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“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro
Contextualização
A história desta peça passa-se na época da revolução francesa de 1789.
As invasões francesas levaram Portugal à indecisão entre os aliados e os
franceses. Para evitar a rendição, D. João V foge para o Brasil. Depois da primeira
invasão, a corte pede auxilio a Inglaterra para reorganizar o exército. Estes enviam-nos o
general Beresford.
Luís de Sttau Monteiro denuncia a opressão vivida na época do regime salazarista
através desta época particular da história. Assim, o recurso à distanciação histórica e à
discrição das injustiças praticadas no inicio do século XIX, permitiu-lhe, também, colocar
em destaque as injustiças do seu tempo, o abuso de poder do Estado Novo e as
ameaças da PIDE, entre outras.
Caráter épico
Felizmente há luar é um drama narrativo, de caráter social, dentro dos princípios
do teatro épico e inspirado na teoria marxista, que apela às reflexão, não só no quadro
da representação, mas também na sociedade em que se insere.
De acordo com Brecht, Sttau Monteiro pretende representar o mundo e o
homem em constante evolução de acordo com as relações sociais. Estas características
afastam-se da conceção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções,
levando o publico a identificar-se com o herói. O teatro moderno tem como
preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a refletir sobre os
acontecimentos passados e a tomar posição na sociedade em que se inserem. Surge,
assim, a técnica do distanciamento que propõem um afastamento entre o ator e a
personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, de uma forma mais
real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o que se está a ser representado.
Desta forma, o teatro já não se destina a criar terror ou piedade, isto é, já não
tem uma função purificadora, realizada através das emoções, tendo, então, uma
capacidade crítica e analítica para quem o observa. Brecht pretendia substituir o
“sentir” por “pensar”, levando o público a entender de forma clara a sua mensagem por
meio de gestos, palavras, cenários, didascálicas e focos de luz.
Estes são, também, os objetivos de Sttau Monteiro, que evoca situações e
personagens do passado (movimento liberal oitocentista), usando-as como pretexto
para falar do presente (ditadura salazarista) e, assim, pôr em evidencia a luta do ser
humano contra a tirania, a opressão, a injustiça e todas as formas de perseguição.
 Objetivos (condensação do texto):
 Autorrepresentação das personagens e narrador
 Elementos técnicos não escondidos
 Muita luz (não há efeitos)
 Musica e cenários destroem a ilusão da realidade
 Efeito de conjunto (justaposição/montagem de episódios)
 História desenrola-se numa serie de situações separadas que começam e
acabam em si mesmas
 Teatro deve fazer pensar e não provocar sensações – distanciamento
 Intenção de critica social
 Conceção das personagens a partir da função social
 Vertente histórico-nararativa que impera
2
Paralelismo entre passado e as condições históricas dos anos 60: denúncia da
violência
Século XIX – 1817 Século XX – anos 60
Agitação social que levou à revolta de
1820
Agitação social: conspirações internas;
principal erupção da guerra colonial
Regime absolutista e tirano Regime ditatorial salazarista
Classes hierarquizadas, dominantes, com
medo de perder privilégios
Classes exploradas; desigualdade entre
abastados e pobres
Povo oprimido e resignado Povo reprimido e explorado
Miséria, medo, ignorância, obscurantismo
mas “felizmente há luar”
Miséria, medo, analfabetismo, obscurantismo
mas crença nas mudanças
Luta contra a opressão do regime Luta contra o regime totalitário e ditatorial
Perseguições dos agentes de Beresford Perseguições da PIDE
Denuncias de Vicente, Andrade Corvo e
Morais Sarmento
Denuncias dos “bufos”
Censura à imprensa Censura total
Repressão dos conspiradores; execução
sumaria e pena de morte
Prisão; duras medidas de repressão e tortura;
condenação sem provas
Execução de Gomes Freire Execução de Humberto Delgado
Revolução de 1820 Revolução do 25 de Abril de 1974
Personagens
Há três grupos importantes de personagens no poema:
1. Povo
 Rita, Antigo Soldado, Populares
 Personagens coletiva
 Representam o analfabetismo e a miséria
 Escravizado pela ignorância
 Não tem liberdade
 Desconfiam dos poderosos
 São impotentes face à situação do país (não há eleições livres, etc.)
