3. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
• Dermatose eruptiva exantemática que evolui
de forma espontânea para cura
• Descrita por Camille Gibert em 1860
• Etiologia controversa→ hipótese de infecção
viral:
– Ocorrência em epidemias em pequenas
comunidades
– Microscopia electrónica: identificadas partículas
virais em biópsias cutâneas
4. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
• Virus suspeitos: HHV6 e HHV7
• Predomina no adolescente e adulto jovem (10
– 35 anos)
• Afecta ambos os sexos
• Frequente em climas temperados
• Ocorrência nos períodos de mudança de
estação
5. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Clínica
Forma Clássica
• Pródromos em 50% doentes: mal estar geral,
anorexia, artralgias
• Lesão inicial: mancha eritematosa e
levemente descamativa, ovalar, bem
delimitada, de 2 a 5 cm de diâmetro, por vezes
maior→”mancha mãe” ou “medalhão inicial”
– Localização:
• Tronco
• Pode surgir no pescoço
6. • Erupção secundária: surge 1 a 3 semanas
após a lesão inicial, caracterizada por:
–Múltiplas máculas de pequenas dimensões,
idênticas a mancha mãe
– Localização:
• tronco, com o eixo maior seguindo a orientação
das costelas→ padrão “árvore de Natal”
• Pode afectar o pescoço, zona proximal dos
membros
• Face, mãos e pés raramente afectados
PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Clínica
7. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Clínica
• O centro da mancha → aspecto enrugado,
clássicamente comparado a papel de enrolar tabaco
para confeccionar cigarros
• A superfície da mancha rompe no
centro→descamação com progressão
excêntrica→franja circular descamativa e centro
pálido
• Assintomática ou ligeiramente pruriginosa
8. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Clínica
• Formas Atípicas
– “Mancha mãe”
• Pode estar ausente ou ter localização pouco perceptível (ex
couro cabeludo)
• Dupla ou múltipla
• Localização: couro cabeludo, face, palmas das mãos, pés,
genitais.
– Erupção secundária:
• Lesões papulares eritematosas com ou sem descamação
• Distribuição
– Predomínio nas zonas periféricas, com poupança do
tronco: cervico-cefálica, inguinal, axilar, mãos
– Unilateral
9. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Clínica
• Outras localizações atípicas
– Unhas: estriações transversais,
– Mucosa oral:
• Ponteados purpúricos, máculas congestivas, anéis
eritematosos,
• Lesões assintomáticas, passando despercebidas
– Acompanham as formas extensas de PRG, com afecção da
cabeça e pescoço
12. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Diagnóstico
• Clínica
– História
– Exame objectivo
• Forma clássica não necessita de exames
complementares
• Ex. complementares:
– Hemograma:↑GB, neutrofilia e linfocitose,
– Aumento da VS, nalguns casos
13. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
• Biópsia: casos atípicos
• Histopatologia
inespecífica
– Acantose discreta
– Paraqueratose focal
– Espongiose
– Infiltrado
linfohistiocitário da
derme papilar e peri-
vascular
15. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Diagnóstico Diferencial
Dermatofitose
• Impigem
– Lesão anular de bordo
vesiculoso e inflamatório
– Centro descamativo e
crescimento centrífugo
• Exame micológico
– Directo: filamentos septados
– Cultura: identificação da
espécie
17. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Diagnóstico Diferencial
Psoríase Gutata
• Pápulas e placas de
pequenas dimensões
eritematosas bem
delimitadas, escama
espessa e prateada
18. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Diagnóstico Diferencial
Dermatite Seborreica
• Localização das lesões em
áreas seborreicas
– Região pré - esternal e
interescapular
• Máculas eritematosas
cobertas de escama
gordurosa
19. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Diagnóstico Diferencial
Pitiríase Versicolor
• Máculas hipo ou
hiperpigmentadas, bordos
bem definidos,com
descamação furfurácea
• Habitualmente
assintomáticas
• Localização: parte superior
do tronco
• Exame directo das escamas
com KOH: cachos de
esporos e filamentos
20. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Prognóstico
• Evolução: 6 a 8 semanas, ou mais
• Remissão espontânea, deixando máculas
hiperpigmentadas transitórias
• Recorrência rara (1% )
21. PITIRÍASE ROSADA DE GIBERT
Tratamento
• Sintomático
– Anti-histamínicos orais
– Corticoides tópicos
• O prurido pode ser atenuado por
– Fototerapia UVB
– Exposição solar
23. LIQUEN PLANO
• Doença inflamatória idiopática que afecta a
pele e mucosas
• Prevalência mundial 0,2% - 1%
• Afecta mais os adultos
• Incidência na 4ª e 6ª décadas de vida
• Sem predomínio racial
• Afecta ambos sexos de forma equitativa
24. • Desconhecida
• Hipótese: Processo autoimune
– Autoagressão dirigida contra queratinócitos da
camada basal, com actuação dos linfócitos T
citotóxicos
– Estímulos antigénicos desencadeariam alterações nos
queratinócitos basais tornando-os susceptiveis a uma
resposta imune
• Infecções virais: Hepatite C
• Alérgenos de contacto (ouro, mercúrio)
• Fármacos
LIQUEN PLANO
Etiopatogenia
26. LIQUEN PLANO CUTÂNEO
Clínica
Forma Típica
• Lesão elementar:
– pápula eritematoviolácea de 2 a 4 mm de diâmetro
– com contorno poligonal, superfície lisa e brilhante,
consistente ao tacto.
