1. Instituto Politécnico Médio de Moçambique
Curso de Técnico de Medicina Geral T- 2A
Aparelho Respiratório
Gripe, Bronquite e Traqueíte aguda
2º Semestre
Amilton pedro Jacinto e Aminudine António Salimo
2. Objectivos de Aprendizagem
Até ao fim da apresentação devemos ser capazes
de:
Sobre o Conteúdo Gripe
1. Definir gripe e descrever as suas características principais.
2. Descrever a história natural da gripe.
3. Enumerar a etiologia microbiológica da gripe e reconhecer tipos diferentes da gripe.
4. Descrever os sinais e sintomas comuns da gripe.
5. Descrever o diagnóstico diferencial da gripe.
6. Descrever o tratamento para gripe.
7. Descrever medidas gerais de prevenção.
Sobre o Conteúdo Bronquite e Traqueíte Aguda
1. Definir bronquite aguda e traqueíte aguda
2. Descrever a epidemiologia da bronquite e traqueíte aguda
3. Descrever a fisiopatologia da bronquite e traqueíte aguda
4. Descrever o quadro clinico, complicações e exames auxiliares de diagnóstico da bronquite e
Traqueíte aguda
5. Descrever o diagnóstico diferencial da bronquite e da traqueíte aguda
6. Descrever a conduta da bronquite e traqueíte aguda
3. Gripe
A gripe ou influenza é uma doença respiratória febril
aguda que ocorre em surtos anuais de gravidade variável e
causa epidemias (pandemias) imprevisíveis.
A gripe é uma doença infecto-contagiosa viral, que afecta
as vias respiratórias superiores.
4. Epidemiologia Etiologia
• A gripe é tida como a principal doença
infecto-contagiosa viral que afecta o ser
humano, e a mais comum das infecções
das vias respiratórias superiores. Afecta
indivíduos de todas idades, sexo e
condição socio económica. A sua
incidência aumenta no tempo frio.
• O primeiro caso de gripe A (H1N1) na África se
descobriu no dia 2 de junho na cidade do Cairo, Egito,
numa menina de 12.
• O vírus da influenza A (H1N1) entrou no Moçambique
no dia 17 de agosto de 2009 Até o dia 2 de maio de
2010 (data da última atualização), o Moçambique
confirmou 57 casos e duas mortes pela gripe A (H1N1).
• A gripe é transmitida por vírus
de famílias e estirpes diversos,
como o Rinovírus, o
Adenovírus, o Echovírus, o
Vírus Sincial Respiratório e o
Coronavírus, dos quais o
Rinovírus é o mais
frequentemente envolvido
5. Transmissão
Via aérea: inalação de ar contaminado por tosse, espirro, ou
fala de pessoa infectada como vírus da gripe.
Contacto directo: contacto com secreções de pessoa
infectada.
Fômites: através de objectos contaminados (lencinho de
mão, vestuário, loiça, toalha)
6. Fisiopatologia
Após a infecção, o período de incubação em geral é de 1 a 3 dias. A
infecção acomete o nariz e seios paranasais, causando grande destruição
do revestimento interno das vias respiratórias. A resposta inflamatória
desencadeada pelo sistema imunológico induz à secreção de muco, e ao
surgimento de sintomas como rinorreia (fluxo nasal abundante), obstrução
dos seios paranasais e sintomas gerais, como a febre e mal-estar.
Figura 1. (Micrografia elétrica de vírus da gripe
A)
7. Quadro clínico
Rinorreia: secreção de muco seroso pelo nariz, transparente e pouco
consistente nos primeiros dias, mais tarde pode tornar-se mais espessa e
amarelada sobretudo se houver sobre-infecção bacteriana.
Congestão e obstrução nasal, dificultando a respiração: por estase do
muco.
Tosse seca ou produtiva, espirros.
Diminuição do olfacto e da gustação.
Voz anasalada, odinofagia e rouquidão, podem estar presentes.
Sintomas gerais: cefaleias, mioartralgias generalizadas, febre, astenia,
anorexia
8. Complicações
As principais complicações da gripe são a sobre-infecção
bacteriana e pneumonia.
Bronquite cronica, asma ou fibrose cristal;
Laringite e bronquiolite em crianças pequenas; e
Otite media, sinusite, e raramente parotidite ou traqueíte
bacteriana.
9. Exames auxiliares e diagnóstico
O diagnóstico é fundamentalmente clínico (dor de garganta ou tosse).
O hemograma pode revelar linfocitose, contudo esta linfocitose pode não ser
suficientemente importante para causar leucocitose. O hematozoário será
negativo.
Diagnóstico Diferencial
Amigdalite, faringite (evidente inflamação), sinusite
Infecções das vias respiratórias inferiores (pneumonia, broncopneumonia)
apresentam sinais e sintomas como dispneia, tiragem, adejo nasal, e
auscultam-se fervores crepitantes.
