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GIL VICENTE
GIL VICENTE
♦ Não se sabe exatamente
quando e onde Gil Vicente
nasceu. Os poucos indícios
históricos registram seu
nascimento entre 1465 e 1470,
possivelmente em Guimarães,
cidade portuguesa rica em
artistas e artesãos. Foi ai que,
provavelmente, ele aprendeu o
ofício de ourives.
GIL VICENTE
♦ Gil Vicente viveu a maior parte
de sua vida em Lisboa, centro
comercial e cultural de
Portugal. De origem popular,
não se sabe onde adquiriu a
vasta e diferenciada cultura que
marcou sua obra – todas, ou
quase todas, afirmações sobre
a vida do dramaturgo são
suposições.
O teatro de Gil Vicente
♦ Em Portugal, o grande nome do
teatro no Humanismo (Século
XVI) é Gil Vicente. Em 71 anos
de vida, estima-se que tenha
escrito cerca de 44 peças.
Escrita em 1502, sua primeira
peça foi o Auto da visitação, em
homenagem à rainha D. Maria
pelo nascimento de seu filho, o
futuro rei D. João III.
O teatro de Gil Vicente
♦ A obra de Gil Vicente não
seguiu um padrão determinado.
Não há sinal de que conhecesse
o drama grego e não há registro
histórico de um teatro leigo
português pré-vicentino. Gil
Vicente é, portanto,
considerado o criador do teatro
em Portugal.
Teatro, crítica e humor
♦ Rico e variado, o teatro de Gil
Vicente compõe um painel da
época e do mundo em que
viveu, fazendo uma dramaturgia
crítica, ao mesmo tempo
satírica e moralizante. Ou seja,
as peças de Gil Vicente têm
caráter moralizante e procuram
tematizar os comportamentos
condenáveis e enaltecer as
virtudes.
Teatro, crítica e humor
♦ A religião católica é tomada
como referência para a
identificação das virtudes e dos
erros humanos. Mas, embora
critique o comportamento
mundano de membros da Igreja,
a formação medieval faz com
que as críticas de Gil Vicente
sejam sempre voltadas para os
indivíduos, jamais para as
instituições religiosas.
Teatro, crítica e humor
♦ Crítico mordaz, Gil Vicente não
se curvou ao seu tempo.
Bombardeou praticamente
todos os setores da sociedade,
poupando apenas as abstratas
noções de instituição. Criticou a
hipocrisia do clero, em nome da
fé cristã. Desbancou a tirania
da nobreza, em nome da justiça
social. Condenou a corrupção
dos burocrata, em defesa do
bem público.
Teatro, crítica e humor
♦ Gil Vicente foi um dramaturgo
privilegiado. Desenvolveu sua
arte com liberdade, sem se
preocupar com a sobrevivência
diária. Viveu com certa
tranqüilidade, protegido e
incentivado sob o regime de
mecenato pelas Cortes dos reis
de Portugal.
Teatro, crítica e humor
♦ Sem fazer distinção entre os
segmentos da sociedade, o
teatro vicentino coloca no
centro da cena erros de ricos e
pobres, nobres e plebeus. O
autor denuncia os exploradores
do povo, como o fidalgo, o
sapateiro e o agiota do Auto da
barca do inferno; ridiculariza os
velhos que se interessam por
mulheres mais jovens, na farsa
O velho da horta.
Teatro, crítica e humor
♦ Enfim, o teatro vicentino traça
um quadro animado da
sociedade portuguesa do século
XVI, procurando sempre, além
de divertir, estimular um
comportamento virtuoso.
Teatro, crítica e humor
♦ O objetivo do teatro crítico e
moralizante de Gil Vicente era
demonstrar como o ser humano
– independente de classe social,
raça, sexo ou religião – é
egoísta, falso, mentiroso,
orgulhoso e frágil diante dos
apelos da carne e do dinheiro.
Teatro, crítica e humor
♦ Um recurso muito explorado por
Gil Vicente é o uso de alegorias,
ou seja, de representações , por
meio de personagens ou
objetos, de idéias abstratas,
geralmente relacionadas aos
vícios e virtudes humanas.
As alegorias no teatro
vicentino
♦ As alegorias facilitam o
reconhecimento, por parte da
platéia, do vício ou da virtude a
que o texto quer fazer
referência. Assim, no Auto da
barca do inferno, o agiota traz
consigo uma bolsa cheia de
moedas que representa,
alegoricamente, a sua
ganância.
