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CLÍNICA das DERMATOSES PARASITÁRIAS do CÃO e do GATO

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO-DOURO
Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias
Departamento Ciências Veterinárias
Clínica das Doenças Parasitárias


Dr. P. SALVADOR MARQUES (DVM)
C entro Veterinário de Porto Salvo
VET4SKIN - Dermatologia Veterinária de Referência




                                         VET4SKIN
Nas 10 Dermatoses Caninas mais Frequentes estão 3 Parasitas (K. Hinlica):

1- A PULGA
• – DERMATITE ALÉRGICA à Picada da Pulga – DAPP

2- DEMODEX
• Demodicose Localizada ou Generalizada

3- SARCOPTES SCABIAE
• - Sarna Sarcóptica


Nas 10 Dermatoses Caninas mais Frequentes em PORTUGAL temos mais um Parasita:

4 - LEISHMÂNIA – Leishmaniose
PARASITAS CUTÂNEOS COMUNS

1* PROTOZOÁRIOS
2* ARTRÓPODES
3* HELMINTES



1* PROTOZOÁRIOS

Leishmaniose e a Dermatologia Veterinária

ASPECTOS CLÍNICOS:
• 80% casos Leishmaniose Visceral Canina com Sintomatologia Clínica-» Apresenta Sintomatologia Cutânea

Diagnóstico Diferencial (DD):
• PF, LES (Forma Ulcerativa da CanLeish), Dermatose responsiva ao Zn, Eritema Migratório Necrolítico, Adenite Seb|cea,
Linfoma (de Muller&Kirk´s, 6th Edition)
• Outras Dermatoses e Doenças com Lesões Cutâneas – Demodecose, Seborreia, Pioderma (Forma Pústular), Vasculites,
Micoses Profundas, Tumores, Erliquiose
Reconheceram-se 4 Padrões de Lesões (Ferrer et al, 2005):
 Nota: O mesmo animal pode apresentar mais de 1 padrão

1- Alopécia Simétrica e Seborreia Seca – 60% Casos
2- Forma Ulcerativa – 23%
3- Nodular (Múltipla) – 12%
4- Dermatose Pustular (Estéril Generalizada) – 4%

Lesões Cutâneas Frequentes na Leishmaniose :
• Descamaç~o Furfur|cea (“Bocados de Caspa”)
• Hiperqueratose Nasal e/ou Digital
• Onicogrifose e/ou Paroníquia/Perioníquia
• Alopécia Seborreica Peri-ocular (“Óculos”)
• Úlceras nos Bordos das Orelhas (Vasculites)
Mais raras:
• Despigmentaç~o Oral e Nasal
• Placas Nevo-like Localizadas
• Estomatite Ulcerativa
• Dermatofibrose Nodular
Outros Protozoários
Babesia canis, B. Gibsoni
Ixodídeos
Vasculites, Úlceras
Diagnóstico Diferencial:
Lúpus Eritematoso Discóide, Erhliquiose, Pododermatites


PARASITAS CUTÂNEOS COMUNS

2* ARTRÓPODES

DEMODICOSE
• Demodex canis, D. Injai, D. cornei
• Demodicosis, Demodectic Mange, Follicular Mange, Red Mange (en)
• Gale démodectique (fr)
• Sarna Demodécica/ Folicular/ Vermelha
• Demodexicose (Prof. Silva Leit~o)
O Ácaro Desenvolve-se nos Folículos Pilosos
                                     Ciclo Vital - 4 Estadios de Desesenvolvimento:
                                                     1º Ovo em Forma de Limão
                                                      2ª Larva de 6 patas
                                                      3º Ninfa de 8 patas
                                                     4º Adulto (8 patas)




DEMODICOSE
ASPECTOS CLÍNICOS:

• Passa da M~e para a Ninhada nos 2-3 dias de vida
• Em c~es com Pedigree (Imuno-incompetência)
• Em Geral C~es de pelo curto
• Mas Bobtail, “Westie”, Galgo Afeg~o susceptíveis


2 FORMAS DE DOENÇA:
    FORMA LOCALIZADA – JUVENIL (3 a 6 Meses)
    FORMA GENERALIZADA – JUVENIL ou ADULTA

Critérios para se atribuir como Forma Generalizada:
 1º- ≥ 5 Lugares com lesão
2º- ≥ 1/3 Área Total da Superfície Cutânea, apresentando Lesões
3º- ≥ 2 Patas Pododemodicose
4º- Presença de Lesões Graves (Úlceras, Fistulas)

     Caso Particular – PODODEMODICOSE
1 Pata Afectada – FORMA LOCALIZADA
2 ou mais Patas – FORMA GENERALIZADA




DEMODICOSE FORMA GENERALIZADA JUVENIL
• Com começo antes dos 2 anos
• Aspecto Azulado (“slaty-blue”)
• Pioderma é complicaç~o mais comum (causando mais PRURIDO)
• Staphylococcus intermedius frequente, Pseudomonas e Proteus mais raro
• Animais imunosuprimidos/imunodeficientes


DEMODICOSE FORMA GENERALIZADA ADULTA
ETIOPATOGENIA:
• DEPOIS DOS 2 ANOS DE IDADE
• EM DOENÇAS IMUNOSUPRESSIVAS/DEBILITANTES OU NEOPLASIA
• HIPOTIROIDISMO e D. CUSHING
• CIOS
• TERAPIA COM GLUCOCORTICÓIDES (*)
• IDIOPÁTICA OU HEREDITÁRIA (25% DOS CASOS)
• LESÕES SEMELHANTES À FORMA JUVENIL

DIAGNÓSTICO:
História Pregressa
Idade
Zonas mais Afectadas,
Raça
TRICOGRAMA
RASPAGENS - 4 Locais! – 5% de Falsos Negativos
Nota: Pododemodecose, Shar-pei e Chow-chow com mais Falsos neg. - Biópsia
BIÓPSIA
D.D.:
Dermatoses com Alopécia/Prurido
CASO PARTICULAR DA PODO-DERMATITE - PODODEMODICOSE

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL POR LESÕES:
* ERITEMA/ALOPÉCIA – DA, Malassezia, Infecção Bacteriana, Dermatofitose, Dermatite por Uncinaria/Stenocephala,
Dermatopatia Isquémica
* HIPERQUERATOSE PLANTAR
Pênfigo Foliácio, Leishmaniose, Esgana, Psoríase Plantar, D. Uncinaria/Stenocephala, Dermatose responsiva ao Zn,
Dermatite Superficial Necrolítica
Linfoma Epiteliotrópico
Idiopática/Hereditária – Naso-digital
*ÚLCERAS / EROSÕES PLANTARES – Dermatopatia Isquémica (Vasculites) – Lúpus Eritematoso Discóide (LED), Lúpus
Eritematoso Sistémico(LES), Leishmaniose, Dermatite Superficial Necrolítica, Eritema Multiforme, Necrólise Epidérmica
Tóxica (TEN),
*NODULAR – Hipotiroidismo, Staphylococcus spp., Dermatite Atópica (DA), Traumatismo, Corpo Estranho (CE),
Actinomyces, Nocardia, Micobactérias, Pseudomicetoma Bacteriano, Fúngico,
*INFLAMATÓRIO ESTÉRIL
*NEOPLASIA
*DEPÓSITOS DE MATERIAL – Amilóide, Cálcio




PROTOCOLO DIAGNÓSTICO:
TRICOSCOPIA
LÂMP. WOOD
CITOLOGIA
CULT. FUNGOS E BACTÉRIAS
FNA Nódulos - Aspiração com agulha fina
RESPOSTA A ANTIBIOTERAPIA – Cefalexina, Enrofloxacina
DIETA ELIMINAÇÃO (?)
HEMOG., PROTEINOGRAMA, URINA, BIOQ., T4, TSH
SEROLOGIA – Leishmaniose, Erliquiose, Babesiose, Esgana, ANA (Ac. Anti-nucleares)
RADIOGRAFIA – CE, Neoplasias (Podal, Torácica, Abdominal)
BIÓPSIA




                                                                                    TRATAMENTO:
• INFECÇÕES SECUNDÁRIAS – Pioderma
• DOENÇAS CONCOMITANTES

• AMITRAZ (Tak-tik®Intervet) – Corte pêlo se necessário

Semanal + Peróxido Benzoil (“Efeito Flushing”) – champô
Nota: Efeitos secundários – Vómitos, diarreia, ataxia, hiperglucémia,
(Formas parasitárias Amitraz-resistentes !)

