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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
VALOR NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS
Sergio Raposo de Medeiros
Pesquisador da Embrapa de Gado de Corte
Campo Grande - MS
INTRODUÇÃO
Ao final desta aula, o aluno saberá calcular o valor energético à partir
dos componentes analisados e identificar fatores anti-nutricionais.
• VALOR NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS:
Valor Alimentar = Valor Nutritivo (teor de nutrientes) X CONSUMO
VALOR NUTRICIONAL E VALOR ALIMENTAR
Valor Alimentar: Mais ligado à atividade produtiva!
• Ruminantes: Trabalha-se sempre na Matéria Seca
Composição das dietas  Umidade muito variável (20-90%)!
COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS
700
220
3025
15 10 Umidade
Fibra
Carboidrato
não fibroso
Proteina
Minerais
Gordura
733,3
100,0
83,3
50,0
33,3
Fibra
Carboidrato
não fibroso
Proteina
Minerais
Gordura
Matéria Original = MS + Água (g/kg) Matéria Seca (g/kg)
• Matéria Seca: Em duas etapas
DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA SECA
1) PRIMEIRA MATÉRIA SECA OU
PRÉ-SECAGEM
2) SEGUNDA MATÉRIA SECA OU
SECAGEM DEFINITIVA
• A amostra é seca por 48 horas (ou
até peso constante) entre 50-65o C
em uma estufa com ventilação
forçada.
• Contém de 1 a 5% de água residual
na amostra.
• Alíquota da amostra 1ª MS é
colocada por 2 horas (ou até peso
constante) em uma estufa à 105o C.
• Sem água residual, portanto,
representa 100% de Matéria Seca.
Evita alta temperatura antes da análise dos nutrientes
EFEITO DA %MS DA CANA NA INGESTÃO DE MS DA DIETA
16,67 kg Matéria Original de cana (= 5 kg MS usando valor de tabela)
Ingestão in
natura
% MS IMS1
Cana mais úmida 16.67 26.00% 4.33
Cana igual a tabela 16.67 30.00% 5.00
Cana mais seca 16.67 34.00% 5.67
Se MS menor Menor IMS  Desempenho comprometido
EFEITO DA %MS DA CANA NA INGESTÃO DE MS DA DIETA
16,67 kg Matéria Original de cana (= 5 kg MS usando valor de tabela)
Ingestão in
natura
% MS IMS1
Cana mais úmida 16.67 26.00% 4.33
Cana igual a tabela 16.67 30.00% 5.00
Cana mais seca 16.67 34.00% 5.67
Se MS menor Menor IMS  Desempenho comprometido
Se MS menor Maior IMS  Interpretação equivocada de baixa IMO;
Perda de oportunidade economia no custo mínimo...
EFEITO DA %MS DA CANA NA INGESTÃO DE MS DA DIETA
16,67 kg Matéria Original de cana (= 5 kg MS usando valor de tabela)
Ingestão in
natura
% MS IMS1
Cana mais úmida 16.67 26.00% 4.33
Cana igual a tabela 16.67 30.00% 5.00
Cana mais seca 16.67 34.00% 5.67
Se MS menor Menor IMS  Desempenho comprometido
Ambos os casos: Dietas desbalanceadas
Se MS menor Maior IMS  Interpretação equivocada de baixa IMO;
Perda de oportunidade economia no custo mínimo...
CONTROLE DE MS DE VOLUMOSOS COM
MICRO-ONDAS
MATERIAL NECESSÁRIO:
• Forno de micro-ondas com Prato Giratório e um Copo
• Bandeja de Material Não Higroscópico (Plástico, por exemplo).
• Balança com precisão de, no mínimo, 0,1% do peso da amostra.
PROCEDIMENTO:
a. Pese a Bandeja e Anote o Peso
b. Coloque a amostra sobre a Bandeja. Anote o peso da Bandeja + Amostra.
c. Coloque um copo com água no forno de microondas. (Ajuda evitar que a
amostra carbonize)
50 g de amostra 
balança com
precisão de 0,050 g
(50 mg).
CONTROLE DE MS DE VOLUMOSOS COM
MICRO-ONDAS
d. Coloque a Bandeja + Amostra no Forno de microondas.
e. Ajuste o temporizador do Forno de microondas para 3 minutos na potência
máxima e ligue-o.
f. Retire a Bandeja + Amostra do Forno de microondas. Pese e Anote.
g. Repita os itens “e” e “f” até que as leituras das pesagens repitam o mesmo
valor por duas vezes (ou mais) ou que o valor não afete o cálculo em mais
de 1% do valor da umidade.
h. Faça os cálculos conforme o item quatro.
Amostra Peso
Bandeja
Bandeja +
Amostra
Peso
Amostra
Cana - Inicial 50 g 150 g 100 g
Cana - 3’ 121 g 71 g
Cana - 6’(3+3) 100 g 50 g
Cana - 9’(6+3) 91 g 41 g
Cana - 12’(9+3) 85 g 35 g
Cana - 15’(12+3) 80 g 30 g
Cana - 18’(15+3) 80 g 30 g
(100g - 30g) 70g
% de Água da amostra = -------------- X 100 = ----------- X 100 = 70%
100g 100g
% MS = 100 - % Água da amostra = 100 - 70 = 30%
O material tem 30% de Matéria Seca
Peso Inicial da Amostra = (150g - 50g)= 100g
Peso Final da Amostra = (80g - 50g)= 30g
CONTROLE DE MS DE VOLUMOSOS COM
MICRO-ONDAS
OBSERVAÇÕES MUITO IMPORTANTES:
• Amostra mínima : 25 g.
Pode ser preciso mais: Balança de 0,1 g de precisão, pesar no mínimo 100 g de
amostra (0,1g  0,1% = 100g).
• Não encher todo o copo para evitar espirrar água (Um pouco de gelo junto, ajuda!).
• Espalhar bem a amostra no recipiente (Evita queima da amostra no centro).
• É vantagem picar a amostra.
• Não recomenda-se o uso para:
– Forragens ensiladas: Se usar, lembrar que o valor será subestimado em 5 a 10%
da MS por causa da perda dos ácidos orgânicos.
– Silagens com grãos: Ainda assim, dá uma ideia do teor de MS destas.
CONTROLE DE MS DE VOLUMOSOS COM
MICRO-ONDAS
DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNA
• Determina-se o teor de nitrogênio (N) da amostra
• N representa, em média, 16% do peso da proteína, portanto o peso da
proteína é igual a 6,25 (=100/16) vezes o peso do N !
