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Fundação Getúlio Vargas
MBA Logística e Supply Chain Managment
Título:
Classificação e dimensionamento de estoques
Aluno(a): Glauco Veloso dos Santos
Turma: LOG 14
Conveniado FGV: Mmurad
Local: Vitória
05/2016
Fundação Getúlio Vargas
MBA Logística e Supply Chain Managment
Título:
Classificação e dimensionamento de estoques
Trabalho de Conclusão de Curso para atender
à exigência curricular do MBA Logística e
Supply Chain Managment, da Fundação
Getúlio Vargas.
Local: Vitória
05/2016
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
PROGRAMA FGV MANAGEMENT
CURSO MBA EM LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN MANAGMENT
O Trabalho de Conclusão de Curso
CLASSIFICAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE ESTOQUES
elaborado por Glauco Veloso dos Santos
e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso MBA em Logística e Supply
Chain Management, foi aceito como requisito parcial para obtenção do certificado do
curso de Pós Graduação, nível de especialização, do Programa FGV Management.
Data:
_______________________________________
Jamil Moysés Filho
Coordenador Acadêmico
_______________________________________
Professor Avaliador
DEDICATÓRIAS / AGRADECIMENTOS
DEDICO ESTE TRABALHO PRIMEIRAMENTE A DEUS QUE PERMITIU
QUE EU ESTIVESSE APTO A REALIZAR ESSE CURSO, A MINHA FAMÍLIA E
NAMORADA QUE SEMPRE ME APOIARAM, ALÉM DE MEUS COLEGAS DE
TURMA EM ESPECIAL A LAÍSA, GUILHERME, LARISSA E CAROL, POIS COM
ELES O CURSO SE TORNOU MAIS AGRADÁVEL E DIVERTIDO.
RESUMO
Devido à concorrência existente entre as empresas, a gestão minuciosa e o
controle de estoques tornam-se uma questão cada vez mais importante para o
sucesso das organizações. Os estoques são necessários porque há uma diferença
entre as taxas de oferta e demanda por bens, e é o papel do inventário absorver
essa diferença de ritmo sem causar impacto significativo no nível de atendimento ao
cliente com relação às datas de entrega. Além disso, é importante classificá-lo e
quantificá-lo, com o objetivo de evitar excessos e reduzir custos. Este estudo
concentra-se em apresentar uma metodologia de classificação e dimensionamento
de estoques.
Palavras-chave: estoque, custos, atendimento, cliente, inventário.
ABSTRACT
Due to the ever existing competition between companies, the careful
management and control of inventories becomes an increasingly important issue for
the success of the organizations. Inventories are necessary because there is a
difference between the rates of supply and demand for goods. It is the inventory role
to absorb such difference rate without causing significant impact to the aimed
customer service level related to delivery dates. In addition, it is important to sort it
and quantify it in order to avoid excesses and reduce costs. This study is focused on
presenting a classification and calculation methodology for inventory management.
Key words: Inventory, costs, service level, customer.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
MTS – Make-to-stock (Produzido para o estoque)
MTO – Make-to-order (Produzido sob encomenda)
OTIF - On time in full
SS – Safety stock (Estoque de segurança)
ROP – Reorder Point (Ponto de reposição)
Outliers – Pontos fora da curva ou discrepantes
CV – Coeficiente de variação
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Curva ABC.....................................................................18 1
Figura 2 Análise do volume..........................................................19 1
Figura 3 Impacto do nível de serviço no inventário......................22 2
Figura 4 Modelo de “Ponto de reposição”....................................27 2
Figura 5 Custos totais do sistema de gestão de estoque.............28 2
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Fatores de segurança.....................................................25 2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................11
1.1 Contextualização e Relevância do Tema.....................................................11
1.2 Problema da Pesquisa .................................................................................12
1.3 Objetivos ......................................................................................................12
1.4 Delimitação do Estudo .................................................................................12
1.5 Metodologia da Pesquisa.............................................................................13
1.6 Organização do Estudo................................................................................13
2 CLASSIFICAÇÃO MTS/MTO..............................................................................15
2.1 Informações necessárias para a análise......................................................15
3 ANÁLISE ABC ....................................................................................................18
4 DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE SERVIÇO................................................................21
4.1 Como selecionar níveis de serviço...............................................................21
5 DIMENSIONAMENTO (PONTO DE REPOSIÇÃO E ESTOQUE DE
SEGURANÇA) ..........................................................................................................24
5.1 Estoque de segurança (SS) .........................................................................24
5.2 Modelo de ponto de reposição e lote econômico .........................................26
5.3 Modelo de revisão periódica ........................................................................28
6 CONCLUSÃO.....................................................................................................30
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................32
1 INTRODUÇÃO
Estoques, segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001), são o acúmulo de
recursos materiais que possuem uma propriedade fundamental que pode ser usada
para “o bem” e para “o mal” de uma organização e são utilizados para regular
diferenças entre as taxas de produção e de demanda do mercado.
Além disso, segundo Slack et al. (2007), os estoques existem pois há uma
diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda.
Segundo Slack et al. (2007), existem quatro tipos tipos de estoque: 1)
Estoque isolador: Também chamado de estoque de segurança, possui o propósito
de compensar as incertezas de fornecimento e demanda; 2) Estoque de ciclo:
Ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer todos os itens
que produzem simultaneamente; 3) Estoque de antecipação: Usado para compensar
diferenças de ritmo, de fornecimento e de demanda; e 4) Estoque no canal de
distribuição: Existem porque o material não pode ser transportado instantaneamente
entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda.
Logo, “[...] é preciso que definamos o momento do ressuprimento e a
quantidade a ser ressuprida, para que o estoque possa atender às necessidades da
demanda” (CORRÊA, GIANESI e CAON, 2001, p.56).
Classificar e dimensionar estoques é algo de extrema importância para a
maioria das organizações, assim como conhecer a demanda por produtos como
suporte para a definição de o que e quanto estocar.
Os produtos são dividos em dois grupos: MTO (Make-to-order) que se tratam
de produtos específicos com demandas pontuais e são produzidos somente sub
encomenda e MTS (Make-to-stock) que são produtos com demanda regular, esses
são produzidos para estocagem, pois possuem uma demanda previsível baseada
em históricos de vendas.
1.1 Contextualização e Relevância do Tema
Com a globalização o mercado se tornou mais competitivo, o que exige maior
eficiência por parte das empresas para sobreviverem. Com isso, conquistar e/ou
manter uma participação no mercado é de extrema importância para as
organizações.
O estoque é um componente essencial na maioria das organizações e
precisa ser classificado, ou seja, as empresas precisam conhecer e diferenciar os
produtos que precisam e devem ser estocados dos que não devem ser estocados,
pois seu custo é relevante. Conhecer o que e quanto deve ser estocado sem
dúvidas é algo essencial para manter baixos custos e garantir um nível de serviço
compatível com o que o mercado exige.
Com isso, a disponibilidade de produtos passa a ser algo primordial na saúde
financeira da empresa e na determinação do seu sucesso ou fracasso ao longo do
tempo. Além disso, as empresas precisam realizar investimentos em ferramentas de
controle que proporcionem uma melhor gestão de seus estoques, já que a falta ou
excesso deles podem resultar em altos custos, sejam esses devido ao não
atendimento de clientes ou ao capital investido.
1.2 Problema da Pesquisa
Neste contexto, a pergunta que será respondida durante esta pesquisa é:
 O que e quanto estocar?
1.3 Objetivos
O presente trabalho tem por objetivo final apresentar uma metodologia para
classificação e dimensionamento de estoques.
1.4 Delimitação do Estudo
O estudo é delimitado da seguinte forma:
 Tema: Classificação e dimensionamento de estoques.
 Delimitação Organizacional: Organizações que
necessitam estocar produtos.
 Delimitação Geográfica: Não existe.
 Delimitação Temporal: Não existe.