• METAFLUMIZONA + AMITRAZ (PROMERIS DUO® FORT DODGE) –Spot-on
• LACTONAS MACROCÍCLICAS:

- IVERMECTINA – PO – 300-500 μg/Kg/D – (Ataxia?-1/4-3 dias) Out of Label (Out)
(Inj. Semanal – Pouco eficaz!)
• CI- Collies, Shelties, Bobtail , Pastor Australiano, Whippet, P. Alemão,R. Indeterminadas – ABCB1 (formerly MDR1) gene
mutation – P- glicoproteína (responsável pelo transporte transmembranário)
Dose gradativa
- MILBECINA OXIMA (INTERCEPTOR®Novartis) – PO – 2mg/Kg/D (Caro!)
- SELAMECTINA (STRONGHOLD®Pfizer) – PO! – 6 mg (cada 15 d)
- MOXIDECTINA (ADVOCATE®Bayer)– PO! - 400 μg/Kg/D

COLEIRAS de AMITRAZ (PREVENTIC® Virbac)(?) e
DELTAMETRINA (SCALIBOR® Intervet)(?)
ESTERILIZAÇÃO DAS FÊMEAS: AUSÊNCIA DE CIOS (PROTEGE A CADELA) e ELEMINA os GENES INDESEJÁVEIS

Nota: Raspagens de controlo com intervalos de 21 d , tratar até 15 dias após 2 raspagens negativas.
Evitar o uso de GLUCOCORTICÓIDES - PREDNISOLONA / DEXAMETASONA
DEMODICOSE FELINA
ASPECTOS CLÍNICOS:
2 FORMAS DE APRESENTAÇÃO CLÍNICA:

A)FORMA FOLICULAR – Localizada ou Generalizada
Alopécia Parcial Multifocal, com Hiperpigmentação, Eritema e Descamação na Cabeça e também Pescoço, Tronco e
Membros
B) FORMA SUPERFICIAL –
Muito Prurítica, Alopécia auto-infligida, Crostas, Escoriações na Cabeça, Tronco e Membros

ETIPATOGENIA:
• Demodex gatoi, D. cati
• Comensais
• Ass. D. Virais – FIV/FeLV
• Ass. D. Endócrinas – DM, Hiperadrenocorticismo
• Hipercortisolismo Iatrogénico
• Raças Predispostas: Siamês, Burmês

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
• D. Folicular: Dermatofitose, Otodectes, Neoplasia Cut}nea
• D. Superficial: Atopia, Sarna Notoédrica, DAPP

Diagnóstico:
História Pregressa
Raspagens (Massajar bem a pele antes da execução)
Fita-cola
Biópsia
TRATAMENTO:
• Amitraz (0,0125%) semanal + Colar Isabelino!
• Sulfuro de Selénio (Selenix®) semanal
• Ivermectina – PO – 0,4mg/Kg/D (começa c/ 0,1 mg e aumenta durante 5 dias)

Fazer Raspagens cada 2-3 semanas e após um resultado negativo fazer mais 2 semanas o mesmo Tratamento


ARACNÍDEOS

SARNA SARCÓPTICA
Escabiose Canina (br)
Sarcoptic mange (en)
Gale canine, gale sarcoptique (fr)
Escabiosis canina (sp)

ASPECTOS CLÍNICOS:
• Altamente Contagiosa
• Cont|gio Directo
• Cont|gio por Fomites
• Dermatose mais Prurítica a afectar o c~o
• Raramente no Gato ou Homem
• Lesões:
• P|pulas eritematosas
• Crostas amareladas
• Localizadas inicialmente no Tórax Ventral, cotovelos, e Bordos das orelhas (Reflexo Podal)

A Doença progride pelos membros e generaliza com Alopécia, Escoriações, Crostas e Linfadenopatia.
• As Lesões Humanas podem acontecer
DIAGNÓSTICO
DD: Com todas as Dermatoses com Prurido
• Baseado na História
• Exame Físico
• Raspagens – + 90% Raspagens com Falsos Negativos
• ELISA
• Por Resposta ao Tratamento (“Trial Therapy”)
• SARNA SARCÓPTICA

TRATAMENTO:
Amitraz (Tak-tik®)250 ppm /1 vez Sem./ 4-6 Sem
Metade da [ ] da DEMODECOSE
Contra-Ind: Fêmeas Grávidas, e em Lactação, Cachorros com menos de 12 sem, Chihuahuas
Selamectina (Stronghold®Pfizer) - Eficaz

Imidaclopride + Moxidectina (Advocate®Bayer) - Eficaz
Ivermectina 200 μg /Kg SC ou PO, cada 10 Dias – Fora da Bula
Milbemicina PO cada 3 dias – Fora da Bula
SARNA AURICULAR
Otodects cynotis
Nos Cães e Gatos (Frequente em Gatis)
Ácaro psoroptiforme
Alimenta-se à superfície, no canal auditivo externo de Restos Epidérmicos e outros Detritos.
O adulto é branco
Todas as patas do Macho estão providas de ventosas (Aspecto Típico)
Ciclo Vital de 3 semanas
Crostas Castanho-avermelhadas { Observaç~o (“café moído”) a Olho Nú


DIAGNÓSTICO:
Prurido Auricular Variável– Excoriações Cabeça
Secrecç~o Ceruminosa Característica (“café moído”)
Podem extender-se ao Pescoço, e caudalmente pelo Dorso
(Infestação Ectópica) – Dermatite Miliar
Observação Directa: Cotonete removido do canal auricular em Lâmina, Fita-cola (dorso)
DD:
Atopia, Demodicose, Dermatofitose, Parasitas Externos,
TRATAMENTO:
SELAMECTINA (STRONGHOLD® Pfizer) – Spot-On
MOXIDECTINA (ADVOCATE® Bayer) – Spot-On

SARNA FELINA ou NOTOÉDRICA
• Família Sarcoptidae Notoedres cati

ASPECTOS CLÍNICOS:
Considerações gerais semelhantes à espécie Sarcoptes scabiei
• Lesões começam na Cabeça, Face, Peri-ocular, Pescoço e depois vai se generalizando.
• Diagnóstico mais f|cil (que o S. scabiei )na Observaç~o ao Microscópio da Raspagem

Mais pequeno que o S. scabiei
DD: Otodectes, Cheyleteliose, Atopia, AFR, PF, Pênfigo Eritematoso, LES
TRATAMENTO:
SELAMECTINA (STRONGHOLD®Pfizer)
IVERMECTINA PO (Eficaz mas fora da Bula)
FIPRONIL (FRONTLINE®Merial, EFFIPRO®Virbac




