SlideShare uma empresa Scribd logo
O ESTILO DE JOSÉ
SARAMAGO
MEMORIAL DO CONVENTO
TOM ORALIZANTE, QUE
RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE
VÁRIOS PROCESSOS
 Interação do oral e do escrito
 Incorporação, no registo culto, dos registos
familiar e popular, com frequentes utilizações
de elementos de fala popular, como ditados,
provérbios, aforismos, regionalismos, calão.
 Frequentente, os provérbios são alterados de
acordo com a intencionalidade do autor.
TOM ORALIZANTE, QUE
RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE
VÁRIOS PROCESSOS
Exemplos
“a pobre não emprestes, a rico não devas” –
adaptação de “a rico não devas, a pobre não
prometas”;
“olhos que não te viram, coração que sente e
sentiu” – adaptação de “olhos que não veem,
coração que não sente”.
TOM ORALIZANTE, QUE
RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE
VÁRIOS PROCESSOS
Transgressão das regras de pontuação
 Não utilização das marcas gráficas do diálogo,
como o travessão e os dois pontos indicadores
do discurso direto.
 Utilização da vírgula e da letra maiúscula, não
antecedida de ponto final, para marcar o início
da fala de uma personagem.
 Não utilização do ponto de interrogação nas
frases interrogativas, que não reconhecem
TOM ORALIZANTE, QUE
RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE
VÁRIOS PROCESSOS
 Não utilização do ponto de interrogação nas
frases interrogativas, que se reconhecem pela
estrutura sintática.
 O efeito pretendido é provocar uma
aproximação ao discurso oral, uma fusão entre
o discurso do narrador e o das personagens,
um apelo à cumplicidade do leitor.
TOM ORALIZANTE, QUE
RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE
VÁRIOS PROCESSOS
Utilização de deíticos
(espaciais, temporais e pessoais que remetem para um
tempo e um lugar onde se situa e inclui o narrador)
 Exemplo: “Por baixo desta tribuna em que estamos,
outra há (…) e isto se passa na presença de outros
criados e pagens, este que abre o gavetão, aquele que
afasta a cortina, um que levanta a luz (…) Mas vem
entrando D. Nuno da Cunha” (Cap. I).
TOM ORALIZANTE, QUE
RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE
VÁRIOS PROCESSOS
Utilização de expressões próprias do registo
oral
 Exemplo: “Agora não se vá dizer” (3 vezes
repetida)
TOM ORALIZANTE, QUE
RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE
VÁRIOS PROCESSOS
Extensão das frases e dos períodos, com
recurso à coordenação e à subordinação.
ABUNDÂNCIA DE FIGURAS DE
RETÓRICA
 Como nos textos barrocos do século XVIII:
metáfora, hipérbato, enumeração,
personificação, antítese e paradoxo,
anáfora e construção paralelística, jogos
de palavras, ironia, adjetivação, enfim, toda
uma explosão de recursos expressivos,
figuras de retórica usadas com intencional
excesso.
UTILIZAÇÃO DO DISCURSO
INDIRETO LIVRE
 Frequente interpenetração do discurso
indireto, direto, indireto livre e monólogo
interior.
FLEXÃO VERBAL
EXPRESSIVAMENTE
TRABALHADA
 Uso do futuro e do presente, combinados com
os tempos pretéritos.
INTERTEXTUALIDADE
(utilização de citações e de outros textos e
autores, nomeadamente a Bíblia e Os
Lusíadas)
EXEMPLOS
 “assim como o homem, bicho da terra, se faz
marinheiro por necessidade, por necessidade
se faz voador” (cap. VI)
INTERTEXTUALIDADE
 “que adamastores, que fogos de santelmo, acaso
se levantam do mar, que ao longe se vê, trombas
de água que vão sugar os ares” (cap. XVI)
 “Ó doce e amado esposo, e outra protestando, Ó
filho a quem eu só para refrigério e doce amparo
desta cansada e já velhice minha, tanto que os
montes de mais perto respondiam, quase movidos
a piedade”
 “Ó glória de mandar, ó vã cobiça, ó rei infame ó
pátria sem justiça” (cap. XXI)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Caracteristicas de Cesário Verde
Caracteristicas de Cesário VerdeCaracteristicas de Cesário Verde
Caracteristicas de Cesário Verde
MariaVerde1995
 
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemSebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Inesa M
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas""Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
CatarinaSilva1000
 
Memorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. IIIMemorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. III
12º A Golegã
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
FilipaFonseca
 
Memorial do convento narrador, espaço e tempo
Memorial do convento narrador, espaço e tempoMemorial do convento narrador, espaço e tempo
Memorial do convento narrador, espaço e tempo
António Teixeira
 
Fernando Pessoa Prece
Fernando Pessoa PreceFernando Pessoa Prece
Fernando Pessoa Prece
Samuel Neves
 
