraternidade,
igualdade, liberdade, virtude, civismo, filantropia, compromisso e dignidade (masmorras ao
vício e templos á virtude), que tanto aparecem nas cartilhas que veiculam o ensinamento
maçônico. Padrões esses de interpretação variável ao longo dos tempos, e que são valorados
segundo as necessidades e a vontade de quem detém o poder. Uma das funções da
Maçonaria seria, portanto, funcionar como um filtro desses valores, conservando o seu padrão
de pureza e virtude, o que, infelizmente, nem sempre consegue. Dessa forma, o sonho perde-
se na realidade da vida, e o apelo emocional de uma prática que já encantou os espíritos mais
nobres acaba se tornando uma tradição vazia de sentido que só continua atraindo pelos ecos
de um passado glorioso.
Historicamente, portanto, a Maçonaria hoje, nada mais é do que uma emulação do antigo
pensamento rosa-cruz, adaptado ás exigências modernas e despido do romantismo e do apelo
místico que lhe davam os nossos precursores. Embora alguns maçons ainda estejam imbuídos
do velho espírito dos Irmãos da Rosa-Cruz, que acreditavam poder transformar o mundo pela
luz dos seus espíritos e pelo poder dos seus conhecimentos, é de se reconhecer que essa
virtude, hoje é dificilmente encontrável em nossas Lojas.
Mas tudo que um dia existiu pode ser recuperado. Como dizem Pawels e Bergier, quem
sabe, um dia chegue um tempo em que os tempos se reencontrem.11
10
O Despertar do Mágicos, pg. 53.
11
Luis Pawels e Jacques Bergier- O Despertar dos Mágicos- Martin Claret- 26º Ed. 2006
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 22/29
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville
26/01/1983 Humânitas Joinville
31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e
Fraternidade do Mercosul Ir
Hamilton Savi nr. 70
Florianópolis (trabalha no
recesso maçônico)
11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans
13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba
17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis
21/02/1983 Lédio Martins São José
21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió
22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau
Data Nome da Loja Oriente
11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá
18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau
15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis
21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna
25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau
25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mêses de janeiro e fevereiro
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GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis
14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis
25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema
06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes
11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão
29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá
Vem aí o IX Chuletão Templário.
O evento filantrópico Maçônico
Loja “Templários da Nova Era”
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Luto na Grande Loja de Santa Catarina
Com muita tristeza comunicamos o falecimento, na noite de 6a feira (24) na cidade
de Tubarão, do Venerável Mestre Cleide Cedeni Andrade, da Loja União e
Verdade, 53 de Florianópolis, jurisdicionada à Grande Loja de Santa Catarina.
O Irmão Cleide estava a passeio na cidade de Laguna, sentiu-se mal, teve um infarto,
foi levado às pressas para o vizinho oriente de Tubarão, tendo sido submetido a um
cateterismo. Sofreu duas paradas cardíacas, foi reanimado na primeira, mas não
resistiu.
O corpo foi trasladado para Florianópolis, velado na Loja União e Verdade com
cerimônia fúnebre maçônica e cremado posteriormente.
O JB News solidariza-se com a família enlutada e com a Loja União e Verdade,
manifestando seus sentimentos.
A Grande Loja de Santa Catarina expediu o Decreto de Luto nr. 065-2014/2017.
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Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
26 de fevereiro
Bom II
O bem nem sempre é demonstrável; ele pode existir sem que seja percebido; nem
todo gesto bom reflete bondade; o déspota que distribui alimento aos famintos não
está demonstrando qualquer ato de bondade, mas, na realidade, uma atitude
despertada por um interesse às vezes escuso, como o de evitar que os famintos se
revoltem.
A espontaneidade deve fazer parte da bondade; deve haver um impulso vindo da parte
íntima do ser que, sem qualquer interesse, o faça bondoso. Se após ouvir uma palavra
sobre a bondade, alguém impressionado pratica aos generosos, estes serão de nenhum
valor, porque foram provocados por fatores esternos.
Maçonicamente, trata-se de uma virtude, e todo maçom tem o dever de cultiva-la a
fim de que ela resulte em um ato vindo de seu interior.
Ser bom é ser tolerante.
Dizia um sábio; "O mal que me fazes não me faz mal; o mal que eu fizer, esse é que
me faz mal".
Ser bom é cultivar o amor fraternal.
É amar o próximo como a si mesmo.
Quotidianamente, a Maçonaria induz o maçom à prática do bem como exercício,
buscando na espontaneidade todo o amor existente em nós.
A bondade é um impulso inicial; as benesses lhe sucedem; isso tudo deve ser
zelosamente cultivado.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 76.
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 27/29
O primeiro niver do Vincent
Na tarde deste sábado (25) ainda deu tempo para comemorar em
Florianópolis, o primeiro aniversário do neto Vincent Borges.
No fechamento desta edição, Vincent e a mãe Carol estavam embarcando
para Melbourne (Austrália) cidade natal do menino, onde o papai (Daddy)
Jero os aguarda com ansiedade e saudade.
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 28/29
O Irmão e poeta Sinval Santos da
Silveira
escreve aos domingos
Queria tanto que ouvisses estes versos
meus !
Quantas vezes te pedi para prestar mais
atenção nos poemas que escrevi.
Sempre foram dedicados a ti !
Leia, em minhas lágrimas, a paixão que senti por ti.
Hoje, trago nas lembranças o teu doce sorriso, a ternura
do olhar e o carinhoso jeito de me amar...
Não abandonas os meus sonhos, nem minhas letras
te esquecem.
São versos recadeiros, que escrevo o dia
inteiro, querendo sempre te falar !
JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 29/29
Teus olhos, negros como a noite sem luar, são
o endereço do meu pranto, atraído por teu encanto, querendo
às lágrimas misturar.
Nas madrugadas geladas, e nas noites de trovoadas, apareces
sorrindo, comigo a
conversar.
Sinto falta de ti !
Peço perdão ao Criador e transformo estas
letras em oração, para
eternizar esta sublime paixão !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis

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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte O JB News saúda os Irmãos leitores e foliões do carnaval do Rio de Janeiro (Publique aqui a imagem de sua cidade: jbnews@floripa.com.br) Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.341 – Florianópolis (SC) –domingo, 26 de fevereiro de 2017 Bloco 1-Almanaque Bloco 2-IrNewton Agrella – O Carnaval no Coração do Brasil Bloco 3-Ir João Ivo Girardi - Pedra Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves - Bloco 5-IrHercule Spoladore – Modelos de Maçonaria Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – A Maçonaria e a Conexão Rosa-Cruz Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 26 de fevereiro e hoje com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira (Florianópolis)
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 2/29 Hercule Spoladore – A Bíblia de– A Bíblia de Jefferson Hercule Spoladore – A Bíblia de Jefferson 26 de fevereiro  364 — Valentiniano I é proclamado Imperador romano.  1266 — Batalha de Benevento: O exército liderado por Carlos I, Conde de Anjou, derrota as tropas combinadas da Alemanha e Sicília, liderada pelo Rei Manfredo da Sicília.  1815 — Napoleão Bonaparte escapa da Ilha de Elba.  1848 — É proclamada a Segunda República Francesa.  1860 — Descoberta do Cometa Olinda, por Emmanuel Liais. O cometa foi o primeiro a ser descoberto em solo brasileiro.  1916 — Estreia, em Lisboa, a peça A Maluquinha de Arroios.  1935 — Adolf Hitler ordena que a Luftwaffe seja reformada, violando os termos do Tratado de Versalhes.  1936 — No Incidente de 26 de Fevereiro, jovens oficiais militares japoneses tentam um golpe contra o governo.  1952 — O primeiro-ministro britânico Winston Churchill anuncia que o Reino Unido já possui a bomba atómica. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. 1 – ALMANAQUE Hoje é o 57º dia do Calendário Gregoriano. Faltam 308 dias para terminar o ano de 2017 - Lua Cheia às 11h58- Domingo de Carnaval. - Dia do Comediante É o 128º ano da Proclamçaõ da República; 195º da Independência do Brasil e 517º ano do Descobrimento do Brasil Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado. EVENTOS HISTÓRICOS (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 3/29  1975 — É publicada em Portugal a "Lei de Imprensa."  1980 — Egito e Israel estabelecem relações diplomáticas.  1992 — Aprovada a Bandeira do Daguestão.  1993 — Primeiro atentado taliban contra o World Trade Center.  2001 — No Afeganistão, os taliban destroem as duas estátuas gigantes de Buda de Bamyan.  2004 — O presidente macedónio Boris Trajkovski morre num acidente de aviação perto de Mostar, na Bósnia e Herzegovina.  2009 — Iniciam-se as emissões do canal noticioso português TVI24, com a apresentação do Jornal do Dia. 1903 Circula, em Florianópolis, o primeiro número do jornal “A Verdade”, de orientação antijesuística. 1905 Circula, na capital do Estado, o primeiro número da “Gazeta Oficial”, dirigido por Thiago da Fonseca. 1841 Falece Francisco Manoel Ferraz de Campos Salles, presidente do Brasil, iniciado na Loja Independência de Campinas. 1855 Nova Constituição do Grande Oriente do Brasil separa os Ritos e incorporando o Supremo Conselho legítimo do REAA, levado pelo duque de Caxias. Fatos históricos de santa Catarina Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 4/29 O Ir Newton Agrella - M I Gr 33 escreve aos domingos. É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com : O CARNAVAL NO CORAÇÃO DO BRASIL Ficar prostrado e entregar-se ao conformismo e à tristeza como se fossem antídotos para aliviar a dor e o sofrimento que assolam tantas vidas nesse país, seguramente não é o motivo mais plausível para que se "passasse em branco" o Carnaval, que a propósito, é uma festa de tantas cores... Aliadas às cores figuram as fantasias e adereços que ornamentam o corpo e de certa forma rejuvenescem o espírito, injetando mais ânimo , mesmo que transitório, a realidade tão dura que toma conta de um imensa parcela de brasileiros. Em certa medida o Carnaval atua como um analgésico para aliviar as dores da alma e abastecido de uma enorme carga de sonhos e de ilusão - consegue se traduzir em eficiente combustível para tornar a vida um pouco mais relaxante para muitos, e para outros não. A festa está aí, espreitando os nossos dias, e não dá pra ficar indiferente e fazer de conta que nada mudou... Seja no descanso para quem não gosta, seja na loucura de quem se aventura pelas ruas e avenidas, seja para aquele que buscam um retiro espiritual, mas o fato é que o Carnaval existe...e no Brasil ele ganha requintes de realeza... 2 – O Carnaval no Coração do Brasil Newton Agrella