 Delimitação por Indicador(es) de Desempenho: Não
existe.
 Delimitação por tipo/grupo de: Produtos acabados.
1.5 Metodologia da Pesquisa
 Quanto à Natureza da Pesquisa:
 Pesquisa Exploratória: A pesquisa foi realizada através da
investigação do tema para que se pudesse obter uma maior compreensão
do assunto estudado. Foi realizada através de levantamentos
bibliográficos com o objetivo de procurar padrões e ideias sobre o
problema de pesquisa.
 Quanto à Forma de abordagem do Problema:
 Pesquisa Qualitativa: A pesquisa realizada possui caráter
exploratório através da busca de padrões e conceitos já existentes sobre
o assunto estudado.
 Quanto aos Fins:
 Pesquisa Descritiva: A pesquisa busca analisar, estruturar e
expor modelos teóricos sobre o objeto de estudo.
 Quanto aos Meios:
 Pesquisa Bibliográfica: Foram realizadas pesquisas em
bibliografias sobre o tema com o objetivo de saber quais o métodos
utilizados em investigações similares a essa.
 Pesquisa Documental: A pesquisa também se utilizou de
apresentações sobre o tema para a conceituação do tema.
1.6 Organização do Estudo
Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) está organizado da seguinte
forma:
 Capítulo 1(ou Parte 1) – CLASSIFICAÇÃO MTS/MTO.
 Capítulo 2(ou Parte 2) – ANÁLISE ABC.
 Capítulo 3(ou Parte 3) – DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE SERVIÇO
 Capítulo 4(ou Parte 4) – DIMENSIONAMENTO (PONTO DE
REPOSIÇÃO E ESTOQUE DE SEGURANÇA)
 Conclusão - CONCLUSÃO
2 CLASSIFICAÇÃO MTS/MTO
Para uma boa gestão de estoque, esse precisa ser classificado entre itens
desejáveis a serem estocados de itens que não devem ser estocados.
Segundo Pacheco e Cândido (2001), os estoque são basicamente
classificados em MTO (Make-to-order) e MTS (Make-to-stock).
“Make-to-order (MTO): a chegada de um pedido firme de cliente provoca o
início da produção dos produtos desejados. Possui a vantagem de se trabalhar com
baixos estoques de produtos acabados, sendo adequado para produtos com
demanda pouco freqüente, que possuem alto custo de estocagem (itens classe A) ou
que são perecíveis. Esta estratégia entretanto torna o lead-time do produto igual ao
lead-time do “ramo” mais demorado da fabricação do produto. Este particular pode
tornar o prazo de entrega estrategicamente indesejável, especialmente em mercado
no qual o fator velocidade de entrega é vital” (PACHECO e CÂNDIDO, 2001, p. 1).
Sendo o MTS:
“...fabricação iniciada mediante uma previsão de demanda. A chegada do
pedido de cliente provoca o seu atendimento quase imediato, mediante a retirada do
produto acabado do estoque. Possui a vantagem de oferecer um lead-time muito
reduzido, sendo adequado para a gestão de produtos com demanda astante
previsível. Entretanto, o volume de estoques a serem mantidos para o nível de
atendimento desejado pode significar um grande volume de capital investido,
especialmente no caso de empresas com grande número de itens comercializados e
cuja capacidade de previsão da demanda é deficiente” (PACHECO e CÂNDIDO,
2001, p. 1).
Produtos MTS possuem possuem alta demanda e volume de vendas, uma
demanda consistente durante os meses do ano, sua demanda mensal deve ser igual
ou maior que a quantidade mínima de produção ou compra e devem ser
confirmados pelo time comercial como produtos de fácil venda. Já os produtos MTO
possuem demanda sazonal ou por projetos, são inconsistentes durante os meses do
ano, sua demanda mensal é inferior aos lotes mínimos de compras e produção e
seus custos de estocagem não são justificáveis.
2.1 Informações necessárias para a análise
Para que seja realizado a análise de segmentação dos itens entre MTS e
MTO são necessárias informações do histórico de vendas dos últimos doze meses
de cada item, é importante que seja coletado o histórico por produto e não por
família ou grupo. Caso o produto possa ser medido em diferentes unidades, é
importante que se obtenha o histórico, por exemplo: Valores financeiros, unidades,
metros, litros, kilos dentre outras. Além disso, deve ser calculado a porcentagem que
os itens representam no volume total de vendas por segmento de produto.
Deseja-se estocar produtos que possuem a maior probabilidade de venda,
primeiro deve-se procurar pelos produtos com a maior demanda anual e idealmente
esses produtos também deveriam possuir a maior receita. Deve-se estocar produtos
que possuem demanda praticamente todos os doze meses do ano e vendas em
todos os trimestres, porém é aceitável que tenham pelo menos seis dos doze meses
do ano com demanda desde que tenha demanda em todos os trimestres, assim é
possível reduzir o risco de geração de itens de baixo giro no inventário. Além disso,
segundo Sholts e Dietsch (2016), também é necessário verificar se os itens
possuem uma demanda mensal maior que o lote mínimo de produção e/ou compra.
“Se a demanda mensal é menor que a quantidade mínima de produção, então
vamos repor muito inventário e aumentar o risco de termos material de baixo giro”
(SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 6, tradução nossa).
Também é necessário saber se o produto disponível no estoque traz
vantagem competitiva no mercado, pois se o cliente aceita esperar a
produção/compra de um MTO, não se deve manter esse o produto na política MTS,
pois não oferecerá nenhuma vantagem competitiva agregando apenas custo ao
inventário.
“Precisamos ter certeza de que ter material no estoque nos dê uma vantagem
comercial no mercado” (SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 6, tradução nossa).
Após ser feita a separação entre os produtos classificados como Make-to-
order dos Make-to-stock, deve-se revisar a lista com o time de vendas.
Sendo assim, existem quatro critérios a serem analisados antes de classificar
um item entre MTS e MTO:
1) Alto volume de vendas;
2) Demanda consistente (mensal e trimestral);
3) Vendas mensais maiores que o lote mínimo de produção ou
compras; e
4) Vantagem competitiva devido a disponibilidade no estoque.
Com isso, segundo Sholts e Dietsch (2016), produtos selecionados nos quatro
critérios devem ser imediatamente classificados como MTS, produtos selecionados
em três critérios devem ser analisados pelo time de Supply Chain como bons
candidatos a Make-to-Stock e por fim, os itens selecionados em apenas dois ou um
critério, devem ser classificados como MTO. A classificação deve ser revisada e
validada junto ao time comercial e caso haja algum produto selecionado como MTO
em que o time comercial deseja estocá-lo, ou seja, classificá-lo como MTS, para
esse item deve haver alguma estratégia comercial sólida, como por exemplo o
lançamento de algum produto.
3 ANÁLISE ABC
Em qualquer estoque que possua mais de um item, há diferentes níveis de
importância entre eles, ou seja, uns serão mais importantes do que os outros. “A
técnica ABC é uma forma de classificarmos todos os itens de estoque de
determinado sistema de operações em três grupos, baseados em seu valor total
anual de uso” (CORRÊA, GIANESI e CAON 2001, p.57). Sendo assim, Slack et al.
(2007) definem essas 3 classificações da seguinte forma:
Classe A: 20% de itens que representam 80% do volume de vendas;
Classe B: 30% dos itens que representam 10% do volume; e
Classe C: 50% do total de itens representando 10% do volume total de itens
vendidos.
Figura 1 – Curva ABC
Fonte: Adaptada de Slack et al. (2007, p. 299)
Segundo Sholts e Dietsch (2016), a análise ABC pode ser usada para
classificar os produtos MTS por importância, identificar quais os produtos que devem
ter um melhor nível de serviço, alinhar a estratégia de estoque com a necessidade
do mercado, focar no serviço dos principais produtos e focar nos produtos de maior
importância.
