2. DERMATITE SEBORREICA
INTRODUÇÃO
• Inflamação cutânea eczematiforme, confinada
a regiões seborreicas da pele
• Dois picos de incidência
– No recém nascido (até 3meses)
– No adulto (18 - 40 anos)
• Afecta mais o homem
• Formas extensas e resistentes ao tratamento
sugerem associação com infecção HIV ou
distúrbios neurológicos
3. DERMATITE SEBORREICA
PATOGÊNESE
• Mal esclarecida, parece haver conjugação de 2
factores:
➢Secreção sebácea
✓O padrão funcional das glândulas sebáceas é
determinado geneticamente, a sua actividade
depende da estimulação androgénica
✓localização preferencial da dermatose nas áreas
cutâneas onde a densidade das glândulas
sebáceas é elevada
4. DERMATITE SEBORREICA
PATOGÊNESE
➢ Colonização por Malassezia spp, saprófitas da pele
✓Actuação de lipases das leveduras sobre lípidos do
sebo→ ácidos gordos promotores de inflamação
• Factores precipitantes/agravantes
✓ Stress emocional
✓ Doenças neurológicas (D. Parkinson)
✓ Infeções virais: HIV e HTLV1
✓ Obesidade
✓ Ambientais: ↑da temperatura e humidade
5. DERMATITE SEBORREICA
CLÍNICA
• Duas formas clinicas
✓Infantil ou do lactente
✓Do adulto
• Placas eritematodescamativas, sem
vesiculação, com escama gordurosa
• Predomínio das lesões nas áreas de maior
densidade das glândulas seborreicas
• Escassa sintomatologia associada.
✓ Pode haver prurido
6. DERMATITE SEBORREICA INFANTIL
CLÍNICA
• Início entre a 2ª e 3ª semana de vida,
prolongando-se por 3 a 6 meses
• Localização mais frequente, couro cabeludo
(vertex e fontanela anterior)
• Caracterizada por:
✓Placa eritematodescamativa, com escamas
espessas, amareladas e gordurosas que aderem e
aglutinam os cabelos, formando carapaça mais ou
menos intensa → “crosta láctea”
7. DERMATITE SEBORREICA INFANTIL
CLÍNICA
✓Limites difusos, tornando-se bem marcados quando as
lesões se estendem para a região frontal adjacente
• Nas formas intensas: lesões na fronte → regiões
da glabela, supraciliares e sulcos nasogenianos,
com escamas pitiriasiformes e eritema ligeiro
– Frequente associação a blefarite escamosa
• Localização intertriginosa (pregas retro-
auriculares, pescoço, axilas e virilhas) é
acompanhada de eritema intenso de bordos
difusos , com exsudação ligeira
8. DERMATITE SEBORREICA INFANTIL
CLÍNICA
• Frequente localização nas nádegas e períneo
com extensão para o umbigo e pregas sub-
nadegueiras → “em calção”
• Expansão das lesões cefálicas e nadegueiras
→ Eritrodermia de Leiner-Moussus
9. DERMATITE SEBORREICA DO ADULTO
CLÍNICA
• Face: localização mais frequente
✓ Placas eritematosas cobertas de pequenas escamas
gordurosas nas áreas seborreicas (sulcos nasogenianos,
regiões da glabela e supraciliar, contorno anterior do couro
cabeludo)
✓ Nas formas extensas, afecção do mento e bordos ciliares
das pálpebras (blefarite)
10. DERMATITE SEBORREICA DO ADULTO
CLÍNICA
• Couro Cabeludo
✓ Pode ser isolada, sem afecção facial;
✓ Formas ligeiras: caracterizadas por descamação fina
difusa, não aderente, sem eritema ou irritação ligeira →
Pitiriasis capitis;
✓ Formas severas: as escamas são espessas semelhantes a
fragmentos de asbesto, aderentes ao couro cabeludo, que
aglutinam mechas de cabelo →Pitiríase amiantácea ou
Falsa tinea amiantácea;
11. DERMATITE SEBORREICA DO ADULTO
CLÍNICA
✓ Frequente progressão das lesões do couro
cabeludo até ao limite superior da região frontal
e regiões retro-auriculares, com bordos
eritematosos bem definidos, arciformes →
“coroa seborreica”
• Tronco
✓Placas eritematodescamativas anulares ou
circinadas de bordos bem delimitados,
localizadas nas regiões pré-esternal e
interescapular.
12. DERMATITE SEBORREICA DO ADULTO
CLÍNICA
✓Formas extensas:
• as lesões atingem as pregas axilares, inguinais e
sulco interglúteo.