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 5/29 Que o diga o Rei Momo, que de acordo com registros históricos há indícios desta figura ter surgido na Espanha, sob a forma de um boneco que se queimava, como forma de suavizar um costume antigo mais brutal, simbolizando a morte de Jesus Cristo e propiciadora de sua ressurreição. Sem contar o aspecto mitológico grego que faz menção a MOMOS com o espírito do sarcasmo e da desordem... Religião e Paganismo se rivalizaram no processo de construção e desenvolvimento das civilizações e o Carnaval cuja natureza é pagã se protagoniza a quarenta dias antes da principal festa do Cristianismo, ou seja; a Páscoa. É a chamada quaresma. Assim, sob a ótica do Cristianismo, as pessoas obedecem um ciclo e de algum modo seguem o script de um texto. Fartam-se durante a festa de Carnaval, entregam-se a luxúria, à vida terrena e aos conceitos mundanos do prazer - e após a tomada de consciência - que se revela através da "Quarta-Feira de Cinzas" - que marca o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental (católico) - e preparam-se para a celebração da Páscoa As cinzas que os Cristãos Católicos recebem neste dia constituem-se num símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte de acordo com os postulados religiosos. O difícil porém é essa tomada de consciência, sobretudo hoje em dia aqui no Brasil, onde o Carnaval antes de mais nada, transformou-se num "business entertainment" - uma indústria de entretenimentos - focada no turismo - e em especial nas grandes metrópoles como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife - que acabam por atrair inúmeros turistas não só do nosso próprio país, como do exterior. Objeto de discussão e de diversos conceitos não se pode deixar de reconhecer que o "Carnaval Brasileiro" seja uma manifestação cultural popular. São inegáveis as influências que o Carnaval Brasileiro traz através de elementos advindos da Europa como as máscaras, as fantasias, confetes e serpentinas e os desfiles. E em particular as riquíssimas influências africanas, no que se refere ao samba em si, e a manifestações como o Boi-Bumbá, a Congada, o Maracatu e o Frevo, dentre tantas outras.
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 6/29 Registre-se, porém, que o atualmente Carnaval nem sempre é acessível a uma grande parcela da população. Vide como exemplos, os preços para acesso aos Desfiles das Escolas de Samba no Rio de Janeiro e em São Paulo, a participação nos Blocos de Rua de Salvador, trios elétricos, e os bailes de fantasia, que acabam inibindo o acesso de muita gente. Não custa lembrar que o exagero para o tempo dessas comemorações de Carnaval, tem sido também motivo de grandes discussões - posto que inúmeras empresas de um modo geral - acabam por interromper suas atividades - e o País - que há muito vem sofrendo de seríssimos problemas econômicos e sociais - fica praticamente estagnado durante toda uma semana... E isso convenhamos, não é nem um pouco salutar e benéfico - para uma Nação que oficialmente registra no momento - cerca de 13% de sua massa trabalhadora desempregada - e uma recessão econômica recheada de uma política de juros extorsivos - que faz com que a economia desacelerada, contribua para um dos mais altos índices de inadimplência que o país viveu em sua recente história... Pão e Circo num passado não muito distante foram instrumentos de que os políticos e governantes se valeram para vulgarizar a ignorância. Hoje o que se quer é Trabalho, Formação e Educação. Essa é a tríade da Dignidade que pode fazer o carnaval de nossos corações ! Fraternalmente NEWTON AGRELLA
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 7/29 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário da Loja Templários da Nova Era. escreve às quartas-feiras e domingos. PEDRA “A Vida é uma pedra de amolar; desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos”. (George B. Shaw). 1. Pedra: A Pedra tem sido desde épocas remotas, pré-históricas, o material principal, empregado para se construir e adornar as estruturas mais importantes, cuja solidez e durabilidade - são considerações fundamentais. A Pedra se converteu no paradigma da estabilidade firmeza e permanência, em todas as línguas. Acompanhada de uma nutrida carga de significados simbólicos, com profundas associações e conotações, especialmente na Maçonaria, onde cada Neófito se diz explicitamente que ele é considerado uma Pedra Bruta, que precisa ser desbastada para fazer parte do Edifício Ideal, em cuja construção, estamos empenhados. A definição científica ou química da Pedra, não nos interessa. Basta dizer que a Pedra é o componente não metálico da rocha e que aparece em muitas formas, cores e graus de dureza, e fragilidade. As Pedras servem para construir gigantescos edifícios e para adornar as finas joias, seu uso é indispensável, tanto na arte, como na indústria. 2. A Pedra na Antiguidade e nos Mitos: A Pedra foi, provavelmente, o primeiro material usado pelo homem primitivo. As primeiras toscas ferramentas eram simplesmente, de pedras brutas. O primeiro gigantesco passo dado pela humanidade no estreito caminho até a civilização, foi a troca da Pedra bruta, por Pedra lapidada, talhada, com suas formas alteradas para formar ângulos mais retos. Essa simples troca marca a transição fundamental, do homem como ente passivo, a homem fabricante, transformador; o homem que aproveita melhor o que a natureza lhe oferece. O interior da terra era concebido por uma mentalidade primitiva, como um lugar de gestação, onde a vida germina e desenvolve. A Pedra então é a 3 – Pedra João Ivo Girardi
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 8/29 chave do crescimento e evolução dos outros elementos. O mesmo significado germinal da terra figura em muitos rituais e mitos de crescimento como o mito de Deméter, representado nos Mistérios Eleusinos. As cavernas eram consideradas lugares sagrados e os oráculos, geralmente, habitavam as cavernas. As Pedras preciosas, de acordo com a mitologia hindu, se diferenciam pela sua idade. O diamante é a mais madura de todas as Pedras; enquanto que as esmeraldas e os rubis, ainda estão em processo de desenvolvimento. A Pedra simboliza a experiência mais elementar e profunda, a experiência da eternidade. A palavra latina lápis, que significa Pedra, está relacionada com outras palavras de origem latina: lapidário, que é um adjetivo relativo às Pedras preciosas, ou a um estilo conciso, apropriado para ser inscrito nas lápides, e, dilapidado, quer dizer - cujas Pedras estão dispersas, ou estão faltando. 3. A Pedra na Tradição Hebraica: As Tábuas da Lei, que Moisés recebeu de Deus no Monte Sinai eram de Pedras. A Escada de Jacó está relacionada, de forma direta, com o pilar de Pedra, levantado por Jacó, depois do seu sonho. Jacó denomina o lugar de: Beth-El - isto é, a Casa de Deus. A Pedra por si só, é a imagem de Deus, e só desta forma se pode entender sua união. Esta identidade original entre a Pedra e o ser humano e a divindade antropomórfica nos clareia a expressão: Olha a rocha de onde foste talhado e o buraco do fosso, de onde te escavaram. Olha Abraão, teu pai e Sara que te gerou. Talhar a Pedra podia ser tomado como se ferisse a divindade. Isso explicaria a antiga proibição de se usar Pedras talhadas para levantar um altar. Um eco dessa proibição se entra no fato que, enquanto se construía o Templo de Salomão não se ouvia no lugar da construção, ruídos de martelos, nem cinzéis, nem nenhuma outra ferramenta metálica. O conceito de que o metal está relacionado com o demoníaco, e o mágico da natureza, enquanto que a Pedra está relacionada com seus aspectos positivos. Isto ajuda a entender por que uma pessoa deve ser desprovida de todos os metais, antes de poder ser Iniciado. 4. A Pedra na Tradição Cristã: Cristo foi sacrificado e derramou o seu sangue em cima de uma pedra, para expiar os pecados da humanidade; o NT diz: Petrus és pedra e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja; Chegai-vos para ele, como para a pedra viva, que os homens tinham sim rejeitado, mas que Deus escolheu e honrou: também sobre ela vós mesmos, como pedras vivas, sede edificados na estrutura do edifício, para formar um Templo espiritual, um sacerdócio santo. (Pd 2: 4-5). Pedro se considerava uma pedra viva. Essas linhas do Livro da Lei são totalmente maçônicas. 5. A Pedra na Tradição Islâmica: Kaaba, nome do famoso templo ou Sanctum Sanctorum maometano. É o santuário erguido no centro da Grande Mesquita ao qual todo muçulmano se volta quando ora e que espera visitar uma vez na vida. A Pedra Negra que está em seu interior, segundo a lenda, diz que foi baixada diretamente do céu e era branca como a neve, mas com o tempo se tornou negra por causa dos pecados da humanidade. MAÇONARIA 1. A Pedra na Tradição Maçônica: Nas lendas da Arte Real, a Pedra tem um valor primordial. Começando com o Aprendiz, a quem se ensina e se incentiva, se incita a polir a Pedra Bruta, com o Maço e o Cinzel. Não existe Cerimônia Maçônica, na qual não intervenha uma Pedra - de uma forma ou outra. Depois de concluir-se a Cerimônia de Iniciação, o Neófito é colocado no canto noroeste da Loja e se lhe explica o significado da Pedra Angular do Templo Universal, que a Maçonaria constrói.
