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Geografia na Educação Infantil e
séries iniciais do Ensino
Fundamental
Éderson Dias de Oliveira
ALMEIDA, Rosângela Doin de. PASSINI, Elza Yasuko.
O espaço geográfico: ensino e representação. 12 ed.
São Paulo: Contexto, 2002.
 A Geografia é a ciência que
estuda o conjunto de
fenômenos naturais e
humanos, os quais são
aspectos da superfície
da Terra, considerada na
sua distribuição e relações
recíprocas.
A Criança e as Relações Espaciais
 Evolução da noção de espaço: desde o nascimento a criança
delineia impressões e percepções referentes ao espaço, as
quais desenvolvem-se através de sua interação com o meio.
 Ou seja, a noção de espaço desenvolve-se antes mesmo da
escolarização;
• A psicogênese da noção de espaço passa por níveis próprios
da evolução geral da criança na construção do conhecimento:
vivido ao percebido e deste ao concebido.
• ESPAÇO VIVIDO (até cerca de 2 anos) refere-se ao espaço
físico, vivenciando através do movimento e do deslocamento.
• É apreendido pela criança através de brincadeiras, ao
percorrer, delimitar e organizar o espaço segundo seus
interesses.
• Nesse há a necessidade de
experimentar fisicamente;
• Daí a importância de exercícios
rítmicos e psicomotores para
que explore com o corpo as
dimensões e relações espaciais.
• Inicialmente, o espaço é quase incompreensível ocorrendo a
sua conquista de forma gradativa, à medida que a percepção
espacial avança qualitativamente – esquecimento da memória;
• Até os 2 anos, o espaço é entendido como o espaço vivido, da
ação, construído, a partir do contato com ele, pelo caminhar,
engatinhar, pelas relações de proximidade e distância.
• Sendo assim, a
consciência do
corpo, dada a partir
da comunicação
consigo mesmo, é a
base cognitiva que
se dá a exploração
do espaço.
• Trabalhos com
recortes texturais;
• Em seguida, a criança apreende o ESPAÇO PERCEBIDO, onde
já não precisa experimentá-lo fisicamente.
• Essa (após os 6 anos) é capaz de lembrar-se do percurso da
casa à escola, o que não se dava antes, pois era necessário
percorrê-lo para identificar o trajeto.
• Ao observar uma foto, já
é capaz de distinguir as
distâncias e a localização
dos objetos.
• Antes só era capaz de
perceber o “aqui”; depois
atinge também o “acolá”.
• Há a ampliação do campo
empírico quanto a análise
do espaço.
• “Pode-se dizer que neste momento inicia-se para ela o estudo
da Geografia.
• Por isso, nas séries iniciais, deve-se preocupar em propor
atividades que potencialize o desenvolvimento de conceitos e
noções, mais do que um conteúdo sistemático;
• Por fim, a criança começa a compreender o ESPAÇO
CONCEBIDO (11 a 12 anos), isto é, torna-se capaz de
raciocinar sobre uma área retratada em um mapa, sem tê-la
visto antes.
• Nisso, é importante que o professor proponha atividades que
auxiliem no desenvolvimento das noções espaciais.
• Daí a importância da
escola não trabalhar
com a representação
do espaço de modo
abstrato ou como um
conhecimento pronto e
acabado.
• Ex; caça-tesouro;
A Tomada de Consciência do Espaço
Corporal
• A exploração do espaço ocorre a partir
do nascimento, nas experiência do
entorno;
• Ao ser tocada, segurada no colo, ao sugar
o leite, se inicia o processo de
aprendizagem do espaço;
• Em sua memória são registrado os
referenciais de lado e das partes do
corpo, que serão a base das referencia
espaciais;
• Na conscientização do espaço ocupado
pelo corpo há dois aspectos essenciais: o
esquema corporal e a lateralidade;
• O ESQUEMA CORPORAL é a
base cognitiva sobre a qual se
delineia a exploração do
espaço;
• Este depende das funções
motoras e da percepção do
espaço imediato;
• A consciência do corpo, seus
movimentos e posturas amplia-
se lentamente, obtendo maior
domínio do espaço;
• Quando consegue sentar, o
bebê aumento o campo de
visão e a percepção da posição
de objetos e deslocamento;
• Num processo contínuo, o bebê
conquista cada vez maior domínio
sobre o espaço: rolar, engatinha
até andar;
• Pode-se virar numa amplitude de
180º e pegar objetos próximo;
• Por isso, não é ideal colocar a
criança em chiqueirinhos ou
andadores;
• Deve-se propiciar um ambiente
seguro e estimulador, com
possibilidades de agir e descobrir
seu ambiente;
• Ao ingressar na Educação Infantil, a criança deve apropriar-
se do espaço por meio das vivências estabelecidas.