Outras infecções: malária (plaquetas baixas, plasmódio positivo), infecção
urinária (dor à micção, urina II).
10. Conduta
Tto não medicamentoso Tto medicamentoso
Manutenção do estado de
hidratação e nutricional: a boa
hidratação previne o
ressecamento do nariz e
garganta, tornando as
secreções mais fluidas e
facilitando sua eliminação.
Analgésico/antipirético e anti-inflamatório
até o alívio de sintomatologia:
o Paracetamol 500mg de 6 em 6 horas; ou
o Ibuprofeno 400mg de 8 em 8 horas.
Descongestionamento nasal: com gotas de
soro fisiológico: aplicar 3 gotas em cada
narina 3-4 vezes ao dia até as secreções
tornarem-se mais fluidas.
11. Prognóstico
A taxa de letalidade por influenza sazonal é muito baixa. A
maioria dos pacientes tem uma recuperação completa, e 90% das
mortes dos pacientes relacionados a influenza ocorrem em
pessoas com mais de 65 anos ou de alto risco por causa de
comorbidades. Em pacientes cuja pneumonia viral progride para
insuficiência respiratória, a taxa de mortalidade é de cerca de
50%.
12. Prevenção
Evitar contacto directo com secreções e objectos manipulados
por pessoas infectadas;
Sempre lavar as mãos após contacto directo e objectos
manipulados por pessoas infectadas;
Evitar proximidade com pessoas infectadas;
Etiqueta da tosse, pela pessoa infectada: cobrir a boca e o nariz
ao tossir ou espirrar, lavagem das mãos após tossir ou espirra
13. Bronquite e Traqueíte aguda
O termo bronquite e traqueíte aguda define uma inflamação
auto limitada (1 a 3 semanas) das grandes vias aéreas do
pulmão que se estende até os brônquios terciários.
14. Epidemiologia
Ocorrendo a uma taxa de 44 por 1.000 adultos por ano, a bronquite e a traqueíte
agudas afectam aproximadamente 5% dos adultos anualmente. Uma incidência mais
alta é observada no inverno e no outono do que no verão e na primavera.
Etiologia
As causas verdadeiras são desconhecidas na maioria dos casos, apesar que a condição é
considerado de origem viral na maioria dos casos.
Os vírus mais implicados são influenza A e B, parainfluenza, vírus sincial respiratório,
Adenovírus, Rinovírus.
Fisiopatologia
Admite-se que as infecções do epitélio dos brônquios e traqueia incitem uma resposta
inflamatória. Na histopatologia, há um acompanhante espessamento microscópico da
mucosa brônquica e traqueal correspondente às áreas inflamadas.
15. Transmissão
As principais vias de transmissão são:
Via aérea: inalação de ar contaminado por tosse, espirro, ou fala de
pessoa infectada como vírus da gripe.
Contacto directo: contacto com secreções de pessoa infectada.
Fômites: através de objectos contaminados
Quadro clínico
O sintoma clínico principal é a tosse com uma duração de 1-3 semanas
Sintomas associados mais comuns incluem: produção de escaro, febre,
mal-estar, roncos e sibilos e as vezes dispneia
16. Exames auxiliares e diagnóstico
O diagnóstico é fundamentalmente clínico. Os pacientes geralmente
doentes podem não ser capazes de distinguir os seus sintomas iniciais
Existem testes diagnósticos rápidos para a maioria dos vírus ligados à
bronquite e traqueíte agudas.
Nos casos com dispneia um Raio-X do tórax deve ser pedido para excluir
pneumonia.
Diagnóstico Diferencial
Pneumonia
17. Tratamento
A bronquite e traqueíte aguda são doenças auto-limitada em que sua
sintomatologia termina ao fim de 1-3 semanas.
Tratamento não medicamentoso:
Manutenção do estado de hidratação e nutricional.
Tratamento medicamentoso
Analgésico/antipirético e anti-inflamatório até ao alívio de
sintomatologia:
Paracetamol 500mg de 6 em 6 horas; ou Ibuprofeno 400mg de 8 em 8
horas.
Caso não haver melhorias do quadro clínico ou em presencia de dispneia
pode ser indica da terapia antibiótica por 7-14 dias
Eritromicina, 500mg de 6 em 6 horas, ou
Doxiciclina, 200 mg de 12 em 12 horas
18. Prognostico
A tosse totalmente dura 10 a 14 dias, tempo durante o qual a
enfermidade causa diminuição transitória importantes nas vitalidades e
funcionamento social.
Os antibióticos podem reduzir os sintomas por uma fração de um dia,
mas os efeitos colaterais, o aparecimento de resistência a antibióticos e o
custo devem ser ponderados em relação aos seus benefícios modestos.
Prevenção
Evitar contacto directo com secreções e objectos manipulados por
pessoas infectadas;
Sempre lavar as mãos após contacto directo e objectos manipulados por
pessoas infectadas;
Evitar proximidade com pessoas infectadas;