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 9/29 Os profundos e variados significados da Pedra como objeto físico e como Símbolo, tornam facilmente compreensível que a Arte da Construção tenha sido eleita como um veículo apropriado para transmitir as ensinanças Filosóficas e Iniciáticas, envoltas em Alegorias e Símbolos, que constituem a Maçonaria Moderna. O Maçom, o Talhador de Pedra, guarda muitos atributos em comum com o Sacerdote e o Demiurgo, aquele que, na Filosofia Platônica significa - o Arquiteto exemplar do mundo e das formas. 2. Pedra Filosofal: A Pedra Filosofal era um preparado químico que conteria a alma da natureza, capaz de transmutar metais simples em ouro. De alguma forma, também a mística oriental se vale do simbolismo da pedra para representar a busca da quietude, do equilíbrio e da serenidade que está na postura do iogue petrificado. No simbolismo da Maçonaria tudo começa na pedra, e daí a um longo trabalho iniciático que envolve iniciação, preparação, aperfeiçoamento e acabamento. 3. Arquitetura. Como a arquitetura constitui uma das bases principais dos símbolos maçônicos, a pedra assume neles muitas representações. Em geral ela simboliza todas as obras morais e todos os materiais da inteligência empregados com fins maçônicos e sob diversas denominações. 4. Rituais REAA-GLSC: (...) Nossos antigos Irmãos foram Obreiros da pedra; isso, para eles, era um trabalho ambicionado, uma obrigação religiosa e a maravilhosa habilidade que possuíam revelam-se, ainda hoje, nas monumentais construções do Velho Mundo. Essa perfeição, porém, só era conseguida depois de longo e acurado estudo. (...) Eles viam, por toda a Natureza, o ideal a que se esforçavam por atingir, na confecção e no acabamento de seus trabalhos. Por essa razão, faziam da Geometria seu principal estudo para que pudessem dar, a cada detalhe de sua obra, as devidas proporções. Desde então a Geometria ficou sendo o estudo mais acurado que deve fazer o Companheiro e que será sempre de grande valia, qualquer que seja a sua aplicação. (RC). (...) Durante um certo período de tempo, mais ou menos sete anos, da construção do Templo de Jerusalém, Adoniram superintendeu os trabalhos dos operários residentes no país montanhoso do Líbano. Esses trabalhadores, em número de trinta mil, em turmas alternadas de dez mil cada uma, derrubaram os cedros das florestas e extraíram as pedras do Monte Líbano. Todos esses materiais usados na construção do Templo, foram ali talhados e ajustados, lavrados e modelados, sendo cada pedra marcada e numerada separadamente. Depois disso, todas as peças eram levadas, por mar, até Jopa e daí, por terra, para Jerusalém, onde eram colocadas e ajustadas por meio de malhetes de madeira e ferramentas apropriadas. Nossa tradição nos ensina que, apesar de preparadas à distância, as peças, chegadas a Jerusalém, ajustavam-se tão perfeitamente umas às outras, que o edifício, quando pronto, parecia antes uma obra do Grande Arquiteto que o trabalho de mãos humanas. Foi à arte admirável e magistral de Adoniram que se atribuiu a perfeição maravilhosa com que o trabalho foi executado. (RIVM). Para finalizar: O distraído, nela tropeçou; o bruto a usou como projétil. Para as crianças foi brinquedo. Davi matou Golias... Michelangelo concebeu a mais bela escultura. Em todos os casos, diferença não era pedra, mais sim o tipo de pessoa. Conclusão: Não existe pedra no teu caminho que não possas usar para teu próprio benefício.
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 10/29 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve às quartas-feiras e domingos. Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Santana do Livramento – RS ronaldoviega@hotmail.com CRONOLOGIA RELATIVA À ARCA DA ALIANÇA: REFERÊNCIAS BÍBLICAS, HISTÓRICAS E ARQUEOLÓGICAS. (PARTE OITO) *** Resumo do capítulo anterior e comentários: O capítulo anterior contou a história do aristocrata inglês Montagu Brownlow Parker, que se envolveu em várias peripécias na busca da Arca da Aliança na Jerusalém do ano de 1909. Para Montagu Parker, aquela que lhe pareceu a oportunidade de ouro da sua vida, acabou se transformando num grande malogro. O propósito de haver mostrado essa história, mais uma entre as tantas que se referem à busca da Arca, além de ter deixado evidente a presença dos ingleses em escavações com esse objetivo específico, deixou muito claro que havia uma característica comum a todos os que se dispuseram a desembarcar naqueles longínquos e exóticos lugares para uma empreitada desse tipo: o espírito de aventuras. Para o presente capítulo, montamos uma espécie de cronologia visando reunir o maior número possível de eventos importantes que se relacionam com a Arca, começando pelos tempos bíblicos e chegando bem perto dos temos atuais. Aparecem também o nome de vários dos personagens que estiveram ligados, direta ou indiretamente, ao desenrolar dos acontecimentos sobre a Arca, a exemplo de figuras bíblicas, de cientistas, de arqueólogos ou de aventureiros, etc. É de se levar em conta, no que tange às datas atribuídas aos eventos bíblicos, que elas são aproximadas, pois, não existe um consenso sobre datas bíblicas. Por uma série de razões, que não cumpre aqui explicar em detalhes, não existe uma cronologia da Bíblia que seja geralmente aceita pelos eruditos e estudiosos, e haverá sempre divergências em torno de cada uma delas. Para quem quiser pesquisar mais a fundo essas questões, poderá fazer uso de algumas Bíblias disponíveis, mas, comprovará que as datas dificilmente batem, além de que um consenso entre os estudiosos não é muito comum. Com referência aos Templários, a maioria dos livros que oferecem uma cronologia que contemple desde a sua criação e se prolongue até o seu desaparecimento, não faz referência aos tesouros supostamente encontrados por eles ou à Arca da Aliança como um produtos das suas escavações, o que deixa muita margem para supormos que tudo pode estar mais afeto a uma lenda e nada mais. Todas as fontes utilizadas no desenvolvimento dessa cronologia constam ao final do presente trabalho, sendo que a cronologia não seguiu à risca nenhuma das que fazem parte desses livros, em especial, mas é um amálgama sim daquilo que se conseguiu na pesquisa dos vários livros consultados, ou em outras palavras, um produto de todas. 4 – Cronologia Relativa a Arca da Aliança ...(parte 8) José Ronaldo Viega Alves