• Andar, correr, pular, saltar, escorregar, subir, descer,
empurrar, puxar, deitar, sentar, cair, dançar..., tudo isso é
fundamental para o seu desenvolvimento.
• A vida nas instituições de
Educação Infantil é marcada
pelo movimento, que
possibilita a interação com o
mundo;
• É uma forma de linguagem,
para explorar e conhecer o
mundo e o próprio corpo, seus
limites e possibilidades.
• Porém, há escolas que não permite que as crianças se
movimentem, sendo estas “engessados” nas cadeiras, o que
dificulta a apropriação do espaço por meio do seu corpo.
• Essa postura desconsidera que o sistema sensório-motor
exerce uma grande importância na organização psicológica do
espaço.
• A consciência do corpo e de
seus movimentos se
desenvolve de maneira lenta,
perdurando até a
adolescência.
• Nesse sentido, a escola tem
o dever de possibilitar que o
aluno desenvolva essa
consciência.
• Para Piaget, a criança constrói seu conhecimento tendo
experiências com os objetos sem formar conceitos sobre
estes, que ocorrerão mais tarde.
• Na experiência física, a criança conhece propriedades
materiais que podem ser notadas através da observação e do
tato.
• O primeiro espaço que a
criança vivencia é
“postural e orgânico”, ou
seja, o corpo é o seu
movimento.
• As crianças preferem
brincadeira que limitam
parte do pátio da escola,
pois não conseguem ocupar
um espaço tão grande;
• Assim as relações topológicas vêm em primeiro lugar, seguidas
das relações projetivas e euclidianas, e progressivamente
admitindo ações com grau de complexidade cada vez maior.
• O mesmo acontece
quando recebe uma
folha, limitando-se a
usar apenas uma de
suas partes;
• Na verdade, não
conseguem concebê-lo
para poderem
organizá-lo, sendo o
espaço um mundo
quase impenetrável,
ocorrendo sua
conquista aos poucos.
• Outro aspecto importante na organização espacial refere-se
ao predomínio de um lado do corpo, que é a base do espaço
percebido – LATERIZAÇÃO;
• A análise do espaço,
deve ser iniciada
primeiramente com
o corpo, em seguida
apenas com os olhos
e finalmente com a
mente;
• Nessa, ela consegue
transferir para
outros objetos as
posições ligadas à
lateralidade
(esquerda e direita);
• A partir dos 5 anos a criança toma gradativamente
consciência do seu corpo com suas distintas partes,
identificando-as;
• Nisso, é preciso, que o professor ajude na tomada de
consciência de seu predomínio para direita/esquerda;
• Assim emerge a possibilidade de projetar para os objetos e
outras pessoas o que já havia comprovado em si mesma.
• Nisso se potencializa de
trabalhos futuros com
referenciais de orientação
como os movimentos
terrestres e as direções
cardeais.
Relações Espaciais Topológicas Elementares
• São as relações espaciais estabelecidas no
espaço próximo, que usam referenciais
elementares como: dentro, fora, ao lado, na
frente, atrás, perto, longe, etc.
• As relações topológicas começam no nascimento e são a base
para as relações espaciais mais complexas posteriores,
partindo dela para o seu entorno.
• Daí é possível abordar questões mais amplas envolvendo a
classe, os ambientes da escola e o bairro.
• Tais relações estão presentes nas tarefas mais simples do
dia-a-dia como, no deslocamento de um local a outro ou mesmo
quando se busca a localização de objetos.
• No plano perceptivo (espaço percebido), as relações espaciais
se processam na seguinte ordem: de vizinhança; separação;
ordem; envolvimento; continuidade;
• A relação de VIZINHANÇA corresponde aquela em que os
objetos são percebidos no mesmo plano, próximos, contíguos;
Ex; o quadro ao lado da porta – sala ao lado do pátio;
• Ao considerar a vizinhança, a criança
percebe que os objetos vizinhos tem
SEPARAÇÃO, isto é, não são unidos.
• Nisso nota que os objetos próximos
em um mesmo plano estão separados;
• Ex. a porta e o quadro podem estar
na mesma parede, porém são
separadas, há uma parte entre elas;
• Ex. em 2 dimensões
podemos elencar a
sequência de
cartazes, desenhos
e trabalhos posto na
parede da sala;
• Ex. em três
dimensões podemos
elencar a sequência
das carteiras da
sala de aula;
• A ideia anterior implica a relação de ORDEM ou de sucessão,
onde há, primeiro o quadro, no meio a parede e depois a porta;
• A percepção de cada elemento e sua relação com os demais
leva à relação de ENVOLVIMENTO, que pode ser percebida
em uma, duas ou três dimensões;
• Apesar de não proporcionar uma localização exata, as noções
topológicas são usadas para a localização relativa que tem o
corpo como referencial.
