O documento descreve os protozoários, incluindo sua classificação, morfologia, ciclo de vida, reprodução, nutrição, locomoção e exemplos de doenças causadas como a leishmaniose. A leishmaniose pode ser tegumentar ou visceral e é transmitida por flebótomos infectados com o parasita Leishmania.
2. PROTOZOÁRIO
• Apresentam as mais variadas
formas, processo de alimentação,
locomoção e reprodução
–Grandes variações, conforme sua
fase evolutiva e meio a que
estejam adaptados:
• Esféricos, ovais, alongados
–Locomoção:
• Cílios, flagelos, sem organelas
locomotoras especializadas
4. Protozoário
• Dependendo da sua atividade
fisiológica, algumas espécies
possuem fases bem definidas:
– Trofozoito: forma ativa
(alimentação, reprodução)
–Cisto e oocisto: formas de
resistência
–Gameta: forma sexuada
7. REPRODUÇÃO
Assexuada
• Divisão binária ou cissiparidade
• Brotamento ou gemulação
• Endogenia: formação de duas ou mais
células-filhas por brotamento interno
• Esquizogonia:
– Trofozoíto cresce e seu núcleo se divide várias vezes
formando o esquizonte
– Cada núcleo adquire uma porção do citoplasma,
formando os merozoítos
– O esquizonte se rompe liberando os merozoítos.
8. Reprodução
Sexuada
• Singamia
– O gameta masculino e o feminino se unem para
formar o zigoto.
• Esporogonia
– Processo semelhante à esquizogonia, que ocorre
após a formação do zigoto, originando os
esporozoítos.
• Conjugação
– Quando ocorre a troca de materiais nucleares entre
dois indivíduos que se unem temporariamente.
9. Protozoário
Nutrição
Holofíticos ou autotróficos
• São os que, a partir de grãos ou pigmentos
citoplasmáticos (cromatóforos), conseguem
sintetizar energia a partir da luz solar (fotossíntese)
Holozóicos ou heterotróficos
• Ingerem partículas orgânicas de origem animal
(fagocitose e pinocitose)
Saprozóicos
• Substâncias orgânicas de origem vegetal, já
decompostas e dissolvidas em meio líquido
Mixotróficos
• São capazes de se alimentar por mais de um
método
10. Protozoário
Excreção
• Difusão dos metabólitos através da
membrana
• Expulsão dos metabólitos através de
vacúolos contráteis
Respiração
• Aeróbicos: vivem em meio rico em
oxigênio
• Anaeróbicos: vivem em ambientes
pobres em oxigênio
11. Locomoção
Os protozoários, como todos os parasitas, precisam se
locomover, para encontrarem habitat adequados à sua
sobrevivência.
Sua locomoção pode ser através de:
• Pseudópodes:
– Expansões temporárias da membrana citoplasmática.
• Flagelos:
– Filamentos protéicos, longos e em pequeno número.
• Cílios:
– Filamentos protéicos curtos, presentes em grande
quantidade.
• Microtúbulos subpeliculares que permitem a locomoção
por flexão, deslizamento ou ondulação
17. Leishmanioses humanas
Leishmaniose tegumentar
Doença polimorfa da pele e das mucosas,
caracterizada pela presença de lesões
ulcerativas
Leishmaniose visceral
Doença generalizada de evolução
crônica que atinge as visceras: baço,
fígado e medula óssea.
18. • Leishmaniose tegumentar:
– Presença de úlcera cutânea única ou em pequeno
número, com bordas elevadas e ausência de dor
local.
• Leishmaniose visceral
– Progressiva alteração do estado geral, com febre
intermitente, hepatomegalia, esplenomegalia,
adenomegalia generalizada, palidez e caquexia,
podendo ser fatal.
– Cão, além desses sinais clínicos, podem ser
observados descamação da pele e crescimento
progressivo das unhas (ornicogrifose).
19. Seres humanos e animais
Diagnóstico:
1. Reconhecimento dos sinais e sintomas
clínicos sugestivos da doença
2. Dados epidemiológicos
3. Investigação laboratorial
– demonstração do parasita nos tecidos
– e / ou de reação cutânea positiva para antígenos
de Leishmania ou de presença de anticorpos anti-
Leishmania no soro.
20. Leishmaniose tegumentar
Doença polimorfa da pele e das mucosas,
caracterizada pela presença de lesões
ulcerativas que podem ser:
1. Cutânea simples (auto limitadas)
2. Cutânea difusa (lesões múltiplas
nodulares)
3. Forma muco-cutânea: podem ou não
ocorrer metástases nasobucofaringeanas
21. Espécies causadoras de Leishmaniose
tegumentar americana no Brasil:
Leishmania (V.) braziliensis,
Leishmania (V.) guyanensis
Leishmania (L.) amazonensis
Acomete o homem, mamíferos silvestres
(como a preguiça, o gambá, roedores,
canídeos) e domésticos (cão, cavalo etc.).