• Nos obesos, atingem pregas submamárias e da
parede abdominal, com maceração
20. DERMATITE SEBORREICA
TRATAMENTO
• Objectivos
✓ ↓ a colonização da pele pelo Malassezia
✓ Controlo da inflamação
✓ Controlo da seborreia
• DS Infantil
✓ Evitar fármacos sempre que possível (emolientes)
▪ Crosta láctea: Ac. Salicílico 3%, seguido de lavagem horas depois
21. DERMATITE SEBORREICA
TRATAMENTO
✓ Intertrigo
• Creme imidazol
• Evitar corticoides tópicos
• Na área da fralda: cremes barreira
✓ Eritrodermia
• Correção hidroelectrolitica e proteica
• Medidas gerais para a prevenção de infecções bacterianas
22. DERMATITE SEBORREICA
TRATAMENTO
• DS do Adulto:
✓Tratamento é essencialmente tópico
• Derivados imidazóis: shampoos (C. cabeludo), cremes
(corpo), com boa resposta (75-90%)
▪ Formas ligeiras da face e tronco
• Antifúngicos tópicos por 2 a 4 semanas
– Formas inflamatórias agudas
• Corticoides fracos por períodos curtos ou inibidores da
calcineurina (tacrolimus)
– Formas severas e resistentes
• Tratamento sistémico: antifúngicos
25. PSORÍASE
Conceito
• Doença inflamatória crónica da pele e
articulações;
• Etiologia desconhecida;
• Caracterizada clinicamente por lesões
eritematodescamativas bem delimitadas;
– Extensão e gravidade variável
26. PSORÍASE
Epidemiologia
• Prevalência 2 – 3 % população mundial
• Afecta igualmente ambos sexos
• Pode manifestar-se em qualquer idade
– Maior incidência na 3ª década de vida
• 80% dos casos , desenvolve formas ligeiras
27. PSORÍASE
Epidemiologia
• Factores Desencadeantes ou Agravantes
➢Factores Exógenos:
–Trauma local
–Infecções: estreptococo, HIV
– Farmacos: β-bloqueadores, anti-maláricos,
sais de lítio, Inibidores do Enzima
Conversora de Angiotensina e retirada de
corticoides sistémicos
28. –Tabagismo
– Alcoolismo
• Factores Endógenos:
–Factores endócrinos:
• intensidade das lesões flutua com as alterações
hormonais (ex puberdade, gravidez, menopausa)
–Stress emocional
PSORÍASE
Epidemiologia
29. PSORÍASE
Patogenia
• Etiologia multifactorial
– Herança genética, poligénica
– Factores imunológicos
– Factores ambientais
❖Factores genéticos e ambientais → activação
inadequada do sistema imunitário cutâneo →
sua desregulação
30. PSORÍASE
Patogenia
➢resposta imuno-inflamatória com produção
anormal de citocinas pelos linfócitos T
activados
– Hiperproliferação epidérmica
• Aceleração do transito epidérmico (28 →8 a 10 dias)
• Todas as células germinativas estão em multiplicação
– Infiltrado inflamatório dérmico (linfocitário)
– Angiogénese (proliferação capilar anormal)
31. ➢ defeito dos mecanismos de controlo da
resposta imunológica→ perpetuação do
processo inflamatório
PSORÍASE
Patogenia
32. PSORIASE
Clínica
• Lesão elementar psoriásica:
– Mancha ou placa eritematodescamativa, circular, com
bordo bem delimitado
– Eritema vermelho vivo, escamas espessas e pouco
aderentes, classicamente comparadas a fragmentos de
cera
• curetagem metódica da lesão, evidencia 2 sinais
clínicos
– sinal da vela: revela estratificação das escamas
– sinal de Auspitz: corresponde a pontos
hemorrágicos, quando se remove a escama
33. • Fenómeno de Koebner: surgimento de lesões
cutâneas características duma dermatose
sobre áreas de trauma prévio
• Lesões assintomáticas ou pouco pruriginosas
• Estado geral não comprometido na maioria
dos casos
• Regride sem deixar cicatrizes
PSORIASE
Clínica
37. PSORÍASE
Clínica
Principais Formas Clinicas
• Vulgar ou em Placas
• Gutata
• Eritrodérmica
• Pustulosa
– Localizada
– Generalizada
• Artropática
Localizações Especiais
• Couro cabeludo
• Inversa
• Palmo-plantar
• Ungueal
• Mucosa Oral
38. PSORÍASE VULGAR
• Forma mais frequente
• Lesões cutâneas predominam nas superfícies
de extensão dos membros, região
lombossagrada e couro cabeludo;
– Inicialmente pequenas → confluem em grandes
placas
• Outras localizações: palmas, plantas e unhas.