• Esses sistemas simples de localização fazem parte do
esquema de localização cotidiano de qualquer cidadão.
• A localização geográfica constrói-se à medida que o sujeito se
torna capaz de estabelecer relações:
• Nesses espaços exemplificados,
se nota a sequência de pontos, ou
seja, em CONTINUIDADE, pois
o espaço é contínuo, sendo
impossível a ausência de espaço;
• As localizações são, portanto,
contínuas, e o espaço forma um
todo;
 de vizinhança (o
que está ao lado);
 separação
(fronteira);
 ordem (o que vem
antes e depois);
 envolvimento (o
espaço que está
em torno) e;
 continuidade (a que recorte do espaço a área considerada
corresponde) entre os elementos a serem localizados.
• Por isso é difícil, realizar um estudo geográfico de áreas
isoladas, descontextualizadas;
Relações espaciais topológicas: orientação e localização
• A ideia de que a localização está relacionada com os pontos
cardeais (N; S; L; O) é um equívoco, pois outras noções
prévias estão envolvidas no processo de localização.
• As noções iniciais de localização vêm com a construção das
noções topológicas elementares, que não são muitas vezes
levadas em conta no sentido da localização.
• Inicialmente, o corpo
é usado como meio
para orientar-se no
espaço, sendo este
determinante para os
referenciais de
localização.
• O corpo atua sobre o meio permitindo um certo domínio
espacial pela ação e pelo movimento.
• Vencendo a etapa das construções topológicas, a localização
começa a basear-se em esquemas projetivos.
• O principal esquema é o da lateralidade, no qual os sujeitos
trabalham com referências do corpo, para estabelecer a
localização.
• Muitas vezes na
construção de mapas
mentais utilizamos a
lateralidade como
referência, que
potencializa os
estudos da rosa-
dos-ventos e seus
pontos.
DESCENTRALIZAÇÃO ESPACIAL
• Para Piaget, o pensamento intuito, característico da criança
entre 4 e 7 anos, assenta-se sobre aquilo que ela percebe;
• Na construção da noção do espaço é através desse processo
que começa a dar conta que o juízo que faz da localização dos
objetos pela sua referência não condiz com a realidade;
• A criança que partia do uso
do corpo como referência
espacial, começa a perceber
que outros referenciais
podem ser usados;
• Ex. percebe que a mesa pode
estar perto de si e ao mesmo
tempo longe de seu colega;
• Passa então a situar objetos a partir
das relações espaciais entre eles,
sendo esse processo chamado de
DESCENTRALIZAÇÃO;
• Esse consiste na passagem do
egocentrismo infantil para um objetivo
mais realista;
• A partir de um centro no espaço
(Hannoun, 1977), usa conceitos na
descentralização da organização
espacial que são: Lateralidade,
Profundidade e Anterioridade;
• Lateralidade: corresponde à noção e
direita e esquerda que uma pessoa
desenvolver para orientar-se (a
direita de, à esquerda de).
• Anterioridade: corresponde à noção de ordem e sucessão de
objetos no espaço, a partir de um determinado ponto de vista
(antes de, depois de, entre, a frente de).
• Profundidade:
corresponde à
noção de
posição com
relação à
variação na
vertical (em
cima, no alto,
em cima de,
sobre; abaixo
de, o fundo
de, debaixo
de).
• As relações espaciais
organizam-se a partir do
esquema corporal com base em
um eixo bipolar e
tridimensional;
• No processo de descentralização, se
projeta esse eixo nos objetos para
localizá-los, assumindo a postura de
observador;
• Essa passagem é feita
gradativamente, à medida que
percebe que os objetos possuem
partes e lados, os quais servem como
referenciais;
Etapas da representação espacial
infantil
• Para Matias (2006), no processo de
representação espacial pela criança
observa-se quatro fases: garatujas,
incapacidade sintética, realismo
intelectual e realismo visual.
• As GARATUJAS (0 à 3 anos) constituem
um tipo de desenho baseado em rabiscos.
• Para entendê-las é necessário perguntar
à criança que desenhou, o que ela deseja
expressar através deste.
• Ela não consegue fechar uma linha para
construir uma figura, pois não possui a
noção de limite e fronteira.
• A INCAPACIDADE
SINTÉTICA (3-4 anos) é uma
fase da representação em que
percebemos o início do
estabelecimento, das relações
topológicas mais elementares,
como vizinhança e separação,
mas às vezes nem isso
acontece.