26. Leishmaniose visceral (LV) ou Calazar
• Forma crônica caracterizada
pelo acometimento
sistêmico (órgãos internos:
baço, fígado, medula óssea)
• Brasil:
Leishmania chagasi
27. Leishmaniose visceral (LV) ou Calazar
BRASIL
Uma zooantroponose peri-urbana e rural.
• No âmbito doméstico
– O cão é importante reservatório da Leishmania
chagasi, e responsável pelo caráter endêmico-
epidêmico da doença.
• No ambiente silvestre
– A raposa e outros canídeos são incriminados como
hospedeiros naturais
• A única espécie de flebótomo incriminada na
transmissão é a Lutzomyia longipalpis
28. Leishmaniose visceral (LV) ou Calazar
• Clinicamente, a doença humana pouco difere
das outras modalidades
clínico-epidemiológicas existentes em outros
continentes
–Febre, anemia, hepatoesplenomegalia e
emagrecimento de caráter progressivo
• Muito sensível ao tratamento pelo antimonial.
29. Leishmaniose visceral (LV) ou Calazar
• Taxa de mortalidade dos casos não tratados
varia de 75 a 95%
• Distribuição geográfica:
– Norte da Amazônia até os estados da região
sudeste, passando pelos da região centro-oeste.
– São mais atingidos os estados da região nordeste
(97% dos casos), predominando no Ceará.
30. Calazar humano
• Mais freqüente em crianças, na maioria
das áreas
–80% dos casos - menores de 10 anos
–60% - até os 4 anos
• Predominante no sexo masculino
31. Calazar canino
• Mais prevalente que o
humano
– Evolução lenta
– Acentuado
emagrecimento, perda
de pelos e apatia
– Freqüentemente
assintomático, embora
com alto grau de
parasitismo na pele sã e
vísceras.
34. Lutzomyia longipalpis
• Coloniza facilmente o
peridomicílio, adaptando-se a
temperaturas elevadas e
baixo grau de umidade
• Período de maior
transmissibilidade a estação
chuvosa
• Invadem o domicílio, picando
tanto o homem quanto o cão.
38. Morfologia básica do gênero Leishmania
Forma flagelada ou promastigota
Forma aflagelada ou amastigota
39. Habitat
• Amastigota, encontrada
dentro
dos macrófagos
presentes nos
órgãos atingidos (pele ou
vísceras)
• Promastígotas, forma
infectante,
encontrada nos insetos
vetores:
flebótomos ou
Lutzomyia
40. Patogenia
Leishmaniose tegumentar:
• Lesão inicial
– Manifestada por um infiltrado inflamatório composto
principalmente de linfócitos e de macrófagos
(abarrotados de parasitos)
• Período de incubação
– Tempo entre a picada do inseto e o aparecimento da
lesão inicial: duas semanas a três meses
• Evolução
lesão inicial nódulo dérmico (histiocitoma)
lesão úlcero-crostosa úlcera leishmaniótica
41. Patogenia
Leishmaniose visceral
A pele é a porta de entrada para a infecção
• Amastigotas: migrarão, via sanguinea, do
nódulo inicial para as visceras (baço, fígado e
medula óssea)
Nesses órgãos, as amatigotas se multiplicarão
intensamente, promovendo a esplenomegalia, a
hepatomegalia e a disfunção da medula óssea
43. Diagnóstico
• Diagnóstico clínico
– Característica da lesão associado à anamnese
• Dados epidemiológicos são de grande importância
• Pesquisa do parasito
– Exame direto de esfregaços corados
– Exame histopatológico
– Cultura
– Inóculo em animais (hamster)
• Pesquisa do DNA do parasito
– PCR (reação em cadeia da polimerase)
• Detecta a presença de DNA de Leishmania spp em
fragmentos de fígado, baço, aspirados de linfonodo e
medula óssea.
44. Escarificação da borda de lesão cutânea, localizada no membro superior,
com lâmina de bisturi e confecção do esfregaço em lâmina de vidro.
45.