 Manuel
 Denuncia a opressão
 Assume algum protagonismo por abrir os dois atos
 Papel de impotência do povo
 Matilde
 Personagem principal do ato II
 Companheira de todas as horas de Gomes Freire
 Forte, persistente, corajosa, inteligente, apaixonada
 Não desiste de lutar, defendendo sempre o marido
 Põe de lado a autoestima (suplica pela vida do marido)
 Acusa o povo de cobardia mas depois compreende-o
 Personifica a dor das mães, irmãs, esposas dos presos políticos
 Voz da consciência junto dos governadores (obriga-os a confrontarem-se com
os seus atos)
 Desmascara o Principal Sousa, que não segue os princípios da lei de Cristo
 Sousa Falcão
 Amigo de Gomes Freire e Matilde
 Partilha das mesmas ideias de Gomes Freire mas não teve a sua coragem
 Auto-inciminasse por isso
 Medroso
3
2. Delatores
Representam os “bufos” do regime salazarista.
 Vicente
 É do povo mas trai-o para subir na vida
 Tem vergonha do seu nascimento, da sua condição social
 Faz o que for preciso para ganhar um cargo na polícia
 Demagogo, hipócrita, traidor, desleal e sarcástico
 Falso humanitário
 Movido pelo interesse da recompensa
 Adulador do momento
 Andrade Corvo e Morais Sarmento
 Querem ganhar dinheiro a todo o custo
 Funcionam como “bufos” também pelo medo que têm das consequências de
estar contra o governo
 Mesquinhos, oportunistas e hipócritas
3. Governadores
Representam o poder político e são o cérebro da conjura que acusa Gomes Freire
de traição ao país; não querem perder o seu estatuto; são fracos, mesquinhos e vis;
cada um simboliza um poder e diferentes interesses; desejam permanecer no poder a
todo o custo
 Beresford
 Representa o poder militar
 Tem um sentimento de superioridade em relação aos portugueses e a Portugal
 Ridiculariza o nosso povo, a vida do nosso país e a atrofia de almas
 Odeia Portugal
 Está sempre a provocar o principal Sousa
 Não é melhor que aqueles que critica mas é sincero ao dizer que está no
poder só pelo seu cargo que lhe dá muito dinheiro
 Tem medo de Gomes Freire (pode-lhe tirar o lugar)
 Oportunista, severo, disciplinar, autoritário e mercenário
 Bom militar, mau oficial
 Principal Sousa
 É demagogo e hipócrita
 Não hesita em condenar inocentes
 Representa o poder clerical/Igreja
 Representa o poder da Igreja que interfere nos negócios do estado
 Não segue a doutrina da Igreja para poder conservar a sua posição
 Não tem argumentos face ao desmascarar que sofre de Matilde
 Tem problemas de consciência em condenar um inocente mas não ousa
intervir para não perder a sua posição confortável no governo
 Fanático religioso
 Corrompido pelo poder eclesiástico
 Desonesto
 Odeia os franceses
 Defende o obscurantismo
 D. Miguel Forjaz
 Representa o poder político e a burguesia dominadora
 Quer manter-se no poder pelo seu poder político-económico
 Personifica Salazar
 Prepotente, autoritário, calculista, servil, vingativo e frio
 Corrompido pelo poder
 Primo de Gomes Freire
4
 Gomes Freire de Andrade
 Representa Humberto Delgado
 Personagem virtual/central
 Sempre presente nas palavras das outras personagens
 Caracterizado pelo Antigo Soldado, por Manuel; D. Miguel e Beresford
 Idolatrado pelo povo
 Acredita na justiça e na luta pela liberdade
 Soldado brilhante
 Estrangeirado
 Símbolo da esperança e liberdade
 Policias: representam a PIDE
 Frei Diogo de Melo: representam a Igreja consciente da situação do país...