QUEILETIELOSE Dermatite por Cheyletiella
ASPECTOS CLÍNICOS:
- Jovens e Imunosuprimidos
- Gatos Lambem-se exageradamente
- Prurido, auto-mutilação

Dermatite Miliar, Granuloma Eosinofílico, Alopécia Ventral e dos Flancos
DD:
Otodectes, DAPP, Dermatofitose, Demodicose,

DIAGNÓSTICO:
- Sinais Clínicos
- Identificação do Parasita:

* Exame Directo (Lupa)
* Raspagem Cutânea
* Fita-Cola e Lâmina
TRATAMENTO:
• De todos os que cohabitam
• Champô Sulfuro de SELÉNIO 1% -Semanal
• FIPRONIL (FRONTLINE® Merial) Spray 15d
• IVERMECTINA – 200-400 μg/Kg/cada 10 dias
IXODIDOSES Carraças Duras – “Hard Ticks”

Rhipicephalus sanguineus, Ixodes spp.,Dermacentor spp., Boophilus spp.
Vector dos Agentes da erliquiose, anaplasmose, babesiose, borreliose (D. Lyme) ~

ASPECTOS CLÍNICOS:
Irritação local no sítio da fixação (Bordos do Pavilhão auricular, Espaços interdigitais, etc.)
Quistos
Reacção de Hipersensibilidade
Toxinas -» Paralisia

TRATAMENTO:
• REMOÇÃO MANUAL (Nota Práctica)
- PREFERENCIALMENTE APÓS MORTE DOS PARASITAS
- COM AUXÍLIO DE PINÇA (CURVA) COLOCADA RENTE À SUPERFÍCIE DA PELE CAPTURANDO O ANIMAL PELO SEU
APARELHO BUCAL(!), COM MOVIMENTO ROTACIONAL (E RÁPIDO SE AINDA VIVO) APLICAR DESINFECTANTE NA
CAVIDADE LIVRE (ex: Alcóol)

TRATAMENTO e PREVENÇÃO:
LOCAL: Éter (Soluto) ou FIPRONIL (Spray)
GERAL: SPOT-ON de Longa-acção
      FIPRONIL (FRONTLINE® Merial ou EFFIPRO® Virbac em spray ou spot-on) ou
      AMITRAZ (a 9% Coleira PREVENTIC® Virbac) -
      PERMETRINA (ADVANTIX®Bayer, PULVEX®Schering-Plough)
      AMITRAZ (ProMerisDuo®FORT DODGE) – Spot-on
      DELTAMETRINA (SCALIBOR®Intervet) - Coleira
      PIRIPROL (PRAC-TIC®Novartis) – Spot-on
Outros Aracnídeos com Relevância
Trombicula autumnalis – Trombiculose

A forma Larvar (6 Pares de Membros) é Parasitária
Aparência de Pontos Vermelhos (Laranja escuro)
Nas zonas de Decúbito
Lesões Pápulo-crostosas
DD:
Atopia, AFR, Queiletielose
Tratamento:
Fipronil (Spray)


INSECTOS
- SIPHONAPTERA – PULGAS - DAPP
PULGAS
• Fleas (en), Puce (Fr)
• + de 2000 espécies descritas
Ordem Syphonaptera
Família Pulicidae

ALGUMAS PULGAS IMPORTANTES PARA O HOMEM E PEQUENOS ANIMAIS:
Pulex irritans (Lineu 1758)
Ctenocephalides Canis (Curtis 1826)
Ctenocephalides felis (Bouché 1835)
Algumas espécies mais raras em ratos e aves de criação




Ciclo Vital (16-21 d):
Pulga ADULTA
Ovo
Larva
Pupa
Adulto Pré-emergente
Uma fêmea pode põr 30 ovos/Dia

ASPECTOS CLÍNICOS - CÃO:
Padrão Típico
Lesões concentradas numa área triangular da região lombo-sagrada; coxas, ventre, reg. Inguinal mas pode generalizar.

FORMA:
• Aguda – p|pulas, “hot-spots” (Dermatite Húmida), m|culas eritematosas,
• Crónica – hiperpigmentação, lenhificação (hiperqueratose), alopécia (autoinduzida), descamação, foliculite bacteriana
Eosinofilia, Anemia

ASPECTOS CLÍNICOS – GATO:
• Dermatite miliar (crustosa) com distribuiç~o de forma triangular, ou “em cunha” na regi~o lombossagrada, ( também na
cabeça e pescoço)
• Outras apresentações – Alopécia da região inguinal com/sem inflamação, placas eosinofílicas - Complexo Granuloma
Eosinofílico Felino

Diagnóstico diferenciaL – CÃO E GATO:
Alergia alimentar; atopia; reacção medicamentos, Hipersensibilidade a Parasitas Intestinais, Foliculite Bacteriana
Dermatofitose, Trombiculíase, Sarna sarcóptica; Queiletielose, Dermatite Miliar Idiopática (gato).




DIAGNÓSTICO:
História Pregressa
Exame Directo, do Adulto, Fezes de Pulga, e Ovos
Uso de Pente Metálico (Malha Fina)
Resposta ao Tratamento
DAPP (Dermatite Alérgica à Picada de Pulga)
FAD (Flea Alergic Dermatitis)
Reacção Alérgica
- Imediata – Tipo I
- Retardada – Tipo III
Segundo Ihrke (2006), existem mais duas vias diferentes:
- Hipersensibilidade cutânea com infiltração basofílica;
- Resposta retardada mediada por IgE (Relacionada DA)

TRATAMENTO:
PREVENTIVO: Animal, Co-habitantes e Ambiente (Sousa, 2005). Aspirar, Cama e Locais de Decúbito
ANTI-ALÉRGICO: Prednisolona por Via Oral
Adulticidas:
IMIDACLOPRID (Advantage Bayer -spot-on)
FIPRONIL (FRONTLINE Merial - Spray ou Spot-on)
SELAMECTINA (STRONGHOLD Pfizer) (Spot-on)
NITENPIRAN (CAPSTAR Novartis) (Comprimidos)
METAFLUMIZONA (PROMERIS FortDodge) (Spot-on)
PIRIPROL (PRAC-TIC) (spot-on)
PIRETRÓIDES:
PERMETRINA (PULVEX Intervet) (spot-on)
DELTAMETRINA (col. SCALIBOR Intervet) (Coleira)
Ovicidas/Larvicidas:
METOPRENO (FRONTLINE COMBO)
LUFENEROM (PROGRAM) (Compr. – Cão e Gato, Inj. - Gato)
INSECTOS
- PHTHIRAPTERA – PIOLHOS
LICE (En)
POUX (Fr)
PEDICULOSE
     Espécies
     Cão: Trichodectes canis
     (Mordedor) + Freq.
     Linognathus setosus (Picador)
     Gato: Felicola subrostrata (Mordedor)

Ciclo Vital Completo no Hospedeiro
14-21 d
ASPECTOS CLÍNICOS:
   Assintomáticos por vezes
   Variados
   Seborreia Seca
   Prurido Variável
   Pelagem com “Cheiro a Rato”
   Alopécia e Escoriações auto-infligidas

DIAGNÓSTICO:
EXAME DIRECTO do Adulto ou Lêndeas ou ovos

DD: DAPP (Cão) e DERMATITE MILIAR (Gato), Queiletielose, Sarna Sarcóptica, Seborreia Primária
TRATAMENTO (Formas Galénicas dos Fármacos idênticas à Pulga):
IMIDACLOPRID
PERMETRINA
FIPRONIL
SELAMECTINA
3* HELMINTES