PB = %N X 6,25
Por exemplo:
10% N = 62,5% PB, pois
 10 %N X 6,25 = 62,5% PB
70%
20%
10%
Prot. Verdadeira
N Não protéico
Prot. Indisponível
PRINCIPAL FRACIONAMENTO DA PROTEÍNA
Fracionamento típico de uma forragem fresca em Proteína Verdadeira,
Nitrogênio Não Protéico e Proteína Indisponível
(Fonte: Van Soest, 1995; NRC, 2001)
FRAÇÕES DA PB
NNP PIDA
Proteína
Verdadeira
FRAÇÕES DA PB
 Proteína Verdadeira:
NNP PIDA
Proteína
Verdadeira
FRAÇÕES DA PB
 Proteína Verdadeira:
São compostas de aminoácidos
NNP PIDA
Proteína
Verdadeira
FRAÇÕES DA PB
 Proteína Verdadeira:
São compostas de aminoácidos
 Nitrogênio não proteico (NNP):
NNP PIDA
Proteína
Verdadeira
FRAÇÕES DA PB
 Proteína Verdadeira:
São compostas de aminoácidos
 Nitrogênio não proteico (NNP):
É composto de bases nucléicas, nitrato, amônia....
NNP PIDA
Proteína
Verdadeira
FRAÇÕES DA PB
 Proteína Verdadeira:
São compostas de aminoácidos
 Nitrogênio não proteico (NNP):
É composto de bases nucléicas, nitrato, amônia....
 Proteína indisponível em detergente ácido (PIDA):
NNP PIDA
Proteína
Verdadeira
FRAÇÕES DA PB
 Proteína Verdadeira:
São compostas de aminoácidos
 Nitrogênio não proteico (NNP):
É composto de bases nucléicas, nitrato, amônia....
 Proteína indisponível em detergente ácido (PIDA):
É composta de proteína aderida à fibra
NNP PIDA
Proteína
Verdadeira
NNP
15%
Prot.
Verd.
85%
NNP
15%
Prot.
Verd. DR
55%
Prot.
Verd. NDR
30%
PROTEÍNA VERDADEIRA X NNP:
O que não é N não protéico (NNP)  Área azulada
= Proteína Verdadeira*
*N ligado ao FDA, também é subtraído
PROTEÍNA DEGRADÁVEL X INDEGRADÁVEL:
O que Não é Degradável no Rúmen (PNDR) =
Proteína Degradável no Rúmen (área pontos
brancos)
PDR (% PB) = 15% + 55% = 70%
PROTEÍNA DEGRADÁVEL E INDEGRADÁVEL
Figuras representam 100% de PB
PDR: PROTEÍNA DEGRADÁVEL NO RÚMEN
Cuidado com o modo de expressão!
–Menos comum: como unidades percentuais da MS
–Exemplo: Silagem com 8,00% de PB e 69 % da PB como PDR
 5,52% da MS é PDR
8 % PB
na MS
5,52 %
da MS é
PDR
(8,00 X 69/100 =5,52%)
PROTEÍNA LIGADA À FIBRA
• Parte da PB está ligada à fibra (FDN)  PIDIN
Ligações covalentes com polissacarídeos da parede celular 
 Solubilidade e Degradação!
• Parte da PB está ligada à fibra (FDA)  PIDA
– Considerado indisponível para o animal
PROTEÍNA INDISPONÍVEL EM DETERGENTE ÁCIDO
• Alimentos que passem por processos de aquecimento na
armazenagem e/ou processamento.
• Aquecimento do alimento pode aumentar PB ligada à fibra:
– Leve: Aumenta PB na FDN (PIDIN)
– Elevado: Aumenta PB na FDA (PIDA)
FIBRA BRUTA (FB)
É a porção do alimento resistente ao tratamento com ácido e base diluídos:
Carboidratos estruturais (Celulose e Lignina).
FB entra no cálculo do Extrativo Não Nitrogenado :
ENN = 100% MS – (% PB + % EE + %FB + % CZ)
ENN: amido, pectina, hemicelulose e lignina solúvel em álcali
PROBLEMAS
 Subestima teor real de fibra;
 ENN: não representa bem a fração de CHO solúveis.
FIBRA BRUTA (FB)
É a porção do alimento resistente ao tratamento com ácido e base diluídos:
Carboidratos estruturais (Celulose e Lignina).
FB entra no cálculo do Extrativo Não Nitrogenado :
ENN = 100% MS – (% PB + % EE + %FB + % CZ)
ENN: amido, pectina, hemicelulose e lignina solúvel em álcali
PROBLEMAS
 Subestima teor real de fibra;
 ENN: não representa bem a fração de CHO solúveis.
FIBRA DETERGENTE NEUTRO (FDN)
• FDN: Criada por Van Soest (anos 60);
• Representa bem CHO Estrutural da parede celular  material mais difícil de
digerir para animais em geral = fibra da dieta;
• FDN = fibra insolúvel dos alimentos (indigestível ou lentamente digestível) que
ocupa espaço no trato digestivo (Mertens, 2002).
FIBRA EM DETERGENTE ÁCIDO (FDA)
• É apenas uma análise preparatória para:
– Lignina,
– N-FDA e
– Cinza insolúvel em detergente ácido.
• FDA não seria uma fração válida para uso nutricional ou
predição de digestibilidade  ela não representa a fibra
da dieta.
FIBRA DE VAN SOEST
FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN
Solubiliza o conteúdo celular (CC)
Fibra em Detergente Neutro (FDN)
FIBRA DE VAN SOEST
FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN
Solubiliza o conteúdo celular (CC)
Fibra em Detergente Neutro (FDN)
FIBRA DE VAN SOEST
FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN
Solubiliza o conteúdo celular (CC)
Fibra em Detergente Neutro (FDN)
Fibra em Detergente Ácido (FDA)
FIBRA DE VAN SOEST
FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN
Solubiliza o conteúdo celular (CC)
Fibra em Detergente Neutro (FDN)
Fibra em Detergente Ácido (FDA)
FDA: Celulose, Lignina, PIDA
FIBRA DE VAN SOEST
FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN
Solubiliza o conteúdo celular (CC)
Fibra em Detergente Neutro (FDN)
Fibra em Detergente Ácido (FDA)
FDA: Celulose, Lignina, PIDA
Solubiliza Hemicelulose
FIBRA DE VAN SOEST
FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN
Solubiliza o conteúdo celular (CC)
Fibra em Detergente Neutro (FDN)
Fibra em Detergente Ácido (FDA)
FDA: Celulose, Lignina, PIDA
Solubiliza Hemicelulose
FIBRA DE VAN SOEST
FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN
Solubiliza o conteúdo celular (CC)
Fibra em Detergente Neutro (FDN)
Fibra em Detergente Ácido (FDA)
FDA: Celulose, Lignina, PIDA
Solubiliza Hemicelulose
Hemicelulose = FDN – FDA
OS CARBOIDRATOS E SUAS FRAÇÕES
• CARBOIDRATOS ESTRUTURAIS (CE)
– Dá forma e estrutura à planta;
– Resistente à degradação por enzimas de mamíferos.