46. Diagnóstico
• Métodos imunológicos
– Métodos para avaliação da resposta celular
• Teste intradérmico de Montenegro
– Métodos para avaliação da resposta humoral
• RIFI (reação de imunofluorescência indireta)
48. Leishmaniose visceral
Diagnóstico laboratorial
• Exames parasitológicos
Demonstração de amastigotas
(punção da medula óssea, fígado e baço)
• Esfregaço em lâmina: fixado em álcool
metílico e corado pelo Giensa
• Semeadura em meio de cultura NNN
• Inoculado em hamster
PCR (reação em cadeia da polimerase)
• Pesquisa o DNA da Leishmania
49. Leishmaniose visceral
Diagnóstico laboratorial
• Métodos imunológicos
RIFI (reação de imunofluorescência indireta)
• Tem como antígeno forma promastígotas
oriundas de cultura e fixadas em lâminas
• Reação cruzadas com doença de Chagas e
leishmaniose tegumentar
ELISA (ensaio imunoenzimático)
• Sensibilidade: 98%
• Cruza com outros tripanosomatídeos
51. Epidemiologia
Leishmaniose tegumentar
Fonte de infecção
Roedores silvestres ( paca, cotia, ratos silvestres),
edentados (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais
(gambás e marmotas), carnívoros (cães, gatos,
quatis), humanos e equinos
Forma de infecção:
Promastígota
Via de transmissão:
hospedeiros intermediários (Brasil: gênero Lutzomyia)
Via de penetração:
Inoculação na pele das formas promastigotas pelo inseto
53. Epidemiologia
Leishmaniose visceral
Fonte de infecção:
Raposas e cães
Forma de transmissão:
Promatigotas
Via de transmissão:
Hospedeiro intermediário – Lutzomyia longipalpis
Via de penetração:
Inoculação na pele das formas promastigotas pela
picada do inseto transmissor
54. Prevenção
• Mecanismos de proteção individual :
– Repelentes, telas em portas e janelas, camisas de
mangas compridas e calças, meias e sapatos.
• Controle de reservatórios domésticos
• Controle vetorial nas áreas intra e
peridomicílio
• Medidas educativas :
– Acondicionamento e destino adequado do lixo
orgânico.
55. Prevenção
• Leishmaniose tegumentar
– Vacina – protege mais de 70% dos humanos vacinados
– Pulverização de inseticidas
• Leishmaniose visceral
– Pulverização de inseticidas
– Principal reservatório: cão – recomendação expressa de
eutanásia de todos os animais positivos
– Tratamento e vacinação dos cães ainda estão em fase
experimental
– Não existe vacina que proteja os humanos contra essa
forma de leishmaniose
56. Tratamento
Humanos
• O SUS oferece tratamento
específico e gratuito para a
doença.
• O tratamento é feito com uso de
medicamentos específicos a base
de antimônio, repouso e uma boa
alimentação.
– Existem drogas eficientes mas a
terapêutica é de longa duração e
dolorosa
– Dieta equilibrada, capaz de repor
as perdas orgânicas e ativar o
sistema imune
Animais reservatórios:
Ainda não existe tratamento
eficiente
57. Tratamento
LTA
Drogas: antimoniais:
• Glucantime ( N-metilglucamin)
LV
Drogas: antimoniais
• Glucantime ( N-metilglucamin)
– Sucesso do tratamento:
• Diretamente proporcional à precocidade com que é
instituído
– Alta mortalidade:
• Pacientes com diagnóstico incorreto, demorado ou em
imunodeprimidos
58. Tratamento
Leishmaniose visceral
• A medicação distribuída nas unidades públicas
de saúde onde se trata LV são compostos de
antimônio pentavalente, com dose
recomendada de 20mg/kg/dia por no mínimo
20 dias.
59. Hipersensibilidade ao uso de antimonial
pentavalente (Glucantime®)
• Alterações renais por hipersensibilidade ao
uso de antimonial pentavalente (Glucantime®)
Relato de um caso:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S0036-46651990000400003&lng=pt&nrm=iso
60. O tratamento nos cães existe, mas ainda é
controverso
• Animais tratados podem
continuar como
reservatórios após curados.
• Por esse motivo, o sacrifício
dos animais doentes é
indicado por lei.
• Código Penal Brasileiro
enquadra como crime contra
a Saúde Pública
61. Mas para acatar essa medida, o dono tem
o direto legal de:
• Requerer a confirmação do
exame positivo para
leishmaniose, através de novos
testes.
• Em caso positivo:entregar o
animal, mediante ordem
judicial.
• Eutanásia - proprietário tem
reservado o direito de confiar
seu cão a um veterinário de
confiança
62. Vacina contra a leishmaniose
• Desenvolvida no Brasil por
pesquisadores da Universidade
Federal do Rio de Janeiro
• Comercializada para um
número restrito de
veterinários em regiões
endêmicas.
Possui registro no
Ministério da Agricultura,
mas sua utilização ainda não
foi aprovada pelo Ministério
da Saúde para uso em
campanhas em massa de
controle da leishmaniose.