Orações coordenadas e subordinadas esquema
Orações coordenadas e subordinadas   esquemaOrações coordenadas e subordinadas   esquema
Orações coordenadas e subordinadas esquema
Paulo Portelada
 
Simbologia de Memorial do Convento
Simbologia de Memorial do ConventoSimbologia de Memorial do Convento
Simbologia de Memorial do Convento
Rui Couto
 
Deíticos
DeíticosDeíticos
Deíticos
Paula Angelo
 
Memorial Do Convento
Memorial Do ConventoMemorial Do Convento
Memorial Do Convento
ESVieira do Minho
 
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. Pessoa
Dina Baptista
 
"O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Retoma de Conteúdos
"O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Retoma de Conteúdos "O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Retoma de Conteúdos
"O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Retoma de Conteúdos
Catarina Castro
 
Memorial do Convento-Dimensão simbólica
Memorial do Convento-Dimensão simbólicaMemorial do Convento-Dimensão simbólica
Memorial do Convento-Dimensão simbólica
nanasimao
 
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os LusíadasIntertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
António Teixeira
 
Lista obras textos educação Literária Secundário
Lista obras textos educação Literária  SecundárioLista obras textos educação Literária  Secundário
Lista obras textos educação Literária Secundário
BE123AEN
 
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptxSíntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
LaraCosta708069
 
Aulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do conventoAulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do convento
Dulce Gomes
 
Mensagem - D. Sebastião Rei de Portugal
Mensagem - D. Sebastião Rei de PortugalMensagem - D. Sebastião Rei de Portugal
Mensagem - D. Sebastião Rei de Portugal
Maria Teixiera
 
Recursos expressivos
Recursos expressivosRecursos expressivos
Recursos expressivos
Bárbara Minhoto
 

Mais procurados (20)

Caracteristicas de Cesário Verde
Caracteristicas de Cesário VerdeCaracteristicas de Cesário Verde
Caracteristicas de Cesário Verde
 
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemSebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas""Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
 
Memorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. IIIMemorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. III
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
 
Memorial do convento narrador, espaço e tempo
Memorial do convento narrador, espaço e tempoMemorial do convento narrador, espaço e tempo
Memorial do convento narrador, espaço e tempo
 
Fernando Pessoa Prece
Fernando Pessoa PreceFernando Pessoa Prece
Fernando Pessoa Prece
 
Orações coordenadas e subordinadas esquema
Orações coordenadas e subordinadas   esquemaOrações coordenadas e subordinadas   esquema
Orações coordenadas e subordinadas esquema
 
Simbologia de Memorial do Convento
Simbologia de Memorial do ConventoSimbologia de Memorial do Convento
Simbologia de Memorial do Convento
 
Deíticos
DeíticosDeíticos
Deíticos
 
Memorial Do Convento
Memorial Do ConventoMemorial Do Convento
Memorial Do Convento
 
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. Pessoa
 
"O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Retoma de Conteúdos
"O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Retoma de Conteúdos "O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Retoma de Conteúdos
"O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Retoma de Conteúdos
 
Memorial do Convento-Dimensão simbólica
Memorial do Convento-Dimensão simbólicaMemorial do Convento-Dimensão simbólica
Memorial do Convento-Dimensão simbólica
 
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os LusíadasIntertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
 
Lista obras textos educação Literária Secundário
Lista obras textos educação Literária  SecundárioLista obras textos educação Literária  Secundário
Lista obras textos educação Literária Secundário
 
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptxSíntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
 
Aulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do conventoAulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do convento
 
Mensagem - D. Sebastião Rei de Portugal
Mensagem - D. Sebastião Rei de PortugalMensagem - D. Sebastião Rei de Portugal
Mensagem - D. Sebastião Rei de Portugal
 
Recursos expressivos
Recursos expressivosRecursos expressivos
Recursos expressivos
 

Destaque

Prós e Contras do Tempo de Salazar
Prós e Contras do Tempo de SalazarPrós e Contras do Tempo de Salazar
Prós e Contras do Tempo de Salazar
Carlos Vieira
 
Manual tecnicas redacao
Manual tecnicas redacaoManual tecnicas redacao
Manual tecnicas redacao
Marluce Brum
 
Revolução francesa
Revolução francesaRevolução francesa
Revolução francesa
António Teixeira
 
Felizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- SínteseFelizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- Síntese
nanasimao
 
A revolução liberal de 1820
A revolução liberal de 1820A revolução liberal de 1820
A revolução liberal de 1820
António Teixeira
 
Português ll
Português llPortuguês ll
Português ll
António Teixeira
 
Frank Gehry
Frank GehryFrank Gehry
Frank Gehry
Carlos Vieira
 
José Saramago
José SaramagoJosé Saramago
José Saramago
Francisco Alves
 
Inglês 2
Inglês 2Inglês 2
Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)
Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)
Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)
José Galvão
 