• CARBOIDRATOS NÃO ESTRUTURAIS (CNE)
– Ligados à reserva e translocação de energia, síntese de outros produtos, etc.;
– São determinados por análises químicas específicas.
• Carboidratos Não Fibrosos (CNF)
%CNF = 100 – (% PB + % EE + %FDNLivre de PB + % CZ)
Onde:
PB = proteína bruta EE = extrato etéreo
CZ = cinza FDNLivre de PB = FDN – PIDIN
OS CARBOIDRATOS E SUAS FRAÇÕES
POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS HIDROSSOLÚVEIS
Fazem parte da fração CNF
• São solúveis em Detergente Neutro (recuperadas no FDN), mas resistentes às
enzimas digestivas de mamíferos (portanto, CHO estruturais)!!!
• Vários compostos: beta-glucanas, pectinas, galactanas entre outros
OS CARBOIDRATOS E SUAS FRAÇÕES
RELAÇÃO ENTRE CNF E CNE
• Definida pela fórmula abaixo:
CNF = CNE + PNA hidrossolúveis
Logo: CNF – CNE= PNA hidrossolúveis
• Usualmente a maior parte da diferença entre CNE e CNF é
causada pela pectina!
CHOS NÃO FIBROSOS VS. CHOS NÃO ESTRUTURAIS
• Gramíneas  CNF são semelhantes ao de CNE
– Portanto, são pobres em PNA hidrossolúveis!
• Polpa de citrus, polpa de beterraba e leguminosas  São ricas
em pectina:
– Resultado de CNF é bem maior que CNE;
– Portanto, são ricos em PNA hidrossolúveis.
CNF, CNE E PNA HIDROSSOLÚVEIS - ALIMENTOS
CNF1
CNE2
PNA hidros.3
Alimento %MS %MS %MS
Silagem de Alfafa 18,4 7,5 10,9
Feno de Alfafa 22,0 12,5 9,5
Silagem de Milho 41,0 34,7 6,3
Milho moído 67,5 68,7 -1,2
Polpa de Beterraba 36,2 19,5 16,7
Caroço de algodão 10,0 6,4 3,6
Cevada, grão 60,7 62,0 -1,3
Glutenose 17,3 12,0 5,3
Casca de Soja 14,1 5,3 8,8
Farelo de Soja, 45% 34,4 17,2 17,2
1 CNF = 100% MS – (% PB + % EE + %NDFlivre de PB + % CZ)
2 CNE determinados conforme o método enzimático (Smith, 1981)
3 PNA hidros. = CNF – CNE
Fonte: NRC, 2001
CNF, CNE E PNA HIDROSSOLÚVEIS - ALIMENTOS
CNF1
CNE2
PNA hidros.3
Alimento %MS %MS %MS
Silagem de Alfafa 18,4 7,5 10,9
Feno de Alfafa 22,0 12,5 9,5
Silagem de Milho 41,0 34,7 6,3
Milho moído 67,5 68,7 -1,2
Polpa de Beterraba 36,2 19,5 16,7
Caroço de algodão 10,0 6,4 3,6
Cevada, grão 60,7 62,0 -1,3
Glutenose 17,3 12,0 5,3
Casca de Soja 14,1 5,3 8,8
Farelo de Soja, 45% 34,4 17,2 17,2
1 CNF = 100% MS – (% PB + % EE + %NDFlivre de PB + % CZ)
2 CNE determinados conforme o método enzimático (Smith, 1981)
3 PNA hidros. = CNF – CNE
Fonte: NRC, 2001
Leguminosa  Alto PNAH
CNF, CNE E PNA HIDROSSOLÚVEIS - ALIMENTOS
CNF1
CNE2
PNA hidros.3
Alimento %MS %MS %MS
Silagem de Alfafa 18,4 7,5 10,9
Feno de Alfafa 22,0 12,5 9,5
Silagem de Milho 41,0 34,7 6,3
Milho moído 67,5 68,7 -1,2
Polpa de Beterraba 36,2 19,5 16,7
Caroço de algodão 10,0 6,4 3,6
Cevada, grão 60,7 62,0 -1,3
Glutenose 17,3 12,0 5,3
Casca de Soja 14,1 5,3 8,8
Farelo de Soja, 45% 34,4 17,2 17,2
1 CNF = 100% MS – (% PB + % EE + %NDFlivre de PB + % CZ)
2 CNE determinados conforme o método enzimático (Smith, 1981)
3 PNA hidros. = CNF – CNE
Fonte: NRC, 2001
Leguminosa  Alto PNAH
Gramínea  Baixo PNAH
LIGNINA
Fracionada em dois tipos:
1) Core: Principal polímero da lignina, mais condensado e mais resistente
à degradação. Pode ser considerada mais próxima à lignina verdadeira.
2) Não Core: Compostos fenólicos extraíveis associados à lignina core,
como o ácido ferúlico e ácido p-cumárico.
DETERMINAÇÃO DE LIGNINA
• Metodologias usuais:
– Lignina via ácido sulfúrico (Klason)
– Lignina via permanganato
• Via permanganato  Entrando em desuso:
Menor associação com degradação da fibra do que a Lignina
sulfúrico
EXTRATO ETÉREO (EE)
Representa a fração gordurosa:
• Triglicerídios, galatolipídios e fosfolipídios;
• Pigmentos;
• Ceras;
• Óleos essenciais;
• Compostos fenólicos.
• Tem alta densidade energética
Lipídios: 2,25 x mais energia CHO
• Pode superestimar valor energia do alimento
Todos compostos não lipídicos praticamente não contribuem com energia, mas são
multiplicados por 2,25 para o cálculo de NDT !!!
EXTRATO ETÉREO (EE)
CONTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA DA FRAÇÃO EE
Alimentos Composição do
extrato etéreo
Implicação
Forragens 50% galactolipídeos
e 50% compostos não
lipídicos
Valor energético bem
inferior ao previsto
com o fator 2,25
Bagaço de cana-de-
açúcar tratado à
pressão e vapor
Ceras e monômeros
fenólicos
Valor praticamente
nulo de energia para
o EE do BTPV
Alimentos
concentrados
70-80% ácidos graxos Fator 2,25 é
adequado
Triglicerídeos 90% ácidos graxos e
10% glicerol
Fator 2,25 é
adequado
CINZAS
• Determinada pela combustão da matéria orgânica;
• Correspondem a fração mineral.
