2. DERMATOSES A.I. SUB-EPIDERMICAS
• Caracterizadas pela produção de auto-Ac
dirigidas contra diferentes proteínas da junção
dermo-epidérmica
• Clivagem dermo-epidérmica
Clínica
• Bolhas tensas
– conteúdo claro
– ou hemorrágico
• Sinal de Nikolsky negativo
3. DERMATOSES A.I. SUB-EPIDERMICAS
• Penfigoides
– Penfigoide Bolhoso
– Penfigoide Gravídico
– Penfigoide Cicatricial
• Dermatite Herpetiforme
• Dermatoses com IgA linear
• Epidermólise Bolhosa Adquirida
7. PENFIGOIDE BOLHOSO
Patogenia
• Ag alvo: BP230 e BP180
• Auto-Ac anti-BP230 e anti-BP180, IgG
• Auto-Ac + Ag alvo → fixação de
complemento → quimioatracção de
neutrófilos e eosinófilos
• Eosinófilos → enzimas proteolíticas →
actuação sobre a porções dos Ag alvo→
clivagem dermo-epidérmica (lâmina
lúcida)
8. PENFIGOIDE BOLHOSO
CLÍNICA
Fase Inicial:
• prurido crónico inexplicado → placas
eczematiformes ou urticariformes banais
Erupção Característica:
• bolhas tensas de conteúdo claro, assentes em
base eritematosa (máculas , placas
eritematosas urticariformes ou
eczematiforme)
• prurido marcado
9. PENFIGOIDE BOLHOSO
CLÍNICA
• Simetria das lesões, predilecção pelas
superfícies de flexão dos membros, faces
antero-internas das coxas e abdómen
• Bolhas curam sem cicatrizes distróficas nem
grãos de milia
• Formas Atípicas:
– Bolhas palmo-plantares ou sobre cicatrizes,
– Lesões vegetantes das grandes pregas,
– Lesões tipo prurigo nodular
14. PENFIGOIDE BOLHOSO
DIAGNÓSTICO
Clínica
Exames laboratoriais
• Hemograma :
– hipereosinofilia
• Pode haver aumento de IgE sérico
• Histologia standard :
– bolha sub-epidérmica sem acantólise nem
necrose dos queratinócitos, de conteúdo
fibrinoso rico em eosinófilos
– infiltrado inflamatório dérmico com
predomínio de eosinófilos
15. PENFIGOIDE BOLHOSO
DIAGNÓSTICO
• IFD :
–depósitos lineares de IgG e/ou C3 na
membrana basal da epiderme
• IFI standard:
– Ac anti-membrana basal circulantes, em 80% dos
casos
17. PENFIGOIDE BOLHOSO
TRATAMENTO
• Prevenção de infecções:
– banhos antisépticos
• Hidratação
• Nutrição hipercalórica e proteica
• Corticoterapia
–Local forte: Lesões localizadas
• Propionato de Clobetasol 20 a 40 g/d até a
regressão das lesões + 15 dias
• desmame durante 6 meses
18. PENFIGOIDE BOLHOSO
TRATAMENTO
–Sistémica: Lesões extensas
• Prednisolona 0,5 a 1mg/kg de peso
• Imunossupressores: se resistência à
corticoterapia
–Azatioprina, 100 – 150mg/d
–Mycofenolato mofetil, 2g/d
19. PENFIGOIDE BOLHOSO
EVOLUÇÃO
• Doença autolimitada a grave
• Taxa de mortalidade 30-40% ao fim de 1 ano
• Óbitos por complicações infecciosas ou
cardiovasculares agravadas pela corticoterapia
ou tratamento imunossupressor
21. DERMATITE HERPETIFORME
• Dermatose + vesiculosa que bolhosa
• Associada à enteropatia causada pelo glúten
• Predisposição genética
• Frequente no sexo feminino
• Afecta adulto jovem
22. DERMATITE HERPETIFORME
PATOGENIA
• Hipersensibilidade à gliadina do glúten
• Ag alvo: Transglutaminase epidérmica(TGE)
✓Normalmente localizada nos queratinócitos
✓Nos doentes com DH, localiza-se na derme
• Os auto-Ac anti-TGE são da classe Ig A
– Induzidos pela ingestão de gluten
• Imunocomplexos TGE+IgA depositam-se nas
papilas dérmicas, fixam complemento →
reacção inflamatória
23. DERMATITE HERPETIFORME
CLINICA
• Prurido ou ardor generalizado, isolado
• Erupção papulo-vesiculosa raramente
bolhosa agrupada, com arranjo herpetiforme,
em base eritematosa
• Localização simétrica, com predilecção pelas
superficies de extensão dos membros, ombros
e nádegas
• Poupa a face, regiões palmo-plantares e
mucosas
• Enteropatia sintomática em 20-30% dos casos
26. DERMATITE HERPETIFORME
DIAGNÓSTICO
• Clinica
– Provocação de lesões por halogéneos (iodo, bromo)
• Histopatologia
– bolha sub-epidérmica, infiltrado denso da derme
superficial rico em neutrófilos e eosinófilos, eventuais
microabcessos
• IFD
– depósitos granulosos de IgA nas papilas dérmicas
• IFI