Deve-se ordenar os produtos em ordem decrescente de volume de vendas
dos últimos doze meses e calcular a participação percentual de cada item no volume
total, é importante que essa análise seja realizada separadamente por famílias de
produtos para que não haja ruídos na análise. Após isso, é necessário realizar a
classificação ABC de acordo com o critério da curva de representação do volume
(80%,10% e 10%).
Figura 2 – Análise do volume
Fonte: Adaptada de Sholts e Dietsch (2016, p. 6)
Segundo Sholts e Dietsch (2016), depois de classificar, é necessário contar o
número de itens selecionados de cada grupo (A, B e C) para finalizar o ABC e ter
certeza de que somente alguns produtos representam a maior demanda (Itens A´s).
Isso é imporante, pois é necessário conhecer quais são os principais produtos em
que deve-se concentrar os investimentos.
Com a classificação ABC finalizada é possível validá-la e revisá-la junto a
equipe comercial para se ter a certeza de que estão sendo priorizados os produtos
corretos, ou seja, precisa ser validado com o time comercial se realmente os itens A
são os mais importantes e assim por diante. Além disso, em cada revisão deve ser
analisado com mais atenção os itens que tiveram suas classificações alteradadas
em relação a última revisão.
Recomenda-se que a revisão da classificação seja realizada a cada semestre
ou trimestre.
4 DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE SERVIÇO
Segundo Silva, Silva e Rodrigues (2015), o nível de serviço está diretamente
relacionado a disponibilidade do material no estoque quando o mesmo é solicitado, e
para sua determinação são utilizados indicadores como por exemplo, o On time in
full (OTIF), que é calculado através da divisão entre o número de pedidos atendidos
dentro do prazo dividido pelo número total de pedidos atendidos. Sendo assim,
quanto maior o nível de serviço, maior será o volume de inventário.
Após a finalização da classificação dos produtos realizada no capítulo
anterior, deve ser feita a determinação dos níveis de serviço para cada família de
produto.
Segundo Sholts e Dietsch (2016), o nível de serviço é usado para:
1) Identificar quantas oportunidades possivelmente serão perdidas;
2) Decidir quanto será mantido de inventário;
3) Focar o serviço nos itens mais críticos em virtude de outros
menos críticos; e
4) Investir no serviço dos produtos que possuem maior impacto
comercial.
Os níveis de serviço devem ser implementados no mesmo nível de detalhe da
classificação ABC, ou seja, cada família de produto analisada, assim como os itens
A´s, B´s e C´s devem possuir diferentes níveis de serviço de acordo com a demanda
ou estratégia de mercado adotada pela empresa.
A escolha do nível de serviço vai determinar a certeza em que toda vez que
houver um pedido, haverá material disponível em estoque, por exemplo: Se o nível
de serviço de um produto em específico é de 90%, isso significa que há uma certeza
de que 90% das vezes em que houver um pedido, esse será atendido no prazo.
4.1 Como selecionar níveis de serviço
Primeiramente deve ser identificado qual o nível de serviço necessário para
cada família de produto ser competitiva no mercado.
“Baseado na competição, alguns tipos de comodites ou famílias/subfamílias
possam precisar de um maior nível de serviço” (SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 3,
tradução nossa).
Além disso, o nível de serviço deve estar alinhado com o custo de inventário,
pois quanto melhor o serviço, maior será o investimento em estoque.
“Enquanto nós adoraríamos ter 100% de serviço em cada SKU, essa
estratégia seria extremamente custosa $$$ e nosso armazém de produto acabado
provavelmente não estaria apto a manter todos os produtos! ” (SHOLTS e DIETSCH,
2016, p. 3, tradução nossa).
Depois de ser definido o nível de serviço para cada família, deve ser definido
o nível de serviço para os itens A´s, B´s e C´s dessas famílias e a média entre os
três deve estar alinhada com o nível definido anteriormente.
Além disso, como o nível de serviço determina quanto de estoque será
mantido, também deve ser analisado o espaço físico disponível para que não seja
definido um volume de estoque superior a capacidade física de armazenagem.
“Se o espaço do armazém de produto acabado é limitado, nós queremos
selecionar cuidadosamente o nível de serviço, então não sobrecarregamos o centro
de distribuição. ” (SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 4, tradução nossa).
Na figura 3 é possível observar o impacto do nível de serviço no volume de
inventário, observe que a partir de um certo nível o impacto no aumento de
inventário é muito maior do que o aumento no nível de serviço.
Figura 3 – Impacto do nível de serviço no inventário
Fonte: Adaptada de Sholts e Dietsch (2016, p. 5)
Após a definição dos níveis de serviço para cada família e seus ABC´s, esses
devem ser revisados e validados com o time comercial para que estejam alinhados
com a estratégia de vendas. Com isso, é possível iniciar os cáculos dos volumes
que deverão ser mantidos no estoque, assim como o estoque de segurança e ponto
de reposição.
5 DIMENSIONAMENTO (PONTO DE REPOSIÇÃO E ESTOQUE DE
SEGURANÇA)
A medida que foi finalizado a separação entre MTS e MTO, realizado a
classificação ABC e definido os níveis de serviço, é possível calcular os estoques de
segurança, os pontos de reposição e demanda média para cada produto.
O que é o ponto de reposição (ROP)?
O ponto de reposição é um gatilho para determinar quando uma nova ordem
de reposição é necessária, fornece uma referência da quantidade mínima a ser
reposta e indica um limite de inventário saudável a se manter.
O que é o estoque de segurança (SS)?
Fornecede uma quantidade suficiente de inventário para absorver parte da
variação da demanda, cobre a demanda quando essa for superior a média e indica o
limite mínimo de inventário saudável.
O que é demanda média?
Representa a demanda histórica durante um período de tempo, fornece uma
base para estimar a demanda futura e indica uma estimativa no nível de inventário
em relação a quantos dias corresponde o inventário atual.
Para que se possa seguir para os próximo passos, é necessário se obter os
tempos de ressuprimentos de cada produto ou se não for possível nesse nível de
detalhe, deve-se obter por família de produto.
O tempo de ressuprimento representa o tempo entre a emissão da ordem de
ressuprimento e a transferência desse produto para o armazém.
5.1 Estoque de segurança (SS)
O fato da demanda na maioria das vezes não ser constante gera a
necessidade do estoque de segurança que tem como objetivo absorver as variações
da demanda em relação a média de consumo.
“Para fazer frente a essas situações de variações aleatórias da demanda, em
torno de sua média, muitas empresas resolvem lançar mão de manter alguma
quantidade de estoque (chamado estoque de segurança) ” (CORRÊA, GIANESI e
CAON 2001, p.57).
Essa quantidade será proporcional ao nível de incerteza de variação da
demanda, que segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001), pode ser calculado com
a equação 1:
(1)
FS = fator de serviço que varia de acordo com o nível de serviço
= desvio-padrão para demanda futura
PP = periodicidade à qual se refere o desvio-padrão
LT = tempo de ressuprimento
Tabela 1 – Fatores de segurança
Nível de
serviço
Fator de
serviço
50% 0
60% 0,254
70% 0,525
80% 0,842
85% 1,037
90% 1,282
95% 1,645
98% 2,055
99% 2,325
Fonte: Adaptado de Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p.65)
O desvio-padrão, segundo Pereira e Tanaka (1990), pode ser calculado
através da equação 2 abaixo:
(2)
Onde,
= valor i da amostra
= média da demanda no período
Quando se conhece bem o tempo de ressuprimento, assim como sua
variação, recomenda-se utilizar a fórmula abaixo, pois essa é mais completa uma
vez que também considera o desvio padrão do LT.
(3)
Onde,
C = fator de serviço que varia de acordo com o nível de serviço
= média do tempo de ressuprimento
= desvio padrão da demanda elevada ao quadrado
= média da demanda elevada ao quadrado
= desvio padrão do tempo de ressuprimento elevado ao quadrado
O C ou FS também pode ser calculado caso deseja-se utililizar algum valor
diferente do tabelado. Basta calcular a normal inversa do nível de serviço escolhido.