• Nessa etapa a representação
do espaço negligencia as
relações euclidianas
(proporções e distâncias) e as
projetivas (perspectivas com
projeções e secções).
• Na fase do REALISMO INTELECTUAL (5 à 7 anos), a
criança desenha aquilo que vê, ou que sabe que existe, seja,
“tudo que está ali”.
• Nessa etapa as relações topológicas já aparecem com mais
constância e as projetivas e euclidianas começam a se
manifestar.
• Observa-se que esse é um estágio de representação mais
avançado, contudo não se detectam ainda a coordenação
perspectiva de conjunto, a compreensão das proporções e os
sistemas de coordenadas.
• Por sua vez, no REALISMO VISUAL (8-9 anos), as relações
projetivas e euclidianas estão sendo consolidadas.
• Nessa fase, a criança irá desenhar somente aquilo que vê e
não aquilo que ela sabe que existe.
• Ex. na representação de uma cadeira em perspectiva,
dependendo do seu ponto de vista, ela irá desenhar dois pés
do objeto e não quatro.
• Nessa fase, a
criança começa
a trabalhar
com o espaço
percebido, o
qual é mais
complexo que o
vivido.
• Completada a fase do realismo visual, a criança já consegue
desenvolver representações mais complexas que fazem parte
do seu espaço concebido.
• Também passam a entender/construir documentos cartográ-
ficos, pois possuem estruturas mentais para trabalhar com
símbolos, ícones e legendas.
• Podem, também interpretar uma
área cartografada mesmo sem
conhecê-la.
Mapeamento do corpo: iniciação cartográfica da criança na
educação infantil
• A finalidade do mapa do corpo é, que por meio da projeção de
seu corpo no plano, o aluno obtenha a sua representação em
tamanho real, com a identificação de seus lados.
• Nesta atividade tem início a passagem do espaço perceptivo
para o espaço intelectual.
• O trabalho de ensino e
aprendizagem sobre a
representação e a
localização se inicia no
espaço próximo da criança
e, dele, parte para o
distante.
• A criança antes de ser leitora de mapas, deverá agir como
mapeadora do seu espaço conhecido (corpo) para
compreender e representar o espaço.
• Para realizar essa
atividade, pode-se
utilizar - folha de papel
madeira, caneta
hidrocor e lápis colorido.
• Com vistas a introduzir a
atividade, pode-se
realizar o momento da
rodinha, no qual se
cantam músicas e
conversar sobre as
atividades a serem
realizadas.
eu conheço um jacaré
que gosta de comer
escondam seus olhinhos
senão o jacaré
come seus olhinhos e o
dedão do pé
eu conheço um jacaré
que gosta de comer
escondam suas orelhas
senão o jacaré
come suas orelhas e o
dedão do pé ...
• Dentre as músicas, é preferível aquelas que remetam a partes
do corpo, onde ao cantá-la, deve-se fazer gestos para
acompanhar a letra;
Jacaré
• A letra da música, desperta o autoconhecimento nas crianças
dos seus corpos e contribui para a sua iniciação cartográfica.
• Tal atividade é essencial para o trabalho com a lateralidade,
condição para a descentralização na localização dos objetos
no espaço, usando referenciais fora do seu corpo.
Exemplo de atividade
• Com uma criança deitada
sobre uma folha de
papel, risca-se seu
contorno.
• Nisso as crianças devem
ser questionadas sobre
o que estava faltando no
mapa para que o desenho
se torne parecido com o
corpo de uma pessoa.
• Após alguns momentos de observação, elas
notam a ausência do olho, da boca etc.,
sendo que cada uma preenche o contorno
com os detalhes faltantes.
• Nessa ocasião, pode-se questionar:
quantos olhos temos?; onde eles ficam?; e
o nariz?; temos quantas bocas?; o que
temos sobre nossa cabeça?; o que temos
nos dedos?; e o umbigo?.
• Também deve-se trabalhar as noções de frente/atrás,
esquerda/direita e em cima/em baixo, tomando como ponto de
partida o corpo da criança e o mapa confeccionado na aula;
• No cotidiano a localização dos objetos no espaço é definida a
partir do seu próprio referencial (o seu corpo).
• Para a criança os objetos e o espaço que eles ocupam são
indissociáveis, sendo que ela percebe o todo e não cada parte
distintamente.
• Por esse motivo, até aos 6
anos, a localização e o
deslocamento de
elementos são definidos a
partir de referenciais de
sua própria posição.
• Por fim, o trabalho com o mapa do corpo possibilita que a
criança seja inserida no processo de iniciação cartográfica -
relações espaciais topológicas.