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 11/29 A ARCA DA ALIANÇA, A ARCA DO TESTEMUNHO, A ARCA SAGRADA, A ARCA PERDIDA: UMA CRONOLOGIA. ANTES DE CRISTO 1360-1320 a.C. - Êxodo do Egito e construção da Arca da Aliança. 1210 a. C. – Os filisteus capturam a Arca, mas, não conseguem permanecer muito tempo com ela, pois, julgaram-na perigosa demais e trataram de devolvê-la logo aos israelitas. 1000 a.C. - Fundação da cidade de Davi no contraforte sul do monte Moriá. 995-967 a.C. – As tribos de Israel são unificadas por Davi. Os jebuseus são vencidos e a cidade de Jerusalém passa a ser a capital do reino de Israel. A Arca é levada para Jerusalém. 967-925 a.C. – Construção do primeiro Templo pelo rei Salomão. A Arca é colocada no Templo, no Santo dos Santos. 926 a.C. – Morte do rei Salomão. 622 a.C. – Última referência feita à Arca, na Bíblia, e que diz que ela ainda está no Templo. 597 a. C. – Jerusalém é invadida pelos babilônios comandados pelo rei Nabucodonosor II. O Templo é saqueado e os tesouros são transportados para a Babilônia. A Arca teria sido escondida antes por Jeremias, que previu a invasão. 539 a.C. – Os persas conquistam a Babilônia. Ciro, o rei persa dá permissão aos judeus para que retornem a Jerusalém. 525. a.C. – O Templo de Jerusalém é reconstruído por Zorobabel, mas, sem a Arca da Aliança. 169 a.C. – O Templo de Jerusalém é profanado por Antíoco IV. 63 a. C. – A Palestina passa ao domínio do Império Romano. 37 a.C. – Herodes é escolhido para ser rei da Judéia. 19.a.C. – Início das reformas no Templo, patrocinadas por Herodes. DEPOIS DE CRISTO 70 d.C. – O Imperador romano Tito acaba com a rebelião dos judeus, destrói a cidade de Jerusalém e juntamente com ela, o Templo. 135 d.C. - Logo em seguida da Segunda Rebelião dos Judeus, o imperador romano Adriano termina de destruir o Templo de Jerusalém completamente e ergue em seu lugar o Templo de Júpiter. 313 d. C. – Por ordem de Constantino o cristianismo passa à condição de legalizado em todo o Império Romano. 938 d.C. – Os muçulmanos atacam os cristãos e incendeiam a Igreja do Santo Sepulcro que havia sido consagrada no ano de 335. 1056 d.C. – Os muçulmanos proíbem a entrada dos peregrinos cristãos em Jerusalém. 1064 d.C. – Centenas de peregrinos cristãos são mortos já perto de Jerusalém. 1074 d.C. – O imperador de Bizâncio pede ajuda ao Papa, mas não é atendido. 1095 d.C. - Os bizantinos solicitam ajuda outra vez. O papa Urbano II lança uma cruzada com os objetivos de defender Bizâncio dos seljúcidas e libertar a cidade. 1119 d.C. - É fundada as Ordem dos Cavaleiros Templários pra defender os peregrinos que se dirigiam para a Terra Santa. 1120 d.C. - Nesse ano os Templários passam a usar a mesquita Al-Aqsa que ficava no Monte do Templo, em Jerusalém, como seu quartel. 1187 d.C. - Jerusalém se rende a Saladino. SÉCULOS XIX E XX 1840/60 – Os cristãos começam a se interessar do ponto de vista bíblico/arqueológico pelo Monte do Templo. 1864/65 – O inglês Charles Wilson faz um levantamento topográfico do haram. 1867/70 – O inglês e Maçom Charles Warren realiza as suas pesquisas e escavações no Monte do Templo.
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 12/29 1909/11 – O inglês Montagu Parker monta expedições para buscar os tesouros do Templo de Salomão, sob Monte do Templo, em Jerusalém. 1917 – O Haram vai se mantendo como local sagrado dos muçulmanos. 1948 – Declaração do Estado de Israel. Quando a Guerra da Independência termina, o Monte do Templo está nas mãos dos árabes. 1967 – Durante a Guerra dos Seis Dias vencida por Israel, Jerusalém é conquistada e o Monte do Templo passa para o controle dos israelenses. Moshe Dayan, comandante israelense, dá permissão para que o haram continue nas mãos dos muçulmanos. 1998 – Os judeus ultra-ortodoxos obtém o controle para toda e qualquer escavação arqueológica no futuro. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES DO ARQUEÓLOGO E ESCRITOR RICHARD ANDREWS Richard Andrews, conforme já vimos, realizou no ano de 1998 pesquisas na área do haram, se utilizando de fotografias aéreas. Antes ele havia penetrado sete metros abaixo nos subterrâneos do Monte juntamente com uma equipe de televisão para a realização de um documentário. Quando nas entranhas do monte, ficou a imaginar se a Arca estaria ainda lá e concluiu que se assim fosse, e em se querendo localizar a câmara onde ela possa estar, seria impossível tal feito usando dos métodos tradicionais, além de que, teria de ser feita exigiria uma escavação maciça no haram. Richard Andrews relata que um pouco antes de adentrar àqueles subterrâneos, considerou alguns fatos e opiniões relativas à história da Arca e das buscas que ocorreram e ocorrem até hoje para encontrá-la, os quais vale a pena transcrevermos na sequência, com as suas palavras: “Desde o desparecimento da Arca em 620 a.C., surgiram, muitas teorias diferentes sobre sua localização. O interesse na Arca da Aliança se intensificou a partir do início da década de 1980. Sua história se popularizou através de filmes como ‘Os Caçadores da Arca Perdida”, o qual enfatizou suas propriedades místicas e envolveu os nazistas na busca de sua localização secreta. Muitos livros foram escritos dobre o assunto, entre os quais o de Graham Hancock, The Sign and the Seal, sustentando que a Arca foi transportada para a Etiópia no século X a.C. e ainda se encontra preservada em Axum. O dr. Vendyl Jones, arqueólogo que há mais de trinta anos vem fazendo escavações em Qumran à procura da Arca, está convencido de que a relíquia foi retirada de Jerusalém antes da destruição pelos babilônios, através de um túnel natural de trinta quilômetros de comprimento, e depositada em uma caverna próxima ao local da comunidade de Qumran. Em setembro de 1998, o Sunday Times anunciou que um estudioso bíblico britânico, Michael Sanders, estava se preparando para montar uma expedição para escavar as ruínas do templo egípcio do século X a.C. em Dahiryia, a quarenta quilômetros ao sul de Jerusalém. Sanders sustenta que a Arca foi saqueada do Templo de Salomão em 925. A.C. em um ataque do faraó egípcio Sesac e de lá transportada para Dahyriya, onde as tábuas de pedra _ os Dez Mandamentos _ foram enterradas sob o piso do templo egípcio. Os Cavaleiros Templários também foram ligados à procura pela Arca, mas não existe qualquer registro que lhes credite sua localização. Da mesma forma, os cofres que guardam o tesouro do Vaticano foram propostos como outra localização popular, não confirmada, da Arca. Alguns judeus acreditam que Jeremias a levou ao monte Nebo (Grifo meu!), na Jordânia, a quarenta quilômetros a oeste de Jerusalém, em 586 a.C. Mas os ortodoxos israelenses como Gershon Solomon, dos Fiéis do monte do Templo, descartam com firmeza a teoria de Axum e todas as outras que falam de algum local fora de Jerusalém. Segundo afirma Solomon, os judeus etíopes de Axum, ao que se sabe, construíram réplicas da Arca e esta não se encontra na África, mas ainda escondida sob o monte do Templo. Essa teoria tem o respaldo de arqueólogos como Yaacov Bilich e Meir Bem Dov, da Autoridade de Antiguidades de Israel, que veem o monte como um lugar perfeito para o esconderijo.”