Segundo Sholts e Dietsch (2016), é recomendável que se trabalhe com a
média da demanda semanal, pois dessa forma é possível absorver nos cálculos a
variação semanal da demanda, porém a demanda mensal já é aceitável.
Nos cálculos de estoque de segurança é importante que se analise o
coeficiente de variação (CV) da demanda que é obtido através da divisão entre o
desvio padrão da demanda pela demanda média.
Esse valor indica o quanto volátil é a demanda.
“Esse valor é um indicador de quanta volatilidade (quanta variação) existe nas
informações de demanda que estão sendo utilizadas” (SHOLTS e DIETSCH, 2016,
p. 4, tradução nossa).
Com ele é possível analisar a presença de outliers para que essa variação
não seja considerada nos cálculos. Sendo assim, é recomendável que seja revisado
os itens que possuem os maiores CV´s.
5.2 Modelo de ponto de reposição e lote econômico
Por se tratar de um modelo simples e de fácil utilização, é um dos mais
utilizados tradicionalmente.
“O modelo de ponto de reposição funciona da seguinte forma. Todas as
vezes que determinada quantidade do item é retirada do estoque, verificam a
quantidade restante. Se esta quantidade restante é menor que uma quantidade
predeterminada (chamada „ponto de reposição`), compramos (ou produzimos
internamente, conforme o caso) determinada quantidade chamada „lote
ressuprimento‟. O fornecedor leva determinado tempo (chamado „tempo de
ressuprimento‟ ou lead time) até que possa entregar a quantidade pedida,
ressuprindo o estoque” (CORRÊA, GIANESI e CAON, 2001, p.57).
O funcionamento desse modelo pode ser visualizado conforme figura 4.
Figura 4 – Modelo de “ponto de resposição”
Fonte: Adaptado de Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p.58)
Assim, é necessário definir o ponto de reposição e o tamanho do lote de
ressuprimento através de uma modelagem matemática. Segundo Slack et al. (2007),
é necessário encontrar o melhor equilíbrio entre as vantagens e as desvantagens de
manter estoque.
Esse equilíbrio pode ser encontrado por meio do cálculo dos custos do
sistema de gestão de estoque, que segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001), é
encontrado com o cálculo do custo de armazenagem (CA) e o custo de pedido (CP).
Custo de armazenagem (CA):
(4)
= custo unitário anual de estocagem – é o custo anual de armazenagem de
uma unidade do item. Inclui todos os custos de manter um item em estoque.
Custo de pedido (CP):
(5)
= custo fixo de fazer o pedido para reposição do estoque
DA = demanda anual
L = tamanho do lote
É possível visualizar o comportamento das curvas e o momento em que se
encontra o lote econômico (menor custo total), através da figura 5. Nesse momento,
o custo de armazenagem é igual ao custo de pedido.
Figura 5 – Custos totais do sistema de gestão de estoque
Fonte: Adaptado de Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p.58)
Logo, é possível calcular o LEC (lote econômico) que segundo Corrêa,
Gianesi e Caon (2001) é encontrado com a aplicação da equação 6:
(6)
O ponto de ressuprimento (PR) pode ser calculado por meio da equação 7:
(7)
D = taxa de demanda por unidade de tempo
LT = tempo de ressuprimento
= estoque de segurança
5.3 Modelo de revisão periódica
Um outro modelo para gestão de estoques pode ser utilizado que, segundo
Corrêa, Gianesi e Caon (2001), trata-se do modelo de revisão periódica. Este
modelo é mais simples de ser operacionalizado e consiste em verificar o nível de
estoque periodicamente. Baseado no nível de estoque encontrado, determina-se a
quantidade a ser ressuprida que, ao recebê-la, seja atingido um nível de estoque
predeterminado.
(8)
Onde,
Q = quantidade a pedir
M = estoque máximo
E = estoque presente
QP = quantidade pendente (já pedida)
Sendo que,
(9)
Onde,
D = taxa de demanda
P = período de revisão
LT = lead time
= estoque de segurança
6 CONCLUSÃO
Sobre o modelo proposto de classificação e dimensionamento de estoques,
apesar de ser uma metodologia eficiente, possui algumas limitações. No que rege a
classificação de estoques, esse é limitado a produtos que possuem históricos de
vendas, não sendo uma classificação eficaz para novos produtos, uma vez que
esses não possuem históricos, o que pode ser amenizado através da utilização de
volumes de vendas estimados ou previstos. Além disso, também não é indicado
para produtos sazonais, como por exemplo ovos de páscoa que são vendidos
somente em um único mês do ano e que precisam ser estocados ao longe deste.
Também não se aplica para produtos com alta tecnologia e segmentos inovadores,
pois para esses o lançamento de novos produtos substitutivos ocorre com grande
frequência, tornando o estoque obsoleto com muita rapidez.
Em relação ao dimensionamento de estoque, o modelo também apresenta
limitações a demandas consistentes, uma vez que se trabalha com históricos de
vendas, não sendo uma modelo ideal para produtos que são muito sensíveis a
variáveis de mercado e a lançamento de novos produtos. Esse modelo não se
adapta a alterações de demanda, pois trabalha com dados históricos podendo
apresentar excesso ou falta de inventário até a próxima revisão.
Apesar de suas limitações, o modelo é uma excelente opção a ser adotada
em empresas que possuem um mix de produto mais estável, ou seja, consumos
mais consistentes e segmentos com baixa inovação, por exemplo supermercados,
indústrias de auto-peças, hospitais, indústrias alimentícias, dentro outros. Além
disso, o modelo de classificação de estoques permite de maneira simples e fácil
identificar e separar os produtos de maior giro dos que possuem baixa
movimentação, além de classificá-los por importância. Também é possível calcular
as quantidades necessárias no inventário para que se possa alcançar o nível de
serviço desejado pela empresa e definir quantidades ótimas de produção ou
compras através do cálculo dos lotes enconômicos.
Sendo assim, conclui-se que o objetivo de propor uma metodologia de
classificar e dimensionar estoques foi alcançado.
Como proposta de aperfeiçoamento do modelo, recomenda-se a
complementação com um modelo de previsão de vendas com o objetivo de calcular
e dimensionar os estoques com base em uma previsão de consumo que pode ser
mais próxima da realidade quando comparado com o histórico de vendas.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAUNS, Bianka; MARINHO, Lucia C. D.; GUBITOSO, Edna Baptista dos Santos;
CONSONI, Angelo Jose. Cálculos da capacidade de armazenamento utilizando as
ferramentas seis sigma. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO, 28., 2008, Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://www.leansixsigma.com.br/acervo/39201939.PDF>. Acesso em: 1 mar. 2016.
CORRÊA, Henrique L.; GIANESI, Irineu G. N.; CAON, Mauro. Planejamento,
programação e controle da produção. 4 ed.. São Paulo: Gianesi Corrêa &
Associados: Atlas, 2001.
DIAS, M. A. P. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS. 4 ED. SÃO PAULO: ATLAS,
1995.
MARIA, Guilherme Braga Aguiar de; NOVAES, Antônio Galvão Naclerio.
Determinação do estoque de segurança baseado em confiabilidade produtiva. In:
ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 31., 2011, Belo
Horizonte. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_TN_STO_135_857_18846.pdf>.
Acesso em: 08 mar. 2016.
PACHECO, Ricardo Ferrari; CÃNDIDO, Marco A.B.. Metodologia de avaliação da
viabilidade de mudança de estratégia de gestão da demanda de make-to-order para
assembly-to-order. 2001. Disponível em: <
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2001_TR14_0923.pdf>. Acesso em: 17
mar. 2016.
SILVA, Talita A. Da; SILVA, Nazaré A.G.S Da; RODRIGUES, Alexandre De C.