• Essa orientação com o mapa do corpo contribui para a
compreensão posterior dos pontos cardeais, para a elaboração
das noções de distância e o futuro entendimento do mapa.
• O mapa do corpo pode ficar
exposto na sala e sempre que
trabalhar com a lateralidade,
pode-se explorar o mapa
confeccionado pelas crianças.
• A análise do espaço e sua
representação, se inicia primeiro
com o corpo, para depois explorar
a mente.

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Geografianaeducaoinfantil 150507171024-lva1-app6891 (1)

  • 1. Geografia na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental Éderson Dias de Oliveira ALMEIDA, Rosângela Doin de. PASSINI, Elza Yasuko. O espaço geográfico: ensino e representação. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2002.
  • 2.  A Geografia é a ciência que estuda o conjunto de fenômenos naturais e humanos, os quais são aspectos da superfície da Terra, considerada na sua distribuição e relações recíprocas. A Criança e as Relações Espaciais  Evolução da noção de espaço: desde o nascimento a criança delineia impressões e percepções referentes ao espaço, as quais desenvolvem-se através de sua interação com o meio.  Ou seja, a noção de espaço desenvolve-se antes mesmo da escolarização;
  • 3. • A psicogênese da noção de espaço passa por níveis próprios da evolução geral da criança na construção do conhecimento: vivido ao percebido e deste ao concebido. • ESPAÇO VIVIDO (até cerca de 2 anos) refere-se ao espaço físico, vivenciando através do movimento e do deslocamento. • É apreendido pela criança através de brincadeiras, ao percorrer, delimitar e organizar o espaço segundo seus interesses. • Nesse há a necessidade de experimentar fisicamente; • Daí a importância de exercícios rítmicos e psicomotores para que explore com o corpo as dimensões e relações espaciais.
  • 4. • Inicialmente, o espaço é quase incompreensível ocorrendo a sua conquista de forma gradativa, à medida que a percepção espacial avança qualitativamente – esquecimento da memória; • Até os 2 anos, o espaço é entendido como o espaço vivido, da ação, construído, a partir do contato com ele, pelo caminhar, engatinhar, pelas relações de proximidade e distância. • Sendo assim, a consciência do corpo, dada a partir da comunicação consigo mesmo, é a base cognitiva que se dá a exploração do espaço. • Trabalhos com recortes texturais;
  • 5. • Em seguida, a criança apreende o ESPAÇO PERCEBIDO, onde já não precisa experimentá-lo fisicamente. • Essa (após os 6 anos) é capaz de lembrar-se do percurso da casa à escola, o que não se dava antes, pois era necessário percorrê-lo para identificar o trajeto. • Ao observar uma foto, já é capaz de distinguir as distâncias e a localização dos objetos. • Antes só era capaz de perceber o “aqui”; depois atinge também o “acolá”. • Há a ampliação do campo empírico quanto a análise do espaço.
  • 6. • “Pode-se dizer que neste momento inicia-se para ela o estudo da Geografia. • Por isso, nas séries iniciais, deve-se preocupar em propor atividades que potencialize o desenvolvimento de conceitos e noções, mais do que um conteúdo sistemático;
  • 7. • Por fim, a criança começa a compreender o ESPAÇO CONCEBIDO (11 a 12 anos), isto é, torna-se capaz de raciocinar sobre uma área retratada em um mapa, sem tê-la visto antes. • Nisso, é importante que o professor proponha atividades que auxiliem no desenvolvimento das noções espaciais. • Daí a importância da escola não trabalhar com a representação do espaço de modo abstrato ou como um conhecimento pronto e acabado. • Ex; caça-tesouro;
  • 8. A Tomada de Consciência do Espaço Corporal • A exploração do espaço ocorre a partir do nascimento, nas experiência do entorno; • Ao ser tocada, segurada no colo, ao sugar o leite, se inicia o processo de aprendizagem do espaço; • Em sua memória são registrado os referenciais de lado e das partes do corpo, que serão a base das referencia espaciais; • Na conscientização do espaço ocupado pelo corpo há dois aspectos essenciais: o esquema corporal e a lateralidade;
  • 9. • O ESQUEMA CORPORAL é a base cognitiva sobre a qual se delineia a exploração do espaço; • Este depende das funções motoras e da percepção do espaço imediato; • A consciência do corpo, seus movimentos e posturas amplia- se lentamente, obtendo maior domínio do espaço; • Quando consegue sentar, o bebê aumento o campo de visão e a percepção da posição de objetos e deslocamento;
  • 10. • Num processo contínuo, o bebê conquista cada vez maior domínio sobre o espaço: rolar, engatinha até andar; • Pode-se virar numa amplitude de 180º e pegar objetos próximo; • Por isso, não é ideal colocar a criança em chiqueirinhos ou andadores; • Deve-se propiciar um ambiente seguro e estimulador, com possibilidades de agir e descobrir seu ambiente;
  • 11. • Ao ingressar na Educação Infantil, a criança deve apropriar- se do espaço por meio das vivências estabelecidas. • Andar, correr, pular, saltar, escorregar, subir, descer, empurrar, puxar, deitar, sentar, cair, dançar..., tudo isso é fundamental para o seu desenvolvimento. • A vida nas instituições de Educação Infantil é marcada pelo movimento, que possibilita a interação com o mundo; • É uma forma de linguagem, para explorar e conhecer o mundo e o próprio corpo, seus limites e possibilidades.