    DERMATITES POR:
    Uncinaria stenocephala – Cão e Gato
    Ancylostoma caninum - Cão e Gato
    Pelodera strongyloides - Cão
    Dirofilaria immitis - Cão

DERMATITE por Uncinaria stenocephala
         ou Ancylostoma caninum

Os ovos são depositados no chão, e lesões são provocadas pela penetração na pele do 3º estádio larvar, ainda que assim não
consiga completar o seu ciclo de vida. -»

-» DIAGNÓSTICO:
ANAMMNESE
SINAIS CLÍNICOS -»
DERMATITES NAS ZONAS DE APOIO:
ALMOFADAS PLANTARES
ESTERNO
ABDÓMEN VENTRAL
PÁPULAS,
DÔR NAS ALMOFADAS, ERITEMA, EDEMA, INFLAMAÇÃO, ULCERAÇÃO, HIPERQUERATOSE, ALOPÉCIA
ALMOFADAS GRETADAS E NOS BORDOS TEC. ESPONJOSO
PELO EXAME COPROLÓGICO (OVOS)
BIÓPSIA (Visualização das Larvas)
DD: DERMATITE DE CONTACTO, PELODERA, Strongyloides, Foliculites, Demodex, Dirofilariose, Sarna
3* HELMINTES

• DERMATITE por PELODERA (RHABDITÍCA)
• Causado pela Larva da Pelodera strongyloides - 600μm (Nématode) invasora da pele nas Z. Contacto com o solo.
• DIAGNÓSTICO:
• ANAMNESE – pouca higiene, com matérias orgânicas em decomposição no solo
• CLÍNICO - LESÕES: Pápulas, Crostas e Eritema intenso, possíveis Inf. 2ªrias, zona de contacto com o solo.

RASPAGENS, BIÓPSIA (Visualização das Larvas)
TRATAMENTO: Camas


3* HELMINTES
DIROFILARIOSE (Dirofilaria immitis)
• Larvas por vezes observadas no Tec. Subcut}neo

DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
Lesões: Dermatite Nodular/Ulcerativa, e Alopécia Localizada na Cabeça e Membros, ou outras regiões.
Pápulas, Nódulos, Úlceras
Prurido Intenso (Pr.4)
Dermatite Piogranulomatosa
Resposta a Corticosteróides e/ou Antibióticos é fraca
Laboratório:
Evidenciar as Microfilárias em análise ao sangue (T. Knott)
Biópsia – Dermatite Piogranulomatosa Angiocêntrica
Tratamento: Ivermectina e Tiacetersamida

DIROFILARIOSE - Dirofilaria repens (EUA) Lesões Dermatite Pápulo-crostosa prurítica, na metade posterior do corpo
Tratamento: Ivermectina (microfilaricida)
TÉCNICAS DE LABORATÓRIO
• Lente de Aumento
MICROSCOPIA
– Pulga, Piolho, Cheyletiella
FITA-COLA TRANSPARENTE (Cristal) em LÂMINA
RASPAGEM
SUPERFICIAL
PROFUNDA
COTONETE (Exsudado/Detritos) Ouvido
TRICOSCOPIA
           Tamanhos Parasitas (Microscópio):
         • Demodex canis – 250-300 μm (4x ou 10x)
         • Cheyletiella – 385 μm (4x)
         • Otodectes cynotis – 400 μm (4x)
         • Trombicula – 500 μm (4x)
         • Sarcoptes scabiei – 200-400 μm (4x)
         • Piolho – 1-2 mm (4x)
         • Di}metro de um Pêlo – 30 μm (10x ou 40x)
         • Neutrófilo – 10 μm (100 x)
         • Macrófago – 15 μm (100x)
         • Cocus – 1 μm (100 x)
         • Leishmanias no Macrófago – 2-4 μm (100 x)
OUTRAS:
ESFREGAÇO DE SANGUE, MEDULA ÓSSEA
LÂMPADA WOOD
CULTURAS
FNA – Aspirado com Agulha Fina em Esfregaço
SEROLOGIAS – Leishmânia, Ehrliquia, Babesia, ANA
RADIOGRAFIA – Podal, Tórax e Abdómen (em suspeita de Neoplasia)
BIÓPSIA
FARMACOLOGIA (ECTOPARASITAS):

1-Modificadores Canais Na+ - Piretróides– Deltametrina, Permetrina
  Bloqueadores Canais Na+ - Metaflumizona

2-Receptores Sinápticos:
2.1 Nos Rec. De acetil colina (AchR) – SNC
     a) Neonicotinóides – Imidaclopride, Nitenpiram (Pulga e Piolho)
     b) Inibidores da Acetilcolina – Propoxur
2.2 Nos Rec. de Octopamina: (Ácaros, Ixodídeos)
    As FORMAMIDINAS (Agonistas Octapamina): AMITRAZ
2.3 Nos Rec. GABA : (Insectos e Aracnídeos)
        a) Antagonistas - Fipronil, Piriprol (Insectos)
        b) Agonistas - Avermectinas – Ivermectina, Doramectina, Selamectina
                       Milbemicinas – Milbemicina, Moxidectina

3-Reguladores de Crescimento de Insectos:
       Inibidores de Formação da QUITINA – Lufeneron (Pulga)
       Análogo da Hormona Juvenil – JUVENÓIDES – Metopreno
Relevância da Importância da Parasitologia na Dermatologia de Pequenos Animais:

1º Na Casuística normal, cerca de 40% dos casos da Clínica de Peq. Animais apresenta afecção cutânea.
2º Mais de 40 % apresentam Prurido
3º Se em todas as Patologias que cursam com Prurido, (ou Alopécia) associadas, temos que descartar as
Parasitoses Externas
- Então conclui-se que...

... na Clínica de Pequenos Animais, em cerca de 15 a 20% dos Casos Clínicos, temos que realizar
Diagnóstico Diferencial com Doenças causadas por Parasitas Externos.


P. Salvador Marques
BIBLIOGRAFIA:

*Scott, D.W.; Miller, W.H.; Griffin, C.E. (2001)
  Muller&Kirk´s Small Animal Dermatolog, 6 th edn. WB Saunders, Philadelphia

* Hill, P.B. (2002)
  Small Animal Dermatology: a practical guide to the diagnosis and management of skin, 1st edn. , BH, London

*Campbell, K.L. (2003);
 Small Animal Dermatology Secrets, 3th edn.; Hanley & Belfus, Philadelphia

*Gross, T.L.; Ihrke, P. J.; Walden, E.J.; Affolter, V.K. (2006)
 Skin Diseases of the Dog and Cat : Clinical and Histopathologic Diagnosis, 2nd edn.; Blackwell Publishing,
Iowa

* Silva-Leitão, J.L., (1979),
  Práctica do Combate às Parasitoses dos Animais em Portugal, III/IV Vol., F.C.G., Lisboa
ESCALA DE PRURIDO
(PR) de 1 a 5 (PR1 a PR5)

Trad./ Adaptação, por P. Salvador Marques, de
Gillard P., Harvey R, Hill P.B., Rybnicek J.,
in Veterinary Dermatology 2009 Ap. 20: 116