– Face poupada na maioria dos casos
• Tendência para distribuição simétrica
39. PSORÍASE VULGAR
• Afecção ungueal é comum nas formas difusas
– Aspecto picotado ou outras alterações como
discromia, onicólise parcial ou total,
hiperqueratose e fendilhação
– Compromisso simultâneo das mãos e pés
• Couro cabeludo
– Inflamação e descamação pronunciada
– Não provoca alopecia
47. PSORÍASE GUTATA
• Típica das crianças,
– também ocorre em adolescentes e adultos jovens
• Caracteriza-se por inicio súbito de erupção de
pápulas variando de 0,2 -1 cm de Ø
• Precedida por infecção estreptocócica da
orofaringe
• Distribuição: generalizada, poupa regiões
palmo-plantares
50. PSORÍASE PUSTULOSA
• Forma Generelizada ( Von Zumbusch):
– Início súbito, com sintomas gerais em doente com
antecedentes de psoríase vulgar ou eritrodérmica
– Eritema extenso que se espalha em horas, seguido
de pequenas pústulas → flictenas de conteúdo
purulento
– Evolui com VS e leucócitos ↑,↓albumina,
desequilíbrio hidroelectrolítico
– Risco elevado de sépsis
51. PSORÍASE PUSTULOSA
• Forma Localizada:
– Circunscrita nas extremidades com carácter crónico e
persistente
• 2 subtipos: palmo-plantar e acrodermatite continua de
Hallopeau
➢Forma palmo-plantar é a mais comum
• Lesão típica: mancha eritematodescamativa de bordos bem
definidos, coberta de pústulas
➢Acrodermatite contínua de Hallopeau
• Pústulas que afectam dedos das mãos e/ou pés →
destruição de unhas e estruturas ósseas
– Com prurido ou ardor
54. PSORÍASE ERITRODÉRMICA
• Caracteriza-se por eritema, edema e
descamação envolvendo mais de 90% da
superfície corporal
– Poupança da face e afecção das unhas
• Afecção do estado geral, prurido
– Linfadenopatia dermopática nos quadros
prolongados
• Precipitada por medicamentos tópicos ou
sistémicos (corticoides), infecções
57. PSORÍASE ARTROPÁTICA
• Caracterizada pela associação da psoríase em
qualquer das suas formas, com poliartrite
clinica e radiológica
• Evolução crónica e progressiva → Invalidez
• O quadro cutâneo precede o articular (70%
dos casos)
• Afecta sobretudo as articulações das mãos e
pés, com dor, tumefação e rigidez matinal.
58. PSORÍASE ARTROPÁTICA
• No inicio é monoarticular
• Artrite bilateral e assimétrica das pequenas
articulações das mãos e pés é característica
– Dedos ‟em salsicha″, resultante da inflamação
peri-articular extensa
• Fase avançada, deformidades com a clássica
‟mão em lorgnon″
59. PSORÍASE ARTROPÁTICA
• Rx das articulações:
– destruição óssea nas superfícies articulares
interfalângicas,
– epífises são destruídas com afilamento distal:
imagem ‟em ponta de lápis″
• Factor reumatoide negativo
60. Pescoço
Ombro
Punho
Todas as articulações dos dedos das
mãos
Cotovelos
Tornozelos
Todas as articulações dos dedos dos pés
Joelhos
Base da coluna
PSORÍASE ARTROPÁTICA
67. PSORÍASE INVERSA
• Forma localizada nas pregas:
– axilas, submamárias, umbigo, interglútea e
virilhas;
• Lesões habitualmente inflamatórias,
maceradas e exsudativas;
71. • Acantose: aumento
espessura da epiderme
• Paraqueratose: retenção
dos núcleos no estrato
córneo
• Alongamento das papilas
• Infiltrado inflamatório
perivascular
• Aumento da
vascularização das
papilas
PSORÍASE
Histopatologia
72. PSORÍASE
Diagnóstico
• Clínico
– Aspecto e localização das lesões
– Alterações ungueais
– Perfil evolutivo
– Prevalência familiar
• Exame histológico:
– Recomendado em casos duvidosos
74. PSORÍASE
Diagnóstico Diferencial
• Psoríase eritrodérmica
– Toxidermia
– Linfoma T cutâneo
• Psoríase do couro cabeludo
– Dermatite seborreica
• Psoríase palmo-plantar
– Dermatite de contacto cronica
– Dermatofitose
• Psoríase inversa: D. seborreica; tinea cruris
75. PSORÍASE
Prognóstico
• Evolução crónica com atenuações e recidivas
• As remissões têm duração variável
• A forma artropática pode levar a invalidez
• Formas eritrodérmica e pustulosa
generalizada podem ter mau prognóstico
76. PSORÍASE
Tratamento
• Critérios de escolha do tratamento:
–Idade do doente
–Estado geral e outras doenças associadas
–Extensão e intensidade da dermatose
–Tempo de duração e padrão evolutivo
–Tratamentos anteriores
–Meios disponíveis
77. PSORÍASE
Tratamento
➢ Tópico:
• 1ª linha nas formas ligeiras a moderadas
• Fármacos tópicos:
–Queratolíticos: Ac Salicílico 5%
–Corticoides
–Derivados da vitamina D: Calcipotriol
–Derivados de alcatrão: coaltar
–Ditranol (pouco usada)