Invasões francesas em portugal
Invasões francesas em portugalInvasões francesas em portugal
Invasões francesas em portugal
Sara Catarina
 
Reflexão sobre a condição humana nas artes
Reflexão sobre a condição humana nas artesReflexão sobre a condição humana nas artes
Reflexão sobre a condição humana nas artes
Carlos Vieira
 
A Ditadura Salazarista
A Ditadura SalazaristaA Ditadura Salazarista
A Ditadura Salazarista
Carlos Vieira
 
Cultura do Barroco - Palácio de Versalhes
Cultura do Barroco - Palácio de VersalhesCultura do Barroco - Palácio de Versalhes
Cultura do Barroco - Palácio de Versalhes
Carlos Vieira
 
Vanguardas Europeias - I Modernismo
Vanguardas Europeias - I ModernismoVanguardas Europeias - I Modernismo
Vanguardas Europeias - I Modernismo
Carlos Vieira
 
1ª Republica
1ª Republica1ª Republica
1ª Republica
Carlos Vieira
 

Destaque (16)

Prós e Contras do Tempo de Salazar
Prós e Contras do Tempo de SalazarPrós e Contras do Tempo de Salazar
Prós e Contras do Tempo de Salazar
 
Manual tecnicas redacao
Manual tecnicas redacaoManual tecnicas redacao
Manual tecnicas redacao
 
Revolução francesa
Revolução francesaRevolução francesa
Revolução francesa
 
Felizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- SínteseFelizmente Há Luar- Síntese
Felizmente Há Luar- Síntese
 
A revolução liberal de 1820
A revolução liberal de 1820A revolução liberal de 1820
A revolução liberal de 1820
 
Português ll
Português llPortuguês ll
Português ll
 
Frank Gehry
Frank GehryFrank Gehry
Frank Gehry
 
José Saramago
José SaramagoJosé Saramago
José Saramago
 
Inglês 2
Inglês 2Inglês 2
Inglês 2
 
Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)
Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)
Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)
 
Invasões francesas em portugal
Invasões francesas em portugalInvasões francesas em portugal
Invasões francesas em portugal
 
Reflexão sobre a condição humana nas artes
Reflexão sobre a condição humana nas artesReflexão sobre a condição humana nas artes
Reflexão sobre a condição humana nas artes
 
A Ditadura Salazarista
A Ditadura SalazaristaA Ditadura Salazarista
A Ditadura Salazarista
 
Cultura do Barroco - Palácio de Versalhes
Cultura do Barroco - Palácio de VersalhesCultura do Barroco - Palácio de Versalhes
Cultura do Barroco - Palácio de Versalhes
 
Vanguardas Europeias - I Modernismo
Vanguardas Europeias - I ModernismoVanguardas Europeias - I Modernismo
Vanguardas Europeias - I Modernismo
 
1ª Republica
1ª Republica1ª Republica
1ª Republica
 

Semelhante a Memorial do convento o estilo de josé saramago (1)

COMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBAL
COMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBALCOMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBAL
COMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBAL
John Joseph
 
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.pptTEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
evandro163685
 
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..pptFiguras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
FelipeAcioli5
 
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..pptFiguras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Rozenilda1
 
Figuras de linguagem e efeitos de sentido.
Figuras de linguagem e efeitos de sentido.Figuras de linguagem e efeitos de sentido.
Figuras de linguagem e efeitos de sentido.
Flávio Ferreira
 
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..pptFiguras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Sandra Lima
 

Semelhante a Memorial do convento o estilo de josé saramago (1) (6)

COMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBAL
COMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBALCOMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBAL
COMUNICACÃO VERBAL E NÃO VERBAL
 
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.pptTEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
TEORIA-DA-COMUNICAÇÃO.ppt
 
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..pptFiguras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
 
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..pptFiguras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
 
Figuras de linguagem e efeitos de sentido.
Figuras de linguagem e efeitos de sentido.Figuras de linguagem e efeitos de sentido.
Figuras de linguagem e efeitos de sentido.
 
