1. Cibercultura e a Teoria
histórico-cultural
Prof. Ms. Paulo Apolinário Nogueira
Lante – NTEM - UFF
2. Cibercultura
Segundo Santos: “A cibercultura é a cultura contemporânea estruturada pelo uso
das tecnologias digitais em rede nas esferas do ciberespaço e das cidades.
Compreendemos tais esferas como espaçostempos cotidianos de
ensinoaprendizagem, que preferimos nomear de redes educativas ou espaços
multirreferenciais de aprendizagem.”
Trata-se portanto, de um conceito bem amplo e difundido nas práticas educativas
contemporâneas, dessa forma, justifica-se entender seus caminhos e processos de
modo a construir uma prática mais significativa.
Segundo Sebastião e Pesce (2010, p. 66) Pierre Levy, em seu livro Cibercultura
“sinaliza que a sociedade encontra-se condicionada, mas não determinada pela
técnica. Tal afirmação permite a percepção da relação biunívoca entre sociedade e
tecnologia, mediante a qual a primeira se constitui historicamente pela segunda,
embora não seja por ela determinada.” (2010, p. 66)
3. Teoria histórico-cultural
A Teoria histórico-cultural foi iniciada por Vygotsky e continuada por várias
gerações. Tal teoria tem por base as atividades mediadas, de caráter social e
cultural, como elementos determinantes no desenvolvimento humano. Segundo
Libâneo A atividade humana supõe, para desenvolver-se, as mediações culturais.
A atividade de aprendizagem, ao apropriar-se da experiência sociocultural,
assegura a formação do pensamento teórico-científico dos indivíduos, mediante
atividades socioculturais, já que as ações individuais ocorrem em contextos
socioculturais e institucionais. Não se separam as pessoas que atuam e o mundo
social e cultural em que realizam sua atividade.
4. Justificativa
De acordo com a teoria histórico-cultural, ancorados em Vygotski, concordamos
com Facci, (2004) que preconiza que a intervenção docente de modo a transmitir
a cultura e a experiência elaborada, bem como a prática docente intencional e
sistematizada. Aqui o produto não se separa do ato de produção. Trata-se de uma
teoria que valora o fluxo de discussão dialético que permite a relação do aluno
com o cotidiano de modo consciente para gerar necessidades nem sempre
cotidianas como os conhecimentos filosóficos, éticos e políticos. Todos
norteadores da cidadania.
5. Conclusões
Partindo de uma visão histórico-cultural da educação, é possível caracterizar o
processo de ensino e aprendizagem como um conjunto de ações e estratégias que
devem direcionar o educando, a apropriar-se de conhecimentos que possam ser
úteis em sua prática da cidadania.
As novas tecnologias da informação e da comunicação, bem como a ampliação do
seu acesso podem ser de fundamental importância ao pensarmos um trabalho
bem direcionado e articulado, voltado para o desenvolvimento integral do ser
humano crítico de si e do mundo, em um só termo autônomo.
6. Bibliografia
FACCI, Marilda G. Dias. Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor? Um
estudo crítico-comparativo da teoria do professor reflexivo, do construtivismo e da
psicologia vigotskiana. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
LIBÂNEO, José Carlos. Educação na era do conhecimento em rede e
transdisciplinaridade. São Paulo: Alínea, 2005.
SANTOS, Edméa. O. A CIBERCULTURA E A EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE MOBILIDADE E
REDES SOCIAIS: CONVERSANDO COM OS COTIDIANOS. In: FONTOURA, Helena; SILVA,
Marco. (Org.). Práticas Pedagógicas, Linguagem e Mídias Desafios à Pós-graduação em
Educação em suas múltiplas dimensões. 1ed.Rio de Janeiro: ANPED NACIONAL, 2011,
v. 1, p. 138-160.
SEBASTIÃO, Marcia Pereira e PESCE, Lucila. Resenha da obra “Cibercultura” de Pierre
Lévy. In Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, n. 3, jan/jun 2010, pp. 66-71, São
Paulo, 2010.