DETERMINAÇÃO DO NDT
%NDT = %PBD + %FBD + % ENND + (2,25 x EED)
Onde:
PBD = proteína bruta digestível
FBD = fibra bruta digestível
ENND = extrativo não nitrogenado digestível
EED = extrato etéreo digestível
Ensaios de Digestibilidade (Coleta total de fezes):
NDT PELOS TEORES DOS NUTRIENTES
– Kearl (1982)  Sistema Proximal (PB, ENN, EE, FB e MM)
• Empírica: Simplesmente relação matemática;
• Dependente de população.
– Weiss et al. (1993)  Sistema Proximal + Van Soest (PB, CNE, EE, FDN,
Lignina e MM)
• Mecanística: Relação biológica, causa:efeito;
• Independente de população.
ESTIMATIVA DO NDT (KEARL, 1982)
1. %NDT = -17.2649 + 1.2120%PB + 0.8352%ENN + 2.4637%EE + 0.4475%FB
2. %NDT = -21.7656 + 1.4284%PB + 1.0277%ENN + 1.2321%EE + 0.4867%FB
3. %NDT = -21.9391 + 1.0538%PB + 0.9736%ENN + .03316%EE + 0.4590%FB
4. %NDT = 40.2625 + 0.1969%PB + 0.4228%ENN + 1.1903%EE - 0.1379%FB
5. %NDT = 40.3227 + 0.5398%PB + 0.4448%ENN + 1.4218%EE - 0.7007%FB
1 - Feno, Palha e Resíduos Secos 2 - Pastagens e Forragens Frescas
3 - Silagens de Volumosos 4 - Alimentos Energéticos: <20%PB e 18%FB
5 - Suplementos Protéicos: >20%PB.
Limitação : alimentos precisam se encaixar nas fórmulas:
• Resíduo de Limpeza de Soja (19% PB e 24% FB)
• Qual fórmula usar ?
• Problema insolúvel !
• ATENÇÃO: Também impróprias para mistura de alimentos.
1 - Feno, Palha e Resíduos Secos ........................... 67 %
2 - Pastagens e Forragens Frescas.......................... 74 %
3 - Silagens de Volumosos....................................... 68 %
4 - Alimentos Energéticos: <20%PB e 18%FB....... 66 %
5 - Suplementos Protéicos: >20%PB...................... 60 %
ESTIMATIVA DO NDT (KEARL, 1982)
EQUAÇÃO DE ENERGIA DE MÚLTIPLOS COMPONENTES
NDT = (0,98xCNF) + (AP) + (2,25x(EE-1)) + (0,82)x(FDNLP - L) x
(1 - ((L/FDNLP)0,667))) - 7
Onde:
CNF = CHO não estruturais = 100 - PB - MM - EE – FDNLP
PB = Proteína Bruta EE = Extrato etéreo
MM = Matéria mineral FDN = FDN livre de cinzas
PIDN = PB ligada ao FDN
FDNLP = FDN livre de prot. = NDF - PIDN
PIDA = PB ligada ao FDA AP = PB – PIDA = PB disponível
L = Lignina (Weiss et al, 1993)
WEISS: INDEPENDENTE DE POPULAÇÃO
“A relação que existe entre um nutriente e energia para o alimento A é
igual a que existe para esse mesmo nutriente e energia para o
alimento B”
…ou seja o FDN do milho digestível resulta no mesmo valor do FDN
digestível da alfafa ...e assim por diante!
“WEISS” : TODOS ALIMENTOS E MISTURAS
• Casca de Soja: NDT de tabela = 68%
– Kearl
– Weiss
1 - Feno, Palha e Resíduos Secos ........................... 56 %
2 - Pastagens e Forragens Frescas.......................... 59 %
3 - Silagens de Volumosos....................................... 57 %
4 - Alimentos Energéticos: <20%PB e 18%FB....... 58 %
5 - Suplementos Protéicos: >20%PB...................... 41 %
IMS = 1 X Mantença................................................ 68 %
IMS = 3 X Mantença................................................ 65 %a
“WEISS” MELHOR POR INCLUIR LIGNINA
• Forragem com diferentes tempos de maturação
60 dias 120 dias Redução
NDT Kearl 58,49 52,84 - 10%
NDT
Weiss
57,01 49,38 - 14%
Kearl só desconta pelo aumento de FB, enquanto Weiss, além do aumento
do FDN, inclui o efeito da lignina!
TANINOS
• É um dos compostos fenólicos mais comuns em plantas
• Efeitos negativos:
1) Redução na ingestão de MS
2) Ligações com a proteína da dieta
3) Complexação com enzimas digestivas
4) Interações com o trato digestivo
5) Efeitos tóxicos diretos.
GOSSIPOL
• Efeitos são reduzidos em ruminantes em relação a monogátricos 
efeitos de diluição e ligação às proteínas livres do rúmen  Inativa
toxicidade do Gossipol
• Efeitos na reprodução de ruminantes:
1) Redução na libido
2) Menor espermatogênese (reversível)
3) Mortalidade embrionária
NITRATOS
• No rúmen, se transforma em Nitrito  sangue  Metahemoglobina  Cessa
trocas gasosas  Animal morre por asfixia
Nitrato Nitrito
RÚMEN
SANGUE
Hemoglobina
Metahemoglobina
O2 CO2
O2 CO2
Nitrito
GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS
• Glicosídeos Cianogênicos se transformam em Ácido cianídrico
(HCN);
• HCN  Rapidamente absorvido  Cianeto interfere com cadeia
respiratória  Morte;
• Hidrólise: Espontânea ou ajudada por enzimas depois que os
Glicosídeos cianogênicos são liberados (cortado, esmagado,
mastigado...).
GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS
Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise
SANGUE
Extravasam do Conteúdo
Celular: Mastigação, corte, etc.
GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS
Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise
SANGUE
Extravasam do Conteúdo
Celular: Mastigação, corte, etc.
GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS
Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise
SANGUE
Cianeto (CN)
Extravasam do Conteúdo
Celular: Mastigação, corte, etc.
GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS
Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise
SANGUE
Cianeto (CN)
Interfere
Extravasam do Conteúdo
Celular: Mastigação, corte, etc.
Cadeia Respiratória
GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS
Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise
SANGUE
Cianeto (CN)
Interfere
Extravasam do Conteúdo
Celular: Mastigação, corte, etc.
Cadeia Respiratória
GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS
Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise
SANGUE
Cianeto (CN)
Interfere
Morte do Animal
Extravasam do Conteúdo
Celular: Mastigação, corte, etc.
MICOTOXINAS
Ocorrência tanto em produtos armazenados como à campo
• Ações negativas relacionadas às micotoxinas são:
1) Pior desempenho e eficiência;
2) Problemas reprodutivos;
3) Redução na resistência imunológica;
4) Indução a danos patológicos no fígado e outros órgãos.
Obrigado.