– Na superfície das pápulas de maiores dimensões
podem ser observados:
• umbilicação folicular
• pontos e estrias acinzentadas ou prateadas com disposição
reticular → estrias de Wickham
• As pápulas podem estar isoladas em nº
variável→liquen “em gotas” ou agrupadas “em
placas”
27. LIQUEN PLANO CUTÂNEO
Clínica
• Prurido de intensidade variável
Lesões de coceira → eclosão de pápulas lineares
(Fenómeno de Koebner)
• Localização mais frequente:
– superfícies de flexão dos membros, sobretudo
antebraços
Pode afectar qualquer área do tegumento cutâneo,
excepto a face
• Disposição simétrica
29. LIQUEN PLANO CUTÂNEO
Clínica
• Palmo-plantar
– Placas hiperqueratósicas
– Estrias de Wickham e pápulas poligonais não
estão presentes
• Couro cabeludo
– Placa de alopécia eritematosa rosada, atrófica,
coberta de escamas aderentes
– Perda definitiva dos cabelos (pseudopelada)
30. • Ungueal
– Pode ser isolado
– Grau variável: adelgaçamento → Destruição
irreversível do aparelho ungueal
• Pterígio
LIQUEN PLANO CUTÂNEO
Clínica
31. LIQUEN PLANO DAS MUCOSAS
Clínica
Isolado ou acompanhado de lesões cutâneas
• Mucosa Oral
– Mucosa bucal e língua são as mais afectadas
– Pequenas pápulas esbranquiçadas, dispersas em ponteado
ou disposição reticulada característica ‟ folha de avenca ″
• Mucosa Esofágica
– Rara
– Associada muitas vezes a forma erosiva oral
– Estenose e risco de malignização
• Mucosa Genital
– Vulvar ou balanoprepucial: lesões esbranquiçadas e
reticuladas
45. LIQUEN PLANO
Prognóstico
• LP cutâneo é favorável
– Os sinais regridem espontaneamente em 12
meses
– Surtos espaçados por vários anos
• Formas indefinidamente crónicas
– Cutâneas hipertróficas, erosivas
– Couro cabeludo → alopécia definitiva
– Ungueais → sequelas definitivas
– Oral → atrofia , malignização
46. LIQUEN PLANO
Tratamento
• Formas cutâneas localizadas
– Tto tópico
• Corticoides potentes
• Tacrolimus
• Ac tricloroacético
• Formas cutâneas generalizadas, Ungueais, alopeciantes
e erosivas acrais
– Tto sistémico
• Prednisolona 0,5 a 1 mg/kg ∕dia
• PUVAterapia
• Formas graves refratárias à terapêutica convencional
– Ciclosporina: 3 a 5 mg ∕kg ∕dia
47. LIQUEN PLANO
Tratamento
• Formas Mucosas
– Boca
• Tto local:
– esteroides tópicos
– Retinoides, ciclosporina
• Tto sistémico
– Prednisolona
– Acitretina
– Genital:
• Tto : o mesmo da forma oral, com excepção do retinoide tópico