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 13/29 COMENTÁRIOS: A passagem acima que foi recolhida da obra de Andrews, reforça várias das teorias que foram sendo ensaiadas ao longo do trabalho em diferentes capítulos, provenientes das opiniões dos estudiosos e eruditos. Ademais, serve para sepultar de vez aquelas consideradas mais fantasiosas. Podemos perceber que é dada ênfase mais uma vez à ideia de que ela continua sob o Monte do Templo, o que faz a teoria de longe, naquele que deve atrair mais simpatizantes, digamos assim. A respeito da teoria aquela, onde ela teria sido transportada para a África, mais precisamente Etiópia, conforme a opinião de Gershon Solomon, o que lá estaria não passaria de uma réplica. Por falar em réplica, há uma leitura que eu diria que pode ser feita em caráter complementar às considerações de Solomon, e para que depois cada um tire suas conclusões: no livro “A Arca Perdida da Aliança” do arqueólogo inglês chamado Tudor Parfitt, ele relata sua procura pela Arca em meio à tribo dos lembas na África do Sul, sendo que no final ele vai encontrá-la de uma forma que faz lembrar a hipótese de Solomon, pois, sua conclusão é de aquela que ali está à sua frente tem a forma de uma réplica de madeira. Sobre os Templários, Andrews parece que deixa bem definida a sua participação nessa história: não há nenhum registro de qualquer localização da mesma por eles. E sobre a Arca estar escondida no Vaticano, essa é daquelas tantas teorias que abundam por aí, sempre muito imaginativas, mas, ideais para compor o núcleo de uma das histórias construídas por Dan Brown. NOTA: (*) Monte Nebo – Monte situado na Jordânia com cerca de 817 m de altitude. É citado em Deuteronômio como sendo o local de onde Moisés avistou a Terra Prometida e também onde morreu, sem que pudesse chegar até ela. De acordo com II Macabeus, o profeta Jeremias a levou para lá e a escondeu, e como vimos nos comentários de Andrews, logo acima, uma parte dos judeus acreditam que assim foi realmente. CONTINUA NA QUARTA-FEIRA, 01/03/17 CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS: Livros: ANDREWS, Richard. “Sangue Sobre a Montanha” – Imago Editora – 2000 GARDNER, Laurence. “Os Segredos Perdidos da Arca Sagrada” – Madras Editora Ltda. – 2004 HAAG, Michael. “Os Templários – História e Mito” - Editora Prumo Ltda. 2009 JOSEPH, Frank & BEAUDOIN, Laura. “Abrindo a Arca da Aliança: Do Mito à História” – Editora Pensamento 2009 MAIA, Cássio. “O Mistério da Arca da Aliança” – Clube de Autores - 2017 PHILIPS, Graham. “Os Templários e a Arca da Aliança” – Madras Editora Ltda. - 2005
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 14/29 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br Modelos de Maçonaria Temos ouvido e analisado alguns conceitos de estudiosos da Maçonaria através dos anos. Alguns deles merecem ser citados. Ouvimos de certa feita, que o modelo maçônico que nos legaram nossos Irmãos do passado já não se adapta ao homem atual. Está anacrônico. Um irmão místico mencionou que a Maçonaria atual tornou-se materialista, pois dentro de seus templos ainda existem símbolos poderosos e mágicos, mas que os maçons atuais não os respeitam como tais, pois não têm a noção de seus significados. Por esta razão, a Maçonaria fragmentou-se, perdeu a sua força e confundiu-se. Outro irmão referia que o maior objetivo político que acalentou e deu forças a inúmeras gerações de maçons do século passado que era a República morreu com o nascimento desta, ou seja, desde então os maçons não tiveram em termos de Brasil um objetivo prioritário para lutar por ele. Não criaram uma outra motivação cívica, a Maçonaria fragmentou-se em diversas Potências , cada qual com sua orientação político social, sempre se autodenominando representante de todas as opiniões da população maçônica e de quando em vez, soltando na imprensa brasileira bisonhos pronunciamentos políticos. Entretanto, autores atuais afirmam que a Maçonaria visa apenas o homem em si, como líder, como embrião, como uma célula dentro da sociedade. À Maçonaria caberia tão somente preparar este homem, mostrando-lhe os caminhos de seu auto-conhecimento, e ensinando-o a ser um construtor social para que atue na sociedade como um núcleo em torno do qual estariam os demais segmentos dessa sociedade. É provável que cada afirmação citada tenha a sua verdade. Parece-nos que a última, sem menosprezar as demais, seria a mais atual e mais apropriada ao nosso tempo. Mas como andam as coisas na Ordem? É claro que as nossas divagações não se aplicam a todos os maçons, mas elas atingirão uma grande parte dos maçons brasileiros, bem como a muitas Lojas. Se nos atentarmos para a realidade, pelo que poderemos observar no dia a dia, e, acreditamos que ocorra em todo o país, tais são as semelhanças entre as estruturas das cidades entre si, existem verdadeiros flagelos da Ordem, os quais abordaremos apenas alguns, aleatoriamente. Falta de instrução e conscientização do que vem a ser Maçonaria. As sessões duram de duas a três horas e 5 – Modelos de Maçonaria Hercule Spoladore
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 15/29 o período de estudos ou de instrução duram apenas quinze minutos, isto quando algum irmão tem um trabalho a apresentar. Quanto à conscientização, com frequência não são respondidas as perguntas básicas que um Aprendiz faz a um Mestre, porque geralmente este não sabe respondê-las. Sempre existem as evasivas tradicionais, tais como: “Isso eu não posso responder. Você chegará lá. Estude”. Então como poderá um Irmão estar consciente do que é a Maçonaria? Existem falhas severas desde o primeiro aprendizado ao se entrar na Ordem. A maioria dos maçons cresce na Ordem do ponto de vista de graus, sem saber ao certo o que estão fazendo ou aprendendo. A pressa de muitos Irmão em sessão para que esta acabe logo, para poderem nos chamados “fundões” das Lojas, sorverem todo o tipo de pólvora que existe, e ao mesmo tempo se alimenta exageradamente e neste estado de empanturramento alimentar e de eflúvios etílicos tomarem decisões importantes. Veneráveis fracos que não têm personalidade dominados docilmente por verdadeiras eminências pardas dentro de sua própria diretoria. Carreirismo político maçônico, com falsa liderança. Esvaziamento das Lojas por desmotivação. Comportamento antimaçônico de Irmãos que são verdadeiros profanos de avental, os quais querem, muitas das vezes, que seus defeitos se tornem regras morais para os demais. Candidatos não gabaritados para tal, serem indicados para serem Maçons. Os poderes dentro de uma Potência estão desencontrados e comumente extrapolam seus direitos, não respeitando, às vezes, o próprio Grão-Mestre, que é a maior autoridade. Várias Potências não se reconhecem entre si, mas se utilizam do mesmo Rito, cada qual à sua maneira (vide Rito Escocês Antigo e Aceito, no Brasil). A respeitável denominação “Grande Arquiteto do Universo” virou simplesmente “Gadú”. Esta é uma nova palavra, que foi criada e muito pronunciada, por sinal. Especialmente nas cidades de porte médio e grande, um Templo de propriedade de uma Loja é usado por ela apenas um dia da semana, quando naquele mesmo Templo poderiam funcionar pelo menos mais quatro Lojas. Falta de patriotismo com desconhecimento total da história do Brasil e participação de maçons nos eventos. Se quiséssemos, enumeraríamos mais de cinqüenta itens facilmente. Citamos de passagem os Irmãos que não honram seus compromissos, valendo-se da mal interpretada tolerância maçônica. A maioria dos maçons não lê sobre a Ordem. Fácil será prever o futuro, caso não se tente mudar imediatamente ou reciclar, quer no campo administrativo, histórico, instrutivo, doutrinário ou moral. Precisamos ter a ousadia e a coragem de citar os males que a assolam e a prudência de sugerir alguma solução que possa melhora-la. Entretanto, tudo vai bem na Ordem. Todos se chamam de Irmãos, fala-se muito em tolerância, todo mundo é livre e de bons costumes. Uma boa parte dos maçons brasileiros acredita realmente que tudo vai bem. São aqueles Irmãos puro, bem intencionados, almas limpas. Nas Lojas, os famosos e prolixos oradores continuam matraqueando desesperadamente, tecendo glórias e louvores ao Grande Arquiteto do Universo e a todos os maçons espalhados pela Terra. Quando um Irmão se diz justo e perfeito, porém não é nada disso, os outros justos e perfeitos fingem não saber do que se trata, pois a Ordem é fraternal e tolerante. Estamos exagerando? Poderão argumentar que o autor é um pessimista, que os maçons de sua cidade são maus, que Maçonaria não é bem isso, e que na sua Loja não é assim.