Sergio Raposo de Medeiros
Pesquisadores Embrapa de Gado de Corte

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Valor nutricional dos alimentos

  • 1. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
  • 2. VALOR NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS Sergio Raposo de Medeiros Pesquisador da Embrapa de Gado de Corte Campo Grande - MS
  • 3. INTRODUÇÃO Ao final desta aula, o aluno saberá calcular o valor energético à partir dos componentes analisados e identificar fatores anti-nutricionais.
  • 4. • VALOR NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS: Valor Alimentar = Valor Nutritivo (teor de nutrientes) X CONSUMO VALOR NUTRICIONAL E VALOR ALIMENTAR Valor Alimentar: Mais ligado à atividade produtiva!
  • 5. • Ruminantes: Trabalha-se sempre na Matéria Seca Composição das dietas  Umidade muito variável (20-90%)! COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS 700 220 3025 15 10 Umidade Fibra Carboidrato não fibroso Proteina Minerais Gordura 733,3 100,0 83,3 50,0 33,3 Fibra Carboidrato não fibroso Proteina Minerais Gordura Matéria Original = MS + Água (g/kg) Matéria Seca (g/kg)
  • 6. • Matéria Seca: Em duas etapas DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA SECA 1) PRIMEIRA MATÉRIA SECA OU PRÉ-SECAGEM 2) SEGUNDA MATÉRIA SECA OU SECAGEM DEFINITIVA • A amostra é seca por 48 horas (ou até peso constante) entre 50-65o C em uma estufa com ventilação forçada. • Contém de 1 a 5% de água residual na amostra. • Alíquota da amostra 1ª MS é colocada por 2 horas (ou até peso constante) em uma estufa à 105o C. • Sem água residual, portanto, representa 100% de Matéria Seca. Evita alta temperatura antes da análise dos nutrientes
  • 7. EFEITO DA %MS DA CANA NA INGESTÃO DE MS DA DIETA 16,67 kg Matéria Original de cana (= 5 kg MS usando valor de tabela) Ingestão in natura % MS IMS1 Cana mais úmida 16.67 26.00% 4.33 Cana igual a tabela 16.67 30.00% 5.00 Cana mais seca 16.67 34.00% 5.67 Se MS menor Menor IMS  Desempenho comprometido
  • 8. EFEITO DA %MS DA CANA NA INGESTÃO DE MS DA DIETA 16,67 kg Matéria Original de cana (= 5 kg MS usando valor de tabela) Ingestão in natura % MS IMS1 Cana mais úmida 16.67 26.00% 4.33 Cana igual a tabela 16.67 30.00% 5.00 Cana mais seca 16.67 34.00% 5.67 Se MS menor Menor IMS  Desempenho comprometido Se MS menor Maior IMS  Interpretação equivocada de baixa IMO; Perda de oportunidade economia no custo mínimo...
  • 9. EFEITO DA %MS DA CANA NA INGESTÃO DE MS DA DIETA 16,67 kg Matéria Original de cana (= 5 kg MS usando valor de tabela) Ingestão in natura % MS IMS1 Cana mais úmida 16.67 26.00% 4.33 Cana igual a tabela 16.67 30.00% 5.00 Cana mais seca 16.67 34.00% 5.67 Se MS menor Menor IMS  Desempenho comprometido Ambos os casos: Dietas desbalanceadas Se MS menor Maior IMS  Interpretação equivocada de baixa IMO; Perda de oportunidade economia no custo mínimo...
  • 10. CONTROLE DE MS DE VOLUMOSOS COM MICRO-ONDAS MATERIAL NECESSÁRIO: • Forno de micro-ondas com Prato Giratório e um Copo • Bandeja de Material Não Higroscópico (Plástico, por exemplo). • Balança com precisão de, no mínimo, 0,1% do peso da amostra. PROCEDIMENTO: a. Pese a Bandeja e Anote o Peso b. Coloque a amostra sobre a Bandeja. Anote o peso da Bandeja + Amostra. c. Coloque um copo com água no forno de microondas. (Ajuda evitar que a amostra carbonize) 50 g de amostra  balança com precisão de 0,050 g (50 mg).
  • 11. CONTROLE DE MS DE VOLUMOSOS COM MICRO-ONDAS d. Coloque a Bandeja + Amostra no Forno de microondas. e. Ajuste o temporizador do Forno de microondas para 3 minutos na potência máxima e ligue-o. f. Retire a Bandeja + Amostra do Forno de microondas. Pese e Anote. g. Repita os itens “e” e “f” até que as leituras das pesagens repitam o mesmo valor por duas vezes (ou mais) ou que o valor não afete o cálculo em mais de 1% do valor da umidade. h. Faça os cálculos conforme o item quatro.
  • 12. Amostra Peso Bandeja Bandeja + Amostra Peso Amostra Cana - Inicial 50 g 150 g 100 g Cana - 3’ 121 g 71 g Cana - 6’(3+3) 100 g 50 g Cana - 9’(6+3) 91 g 41 g Cana - 12’(9+3) 85 g 35 g Cana - 15’(12+3) 80 g 30 g Cana - 18’(15+3) 80 g 30 g (100g - 30g) 70g % de Água da amostra = -------------- X 100 = ----------- X 100 = 70% 100g 100g % MS = 100 - % Água da amostra = 100 - 70 = 30% O material tem 30% de Matéria Seca Peso Inicial da Amostra = (150g - 50g)= 100g Peso Final da Amostra = (80g - 50g)= 30g CONTROLE DE MS DE VOLUMOSOS COM MICRO-ONDAS
  • 13. OBSERVAÇÕES MUITO IMPORTANTES: • Amostra mínima : 25 g. Pode ser preciso mais: Balança de 0,1 g de precisão, pesar no mínimo 100 g de amostra (0,1g  0,1% = 100g). • Não encher todo o copo para evitar espirrar água (Um pouco de gelo junto, ajuda!). • Espalhar bem a amostra no recipiente (Evita queima da amostra no centro). • É vantagem picar a amostra. • Não recomenda-se o uso para: – Forragens ensiladas: Se usar, lembrar que o valor será subestimado em 5 a 10% da MS por causa da perda dos ácidos orgânicos. – Silagens com grãos: Ainda assim, dá uma ideia do teor de MS destas. CONTROLE DE MS DE VOLUMOSOS COM MICRO-ONDAS
  • 14. DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNA • Determina-se o teor de nitrogênio (N) da amostra • N representa, em média, 16% do peso da proteína, portanto o peso da proteína é igual a 6,25 (=100/16) vezes o peso do N ! PB = %N X 6,25 Por exemplo: 10% N = 62,5% PB, pois  10 %N X 6,25 = 62,5% PB