Um teatro poético
♦ A linguagem da obra vicentina
apresenta uma fusão do teatro
com a poesia. Seus
personagens expressam-se em
versos. O padrão é a redondilha
maior, verso (7 sílabas) típico
de sua época. Sua rede textual
é formada, ainda, por
metáforas, trocadilhos, ironias,
rimas e metrificação
tradicionais.
Temas sacros e profanos
♦ O teatro de Gil Vicente reflete
tanto os costumes da época,
como na Farsa de Inês Pereira;
quanto o religioso alegórico,
como no Auto da Barca do
Inferno. Essa divisão
caracteriza a idéia de um
mundo em transição, própria do
período Humanista, pois é
centrada ora no homem, ora na
religião (Idade Média X
Renascimento).
A obra de Gil Vicente
♦ AUTOS PASTORIS (ÉCLOGAS):
Gênero a que pertence algumas
das primeiras obras do autor.
Algumas dessas peças têm
caráter religioso, como o Auto
pastoril português; outras,
profano, como o Auto pastoril
da serra da Estrela.
A obra de Gil Vicente
♦ AUTOS DE MORALIDADE:
♦ Gênero em que Gil Vicente se
celebrizou. Suas peças mais
conhecidas são autos de
moralidade, como é o caso da
Trilogia das barcas (Auto da
barca do inferno, Auto da barca
do purgatório e Auto da barca
da glória) e do Auto da alma.
A obra de Gil Vicente
♦ FARSAS:
♦ Peças de caráter crítico,
utilizam como personagens
tipos populares e desenvolvem-
se em torno de problemas da
sociedade. As mais populares
são a Farsa de Inês Pereira e a
Farsa do velho da horta.
OS COSTUMES
♦ Preocupado com a correção dos
costumes, Gil Vicente adotava
como lema uma famosa frase de
Plauto, dramaturgo latino:
“rindo, corrigem-se os
costumes”.
OS COSTUMES
♦ Gil Vicente escolhia como
argumento para uma peça uma
situação facilmente
reconhecida pela platéia, como
a do velho que se apaixona por
uma mulher muito jovem (O
velho da horta), para
ridicularizar o comportamento
condenado pelos valores da
época.
TEATRO EDUCATIVO
♦ O riso desencadeado pelas
cenas revelava que o público
identificava e censurava uma
conduta socialmente
inadequada. Assim, ao mesmo
tempo que as peças vicentinas
divertiam a nobreza, também
contribuíam para educá-la.
O Auto da barca do inferno
O Auto da barca do inferno
♦ No Auto da barca do inferno,
percebemos uma galeria de
tipos humanos satirizados por
Gil Vicente. Esses tipos são
passageiros de duas barcas:
uma delas é comandada pelo
Diabo, e a outra, por um Anjo.
Os passageiros, que estão
mortos, são submetidos a um
interrogatório, após o qual
embarcarão rumo ao Inferno ou
ao Paraíso (simulando o Juízo
Final).
O Auto da barca do inferno
♦ A maioria deles, condenada por
seu comportamento, vai para a
barca do Diabo, superlotando-a.
São eles: um fidalgo, um
sapateiro, uma alcoviteira, um
padre e sua amante, um judeu,
um enforcado, um agiota, um
corregedor e um procurador.
O Auto da barca do Inferno
♦ Apenas cinco passageiros – um
parvo (indivíduo tolo, simplório)
e quatro cavaleiros
(representando um único tipo) –
embarcam em companhia do
Anjo. O parvo foi aceito pelo
Anjo porque, se pecou em vida,
o fez sem consciência, sem
maldade. Já os quatro
cavaleiros irão para o Paraíso
porque morreram “pelejando por
Cristo”.
A farsa de Inês Pereira
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♦ O tema da Farsa de Inês Pereira
é dado pelo seguinte provérbio:
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que cavalo que me derrube”. A
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sonha com um marido
“discreto”. Repele Pêro
Marques, filho dum camponês
rico, e casa com um escudeiro
pobre, mas pretensioso, que a
maltrata.
