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PUERPÉRIO NORMAL
E PATOLÓGICO
RESIDENTE (R1): DYESK REZENDE GALANTE
ORIENTADOR: DR. MARCO AURÉLIO
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE - SEMUSA
MATERNIDADE MUNICIPAL MÃE ESPERANÇA
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Puerpério
■ Início após a dequitação e se estende
até 6 semanas completas após o
parto
Classificação
■ Puerpério imediato – até final 2ª hora pós parto
■ Puerpério mediato – 3ª hora ao 10º dia pós parto
■ Puerpério tardio – 11º dia até retorno menstruação ou 6-8 semanas nas
lactantes
Involução uterina
■ Contração miométrio + compressão dos vasos sanguíneos
■ Atinge dimensão pré gravídica em 6-8 semanas
■ Contrações uterinas coordenadas, regulares e de forte intensidade
Loquiação
■ Rubra / vermelha – primeiros dias
■ Fusca / acastanhada – após 3 a 4 dias
■ Flava / amarela – após 10º dia
■ Alba / branca – posteriormente
■ Volume varia 200-500ml, com duração aproximada 4 semanas
Colo uterino
■ Colo amolecido, dilatado 2-3 cm
■ Reparo total e re-epitelização entre 6 a 12 semanas
Vagina e vulva
■ Alargada e lisa
■ Redução gradual, raramente se igualam ao período pré gravídico
■ Hímen sofre cicatrização dando origem as carunculas himenais
■ Distensão da fáscia e a laceração resultam em frouxidão da musculatura
pélvica
Primeira fase
1ª hora após dequitação:
■ Retração do útero
■ Mecanismos de hemostasia
■ Contração uterina fixa
Sintomas comuns
■ Tonturas
■ Sudorese e sede
■ Cólicas no hipogástrio
■ Sangramento vaginal pós parto
Hemorragia / Choque
Etiologia:
■ Hipotonia ou atonia uterina
■ Laceração de trajeto
■ Retenção restos placentários
Hipotonia / Atonia uterina
Etiologia:
■ Macrossomia fetal
■ Parto demorado ou excessivamente rápido
■ Cirurgias obstétricas
■ Uso ocitócicos
■ Gemelaridade
■ Polidramnio
Laceração / Retenção
Lacerações trajeto
■ Revisão criteriosa pós parto
■ Sutura das lacerações
Retenção placentária
■ Coragem/curetagem
■ Uso de contratores uterinos
Orientações
■ Deambulação precoce
■ Amamentação 1ª hora
■ Dieta conforme doença de base
■ Cuidados ferida operatória
■ Controle PA, FC, Tax
■ Controle de sangramentos
Alta hospitalar
■ Repouso sexual após 45 dias
4º período de Grenberg
■ Miotamponamento
■ Trombotamponamento
■ Indiferença miouterina
■ Contração uterina fixa
Infecção puerperal
■ Infecção do aparelho genital nos primeiros 10 dias de puerpério imediato, com
exclusão do 1º dia
■ Aumento da Tax acima 38ºC durante 2 dias
■ Loqueação fétida
■ Hipoinvolução uterina
Fatores de risco:
■ Anemia / desnutrição / doenças maternas
■ Placenta inserção baixa
■ Insuficiência istmo cervical
■ Parto prolongado / traumático
■ Cesariana
■ RPMO
■ Número de toques vaginais
Formas clínicas
■ Infecção perineal
■ Endometrite
■ Parametrite
■ Anexite
■ Pelviperitonite
■ Peritonite
■ Choque séptico
■ Tromboflebite
Diagnóstico
■ Sinais e sintomas
■ Exame clínico
■ Exame ginecológico
■ Exames laboratoriais
■ Complementares (USG, RNM, TC, flebografia, culturas)
Tratamento
■ Internação
■ Dieta hiperproteica
■ Correção distúrbios hidroeletrolíticos
■ Uso ocitocina
■ Limpeza local
■ Uso analgésicos
Antibioticoterapia
■ Quadros leves: cefalosporinas
■ Quadros moderados/graves: penicilina cristalina + aminoglicosídeo
■ Se anaeróbios: associar metronidazol ou clindamicina
Cirúrgico
■ Drenagem de abscessos
■ Curetagem uterina
■ Lavagem da cavidade pélvica
■ Histerectomia
■ Colpotomia (drenagem fundo saco)
Mastite puerperal
■ Apojadura – 3º ao 5º dia
■ Aumento de temperatura nesse período é natural
■ Engurgitamento mamário: vermelhidão, hipertermia mamária com áreas de
endurecimento difuso. TTO: compressas frias e massagens

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Puerpério normal e patológico em obstetrícia

