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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO PROGRAMA DE RESDÊNCIA MÉDICA EM PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA Sessão Clínica  TOSSE – Aula 01 FLÁVIA MATOSR1 de PNEUMOLOGIA
Introdução Sintoma de uma grande variedade de patologias, pulmonares e  extrapulmonares. Uma das  maiores causas de procura por atendimento médico.
Introdução Impacto social negativo Intolerância no trabalho e familiar Incontinência urinária Constrangimento público  Prejuízo do sono,  Absenteísmo ao trabalho e escolar,  Gera grande custo em exames subsidiários e com medicamentos.
Classificação Aguda: é a presença do sintoma por um período de até três semanas. Subaguda: tosse persistente por período entre três e oito semanas. Crônica: tosse com duração maior que oito semanas.
Benefícios da Tosse Eliminação das secreções das vias aéreas pelo aumento da pressão positiva pleural. Proteção contra aspiração de alimentos, secreções e corpos estranhos;  É o mais efetivo mecanismo quando existe lesão ou disfunção ciliar. Proteção contra arritmias potencialmente fatais (ao originar aumento de pressão intratorácica)
Fisiopatologia Existem dois mecanismos de depuração para proteção das vias aéreas com relação à entrada de partículas procedentes do meio externo: Clearencemucociliar. Tosse.
Fisiopatologia Controle voluntário e involuntário Fases: inspiratória, compressiva, expiratória e relaxamento. Quanto maior a fase inspiratória, maior a eficácia da tosse.  Na fase compressiva existe fechamento da glote e ativação dos músculos respiratórios.  Pressão torácica > 300 mmHg.
Fisiopatologia Fase expiratória: abertura súbita da glote com saída do ar em alta velocidade.  Fase de relaxamento: há relaxamento da musculatura e retorno das pressões aos níveis basais.  Dependendo do estímulo, essas fases podem resultar em tosse de intensidade leve, moderada ou grave.
Mecanismos que alteram a efetividade da Tosse Presença de anormalidades ou alterações no arco reflexo. Uso de medicamentos sedativos e narcóticos; Dano decorrente de aumento de pressão sobre o centro da tosse (tumores do SNC e aumento da PIC). Doenças neuromusculares. Cirurgias abdominais e torácicas. Anomalias da laringe com ineficácia de abertura da glote (paralisia de cordas vocais). Ineficácia de abertura da glote por procedimentos médicos (traqueostomia, tubo nasotraqueal).
Anatomia e neurofisiologia do Reflexo da Tosse O reflexo da tosse envolve cinco grupos de componentes: Receptores de tosse(não há nos alvéolos e parênquima pulmonar), Nervos aferentes,  Centro da tosse,  Nervos eferentes e  Músculos efetores.
Resfriado Comum Doença das VAS caracterizada por tosse, rinorréiamucosa ou hialina, espirros, obstrução nasal e drenagem pós-nasal,  lacrimejamento, irritação da garganta, ausculta pulmonar normal, com ou sem febre. Estão envolvidos mais de 200 vírus (rinovírus, coronavírus, parainfluenza, vírus respiratório sincicial, adenovírus e enterovírus).
TOSSE AGUDA
Resfriado comum Também pode provocar nível líquido aos estudos de imagem de seios da face (auto-limitados). Tratamento: Anti-histamínicos  + descongestionantes de longa duração são os medicamentos mais eficazes. Antitussígenos periféricos, expectorantes e mucolíticostêm pouco valor no tratamento da tosse aguda.
Traqueobronquite Aguda Responsável por mais de 10 milhões de consultas médicas/ano nos EUA.  Um dos maiores motivos de uso desnecessário de antibióticos. QC: Infecção respiratória aguda, com tosse, com ou sem expectoração, que pode ou não ser purulenta, com duração inferior a três semanas, e sem evidência clínica e/ou radiológica de resfriado comum, sinusite, exacerbação da DPOC ou crise de asma.
Traqueobronquite Aguda A etiologia é viral na maioria dos casos, especialmente por influenza A e B, parainfluenzae vírus respiratório sincicial.  Menos de 10% são bacterianas e nestes casos as mais comuns são o Mycoplasmapneumoniae, Chlamydophila pneumoniae e ocasionalmente a Bordetellapertussis.
Traqueobronquite Aguda Pode causar obstrução do fluxo aéreo e hiperresponsividadebrônquica transitórias,  Duração <6 semanas. Não existe medicação eficiente para a tosse da bronquite aguda.  Broncodilatadorespodem ser úteis se houver indícios clínicos ou funcionais de obstrução do fluxo aéreo.  Macrolídeos: em situações especiais como epidemias por atípicos e/ou quadro clínico sugestivo de  coqueluche.
Sinusite Aguda A suspeita de rinossinusite bacteriana deve ocorrer quando os sintomas de uma IVAS pioram após o 5ºdia ou persistem por mais de 10 dias. O valor da radiografia de seios da face é controversopela baixa acurácia do exame.
Sinusite Aguda 2 ou mais sinais maiores ou 1 sinal maior e 2 menores são altamente sugestivos de sinusite aguda.  Sinais maiores: cefaléia, dor ou pressão facial, obstrução ou congestão nasal, secreção nasal ou pós-nasal purulenta, hiposmiaou anosmia, e secreção nasal ou pós-nasal purulenta ao exame.  São sinais menores: febre, halitose, odontalgia, otalgia ou pressão nos ouvidos e tosse.
Sinusite Aguda Tratamento: Antibioticoterapia por 10 dias. Solução salina hipertônica e vasoconstritores por curto período. Corticoterapia por no máximo 7 dias (casos graves).
GRIPE As causas mais importantes da gripe são os vírus influenza A e B e as variantes em surtos epidêmicos.  O tratamento é fundamentalmente sintomático, com hidratação oral e uso de antitérmicos e analgésicos. Anti-histamínicos de primeira geração associados a descongestionantes podem ser úteis nos casos de tosse com drenagem pós-nasal.  Antitussígenos e anti-inflamatórios têm pouco valor terapêutico. Diagnóstico Diferencial: Sinusite aguda, pneumonia.
Outras Causas Exacerbação de Doença pré-existente. Exposição a fatores irritantes ou alérgicos Uso de medicamentos capazes de causar tosse (IECA, Beta-bloqueadores).
TOSSE SUBAGUDA
TOSSE SUBAGUDA TOSSE SUBAGUDA - Duração entre três e oito semanas História e exame físico minuciosos.  Exames propedêuticos em situações especiais. 1ª questão - Pós-infeciosa ou outra causa? Etiologia: Pós-infecciosa - história recente de virose. Outras causas - asma, rinossinusites, DRGE, e doenças broncopulmonares
TOSSE CRÔNICA Tosse > 8 semanas.
Tosse Crônica
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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO PROGRAMA DE RESDÊNCIA MÉDICA EM PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA Sessão Clínica TOSSE – Aula 01 FLÁVIA MATOSR1 de PNEUMOLOGIA
  • 2. Introdução Sintoma de uma grande variedade de patologias, pulmonares e extrapulmonares. Uma das maiores causas de procura por atendimento médico.
  • 3. Introdução Impacto social negativo Intolerância no trabalho e familiar Incontinência urinária Constrangimento público Prejuízo do sono, Absenteísmo ao trabalho e escolar, Gera grande custo em exames subsidiários e com medicamentos.
  • 4. Classificação Aguda: é a presença do sintoma por um período de até três semanas. Subaguda: tosse persistente por período entre três e oito semanas. Crônica: tosse com duração maior que oito semanas.
  • 5. Benefícios da Tosse Eliminação das secreções das vias aéreas pelo aumento da pressão positiva pleural. Proteção contra aspiração de alimentos, secreções e corpos estranhos; É o mais efetivo mecanismo quando existe lesão ou disfunção ciliar. Proteção contra arritmias potencialmente fatais (ao originar aumento de pressão intratorácica)
  • 6. Fisiopatologia Existem dois mecanismos de depuração para proteção das vias aéreas com relação à entrada de partículas procedentes do meio externo: Clearencemucociliar. Tosse.
  • 7. Fisiopatologia Controle voluntário e involuntário Fases: inspiratória, compressiva, expiratória e relaxamento. Quanto maior a fase inspiratória, maior a eficácia da tosse. Na fase compressiva existe fechamento da glote e ativação dos músculos respiratórios. Pressão torácica > 300 mmHg.
  • 8. Fisiopatologia Fase expiratória: abertura súbita da glote com saída do ar em alta velocidade. Fase de relaxamento: há relaxamento da musculatura e retorno das pressões aos níveis basais. Dependendo do estímulo, essas fases podem resultar em tosse de intensidade leve, moderada ou grave.
  • 9. Mecanismos que alteram a efetividade da Tosse Presença de anormalidades ou alterações no arco reflexo. Uso de medicamentos sedativos e narcóticos; Dano decorrente de aumento de pressão sobre o centro da tosse (tumores do SNC e aumento da PIC). Doenças neuromusculares. Cirurgias abdominais e torácicas. Anomalias da laringe com ineficácia de abertura da glote (paralisia de cordas vocais). Ineficácia de abertura da glote por procedimentos médicos (traqueostomia, tubo nasotraqueal).
  • 10. Anatomia e neurofisiologia do Reflexo da Tosse O reflexo da tosse envolve cinco grupos de componentes: Receptores de tosse(não há nos alvéolos e parênquima pulmonar), Nervos aferentes, Centro da tosse, Nervos eferentes e Músculos efetores.
  • 11. Resfriado Comum Doença das VAS caracterizada por tosse, rinorréiamucosa ou hialina, espirros, obstrução nasal e drenagem pós-nasal, lacrimejamento, irritação da garganta, ausculta pulmonar normal, com ou sem febre. Estão envolvidos mais de 200 vírus (rinovírus, coronavírus, parainfluenza, vírus respiratório sincicial, adenovírus e enterovírus).
  • 13. Resfriado comum Também pode provocar nível líquido aos estudos de imagem de seios da face (auto-limitados). Tratamento: Anti-histamínicos + descongestionantes de longa duração são os medicamentos mais eficazes. Antitussígenos periféricos, expectorantes e mucolíticostêm pouco valor no tratamento da tosse aguda.
  • 14. Traqueobronquite Aguda Responsável por mais de 10 milhões de consultas médicas/ano nos EUA. Um dos maiores motivos de uso desnecessário de antibióticos. QC: Infecção respiratória aguda, com tosse, com ou sem expectoração, que pode ou não ser purulenta, com duração inferior a três semanas, e sem evidência clínica e/ou radiológica de resfriado comum, sinusite, exacerbação da DPOC ou crise de asma.
  • 15. Traqueobronquite Aguda A etiologia é viral na maioria dos casos, especialmente por influenza A e B, parainfluenzae vírus respiratório sincicial. Menos de 10% são bacterianas e nestes casos as mais comuns são o Mycoplasmapneumoniae, Chlamydophila pneumoniae e ocasionalmente a Bordetellapertussis.
  • 16. Traqueobronquite Aguda Pode causar obstrução do fluxo aéreo e hiperresponsividadebrônquica transitórias, Duração <6 semanas. Não existe medicação eficiente para a tosse da bronquite aguda. Broncodilatadorespodem ser úteis se houver indícios clínicos ou funcionais de obstrução do fluxo aéreo. Macrolídeos: em situações especiais como epidemias por atípicos e/ou quadro clínico sugestivo de coqueluche.
  • 17. Sinusite Aguda A suspeita de rinossinusite bacteriana deve ocorrer quando os sintomas de uma IVAS pioram após o 5ºdia ou persistem por mais de 10 dias. O valor da radiografia de seios da face é controversopela baixa acurácia do exame.
  • 18. Sinusite Aguda 2 ou mais sinais maiores ou 1 sinal maior e 2 menores são altamente sugestivos de sinusite aguda. Sinais maiores: cefaléia, dor ou pressão facial, obstrução ou congestão nasal, secreção nasal ou pós-nasal purulenta, hiposmiaou anosmia, e secreção nasal ou pós-nasal purulenta ao exame. São sinais menores: febre, halitose, odontalgia, otalgia ou pressão nos ouvidos e tosse.
  • 19. Sinusite Aguda Tratamento: Antibioticoterapia por 10 dias. Solução salina hipertônica e vasoconstritores por curto período. Corticoterapia por no máximo 7 dias (casos graves).
  • 20. GRIPE As causas mais importantes da gripe são os vírus influenza A e B e as variantes em surtos epidêmicos. O tratamento é fundamentalmente sintomático, com hidratação oral e uso de antitérmicos e analgésicos. Anti-histamínicos de primeira geração associados a descongestionantes podem ser úteis nos casos de tosse com drenagem pós-nasal. Antitussígenos e anti-inflamatórios têm pouco valor terapêutico. Diagnóstico Diferencial: Sinusite aguda, pneumonia.
  • 21. Outras Causas Exacerbação de Doença pré-existente. Exposição a fatores irritantes ou alérgicos Uso de medicamentos capazes de causar tosse (IECA, Beta-bloqueadores).
  • 23. TOSSE SUBAGUDA TOSSE SUBAGUDA - Duração entre três e oito semanas História e exame físico minuciosos. Exames propedêuticos em situações especiais. 1ª questão - Pós-infeciosa ou outra causa? Etiologia: Pós-infecciosa - história recente de virose. Outras causas - asma, rinossinusites, DRGE, e doenças broncopulmonares
  • 24. TOSSE CRÔNICA Tosse > 8 semanas.