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CULTURA DA
MANGA
Professora: Drª Jullyanna Nair de
Carvalho
2022
Aula 1. Cultura da mangueira: origem e distribuição.
Importância econômica. Classificação botânica, aspectos
morfofisiológicos. Produção de mudas. Melhoramento.
Variedades. Influência do clima e do solo.
Brasil: 3º maior produtor mundial de frutas, mas ainda tem uma
expressão marginal no mercado internacional de frutas.
O tamanho do mercado brasileiro explica a necessidade de
importação (frutas temperadas), mas não explica o fraco
desempenho das exportações (frutas tropicais).
Tem ocorrido um expressivo crescimento na demanda mundial de
frutas tropicais, especialmente de manga e de suco de frutas.
A base comercial da mangicultura brasileira está alicerçada apenas
em algumas poucas cultivares, dentre elas, a ‘Tommy Atkins’ é
responsável por cerca de 80% da área plantada.
Introdução
Origem e dispersão
• Sul da Ásia - Índia, onde existem mais de mil variedades e tem sido
cultivada por mais de 4 mil anos.
•Os portugueses transportaram, no início do séc. XVI, sementes e
mudas de Goa, na Índia, para o Leste e Oeste da África América.
•Chegada ao Brasil 1700 na Bahia e no sec XIX foi para o México,
em seguida para a Flórida.
•Atualmente a manga é cultivada em todos os países da faixa tropical
e equatorial do mundo.
Origem e dispersão da mangueira
A mangueira no Brasil
A mangueira no Brasil
A mangueira no Brasil
Manga firma-se como a fruta brasileira mais
exportada
Volume de manga Haden comercializado no CEAGESP em 2011
Preço (R$/kg) de manga Haden comercializado no CEAGESP em 2011
(Agrianual 2013).
0
100
200
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500
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700
800
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1,5
1,7
1,9
2,1
2,3
2,5
2,7
2,9
3,1
3,3
3,5
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Período de maior oferta:
outubro a março
Escassez: abril a setembro.
Mercado Interno
Nos últimos anos houve aumento de área plantada da cultura da
manga nos perímetros irrigados do nordeste e consequentemente um
aumento do consumo de manga no Brasil.
Os padrões de qualidade das mangas comercializada no mercado
interno têm melhorado em decorrência da maior participação das
variedades coloridas.
Mercado Externo
O mercado de frutas frescas é o mais importante (93%)
Suco (2,5%)
Polpa (1,47%)
Importância alimentar da manga
A manga é, hoje, uma das mais importantes frutas tropicais que
compõem a dieta alimentar das classes média e alta brasileira com um
consumo médio per capita da ordem de: 1,2 kg/ano
Taxonomia
• Reino: Plantae
• Divisão: Spermatophytae
• Subdivisão: Angiospermae
• Classe: Dicotyledoneae
• Ordem: Sapindales
• Família: Anacardeaceae
• Gênero: Mangifera (50 espécies)
• Espécie: Mangifera indica L.
Citogenética
•Espécie alopoliplóide, mais provavelmente um anfidiplóide
(poliplóide constituído por dois complementos somáticos
completos de duas espécies diferentes).
•Alógama.
•A Mangifera indica é a espécie de maior estabilidade no número
de cromossomos (2n = 40), embora Singh (1969) cite a ocorrência
de plantas tetraplóides (4n = 80).
Botânica
Planta: árvore frondosa, de porte médio a
grande, podendo atingir até 30 m de altura.
Copa arredondada, folhagem sempre verde.
Folhas: simples, alternas, lanceoladas,
oblongas, oblongo-elípticas ou oblongo-
lanceoladas, glabras, de consistência coriácea
nervuras proeminentes em ambas as faces.
Raiz: pivotante que pode ser aprofundar
bastante no solo. Cerca de 77% das raízes são
formadas por raízes finas e fibrosas,
concentrado entre 20 a 40 cm de profundidade
até 60 cm distante do tronco.
Botânica
Caule: é do tipo tronco, lignificado, ereto,
casca rugosa, contendo resina.
Ramos: são numerosos, grossos, com os
inferiores muito altos em forma ereta no centro
da planta. A planta emite várias brotações
durante o ano, e a copa tem o seu crescimento
através de fluxos vegetativos.
Inflorescência: panícula pubescente ou
glabra, muito ramificada, piramidal, 11 a 62
cm, rígida, ereta ou ascendente, densamente
florida. Cada panícula pode formar de 500 a
17.000 flores, num total de 190 a 6.000
panículas na mesma planta.
Botânica
Flores: numa mesma panícula são encontradas dois tipos de flores:
• Hermafroditas, bissexuais ou perfeitas (flores completas, com
partes masculinas e femininas na mesma planta e na mesma flor);
• Estaminadas ou masculinas, que possuem apenas a parte
masculina da flor, que sempre estão em maioria e com um número
muito elevado na base da panícula.
Vegetação e florescimento
• O florescimento ocorre em ramos com, no mínimo, 3 a 4 meses
de idade e ocorre durante um período longo (vários meses),
podendo ter seu início adiantando ou atrasado natural ou
artificialmente.
• A mangueira possui surtos de crescimento vegetativo várias vezes
no ano.
• A biologia floral da mangueira é totalmente adaptada para
polinização a ser feita por trips e vários tipos de moscas e
lepidoptera.
• Baixas temperaturas durante o desenvolvimento da inflorescência
contribuem para a redução no número de flores perfeitas na
panícula.
Polinização, fecundação e frutificação
•60 a 90 % dos frutos caem nos primeiros 30 dias;
•94 a 99 %, dos frutos caem aos 60 dias,
•Menos de 1 % dos frutos atingem o estágio de maturação (1 a 3 frutos
por panícula)
•A maturação dos frutos ocorre, em geral, de 100 a 150 dias após a
polinização.
• 35% do total de flores
da mangueira são
polinizadas, resultando
em cerca de 0,01% o
número de frutos no
stand final.
Fruto: drupa carnosa, grande, de forma
variável, sendo as mais comuns
arredondado, cordiforme, elíptica, oblíqua-
arredondada
Polinização, fecundação e frutificação
Produção de mudas
➢ Enxertia
- porta-enxertos produzidos por sementes
- sementes recalcitrantes (não armazenar)
- retirar a capa que envolve a amêndoa
- germinação em 25 dias com 95% de sucesso
- desfolhar os ramos ponteiros da cultivar copa 10-15
dias antes da coleta das borbulhas e garfos
Produção de mudas
Colheita dos frutos
e semeadura
Germinação e
emergência
Transplante
Enxertia
Muda pronta
Total: 260 a
430 dias
20 a 40 dias
60 a 90 dias
120 a 180 dias
60 a 120 dias
Produção de mudas
➢ Enxertia
Borbulhia em placa ou escudo
Produção de mudas
➢ Enxertia
Borbulhia em T invertido
Produção de mudas
➢ Enxertia
Garfagem em topo tipo fenda cheia
Produção de mudas
➢ Enxertia
Garfagem em topo tipo inglês simples
Produção de mudas
Produção de mudas
Principais
Cultivares
• ‘Tommy Atkins’ – Cultivar mais cultivada e
comercializada (80% da área plantada);
• Elevada produtividade e regularidade na
produção;
• Monoembriônica, vigorosa, copa densa,
precoce;
• Resistente à impactos mecânicos, à deterioração
pós colheita, antracnose (parcial)
• Responsiva a indução floral;
• Suscetível à morte descendente, malformação
floral e colapso interno;
• Frutos (500g), coloração avermelhada,
alaranjada ou purpúrea, polpa consistente e
firme, moderado teor de fibras, 17° Brix (baixo)
• ‘Haden’ - Cultivar preferida dos
consumidores pela qualidade de
seu sabor;
• Copa muito densa, elevada
alternância de produção,
autoincompatibilidade,
monoembriônica.
• Suscetível a antracnose,
malformação floral, colapso
interno de polpa, queda exagerada
de frutos, resultando em baixa
produção;
• Frutos (700 g), saborosos,
coloração vermelha/amarelada,
moderado teor de fibras, 21° Brix
Principais Cultivares
‘Palmer’ – Cultivar muito produtiva,
tardia (Tommy e Haden), vigor moderado
e produção regular, monoembriônica;
Baixa vulnerabilidade ao colapso interno;
Suscetível à antracnose;
Utilização na indústria (> área cultivada);
Frutos (900g), aromáticos, firmes,
praticamente desprovidos de fibras,
verde/arroxeados (imaturos) e
avermelhado (maduros), 19° brix.
Principais Cultivares
‘Keitt’ – Cultivar muito produtiva, tardia (Tommy e Haden),
monoembriônica;
Medianamente resistente à antracnose;
Tolerância ao transporte e manuseio pós colheita;
Frutos (700g), praticamente desprovidos de fibras, coloração
esverdeada a amarelada, 21° brix.
Principais Cultivares
‘Kent’ – Cultivar vigorosa, Copa compacta e arredondada, produtiva,
tardia (Tommy e Haden), monoembriônica;
Suscetível à antracnose, ao colapso interno e vulnerável ao transporte;
Frutos (1000g), aromáticos, totalmente desprovidos de fibras,
numerosas lenticelas, verde (imaturos) e avermelhado (maduros), 19°
brix.
Principais Cultivares
‘Espada’ – Cultivar nacional, vigorosa, copa densa, porte elevado, elevada
produtividade, poliembriônica e precoce;
Produz 2x ao ano, saborosa, utilizada como porta enxerto (rústica);
Resistente à antracnose, colapso interno e morte descendente;
Frutos (300g), aromáticos, muita fibra, verde ou verde-amarelado, 17° a 20°brix.
Principais Cultivares
‘Rosa’ – Cultivar nacional, copa arredondada, vigorosa com creseimento lento,
porte médio, tardia, predominantemente poliembriônica;
Suscetível à antracnose, alternância de produção, menos produtiva;
Florescimento intenso (respostas satisfatórias de indução floral), moderadamente
resistente à morte descendente;
Frutos (300g), aromáticos, amarelos ou rosado/avermelhado, expressiva em
fibras, 14° a 16°brix.
Principais Cultivares
Natalina Alfa
Clima
Temperatura
Faixa térmica ideal: 24 °C a 30 °C
Acima de 40°C inibe o vingamento do fruto (cultivares
monoembriônicas)
Temperaturas baixas ocorre a paralisação do crescimento e
queda na produção.
Por outro lado, baixas temperaturas e o estresse hídrico são
indispensáveis na floração e frutificação em mangueiras.
Em condições não favoráveis ao estresse com baixa temperatura,
tem-se utilizado o estresse hídrico, que por sua vez, se estende
por um período que varia de 30 a 90 dias.
Umidade relativa do ar
Umidade relativa do ar entre 65 a 70% é considerada como
favorável a planta.
“A umidade relativa do ar durante o ciclo da cultura da mangueira
favorece o surgimento de doenças fúngicas.”
Clima
Luminosidade: A mangueira exige altas intensidades de luz;
panículas emitidas situam-se na periferia da copa.
Ventos: redução significativa na produção, pois derrubam flores
e frutos, causam ferimentos nos frutos pelo atrito com a
folhagem e aumentam as taxas de transpiração da planta e
evaporação do solo.
Altitude: Os efeitos da altitude influem negativamente no ciclo,
produtividade e qualidade do fruto, especialmente em altitudes
mais elevadas (acima de 600 m). Para cada 150 m de aumento
na altitude, ocorre um resfriamento de 1ºC, atrasando o
florescimento em cinco dias.
Clima
Clima
Regiões semiáridas
Favoráveis ao cultivo da mangueira (irrigada);
Maior exposição dos frutos a elevados níveis de radiação solar, deixando-
os com coloração intensa e relativamente livres de doenças;
Porém, embora esta radiação absorvida pela folhagem favoreça o
crescimento vegetativo, as folhas situadas no interior do dossel recebem
baixos níveis, reduzindo a disponibilidade de carboidratos, afetando o
desenvolvimento dos frutos e a produção final.
Poda apresenta grande importância e pode ser realizada de acordo com a
localização do pomar e a necessidade de penetração de luz no interior do
dossel.
Manejo do solo
•Propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
•Sistema de produção: integrada, orgânico, convencional.
•A mangueira cresce bem em qualquer solo, desde que não sejam
encharcados, alcalinos, rochosos, extremamente rasos ou demasiado
pobre. Adapta-se melhor em solos profundos, moderadamente férteis
e bem drenados.
•Solos de fertilidade e textura média, profundos e permeáveis
•Vale do são Francisco: Neossolo quartizarênico, Argissolo,
Vertissolo
Seleção da área e preparo do solo
•Relevo e vias de acesso (práticas culturais e escoamento produção)
•Limpeza da área (destocamento e roçagem)
•Amostragem de solo: 0-20 e 20-40 cm - direcionar as práticas de
correção e adubações.
•Execução de práticas conservacionistas,
• Abertura de carreadores e divisão da área em talhões.
•Aração: 40 cm de profundidade; rompimento da camada de
impedimento, incorporação / eliminação de plantas
•Gradagem: leve ou pesada; destorroamento, nivelamento
•Subsolagem: descompactação
Seleção da área e preparo do solo
• Solos arenosos (Neossolos): limpeza, sem aração/gradagem,
abertura de sulcos de plantio (adubação)
•Solos argilosos (Vertissolos): limpeza, gradagem (20 a 30 cm)
•Solos com adensamento genético (Argissolos): subsolagem
:
Cobertura do solo e adubação verde
• Consorciação: leguminosas e gramíneas
Aumentam o teor de matéria orgânica, nitrogênio e fósforo no
solo, além de diminuir a densidade e a resistência à penetração
das raízes.
O manejo de adubação da mangueira envolve três fases:
1)Adubação de plantio - Depende, essencialmente, da
análise do solo. Os fertilizantes minerais e orgânicos são
colocados na cova e misturados com a terra da própria cova,
antes de se fazer o transplantio das mudas;
2)Adubação de formação - As adubações minerais devem
ser iniciadas a partir de 50 a 60 dias após o plantio,
distribuindo-se os fertilizantes na área correspondente a
projeção da copa, mantendo-se uma distância mínima de 20
cm do tronco da planta
Nutrição e adubação
3)Adubação de produção - A partir de três anos ou quando as
plantas entrarem em produção, os fertilizantes deverão ser
aplicados em sulcos, abertos ao lado da planta. A cada ano, o
lado adubado deve ser alternado. A localização destes sulcos
deve ser limitada pela projeção da copa.
• Após a colheita: 50% N, 100% P e 25% K.
• Antes da indução: 20% K;
• Na floração:15% K;
• Após pegamento dos frutos: 30% N, 15% K;
• Cinquenta dias após o pegamento dos frutos: 20% N e 15% K.
Adubação orgânica - Aplicar 20 a 30 L de esterco por cova no
plantio, pelo menos uma vez por ano.
Nutrição e adubação
Adubação com micronutrientes - As deficiências mais
comuns de micronutrientes que ocorrem na mangueira são de
zinco e boro. A correção dessas deficiências poderá ser
realizada por meio da aplicação de fertilizantes ao solo ou via
foliar, em função dos resultados de análise foliar e de solo.
Fornecimento de cálcio - Considerando a elevada exigência
da mangueira em cálcio, recomenda-se associar a calagem
com a aplicação de gesso na superfície, sem incorporação,
após a calagem e antes da adubação.
Nutrição e adubação
Nutrição e adubação
• Análise de solo e analise foliar
Nutrição e adubação
• Análise de solo e analise foliar
Nutrição e adubação
• Análise de solo e analise foliar
Plantio
➢ Espaçamento: características do solo e clima, vigor do porta-
enxerto/variedade copa, tolerância a doenças e pragas, manejo do
pomar (podas, nutrição, irrigação..)
• Plantios tradicionais: 12 x 10 m; 10 x 10 m.
• Plantios adensados: 8x8, 8x7, 8x6, 10x6,10x5 m,
• Semiárido brasileiro: entrelinhas (8 a 6 m), linhas (5 a 2 m)
Tendência - mangueiras de pequeno porte, com porta-enxertos
ananizantes, adensamento
Plantio
► Época de plantio
► Abertura e adubação da cova
-Marcação da cova
-Abertura da cova (50x50x50 cm) ou sulcos (40
a 50 cm de profundidade)
- Adubação de fundação / cova (Semiárido):
• 20 a 30 L de esterco curtido,
• 1 Kg de superfosfato simples,
• 150g de KCl
• 200g de um mistura de micronutrientes
► Plantio da muda e pintura do caule:
Tinta látex branca diluída em água (1:1)
Plantio
► Época de plantio
► Abertura e adubação da cova
-Marcação da cova
-Abertura da cova (50x50x50 cm) ou sulcos (40
a 50 cm de profundidade)
- Adubação de fundação / cova (Semiárido):
• 20 a 30 L de esterco curtido,
• 1 Kg de superfosfato simples,
• 150g de KCl
• 200g de um mistura de micronutrientes
Plantio
➢ Cobertura morta e tutoramento
•Bacia ao redor da muda (80 a 100 cm de diâmetro),
•Fazer o tutoramento da muda
•Irrigar com cerca de 30 L de água aplicados ao redor da bacia;
•Fazer cobertura morta utilizando capim seco, palhas ou outro material
disponível, dispostos sobre a bacia.
Manejo da floração
Floração no Semiárido: junho e agosto (temperaturas noturnas
inferior a 20 ºC e diurnas inferior a 30 ºC e menor quantidade de
chuva)
Manejo da floração
O florescimento da mangueira está relacionado a uma série de
fatores:
a) Maturidade dos ramos: ramos imaturos não florescem por causa
do chamado efeito de juvenilidade. Os ramos atingem a
maturidade, somente a partir de 90 a 120 dias.
b) Safra anterior: a produção elevada em safra anterior concorre para
o esgotamento das reservas (exaustão), resultando em redução na
emissão de novos ramos.
Manejo da floração
c) reservas e relação C/N: o acúmulo de reservas e uma alta relação
C/N resultam em florescimento e frutificação superiores. É
fundamental o estabelecimento de um esquema racional de
adubação.
d) nutricionais: a elevação dos níveis de nitrogênio pode favorecer o
aumento da produção, em decorrência de emissão de novos surtos
vegetativos.
e) ambientais: temperaturas acima de 25° C durante o dia e 20° C a
noite, induzem o crescimento vegetativo. temperaturas entre 15-18°
C durante o dia e 10° C durante a noite independentemente do fator
umidade, podem induzir o florescimento.
Manejo da floração
Floração no Semiárido: junho e agosto (temperaturas noturnas
inferior a 20 ºC e diurnas inferior a 30 ºC e menor quantidade de
chuva)
Indução artificial do florescimento
Objetivos: concentração da colheita na entressafra,
escalonamento da produção e escape das condições climáticas
que propiciam a incidência de doenças
1) Nitrato de potássio ou cálcio: 2-4%
2) Ethephon: duas aplicações (200 ppm) espaçadas de 1-2
semanas
3) Paclobutrazol (1 g /m linear de diâmetro de copa): aplicado
1 mês após início das brotações, seguido de nitrato de potássio
ou cálcio (2-4%) após 3 meses
4) Estresse hídrico: 2-3 meses após a aplicação de nitrato de
potássio ou cálcio (2-4%)
Aplicação do de Paclobutrazol
Aplicação do de Nitrato
Manejo da Poda
“A planta de mangueira deve apresentar uma copa adequada e
funcional, que facilite os diversos tratos culturais necessários à
obtenção de frutas com padrão de qualidade que o mercado
consumidor exige”.
Poda de Formação
•Condução em haste ou fuste único, até uma altura de 60 a 80
cm do solo.
•Após a brotação, selecionam-se três ramos que serão as
pernadas da planta, os demais são eliminados.
•Os cortes deverão ser tratados com uma pasta (pasta
bordaleza) a base de cobre (sulfato de cobre + cal hidratada).
Poda
Poda de Encurtamento de ramos:“Consiste no encurtamento e eliminação de
ramos, com a finalidade de reduzir o volume da copa.”
Poda de Abertura da copa:“Apresenta como objetivo, a redução da massa
vegetativa na parte central da copa, resultando em maior arejamento e insolação
em seu interior.”
Poda de Eliminação do Centro da copa:“Através deste tipo de poda procura-se
dar à planta a conformação semelhante a forma de tronco de um cone, reduzindo
significativamente a altura da planta.”
Poda
Poda de “Renovação e rejuvenescimento”:“Consiste na eliminação de
toda a parte vegetativa da planta através do corte ou redução drástica das
pernadas. Após dois a três anos da realização desta poda a planta volta a ter
produção satisfatória.”
Poda
Poda para manejo da floração: eliminação da floração terminal provoca uma
segunda emissão de inflorescência axilar que deve produzir um número menor
de furos abortados e atrasa a floração em até 30 dias.
Deve ser realizada quando a flor ainda não foi polinizada.
Poda
Eliminação da inflorescência -
é realizada cortando-se os
botões florais, pelo menos, aos
5 cm do nó terminal, no estádio
de chumbinho (pós a
fertilização). Essa prática vai
estimular a emissão de brotos
vegetativos vigorosos e não vai
haver a emissão de novos brotos
florais.
Limpeza da panícula e raleamentos dos frutos
Eliminar os restos florais, folhas em excesso e frutos com problemas
fitossanitários, mecânicos e fisiológicos.
A retirada dos restos florais deve ser feita quando o fruto está no
estádio conhecido como “ovo”.
➢ Retirada das folhas
Objetivo: aumentar a
incidência de sol nos frutos
➢ Aplicação de cal nos frutos
Objetivo: proteção dos frutos
contra queima pelo sol.
Aplicar hidróxido de cálcio
(cal) a 5% (1 Kg/20 L) 30 dias
antes da colheita
Irrigação
A mangueira apesar de ser considerada uma frutífera resistente à
seca, quando sob condições de irrigação, poderá apresentar maior
crescimento vegetativo, maior retenção de frutos e maior
produtividade.
Métodos mais utilizados:
• Irrigação por superfície (sulcos, bacias em nível, faixas),
• Aspersão sub copa fixa ou móvel,
• Irrigação localizada (gotejamento e micro aspersão).
Demanda hídrica: profundidade do sistema radicular, Kc, clima da
região, eficiência do sistema de irrigação, cultivar, manejo...
Controle de plantas invasoras
Manter a área sob a projeção da copa sempre limpa e a área
entrelinhas com as plantas ceifadas ou roçadas.
Métodos:
•Na linha: enxada, roçadeira e herbicidas do grupo Paraquat,
Glifosate ou Terbacil.
•Entrelinhas: grades e roçadeiras.
Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides)
•A principal doença que ataca as flores, folhas, ramos e frutos.
•A doença é extremamente prejudicial na florada.
•O seu controle deve ser feito por meio de pulverizações com
fungicidas (cúpricos, mancozebe, tiofanato metílico e tebuconazole),
e práticas culturais para reduzir o nível de inóculo.
Principais doenças da mangueira
Fitossanidade - Doenças
➢ Antracnose – Colletotrichum gloeosporioides
Fitossanidade - Doenças
➢ Antracnose – Colletotrichum gloeosporioides
B) Oídio (Oidium mangiferae)
Ocasiona danos às folhas novas, flores e início da frutificação.
É prejudicial no período de florescimento, quando deve ser controlado por meio
de pulverizações preventivas com fungicidas à base de enxofre, antes da antse e
estender–se até o início da frutificação.
Principais doenças da mangueira
C) Seca da mangueira (Ceratocystis fimbriata)
A seca da mangueira é a doença mais severa por ocasionar a morte das plantas
de variedades suscetíveis.
Geralmente transportado pelo besourinho Hipocryphalus mangiferae no caso da
infecção se dar na parte aérea da planta.
Não existe controle químico, razão pela qual o uso de porta-enxertos resistentes
(Jasmim) e a eliminação dos ramos atacados, 40 cm abaixo da porção já
colonizada pelo fungo, são as únicas medidas indicadas para evitar a morte da
planta.
Variedades resistentes: Rosa, Sabina, Oliveira Neto, Espada, Keitt, Sensation,
Kent, Irwin e Tommy Atkins.
Principais doenças da mangueira
Fitossanidade - Doenças
➢ Seca da mangueira – Ceratocystis fimbriata
Principais doenças da mangueira
D) Malformação Vegetativa e Floral (Fusarium subglutinans)
Sintoma de embonecamento ocorre por causa da redução no comprimento do
eixo principal e surgimento de ramificações secundárias na panícula, gerando um
aspecto de cacho que lembra uma boneca de pelúcia.
Controle: Em plantas adultas, ao primeiro sinal da doença, podar e destruir os
ramos com a malformação. O controle químico deve ser feito em viveiros com
acaricidas e fungicidas (captan e mancozeb) após a poda dos ramos portadores
de panículas malformadas.
Fitossanidade - Doenças
➢ Mal formação floral - embonecamento
Principais doenças da mangueira
E) Mancha Angular (Xanthomonas campestris pv. Mangiferaeindicae)
É bastante prejudicial à cultura, especialmente em localidades com umidade
relativa do ar elevada.
Esta doença é particularmente importante para certas variedades como a Tommy
Atkins, na qual causa seca dos ponteiros. Em outras, como é o caso da Keit,
ocasiona lesões na superfície dos frutos.
Distúrbios fisiológicos
Colapso Interno do fruto: distúrbio fisiológico de causa desconhecida,
caracterizado pela desintegração e descoloração da polpa, que perde a sua
consistência natural, tornando o fruto parcial ou totalmente imprestável para o
consumo.
Provavelmente o problema decorrente de desequilíbrio nutricional entre Ca e N
Controle: Manter os pomares com uma adubação na qual os teores de N sejam
baixos, com um teor de cálcio na folha em torno de 2,5%, aplicando calcário,
gesso ou nitrato de cálcio; proceder a calagem, elevando a saturação em base
(V%) por volta de 70. Colher os frutos ainda em fase de maturação, evitar que os
frutos fiquem expostos ao sol, evitar tratamento hidrotérmicos.
Distúrbios fisiológicos
➢ Colapso interno
Distúrbios fisiológicos
➢ Colapso interno - Nariz mole
Distúrbios fisiológicos
➢ Colapso interno - Semente gelatinosa
Distúrbios fisiológicos
➢ Colapso interno - Tecido esponjoso
Pragas na cultura da mangueira
Moscas-das-frutas (Anastrepha sp)
Dano é ocasionado pela larva do inseto, que se alimenta da polpa da fruta,
provocando uma podridão generalizada.
O controle é feito através de armadilhas tipo McPhail com utilização de atrativos
alimentares (proteínas hidrolizadas a 7 %, o melaço de cana-de-açúcar a 10%,
suco de frutas ou açúcar mascavo). Ou com a utilização de paraferomônios
trimedilure em armadilhas tipo Jackson.
Ácaros, Tripes, Cochonilhas e Microlepdópteros e inflorescência
Colheita
>A colheita inicia-se cinco a seis meses após o florescimento. A primeira
produção ocorre após três anos do plantio em plantas enxertadas e em cinco anos
para plantas de pé franco.
> A fruta não deve ser apanhada antes do estádio denominado "de vez", quando
se encontra 1/3 madura.
> Para exportação a colheita deve ser feita com o auxílio de uma tesoura,
seccionando o pedúnculo na porção mais estreita.
Colheita
> No campo as frutas são acondicionadas em contentors e mantidas à sombra até
o envio para barracões ventilados, onde são classificadas e embaladas em caixas
de papelão ou madeira, para remessa ao mercado interno. Para exportação elas
sofrem antes um tratamento pós-colheita.
Índices de colheita
• Coloração e aspecto da casca: a tonalidade verde-oliva passa a
verde-clara brilhante, livre da cerosidade (pruína);
• forma do ápice: mais cheio e arredondado;
• forma do bico: começa a aparecer em algumas cultivares e
• conformação do ‘ombro’: na fruta verde está em linha com o
ponto de inserção do pedúnculo, elevando-se com o avanço do
processo de maturação.
Para consumo mais rápido: teor de sólidos solúveis alcançar
10oBrix
Para armazenar ou para mercados distantes, 7-8 oBrix.
Os consumidores estrangeiros preferem frutas com acidez mais
elevada.
Pós-colheita
Transporte para galpão de embalagens
Operação no galpão de embalagem:
• Recepção: em ordem cronológica
• Lavagem: água tratada com hipoclorito de sódio ou
hipoclorito de cálcio, na concentração de 100 ppm de cloro
Pós-colheita
•Corte de pedúnculo
imergir os frutos em água contendo 0,4% de hidróxido de cálcio ou outro produto
que neutralize o látex exsudado. O tempo de permanência do fruto nesta água, não
deve ser superior a 3 ou 4 minutos.
Pós-colheita
•Seleção (frutos imaturos, danos físicos, etc - eliminados)
•Seleção por tamanho ou peso
Pós-colheita
Tratamento fitossanitário
Tratamento para controle de fungos: frutas imersas em água a 52 ºC, por 5 minutos;
Tratamento par controle de mosca-das-frutas: imersão do fruto em água quente (46,1
ºC) durante 75 minutos (frutos com peso inferior a 425 g) ou 90 minutos (frutos com
peso acima de 425 g).
Pós-colheita
Aplicação de cera: emulsão aquosa de grau alimentício à base de cera de carnaúba
Pós-colheita
Embalagem
Pós-colheita
Peletização: pallets com 12 caixas na base e 20 cm de altura
Pré-resfriamento: túneis de ar forçado, UR 80-85%, 4 a 6 h para reduzir a T
do fruto a 10°C
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  • 1. CULTURA DA MANGA Professora: Drª Jullyanna Nair de Carvalho 2022
  • 2. Aula 1. Cultura da mangueira: origem e distribuição. Importância econômica. Classificação botânica, aspectos morfofisiológicos. Produção de mudas. Melhoramento. Variedades. Influência do clima e do solo.
  • 3. Brasil: 3º maior produtor mundial de frutas, mas ainda tem uma expressão marginal no mercado internacional de frutas. O tamanho do mercado brasileiro explica a necessidade de importação (frutas temperadas), mas não explica o fraco desempenho das exportações (frutas tropicais). Tem ocorrido um expressivo crescimento na demanda mundial de frutas tropicais, especialmente de manga e de suco de frutas. A base comercial da mangicultura brasileira está alicerçada apenas em algumas poucas cultivares, dentre elas, a ‘Tommy Atkins’ é responsável por cerca de 80% da área plantada. Introdução
  • 4. Origem e dispersão • Sul da Ásia - Índia, onde existem mais de mil variedades e tem sido cultivada por mais de 4 mil anos. •Os portugueses transportaram, no início do séc. XVI, sementes e mudas de Goa, na Índia, para o Leste e Oeste da África América. •Chegada ao Brasil 1700 na Bahia e no sec XIX foi para o México, em seguida para a Flórida. •Atualmente a manga é cultivada em todos os países da faixa tropical e equatorial do mundo.
  • 5. Origem e dispersão da mangueira
  • 6. A mangueira no Brasil
  • 7. A mangueira no Brasil
  • 8. A mangueira no Brasil Manga firma-se como a fruta brasileira mais exportada
  • 9. Volume de manga Haden comercializado no CEAGESP em 2011 Preço (R$/kg) de manga Haden comercializado no CEAGESP em 2011 (Agrianual 2013). 0 100 200 300 400 500 600 700 800 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 1,5 1,7 1,9 2,1 2,3 2,5 2,7 2,9 3,1 3,3 3,5 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Período de maior oferta: outubro a março Escassez: abril a setembro.
  • 10. Mercado Interno Nos últimos anos houve aumento de área plantada da cultura da manga nos perímetros irrigados do nordeste e consequentemente um aumento do consumo de manga no Brasil. Os padrões de qualidade das mangas comercializada no mercado interno têm melhorado em decorrência da maior participação das variedades coloridas.
  • 11. Mercado Externo O mercado de frutas frescas é o mais importante (93%) Suco (2,5%) Polpa (1,47%)
  • 12.
  • 13.
  • 14. Importância alimentar da manga A manga é, hoje, uma das mais importantes frutas tropicais que compõem a dieta alimentar das classes média e alta brasileira com um consumo médio per capita da ordem de: 1,2 kg/ano
  • 15. Taxonomia • Reino: Plantae • Divisão: Spermatophytae • Subdivisão: Angiospermae • Classe: Dicotyledoneae • Ordem: Sapindales • Família: Anacardeaceae • Gênero: Mangifera (50 espécies) • Espécie: Mangifera indica L.
  • 16. Citogenética •Espécie alopoliplóide, mais provavelmente um anfidiplóide (poliplóide constituído por dois complementos somáticos completos de duas espécies diferentes). •Alógama. •A Mangifera indica é a espécie de maior estabilidade no número de cromossomos (2n = 40), embora Singh (1969) cite a ocorrência de plantas tetraplóides (4n = 80).
  • 17. Botânica Planta: árvore frondosa, de porte médio a grande, podendo atingir até 30 m de altura. Copa arredondada, folhagem sempre verde. Folhas: simples, alternas, lanceoladas, oblongas, oblongo-elípticas ou oblongo- lanceoladas, glabras, de consistência coriácea nervuras proeminentes em ambas as faces. Raiz: pivotante que pode ser aprofundar bastante no solo. Cerca de 77% das raízes são formadas por raízes finas e fibrosas, concentrado entre 20 a 40 cm de profundidade até 60 cm distante do tronco.
  • 18. Botânica Caule: é do tipo tronco, lignificado, ereto, casca rugosa, contendo resina. Ramos: são numerosos, grossos, com os inferiores muito altos em forma ereta no centro da planta. A planta emite várias brotações durante o ano, e a copa tem o seu crescimento através de fluxos vegetativos. Inflorescência: panícula pubescente ou glabra, muito ramificada, piramidal, 11 a 62 cm, rígida, ereta ou ascendente, densamente florida. Cada panícula pode formar de 500 a 17.000 flores, num total de 190 a 6.000 panículas na mesma planta.
  • 19. Botânica Flores: numa mesma panícula são encontradas dois tipos de flores: • Hermafroditas, bissexuais ou perfeitas (flores completas, com partes masculinas e femininas na mesma planta e na mesma flor); • Estaminadas ou masculinas, que possuem apenas a parte masculina da flor, que sempre estão em maioria e com um número muito elevado na base da panícula.
  • 20. Vegetação e florescimento • O florescimento ocorre em ramos com, no mínimo, 3 a 4 meses de idade e ocorre durante um período longo (vários meses), podendo ter seu início adiantando ou atrasado natural ou artificialmente. • A mangueira possui surtos de crescimento vegetativo várias vezes no ano. • A biologia floral da mangueira é totalmente adaptada para polinização a ser feita por trips e vários tipos de moscas e lepidoptera. • Baixas temperaturas durante o desenvolvimento da inflorescência contribuem para a redução no número de flores perfeitas na panícula.
  • 21. Polinização, fecundação e frutificação •60 a 90 % dos frutos caem nos primeiros 30 dias; •94 a 99 %, dos frutos caem aos 60 dias, •Menos de 1 % dos frutos atingem o estágio de maturação (1 a 3 frutos por panícula) •A maturação dos frutos ocorre, em geral, de 100 a 150 dias após a polinização. • 35% do total de flores da mangueira são polinizadas, resultando em cerca de 0,01% o número de frutos no stand final.
  • 22. Fruto: drupa carnosa, grande, de forma variável, sendo as mais comuns arredondado, cordiforme, elíptica, oblíqua- arredondada Polinização, fecundação e frutificação
  • 23.
  • 24. Produção de mudas ➢ Enxertia - porta-enxertos produzidos por sementes - sementes recalcitrantes (não armazenar) - retirar a capa que envolve a amêndoa - germinação em 25 dias com 95% de sucesso - desfolhar os ramos ponteiros da cultivar copa 10-15 dias antes da coleta das borbulhas e garfos
  • 25. Produção de mudas Colheita dos frutos e semeadura Germinação e emergência Transplante Enxertia Muda pronta Total: 260 a 430 dias 20 a 40 dias 60 a 90 dias 120 a 180 dias 60 a 120 dias
  • 26. Produção de mudas ➢ Enxertia Borbulhia em placa ou escudo
  • 27. Produção de mudas ➢ Enxertia Borbulhia em T invertido
  • 28. Produção de mudas ➢ Enxertia Garfagem em topo tipo fenda cheia
  • 29. Produção de mudas ➢ Enxertia Garfagem em topo tipo inglês simples
  • 32. Principais Cultivares • ‘Tommy Atkins’ – Cultivar mais cultivada e comercializada (80% da área plantada); • Elevada produtividade e regularidade na produção; • Monoembriônica, vigorosa, copa densa, precoce; • Resistente à impactos mecânicos, à deterioração pós colheita, antracnose (parcial) • Responsiva a indução floral; • Suscetível à morte descendente, malformação floral e colapso interno; • Frutos (500g), coloração avermelhada, alaranjada ou purpúrea, polpa consistente e firme, moderado teor de fibras, 17° Brix (baixo)
  • 33. • ‘Haden’ - Cultivar preferida dos consumidores pela qualidade de seu sabor; • Copa muito densa, elevada alternância de produção, autoincompatibilidade, monoembriônica. • Suscetível a antracnose, malformação floral, colapso interno de polpa, queda exagerada de frutos, resultando em baixa produção; • Frutos (700 g), saborosos, coloração vermelha/amarelada, moderado teor de fibras, 21° Brix Principais Cultivares
  • 34. ‘Palmer’ – Cultivar muito produtiva, tardia (Tommy e Haden), vigor moderado e produção regular, monoembriônica; Baixa vulnerabilidade ao colapso interno; Suscetível à antracnose; Utilização na indústria (> área cultivada); Frutos (900g), aromáticos, firmes, praticamente desprovidos de fibras, verde/arroxeados (imaturos) e avermelhado (maduros), 19° brix. Principais Cultivares
  • 35. ‘Keitt’ – Cultivar muito produtiva, tardia (Tommy e Haden), monoembriônica; Medianamente resistente à antracnose; Tolerância ao transporte e manuseio pós colheita; Frutos (700g), praticamente desprovidos de fibras, coloração esverdeada a amarelada, 21° brix. Principais Cultivares
  • 36. ‘Kent’ – Cultivar vigorosa, Copa compacta e arredondada, produtiva, tardia (Tommy e Haden), monoembriônica; Suscetível à antracnose, ao colapso interno e vulnerável ao transporte; Frutos (1000g), aromáticos, totalmente desprovidos de fibras, numerosas lenticelas, verde (imaturos) e avermelhado (maduros), 19° brix. Principais Cultivares
  • 37. ‘Espada’ – Cultivar nacional, vigorosa, copa densa, porte elevado, elevada produtividade, poliembriônica e precoce; Produz 2x ao ano, saborosa, utilizada como porta enxerto (rústica); Resistente à antracnose, colapso interno e morte descendente; Frutos (300g), aromáticos, muita fibra, verde ou verde-amarelado, 17° a 20°brix. Principais Cultivares
  • 38. ‘Rosa’ – Cultivar nacional, copa arredondada, vigorosa com creseimento lento, porte médio, tardia, predominantemente poliembriônica; Suscetível à antracnose, alternância de produção, menos produtiva; Florescimento intenso (respostas satisfatórias de indução floral), moderadamente resistente à morte descendente; Frutos (300g), aromáticos, amarelos ou rosado/avermelhado, expressiva em fibras, 14° a 16°brix. Principais Cultivares
  • 39.
  • 40.
  • 41.
  • 43. Clima Temperatura Faixa térmica ideal: 24 °C a 30 °C Acima de 40°C inibe o vingamento do fruto (cultivares monoembriônicas) Temperaturas baixas ocorre a paralisação do crescimento e queda na produção. Por outro lado, baixas temperaturas e o estresse hídrico são indispensáveis na floração e frutificação em mangueiras. Em condições não favoráveis ao estresse com baixa temperatura, tem-se utilizado o estresse hídrico, que por sua vez, se estende por um período que varia de 30 a 90 dias.
  • 44. Umidade relativa do ar Umidade relativa do ar entre 65 a 70% é considerada como favorável a planta. “A umidade relativa do ar durante o ciclo da cultura da mangueira favorece o surgimento de doenças fúngicas.” Clima
  • 45. Luminosidade: A mangueira exige altas intensidades de luz; panículas emitidas situam-se na periferia da copa. Ventos: redução significativa na produção, pois derrubam flores e frutos, causam ferimentos nos frutos pelo atrito com a folhagem e aumentam as taxas de transpiração da planta e evaporação do solo. Altitude: Os efeitos da altitude influem negativamente no ciclo, produtividade e qualidade do fruto, especialmente em altitudes mais elevadas (acima de 600 m). Para cada 150 m de aumento na altitude, ocorre um resfriamento de 1ºC, atrasando o florescimento em cinco dias. Clima
  • 46. Clima Regiões semiáridas Favoráveis ao cultivo da mangueira (irrigada); Maior exposição dos frutos a elevados níveis de radiação solar, deixando- os com coloração intensa e relativamente livres de doenças; Porém, embora esta radiação absorvida pela folhagem favoreça o crescimento vegetativo, as folhas situadas no interior do dossel recebem baixos níveis, reduzindo a disponibilidade de carboidratos, afetando o desenvolvimento dos frutos e a produção final. Poda apresenta grande importância e pode ser realizada de acordo com a localização do pomar e a necessidade de penetração de luz no interior do dossel.
  • 47. Manejo do solo •Propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. •Sistema de produção: integrada, orgânico, convencional. •A mangueira cresce bem em qualquer solo, desde que não sejam encharcados, alcalinos, rochosos, extremamente rasos ou demasiado pobre. Adapta-se melhor em solos profundos, moderadamente férteis e bem drenados. •Solos de fertilidade e textura média, profundos e permeáveis •Vale do são Francisco: Neossolo quartizarênico, Argissolo, Vertissolo
  • 48. Seleção da área e preparo do solo •Relevo e vias de acesso (práticas culturais e escoamento produção) •Limpeza da área (destocamento e roçagem) •Amostragem de solo: 0-20 e 20-40 cm - direcionar as práticas de correção e adubações. •Execução de práticas conservacionistas, • Abertura de carreadores e divisão da área em talhões. •Aração: 40 cm de profundidade; rompimento da camada de impedimento, incorporação / eliminação de plantas •Gradagem: leve ou pesada; destorroamento, nivelamento •Subsolagem: descompactação
  • 49. Seleção da área e preparo do solo • Solos arenosos (Neossolos): limpeza, sem aração/gradagem, abertura de sulcos de plantio (adubação) •Solos argilosos (Vertissolos): limpeza, gradagem (20 a 30 cm) •Solos com adensamento genético (Argissolos): subsolagem :
  • 50. Cobertura do solo e adubação verde • Consorciação: leguminosas e gramíneas Aumentam o teor de matéria orgânica, nitrogênio e fósforo no solo, além de diminuir a densidade e a resistência à penetração das raízes.
  • 51. O manejo de adubação da mangueira envolve três fases: 1)Adubação de plantio - Depende, essencialmente, da análise do solo. Os fertilizantes minerais e orgânicos são colocados na cova e misturados com a terra da própria cova, antes de se fazer o transplantio das mudas; 2)Adubação de formação - As adubações minerais devem ser iniciadas a partir de 50 a 60 dias após o plantio, distribuindo-se os fertilizantes na área correspondente a projeção da copa, mantendo-se uma distância mínima de 20 cm do tronco da planta Nutrição e adubação
  • 52. 3)Adubação de produção - A partir de três anos ou quando as plantas entrarem em produção, os fertilizantes deverão ser aplicados em sulcos, abertos ao lado da planta. A cada ano, o lado adubado deve ser alternado. A localização destes sulcos deve ser limitada pela projeção da copa. • Após a colheita: 50% N, 100% P e 25% K. • Antes da indução: 20% K; • Na floração:15% K; • Após pegamento dos frutos: 30% N, 15% K; • Cinquenta dias após o pegamento dos frutos: 20% N e 15% K. Adubação orgânica - Aplicar 20 a 30 L de esterco por cova no plantio, pelo menos uma vez por ano. Nutrição e adubação
  • 53. Adubação com micronutrientes - As deficiências mais comuns de micronutrientes que ocorrem na mangueira são de zinco e boro. A correção dessas deficiências poderá ser realizada por meio da aplicação de fertilizantes ao solo ou via foliar, em função dos resultados de análise foliar e de solo. Fornecimento de cálcio - Considerando a elevada exigência da mangueira em cálcio, recomenda-se associar a calagem com a aplicação de gesso na superfície, sem incorporação, após a calagem e antes da adubação. Nutrição e adubação
  • 54. Nutrição e adubação • Análise de solo e analise foliar
  • 55. Nutrição e adubação • Análise de solo e analise foliar
  • 56. Nutrição e adubação • Análise de solo e analise foliar
  • 57. Plantio ➢ Espaçamento: características do solo e clima, vigor do porta- enxerto/variedade copa, tolerância a doenças e pragas, manejo do pomar (podas, nutrição, irrigação..) • Plantios tradicionais: 12 x 10 m; 10 x 10 m. • Plantios adensados: 8x8, 8x7, 8x6, 10x6,10x5 m, • Semiárido brasileiro: entrelinhas (8 a 6 m), linhas (5 a 2 m) Tendência - mangueiras de pequeno porte, com porta-enxertos ananizantes, adensamento
  • 58. Plantio ► Época de plantio ► Abertura e adubação da cova -Marcação da cova -Abertura da cova (50x50x50 cm) ou sulcos (40 a 50 cm de profundidade) - Adubação de fundação / cova (Semiárido): • 20 a 30 L de esterco curtido, • 1 Kg de superfosfato simples, • 150g de KCl • 200g de um mistura de micronutrientes ► Plantio da muda e pintura do caule: Tinta látex branca diluída em água (1:1)
  • 59. Plantio ► Época de plantio ► Abertura e adubação da cova -Marcação da cova -Abertura da cova (50x50x50 cm) ou sulcos (40 a 50 cm de profundidade) - Adubação de fundação / cova (Semiárido): • 20 a 30 L de esterco curtido, • 1 Kg de superfosfato simples, • 150g de KCl • 200g de um mistura de micronutrientes
  • 60. Plantio ➢ Cobertura morta e tutoramento •Bacia ao redor da muda (80 a 100 cm de diâmetro), •Fazer o tutoramento da muda •Irrigar com cerca de 30 L de água aplicados ao redor da bacia; •Fazer cobertura morta utilizando capim seco, palhas ou outro material disponível, dispostos sobre a bacia.
  • 61. Manejo da floração Floração no Semiárido: junho e agosto (temperaturas noturnas inferior a 20 ºC e diurnas inferior a 30 ºC e menor quantidade de chuva)
  • 62. Manejo da floração O florescimento da mangueira está relacionado a uma série de fatores: a) Maturidade dos ramos: ramos imaturos não florescem por causa do chamado efeito de juvenilidade. Os ramos atingem a maturidade, somente a partir de 90 a 120 dias. b) Safra anterior: a produção elevada em safra anterior concorre para o esgotamento das reservas (exaustão), resultando em redução na emissão de novos ramos.
  • 63. Manejo da floração c) reservas e relação C/N: o acúmulo de reservas e uma alta relação C/N resultam em florescimento e frutificação superiores. É fundamental o estabelecimento de um esquema racional de adubação. d) nutricionais: a elevação dos níveis de nitrogênio pode favorecer o aumento da produção, em decorrência de emissão de novos surtos vegetativos. e) ambientais: temperaturas acima de 25° C durante o dia e 20° C a noite, induzem o crescimento vegetativo. temperaturas entre 15-18° C durante o dia e 10° C durante a noite independentemente do fator umidade, podem induzir o florescimento.
  • 64. Manejo da floração Floração no Semiárido: junho e agosto (temperaturas noturnas inferior a 20 ºC e diurnas inferior a 30 ºC e menor quantidade de chuva)
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  • 66. Indução artificial do florescimento Objetivos: concentração da colheita na entressafra, escalonamento da produção e escape das condições climáticas que propiciam a incidência de doenças 1) Nitrato de potássio ou cálcio: 2-4% 2) Ethephon: duas aplicações (200 ppm) espaçadas de 1-2 semanas 3) Paclobutrazol (1 g /m linear de diâmetro de copa): aplicado 1 mês após início das brotações, seguido de nitrato de potássio ou cálcio (2-4%) após 3 meses 4) Estresse hídrico: 2-3 meses após a aplicação de nitrato de potássio ou cálcio (2-4%)
  • 67. Aplicação do de Paclobutrazol Aplicação do de Nitrato
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  • 69. Manejo da Poda “A planta de mangueira deve apresentar uma copa adequada e funcional, que facilite os diversos tratos culturais necessários à obtenção de frutas com padrão de qualidade que o mercado consumidor exige”. Poda de Formação •Condução em haste ou fuste único, até uma altura de 60 a 80 cm do solo. •Após a brotação, selecionam-se três ramos que serão as pernadas da planta, os demais são eliminados. •Os cortes deverão ser tratados com uma pasta (pasta bordaleza) a base de cobre (sulfato de cobre + cal hidratada).
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  • 73. Poda Poda de Encurtamento de ramos:“Consiste no encurtamento e eliminação de ramos, com a finalidade de reduzir o volume da copa.” Poda de Abertura da copa:“Apresenta como objetivo, a redução da massa vegetativa na parte central da copa, resultando em maior arejamento e insolação em seu interior.” Poda de Eliminação do Centro da copa:“Através deste tipo de poda procura-se dar à planta a conformação semelhante a forma de tronco de um cone, reduzindo significativamente a altura da planta.”
  • 74. Poda Poda de “Renovação e rejuvenescimento”:“Consiste na eliminação de toda a parte vegetativa da planta através do corte ou redução drástica das pernadas. Após dois a três anos da realização desta poda a planta volta a ter produção satisfatória.”
  • 75. Poda Poda para manejo da floração: eliminação da floração terminal provoca uma segunda emissão de inflorescência axilar que deve produzir um número menor de furos abortados e atrasa a floração em até 30 dias. Deve ser realizada quando a flor ainda não foi polinizada.
  • 76. Poda Eliminação da inflorescência - é realizada cortando-se os botões florais, pelo menos, aos 5 cm do nó terminal, no estádio de chumbinho (pós a fertilização). Essa prática vai estimular a emissão de brotos vegetativos vigorosos e não vai haver a emissão de novos brotos florais.
  • 77. Limpeza da panícula e raleamentos dos frutos Eliminar os restos florais, folhas em excesso e frutos com problemas fitossanitários, mecânicos e fisiológicos. A retirada dos restos florais deve ser feita quando o fruto está no estádio conhecido como “ovo”.
  • 78. ➢ Retirada das folhas Objetivo: aumentar a incidência de sol nos frutos
  • 79. ➢ Aplicação de cal nos frutos Objetivo: proteção dos frutos contra queima pelo sol. Aplicar hidróxido de cálcio (cal) a 5% (1 Kg/20 L) 30 dias antes da colheita
  • 80. Irrigação A mangueira apesar de ser considerada uma frutífera resistente à seca, quando sob condições de irrigação, poderá apresentar maior crescimento vegetativo, maior retenção de frutos e maior produtividade. Métodos mais utilizados: • Irrigação por superfície (sulcos, bacias em nível, faixas), • Aspersão sub copa fixa ou móvel, • Irrigação localizada (gotejamento e micro aspersão). Demanda hídrica: profundidade do sistema radicular, Kc, clima da região, eficiência do sistema de irrigação, cultivar, manejo...
  • 81. Controle de plantas invasoras Manter a área sob a projeção da copa sempre limpa e a área entrelinhas com as plantas ceifadas ou roçadas. Métodos: •Na linha: enxada, roçadeira e herbicidas do grupo Paraquat, Glifosate ou Terbacil. •Entrelinhas: grades e roçadeiras.
  • 82. Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) •A principal doença que ataca as flores, folhas, ramos e frutos. •A doença é extremamente prejudicial na florada. •O seu controle deve ser feito por meio de pulverizações com fungicidas (cúpricos, mancozebe, tiofanato metílico e tebuconazole), e práticas culturais para reduzir o nível de inóculo. Principais doenças da mangueira
  • 83. Fitossanidade - Doenças ➢ Antracnose – Colletotrichum gloeosporioides
  • 84. Fitossanidade - Doenças ➢ Antracnose – Colletotrichum gloeosporioides
  • 85. B) Oídio (Oidium mangiferae) Ocasiona danos às folhas novas, flores e início da frutificação. É prejudicial no período de florescimento, quando deve ser controlado por meio de pulverizações preventivas com fungicidas à base de enxofre, antes da antse e estender–se até o início da frutificação. Principais doenças da mangueira
  • 86. C) Seca da mangueira (Ceratocystis fimbriata) A seca da mangueira é a doença mais severa por ocasionar a morte das plantas de variedades suscetíveis. Geralmente transportado pelo besourinho Hipocryphalus mangiferae no caso da infecção se dar na parte aérea da planta. Não existe controle químico, razão pela qual o uso de porta-enxertos resistentes (Jasmim) e a eliminação dos ramos atacados, 40 cm abaixo da porção já colonizada pelo fungo, são as únicas medidas indicadas para evitar a morte da planta. Variedades resistentes: Rosa, Sabina, Oliveira Neto, Espada, Keitt, Sensation, Kent, Irwin e Tommy Atkins. Principais doenças da mangueira
  • 87. Fitossanidade - Doenças ➢ Seca da mangueira – Ceratocystis fimbriata
  • 88. Principais doenças da mangueira D) Malformação Vegetativa e Floral (Fusarium subglutinans) Sintoma de embonecamento ocorre por causa da redução no comprimento do eixo principal e surgimento de ramificações secundárias na panícula, gerando um aspecto de cacho que lembra uma boneca de pelúcia. Controle: Em plantas adultas, ao primeiro sinal da doença, podar e destruir os ramos com a malformação. O controle químico deve ser feito em viveiros com acaricidas e fungicidas (captan e mancozeb) após a poda dos ramos portadores de panículas malformadas.
  • 89. Fitossanidade - Doenças ➢ Mal formação floral - embonecamento
  • 90. Principais doenças da mangueira E) Mancha Angular (Xanthomonas campestris pv. Mangiferaeindicae) É bastante prejudicial à cultura, especialmente em localidades com umidade relativa do ar elevada. Esta doença é particularmente importante para certas variedades como a Tommy Atkins, na qual causa seca dos ponteiros. Em outras, como é o caso da Keit, ocasiona lesões na superfície dos frutos.
  • 91. Distúrbios fisiológicos Colapso Interno do fruto: distúrbio fisiológico de causa desconhecida, caracterizado pela desintegração e descoloração da polpa, que perde a sua consistência natural, tornando o fruto parcial ou totalmente imprestável para o consumo. Provavelmente o problema decorrente de desequilíbrio nutricional entre Ca e N Controle: Manter os pomares com uma adubação na qual os teores de N sejam baixos, com um teor de cálcio na folha em torno de 2,5%, aplicando calcário, gesso ou nitrato de cálcio; proceder a calagem, elevando a saturação em base (V%) por volta de 70. Colher os frutos ainda em fase de maturação, evitar que os frutos fiquem expostos ao sol, evitar tratamento hidrotérmicos.
  • 94. Distúrbios fisiológicos ➢ Colapso interno - Semente gelatinosa
  • 95. Distúrbios fisiológicos ➢ Colapso interno - Tecido esponjoso
  • 96. Pragas na cultura da mangueira Moscas-das-frutas (Anastrepha sp) Dano é ocasionado pela larva do inseto, que se alimenta da polpa da fruta, provocando uma podridão generalizada. O controle é feito através de armadilhas tipo McPhail com utilização de atrativos alimentares (proteínas hidrolizadas a 7 %, o melaço de cana-de-açúcar a 10%, suco de frutas ou açúcar mascavo). Ou com a utilização de paraferomônios trimedilure em armadilhas tipo Jackson. Ácaros, Tripes, Cochonilhas e Microlepdópteros e inflorescência
  • 97. Colheita >A colheita inicia-se cinco a seis meses após o florescimento. A primeira produção ocorre após três anos do plantio em plantas enxertadas e em cinco anos para plantas de pé franco. > A fruta não deve ser apanhada antes do estádio denominado "de vez", quando se encontra 1/3 madura. > Para exportação a colheita deve ser feita com o auxílio de uma tesoura, seccionando o pedúnculo na porção mais estreita.
  • 98. Colheita > No campo as frutas são acondicionadas em contentors e mantidas à sombra até o envio para barracões ventilados, onde são classificadas e embaladas em caixas de papelão ou madeira, para remessa ao mercado interno. Para exportação elas sofrem antes um tratamento pós-colheita.
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  • 100. Índices de colheita • Coloração e aspecto da casca: a tonalidade verde-oliva passa a verde-clara brilhante, livre da cerosidade (pruína); • forma do ápice: mais cheio e arredondado; • forma do bico: começa a aparecer em algumas cultivares e • conformação do ‘ombro’: na fruta verde está em linha com o ponto de inserção do pedúnculo, elevando-se com o avanço do processo de maturação. Para consumo mais rápido: teor de sólidos solúveis alcançar 10oBrix Para armazenar ou para mercados distantes, 7-8 oBrix. Os consumidores estrangeiros preferem frutas com acidez mais elevada.
  • 101. Pós-colheita Transporte para galpão de embalagens Operação no galpão de embalagem: • Recepção: em ordem cronológica • Lavagem: água tratada com hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio, na concentração de 100 ppm de cloro
  • 102. Pós-colheita •Corte de pedúnculo imergir os frutos em água contendo 0,4% de hidróxido de cálcio ou outro produto que neutralize o látex exsudado. O tempo de permanência do fruto nesta água, não deve ser superior a 3 ou 4 minutos.
  • 103. Pós-colheita •Seleção (frutos imaturos, danos físicos, etc - eliminados) •Seleção por tamanho ou peso
  • 104. Pós-colheita Tratamento fitossanitário Tratamento para controle de fungos: frutas imersas em água a 52 ºC, por 5 minutos; Tratamento par controle de mosca-das-frutas: imersão do fruto em água quente (46,1 ºC) durante 75 minutos (frutos com peso inferior a 425 g) ou 90 minutos (frutos com peso acima de 425 g).
  • 105. Pós-colheita Aplicação de cera: emulsão aquosa de grau alimentício à base de cera de carnaúba
  • 107. Pós-colheita Peletização: pallets com 12 caixas na base e 20 cm de altura Pré-resfriamento: túneis de ar forçado, UR 80-85%, 4 a 6 h para reduzir a T do fruto a 10°C Armazenamento/transporte (T ideal: 10-13°C)