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 16/29 Mas, estas afirmações têm muito de verdade. É só ter a coragem de enxergar as coisas como elas são, sem ter a mente embaçada pelo conformismo. Evidentemente o maior problema da Maçonaria é apenas uma questão de cultura e falta de instrução racional. Se tivéssemos três sessões mensais, onde além de se praticar uma boa ritualística, houvesse debates, conferências, cursos, mesas redondas, etc., a respeito da filosofia, ritualística e história da Ordem, bem como da Política como ciência, o preparo do Maçom seria outro. Quanto às sessões administrativas, deveria haver apenas uma por mês. Cada Potência deveria manter Encontros Semestrais de Aprendizes Companheiros e Mestres para toda a jurisdição, onde fossem apresentados trabalhos e estudos referentes a tudo o que diz respeito à Ordem. Os Altos Corpos de cada Potência, especialmente nas simbólicas, deveriam manter severa vigilância com relação às alterações que os responsáveis pela Liturgia e Ritualística de cada Rito, costumam com freqüência introduzir nos Rituais vigentes, a maioria invenções, enxertos, “achismos” etc. Este controle tem que ser constitucional, ou seja, deverá constar na Constituição de cada Potência, e o “modificador” terá que enfrentar estes altos poderes da Obediência e estes aprovarem. Esta seria uma maneira de conter tanta alteração que pulula nos Rituais da Maçonaria brasileira, em especial no Rito Escocês Antigo e Aceito. Como a unificação total da Maçonaria brasileira é uma utopia, a união, entretanto, não é, e já está sendo realizada. As três principais Potências não se reconhecem, mas nas Lojas-Bases está havendo uma intervisitação sistemática, numa camaradagem própria de Maçons que seguem o axioma “se fomos Iniciados, logo somos Irmãos” e as Lojas, mesmo de Potências diferentes, estão permitindo o direito de visitação, e este contato entre Irmãos está trazendo resultados. Os Grão-Mestres das principais Potências deveriam sentar-se em torno de uma mesa e decidirem que, tratando-se de um mesmo Rito, todas deveriam ter somente um Ritual, o qual seria organizado por uma Comissão de Irmãos destas Potências. Igualmente deveria haver apenas uma Palavra Semestral e troca de correspondências a respeito dos candidatos não desejáveis para serem Maçons. Nas cidades onde hajam Lojas das diversas Potências, deveria haver um Conselho de Veneráveis com rodízio na administração, o qual, paralelamente, tratasse de filantropia, problemas sociais, políticos (não partidários) de abrangência da comunidade. Estas sugestões são fáceis e viáveis. Em algumas cidades já estão sendo realidade, mas não foram sacramentadas pelas cúpulas das respectivas Potências. Não há perigo de desestabilizaçã o do poder de cada Potência. Administrativamente , continuarão sendo o que são. O que é necessário é que se deixe a vaidade de lado e se doe de coração aberto à causa maçônica. É simples. O Maçom brasileiro necessita com urgência encontrar uma nova vocação, uma meta maior, um programa de alto alcance que até possa parecer impossível, porém viável a longo prazo, que pudesse unir todos os Maçons em torno de uma idéia, um pensamento único. As Potências deveriam se reunir através de seus mais brilhantes Irmãos e, após estudarem todos os detalhes, apresentarem um diagnóstico da Maçonaria brasileira. Este diagnóstico terá que levar em conta o nosso passado, analisando com muito cuidado o presente e estabelecendo metas para o presente século. Só não perdemos ainda o nosso coração de Maçom e o amor à Ordem. Meditemos, Irmãos. Autor: Ir Hercule Spoladore – Londrina – PR
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 17/29 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve às quintas-feiras e domingos. É premiado com a Ordem do Mérito Templário da Loja Templários da Nova Era. jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br A Maçonaria e a Conexão Rosa-Cruz A antiga Maçonaria É comum á muitos maçons entrarem para os quadros da Maçonaria, freqüentar suas reuniões, ás vezes assumir todos os cargos em Loja, inclusive a venerança, galgar todos os graus do aprendizado maçônico e chegar ao fim dessa escalada com uma série de dúvidas sobre o que é, e o que significa, de fato a Maçonaria. Isso é um fato, e do ponto de vista da própria história da Maçonaria se justifica que seja assim. Isso porque, a história da Maçonaria, por si mesma é uma amálgama das diversas conformações que a sociedade tem assumido desde que ela se organizou em grupos, depois em povos, nações e estados. De todas as estruturas sociais, desde as mais remotas, até as mais modernas, a tradição maçônica tem emprestado temas e incorporado ideias, as quais, se não analisadas no seu devido contexto, e colocadas no seu exato sentido, acabam mais por confundir do que esclarecer. Historicamente, todo maçom sabe que a Ordem á qual ele pertence tem sua origem nas antigas corporações de ofício da Idade Média, especialmente aquelas que congregavam os pedreiros profissionais, construtores de igrejas e obras públicas. Esses profissionais, conforme informa Jean Palou em sua obra, eram homens livres, sábios formados no exercício de uma profissão que combinava a técnica operatória manual do ofício com o conhecimento da ciência das formas (geometria), e a mística do número (o pitagorismo).1 E assim, somente eles, detentores de um conhecimento considerado sagrado, poderiam construir as grandes catedrais, de acordo com a ideia que se tinha desses monumentos, ou seja, que deveriam ser construídos de uma certa maneira, ao mesmo tempo mística (para atrair os influxos da benevolência divina) e prática, que era a de servir a uma finalidade social, catalisando e aglutinando as forças da comunidade. Por isso Fulcanelli, ao se referir á catedral medieval, diz: “Santuário da Tradição, da Ciência e da Arte, a catedral gótica não deve ser olhada como uma obra unicamente dedicada ao cristianismo, mas antes como uma vasta coordenação de idéias, de tendências, de fé populares, um todo perfeito ao qual nos podemos referir sem receio desde que se trate de penetrar o pensamento dos ancestrais, seja qual for o domínio: religioso, laico, filosófico ou social. Se há quem entre no edifício para assistir aos ofícios divinos, se há quem penetre nele acompanhando cortejos fúnebres ou os alegres cortejos das festas anunciadas pelo repicar dos sinos, também há quem se reúna dentro delas noutras circunstâncias. Realizam-se assembleias políticas sob a presidência do bispo; discute-se o preço do trigo ou do gado; os mercadores de pano discutem ai a cotação dos seus produtos; acorre-se a esse lugar para pedir reconforto, solicitar conselho, implorar perdão. E não há corporação que não faça benzer lá a obra prima do seu novo companheiro e que não se reúna uma vez por ano sob a proteção do santo padroeiro”2 . Esses profissionais da construção civil, construtores de catedrais, eram conhecidos como pedreiros-livres, ou na gíria da época, maçons, ou seja, o artesão do maço e cinzel, que 1 Maçonaria Simbólica e Iniciática, pg. 2 2 Fulcanelli- O Mistério das Catedrais, pg. 50. 6 – A Maçonaria e a Conexão Rosa-Cruz João Anatalino Rodrigues
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 18/29 registravam na pedra bruta os ideais ascéticos de uma sociedade que tinha no misticismo de suas tradições os principais alicerces de suas crenças. Na mística da sua profissão eles encontravam a sua forma de religião, e a exerciam com a fé de um verdadeiro iniciado. Mas um recenseamento das tradições, usos e costumes da velha Maçonaria operativa (se isso fosse possível), não seria suficiente para esclarecer como essas antigas corporações de oficio medievais se transformaram em clubes de cavalheiros, filósofos e agitadores políticos, que em fins do século XVI e pelos séculos seguintes iriam escrever, principalmente pela ação de seus membros, importantes capítulos da história da sociedade ocidental. Para isso seria preciso agregar a esse estudo a influência de outra importante tradição, muito cara ao espírito medieval, que era a alquimia. O legado da alquimia Poucos episódios da história universal foram tão decisivos em termos de mudança de conceitos e comportamentos quanto o movimento desencadeado pelo frade alemão Martinho Lutero, conhecido como Reforma Protestante. Esse movimento, não só gerou radicais mudanças no pensamento dos povos ocidentais, como também ensejou profundas modificações sociais e políticas na sociedade, liberando o pensamento humano para a criação de institutos e práticas que antes o pensamento religioso oficial reprimia e condenava. Uma dessas práticas, cujo apelo místico, e ao mesmo tempo romântico e utópico, causava forte atração ao espírito investigativo dos intelectuais medievais era a alquimia. Os trabalhos de René Alleau e Mircea Eliade demonstraram com muita propriedade que essa prática, desde a mais remota antiguidade, sempre foi uma arte iniciática, associada aos mistérios da natureza.3 Por isso era praticada pelos sacerdotes egípcios e hindus em seus templos, não só como forma operativa de produção de artefatos preciosos, mas também como disciplina do espírito para atingir o êxtase espiritual. Mais tarde, os filósofos taoístas e gregos a elevaram á nível de disciplina acadêmica, organizando-lhe uma epistemologia própria, fazendo dela uma arte especulativa e empírica ao mesmo tempo. 4 No Egito essa arte era própria dos ourives, mestres na fabricação do “ouro falso”, como eram chamados os artefatos fabricados com metais comuns, submetidos a banhos dourados para imitar o ouro. Essa atividade era praticada sob a supervisão direta dos sacerdotes e tida como “arte sagrada”, comparável á arquitetura. Durante muitos séculos os gregos tentaram descobrir o segredo de tais banhos, e foi no curso dessas tentativas que eles desenvolveram a forma operativa da alquimia, especulando primeiro e depois realizando experiências de laboratório, anotando e analisando os resultados. Com isso deram á essa prática, em princípio uma arte empírica, um caráter de ciência experimental. Trazida para a Europa pelos árabes, a alquimia se tornou uma ciência experimental, praticada por filósofos naturalistas, em sua maioria, monges confinados á Ordens religiosas e mosteiros, que no processo de fabricação dos produtos que necessitavam para suas vidas diárias, acabavam misturando a mística de suas crenças com as descobertas naturais que faziam em suas experiências práticas. Daí o caráter religioso-científico que a alquimia assumiu na Idade Média e a desconfiança que essa prática provocava nas autoridades religiosas. A Reforma protestante Com a reforma religiosa desencadeada por Lutero, a alquimia foi uma das práticas que escapou das amarras que a Igreja medieval lhe colocava e ganhou adeptos entre os espíritos esclarecidos da época, provocando uma verdadeira febre espiritual nos meios culturais da sociedade ocidental. Em toda a Europa, não havia príncipe, nobre, autoridade eclesiástica ou mesmo cidadão abastado que não tivesse um alquimista entre os integrantes do seu mecenato. 3 Mircéa Eliade - Ferreiros e Alquimistas – Ed. Flammarion,1977 4 Bernard.Rogers- Descobrindo a Alquimia pg. 28