Tempo
 Tempo histórico ou tempo real (século XIX - 1817)
 Invasões francesas (desde 1807): rei no Brasil
 Ajuda pedida aos ingleses (Beresford)
 Regime absolutista
 Situação económica portuguesa má: dinheiro ia para a corte no Brasil
 Regência, influenciada por Beresford (símbolo do poder britânico em Portugal)
 Primeiros movimentos liberais (1817), com a conspiração abortada de Gomes
Freire
 25 De maio de 1817 – prisão de Gomes Freire; 18 de outubro de 1817 –
enforcado, datas condensadas em dois dias na peça (tempo de ação
dramática)
 Governadores viam na revolução a destruição da estrutura tradicional do
Reino e a supressão dos privilégios das classes favorecidas
 O povo via na revolução a solução para a situação em que se encontrava
 Revolução liberal de 1820
 Implantação do liberalismo em 1834, com o acordo de Évora-Monte
 Tempo metafórico ou tempo da escrita (século XX - 1961)
 Permanentemente presente (implícito)
 Época conturbada em 1961: guerra colonial angolana; greves; movimentos
estudantis; pequenas “guerrilhas” internas; crescente aparecimento de
movimentos de opinião organizados; oposição política
 Situação política, social e económica de desagrado geral
 Regime ditatorial salazarista: desigualdade entre abastados e pobres muito
grande; povo reprimido e explorado; miséria, medo; analfabetismo e
obscurantismo
 PIDE, “bufos”; censura; medidas de repressão/tortura e condenação sem
provas
 Sttau Monteiro evoca situações e personagens do passado como pretexto
para falar do presente
 Grande dualidade de conceitos entre os dois tempos: Gomes Freire é
Humberto Delgado; os governadores três são o regime salazarista; Vicente e os
delatores são os “bufos”; os homens de Beresford são a PIDE…
Estrutura
A ação da peça está dividida em dois atos (estrutura externa), o primeiro com
onze sequências e o segundo com treze (estrutura interna). No ato I trama-se a morte de
Gomes Freire; no ato II põe-se em prática o plano do ato I.
5
Os símbolos
 Saia verde: comprada em Paris, no inverno, com o dinheiro da venda de duas
medalhas. “Alegria no reencontro”; a saia é uma peça eminentemente
feminina e o verde encontra-se destinado à esperança
 Título: duas vezes mencionado inserido nas falas das personagens (por D.
Miguel, que salienta o efeito dissuador das execuções e por Matilde, cujas
palavras remetem para um estímulo para que o povo de revolte)
 Luz: vida, saúde e felicidade
 Noite: mal, castigo, morte
 Lua: simbolicamente, por estar privada de luz própria, na dependência do Sol
e por atravessar fases, mudando de forma, representa: dependência,
periocidade, renovação
 Luar: duas conotações: para os opressores, mais pessoas ficarão avisadas e
para os oprimidos, mais pessoas poderão um dia seguir essa luz e lutar pela
liberdade
 Fogueira: D. Miguel Forjaz – ensinamento ao povo; Matilde – a chama
mantém-se viva e a liberdade há de chegar
 Titulo: D. Miguel: salientando o efeito dissuasor das execuções, querendo que o
castigo de Gomes Freire se torne num exemplo; representa as trevas e o
obscurantismo (Página 131); Matilde: na altura da execução são proferidas
palavras de coragem e estímulo, para que o povo se revolte contra a tirania;
representa a caminhada da sociedade em busca da liberdade (Página 140)
 Moeda de 5 reis: símbolo de desrespeito que os mais poderosos mantinham
para com o próximo, contrariando os mandamentos de Deus
 Tambores: símbolos da repressão
Espaço
 Espaço físico: a ação desenrola-se em diversos locais, exteriores e interiores,
mas não há nas indicações cénicas referência a cenários diferentes
 Espaço social: meio social em que estão inseridas as personagens, havendo
vários espaços sociais, distinguindo-se uns dos outros pelo vestuário e pela
linguagem das várias personagens
Linguagem e estilo
 Recursos estilísticos: enorme variedade (tomar espacial atenção à ironia)
 Funções da linguagem: apelativa (frase imperativa); informativa (frase
declarativa); emotiva [frase exclamativa, reticências, anacoluto (frases
interrompidas)]; metalinguística
 Marcas da linguagem e estilo: provérbios, expressões populares, frases
sentenciosas
 Texto principal: As falas das personagens
 Texto secundário: as didascálias/indicações cénicas (têm um papel crucial na
peça)
A didascália
A peça é rica em referências concretas (sarcasmo, ironia, escárnio, indiferença,
galhofa, adulação, desprezo, irritação – relacionadas com os opressores; tristeza,
esperança, medo, desânimo – relacionadas com os oprimidos). As marcações são
abundantes: tons de voz, movimentos, posições, cenários, gestos, vestuário, sons
(tambores, silêncio, voz que fala antes de entrar no palco, sino que toca a rebate,
murmúrio de vozes, toque duma campainha) e efeitos de luz (contraste entre a
escuridão e a luz; os dois atos terminam em sombra). De realçar que a peça termina ao
som de fanfarra (“Ouve-se ao longe uma fanfarronada que vai num crescendo de
intensidade até cair o pano.”) em oposição à luz (“Desaparece o clarão da fogueira.”);
no entanto, a escuridão não é total, porque “felizmente há luar”.