  • 12. • Porém, há escolas que não permite que as crianças se movimentem, sendo estas “engessados” nas cadeiras, o que dificulta a apropriação do espaço por meio do seu corpo. • Essa postura desconsidera que o sistema sensório-motor exerce uma grande importância na organização psicológica do espaço. • A consciência do corpo e de seus movimentos se desenvolve de maneira lenta, perdurando até a adolescência. • Nesse sentido, a escola tem o dever de possibilitar que o aluno desenvolva essa consciência.
  • 13. • Para Piaget, a criança constrói seu conhecimento tendo experiências com os objetos sem formar conceitos sobre estes, que ocorrerão mais tarde. • Na experiência física, a criança conhece propriedades materiais que podem ser notadas através da observação e do tato. • O primeiro espaço que a criança vivencia é “postural e orgânico”, ou seja, o corpo é o seu movimento. • As crianças preferem brincadeira que limitam parte do pátio da escola, pois não conseguem ocupar um espaço tão grande;
  • 14. • Assim as relações topológicas vêm em primeiro lugar, seguidas das relações projetivas e euclidianas, e progressivamente admitindo ações com grau de complexidade cada vez maior. • O mesmo acontece quando recebe uma folha, limitando-se a usar apenas uma de suas partes; • Na verdade, não conseguem concebê-lo para poderem organizá-lo, sendo o espaço um mundo quase impenetrável, ocorrendo sua conquista aos poucos.
  • 15. • Outro aspecto importante na organização espacial refere-se ao predomínio de um lado do corpo, que é a base do espaço percebido – LATERIZAÇÃO; • A análise do espaço, deve ser iniciada primeiramente com o corpo, em seguida apenas com os olhos e finalmente com a mente; • Nessa, ela consegue transferir para outros objetos as posições ligadas à lateralidade (esquerda e direita);
  • 16. • A partir dos 5 anos a criança toma gradativamente consciência do seu corpo com suas distintas partes, identificando-as; • Nisso, é preciso, que o professor ajude na tomada de consciência de seu predomínio para direita/esquerda; • Assim emerge a possibilidade de projetar para os objetos e outras pessoas o que já havia comprovado em si mesma. • Nisso se potencializa de trabalhos futuros com referenciais de orientação como os movimentos terrestres e as direções cardeais.
  • 17. Relações Espaciais Topológicas Elementares • São as relações espaciais estabelecidas no espaço próximo, que usam referenciais elementares como: dentro, fora, ao lado, na frente, atrás, perto, longe, etc. • As relações topológicas começam no nascimento e são a base para as relações espaciais mais complexas posteriores, partindo dela para o seu entorno. • Daí é possível abordar questões mais amplas envolvendo a classe, os ambientes da escola e o bairro. • Tais relações estão presentes nas tarefas mais simples do dia-a-dia como, no deslocamento de um local a outro ou mesmo quando se busca a localização de objetos.