– Não há Ac anti-constituintes da junção dermo-epidérmica
– Ac anti-TGE da classe IgA, indetectáveis na maioria dos
casos
29. DERMATITE HERPETIFORME
TRATAMENTO
• Dapsona:
✓1 a 2 mg/kg/d (início 25mg/d →50 a 200mg)
• Intolerância à Dapsona:
✓Sulfapiridina
✓Corticoides sistémicos
• Dieta sem gluten
❖ Evolução Crónica
– Sem tratamento evolui por surtos,
desencadeados por ingestão de glúten
31. DERMATOSE BOLHOSA COM IgA LINEAR
• Antigamente designada dermatose bolhosa
crónica da infância, pela frequência em < 5
anos
• Etiopatogenia auto-imune,
– nalguns casos induzida por medicamentos
• Clivagem dermo-epidérmica na lâmina lúcida
– Auto-Ac: Ig A
– Principal Ag alvo : porção do PB180
Outros Ag: Colagénio VII, PB230
32. DERMATOSE BOLHOSA COM IgA LINEAR
CLINICA
CRIANÇA
• 1 a 10anos (< de 5 anos )
• Inicio: prurido/ ardor
• Erupção vesicobolhosa
assente em pele sadia ou
eritematosa, herpetiforme
ou em “rosário de pérolas”
• Topografia: parte inferior do
tronco, nádegas, períneo e
coxas
• Afecção mucosa rara
ADULTO
• 50 A
• Erupção caracterizada
por bolhas de tamanhos
variáveis herpetiformes,
assentes em pele sadia
ou eritematosa
• Topografia: tronco e
membros
• Prurido ocasional
35. DERMATOSE BOLHOSA COM IgA LINEAR
DIAGNÓSTICO
• Clinica
• Histopatologia
– Bolha sub-epidérmica, infiltrado de neutrófilos e
alguns eosinófilos na derme superficial, eventuais
microabcessos na papila dermica
• IFD
– depósitos finos e lineares IgA na JDE
– Por vezes associado à C3
• IFI:
– Auto-Ac circulantes da classe IgA, em 50 % casos
36. DERMATOSE BOLHOSA COM IgA LINEAR
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Outras dermatoses bolhosas autoimunes
– Dermatite herpetiforme
– Penfigoide bolhoso
37. DERMATOSE BOLHOSA COM IgA LINEAR
TRATAMENTO
• Interrupção de medicamento que possa ter
induzido a dermatose
– Regressão espontânea da dermatose em 2
semanas
– Alivío sintomático com ciclo curto de
corticosteroides
• Formas idiopaticas
– Dapsona: Eficaz na maioria dos casos
– Em caso de insucesso
• Corticoterapia sistémica
39. Epidermólise Bolhosa Adquirida
• Dermatose auto-imune rara
• Produção de auto-Ac dirigidos contra o
colagénio VII, constituinte das fibrilhas de
ancoragem
• Clivagem ocorre na lâmina densa
• Afecta + o adulto
• Lesões desencadeadas por traumatismo
(fricção)
40. Epidermólise Bolhosa Adquirida
CLINICA
• Forma comum:
– Início lento e gradual com bolhas assentes em pele
sadia, sobretudo nas superficies de extensão dos
membros
• Formas graves:
– Disseminação das bolhas com carácter inflamatório,
eritema difuso e formação aparentemente
espontânea das lesões
• Pode ocorrer afecção das mucosas oral,
esofágica, ocular, rectal e vaginal
41. Epidermólise Bolhosa Adquirida
CLINICA
• Vesiculas e bolhas induzidas pelo trauma ou
espontâneas → erosões e cicatrizes atróficas
com milia,
– C. cabeludo: alopécia definitiva
– Unhas: distrofia
• Associação à doenças sistémicas
– Doença inflamatória crónica intestinal
– Doenças auto-imunes: L. Eritematoso, A.
Reumatoide e Diabetes
44. Epidermólise Bolhosa Adquirida
DIAGNÓSTICO
• Suspeita clínica
• Histologia: clivagem sub-epidérmica, infiltrado
inflamatório de neutrófilos e eosinófilos
• IF directa: depósito linear de IgG
• Exames não realizáveis por rotina são
necessários para confirmação diagnóstica
– IME directa: depósitos IgG sobre as fibrilhas de
ancoragem
– ELISA: Ag 290kD(colagéneo VII)
45. Epidermólise Bolhosa Adquirida
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Formas de Epidermolise bolhosa hereditaria
• Porfiria cutanea tarda
• Dermatoses bolhosas A.I.
– Penfigoide bolhoso
– Dermatose com Ig A linear
• Lupus eritematoso sistemico bolhoso
46. Epidermólise Bolhosa Adquirida
TRATAMENTO
• Medidas gerais
– Diminuir a formação de bolhas
• Redução de traumatismos cutâneos
– Cuidados de enfermagem
• Terapêutica imunossupressora:
– ↓produção de anticorpos:
• Prednisolona e
• Azatioprina