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  • 1. 1 “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro Contextualização A história desta peça passa-se na época da revolução francesa de 1789. As invasões francesas levaram Portugal à indecisão entre os aliados e os franceses. Para evitar a rendição, D. João V foge para o Brasil. Depois da primeira invasão, a corte pede auxilio a Inglaterra para reorganizar o exército. Estes enviam-nos o general Beresford. Luís de Sttau Monteiro denuncia a opressão vivida na época do regime salazarista através desta época particular da história. Assim, o recurso à distanciação histórica e à discrição das injustiças praticadas no inicio do século XIX, permitiu-lhe, também, colocar em destaque as injustiças do seu tempo, o abuso de poder do Estado Novo e as ameaças da PIDE, entre outras. Caráter épico Felizmente há luar é um drama narrativo, de caráter social, dentro dos princípios do teatro épico e inspirado na teoria marxista, que apela às reflexão, não só no quadro da representação, mas também na sociedade em que se insere. De acordo com Brecht, Sttau Monteiro pretende representar o mundo e o homem em constante evolução de acordo com as relações sociais. Estas características afastam-se da conceção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções, levando o publico a identificar-se com o herói. O teatro moderno tem como preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a refletir sobre os acontecimentos passados e a tomar posição na sociedade em que se inserem. Surge, assim, a técnica do distanciamento que propõem um afastamento entre o ator e a personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, de uma forma mais real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o que se está a ser representado. Desta forma, o teatro já não se destina a criar terror ou piedade, isto é, já não tem uma função purificadora, realizada através das emoções, tendo, então, uma capacidade crítica e analítica para quem o observa. Brecht pretendia substituir o “sentir” por “pensar”, levando o público a entender de forma clara a sua mensagem por meio de gestos, palavras, cenários, didascálicas e focos de luz. Estes são, também, os objetivos de Sttau Monteiro, que evoca situações e personagens do passado (movimento liberal oitocentista), usando-as como pretexto para falar do presente (ditadura salazarista) e, assim, pôr em evidencia a luta do ser humano contra a tirania, a opressão, a injustiça e todas as formas de perseguição.  Objetivos (condensação do texto):  Autorrepresentação das personagens e narrador  Elementos técnicos não escondidos  Muita luz (não há efeitos)  Musica e cenários destroem a ilusão da realidade  Efeito de conjunto (justaposição/montagem de episódios)  História desenrola-se numa serie de situações separadas que começam e acabam em si mesmas  Teatro deve fazer pensar e não provocar sensações – distanciamento  Intenção de critica social  Conceção das personagens a partir da função social  Vertente histórico-nararativa que impera
  • 2. 2 Paralelismo entre passado e as condições históricas dos anos 60: denúncia da violência Século XIX – 1817 Século XX – anos 60 Agitação social que levou à revolta de 1820 Agitação social: conspirações internas; principal erupção da guerra colonial Regime absolutista e tirano Regime ditatorial salazarista Classes hierarquizadas, dominantes, com medo de perder privilégios Classes exploradas; desigualdade entre abastados e pobres Povo oprimido e resignado Povo reprimido e explorado Miséria, medo, ignorância, obscurantismo mas “felizmente há luar” Miséria, medo, analfabetismo, obscurantismo mas crença nas mudanças Luta contra a opressão do regime Luta contra o regime totalitário e ditatorial Perseguições dos agentes de Beresford Perseguições da PIDE Denuncias de Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento Denuncias dos “bufos” Censura à imprensa Censura total Repressão dos conspiradores; execução sumaria e pena de morte Prisão; duras medidas de repressão e tortura; condenação sem provas Execução de Gomes Freire Execução de Humberto Delgado Revolução de 1820 Revolução do 25 de Abril de 1974 Personagens Há três grupos importantes de personagens no poema: 1. Povo  Rita, Antigo Soldado, Populares  Personagens coletiva  Representam o analfabetismo e a miséria  Escravizado pela ignorância  Não tem liberdade  Desconfiam dos poderosos  São impotentes face à situação do país (não há eleições livres, etc.)  Manuel  Denuncia a opressão  Assume algum protagonismo por abrir os dois atos  Papel de impotência do povo  Matilde  Personagem principal do ato II  Companheira de todas as horas de Gomes Freire  Forte, persistente, corajosa, inteligente, apaixonada  Não desiste de lutar, defendendo sempre o marido  Põe de lado a autoestima (suplica pela vida do marido)  Acusa o povo de cobardia mas depois compreende-o  Personifica a dor das mães, irmãs, esposas dos presos políticos  Voz da consciência junto dos governadores (obriga-os a confrontarem-se com os seus atos)  Desmascara o Principal Sousa, que não segue os princípios da lei de Cristo  Sousa Falcão  Amigo de Gomes Freire e Matilde  Partilha das mesmas ideias de Gomes Freire mas não teve a sua coragem  Auto-inciminasse por isso  Medroso
  • 3. 3 2. Delatores Representam os “bufos” do regime salazarista.  Vicente  É do povo mas trai-o para subir na vida  Tem vergonha do seu nascimento, da sua condição social  Faz o que for preciso para ganhar um cargo na polícia  Demagogo, hipócrita, traidor, desleal e sarcástico  Falso humanitário  Movido pelo interesse da recompensa  Adulador do momento  Andrade Corvo e Morais Sarmento  Querem ganhar dinheiro a todo o custo  Funcionam como “bufos” também pelo medo que têm das consequências de estar contra o governo  Mesquinhos, oportunistas e hipócritas 3. Governadores Representam o poder político e são o cérebro da conjura que acusa Gomes Freire de traição ao país; não querem perder o seu estatuto; são fracos, mesquinhos e vis; cada um simboliza um poder e diferentes interesses; desejam permanecer no poder a todo o custo  Beresford  Representa o poder militar  Tem um sentimento de superioridade em relação aos portugueses e a Portugal  Ridiculariza o nosso povo, a vida do nosso país e a atrofia de almas  Odeia Portugal  Está sempre a provocar o principal Sousa  Não é melhor que aqueles que critica mas é sincero ao dizer que está no poder só pelo seu cargo que lhe dá muito dinheiro  Tem medo de Gomes Freire (pode-lhe tirar o lugar)  Oportunista, severo, disciplinar, autoritário e mercenário  Bom militar, mau oficial  Principal Sousa  É demagogo e hipócrita  Não hesita em condenar inocentes  Representa o poder clerical/Igreja  Representa o poder da Igreja que interfere nos negócios do estado  Não segue a doutrina da Igreja para poder conservar a sua posição  Não tem argumentos face ao desmascarar que sofre de Matilde  Tem problemas de consciência em condenar um inocente mas não ousa intervir para não perder a sua posição confortável no governo  Fanático religioso  Corrompido pelo poder eclesiástico  Desonesto  Odeia os franceses  Defende o obscurantismo  D. Miguel Forjaz  Representa o poder político e a burguesia dominadora  Quer manter-se no poder pelo seu poder político-económico  Personifica Salazar  Prepotente, autoritário, calculista, servil, vingativo e frio  Corrompido pelo poder  Primo de Gomes Freire
  • 4. 4  Gomes Freire de Andrade  Representa Humberto Delgado  Personagem virtual/central  Sempre presente nas palavras das outras personagens  Caracterizado pelo Antigo Soldado, por Manuel; D. Miguel e Beresford  Idolatrado pelo povo  Acredita na justiça e na luta pela liberdade  Soldado brilhante  Estrangeirado  Símbolo da esperança e liberdade  Policias: representam a PIDE  Frei Diogo de Melo: representam a Igreja consciente da situação do país... Tempo  Tempo histórico ou tempo real (século XIX - 1817)  Invasões francesas (desde 1807): rei no Brasil  Ajuda pedida aos ingleses (Beresford)  Regime absolutista  Situação económica portuguesa má: dinheiro ia para a corte no Brasil  Regência, influenciada por Beresford (símbolo do poder britânico em Portugal)  Primeiros movimentos liberais (1817), com a conspiração abortada de Gomes Freire  25 De maio de 1817 – prisão de Gomes Freire; 18 de outubro de 1817 – enforcado, datas condensadas em dois dias na peça (tempo de ação dramática)  Governadores viam na revolução a destruição da estrutura tradicional do Reino e a supressão dos privilégios das classes favorecidas  O povo via na revolução a solução para a situação em que se encontrava  Revolução liberal de 1820  Implantação do liberalismo em 1834, com o acordo de Évora-Monte  Tempo metafórico ou tempo da escrita (século XX - 1961)  Permanentemente presente (implícito)  Época conturbada em 1961: guerra colonial angolana; greves; movimentos estudantis; pequenas “guerrilhas” internas; crescente aparecimento de movimentos de opinião organizados; oposição política  Situação política, social e económica de desagrado geral  Regime ditatorial salazarista: desigualdade entre abastados e pobres muito grande; povo reprimido e explorado; miséria, medo; analfabetismo e obscurantismo  PIDE, “bufos”; censura; medidas de repressão/tortura e condenação sem provas  Sttau Monteiro evoca situações e personagens do passado como pretexto para falar do presente  Grande dualidade de conceitos entre os dois tempos: Gomes Freire é Humberto Delgado; os governadores três são o regime salazarista; Vicente e os delatores são os “bufos”; os homens de Beresford são a PIDE… Estrutura A ação da peça está dividida em dois atos (estrutura externa), o primeiro com onze sequências e o segundo com treze (estrutura interna). No ato I trama-se a morte de Gomes Freire; no ato II põe-se em prática o plano do ato I.
