1) O documento discute perspectivas feministas e do comum para a produção e circulação de conhecimento. 2) Aborda temas como bem comum, conhecimento livre, acesso à internet e empoderamento feminino. 3) Defende que a academia, apesar de limitações, pode ser um espaço para produzir e compartilhar conhecimentos de forma a democratizar o acesso.
Uma perspectiva feminista e do comum para a produção e circulação do conhecimento
1. uma perspectiva feminista
e do comum para a
II Seminário de Feminismo do IESP. UERJ. 2016
Bianca Santanabsantana@casperlibero.edu.br
produção e circulação de conhecimento
2. 1. perspectiva feminista
“Feminismo é um movimento para por fim ao sexismo, à
exploração machista e à opressão.”
bell hooks (2010)
“Ponto de partida formado pela luta contra a discriminação sexual
e pelas lutas sobre o trabalho reprodutivo, que é a pedra angular
sobre a qual se constrói a sociedade, e a partir da qual deve ser analisada
toda organização social.”
Silvia Federici (2014)
3. 2. perspectiva do comum
Comum ou commons: recursos
possuídos e compartilhados
por uma comunidade.
5. “ A primeira lição a aprender é o fato de que o bem comum é a
partilhados meios materiais e o mecanismo primordial pelo
qual se criam o interesse coletivo e os laços de apoio mútuo (...)
a produção dos comuns requer antes de tudo uma profunda
transformação do nosso modo de vida cotidiana, com o
objetivo principal de rearticular aquilo que no capitalismo foi
separado pela divisão social do trabalho. A brecha aberta entre
produção, reprodução e consumo nos leva a ignorar em que
condições são produzidas as mercadorias que comemos, vestimos
ou com as quais trabalhamos (...)”
(FEDERICI, 2014, p. 152)
6. “ Em outras palavras, precisamos superar o estado de negação
constante e de irresponsabilidade em relação às
consequências de nossas ações, resultado das estruturas
destrutivas sobre as quais se organiza a divisão social do
trabalho dentro do capitalismo. Sem isto, a produção da
nossa vida se transforma, inevitavelmente,
na produção de morte para outros”
(FEDERICI, 2014, p. 154)
9. “Para mim, essa teoria [feminista] nasce do concreto,
de meus esforços para entender as experiências da vida
cotidiana, de meus esforços para intervir criticamente na
minha vida e na vida de outras pessoas. Isso, para mim, é o
que torna possível a transformação feminista. Se o
testemunho pessoal, a experiência
pessoal, é um caminho tão fértil para a produção de
uma teoria feminista libertadora, é porque geralmente te
constitui a base da nossa teorização.”
(HOOKS, 2013, p. 97)
10.
11.
12.
13. “Não é fácil dar nome a essa dor,teorizar a partir
desse lugar. Sou grata às muitas mulheres e homens
que ousam criar teoria a partir do
lugar da dor e da luta, que expõem
corajosamente suas geridas para nós oferecer sua
experiência como mostra e guia, como meio para
mapear novas jornadas teóricas. O trabalho delas é
libertador.”
(HOOKS, 2013, p. 103)
14. “Quando os acadêmicos de classe trabalhadora ou de
origem trabalhadora partilham suas perspectivas,
subvertem a tendência de enforcar somente os
pensamentos, as.atitudes e as experiências dos
materialmente privilegiados. A pedagogia crítica e a
pedagogia feminista são dois paradigmas de nino que
realmente deram ênfase à questão de
encontrar a própria voz.”
(HOOKS, 2013, p. 246)
15. A academia, com todas as
suas limitações, é um
ambiente de possibilidades
para produzir e circular
conhecimentos.
16. Conhecimento Livre
“ o conhecimento que pode ser adquirido,
interpretado e aplicado livremente, ele
pode ser reformulado de acordo com as
nossas necessidades, e compartilhado com os
outros em benefício da
comunidade.”
23. unas nuevas tecnologías que estan siendo
crecientemente apropiadas por grupos de los
sectores subalternos posibilitandoles una verdera
´revancha sociocultural´, esto es la construcción
de una contrahegemonia a lo largo y
ancho del mundo del mundo.
(Martín-Barbero, 2007)
“
“
24. “O desafio posto é encontrar formas de democratizar o acesso e o
uso pleno da internet para o conjunto das mulheres, tornando-as
potencialmente capazes de se apropriar das novas tecnologias de
informação e comunicação para seu empoderamento
pessoal e sua ação política. É pensar como a visibilidade
no ciberespaço pode ajudar a difundir a ideologia feminista de
transformação social, como a internet pode facilitar e fortalecer a
articulação das mulheres em rede, e como essas ferramentas podem
ser usadas para a ação coletiva, a fim de ajudar a transformar a
vida de todas mulheres.”
(PROVAZI, 2013)
25. “(...)na primeira fase do desenvolvimento capitalista,
as mulheres (...) foram as defensoras mais aguerridas
das culturas comunais ameaçadas pela colonização
europeia.
No Peru, quando os conquistadores passaram a ter o
controle dos povos, as
mulheres escaparam para as montanhas, onde
recriaram modos de vida coletivos que
sobrevivem até hoje. Não é surpreendente que os
ataques mais violentos contra as mulheres na história
mundial tenham sido realizados nos séculos XVI e
XVII: a perseguição das mulheres consideradas
bruxas.”
(FERERICI, 2014)
28. Resistência, para Weitz: “ações desafiantes às
ideologias que embasam a subordinação”.
Independentemente da eficácia das ações, a autora parte do
princípio de que todo pequeno ato pode
pavimentar caminhos para
mudanças sociais.
(WEITZ, 2003)
29. Referências bibliográficas
BENKLER, Yochai. The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom. Yale University
Press, 2006. Disponível em: http://www.benkler.org/Benkler_Wealth_Of_Networks.pdf
FEDERICI, Silvia. O feminismo e as políticas do comum em uma era de acumulação primitiva. In: Moreno, Renata (org).
Feminismo, economia e política: debates para a construção da igualdade e autonomia das mulheres. São Paulo, SOF,
2014. Disponível em: http://www.sof.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Economia-e-poli%CC%81tica-web.pdf
HOOKS, bell. Feminismis for Everybody: passionate politics. Cambridge, MA: South End Press, 2000.
__________. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes,
2013.
MARTÍN-BARBERO, Jesus. Diversidad en convergencia. Brasília, Ministério da Cultura do Brasil. Seminário Internacional
sobre diversidade Cultural, 2007. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/matrizes/article/viewFile/90445/93216
PROVAZI, Bruna. Provazi Barreiros. Estratégias de visibilidade no ciberespaço: análise das Blogueiras Feministas.
Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas e Sociais) - Universidade Federal do ABC, 2013.
WEITZ, Rosie. Women and their hair: seeking power through resistance and accommodation. In: WEITZ, R. The politics
of women’s bodies: sexuality,appearance, and behavior. New York, Oxfod University Press, 2003.