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 19/29 Para todos esses cidadãos, financiar os trabalhos de um “mestre” nas artes herméticas, era a esperança de obter riqueza (transformando metais comuns em metais nobres) ou de realizar outros sonhos quiméricos como descobrir o elixir da longa vida, ou remédios e poções milagrosas capaz de curar doenças, ferimentos de guerra, ou ainda outros produtos que pudessem realizar lucro para seus financiadores.5 Para muitos praticantes e financiadores de alquimistas, porém era o apelo espiritual que a arte de Hermes continha que atraia a sua atenção para essa prática. Era um apelo que tinha muito a ver com as ideias e as esperanças trazidas pela Reforma Protestante, de um mundo melhor, livre da dogmática limitadora da Igreja de Roma. E foi na esteira desse pensamento liberalizante que nasceu o movimento que ficou conhecido como Rosa- Cruz. A conexão Rosa-Cruz Uma das melhores explicações dos motivos de a alquimia ter se casado tão bem com as expectativas dos intelectuais reformistas nos foi dada pelo médico e filósofo Carl Gustav Jung. Um de seus mais importantes trabalhos tem por tema exatamente a alquimia. Nessa obra, o famoso psicanalista suíço desenvolve a idéia dos arquétipos, fazendo uma ponte entre o delírio alquímico e as ansiedades do inconsciente humano para alcançar a realização de seus sonhos. Para Jung, a alquimia seria uma técnica que procura desenvolver, operativamente, o mesmo processo que o inconsciente humano se utiliza para promover o desenvolvimento psicológico do homem. Com esse trabalho ele estabeleceu um elo entre o pensamento mágico e a psicologia, mostrando que existe uma clara interação entre esses dois domínios, que só podem ser entendidos se estudados em conjunto. Dessa forma, segundo Jung, a arte dos “filhos de Hermes”, como tais eram chamados os alquimistas, provinha de um conjunto de conceitos universais, compartilhados pelo Inconsciente Coletivo da humanidade desde tempos imemoriais, pois se fundamentava em mitos, símbolos, alegorias e sensibilidades que sempre existiram no psiquismo da espécie humana, e que se revelava em sonhos, intuições, crenças, superstições e folclores, muitas vezes inexplicáveis pelo crivo da razão, mas muito fortes nas bases estruturais do nosso espírito. A alquimia era a arte das transmutações. Através da manipulação de certo tipo de matéria prima, os alquimistas pensavam poder descobrir o segredo que permitia á natureza realizar a transformação física dos metais. Daí a alquimia ficar conhecida como a técnica que permitia a transmutação de metais comuns, como o estanho e o chumbo, em ouro. Ao mesmo tempo, o operador alquímico, ao penetrar na intimidade da natureza e desvelar os seus segredos, ia também adquirindo uma consciência superior que lhe permitia uma elevação espiritual ao nível de uma experiência transcendental. Foi essa ideia, trabalhada em forma de crença, que os fundadores do movimento Rosa-Cruz divulgaram pelo mundo intelectual da época, causando uma grande ebulição espiritual, pois essa era exatamente a esperança que acalentava a alma da maioria das pessoas que sonhavam com utopias, e viam nas novas ideias que o Renascimento cultural e a Reforma religiosa haviam trazido. A alquimia foi, pois, a base espiritual da filosofia que embasou quase toda a vida espiritual da chamada Renascença. Pois ela, como bem viu Bernard Gorceix, favorecia uma aproximação entre todas as questões centrais que preocupavam a intelectualidade da época, quais sejam, a teogonia, a teodicéia, a aproximação entre a matéria e o espírito, o papel de Deus e do homem na composição do universo, papéis esses que haviam se tornado ambíguos desde que a teologia da Igreja de Roma começou a ser contestada e contrastada pelas 5 O próprio Lutero, em sua obra Propos de table, diz que “ A verdadeira arte da alquimia é, na verdade, a filosofia tão lisonjeada pelos antigos sábios. A alquimia agrada-me bastante; não apenas pela utilidade que ela pode ter, pois ensina a fundir, separar, afinar e tratar os metais; a destilar e sublimar as plantas, as raízes e tantos outros corpos; mas também por suas alegorias e símbolos ocultos, que são muito belos, em particular essa figuração do Juízo Final e da ressurreição dos mortos...”- Cf. Bernard Gorceix- A Bíblia dos rosa-cruzes, pg. 65.
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 20/29 descobertas realizadas pelos sábios renascentistas e pelos teólogos da Reforma Protestante. Nesse conjunto, tão inovador quanto desconcertante do pensamento ocidental, a alquimia surgia como um catalisador desse caos intelectual, com sua proposta de transmutação da matéria, sua sublimação, sua evolução e sua integração com o espírito humano, num processo que indicava, finalmente um rumo para toda a história. A alquimia, como a cabala, sua parceira nesse processo de integração matéria espírito, dava ao homem um papel iminente nesse processo, pois o fazia agente principal da obra da natureza, acelerando a evolução histórica da matéria rumo ao espírito. Foi exatamente nesse contexto que surgiu o movimento Rosa-Cruz, que embora nunca tenha passado de uma farsa literária, exerceu enorme influência sobre o pensamento reformista que nos legou as bases do mundo moderno. Pois como bem analisou o famoso historiador da cabala, Gershon Sholem, foi o pensamento Rosa-Cruz a semente da maioria das correntes filosóficas e literárias que compuseram o espírito do homem moderno. Dentro delas o idealismo, o nihilismo, o romantismo, o barroco e o próprio iluminismo, que a despeito do racionalismo que marcou os pressupostos dessa corrente filosófica, conviveu estreitamente com o simbolismo arquetípico que foi a grande marca do pensamento místico esposado pelos rosa-cruzes.6 A Maçonaria e a Rosa-Cruz A fraternidade dos Irmãos da Rosa-Cruz foi um movimento formado por um grupo de pensadores herméticos que em fins do século XVI e início do século XVII causaram uma grande comoção nas estruturas do pensamento ocidental com suas construções especulativas utópicas, fundamentadas no seu saber alquímico.7 Serge Hutin, escrevendo sobre esses místicos filósofos da utopia alquímica, diz que “eles constituem a coletividade dos seres elevados ao estado superior á humanidade vulgar, possuindo dessa forma os mesmos caracteres interiores que lhes permitem reconhecer-se entre si”.8 É, portanto, na esteira do pensamento rosa-cruz que podemos encontrar as sementes da Maçonaria moderna. Ambas são fruto da Reforma religiosa, pois saíram da mesma árvore que procurava integrar a espiritualidade do labor humano na sua luta para ganhar a vida com a ciência que ele adquire na interação do seu pensamento, com a natureza que lhe fornece os meios para esse resultado. A idéia de uma sociedade internacional, circunscrita a alguns homens puros e de bons costumes, ligados pelo amor á virtude e a beleza, transformados por uma prática iniciática, era a proposta dos rosa-cruzes, como se depreende dos textos de seus dois mais importantes manifestos, Ecos da Fraternidade e Confessio Fraternitatis. 9 Essa é, igualmente, a pregação de todos os doutrinadores maçons. A ciência maçônica, tal como a alquimia, também é a ciência das transmutações. Ela permite a transformação do próprio espírito do iniciado no sentido de se atingir uma etapa mais desenvolvida, seja no terreno da moralidade exotérica, seja no domínio da plenitude espiritual, esotérica. Essa transmutação, a nível filosófico, é a mesma experimentada pelo alquimista, na sua busca pela pedra filosofal, ou pelo cientista moderno na sua procura por uma explicação racional dos 6 Especialmente, como bem assinala Scholem, com relação ás ideias de uma nova ordem política e social, marcadas pelo símbolo da utopia, que vários intelectuais renascentistas, como Roger Bacon, Campannela, René Descartes, Jonh Milton, Erasmo de Roterdã, Thomas Mórus e outros, divulgaram em suas obras. Ver, a esse respeito Gershom Scholem, Cabala e Contra História. Ver também, para uma análise interessante dessa influência o já citado Bernard Gorceix, “A “Bíblia dos Rosa-Cruzes. Frances Yates também faz uma interessante incursão nesse processo em sua excelente obra “O Iluminismo Rosa-Cruz”. 7 Vide, a esse respeito, Giordano Bruno e a Tradição Iniciática e O Iluminismo Rosa-Cruz, de Frances Yates, publicados, ambos pela Ed. Cultrix. Na imagem, Francis Bacon, filósofo e alquimista inglês, (1561 — 1626) que é tido como o fundador da ciência moderna. Sua filosofia pregava o exercício da ciência em favor do progresso da humanidade. Sua principal obra filosófica, “Novum Organum” é considerada uma das principais influências para o movimento intelectual que resultou na Maçonaria moderna. Foi participante ativo do movimento Rosa-Cruz. 8 Serge Hutin . História da Alquimia. São Paulo, Cultrix, 1987. 9 Bernard Gorceix- A Bíblia dos Rosa-Cruzes, Ed. Pensamento, 1970