5 -- Muito Severo/ Contínuo;
PR. Não Pára , tem que ser
obrigado para Parar.
4 -- Episód. longos;
PR. pode ocorrer à Noite,
ou quando come ou brinca
3 -- Moderado /Ep.Regulares;
PR. Pode ocorrer à Noite
nâo quando come ou brinca
2 -- Ligeiro /Pouco frequente;
Sem PR. à Noite, ou
quando come ou brinca
1 -- Muito Ligeiro / Episódico
PR. Irritação muito Ligeira
0 -- Sem PR. / Nor
Pedro Salvador Marques

Médico Veterinário




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  • 1. CLÍNICA das DERMATOSES PARASITÁRIAS do CÃO e do GATO UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO-DOURO Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias Departamento Ciências Veterinárias Clínica das Doenças Parasitárias Dr. P. SALVADOR MARQUES (DVM) C entro Veterinário de Porto Salvo VET4SKIN - Dermatologia Veterinária de Referência VET4SKIN
  • 2. Nas 10 Dermatoses Caninas mais Frequentes estão 3 Parasitas (K. Hinlica): 1- A PULGA • – DERMATITE ALÉRGICA à Picada da Pulga – DAPP 2- DEMODEX • Demodicose Localizada ou Generalizada 3- SARCOPTES SCABIAE • - Sarna Sarcóptica Nas 10 Dermatoses Caninas mais Frequentes em PORTUGAL temos mais um Parasita: 4 - LEISHMÂNIA – Leishmaniose
  • 3. PARASITAS CUTÂNEOS COMUNS 1* PROTOZOÁRIOS 2* ARTRÓPODES 3* HELMINTES 1* PROTOZOÁRIOS Leishmaniose e a Dermatologia Veterinária ASPECTOS CLÍNICOS: • 80% casos Leishmaniose Visceral Canina com Sintomatologia Clínica-» Apresenta Sintomatologia Cutânea Diagnóstico Diferencial (DD): • PF, LES (Forma Ulcerativa da CanLeish), Dermatose responsiva ao Zn, Eritema Migratório Necrolítico, Adenite Seb|cea, Linfoma (de Muller&Kirk´s, 6th Edition) • Outras Dermatoses e Doenças com Lesões Cutâneas – Demodecose, Seborreia, Pioderma (Forma Pústular), Vasculites, Micoses Profundas, Tumores, Erliquiose
  • 4. Reconheceram-se 4 Padrões de Lesões (Ferrer et al, 2005): Nota: O mesmo animal pode apresentar mais de 1 padrão 1- Alopécia Simétrica e Seborreia Seca – 60% Casos 2- Forma Ulcerativa – 23% 3- Nodular (Múltipla) – 12% 4- Dermatose Pustular (Estéril Generalizada) – 4% Lesões Cutâneas Frequentes na Leishmaniose : • Descamaç~o Furfur|cea (“Bocados de Caspa”) • Hiperqueratose Nasal e/ou Digital • Onicogrifose e/ou Paroníquia/Perioníquia • Alopécia Seborreica Peri-ocular (“Óculos”) • Úlceras nos Bordos das Orelhas (Vasculites) Mais raras: • Despigmentaç~o Oral e Nasal • Placas Nevo-like Localizadas • Estomatite Ulcerativa • Dermatofibrose Nodular
  • 5. Outros Protozoários Babesia canis, B. Gibsoni Ixodídeos Vasculites, Úlceras Diagnóstico Diferencial: Lúpus Eritematoso Discóide, Erhliquiose, Pododermatites PARASITAS CUTÂNEOS COMUNS 2* ARTRÓPODES DEMODICOSE • Demodex canis, D. Injai, D. cornei • Demodicosis, Demodectic Mange, Follicular Mange, Red Mange (en) • Gale démodectique (fr) • Sarna Demodécica/ Folicular/ Vermelha • Demodexicose (Prof. Silva Leit~o) O Ácaro Desenvolve-se nos Folículos Pilosos Ciclo Vital - 4 Estadios de Desesenvolvimento: 1º Ovo em Forma de Limão 2ª Larva de 6 patas 3º Ninfa de 8 patas 4º Adulto (8 patas) DEMODICOSE
  • 6. ASPECTOS CLÍNICOS: • Passa da M~e para a Ninhada nos 2-3 dias de vida • Em c~es com Pedigree (Imuno-incompetência) • Em Geral C~es de pelo curto • Mas Bobtail, “Westie”, Galgo Afeg~o susceptíveis 2 FORMAS DE DOENÇA:  FORMA LOCALIZADA – JUVENIL (3 a 6 Meses)  FORMA GENERALIZADA – JUVENIL ou ADULTA Critérios para se atribuir como Forma Generalizada: 1º- ≥ 5 Lugares com lesão 2º- ≥ 1/3 Área Total da Superfície Cutânea, apresentando Lesões 3º- ≥ 2 Patas Pododemodicose 4º- Presença de Lesões Graves (Úlceras, Fistulas)  Caso Particular – PODODEMODICOSE 1 Pata Afectada – FORMA LOCALIZADA 2 ou mais Patas – FORMA GENERALIZADA DEMODICOSE FORMA GENERALIZADA JUVENIL
  • 7. • Com começo antes dos 2 anos • Aspecto Azulado (“slaty-blue”) • Pioderma é complicaç~o mais comum (causando mais PRURIDO) • Staphylococcus intermedius frequente, Pseudomonas e Proteus mais raro • Animais imunosuprimidos/imunodeficientes DEMODICOSE FORMA GENERALIZADA ADULTA ETIOPATOGENIA: • DEPOIS DOS 2 ANOS DE IDADE • EM DOENÇAS IMUNOSUPRESSIVAS/DEBILITANTES OU NEOPLASIA • HIPOTIROIDISMO e D. CUSHING • CIOS • TERAPIA COM GLUCOCORTICÓIDES (*) • IDIOPÁTICA OU HEREDITÁRIA (25% DOS CASOS) • LESÕES SEMELHANTES À FORMA JUVENIL DIAGNÓSTICO: História Pregressa Idade Zonas mais Afectadas, Raça TRICOGRAMA RASPAGENS - 4 Locais! – 5% de Falsos Negativos Nota: Pododemodecose, Shar-pei e Chow-chow com mais Falsos neg. - Biópsia BIÓPSIA D.D.: Dermatoses com Alopécia/Prurido
  • 8. CASO PARTICULAR DA PODO-DERMATITE - PODODEMODICOSE DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL POR LESÕES: * ERITEMA/ALOPÉCIA – DA, Malassezia, Infecção Bacteriana, Dermatofitose, Dermatite por Uncinaria/Stenocephala, Dermatopatia Isquémica * HIPERQUERATOSE PLANTAR Pênfigo Foliácio, Leishmaniose, Esgana, Psoríase Plantar, D. Uncinaria/Stenocephala, Dermatose responsiva ao Zn, Dermatite Superficial Necrolítica Linfoma Epiteliotrópico Idiopática/Hereditária – Naso-digital *ÚLCERAS / EROSÕES PLANTARES – Dermatopatia Isquémica (Vasculites) – Lúpus Eritematoso Discóide (LED), Lúpus Eritematoso Sistémico(LES), Leishmaniose, Dermatite Superficial Necrolítica, Eritema Multiforme, Necrólise Epidérmica Tóxica (TEN), *NODULAR – Hipotiroidismo, Staphylococcus spp., Dermatite Atópica (DA), Traumatismo, Corpo Estranho (CE), Actinomyces, Nocardia, Micobactérias, Pseudomicetoma Bacteriano, Fúngico, *INFLAMATÓRIO ESTÉRIL *NEOPLASIA *DEPÓSITOS DE MATERIAL – Amilóide, Cálcio PROTOCOLO DIAGNÓSTICO:
  • 9. TRICOSCOPIA LÂMP. WOOD CITOLOGIA CULT. FUNGOS E BACTÉRIAS FNA Nódulos - Aspiração com agulha fina RESPOSTA A ANTIBIOTERAPIA – Cefalexina, Enrofloxacina DIETA ELIMINAÇÃO (?) HEMOG., PROTEINOGRAMA, URINA, BIOQ., T4, TSH SEROLOGIA – Leishmaniose, Erliquiose, Babesiose, Esgana, ANA (Ac. Anti-nucleares) RADIOGRAFIA – CE, Neoplasias (Podal, Torácica, Abdominal) BIÓPSIA TRATAMENTO:
  • 10. • INFECÇÕES SECUNDÁRIAS – Pioderma • DOENÇAS CONCOMITANTES • AMITRAZ (Tak-tik®Intervet) – Corte pêlo se necessário Semanal + Peróxido Benzoil (“Efeito Flushing”) – champô Nota: Efeitos secundários – Vómitos, diarreia, ataxia, hiperglucémia, (Formas parasitárias Amitraz-resistentes !) • METAFLUMIZONA + AMITRAZ (PROMERIS DUO® FORT DODGE) –Spot-on • LACTONAS MACROCÍCLICAS: - IVERMECTINA – PO – 300-500 μg/Kg/D – (Ataxia?-1/4-3 dias) Out of Label (Out) (Inj. Semanal – Pouco eficaz!) • CI- Collies, Shelties, Bobtail , Pastor Australiano, Whippet, P. Alemão,R. Indeterminadas – ABCB1 (formerly MDR1) gene mutation – P- glicoproteína (responsável pelo transporte transmembranário) Dose gradativa - MILBECINA OXIMA (INTERCEPTOR®Novartis) – PO – 2mg/Kg/D (Caro!) - SELAMECTINA (STRONGHOLD®Pfizer) – PO! – 6 mg (cada 15 d) - MOXIDECTINA (ADVOCATE®Bayer)– PO! - 400 μg/Kg/D COLEIRAS de AMITRAZ (PREVENTIC® Virbac)(?) e DELTAMETRINA (SCALIBOR® Intervet)(?) ESTERILIZAÇÃO DAS FÊMEAS: AUSÊNCIA DE CIOS (PROTEGE A CADELA) e ELEMINA os GENES INDESEJÁVEIS Nota: Raspagens de controlo com intervalos de 21 d , tratar até 15 dias após 2 raspagens negativas. Evitar o uso de GLUCOCORTICÓIDES - PREDNISOLONA / DEXAMETASONA DEMODICOSE FELINA
  • 11. ASPECTOS CLÍNICOS: 2 FORMAS DE APRESENTAÇÃO CLÍNICA: A)FORMA FOLICULAR – Localizada ou Generalizada Alopécia Parcial Multifocal, com Hiperpigmentação, Eritema e Descamação na Cabeça e também Pescoço, Tronco e Membros B) FORMA SUPERFICIAL – Muito Prurítica, Alopécia auto-infligida, Crostas, Escoriações na Cabeça, Tronco e Membros ETIPATOGENIA: • Demodex gatoi, D. cati • Comensais • Ass. D. Virais – FIV/FeLV • Ass. D. Endócrinas – DM, Hiperadrenocorticismo • Hipercortisolismo Iatrogénico • Raças Predispostas: Siamês, Burmês DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: • D. Folicular: Dermatofitose, Otodectes, Neoplasia Cut}nea • D. Superficial: Atopia, Sarna Notoédrica, DAPP Diagnóstico: História Pregressa Raspagens (Massajar bem a pele antes da execução) Fita-cola Biópsia
  • 12. TRATAMENTO: • Amitraz (0,0125%) semanal + Colar Isabelino! • Sulfuro de Selénio (Selenix®) semanal • Ivermectina – PO – 0,4mg/Kg/D (começa c/ 0,1 mg e aumenta durante 5 dias) Fazer Raspagens cada 2-3 semanas e após um resultado negativo fazer mais 2 semanas o mesmo Tratamento ARACNÍDEOS SARNA SARCÓPTICA Escabiose Canina (br) Sarcoptic mange (en) Gale canine, gale sarcoptique (fr) Escabiosis canina (sp) ASPECTOS CLÍNICOS: • Altamente Contagiosa • Cont|gio Directo • Cont|gio por Fomites • Dermatose mais Prurítica a afectar o c~o • Raramente no Gato ou Homem • Lesões: • P|pulas eritematosas • Crostas amareladas • Localizadas inicialmente no Tórax Ventral, cotovelos, e Bordos das orelhas (Reflexo Podal) A Doença progride pelos membros e generaliza com Alopécia, Escoriações, Crostas e Linfadenopatia. • As Lesões Humanas podem acontecer
  • 13. DIAGNÓSTICO DD: Com todas as Dermatoses com Prurido • Baseado na História • Exame Físico • Raspagens – + 90% Raspagens com Falsos Negativos • ELISA • Por Resposta ao Tratamento (“Trial Therapy”) • SARNA SARCÓPTICA TRATAMENTO: Amitraz (Tak-tik®)250 ppm /1 vez Sem./ 4-6 Sem Metade da [ ] da DEMODECOSE Contra-Ind: Fêmeas Grávidas, e em Lactação, Cachorros com menos de 12 sem, Chihuahuas Selamectina (Stronghold®Pfizer) - Eficaz Imidaclopride + Moxidectina (Advocate®Bayer) - Eficaz Ivermectina 200 μg /Kg SC ou PO, cada 10 Dias – Fora da Bula Milbemicina PO cada 3 dias – Fora da Bula SARNA AURICULAR Otodects cynotis Nos Cães e Gatos (Frequente em Gatis) Ácaro psoroptiforme Alimenta-se à superfície, no canal auditivo externo de Restos Epidérmicos e outros Detritos. O adulto é branco Todas as patas do Macho estão providas de ventosas (Aspecto Típico) Ciclo Vital de 3 semanas Crostas Castanho-avermelhadas { Observaç~o (“café moído”) a Olho Nú DIAGNÓSTICO:
  • 14. Prurido Auricular Variável– Excoriações Cabeça Secrecç~o Ceruminosa Característica (“café moído”) Podem extender-se ao Pescoço, e caudalmente pelo Dorso (Infestação Ectópica) – Dermatite Miliar Observação Directa: Cotonete removido do canal auricular em Lâmina, Fita-cola (dorso) DD: Atopia, Demodicose, Dermatofitose, Parasitas Externos, TRATAMENTO: SELAMECTINA (STRONGHOLD® Pfizer) – Spot-On MOXIDECTINA (ADVOCATE® Bayer) – Spot-On SARNA FELINA ou NOTOÉDRICA • Família Sarcoptidae Notoedres cati ASPECTOS CLÍNICOS: Considerações gerais semelhantes à espécie Sarcoptes scabiei • Lesões começam na Cabeça, Face, Peri-ocular, Pescoço e depois vai se generalizando. • Diagnóstico mais f|cil (que o S. scabiei )na Observaç~o ao Microscópio da Raspagem Mais pequeno que o S. scabiei DD: Otodectes, Cheyleteliose, Atopia, AFR, PF, Pênfigo Eritematoso, LES TRATAMENTO: SELAMECTINA (STRONGHOLD®Pfizer) IVERMECTINA PO (Eficaz mas fora da Bula) FIPRONIL (FRONTLINE®Merial, EFFIPRO®Virbac QUEILETIELOSE Dermatite por Cheyletiella