  • 15. 70% 20% 10% Prot. Verdadeira N Não protéico Prot. Indisponível PRINCIPAL FRACIONAMENTO DA PROTEÍNA Fracionamento típico de uma forragem fresca em Proteína Verdadeira, Nitrogênio Não Protéico e Proteína Indisponível (Fonte: Van Soest, 1995; NRC, 2001)
  • 16. FRAÇÕES DA PB NNP PIDA Proteína Verdadeira
  • 17. FRAÇÕES DA PB  Proteína Verdadeira: NNP PIDA Proteína Verdadeira
  • 18. FRAÇÕES DA PB  Proteína Verdadeira: São compostas de aminoácidos NNP PIDA Proteína Verdadeira
  • 19. FRAÇÕES DA PB  Proteína Verdadeira: São compostas de aminoácidos  Nitrogênio não proteico (NNP): NNP PIDA Proteína Verdadeira
  • 20. FRAÇÕES DA PB  Proteína Verdadeira: São compostas de aminoácidos  Nitrogênio não proteico (NNP): É composto de bases nucléicas, nitrato, amônia.... NNP PIDA Proteína Verdadeira
  • 21. FRAÇÕES DA PB  Proteína Verdadeira: São compostas de aminoácidos  Nitrogênio não proteico (NNP): É composto de bases nucléicas, nitrato, amônia....  Proteína indisponível em detergente ácido (PIDA): NNP PIDA Proteína Verdadeira
  • 22. FRAÇÕES DA PB  Proteína Verdadeira: São compostas de aminoácidos  Nitrogênio não proteico (NNP): É composto de bases nucléicas, nitrato, amônia....  Proteína indisponível em detergente ácido (PIDA): É composta de proteína aderida à fibra NNP PIDA Proteína Verdadeira
  • 23. NNP 15% Prot. Verd. 85% NNP 15% Prot. Verd. DR 55% Prot. Verd. NDR 30% PROTEÍNA VERDADEIRA X NNP: O que não é N não protéico (NNP)  Área azulada = Proteína Verdadeira* *N ligado ao FDA, também é subtraído PROTEÍNA DEGRADÁVEL X INDEGRADÁVEL: O que Não é Degradável no Rúmen (PNDR) = Proteína Degradável no Rúmen (área pontos brancos) PDR (% PB) = 15% + 55% = 70% PROTEÍNA DEGRADÁVEL E INDEGRADÁVEL Figuras representam 100% de PB
  • 24. PDR: PROTEÍNA DEGRADÁVEL NO RÚMEN Cuidado com o modo de expressão! –Menos comum: como unidades percentuais da MS –Exemplo: Silagem com 8,00% de PB e 69 % da PB como PDR  5,52% da MS é PDR 8 % PB na MS 5,52 % da MS é PDR (8,00 X 69/100 =5,52%)
  • 25. PROTEÍNA LIGADA À FIBRA • Parte da PB está ligada à fibra (FDN)  PIDIN Ligações covalentes com polissacarídeos da parede celular   Solubilidade e Degradação! • Parte da PB está ligada à fibra (FDA)  PIDA – Considerado indisponível para o animal
  • 26. PROTEÍNA INDISPONÍVEL EM DETERGENTE ÁCIDO • Alimentos que passem por processos de aquecimento na armazenagem e/ou processamento. • Aquecimento do alimento pode aumentar PB ligada à fibra: – Leve: Aumenta PB na FDN (PIDIN) – Elevado: Aumenta PB na FDA (PIDA)
  • 27. FIBRA BRUTA (FB) É a porção do alimento resistente ao tratamento com ácido e base diluídos: Carboidratos estruturais (Celulose e Lignina). FB entra no cálculo do Extrativo Não Nitrogenado : ENN = 100% MS – (% PB + % EE + %FB + % CZ) ENN: amido, pectina, hemicelulose e lignina solúvel em álcali PROBLEMAS  Subestima teor real de fibra;  ENN: não representa bem a fração de CHO solúveis.
  • 28. FIBRA BRUTA (FB) É a porção do alimento resistente ao tratamento com ácido e base diluídos: Carboidratos estruturais (Celulose e Lignina). FB entra no cálculo do Extrativo Não Nitrogenado : ENN = 100% MS – (% PB + % EE + %FB + % CZ) ENN: amido, pectina, hemicelulose e lignina solúvel em álcali PROBLEMAS  Subestima teor real de fibra;  ENN: não representa bem a fração de CHO solúveis.
  • 29. FIBRA DETERGENTE NEUTRO (FDN) • FDN: Criada por Van Soest (anos 60); • Representa bem CHO Estrutural da parede celular  material mais difícil de digerir para animais em geral = fibra da dieta; • FDN = fibra insolúvel dos alimentos (indigestível ou lentamente digestível) que ocupa espaço no trato digestivo (Mertens, 2002).
  • 30. FIBRA EM DETERGENTE ÁCIDO (FDA) • É apenas uma análise preparatória para: – Lignina, – N-FDA e – Cinza insolúvel em detergente ácido. • FDA não seria uma fração válida para uso nutricional ou predição de digestibilidade  ela não representa a fibra da dieta.
  • 31. FIBRA DE VAN SOEST FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN Solubiliza o conteúdo celular (CC) Fibra em Detergente Neutro (FDN)
  • 32. FIBRA DE VAN SOEST FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN Solubiliza o conteúdo celular (CC) Fibra em Detergente Neutro (FDN)
  • 33. FIBRA DE VAN SOEST FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN Solubiliza o conteúdo celular (CC) Fibra em Detergente Neutro (FDN) Fibra em Detergente Ácido (FDA)
  • 34. FIBRA DE VAN SOEST FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN Solubiliza o conteúdo celular (CC) Fibra em Detergente Neutro (FDN) Fibra em Detergente Ácido (FDA) FDA: Celulose, Lignina, PIDA
  • 35. FIBRA DE VAN SOEST FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN Solubiliza o conteúdo celular (CC) Fibra em Detergente Neutro (FDN) Fibra em Detergente Ácido (FDA) FDA: Celulose, Lignina, PIDA Solubiliza Hemicelulose
  • 36. FIBRA DE VAN SOEST FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN Solubiliza o conteúdo celular (CC) Fibra em Detergente Neutro (FDN) Fibra em Detergente Ácido (FDA) FDA: Celulose, Lignina, PIDA Solubiliza Hemicelulose
  • 37. FIBRA DE VAN SOEST FDN: Celulose, Hemicelulose, Lignina e PIDIN Solubiliza o conteúdo celular (CC) Fibra em Detergente Neutro (FDN) Fibra em Detergente Ácido (FDA) FDA: Celulose, Lignina, PIDA Solubiliza Hemicelulose Hemicelulose = FDN – FDA
  • 38. OS CARBOIDRATOS E SUAS FRAÇÕES • CARBOIDRATOS ESTRUTURAIS (CE) – Dá forma e estrutura à planta; – Resistente à degradação por enzimas de mamíferos. • CARBOIDRATOS NÃO ESTRUTURAIS (CNE) – Ligados à reserva e translocação de energia, síntese de outros produtos, etc.; – São determinados por análises químicas específicas.