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 21/29 fenômenos da natureza. Como dizem Pawels e Bergier, “estamos numa época em que a ciência, no seu termo máximo, atinge o universo espiritual e transforma o espírito do próprio observador, situando-o num nível diferente do da inteligência cientifica, tornada insuficiente. Aquilo que acontece nos corações dos nossos atomistas é comparável á experiência descrita pelos textos alquímicos e pela tradição rosa-cruz.” 10 Isso é o que os nossos antigos irmãos, que transformaram a Maçonaria dos pedreiros medievais em um movimento filosófico-ativista, estavam esperando que acontecesse no espírito do maçom que realmente compreendesse o valor e a finalidade da sua Arte. Ou seja, se para os alquimistas o corolário da sua obra era a pedra filosofal, para o maçom, a pedra filosofal seria o seu próprio espírito aperfeiçoado e pronto para realizar uma revolução social que transformasse o mundo imperfeito da época (metal impuro) em um mundo perfeito (o ouro alquímico). Em outras palavras, uma alquimia social. A realidade e o sonho Esse era o sonho dos nossos antigos irmãos ao que deram corpo e vida á Maçonaria moderna. Porém, o apelo romântico e esotérico que tanto atraia os espíritos dos nossos antigos irmãos para o exercício de uma alquimia social desapareceu com as exigências do pensamento moderno, que exige mais ação prática no terreno da política, da economia, da sociologia e das ciências que garantem o nosso viver diário. Por isso a arte do maçom, antes umbilicalmente ligada a ideia utópica que ligava a ascese espiritual do antigo construtor de catedrais, com a esperança mística do operador alquímico, transformou-se em uma cadeia difusa (e confusa) de ensinamentos temáticos que buscam fazer do maçom um homem preparado para as exigências da vida moderna. O que nem sempre (e diríamos raramente) é conseguido. Assim é que encontraremos nos modernos rituais maçônicos uma profusão de alusões a padrões culturais antigos e modernos, encadeados, ás vezes, sem método ou direcionamento, mas que sempre podem ser recenseados em momentos importantes da história da humanidade. São resquícios de práticas e ensinamentos que deixaram marcas profundas na psique humana, e que constituem, como dizia Jung, um arsenal de arquétipos, que afinal, são a base do que chamamos de cultura humana. Tais são os conceitos de justiça, fraternidade, igualdade, liberdade, virtude, civismo, filantropia, compromisso e dignidade (masmorras ao vício e templos á virtude), que tanto aparecem nas cartilhas que veiculam o ensinamento maçônico. Padrões esses de interpretação variável ao longo dos tempos, e que são valorados segundo as necessidades e a vontade de quem detém o poder. Uma das funções da Maçonaria seria, portanto, funcionar como um filtro desses valores, conservando o seu padrão de pureza e virtude, o que, infelizmente, nem sempre consegue. Dessa forma, o sonho perde- se na realidade da vida, e o apelo emocional de uma prática que já encantou os espíritos mais nobres acaba se tornando uma tradição vazia de sentido que só continua atraindo pelos ecos de um passado glorioso. Historicamente, portanto, a Maçonaria hoje, nada mais é do que uma emulação do antigo pensamento rosa-cruz, adaptado ás exigências modernas e despido do romantismo e do apelo místico que lhe davam os nossos precursores. Embora alguns maçons ainda estejam imbuídos do velho espírito dos Irmãos da Rosa-Cruz, que acreditavam poder transformar o mundo pela luz dos seus espíritos e pelo poder dos seus conhecimentos, é de se reconhecer que essa virtude, hoje é dificilmente encontrável em nossas Lojas. Mas tudo que um dia existiu pode ser recuperado. Como dizem Pawels e Bergier, quem sabe, um dia chegue um tempo em que os tempos se reencontrem.11 10 O Despertar do Mágicos, pg. 53. 11 Luis Pawels e Jacques Bergier- O Despertar dos Mágicos- Martin Claret- 26º Ed. 2006
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 22/29 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville 26/01/1983 Humânitas Joinville 31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e Fraternidade do Mercosul Ir Hamilton Savi nr. 70 Florianópolis (trabalha no recesso maçônico) 11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans 13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba 17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis 21/02/1983 Lédio Martins São José 21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió 22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau Data Nome da Loja Oriente 11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá 18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau 15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis 21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna 25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau 25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque 7 – Destaques (Resenha Final) Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mêses de janeiro e fevereiro
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 23/29 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis 14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis 25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema 06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes 11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão 29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá Vem aí o IX Chuletão Templário. O evento filantrópico Maçônico Loja “Templários da Nova Era”
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 24/29 Luto na Grande Loja de Santa Catarina Com muita tristeza comunicamos o falecimento, na noite de 6a feira (24) na cidade de Tubarão, do Venerável Mestre Cleide Cedeni Andrade, da Loja União e Verdade, 53 de Florianópolis, jurisdicionada à Grande Loja de Santa Catarina. O Irmão Cleide estava a passeio na cidade de Laguna, sentiu-se mal, teve um infarto, foi levado às pressas para o vizinho oriente de Tubarão, tendo sido submetido a um cateterismo. Sofreu duas paradas cardíacas, foi reanimado na primeira, mas não resistiu. O corpo foi trasladado para Florianópolis, velado na Loja União e Verdade com cerimônia fúnebre maçônica e cremado posteriormente. O JB News solidariza-se com a família enlutada e com a Loja União e Verdade, manifestando seus sentimentos. A Grande Loja de Santa Catarina expediu o Decreto de Luto nr. 065-2014/2017.
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 25/29
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 26/29 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) 26 de fevereiro Bom II O bem nem sempre é demonstrável; ele pode existir sem que seja percebido; nem todo gesto bom reflete bondade; o déspota que distribui alimento aos famintos não está demonstrando qualquer ato de bondade, mas, na realidade, uma atitude despertada por um interesse às vezes escuso, como o de evitar que os famintos se revoltem. A espontaneidade deve fazer parte da bondade; deve haver um impulso vindo da parte íntima do ser que, sem qualquer interesse, o faça bondoso. Se após ouvir uma palavra sobre a bondade, alguém impressionado pratica aos generosos, estes serão de nenhum valor, porque foram provocados por fatores esternos. Maçonicamente, trata-se de uma virtude, e todo maçom tem o dever de cultiva-la a fim de que ela resulte em um ato vindo de seu interior. Ser bom é ser tolerante. Dizia um sábio; "O mal que me fazes não me faz mal; o mal que eu fizer, esse é que me faz mal". Ser bom é cultivar o amor fraternal. É amar o próximo como a si mesmo. Quotidianamente, a Maçonaria induz o maçom à prática do bem como exercício, buscando na espontaneidade todo o amor existente em nós. A bondade é um impulso inicial; as benesses lhe sucedem; isso tudo deve ser zelosamente cultivado. Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 76.
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 27/29 O primeiro niver do Vincent Na tarde deste sábado (25) ainda deu tempo para comemorar em Florianópolis, o primeiro aniversário do neto Vincent Borges. No fechamento desta edição, Vincent e a mãe Carol estavam embarcando para Melbourne (Austrália) cidade natal do menino, onde o papai (Daddy) Jero os aguarda com ansiedade e saudade.
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 28/29 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira escreve aos domingos Queria tanto que ouvisses estes versos meus ! Quantas vezes te pedi para prestar mais atenção nos poemas que escrevi. Sempre foram dedicados a ti ! Leia, em minhas lágrimas, a paixão que senti por ti. Hoje, trago nas lembranças o teu doce sorriso, a ternura do olhar e o carinhoso jeito de me amar... Não abandonas os meus sonhos, nem minhas letras te esquecem. São versos recadeiros, que escrevo o dia inteiro, querendo sempre te falar !
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.341– Florianópolis (SC), domingo, 26 de fevereiro de 2017 - Pág. 29/29 Teus olhos, negros como a noite sem luar, são o endereço do meu pranto, atraído por teu encanto, querendo às lágrimas misturar. Nas madrugadas geladas, e nas noites de trovoadas, apareces sorrindo, comigo a conversar. Sinto falta de ti ! Peço perdão ao Criador e transformo estas letras em oração, para eternizar esta sublime paixão ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis