Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
aula de Lepra.Patologias.Dermatologicas2.pdf
1.
2. Lepra
• Lepra é uma doença infecciosa, contagiosa
e crónica do homem.
• É causada pelo Mycobacterium leprae.
• Afecta principalmente a pele e segmentos
dos nervos periféricos, embora por vezes o
dano neural não seja clinicamente
detectado.
• Pode afectar qualquer tecido no corpo
EXCEPTO o cérebro e a medula espinhal.
3. Lepra
A Lepra é um problema de saúde pública
por causa da sua capacidade de causar
graves deformidades físicas permanentes
com consequências sociais de
discriminação e estigma.
4. Lepra – o Bacilo
O Bacilo, descoberto em 1873, apesar de
intensos trabalhos durante mais de 100
anos, nunca se conseguiu cultivá-lo in
vitro.
5.
6. Lepra – o Bacilo
• É: alcoól-ácido resistente, gram positivo,
forma de bastonete e intracelular.
• É o mais lento microorganismo conhecido a
multiplicar-se, divide-se a cada 12-14 dias.
• Em 1960 conseguiu-se o crescimento
selectivo do bacilo na pata do ratinho. O
bacilo cresce bem a temperaturas baixas.
• A infecção pelo bacilo pode ser intensa sem
que o doente se sinta doente.
9. Alguns factos na lepra:
• Doença de progressão lenta
• Causeda por Mycobacterium leprae
• Altamente infeccioso
• Baixa patogenicidade e virulência
• Longo período de incubação
10. Lepra – a transmissão
•Acredita-se que o Homem seja o mais
importante reservatório da infecção.
•É sobretudo de Homem→Homem.
•Antigamente pensava-se em contacto pele
→ pele.
•Actualmente pensa-se que a infecção é
transmitida através da inalação de
aerossóis contendo M. leprae.
•O modo de transmissão é ainda tema de
debate.
11. Lepra – a transmissão
•A maior parte dos casos acontecem
provavelmente quando pessoas
susceptíveis são expostas a um grande
risco, tal como a inalação de inúmeros
bacilos expelidos se um doente
lepromatoso espirra.
•O contacto prolongado não é necessário
para a transmissão, mas provavelmente
aumenta o risco da doença.
12. Lepra – a transmissão
•Organismos M. Leprae-like
indistinguiveis dos de origem humana,
foram isolados de:
armadillos da Louisiana e Texas
chimpanzé capturado na Serra Leoa
macaco manabey na Nigéria.
•Não é conhecido nenhum vector.
13.
14.
15.
16. Aproximadamente 83% dos
doentes leprosos :
Vivem em 6 países:
• India, Brasil, Nepal, Madagascar, Myanmar
e Indonesia.
• Moçambique é o país mais afectado da
África Austral.
18. MOÇAMBIQUE NO CONTEXTO
AFRICANO
• Moçambique é o país com a mais elevada taxa de
prevalência de Lepra em África e faz parte dos 6 países
mais afectados pela doença, no mundo
• Taxa de prevalência é o número de doentes com Lepra em
cada 10.000 habitantes. A taxa de prevalência actual do
nosso país (final do 2º trimestre de 2007), é de 1,2 por
10.000 habitantes.
• Segundo a OMS , Lepra deixa de ser problema de saúde
pública quando a taxa de prevalência é inferior a 1 caso por
10.000 habitantes, momento em que se considera que o
país “eliminou” a doença.
19. • Moçambique está trabalhando com os seus
parceiros de cooperação, OMS, ILEP,The
Nippon Foundation.
20. • Os slides que se seguem mostram a evolução da
situação da Lepra em África, em função das taxas
de prevalência, durante o período de 1999 a 2006.
• Moçambique tem vindo a melhorar a sua situação
face a esta doença, posicionando-se agora entre os
quatro países africanos com as taxas
compreendidas entre 1 e 2 casos de Lepra por cada
10.000 habitantes.
21. Taxa de Prevalência 1 - 2 cases p.10,000
Taxa de Prevalência < 1 case p.10,000
Não AFRO
Taxa de Prevalência > 2 cases
p.10,000
SITUAÇÃO NA REGIÃO AFRICANA 1999
7
8
31
22. Taxa de Prevalência 1 - 2 cases p.10,000
Taxa de Prevalência < 1 case p.10,000
Não AFRO
Taxa de Prevalência > 2 cases
p.10,000
SITUAÇÃO NA REGIÃO AFRICANA 2001
5
4
37
23. Taxa de Prevalência 1 - 2 cases p.10,000
Taxa de Prevalência < 1 case p.10,000
Não AFRO
Taxa de Prevalência > 2 cases
p.10,000
SITUAÇÃO NA REGIÃO AFRICANA 2003
4
3
39
24. Taxa de Prevalência 1 - 2 cases p.10,000
Taxa de Prevalência < 1 case p.10,000
Não AFRO
Taxa de Prevalência > 2 cases
p.10,000
SITUAÇÃO NA REGIÃO AFRICANA 2005
1
3
42
25. Taxa de Prevalência 1 - 2 cases p.10,000
Taxa de Prevalência < 1 case p.10,000
Não AFRO
Taxa de Prevalência > 2 cases
p.10,000
SITUAÇÃO NA REGIÃO AFRICANA
2006
0
4
42
26. A LEPRA EM MOÇAMBIQUE
• Os slides que a seguir são apresentados, mostram
a melhoria da situação epidemiológica da doença
no país, por províncias, ao longo dos 4 últimos
anos (2002-2006)
• De recordar que foi a partir de 2000 que o
MISAU, OMS e ILEP adoptaram uma nova
estratégia com vista a acelerar a eliminação da
doença, tendo sido definido 2005 com o ano -
alvo.
• Moçambique, devido ao elevado número de
pacientes que tem, não eliminou em 2005.
27. • A tendência actual da doença, tendo como
base os cerca de seis indicadores que são
usados para monitorar a eliminação, (a taxa
de prevalência é um dos
indicadores),mostram que a eliminação A
NÍVEL NACIONAL será dentro em breve
uma realidade. ( TAXA DE
PREVALÊNCIA NACIONAL INFERIOR
A 1 CASO POR 10.000 HABITANTES).
28. > 5 casos por 10,000
1- 5 casos por 10,000
< 1 caso por 10,000
2002
2004
2003
29. > 5 casos por 10,000
1- 5 casos por 10,000
< 1 caso por 10,000
Final 2005
Final 2006
31. ACTUAL TAXA DE
PREVALÊMCIA NACIONAL =
1,2 / 10.000
TAXA DE PREVALÊNCIA NACIONAL
A ATINGIR ATÉ 31/12/2008
0,9 / 10.000
32. Três objectivos principais no
controlo da lepra:
• Interromper a transmissão
• Tratar e Curar os doentes
• Prevenir o desenvolvimento de
deformidades
36. Lepra - Classificação:
OMS 1998 – Dois tipos:
• Paucibacilar, PB : doentes sem reacções
com cinco (5) ou menos lesões cutâneas.
Estes doentes não devem ter bacilos no
esfregaço.
• Multibacilar, MB: doentes que têm mais
de cinco lesões cutâneas + bacillos no
esfregaço.
39. Quadro clinico de TT or PB
• Afecta apenas a pele e nervos periféricos
• Com uma ou poucas placas eritematosas,
infiltrativas e assimétricas.
• As lesões são vermelhas ou castanhas, ovais
ou arredondadas e elevadas.
• Anestéticas e menos pêlos com
descamação.
61. Lepra - Diagnóstico I:
O diagnóstico e terapêutica precoces são
muito importantes para:
• o controlo da doença
• o controlo do doente e
• prevenção de deformidades
62. Lepra - Diagnóstico II:
• Subdiagnósticos promove transmissão e
resulta em desnecessário sofrimento e
deformidades.
63. Lepra - Diagnóstico III:
• Sobrediagnóstco é responsável por
tratmento desnecessário, stress, estigma e
induz em erro as estatisticas
epidemiológicas.
64. Lepra - Diagnóstico IV:
• Um caso de lepra é definido como um
indivíduo que não tenha completado um
curso de tratmento e tem um ou mais dos
thês sinais cardinais :
65. Lepra - Diagnóstico V:
• Três sinais cardinais :
1. Lesões cutâneas hipopigmentadas ou
eritematosas com perda ou alteração da
sensibilidade.
2. Engrossamento de nervos periféricos com
perda da sensibilidade.
3. Esfregaço positivo para bacilos.
66. Esfragaço I:
• O bordo de 1 lesão da
pele ou lóbulo da
orelha é firmamente
pinçada.
• 1 corte 5 mm longo e
2-3 mm profundo é
feito com a bisturi.
• A incisão é então
raspada com a lâmina.
67. Esfragaço II:
• A serosidade obtida é espalhada numa
lâmina de vidro e fixada com 1 chama e
• Corada com o método Ziehl-Neelsen.
• Quando positivo: muitos amas ou globias de
bacilos podem ser observados, como na
lepra multibacilar (MB) (lepra lepromatosa)
68. Esfragaço III:
• A especificidade é quase 100%; contudo,
sua sensibillidade é raramente > 50%,
porque doentes com esfregaço positivo
representam apenas 10-50% dos casos.
69. Esfragaço IV:
• Os esfregaços identificam aqueles com
doença multibacilar que são os mais
infectantes e também aqueles que tiveram
uma recaída clínica.
70. Lepra - Diagnóstico VI:
• As lesões hipopigmentadas anestéticas ou
manchas eritematosas podem ser menos
bem definidas e menos anestéticas na lepra
multibacilar.
71. Lepra - Diagnóstico VII: Alteração
da sensibilidade
• A alteração da sensibilidade é
testada com 1 bola de algodão
• A pele é tocada com ele, não
esfregando,
• Entretanto pede-se ao doente
para fechar os olhos e mostrar o
lugar onde foi tocado com o
algodão.
• Referência errada e certamente
“não sentir” são diagnóstico de
lepra.
72. Lepra - Diagnóstico VIII:
• Engrossamento dos nervos
periféricos aparecem
geralmente depois das
lesões cutâneas.
• Os nervos mais vezes
envolvidos são o ulnar
(cubital) e o peroneal
comum (popliteio
externo).
• Nervos engrossados são
mais observados na
doença multibacilar.
73.
74. Lepra - Diagnóstico IX:
• Uma abordagem equilibrada para fazer um
diagnóstico de certeza de lepra é fortemente
recomendado:
• A presença de um nervo engrossado e um outro
sinal cardinal tal como:
• Lesões cutâneas típicas, hipopigmentadas ou
eritematosas, com perda ou alteração da
sensibilidade ou
• Uma diminuição típica da função de um nervo, tal
como a perda da sensibilidade das palmas das
mãos e plantas dos pés.
75. Lepra - Diagnóstico X Nervos
engrossados:
• Nervos a examinar para engrossamento são
fundamentalmente o grande auricular, o
ulnar e o radial-cutaneo.
• Palpação de nervos engrossados: nenhum
outro teste clínico ou laboratorial tem a
mesma alta sensibilidade e especificidade.
80. Aproximadamente setenta por cento de
doentes leprosos podem ser
diagnosticados por manchas cutâneas com
perda ou alteração da sensibilidade
81. Complicações da lepra: Reacções:
• Reacção Reversa (RR)
• Eritema Nodoso Leproso
(ENL)
• Reacções são o resultado
de 1 súbita alteração no
estado imunológico do
doente
• Elas podem ser
desencadeada por 1
polimedicação, infecções,
gravidez etc.
82. Complicações da lepra: Reacções:
• Causa dano nervoso, levando a perda da
sensibilidade e perda da força muscular,
com ulceração e deformidade como
consequência.
83. Reacção Reversa (I):
• Edema aumentado com eritema de lesões
previamente existentes.
• Aparecimento de novas lesões,
engrossamento e fragilidade dos nervos que
pode resultar no aumento da perda
funcional.
• Algumas vezes edema acral.
84. Reacção Reversa (II):
• Uma resposta imunológica que geralmente
segue a (quimio)terapia
• Ocorre nas formas borderline tuberculoide,
borderline e borderline lepromatosa.
88. Lagoftalmo Bilateral :
•Perda da expressão facial (pode levar
a isolamento social). Os olhos estão
em risco de secagem, eventualmente
conduzindo à cegueira.
99. Eritema Nodoso Leproso ENL (I):
• Aparecimento súbito de nódulos
eritematosos e sensíveis. O portador pode
sentir-se doente.
