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 BRESLIN, Samantha; WADHWA, Bimlesh. EnGendering interaction design.
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Interação para Quem? Uma introdução à IHC Feminista

  • 1. Apresentação: Karen Figueiredo (karen@ic.ufmt.br)
  • 2.  O que é IHC? › “A Interação Humano- Computador (IHC) é uma disciplina que diz respeito ao design, avaliação e implementação de sistemas de computação interativos para uso humano em um contexto social e com os estudos dos principais fenômenos que os cercam.” (ACM SIGCHI)
  • 3.  O que é Feminismo? › Movimento social e político organizado – usualmente remetido no ocidente, ao século XIX CANAL VOCÊ É FEMINISTA E NÃO SABE: http://voceefeministaenaosabe .com.br/
  • 4.  Estudos Feministas (1960s-) – Feminismo como disciplina acadêmica › A mulher como produtora e “sujeito” da ciência  Produção do conhecimento - um mundo criado por homens) › História, literatura, geografia,...  Abordagem multidisciplinar › Engloba uma coleção de teorias e métodos interpretativos e analíticos  Especializados em coletar dados do cotidiano  Décadas de estudos de caso e exemplos › Conhecimento + atitude responsável = mudança individual e social, refletindo valores centrais do feminismo: crítica e resistência › Rejeição de pesquisas livres de valores, comprometimento com experiências humanas, comprometimento com gênero
  • 5.  Baixa representatividade feminina na tecnologia e design › Cultura masculina - desenvolvedores e designers são majoritariamente homens, brancos, de classe média  “Virada cultural” da IHC nas últimas décadas, foco central na usabilidade › Universalidade do usuário › Pode ser benéfica, ou reforçar estereótipos  Design para mulheres? “shrink it and pink it” › Homens e mulheres não precisam de tecnologias diferentes
  • 6. “shrink it and pink it”
  • 7.  O que é IHC Feminista? › “É a integração de teorias feministas nas práticas de IHC.” (BARDZELL, 2010)
  • 8.  Como as relações de gênero moldam o uso, a interação e o design de tecnologias?  Como nós podemos resolver questões computacionais reais do mundo sem perpetuamos a marginalização de mulheres ou de quaisquer outros grupos das tecnologias?
  • 9.  Características (BARDZELL, 2010): 1. Pluralismo 2. Participação 3. Ativismo/Defesa 4. Ecologia 5. Corporificação/Personificação 6. Posicionamento
  • 10.  Desnaturalizar convenções normativas sobre “o usuário universal” e trabalhar com a diversidade › Encoraja sensibilidade e abordagem de diferenças culturais em primeiro plano › Buscar novos enquadramentos Sitrans(Paraíba): “Um sistema de leitura de fotos não reconheceu a foto da universitária como legítima para o cadastro. Quando faz o pré-cadastro e quando manda uma foto 3×4 não tem problema, o sistema lê e copia. Mas, o sistema não consegue copiar todas as pessoas que têm esse cabelo (black power) tem que prender o cabelo porque o cabelo produz um efeito diferente na imagem.” http://paraibaonline.net.br/sitrans-foto-de- estudante-foi-rejeitada-por-nao-estar-nos-padroes-do-tac/
  • 11.  Valorizar os processos de participação para criação e avaliação de protótipos de design › Incluir pessoas externas, independente do background, status e conhecimento técnico › Evitar distanciamento pesquisador/a › Propostas inclusivas e colaborativas  Técnicas de Design Participativo para engajar diferentes grupos  Pesquisa Empática com usuários
  • 12.  Buscar soluções de design progressistas › Questionar o estado atual e manter uma postura autocrítica sobre suas próprias posições políticas › Fornecer meios de empoderar pessoas › Tomar cuidado para não perpetuar práticas opressoras
  • 13.  Enfatizar a extensão em que um artefato participa de um conjunto de artefatos, determinando seu significado num ecossistema de artefatos › Produzir tecnologias que incorporam valores femininos, o que é diferente de desenvolver tecnologias para mulheres
  • 14.  IHC tendia a pensar “no usuário descorporificado” – ex.: modelos mentais, teorias de processamento de informações, etc. (-1980s)  Focar em um usuário corporificado e com gênero › Identidade de gênero, sexualidade, prazer e desejo, emoções, etc › “Live body experience”
  • 15.  Deixar os/as usuários/as conscientes sobre as formas em que os sistemas operam e podem afetá-los/las
  • 16.  Não existe um feminismo único e acabado  Feminismo não é (somente) a investigação dos gêneros  Teorias feministas não trabalham somente com pesquisas qualitativas  Feminismo e IHC não estão em conflito
  • 17.  Precisamos refletir quem vem sendo incluído/a e excluído/a por design  Teorias feministas são úteis para ajudar a entender diversos fenômenos tecnológicos atuais  Principais Contribuições: › Críticas às práticas e processos da IHC e suas consequências não intencionais; › Desenvolvimento de técnicas, métodos e produtos.
  • 19.  BARDZELL, Shaowen. Feminist HCI: taking stock and outlining an agenda for design. In: Proceedings of the SIGCHI Conference on Human Factors in Computing Systems. ACM, 2010. p. 1301-1310.  BRESLIN, Samantha; WADHWA, Bimlesh. EnGendering interaction design. In: User Science and Engineering (i-USEr), 2014 3rd International Conference on. IEEE, 2014. p. 292-295.  BARDZELL, Shaowen; BARDZELL, Jeffrey. Towards a feminist HCI methodology: social science, feminism, and HCI. In: Proceedings of the SIGCHI Conference on Human Factors in Computing Systems. ACM, 2011. p. 675-684.  Créditos das Ilustrações: CAPITOLINA