A farsa de Inês Pereira
♦ O marido, porém, morre na
África, e Inês, ensinada desta
vez pela dura experiência,
desposa Pêro Marques e
depressa aceita a corte dum
falso ermitão (monge). Para
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Teatro de Gil Vicente

  • 2. GIL VICENTE ♦ Não se sabe exatamente quando e onde Gil Vicente nasceu. Os poucos indícios históricos registram seu nascimento entre 1465 e 1470, possivelmente em Guimarães, cidade portuguesa rica em artistas e artesãos. Foi ai que, provavelmente, ele aprendeu o ofício de ourives.
  • 3. GIL VICENTE ♦ Gil Vicente viveu a maior parte de sua vida em Lisboa, centro comercial e cultural de Portugal. De origem popular, não se sabe onde adquiriu a vasta e diferenciada cultura que marcou sua obra – todas, ou quase todas, afirmações sobre a vida do dramaturgo são suposições.
  • 4. O teatro de Gil Vicente ♦ Em Portugal, o grande nome do teatro no Humanismo (Século XVI) é Gil Vicente. Em 71 anos de vida, estima-se que tenha escrito cerca de 44 peças. Escrita em 1502, sua primeira peça foi o Auto da visitação, em homenagem à rainha D. Maria pelo nascimento de seu filho, o futuro rei D. João III.
  • 5. O teatro de Gil Vicente ♦ A obra de Gil Vicente não seguiu um padrão determinado. Não há sinal de que conhecesse o drama grego e não há registro histórico de um teatro leigo português pré-vicentino. Gil Vicente é, portanto, considerado o criador do teatro em Portugal.
  • 6. Teatro, crítica e humor ♦ Rico e variado, o teatro de Gil Vicente compõe um painel da época e do mundo em que viveu, fazendo uma dramaturgia crítica, ao mesmo tempo satírica e moralizante. Ou seja, as peças de Gil Vicente têm caráter moralizante e procuram tematizar os comportamentos condenáveis e enaltecer as virtudes.
  • 7. Teatro, crítica e humor ♦ A religião católica é tomada como referência para a identificação das virtudes e dos erros humanos. Mas, embora critique o comportamento mundano de membros da Igreja, a formação medieval faz com que as críticas de Gil Vicente sejam sempre voltadas para os indivíduos, jamais para as instituições religiosas.
  • 8. Teatro, crítica e humor ♦ Crítico mordaz, Gil Vicente não se curvou ao seu tempo. Bombardeou praticamente todos os setores da sociedade, poupando apenas as abstratas noções de instituição. Criticou a hipocrisia do clero, em nome da fé cristã. Desbancou a tirania da nobreza, em nome da justiça social. Condenou a corrupção dos burocrata, em defesa do bem público.
  • 9. Teatro, crítica e humor ♦ Gil Vicente foi um dramaturgo privilegiado. Desenvolveu sua arte com liberdade, sem se preocupar com a sobrevivência diária. Viveu com certa tranqüilidade, protegido e incentivado sob o regime de mecenato pelas Cortes dos reis de Portugal.
  • 10. Teatro, crítica e humor ♦ Sem fazer distinção entre os segmentos da sociedade, o teatro vicentino coloca no centro da cena erros de ricos e pobres, nobres e plebeus. O autor denuncia os exploradores do povo, como o fidalgo, o sapateiro e o agiota do Auto da barca do inferno; ridiculariza os velhos que se interessam por mulheres mais jovens, na farsa O velho da horta.
  • 11. Teatro, crítica e humor ♦ Enfim, o teatro vicentino traça um quadro animado da sociedade portuguesa do século XVI, procurando sempre, além de divertir, estimular um comportamento virtuoso.
  • 12. Teatro, crítica e humor ♦ O objetivo do teatro crítico e moralizante de Gil Vicente era demonstrar como o ser humano – independente de classe social, raça, sexo ou religião – é egoísta, falso, mentiroso, orgulhoso e frágil diante dos apelos da carne e do dinheiro.
  • 13. Teatro, crítica e humor ♦ Um recurso muito explorado por Gil Vicente é o uso de alegorias, ou seja, de representações , por meio de personagens ou objetos, de idéias abstratas, geralmente relacionadas aos vícios e virtudes humanas.
  • 14. As alegorias no teatro vicentino ♦ As alegorias facilitam o reconhecimento, por parte da platéia, do vício ou da virtude a que o texto quer fazer referência. Assim, no Auto da barca do inferno, o agiota traz consigo uma bolsa cheia de moedas que representa, alegoricamente, a sua ganância.