  • 1. PUERPÉRIO NORMAL E PATOLÓGICO RESIDENTE (R1): DYESK REZENDE GALANTE ORIENTADOR: DR. MARCO AURÉLIO PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE - SEMUSA MATERNIDADE MUNICIPAL MÃE ESPERANÇA PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
  • 2. Puerpério ■ Início após a dequitação e se estende até 6 semanas completas após o parto
  • 3. Classificação ■ Puerpério imediato – até final 2ª hora pós parto ■ Puerpério mediato – 3ª hora ao 10º dia pós parto ■ Puerpério tardio – 11º dia até retorno menstruação ou 6-8 semanas nas lactantes
  • 4. Involução uterina ■ Contração miométrio + compressão dos vasos sanguíneos ■ Atinge dimensão pré gravídica em 6-8 semanas ■ Contrações uterinas coordenadas, regulares e de forte intensidade
  • 5. Loquiação ■ Rubra / vermelha – primeiros dias ■ Fusca / acastanhada – após 3 a 4 dias ■ Flava / amarela – após 10º dia ■ Alba / branca – posteriormente ■ Volume varia 200-500ml, com duração aproximada 4 semanas
  • 6. Colo uterino ■ Colo amolecido, dilatado 2-3 cm ■ Reparo total e re-epitelização entre 6 a 12 semanas
  • 7. Vagina e vulva ■ Alargada e lisa ■ Redução gradual, raramente se igualam ao período pré gravídico ■ Hímen sofre cicatrização dando origem as carunculas himenais ■ Distensão da fáscia e a laceração resultam em frouxidão da musculatura pélvica
  • 8.
  • 9. Primeira fase 1ª hora após dequitação: ■ Retração do útero ■ Mecanismos de hemostasia ■ Contração uterina fixa
  • 10. Sintomas comuns ■ Tonturas ■ Sudorese e sede ■ Cólicas no hipogástrio ■ Sangramento vaginal pós parto
  • 11. Hemorragia / Choque Etiologia: ■ Hipotonia ou atonia uterina ■ Laceração de trajeto ■ Retenção restos placentários
  • 12. Hipotonia / Atonia uterina Etiologia: ■ Macrossomia fetal ■ Parto demorado ou excessivamente rápido ■ Cirurgias obstétricas ■ Uso ocitócicos ■ Gemelaridade ■ Polidramnio
  • 13. Laceração / Retenção Lacerações trajeto ■ Revisão criteriosa pós parto ■ Sutura das lacerações Retenção placentária ■ Coragem/curetagem ■ Uso de contratores uterinos
  • 14. Orientações ■ Deambulação precoce ■ Amamentação 1ª hora ■ Dieta conforme doença de base ■ Cuidados ferida operatória ■ Controle PA, FC, Tax ■ Controle de sangramentos
  • 15. Alta hospitalar ■ Repouso sexual após 45 dias
  • 16. 4º período de Grenberg ■ Miotamponamento ■ Trombotamponamento ■ Indiferença miouterina ■ Contração uterina fixa
  • 17. Infecção puerperal ■ Infecção do aparelho genital nos primeiros 10 dias de puerpério imediato, com exclusão do 1º dia ■ Aumento da Tax acima 38ºC durante 2 dias ■ Loqueação fétida ■ Hipoinvolução uterina
  • 18. Fatores de risco: ■ Anemia / desnutrição / doenças maternas ■ Placenta inserção baixa ■ Insuficiência istmo cervical ■ Parto prolongado / traumático ■ Cesariana ■ RPMO ■ Número de toques vaginais
  • 19. Formas clínicas ■ Infecção perineal ■ Endometrite ■ Parametrite ■ Anexite ■ Pelviperitonite ■ Peritonite ■ Choque séptico ■ Tromboflebite
  • 20. Diagnóstico ■ Sinais e sintomas ■ Exame clínico ■ Exame ginecológico ■ Exames laboratoriais ■ Complementares (USG, RNM, TC, flebografia, culturas)
  • 21. Tratamento ■ Internação ■ Dieta hiperproteica ■ Correção distúrbios hidroeletrolíticos ■ Uso ocitocina ■ Limpeza local ■ Uso analgésicos
  • 22. Antibioticoterapia ■ Quadros leves: cefalosporinas ■ Quadros moderados/graves: penicilina cristalina + aminoglicosídeo ■ Se anaeróbios: associar metronidazol ou clindamicina
  • 23. Cirúrgico ■ Drenagem de abscessos ■ Curetagem uterina ■ Lavagem da cavidade pélvica ■ Histerectomia ■ Colpotomia (drenagem fundo saco)
  • 24. Mastite puerperal ■ Apojadura – 3º ao 5º dia ■ Aumento de temperatura nesse período é natural ■ Engurgitamento mamário: vermelhidão, hipertermia mamária com áreas de endurecimento difuso. TTO: compressas frias e massagens

Notas do Editor

  1. Miotamponamento – acontece imediatamente após a expulsão da placenta, o útero se contrai sendo palpável entre o púbis e a cicatriz umbilical. Primeira linha de defesa contra a hemorragia Trombotamponamento – formação de trombos nos grandes vasos uteroplacentarios Indiferença miouterina – o útero passa por fases de contrações e relaxamento Contração uterina fixa – o útero adquire maior tônus e assim se mantém, decorrido uma hora após a dequitação