  • 15. ASPECTOS CLÍNICOS: - Jovens e Imunosuprimidos - Gatos Lambem-se exageradamente - Prurido, auto-mutilação Dermatite Miliar, Granuloma Eosinofílico, Alopécia Ventral e dos Flancos DD: Otodectes, DAPP, Dermatofitose, Demodicose, DIAGNÓSTICO: - Sinais Clínicos - Identificação do Parasita: * Exame Directo (Lupa) * Raspagem Cutânea * Fita-Cola e Lâmina TRATAMENTO: • De todos os que cohabitam • Champô Sulfuro de SELÉNIO 1% -Semanal • FIPRONIL (FRONTLINE® Merial) Spray 15d • IVERMECTINA – 200-400 μg/Kg/cada 10 dias
  • 16. IXODIDOSES Carraças Duras – “Hard Ticks” Rhipicephalus sanguineus, Ixodes spp.,Dermacentor spp., Boophilus spp. Vector dos Agentes da erliquiose, anaplasmose, babesiose, borreliose (D. Lyme) ~ ASPECTOS CLÍNICOS: Irritação local no sítio da fixação (Bordos do Pavilhão auricular, Espaços interdigitais, etc.) Quistos Reacção de Hipersensibilidade Toxinas -» Paralisia TRATAMENTO: • REMOÇÃO MANUAL (Nota Práctica) - PREFERENCIALMENTE APÓS MORTE DOS PARASITAS - COM AUXÍLIO DE PINÇA (CURVA) COLOCADA RENTE À SUPERFÍCIE DA PELE CAPTURANDO O ANIMAL PELO SEU APARELHO BUCAL(!), COM MOVIMENTO ROTACIONAL (E RÁPIDO SE AINDA VIVO) APLICAR DESINFECTANTE NA CAVIDADE LIVRE (ex: Alcóol) TRATAMENTO e PREVENÇÃO: LOCAL: Éter (Soluto) ou FIPRONIL (Spray) GERAL: SPOT-ON de Longa-acção FIPRONIL (FRONTLINE® Merial ou EFFIPRO® Virbac em spray ou spot-on) ou AMITRAZ (a 9% Coleira PREVENTIC® Virbac) - PERMETRINA (ADVANTIX®Bayer, PULVEX®Schering-Plough) AMITRAZ (ProMerisDuo®FORT DODGE) – Spot-on DELTAMETRINA (SCALIBOR®Intervet) - Coleira PIRIPROL (PRAC-TIC®Novartis) – Spot-on Outros Aracnídeos com Relevância
  • 17. Trombicula autumnalis – Trombiculose A forma Larvar (6 Pares de Membros) é Parasitária Aparência de Pontos Vermelhos (Laranja escuro) Nas zonas de Decúbito Lesões Pápulo-crostosas DD: Atopia, AFR, Queiletielose Tratamento: Fipronil (Spray) INSECTOS - SIPHONAPTERA – PULGAS - DAPP PULGAS • Fleas (en), Puce (Fr) • + de 2000 espécies descritas Ordem Syphonaptera Família Pulicidae ALGUMAS PULGAS IMPORTANTES PARA O HOMEM E PEQUENOS ANIMAIS: Pulex irritans (Lineu 1758) Ctenocephalides Canis (Curtis 1826) Ctenocephalides felis (Bouché 1835) Algumas espécies mais raras em ratos e aves de criação Ciclo Vital (16-21 d):
  • 18. Pulga ADULTA Ovo Larva Pupa Adulto Pré-emergente Uma fêmea pode põr 30 ovos/Dia ASPECTOS CLÍNICOS - CÃO: Padrão Típico Lesões concentradas numa área triangular da região lombo-sagrada; coxas, ventre, reg. Inguinal mas pode generalizar. FORMA: • Aguda – p|pulas, “hot-spots” (Dermatite Húmida), m|culas eritematosas, • Crónica – hiperpigmentação, lenhificação (hiperqueratose), alopécia (autoinduzida), descamação, foliculite bacteriana Eosinofilia, Anemia ASPECTOS CLÍNICOS – GATO: • Dermatite miliar (crustosa) com distribuiç~o de forma triangular, ou “em cunha” na regi~o lombossagrada, ( também na cabeça e pescoço) • Outras apresentações – Alopécia da região inguinal com/sem inflamação, placas eosinofílicas - Complexo Granuloma Eosinofílico Felino Diagnóstico diferenciaL – CÃO E GATO: Alergia alimentar; atopia; reacção medicamentos, Hipersensibilidade a Parasitas Intestinais, Foliculite Bacteriana Dermatofitose, Trombiculíase, Sarna sarcóptica; Queiletielose, Dermatite Miliar Idiopática (gato). DIAGNÓSTICO:
  • 19. História Pregressa Exame Directo, do Adulto, Fezes de Pulga, e Ovos Uso de Pente Metálico (Malha Fina) Resposta ao Tratamento DAPP (Dermatite Alérgica à Picada de Pulga) FAD (Flea Alergic Dermatitis) Reacção Alérgica - Imediata – Tipo I - Retardada – Tipo III Segundo Ihrke (2006), existem mais duas vias diferentes: - Hipersensibilidade cutânea com infiltração basofílica; - Resposta retardada mediada por IgE (Relacionada DA) TRATAMENTO: PREVENTIVO: Animal, Co-habitantes e Ambiente (Sousa, 2005). Aspirar, Cama e Locais de Decúbito ANTI-ALÉRGICO: Prednisolona por Via Oral Adulticidas: IMIDACLOPRID (Advantage Bayer -spot-on) FIPRONIL (FRONTLINE Merial - Spray ou Spot-on) SELAMECTINA (STRONGHOLD Pfizer) (Spot-on) NITENPIRAN (CAPSTAR Novartis) (Comprimidos) METAFLUMIZONA (PROMERIS FortDodge) (Spot-on) PIRIPROL (PRAC-TIC) (spot-on) PIRETRÓIDES: PERMETRINA (PULVEX Intervet) (spot-on) DELTAMETRINA (col. SCALIBOR Intervet) (Coleira) Ovicidas/Larvicidas: METOPRENO (FRONTLINE COMBO) LUFENEROM (PROGRAM) (Compr. – Cão e Gato, Inj. - Gato)
  • 20. INSECTOS - PHTHIRAPTERA – PIOLHOS LICE (En) POUX (Fr) PEDICULOSE Espécies Cão: Trichodectes canis (Mordedor) + Freq. Linognathus setosus (Picador) Gato: Felicola subrostrata (Mordedor) Ciclo Vital Completo no Hospedeiro 14-21 d ASPECTOS CLÍNICOS: Assintomáticos por vezes Variados Seborreia Seca Prurido Variável Pelagem com “Cheiro a Rato” Alopécia e Escoriações auto-infligidas DIAGNÓSTICO: EXAME DIRECTO do Adulto ou Lêndeas ou ovos DD: DAPP (Cão) e DERMATITE MILIAR (Gato), Queiletielose, Sarna Sarcóptica, Seborreia Primária TRATAMENTO (Formas Galénicas dos Fármacos idênticas à Pulga): IMIDACLOPRID PERMETRINA FIPRONIL SELAMECTINA