  • 15. Um teatro poético ♦ A linguagem da obra vicentina apresenta uma fusão do teatro com a poesia. Seus personagens expressam-se em versos. O padrão é a redondilha maior, verso (7 sílabas) típico de sua época. Sua rede textual é formada, ainda, por metáforas, trocadilhos, ironias, rimas e metrificação tradicionais.
  • 16. Temas sacros e profanos ♦ O teatro de Gil Vicente reflete tanto os costumes da época, como na Farsa de Inês Pereira; quanto o religioso alegórico, como no Auto da Barca do Inferno. Essa divisão caracteriza a idéia de um mundo em transição, própria do período Humanista, pois é centrada ora no homem, ora na religião (Idade Média X Renascimento).
  • 17. A obra de Gil Vicente ♦ AUTOS PASTORIS (ÉCLOGAS): Gênero a que pertence algumas das primeiras obras do autor. Algumas dessas peças têm caráter religioso, como o Auto pastoril português; outras, profano, como o Auto pastoril da serra da Estrela.
  • 18. A obra de Gil Vicente ♦ AUTOS DE MORALIDADE: ♦ Gênero em que Gil Vicente se celebrizou. Suas peças mais conhecidas são autos de moralidade, como é o caso da Trilogia das barcas (Auto da barca do inferno, Auto da barca do purgatório e Auto da barca da glória) e do Auto da alma.
  • 19. A obra de Gil Vicente ♦ FARSAS: ♦ Peças de caráter crítico, utilizam como personagens tipos populares e desenvolvem- se em torno de problemas da sociedade. As mais populares são a Farsa de Inês Pereira e a Farsa do velho da horta.
  • 20. OS COSTUMES ♦ Preocupado com a correção dos costumes, Gil Vicente adotava como lema uma famosa frase de Plauto, dramaturgo latino: “rindo, corrigem-se os costumes”.
  • 21. OS COSTUMES ♦ Gil Vicente escolhia como argumento para uma peça uma situação facilmente reconhecida pela platéia, como a do velho que se apaixona por uma mulher muito jovem (O velho da horta), para ridicularizar o comportamento condenado pelos valores da época.
  • 22. TEATRO EDUCATIVO ♦ O riso desencadeado pelas cenas revelava que o público identificava e censurava uma conduta socialmente inadequada. Assim, ao mesmo tempo que as peças vicentinas divertiam a nobreza, também contribuíam para educá-la.
  • 23. O Auto da barca do inferno
  • 24. O Auto da barca do inferno ♦ No Auto da barca do inferno, percebemos uma galeria de tipos humanos satirizados por Gil Vicente. Esses tipos são passageiros de duas barcas: uma delas é comandada pelo Diabo, e a outra, por um Anjo. Os passageiros, que estão mortos, são submetidos a um interrogatório, após o qual embarcarão rumo ao Inferno ou ao Paraíso (simulando o Juízo Final).
  • 25. O Auto da barca do inferno ♦ A maioria deles, condenada por seu comportamento, vai para a barca do Diabo, superlotando-a. São eles: um fidalgo, um sapateiro, uma alcoviteira, um padre e sua amante, um judeu, um enforcado, um agiota, um corregedor e um procurador.
  • 26. O Auto da barca do Inferno ♦ Apenas cinco passageiros – um parvo (indivíduo tolo, simplório) e quatro cavaleiros (representando um único tipo) – embarcam em companhia do Anjo. O parvo foi aceito pelo Anjo porque, se pecou em vida, o fez sem consciência, sem maldade. Já os quatro cavaleiros irão para o Paraíso porque morreram “pelejando por Cristo”.
  • 27. A farsa de Inês Pereira
  • 28. A farsa de Inês Pereira ♦ O tema da Farsa de Inês Pereira é dado pelo seguinte provérbio: “Mais quero asno que me leve, que cavalo que me derrube”. A heroína, Inês Pereira, embora pertença à classe popular, sonha com um marido “discreto”. Repele Pêro Marques, filho dum camponês rico, e casa com um escudeiro pobre, mas pretensioso, que a maltrata.
  • 29. A farsa de Inês Pereira ♦ O marido, porém, morre na África, e Inês, ensinada desta vez pela dura experiência, desposa Pêro Marques e depressa aceita a corte dum falso ermitão (monge). Para cúmulo do embuste, é o novo marido que a leva ao eremitério e atravessa um rio com ela às costas.