  • 39. • Carboidratos Não Fibrosos (CNF) %CNF = 100 – (% PB + % EE + %FDNLivre de PB + % CZ) Onde: PB = proteína bruta EE = extrato etéreo CZ = cinza FDNLivre de PB = FDN – PIDIN OS CARBOIDRATOS E SUAS FRAÇÕES
  • 40. POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS HIDROSSOLÚVEIS Fazem parte da fração CNF • São solúveis em Detergente Neutro (recuperadas no FDN), mas resistentes às enzimas digestivas de mamíferos (portanto, CHO estruturais)!!! • Vários compostos: beta-glucanas, pectinas, galactanas entre outros OS CARBOIDRATOS E SUAS FRAÇÕES
  • 41. RELAÇÃO ENTRE CNF E CNE • Definida pela fórmula abaixo: CNF = CNE + PNA hidrossolúveis Logo: CNF – CNE= PNA hidrossolúveis • Usualmente a maior parte da diferença entre CNE e CNF é causada pela pectina!
  • 42. CHOS NÃO FIBROSOS VS. CHOS NÃO ESTRUTURAIS • Gramíneas  CNF são semelhantes ao de CNE – Portanto, são pobres em PNA hidrossolúveis! • Polpa de citrus, polpa de beterraba e leguminosas  São ricas em pectina: – Resultado de CNF é bem maior que CNE; – Portanto, são ricos em PNA hidrossolúveis.
  • 43. CNF, CNE E PNA HIDROSSOLÚVEIS - ALIMENTOS CNF1 CNE2 PNA hidros.3 Alimento %MS %MS %MS Silagem de Alfafa 18,4 7,5 10,9 Feno de Alfafa 22,0 12,5 9,5 Silagem de Milho 41,0 34,7 6,3 Milho moído 67,5 68,7 -1,2 Polpa de Beterraba 36,2 19,5 16,7 Caroço de algodão 10,0 6,4 3,6 Cevada, grão 60,7 62,0 -1,3 Glutenose 17,3 12,0 5,3 Casca de Soja 14,1 5,3 8,8 Farelo de Soja, 45% 34,4 17,2 17,2 1 CNF = 100% MS – (% PB + % EE + %NDFlivre de PB + % CZ) 2 CNE determinados conforme o método enzimático (Smith, 1981) 3 PNA hidros. = CNF – CNE Fonte: NRC, 2001
  • 44. CNF, CNE E PNA HIDROSSOLÚVEIS - ALIMENTOS CNF1 CNE2 PNA hidros.3 Alimento %MS %MS %MS Silagem de Alfafa 18,4 7,5 10,9 Feno de Alfafa 22,0 12,5 9,5 Silagem de Milho 41,0 34,7 6,3 Milho moído 67,5 68,7 -1,2 Polpa de Beterraba 36,2 19,5 16,7 Caroço de algodão 10,0 6,4 3,6 Cevada, grão 60,7 62,0 -1,3 Glutenose 17,3 12,0 5,3 Casca de Soja 14,1 5,3 8,8 Farelo de Soja, 45% 34,4 17,2 17,2 1 CNF = 100% MS – (% PB + % EE + %NDFlivre de PB + % CZ) 2 CNE determinados conforme o método enzimático (Smith, 1981) 3 PNA hidros. = CNF – CNE Fonte: NRC, 2001 Leguminosa  Alto PNAH
  • 45. CNF, CNE E PNA HIDROSSOLÚVEIS - ALIMENTOS CNF1 CNE2 PNA hidros.3 Alimento %MS %MS %MS Silagem de Alfafa 18,4 7,5 10,9 Feno de Alfafa 22,0 12,5 9,5 Silagem de Milho 41,0 34,7 6,3 Milho moído 67,5 68,7 -1,2 Polpa de Beterraba 36,2 19,5 16,7 Caroço de algodão 10,0 6,4 3,6 Cevada, grão 60,7 62,0 -1,3 Glutenose 17,3 12,0 5,3 Casca de Soja 14,1 5,3 8,8 Farelo de Soja, 45% 34,4 17,2 17,2 1 CNF = 100% MS – (% PB + % EE + %NDFlivre de PB + % CZ) 2 CNE determinados conforme o método enzimático (Smith, 1981) 3 PNA hidros. = CNF – CNE Fonte: NRC, 2001 Leguminosa  Alto PNAH Gramínea  Baixo PNAH
  • 46. LIGNINA Fracionada em dois tipos: 1) Core: Principal polímero da lignina, mais condensado e mais resistente à degradação. Pode ser considerada mais próxima à lignina verdadeira. 2) Não Core: Compostos fenólicos extraíveis associados à lignina core, como o ácido ferúlico e ácido p-cumárico.
  • 47. DETERMINAÇÃO DE LIGNINA • Metodologias usuais: – Lignina via ácido sulfúrico (Klason) – Lignina via permanganato • Via permanganato  Entrando em desuso: Menor associação com degradação da fibra do que a Lignina sulfúrico
  • 48. EXTRATO ETÉREO (EE) Representa a fração gordurosa: • Triglicerídios, galatolipídios e fosfolipídios; • Pigmentos; • Ceras; • Óleos essenciais; • Compostos fenólicos.
  • 49. • Tem alta densidade energética Lipídios: 2,25 x mais energia CHO • Pode superestimar valor energia do alimento Todos compostos não lipídicos praticamente não contribuem com energia, mas são multiplicados por 2,25 para o cálculo de NDT !!! EXTRATO ETÉREO (EE)
  • 50. CONTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA DA FRAÇÃO EE Alimentos Composição do extrato etéreo Implicação Forragens 50% galactolipídeos e 50% compostos não lipídicos Valor energético bem inferior ao previsto com o fator 2,25 Bagaço de cana-de- açúcar tratado à pressão e vapor Ceras e monômeros fenólicos Valor praticamente nulo de energia para o EE do BTPV Alimentos concentrados 70-80% ácidos graxos Fator 2,25 é adequado Triglicerídeos 90% ácidos graxos e 10% glicerol Fator 2,25 é adequado
  • 51. CINZAS • Determinada pela combustão da matéria orgânica; • Correspondem a fração mineral.