  • 18. • No plano perceptivo (espaço percebido), as relações espaciais se processam na seguinte ordem: de vizinhança; separação; ordem; envolvimento; continuidade; • A relação de VIZINHANÇA corresponde aquela em que os objetos são percebidos no mesmo plano, próximos, contíguos; Ex; o quadro ao lado da porta – sala ao lado do pátio; • Ao considerar a vizinhança, a criança percebe que os objetos vizinhos tem SEPARAÇÃO, isto é, não são unidos. • Nisso nota que os objetos próximos em um mesmo plano estão separados; • Ex. a porta e o quadro podem estar na mesma parede, porém são separadas, há uma parte entre elas;
  • 19. • Ex. em 2 dimensões podemos elencar a sequência de cartazes, desenhos e trabalhos posto na parede da sala; • Ex. em três dimensões podemos elencar a sequência das carteiras da sala de aula; • A ideia anterior implica a relação de ORDEM ou de sucessão, onde há, primeiro o quadro, no meio a parede e depois a porta; • A percepção de cada elemento e sua relação com os demais leva à relação de ENVOLVIMENTO, que pode ser percebida em uma, duas ou três dimensões;
  • 20. • Apesar de não proporcionar uma localização exata, as noções topológicas são usadas para a localização relativa que tem o corpo como referencial. • Esses sistemas simples de localização fazem parte do esquema de localização cotidiano de qualquer cidadão. • A localização geográfica constrói-se à medida que o sujeito se torna capaz de estabelecer relações: • Nesses espaços exemplificados, se nota a sequência de pontos, ou seja, em CONTINUIDADE, pois o espaço é contínuo, sendo impossível a ausência de espaço; • As localizações são, portanto, contínuas, e o espaço forma um todo;
  • 21.  de vizinhança (o que está ao lado);  separação (fronteira);  ordem (o que vem antes e depois);  envolvimento (o espaço que está em torno) e;  continuidade (a que recorte do espaço a área considerada corresponde) entre os elementos a serem localizados. • Por isso é difícil, realizar um estudo geográfico de áreas isoladas, descontextualizadas;
  • 22. Relações espaciais topológicas: orientação e localização • A ideia de que a localização está relacionada com os pontos cardeais (N; S; L; O) é um equívoco, pois outras noções prévias estão envolvidas no processo de localização. • As noções iniciais de localização vêm com a construção das noções topológicas elementares, que não são muitas vezes levadas em conta no sentido da localização. • Inicialmente, o corpo é usado como meio para orientar-se no espaço, sendo este determinante para os referenciais de localização.
  • 23. • O corpo atua sobre o meio permitindo um certo domínio espacial pela ação e pelo movimento. • Vencendo a etapa das construções topológicas, a localização começa a basear-se em esquemas projetivos. • O principal esquema é o da lateralidade, no qual os sujeitos trabalham com referências do corpo, para estabelecer a localização. • Muitas vezes na construção de mapas mentais utilizamos a lateralidade como referência, que potencializa os estudos da rosa- dos-ventos e seus pontos.
  • 24. DESCENTRALIZAÇÃO ESPACIAL • Para Piaget, o pensamento intuito, característico da criança entre 4 e 7 anos, assenta-se sobre aquilo que ela percebe; • Na construção da noção do espaço é através desse processo que começa a dar conta que o juízo que faz da localização dos objetos pela sua referência não condiz com a realidade; • A criança que partia do uso do corpo como referência espacial, começa a perceber que outros referenciais podem ser usados; • Ex. percebe que a mesa pode estar perto de si e ao mesmo tempo longe de seu colega;
  • 25. • Passa então a situar objetos a partir das relações espaciais entre eles, sendo esse processo chamado de DESCENTRALIZAÇÃO; • Esse consiste na passagem do egocentrismo infantil para um objetivo mais realista; • A partir de um centro no espaço (Hannoun, 1977), usa conceitos na descentralização da organização espacial que são: Lateralidade, Profundidade e Anterioridade; • Lateralidade: corresponde à noção e direita e esquerda que uma pessoa desenvolver para orientar-se (a direita de, à esquerda de).
  • 26. • Anterioridade: corresponde à noção de ordem e sucessão de objetos no espaço, a partir de um determinado ponto de vista (antes de, depois de, entre, a frente de). • Profundidade: corresponde à noção de posição com relação à variação na vertical (em cima, no alto, em cima de, sobre; abaixo de, o fundo de, debaixo de).
  • 27. • As relações espaciais organizam-se a partir do esquema corporal com base em um eixo bipolar e tridimensional; • No processo de descentralização, se projeta esse eixo nos objetos para localizá-los, assumindo a postura de observador; • Essa passagem é feita gradativamente, à medida que percebe que os objetos possuem partes e lados, os quais servem como referenciais;
  • 28. Etapas da representação espacial infantil • Para Matias (2006), no processo de representação espacial pela criança observa-se quatro fases: garatujas, incapacidade sintética, realismo intelectual e realismo visual. • As GARATUJAS (0 à 3 anos) constituem um tipo de desenho baseado em rabiscos. • Para entendê-las é necessário perguntar à criança que desenhou, o que ela deseja expressar através deste. • Ela não consegue fechar uma linha para construir uma figura, pois não possui a noção de limite e fronteira.
  • 29. • A INCAPACIDADE SINTÉTICA (3-4 anos) é uma fase da representação em que percebemos o início do estabelecimento, das relações topológicas mais elementares, como vizinhança e separação, mas às vezes nem isso acontece. • Nessa etapa a representação do espaço negligencia as relações euclidianas (proporções e distâncias) e as projetivas (perspectivas com projeções e secções).