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..pptFiguras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
Figuras de linguagem e efeitos de sentido..ppt
 

Último

Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
livrosjovert
 
slides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentarslides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentar
JoeteCarvalho
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
MateusTavares54
 
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIASA SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
HisrelBlog
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
TomasSousa7
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
AmiltonAparecido1
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
fernandacosta37763
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
TomasSousa7
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
AurelianoFerreirades2
 
GÊNERO TEXTUAL - POEMA.pptx
GÊNERO      TEXTUAL     -     POEMA.pptxGÊNERO      TEXTUAL     -     POEMA.pptx
GÊNERO TEXTUAL - POEMA.pptx
Marlene Cunhada
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
Manuais Formação
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
TomasSousa7
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
ValdineyRodriguesBez1
 
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
LeticiaRochaCupaiol
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
profesfrancleite
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Biblioteca UCS
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
TomasSousa7
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
MarcosPaulo777883
 
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdfUFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
Manuais Formação
 

Último (20)

Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
 
slides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentarslides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentar
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
 
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIASA SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
 
GÊNERO TEXTUAL - POEMA.pptx
GÊNERO      TEXTUAL     -     POEMA.pptxGÊNERO      TEXTUAL     -     POEMA.pptx
GÊNERO TEXTUAL - POEMA.pptx
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
 
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
 
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdfUFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
 

Memorial do convento o estilo de josé saramago (1)

  • 1. O ESTILO DE JOSÉ SARAMAGO MEMORIAL DO CONVENTO
  • 2. TOM ORALIZANTE, QUE RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE VÁRIOS PROCESSOS  Interação do oral e do escrito  Incorporação, no registo culto, dos registos familiar e popular, com frequentes utilizações de elementos de fala popular, como ditados, provérbios, aforismos, regionalismos, calão.  Frequentente, os provérbios são alterados de acordo com a intencionalidade do autor.
  • 3. TOM ORALIZANTE, QUE RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE VÁRIOS PROCESSOS Exemplos “a pobre não emprestes, a rico não devas” – adaptação de “a rico não devas, a pobre não prometas”; “olhos que não te viram, coração que sente e sentiu” – adaptação de “olhos que não veem, coração que não sente”.
  • 4. TOM ORALIZANTE, QUE RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE VÁRIOS PROCESSOS Transgressão das regras de pontuação  Não utilização das marcas gráficas do diálogo, como o travessão e os dois pontos indicadores do discurso direto.  Utilização da vírgula e da letra maiúscula, não antecedida de ponto final, para marcar o início da fala de uma personagem.  Não utilização do ponto de interrogação nas frases interrogativas, que não reconhecem
  • 5. TOM ORALIZANTE, QUE RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE VÁRIOS PROCESSOS  Não utilização do ponto de interrogação nas frases interrogativas, que se reconhecem pela estrutura sintática.  O efeito pretendido é provocar uma aproximação ao discurso oral, uma fusão entre o discurso do narrador e o das personagens, um apelo à cumplicidade do leitor.
  • 6. TOM ORALIZANTE, QUE RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE VÁRIOS PROCESSOS Utilização de deíticos (espaciais, temporais e pessoais que remetem para um tempo e um lugar onde se situa e inclui o narrador)  Exemplo: “Por baixo desta tribuna em que estamos, outra há (…) e isto se passa na presença de outros criados e pagens, este que abre o gavetão, aquele que afasta a cortina, um que levanta a luz (…) Mas vem entrando D. Nuno da Cunha” (Cap. I).
  • 7. TOM ORALIZANTE, QUE RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE VÁRIOS PROCESSOS Utilização de expressões próprias do registo oral  Exemplo: “Agora não se vá dizer” (3 vezes repetida)
  • 8. TOM ORALIZANTE, QUE RESULTA DA UTILIZAÇÃO DE VÁRIOS PROCESSOS Extensão das frases e dos períodos, com recurso à coordenação e à subordinação.
  • 9. ABUNDÂNCIA DE FIGURAS DE RETÓRICA  Como nos textos barrocos do século XVIII: metáfora, hipérbato, enumeração, personificação, antítese e paradoxo, anáfora e construção paralelística, jogos de palavras, ironia, adjetivação, enfim, toda uma explosão de recursos expressivos, figuras de retórica usadas com intencional excesso.
  • 10. UTILIZAÇÃO DO DISCURSO INDIRETO LIVRE  Frequente interpenetração do discurso indireto, direto, indireto livre e monólogo interior.
  • 11. FLEXÃO VERBAL EXPRESSIVAMENTE TRABALHADA  Uso do futuro e do presente, combinados com os tempos pretéritos.
  • 12. INTERTEXTUALIDADE (utilização de citações e de outros textos e autores, nomeadamente a Bíblia e Os Lusíadas) EXEMPLOS  “assim como o homem, bicho da terra, se faz marinheiro por necessidade, por necessidade se faz voador” (cap. VI)
  • 13. INTERTEXTUALIDADE  “que adamastores, que fogos de santelmo, acaso se levantam do mar, que ao longe se vê, trombas de água que vão sugar os ares” (cap. XVI)  “Ó doce e amado esposo, e outra protestando, Ó filho a quem eu só para refrigério e doce amparo desta cansada e já velhice minha, tanto que os montes de mais perto respondiam, quase movidos a piedade”  “Ó glória de mandar, ó vã cobiça, ó rei infame ó pátria sem justiça” (cap. XXI)