  • 52. DETERMINAÇÃO DO NDT %NDT = %PBD + %FBD + % ENND + (2,25 x EED) Onde: PBD = proteína bruta digestível FBD = fibra bruta digestível ENND = extrativo não nitrogenado digestível EED = extrato etéreo digestível Ensaios de Digestibilidade (Coleta total de fezes):
  • 53. NDT PELOS TEORES DOS NUTRIENTES – Kearl (1982)  Sistema Proximal (PB, ENN, EE, FB e MM) • Empírica: Simplesmente relação matemática; • Dependente de população. – Weiss et al. (1993)  Sistema Proximal + Van Soest (PB, CNE, EE, FDN, Lignina e MM) • Mecanística: Relação biológica, causa:efeito; • Independente de população.
  • 54. ESTIMATIVA DO NDT (KEARL, 1982) 1. %NDT = -17.2649 + 1.2120%PB + 0.8352%ENN + 2.4637%EE + 0.4475%FB 2. %NDT = -21.7656 + 1.4284%PB + 1.0277%ENN + 1.2321%EE + 0.4867%FB 3. %NDT = -21.9391 + 1.0538%PB + 0.9736%ENN + .03316%EE + 0.4590%FB 4. %NDT = 40.2625 + 0.1969%PB + 0.4228%ENN + 1.1903%EE - 0.1379%FB 5. %NDT = 40.3227 + 0.5398%PB + 0.4448%ENN + 1.4218%EE - 0.7007%FB 1 - Feno, Palha e Resíduos Secos 2 - Pastagens e Forragens Frescas 3 - Silagens de Volumosos 4 - Alimentos Energéticos: <20%PB e 18%FB 5 - Suplementos Protéicos: >20%PB.
  • 55. Limitação : alimentos precisam se encaixar nas fórmulas: • Resíduo de Limpeza de Soja (19% PB e 24% FB) • Qual fórmula usar ? • Problema insolúvel ! • ATENÇÃO: Também impróprias para mistura de alimentos. 1 - Feno, Palha e Resíduos Secos ........................... 67 % 2 - Pastagens e Forragens Frescas.......................... 74 % 3 - Silagens de Volumosos....................................... 68 % 4 - Alimentos Energéticos: <20%PB e 18%FB....... 66 % 5 - Suplementos Protéicos: >20%PB...................... 60 % ESTIMATIVA DO NDT (KEARL, 1982)
  • 56. EQUAÇÃO DE ENERGIA DE MÚLTIPLOS COMPONENTES NDT = (0,98xCNF) + (AP) + (2,25x(EE-1)) + (0,82)x(FDNLP - L) x (1 - ((L/FDNLP)0,667))) - 7 Onde: CNF = CHO não estruturais = 100 - PB - MM - EE – FDNLP PB = Proteína Bruta EE = Extrato etéreo MM = Matéria mineral FDN = FDN livre de cinzas PIDN = PB ligada ao FDN FDNLP = FDN livre de prot. = NDF - PIDN PIDA = PB ligada ao FDA AP = PB – PIDA = PB disponível L = Lignina (Weiss et al, 1993)
  • 57. WEISS: INDEPENDENTE DE POPULAÇÃO “A relação que existe entre um nutriente e energia para o alimento A é igual a que existe para esse mesmo nutriente e energia para o alimento B” …ou seja o FDN do milho digestível resulta no mesmo valor do FDN digestível da alfafa ...e assim por diante!
  • 58. “WEISS” : TODOS ALIMENTOS E MISTURAS • Casca de Soja: NDT de tabela = 68% – Kearl – Weiss 1 - Feno, Palha e Resíduos Secos ........................... 56 % 2 - Pastagens e Forragens Frescas.......................... 59 % 3 - Silagens de Volumosos....................................... 57 % 4 - Alimentos Energéticos: <20%PB e 18%FB....... 58 % 5 - Suplementos Protéicos: >20%PB...................... 41 % IMS = 1 X Mantença................................................ 68 % IMS = 3 X Mantença................................................ 65 %a
  • 59. “WEISS” MELHOR POR INCLUIR LIGNINA • Forragem com diferentes tempos de maturação 60 dias 120 dias Redução NDT Kearl 58,49 52,84 - 10% NDT Weiss 57,01 49,38 - 14% Kearl só desconta pelo aumento de FB, enquanto Weiss, além do aumento do FDN, inclui o efeito da lignina!
  • 60. TANINOS • É um dos compostos fenólicos mais comuns em plantas • Efeitos negativos: 1) Redução na ingestão de MS 2) Ligações com a proteína da dieta 3) Complexação com enzimas digestivas 4) Interações com o trato digestivo 5) Efeitos tóxicos diretos.
  • 61. GOSSIPOL • Efeitos são reduzidos em ruminantes em relação a monogátricos  efeitos de diluição e ligação às proteínas livres do rúmen  Inativa toxicidade do Gossipol • Efeitos na reprodução de ruminantes: 1) Redução na libido 2) Menor espermatogênese (reversível) 3) Mortalidade embrionária
  • 62. NITRATOS • No rúmen, se transforma em Nitrito  sangue  Metahemoglobina  Cessa trocas gasosas  Animal morre por asfixia Nitrato Nitrito RÚMEN SANGUE Hemoglobina Metahemoglobina O2 CO2 O2 CO2 Nitrito
  • 63. GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS • Glicosídeos Cianogênicos se transformam em Ácido cianídrico (HCN); • HCN  Rapidamente absorvido  Cianeto interfere com cadeia respiratória  Morte; • Hidrólise: Espontânea ou ajudada por enzimas depois que os Glicosídeos cianogênicos são liberados (cortado, esmagado, mastigado...).
  • 64. GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise SANGUE Extravasam do Conteúdo Celular: Mastigação, corte, etc.
  • 65. GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise SANGUE Extravasam do Conteúdo Celular: Mastigação, corte, etc.
  • 66. GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise SANGUE Cianeto (CN) Extravasam do Conteúdo Celular: Mastigação, corte, etc.
  • 67. GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise SANGUE Cianeto (CN) Interfere Extravasam do Conteúdo Celular: Mastigação, corte, etc.
  • 68. Cadeia Respiratória GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise SANGUE Cianeto (CN) Interfere Extravasam do Conteúdo Celular: Mastigação, corte, etc.
  • 69. Cadeia Respiratória GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS Glicosídeos Cianogênicos Ácido Cianídrico (HCN)Hidrólise SANGUE Cianeto (CN) Interfere Morte do Animal Extravasam do Conteúdo Celular: Mastigação, corte, etc.
  • 70. MICOTOXINAS Ocorrência tanto em produtos armazenados como à campo • Ações negativas relacionadas às micotoxinas são: 1) Pior desempenho e eficiência; 2) Problemas reprodutivos; 3) Redução na resistência imunológica; 4) Indução a danos patológicos no fígado e outros órgãos.
  • 71. Obrigado. Sergio Raposo de Medeiros Pesquisadores Embrapa de Gado de Corte