Análise do nível de serviço e custo de estoques MRO de uma mineradora.
Volume 8. Ponta Grossa: Revista ADMpg Gestão estratégica, 2015.
SHOLTS, Michael; DIETSCH, Nicholas. Latam FG Product Standardization.
LATAM: General Cable Corporation, 2016.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; HARLAND, Christine; HARRISON, Alan;
JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 1 ed.. São Paulo: Atlas, 2009.

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Classificação e dimensionamento de estoques FGV

  • 1. Fundação Getúlio Vargas MBA Logística e Supply Chain Managment Título: Classificação e dimensionamento de estoques Aluno(a): Glauco Veloso dos Santos Turma: LOG 14 Conveniado FGV: Mmurad Local: Vitória 05/2016
  • 2. Fundação Getúlio Vargas MBA Logística e Supply Chain Managment Título: Classificação e dimensionamento de estoques Trabalho de Conclusão de Curso para atender à exigência curricular do MBA Logística e Supply Chain Managment, da Fundação Getúlio Vargas. Local: Vitória 05/2016
  • 3. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS PROGRAMA FGV MANAGEMENT CURSO MBA EM LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN MANAGMENT O Trabalho de Conclusão de Curso CLASSIFICAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE ESTOQUES elaborado por Glauco Veloso dos Santos e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso MBA em Logística e Supply Chain Management, foi aceito como requisito parcial para obtenção do certificado do curso de Pós Graduação, nível de especialização, do Programa FGV Management. Data: _______________________________________ Jamil Moysés Filho Coordenador Acadêmico _______________________________________ Professor Avaliador
  • 4. DEDICATÓRIAS / AGRADECIMENTOS DEDICO ESTE TRABALHO PRIMEIRAMENTE A DEUS QUE PERMITIU QUE EU ESTIVESSE APTO A REALIZAR ESSE CURSO, A MINHA FAMÍLIA E NAMORADA QUE SEMPRE ME APOIARAM, ALÉM DE MEUS COLEGAS DE TURMA EM ESPECIAL A LAÍSA, GUILHERME, LARISSA E CAROL, POIS COM ELES O CURSO SE TORNOU MAIS AGRADÁVEL E DIVERTIDO.
  • 5. RESUMO Devido à concorrência existente entre as empresas, a gestão minuciosa e o controle de estoques tornam-se uma questão cada vez mais importante para o sucesso das organizações. Os estoques são necessários porque há uma diferença entre as taxas de oferta e demanda por bens, e é o papel do inventário absorver essa diferença de ritmo sem causar impacto significativo no nível de atendimento ao cliente com relação às datas de entrega. Além disso, é importante classificá-lo e quantificá-lo, com o objetivo de evitar excessos e reduzir custos. Este estudo concentra-se em apresentar uma metodologia de classificação e dimensionamento de estoques. Palavras-chave: estoque, custos, atendimento, cliente, inventário.
  • 6. ABSTRACT Due to the ever existing competition between companies, the careful management and control of inventories becomes an increasingly important issue for the success of the organizations. Inventories are necessary because there is a difference between the rates of supply and demand for goods. It is the inventory role to absorb such difference rate without causing significant impact to the aimed customer service level related to delivery dates. In addition, it is important to sort it and quantify it in order to avoid excesses and reduce costs. This study is focused on presenting a classification and calculation methodology for inventory management. Key words: Inventory, costs, service level, customer.
  • 7. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS MTS – Make-to-stock (Produzido para o estoque) MTO – Make-to-order (Produzido sob encomenda) OTIF - On time in full SS – Safety stock (Estoque de segurança) ROP – Reorder Point (Ponto de reposição) Outliers – Pontos fora da curva ou discrepantes CV – Coeficiente de variação
  • 8. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Curva ABC.....................................................................18 1 Figura 2 Análise do volume..........................................................19 1 Figura 3 Impacto do nível de serviço no inventário......................22 2 Figura 4 Modelo de “Ponto de reposição”....................................27 2 Figura 5 Custos totais do sistema de gestão de estoque.............28 2
  • 9. LISTA DE TABELAS Tabela 1 Fatores de segurança.....................................................25 2
  • 10. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................11 1.1 Contextualização e Relevância do Tema.....................................................11 1.2 Problema da Pesquisa .................................................................................12 1.3 Objetivos ......................................................................................................12 1.4 Delimitação do Estudo .................................................................................12 1.5 Metodologia da Pesquisa.............................................................................13 1.6 Organização do Estudo................................................................................13 2 CLASSIFICAÇÃO MTS/MTO..............................................................................15 2.1 Informações necessárias para a análise......................................................15 3 ANÁLISE ABC ....................................................................................................18 4 DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE SERVIÇO................................................................21 4.1 Como selecionar níveis de serviço...............................................................21 5 DIMENSIONAMENTO (PONTO DE REPOSIÇÃO E ESTOQUE DE SEGURANÇA) ..........................................................................................................24 5.1 Estoque de segurança (SS) .........................................................................24 5.2 Modelo de ponto de reposição e lote econômico .........................................26 5.3 Modelo de revisão periódica ........................................................................28 6 CONCLUSÃO.....................................................................................................30 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................32
  • 11. 1 INTRODUÇÃO Estoques, segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001), são o acúmulo de recursos materiais que possuem uma propriedade fundamental que pode ser usada para “o bem” e para “o mal” de uma organização e são utilizados para regular diferenças entre as taxas de produção e de demanda do mercado. Além disso, segundo Slack et al. (2007), os estoques existem pois há uma diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda. Segundo Slack et al. (2007), existem quatro tipos tipos de estoque: 1) Estoque isolador: Também chamado de estoque de segurança, possui o propósito de compensar as incertezas de fornecimento e demanda; 2) Estoque de ciclo: Ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer todos os itens que produzem simultaneamente; 3) Estoque de antecipação: Usado para compensar diferenças de ritmo, de fornecimento e de demanda; e 4) Estoque no canal de distribuição: Existem porque o material não pode ser transportado instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda. Logo, “[...] é preciso que definamos o momento do ressuprimento e a quantidade a ser ressuprida, para que o estoque possa atender às necessidades da demanda” (CORRÊA, GIANESI e CAON, 2001, p.56). Classificar e dimensionar estoques é algo de extrema importância para a maioria das organizações, assim como conhecer a demanda por produtos como suporte para a definição de o que e quanto estocar. Os produtos são dividos em dois grupos: MTO (Make-to-order) que se tratam de produtos específicos com demandas pontuais e são produzidos somente sub encomenda e MTS (Make-to-stock) que são produtos com demanda regular, esses são produzidos para estocagem, pois possuem uma demanda previsível baseada em históricos de vendas. 1.1 Contextualização e Relevância do Tema Com a globalização o mercado se tornou mais competitivo, o que exige maior eficiência por parte das empresas para sobreviverem. Com isso, conquistar e/ou manter uma participação no mercado é de extrema importância para as organizações.
  • 12. O estoque é um componente essencial na maioria das organizações e precisa ser classificado, ou seja, as empresas precisam conhecer e diferenciar os produtos que precisam e devem ser estocados dos que não devem ser estocados, pois seu custo é relevante. Conhecer o que e quanto deve ser estocado sem dúvidas é algo essencial para manter baixos custos e garantir um nível de serviço compatível com o que o mercado exige. Com isso, a disponibilidade de produtos passa a ser algo primordial na saúde financeira da empresa e na determinação do seu sucesso ou fracasso ao longo do tempo. Além disso, as empresas precisam realizar investimentos em ferramentas de controle que proporcionem uma melhor gestão de seus estoques, já que a falta ou excesso deles podem resultar em altos custos, sejam esses devido ao não atendimento de clientes ou ao capital investido. 1.2 Problema da Pesquisa Neste contexto, a pergunta que será respondida durante esta pesquisa é:  O que e quanto estocar? 1.3 Objetivos O presente trabalho tem por objetivo final apresentar uma metodologia para classificação e dimensionamento de estoques. 1.4 Delimitação do Estudo O estudo é delimitado da seguinte forma:  Tema: Classificação e dimensionamento de estoques.  Delimitação Organizacional: Organizações que necessitam estocar produtos.  Delimitação Geográfica: Não existe.  Delimitação Temporal: Não existe.  Delimitação por Indicador(es) de Desempenho: Não existe.  Delimitação por tipo/grupo de: Produtos acabados.