  • 21. 3* HELMINTES DERMATITES POR: Uncinaria stenocephala – Cão e Gato Ancylostoma caninum - Cão e Gato Pelodera strongyloides - Cão Dirofilaria immitis - Cão DERMATITE por Uncinaria stenocephala ou Ancylostoma caninum Os ovos são depositados no chão, e lesões são provocadas pela penetração na pele do 3º estádio larvar, ainda que assim não consiga completar o seu ciclo de vida. -» -» DIAGNÓSTICO: ANAMMNESE SINAIS CLÍNICOS -» DERMATITES NAS ZONAS DE APOIO: ALMOFADAS PLANTARES ESTERNO ABDÓMEN VENTRAL PÁPULAS, DÔR NAS ALMOFADAS, ERITEMA, EDEMA, INFLAMAÇÃO, ULCERAÇÃO, HIPERQUERATOSE, ALOPÉCIA ALMOFADAS GRETADAS E NOS BORDOS TEC. ESPONJOSO PELO EXAME COPROLÓGICO (OVOS) BIÓPSIA (Visualização das Larvas) DD: DERMATITE DE CONTACTO, PELODERA, Strongyloides, Foliculites, Demodex, Dirofilariose, Sarna
  • 22. 3* HELMINTES • DERMATITE por PELODERA (RHABDITÍCA) • Causado pela Larva da Pelodera strongyloides - 600μm (Nématode) invasora da pele nas Z. Contacto com o solo. • DIAGNÓSTICO: • ANAMNESE – pouca higiene, com matérias orgânicas em decomposição no solo • CLÍNICO - LESÕES: Pápulas, Crostas e Eritema intenso, possíveis Inf. 2ªrias, zona de contacto com o solo. RASPAGENS, BIÓPSIA (Visualização das Larvas) TRATAMENTO: Camas 3* HELMINTES DIROFILARIOSE (Dirofilaria immitis) • Larvas por vezes observadas no Tec. Subcut}neo DIAGNÓSTICO CLÍNICO: Lesões: Dermatite Nodular/Ulcerativa, e Alopécia Localizada na Cabeça e Membros, ou outras regiões. Pápulas, Nódulos, Úlceras Prurido Intenso (Pr.4) Dermatite Piogranulomatosa Resposta a Corticosteróides e/ou Antibióticos é fraca Laboratório: Evidenciar as Microfilárias em análise ao sangue (T. Knott) Biópsia – Dermatite Piogranulomatosa Angiocêntrica Tratamento: Ivermectina e Tiacetersamida DIROFILARIOSE - Dirofilaria repens (EUA) Lesões Dermatite Pápulo-crostosa prurítica, na metade posterior do corpo Tratamento: Ivermectina (microfilaricida)
  • 23. TÉCNICAS DE LABORATÓRIO • Lente de Aumento MICROSCOPIA – Pulga, Piolho, Cheyletiella FITA-COLA TRANSPARENTE (Cristal) em LÂMINA RASPAGEM SUPERFICIAL PROFUNDA COTONETE (Exsudado/Detritos) Ouvido TRICOSCOPIA Tamanhos Parasitas (Microscópio): • Demodex canis – 250-300 μm (4x ou 10x) • Cheyletiella – 385 μm (4x) • Otodectes cynotis – 400 μm (4x) • Trombicula – 500 μm (4x) • Sarcoptes scabiei – 200-400 μm (4x) • Piolho – 1-2 mm (4x) • Di}metro de um Pêlo – 30 μm (10x ou 40x) • Neutrófilo – 10 μm (100 x) • Macrófago – 15 μm (100x) • Cocus – 1 μm (100 x) • Leishmanias no Macrófago – 2-4 μm (100 x) OUTRAS: ESFREGAÇO DE SANGUE, MEDULA ÓSSEA LÂMPADA WOOD CULTURAS FNA – Aspirado com Agulha Fina em Esfregaço SEROLOGIAS – Leishmânia, Ehrliquia, Babesia, ANA RADIOGRAFIA – Podal, Tórax e Abdómen (em suspeita de Neoplasia) BIÓPSIA
  • 24. FARMACOLOGIA (ECTOPARASITAS): 1-Modificadores Canais Na+ - Piretróides– Deltametrina, Permetrina Bloqueadores Canais Na+ - Metaflumizona 2-Receptores Sinápticos: 2.1 Nos Rec. De acetil colina (AchR) – SNC a) Neonicotinóides – Imidaclopride, Nitenpiram (Pulga e Piolho) b) Inibidores da Acetilcolina – Propoxur 2.2 Nos Rec. de Octopamina: (Ácaros, Ixodídeos) As FORMAMIDINAS (Agonistas Octapamina): AMITRAZ 2.3 Nos Rec. GABA : (Insectos e Aracnídeos) a) Antagonistas - Fipronil, Piriprol (Insectos) b) Agonistas - Avermectinas – Ivermectina, Doramectina, Selamectina Milbemicinas – Milbemicina, Moxidectina 3-Reguladores de Crescimento de Insectos: Inibidores de Formação da QUITINA – Lufeneron (Pulga) Análogo da Hormona Juvenil – JUVENÓIDES – Metopreno
  • 25. Relevância da Importância da Parasitologia na Dermatologia de Pequenos Animais: 1º Na Casuística normal, cerca de 40% dos casos da Clínica de Peq. Animais apresenta afecção cutânea. 2º Mais de 40 % apresentam Prurido 3º Se em todas as Patologias que cursam com Prurido, (ou Alopécia) associadas, temos que descartar as Parasitoses Externas - Então conclui-se que... ... na Clínica de Pequenos Animais, em cerca de 15 a 20% dos Casos Clínicos, temos que realizar Diagnóstico Diferencial com Doenças causadas por Parasitas Externos. P. Salvador Marques
  • 26. BIBLIOGRAFIA: *Scott, D.W.; Miller, W.H.; Griffin, C.E. (2001) Muller&Kirk´s Small Animal Dermatolog, 6 th edn. WB Saunders, Philadelphia * Hill, P.B. (2002) Small Animal Dermatology: a practical guide to the diagnosis and management of skin, 1st edn. , BH, London *Campbell, K.L. (2003); Small Animal Dermatology Secrets, 3th edn.; Hanley & Belfus, Philadelphia *Gross, T.L.; Ihrke, P. J.; Walden, E.J.; Affolter, V.K. (2006) Skin Diseases of the Dog and Cat : Clinical and Histopathologic Diagnosis, 2nd edn.; Blackwell Publishing, Iowa * Silva-Leitão, J.L., (1979), Práctica do Combate às Parasitoses dos Animais em Portugal, III/IV Vol., F.C.G., Lisboa
  • 27. ESCALA DE PRURIDO (PR) de 1 a 5 (PR1 a PR5) Trad./ Adaptação, por P. Salvador Marques, de Gillard P., Harvey R, Hill P.B., Rybnicek J., in Veterinary Dermatology 2009 Ap. 20: 116 5 -- Muito Severo/ Contínuo; PR. Não Pára , tem que ser obrigado para Parar. 4 -- Episód. longos; PR. pode ocorrer à Noite, ou quando come ou brinca 3 -- Moderado /Ep.Regulares; PR. Pode ocorrer à Noite nâo quando come ou brinca 2 -- Ligeiro /Pouco frequente; Sem PR. à Noite, ou quando come ou brinca 1 -- Muito Ligeiro / Episódico PR. Irritação muito Ligeira 0 -- Sem PR. / Nor
  • 28. Pedro Salvador Marques Médico Veterinário VET4SKIN – Serviço de Dermatologia Veterinária na Região de Lisboa salvet4skin@gmail.com salvet@sapo.pt www.vet4skin.com VET4SKIN