• Nervos podem estar sensíveis. Artrite,
linfadenite, orquite, bem como iridociclite e
glaucoma podem ocorre.
• Orgãos podem ser envolvidos
separadamente ou simultaneamente.
100. Eritema Nodoso Leproso ENL(II)
• Ocorre em lepra Lepromatosa e alguns
casos BL e é caracterizada por:
• Mal estar, febre, arrepios de frio, mialgia,
artralgia e
• Sintomas neurológicos , viscerais e
cutaneos.
107. Ulceração: I
• Secundária a perda da sensbilidade.
• O micro trauma repetido cutâneo não é
sentido e por isso facilmente neglegenciado.
• Risco de dano aumenta quando há perda da
força muscular.
108. Ulceração: II
• Ulceração podem leva a celulite ou
profundas infecções, osteomielite and
consequentemente a perda dos digitos.
109. Ulceração: III
• Quando há lagoftalmo, há usualmente
anestesia do e consequentemente não há
pestanejar.
• O olho está em risco de secura e ulceração
com cegueira que pode ser o resultado.
110.
111. Therapy I:
Why MDT (I)?
• To address dapsone resistance and to
discourage resistance to other drugs to be
used
• To promote compliance and to get away
from long-term monotherapy such as
dapsone
112. Therapy II:
Why MDT (II)?
• To keep rifampicin in all therapeutic
regimens because of its powerful
bactericidal action and effectiveness
• To promote compliance and cost
effectiveness
113. Therapy III:
Management of uncomplicated leprosy (I):
• Paucibacillary-leprosy: 600 mg rifampicin
once a month under supervision Plus
dapsone (DDS) 100 mg daily for 6 months
unsupervised.
When compliance is a problem, a 6 month
dose taken within 9 months is acceptable
114. Therapy IV:
Management of uncomplicated leprosy (II):
• Multibacillary-leprosy: 600 mg rifampicin
and 300 mg clofazimine (Lampren) once a
month under supervision; plus 100 mg
dapsone (DDS) and 50 mg clofazimine
daily for 12 or 24 months, depending on the
policy of the local leprosy control
programme
115. Therapy V:
Management of uncomplicated leprosy (III):
• Multibacillary-leprosy (cont.):
When compliance is a problem, a full
treatment taken within 18 (for the 12
months programme) resp. 36 months (for
the 24 months programme) is acceptable
116. The patient we saw before with:
BT + RR
• Followed by pictures after one year of MDT
therapy
121. Treatment of reactions RR (I):
treatment depends on:
• Severity, the presence of neuritis and facial
involvement
• Pregnancy, drug allergies or adverse drug
reactions
• If severe, with neuritis and facial involvement,
systemic corticosteroids are indicated
• In milder cases NSAID’s may be helpful
122. Treatment of reactions RR (II):
• Treatment with steroids; use prednisolone
30-40 mg to start with, taper down to 20 mg
daily in two months
• This daily dose should be maintained for
some months: PB 1-2 months. MB 2-4
months or sometimes longer according to
clinical assessments
123. Treatment of reactions RR (III):
Cont.
• Thereafter the dosage can be further tapered
down to zero in two months
(Check for intercurrent infections!)
124. Treatment of reactions ENL (I):
With the use of clofazimine the ENL reaction
has been significantly reduced to as low as
5%
• Without neuritis thalidomide is effective
• With neuritis or iritis systemic
corticosteroids are necessary
125. Treatment of reactions ENL (II):
• Topical steroids and atropine are used for
reactive iritis
• Clofazimine in higher doses can sometimes
permit the use of lower doses of
corticosteroids
126. Treatment of reactions ENL (III):
• Treat mild ENL (without nerve, eye or
genital involvement) with acetyl
salicylicum 1000 mg three times weekly for
1-2 weeks
127. Treatment of reactions ENL (IV):
• Treat severe ENL, i.e. a sick person with
nerve, eye or genital involvement with
steroids; 80-100 mg daily for two days and
taper off in 2 weeks. May be necessary to
repeat.
TBC may be a complication, check for
intercurrent infections
128. Treatment of reactions ENL (V):
• In countries where thalidomide is available
100-400 mg once daily may be given for 1-
2 weeks.
Do not give to pregnant women or to women
who do not have 100% save contraception!!