  • 13. 1.5 Metodologia da Pesquisa  Quanto à Natureza da Pesquisa:  Pesquisa Exploratória: A pesquisa foi realizada através da investigação do tema para que se pudesse obter uma maior compreensão do assunto estudado. Foi realizada através de levantamentos bibliográficos com o objetivo de procurar padrões e ideias sobre o problema de pesquisa.  Quanto à Forma de abordagem do Problema:  Pesquisa Qualitativa: A pesquisa realizada possui caráter exploratório através da busca de padrões e conceitos já existentes sobre o assunto estudado.  Quanto aos Fins:  Pesquisa Descritiva: A pesquisa busca analisar, estruturar e expor modelos teóricos sobre o objeto de estudo.  Quanto aos Meios:  Pesquisa Bibliográfica: Foram realizadas pesquisas em bibliografias sobre o tema com o objetivo de saber quais o métodos utilizados em investigações similares a essa.  Pesquisa Documental: A pesquisa também se utilizou de apresentações sobre o tema para a conceituação do tema. 1.6 Organização do Estudo Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) está organizado da seguinte forma:  Capítulo 1(ou Parte 1) – CLASSIFICAÇÃO MTS/MTO.  Capítulo 2(ou Parte 2) – ANÁLISE ABC.
  • 14.  Capítulo 3(ou Parte 3) – DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE SERVIÇO  Capítulo 4(ou Parte 4) – DIMENSIONAMENTO (PONTO DE REPOSIÇÃO E ESTOQUE DE SEGURANÇA)  Conclusão - CONCLUSÃO
  • 15. 2 CLASSIFICAÇÃO MTS/MTO Para uma boa gestão de estoque, esse precisa ser classificado entre itens desejáveis a serem estocados de itens que não devem ser estocados. Segundo Pacheco e Cândido (2001), os estoque são basicamente classificados em MTO (Make-to-order) e MTS (Make-to-stock). “Make-to-order (MTO): a chegada de um pedido firme de cliente provoca o início da produção dos produtos desejados. Possui a vantagem de se trabalhar com baixos estoques de produtos acabados, sendo adequado para produtos com demanda pouco freqüente, que possuem alto custo de estocagem (itens classe A) ou que são perecíveis. Esta estratégia entretanto torna o lead-time do produto igual ao lead-time do “ramo” mais demorado da fabricação do produto. Este particular pode tornar o prazo de entrega estrategicamente indesejável, especialmente em mercado no qual o fator velocidade de entrega é vital” (PACHECO e CÂNDIDO, 2001, p. 1). Sendo o MTS: “...fabricação iniciada mediante uma previsão de demanda. A chegada do pedido de cliente provoca o seu atendimento quase imediato, mediante a retirada do produto acabado do estoque. Possui a vantagem de oferecer um lead-time muito reduzido, sendo adequado para a gestão de produtos com demanda astante previsível. Entretanto, o volume de estoques a serem mantidos para o nível de atendimento desejado pode significar um grande volume de capital investido, especialmente no caso de empresas com grande número de itens comercializados e cuja capacidade de previsão da demanda é deficiente” (PACHECO e CÂNDIDO, 2001, p. 1). Produtos MTS possuem possuem alta demanda e volume de vendas, uma demanda consistente durante os meses do ano, sua demanda mensal deve ser igual ou maior que a quantidade mínima de produção ou compra e devem ser confirmados pelo time comercial como produtos de fácil venda. Já os produtos MTO possuem demanda sazonal ou por projetos, são inconsistentes durante os meses do ano, sua demanda mensal é inferior aos lotes mínimos de compras e produção e seus custos de estocagem não são justificáveis. 2.1 Informações necessárias para a análise Para que seja realizado a análise de segmentação dos itens entre MTS e MTO são necessárias informações do histórico de vendas dos últimos doze meses de cada item, é importante que seja coletado o histórico por produto e não por
  • 16. família ou grupo. Caso o produto possa ser medido em diferentes unidades, é importante que se obtenha o histórico, por exemplo: Valores financeiros, unidades, metros, litros, kilos dentre outras. Além disso, deve ser calculado a porcentagem que os itens representam no volume total de vendas por segmento de produto. Deseja-se estocar produtos que possuem a maior probabilidade de venda, primeiro deve-se procurar pelos produtos com a maior demanda anual e idealmente esses produtos também deveriam possuir a maior receita. Deve-se estocar produtos que possuem demanda praticamente todos os doze meses do ano e vendas em todos os trimestres, porém é aceitável que tenham pelo menos seis dos doze meses do ano com demanda desde que tenha demanda em todos os trimestres, assim é possível reduzir o risco de geração de itens de baixo giro no inventário. Além disso, segundo Sholts e Dietsch (2016), também é necessário verificar se os itens possuem uma demanda mensal maior que o lote mínimo de produção e/ou compra. “Se a demanda mensal é menor que a quantidade mínima de produção, então vamos repor muito inventário e aumentar o risco de termos material de baixo giro” (SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 6, tradução nossa). Também é necessário saber se o produto disponível no estoque traz vantagem competitiva no mercado, pois se o cliente aceita esperar a produção/compra de um MTO, não se deve manter esse o produto na política MTS, pois não oferecerá nenhuma vantagem competitiva agregando apenas custo ao inventário. “Precisamos ter certeza de que ter material no estoque nos dê uma vantagem comercial no mercado” (SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 6, tradução nossa). Após ser feita a separação entre os produtos classificados como Make-to- order dos Make-to-stock, deve-se revisar a lista com o time de vendas. Sendo assim, existem quatro critérios a serem analisados antes de classificar um item entre MTS e MTO: 1) Alto volume de vendas; 2) Demanda consistente (mensal e trimestral); 3) Vendas mensais maiores que o lote mínimo de produção ou compras; e 4) Vantagem competitiva devido a disponibilidade no estoque. Com isso, segundo Sholts e Dietsch (2016), produtos selecionados nos quatro critérios devem ser imediatamente classificados como MTS, produtos selecionados
  • 17. em três critérios devem ser analisados pelo time de Supply Chain como bons candidatos a Make-to-Stock e por fim, os itens selecionados em apenas dois ou um critério, devem ser classificados como MTO. A classificação deve ser revisada e validada junto ao time comercial e caso haja algum produto selecionado como MTO em que o time comercial deseja estocá-lo, ou seja, classificá-lo como MTS, para esse item deve haver alguma estratégia comercial sólida, como por exemplo o lançamento de algum produto.