  • 5. 5 Os símbolos  Saia verde: comprada em Paris, no inverno, com o dinheiro da venda de duas medalhas. “Alegria no reencontro”; a saia é uma peça eminentemente feminina e o verde encontra-se destinado à esperança  Título: duas vezes mencionado inserido nas falas das personagens (por D. Miguel, que salienta o efeito dissuador das execuções e por Matilde, cujas palavras remetem para um estímulo para que o povo de revolte)  Luz: vida, saúde e felicidade  Noite: mal, castigo, morte  Lua: simbolicamente, por estar privada de luz própria, na dependência do Sol e por atravessar fases, mudando de forma, representa: dependência, periocidade, renovação  Luar: duas conotações: para os opressores, mais pessoas ficarão avisadas e para os oprimidos, mais pessoas poderão um dia seguir essa luz e lutar pela liberdade  Fogueira: D. Miguel Forjaz – ensinamento ao povo; Matilde – a chama mantém-se viva e a liberdade há de chegar  Titulo: D. Miguel: salientando o efeito dissuasor das execuções, querendo que o castigo de Gomes Freire se torne num exemplo; representa as trevas e o obscurantismo (Página 131); Matilde: na altura da execução são proferidas palavras de coragem e estímulo, para que o povo se revolte contra a tirania; representa a caminhada da sociedade em busca da liberdade (Página 140)  Moeda de 5 reis: símbolo de desrespeito que os mais poderosos mantinham para com o próximo, contrariando os mandamentos de Deus  Tambores: símbolos da repressão Espaço  Espaço físico: a ação desenrola-se em diversos locais, exteriores e interiores, mas não há nas indicações cénicas referência a cenários diferentes  Espaço social: meio social em que estão inseridas as personagens, havendo vários espaços sociais, distinguindo-se uns dos outros pelo vestuário e pela linguagem das várias personagens Linguagem e estilo  Recursos estilísticos: enorme variedade (tomar espacial atenção à ironia)  Funções da linguagem: apelativa (frase imperativa); informativa (frase declarativa); emotiva [frase exclamativa, reticências, anacoluto (frases interrompidas)]; metalinguística  Marcas da linguagem e estilo: provérbios, expressões populares, frases sentenciosas  Texto principal: As falas das personagens  Texto secundário: as didascálias/indicações cénicas (têm um papel crucial na peça) A didascália A peça é rica em referências concretas (sarcasmo, ironia, escárnio, indiferença, galhofa, adulação, desprezo, irritação – relacionadas com os opressores; tristeza, esperança, medo, desânimo – relacionadas com os oprimidos). As marcações são abundantes: tons de voz, movimentos, posições, cenários, gestos, vestuário, sons (tambores, silêncio, voz que fala antes de entrar no palco, sino que toca a rebate, murmúrio de vozes, toque duma campainha) e efeitos de luz (contraste entre a escuridão e a luz; os dois atos terminam em sombra). De realçar que a peça termina ao som de fanfarra (“Ouve-se ao longe uma fanfarronada que vai num crescendo de intensidade até cair o pano.”) em oposição à luz (“Desaparece o clarão da fogueira.”); no entanto, a escuridão não é total, porque “felizmente há luar”.