O documento discute procedimentos de emergência em psiquiatria, incluindo contenção física e química temporária em situações agudas como delirium, abstinência alcoólica e intoxicações. Também fornece recomendações sobre diagnóstico diferencial, estabilização e tratamento inicial de pacientes.
1. Psicoses agudas
Delirium
Ataque de pânico
Síndrome de abstinência de álcool
Síndrome neuroléptica maligna
Síndrome serotoninérgica
Parkinsonismo agudo, distonias, acatisia
Suicídio
2. Equipe de no mínimo 5 pessoas para contenção
física
Se necessário, Contenção mecânica no leito:
máximo de 2 horas, enfermagem ao lado do
paciente, observação médica a cada 30 minutos.
Observar perfusão, garroteamento, pressão
torácica, globo vesical.
Importante: história médica completa com
familiares. Exame físico assim que possível.
Exames laboratoriais assim que possível.
3. Pelo histórico da doença é possível predizer a
necessidade de internamento psiquiátrico. Há
casos onde a agudização pode ser tratada sem
transferência a hospital psiquiátrico.
Tratamento farmacológico:
haloperidol 5 mg IM repetir se necessário, no
máximo 6 ampolas.
Midazolam IM, 15mg/3ml, evitando doses
superiores a 3 ao dia.
Várias possibilidades de tratamento via oral.
4. Ocorre em aproximadamente um terço dos
pacientes em UTI ou criticamente enfermos.
Distúrbio em:
o Atenção
o Compreensão
o Orientação ( tempo, espaço)
o Menor consciência do ambiente
Característico: início abrupto, distúrbio no ritmo
circadiano, flutuação sintomática. A atenção é mais
comprometida no delirium que na demência.
5. Principais causas:
“Qualquer doença grave”
• Distúrbios metabólicos, hidroeletrolíticos,
infecções, pós cirúrgicos, medicações,
intoxicação ou abstinência de drogas,
desidratação, desnutrição, isquemia cerebral,
hipóxia, hipoglicemia, insuficiência renal,
hepática, cardíaca, quadros ictais e pós ictais,
trauma craniano, lesões expansivas, infecção do
SNC, etc. Comum em idosos: pneumonia e
infecção urinária.
7. Tratamento:
Reassegurar orientação através de relógios,
calendários e orientação constante.
Manter ambiente iluminado.
Evitar restrição física.
Tratar doença de base.
Antipsicóticos de alta potência:
Haldol 1mg
Risperidona 1mg
Olanzapina 2,5mg
8. Fator precipitante é eliminação excessiva de
CO2.
Considerar diagnóstico diferencial e
comorbidade com doença cardíaca.
Considerar uso benzodiazepínicos apenas nos
primeiros 15 dias de ISRS.
Tratamento de primeira linha:ISRS (baixa dose)
9. Início entre 6 a 8 h:
Leve: tremores, agitação, insônia, náuseas,
vômitos, fraqueza, cefaléia.
Moderados: Febre, diaforese, leve aumento de
PA, leve aumento de frequência cardíaca.
Graves: delirium tremens, hipopotassemia,
hipomagnesemia, desidratação. Necessária
correção hidroeletrolítica e permanência em
hospital clínico preferencialmente.
10. Tratamento ambulatorial:
Tiamina IM
Diazepam 20mg ao dia
Clordiazepóxido até 100mg ao dia
Lorazepam 4mg ao dia
Retirar benzodiazepínicos em 7 dias.
11. Tratamento Domiciliar
Tiamina IM
Diazepam 40mg ao dia
Clordiazepóxido 200mg ao dia
Lorazepam 8mg ao dia
Avaliar necessidade de polivitamínico, ácido
fólico,complexo B, metadoxil, antihipertensivo
12. Tratamento Hospitalar:
CIWA-AR maior que 8 ou 10
Diazepam 10 a 20mg VO por hora
Clordiazepóxido 50 a 100mg VO por hora
Lorazepam 2 a 4 mg VO por hora
Em caso de convulsões diazepam 10mg EV
lento sem diluição.
13. Jamais utilizar glicose em pacientes
alcoolizados ou em SAA não hipoglicêmicos
Aumentar a dose de tiamina injetável em caso
de confusão mental, ataxia e nistagmo
Se agitação ou confusão severa, utilizar
haloperidol mais prometazina de 4 em 4 horas.
Hidratação ev, controle de eletrólitos, manter
observação de comorbidades clínicas , exames
laboratoriais gerais.
14. Epidemiologia: 1 tentativa a cada 40s no mundo (OMS)
Avaliação de risco:
Ideação de morte, ideação suicida, plano suicida
Idade acima de 45 anos
Homens tem mais suicídio efetivo e menos tentativas
Solteiros, divorciados, viúvos
Dor crônica, doença incurável
Doença psiquiátrica de base
História familiar de suicídio
Tentativas prévias, gravidade destas
Conduta: internamento integral em leito clínico até
transferência a leito psiquiátrico
15. Parkinsonismo agudo: rigidez com expressiva
roda denteada, dificuldade de deambulação,
menor expressão facial, postura robotizada.
Distonia cervical, distonia de língua, distonia
de laringe
Acatisia
Tratamento: Se possível diminuir ou
descontinuar o agente precipitante, utilizar
biperideno ,propranolol, benzodiazépínicos.
16. Bloqueio dopaminérgico em gânglios da base
Sintomas: Rigidez muscular, distonia, acinesia,
mutismo, agitação, insuficiência respiratória,
rabdomiólise, alteração de nível de consciência
Laboratório: aumento de leucócitos, CPK,
enzimas hepáticas, mioglobina plasmática,
mioglobinúria, monitorar função renal
Tratamento: antiparkinsoniano, dantrolene 0.8
a 2,5mg /kg ev 6/6h até 10mg ao dia (100 a
200mg ao dia VO); bromocriptina 2,5mg 6/6h,
ECT
18. Sintomas: tríade MENTAL, MOTOR, SNA:
diarréia
Inquietude
Agitação
Hiperreflexia
Instabilidade autonômica
Mioclonia, rigidez, convulsões
Hipertermia e calafrios
Delirium , estado de mal epiléptico, coma,
colapso cardiovascular e morte
19. Tratamento:
Descontinuação do agente
Tratamento sintomático
Ciproheptadina : 4 a 8 mg via oral seguido por
4 mg a cada 8 horas por 24 horas
Clorpromazina 12,5 mg IM/EV até 1mg /kg