  • 18. 3 ANÁLISE ABC Em qualquer estoque que possua mais de um item, há diferentes níveis de importância entre eles, ou seja, uns serão mais importantes do que os outros. “A técnica ABC é uma forma de classificarmos todos os itens de estoque de determinado sistema de operações em três grupos, baseados em seu valor total anual de uso” (CORRÊA, GIANESI e CAON 2001, p.57). Sendo assim, Slack et al. (2007) definem essas 3 classificações da seguinte forma: Classe A: 20% de itens que representam 80% do volume de vendas; Classe B: 30% dos itens que representam 10% do volume; e Classe C: 50% do total de itens representando 10% do volume total de itens vendidos. Figura 1 – Curva ABC Fonte: Adaptada de Slack et al. (2007, p. 299) Segundo Sholts e Dietsch (2016), a análise ABC pode ser usada para classificar os produtos MTS por importância, identificar quais os produtos que devem ter um melhor nível de serviço, alinhar a estratégia de estoque com a necessidade do mercado, focar no serviço dos principais produtos e focar nos produtos de maior importância. Deve-se ordenar os produtos em ordem decrescente de volume de vendas dos últimos doze meses e calcular a participação percentual de cada item no volume
  • 19. total, é importante que essa análise seja realizada separadamente por famílias de produtos para que não haja ruídos na análise. Após isso, é necessário realizar a classificação ABC de acordo com o critério da curva de representação do volume (80%,10% e 10%). Figura 2 – Análise do volume Fonte: Adaptada de Sholts e Dietsch (2016, p. 6) Segundo Sholts e Dietsch (2016), depois de classificar, é necessário contar o número de itens selecionados de cada grupo (A, B e C) para finalizar o ABC e ter certeza de que somente alguns produtos representam a maior demanda (Itens A´s). Isso é imporante, pois é necessário conhecer quais são os principais produtos em que deve-se concentrar os investimentos. Com a classificação ABC finalizada é possível validá-la e revisá-la junto a equipe comercial para se ter a certeza de que estão sendo priorizados os produtos corretos, ou seja, precisa ser validado com o time comercial se realmente os itens A são os mais importantes e assim por diante. Além disso, em cada revisão deve ser analisado com mais atenção os itens que tiveram suas classificações alteradadas em relação a última revisão.
  • 20. Recomenda-se que a revisão da classificação seja realizada a cada semestre ou trimestre.
  • 21. 4 DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE SERVIÇO Segundo Silva, Silva e Rodrigues (2015), o nível de serviço está diretamente relacionado a disponibilidade do material no estoque quando o mesmo é solicitado, e para sua determinação são utilizados indicadores como por exemplo, o On time in full (OTIF), que é calculado através da divisão entre o número de pedidos atendidos dentro do prazo dividido pelo número total de pedidos atendidos. Sendo assim, quanto maior o nível de serviço, maior será o volume de inventário. Após a finalização da classificação dos produtos realizada no capítulo anterior, deve ser feita a determinação dos níveis de serviço para cada família de produto. Segundo Sholts e Dietsch (2016), o nível de serviço é usado para: 1) Identificar quantas oportunidades possivelmente serão perdidas; 2) Decidir quanto será mantido de inventário; 3) Focar o serviço nos itens mais críticos em virtude de outros menos críticos; e 4) Investir no serviço dos produtos que possuem maior impacto comercial. Os níveis de serviço devem ser implementados no mesmo nível de detalhe da classificação ABC, ou seja, cada família de produto analisada, assim como os itens A´s, B´s e C´s devem possuir diferentes níveis de serviço de acordo com a demanda ou estratégia de mercado adotada pela empresa. A escolha do nível de serviço vai determinar a certeza em que toda vez que houver um pedido, haverá material disponível em estoque, por exemplo: Se o nível de serviço de um produto em específico é de 90%, isso significa que há uma certeza de que 90% das vezes em que houver um pedido, esse será atendido no prazo. 4.1 Como selecionar níveis de serviço Primeiramente deve ser identificado qual o nível de serviço necessário para cada família de produto ser competitiva no mercado. “Baseado na competição, alguns tipos de comodites ou famílias/subfamílias possam precisar de um maior nível de serviço” (SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 3, tradução nossa).
  • 22. Além disso, o nível de serviço deve estar alinhado com o custo de inventário, pois quanto melhor o serviço, maior será o investimento em estoque. “Enquanto nós adoraríamos ter 100% de serviço em cada SKU, essa estratégia seria extremamente custosa $$$ e nosso armazém de produto acabado provavelmente não estaria apto a manter todos os produtos! ” (SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 3, tradução nossa). Depois de ser definido o nível de serviço para cada família, deve ser definido o nível de serviço para os itens A´s, B´s e C´s dessas famílias e a média entre os três deve estar alinhada com o nível definido anteriormente. Além disso, como o nível de serviço determina quanto de estoque será mantido, também deve ser analisado o espaço físico disponível para que não seja definido um volume de estoque superior a capacidade física de armazenagem. “Se o espaço do armazém de produto acabado é limitado, nós queremos selecionar cuidadosamente o nível de serviço, então não sobrecarregamos o centro de distribuição. ” (SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 4, tradução nossa). Na figura 3 é possível observar o impacto do nível de serviço no volume de inventário, observe que a partir de um certo nível o impacto no aumento de inventário é muito maior do que o aumento no nível de serviço. Figura 3 – Impacto do nível de serviço no inventário Fonte: Adaptada de Sholts e Dietsch (2016, p. 5)
  • 23. Após a definição dos níveis de serviço para cada família e seus ABC´s, esses devem ser revisados e validados com o time comercial para que estejam alinhados com a estratégia de vendas. Com isso, é possível iniciar os cáculos dos volumes que deverão ser mantidos no estoque, assim como o estoque de segurança e ponto de reposição.
  • 24. 5 DIMENSIONAMENTO (PONTO DE REPOSIÇÃO E ESTOQUE DE SEGURANÇA) A medida que foi finalizado a separação entre MTS e MTO, realizado a classificação ABC e definido os níveis de serviço, é possível calcular os estoques de segurança, os pontos de reposição e demanda média para cada produto. O que é o ponto de reposição (ROP)? O ponto de reposição é um gatilho para determinar quando uma nova ordem de reposição é necessária, fornece uma referência da quantidade mínima a ser reposta e indica um limite de inventário saudável a se manter. O que é o estoque de segurança (SS)? Fornecede uma quantidade suficiente de inventário para absorver parte da variação da demanda, cobre a demanda quando essa for superior a média e indica o limite mínimo de inventário saudável. O que é demanda média? Representa a demanda histórica durante um período de tempo, fornece uma base para estimar a demanda futura e indica uma estimativa no nível de inventário em relação a quantos dias corresponde o inventário atual. Para que se possa seguir para os próximo passos, é necessário se obter os tempos de ressuprimentos de cada produto ou se não for possível nesse nível de detalhe, deve-se obter por família de produto. O tempo de ressuprimento representa o tempo entre a emissão da ordem de ressuprimento e a transferência desse produto para o armazém. 5.1 Estoque de segurança (SS) O fato da demanda na maioria das vezes não ser constante gera a necessidade do estoque de segurança que tem como objetivo absorver as variações da demanda em relação a média de consumo. “Para fazer frente a essas situações de variações aleatórias da demanda, em torno de sua média, muitas empresas resolvem lançar mão de manter alguma quantidade de estoque (chamado estoque de segurança) ” (CORRÊA, GIANESI e CAON 2001, p.57).
  • 25. Essa quantidade será proporcional ao nível de incerteza de variação da demanda, que segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001), pode ser calculado com a equação 1: (1) FS = fator de serviço que varia de acordo com o nível de serviço = desvio-padrão para demanda futura PP = periodicidade à qual se refere o desvio-padrão LT = tempo de ressuprimento Tabela 1 – Fatores de segurança Nível de serviço Fator de serviço 50% 0 60% 0,254 70% 0,525 80% 0,842 85% 1,037 90% 1,282 95% 1,645 98% 2,055 99% 2,325 Fonte: Adaptado de Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p.65) O desvio-padrão, segundo Pereira e Tanaka (1990), pode ser calculado através da equação 2 abaixo: (2) Onde, = valor i da amostra = média da demanda no período
  • 26. Quando se conhece bem o tempo de ressuprimento, assim como sua variação, recomenda-se utilizar a fórmula abaixo, pois essa é mais completa uma vez que também considera o desvio padrão do LT. (3) Onde, C = fator de serviço que varia de acordo com o nível de serviço = média do tempo de ressuprimento = desvio padrão da demanda elevada ao quadrado = média da demanda elevada ao quadrado = desvio padrão do tempo de ressuprimento elevado ao quadrado O C ou FS também pode ser calculado caso deseja-se utililizar algum valor diferente do tabelado. Basta calcular a normal inversa do nível de serviço escolhido. Segundo Sholts e Dietsch (2016), é recomendável que se trabalhe com a média da demanda semanal, pois dessa forma é possível absorver nos cálculos a variação semanal da demanda, porém a demanda mensal já é aceitável. Nos cálculos de estoque de segurança é importante que se analise o coeficiente de variação (CV) da demanda que é obtido através da divisão entre o desvio padrão da demanda pela demanda média. Esse valor indica o quanto volátil é a demanda. “Esse valor é um indicador de quanta volatilidade (quanta variação) existe nas informações de demanda que estão sendo utilizadas” (SHOLTS e DIETSCH, 2016, p. 4, tradução nossa). Com ele é possível analisar a presença de outliers para que essa variação não seja considerada nos cálculos. Sendo assim, é recomendável que seja revisado os itens que possuem os maiores CV´s. 5.2 Modelo de ponto de reposição e lote econômico Por se tratar de um modelo simples e de fácil utilização, é um dos mais utilizados tradicionalmente.