  • 30. • Na fase do REALISMO INTELECTUAL (5 à 7 anos), a criança desenha aquilo que vê, ou que sabe que existe, seja, “tudo que está ali”. • Nessa etapa as relações topológicas já aparecem com mais constância e as projetivas e euclidianas começam a se manifestar. • Observa-se que esse é um estágio de representação mais avançado, contudo não se detectam ainda a coordenação perspectiva de conjunto, a compreensão das proporções e os sistemas de coordenadas.
  • 31. • Por sua vez, no REALISMO VISUAL (8-9 anos), as relações projetivas e euclidianas estão sendo consolidadas. • Nessa fase, a criança irá desenhar somente aquilo que vê e não aquilo que ela sabe que existe. • Ex. na representação de uma cadeira em perspectiva, dependendo do seu ponto de vista, ela irá desenhar dois pés do objeto e não quatro. • Nessa fase, a criança começa a trabalhar com o espaço percebido, o qual é mais complexo que o vivido.
  • 32. • Completada a fase do realismo visual, a criança já consegue desenvolver representações mais complexas que fazem parte do seu espaço concebido. • Também passam a entender/construir documentos cartográ- ficos, pois possuem estruturas mentais para trabalhar com símbolos, ícones e legendas. • Podem, também interpretar uma área cartografada mesmo sem conhecê-la.
  • 33. Mapeamento do corpo: iniciação cartográfica da criança na educação infantil • A finalidade do mapa do corpo é, que por meio da projeção de seu corpo no plano, o aluno obtenha a sua representação em tamanho real, com a identificação de seus lados. • Nesta atividade tem início a passagem do espaço perceptivo para o espaço intelectual. • O trabalho de ensino e aprendizagem sobre a representação e a localização se inicia no espaço próximo da criança e, dele, parte para o distante.
  • 34. • A criança antes de ser leitora de mapas, deverá agir como mapeadora do seu espaço conhecido (corpo) para compreender e representar o espaço. • Para realizar essa atividade, pode-se utilizar - folha de papel madeira, caneta hidrocor e lápis colorido. • Com vistas a introduzir a atividade, pode-se realizar o momento da rodinha, no qual se cantam músicas e conversar sobre as atividades a serem realizadas.
  • 35. eu conheço um jacaré que gosta de comer escondam seus olhinhos senão o jacaré come seus olhinhos e o dedão do pé eu conheço um jacaré que gosta de comer escondam suas orelhas senão o jacaré come suas orelhas e o dedão do pé ... • Dentre as músicas, é preferível aquelas que remetam a partes do corpo, onde ao cantá-la, deve-se fazer gestos para acompanhar a letra; Jacaré • A letra da música, desperta o autoconhecimento nas crianças dos seus corpos e contribui para a sua iniciação cartográfica.
  • 36. • Tal atividade é essencial para o trabalho com a lateralidade, condição para a descentralização na localização dos objetos no espaço, usando referenciais fora do seu corpo. Exemplo de atividade • Com uma criança deitada sobre uma folha de papel, risca-se seu contorno. • Nisso as crianças devem ser questionadas sobre o que estava faltando no mapa para que o desenho se torne parecido com o corpo de uma pessoa.
  • 37. • Após alguns momentos de observação, elas notam a ausência do olho, da boca etc., sendo que cada uma preenche o contorno com os detalhes faltantes. • Nessa ocasião, pode-se questionar: quantos olhos temos?; onde eles ficam?; e o nariz?; temos quantas bocas?; o que temos sobre nossa cabeça?; o que temos nos dedos?; e o umbigo?.
  • 38. • Também deve-se trabalhar as noções de frente/atrás, esquerda/direita e em cima/em baixo, tomando como ponto de partida o corpo da criança e o mapa confeccionado na aula; • No cotidiano a localização dos objetos no espaço é definida a partir do seu próprio referencial (o seu corpo). • Para a criança os objetos e o espaço que eles ocupam são indissociáveis, sendo que ela percebe o todo e não cada parte distintamente. • Por esse motivo, até aos 6 anos, a localização e o deslocamento de elementos são definidos a partir de referenciais de sua própria posição.
  • 39. • Por fim, o trabalho com o mapa do corpo possibilita que a criança seja inserida no processo de iniciação cartográfica - relações espaciais topológicas. • Essa orientação com o mapa do corpo contribui para a compreensão posterior dos pontos cardeais, para a elaboração das noções de distância e o futuro entendimento do mapa. • O mapa do corpo pode ficar exposto na sala e sempre que trabalhar com a lateralidade, pode-se explorar o mapa confeccionado pelas crianças. • A análise do espaço e sua representação, se inicia primeiro com o corpo, para depois explorar a mente.