  • 27. “O modelo de ponto de reposição funciona da seguinte forma. Todas as vezes que determinada quantidade do item é retirada do estoque, verificam a quantidade restante. Se esta quantidade restante é menor que uma quantidade predeterminada (chamada „ponto de reposição`), compramos (ou produzimos internamente, conforme o caso) determinada quantidade chamada „lote ressuprimento‟. O fornecedor leva determinado tempo (chamado „tempo de ressuprimento‟ ou lead time) até que possa entregar a quantidade pedida, ressuprindo o estoque” (CORRÊA, GIANESI e CAON, 2001, p.57). O funcionamento desse modelo pode ser visualizado conforme figura 4. Figura 4 – Modelo de “ponto de resposição” Fonte: Adaptado de Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p.58) Assim, é necessário definir o ponto de reposição e o tamanho do lote de ressuprimento através de uma modelagem matemática. Segundo Slack et al. (2007), é necessário encontrar o melhor equilíbrio entre as vantagens e as desvantagens de manter estoque. Esse equilíbrio pode ser encontrado por meio do cálculo dos custos do sistema de gestão de estoque, que segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001), é encontrado com o cálculo do custo de armazenagem (CA) e o custo de pedido (CP). Custo de armazenagem (CA): (4) = custo unitário anual de estocagem – é o custo anual de armazenagem de uma unidade do item. Inclui todos os custos de manter um item em estoque. Custo de pedido (CP): (5)
  • 28. = custo fixo de fazer o pedido para reposição do estoque DA = demanda anual L = tamanho do lote É possível visualizar o comportamento das curvas e o momento em que se encontra o lote econômico (menor custo total), através da figura 5. Nesse momento, o custo de armazenagem é igual ao custo de pedido. Figura 5 – Custos totais do sistema de gestão de estoque Fonte: Adaptado de Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p.58) Logo, é possível calcular o LEC (lote econômico) que segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001) é encontrado com a aplicação da equação 6: (6) O ponto de ressuprimento (PR) pode ser calculado por meio da equação 7: (7) D = taxa de demanda por unidade de tempo LT = tempo de ressuprimento = estoque de segurança 5.3 Modelo de revisão periódica Um outro modelo para gestão de estoques pode ser utilizado que, segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001), trata-se do modelo de revisão periódica. Este modelo é mais simples de ser operacionalizado e consiste em verificar o nível de
  • 29. estoque periodicamente. Baseado no nível de estoque encontrado, determina-se a quantidade a ser ressuprida que, ao recebê-la, seja atingido um nível de estoque predeterminado. (8) Onde, Q = quantidade a pedir M = estoque máximo E = estoque presente QP = quantidade pendente (já pedida) Sendo que, (9) Onde, D = taxa de demanda P = período de revisão LT = lead time = estoque de segurança
  • 30. 6 CONCLUSÃO Sobre o modelo proposto de classificação e dimensionamento de estoques, apesar de ser uma metodologia eficiente, possui algumas limitações. No que rege a classificação de estoques, esse é limitado a produtos que possuem históricos de vendas, não sendo uma classificação eficaz para novos produtos, uma vez que esses não possuem históricos, o que pode ser amenizado através da utilização de volumes de vendas estimados ou previstos. Além disso, também não é indicado para produtos sazonais, como por exemplo ovos de páscoa que são vendidos somente em um único mês do ano e que precisam ser estocados ao longe deste. Também não se aplica para produtos com alta tecnologia e segmentos inovadores, pois para esses o lançamento de novos produtos substitutivos ocorre com grande frequência, tornando o estoque obsoleto com muita rapidez. Em relação ao dimensionamento de estoque, o modelo também apresenta limitações a demandas consistentes, uma vez que se trabalha com históricos de vendas, não sendo uma modelo ideal para produtos que são muito sensíveis a variáveis de mercado e a lançamento de novos produtos. Esse modelo não se adapta a alterações de demanda, pois trabalha com dados históricos podendo apresentar excesso ou falta de inventário até a próxima revisão. Apesar de suas limitações, o modelo é uma excelente opção a ser adotada em empresas que possuem um mix de produto mais estável, ou seja, consumos mais consistentes e segmentos com baixa inovação, por exemplo supermercados, indústrias de auto-peças, hospitais, indústrias alimentícias, dentro outros. Além disso, o modelo de classificação de estoques permite de maneira simples e fácil identificar e separar os produtos de maior giro dos que possuem baixa movimentação, além de classificá-los por importância. Também é possível calcular as quantidades necessárias no inventário para que se possa alcançar o nível de serviço desejado pela empresa e definir quantidades ótimas de produção ou compras através do cálculo dos lotes enconômicos. Sendo assim, conclui-se que o objetivo de propor uma metodologia de classificar e dimensionar estoques foi alcançado. Como proposta de aperfeiçoamento do modelo, recomenda-se a complementação com um modelo de previsão de vendas com o objetivo de calcular
  • 31. e dimensionar os estoques com base em uma previsão de consumo que pode ser mais próxima da realidade quando comparado com o histórico de vendas.
  • 32. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAUNS, Bianka; MARINHO, Lucia C. D.; GUBITOSO, Edna Baptista dos Santos; CONSONI, Angelo Jose. Cálculos da capacidade de armazenamento utilizando as ferramentas seis sigma. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 28., 2008, Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.leansixsigma.com.br/acervo/39201939.PDF>. Acesso em: 1 mar. 2016. CORRÊA, Henrique L.; GIANESI, Irineu G. N.; CAON, Mauro. Planejamento, programação e controle da produção. 4 ed.. São Paulo: Gianesi Corrêa & Associados: Atlas, 2001. DIAS, M. A. P. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS. 4 ED. SÃO PAULO: ATLAS, 1995. MARIA, Guilherme Braga Aguiar de; NOVAES, Antônio Galvão Naclerio. Determinação do estoque de segurança baseado em confiabilidade produtiva. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 31., 2011, Belo Horizonte. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_TN_STO_135_857_18846.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2016. PACHECO, Ricardo Ferrari; CÃNDIDO, Marco A.B.. Metodologia de avaliação da viabilidade de mudança de estratégia de gestão da demanda de make-to-order para assembly-to-order. 2001. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2001_TR14_0923.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2016. SILVA, Talita A. Da; SILVA, Nazaré A.G.S Da; RODRIGUES, Alexandre De C. Análise do nível de serviço e custo de estoques MRO de uma mineradora. Volume 8. Ponta Grossa: Revista ADMpg Gestão estratégica, 2015. SHOLTS, Michael; DIETSCH, Nicholas. Latam FG Product Standardization. LATAM: General Cable Corporation, 2016.
  • 33. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; HARLAND, Christine; HARRISON, Alan; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 1 ed.. São Paulo: Atlas, 2009.