O documento discute conceitos fundamentais de nutrição animal, incluindo a importância da nutrição para o bem-estar dos animais e a produção de alimentos. Aborda tópicos como classificação de alimentos, nutrientes essenciais, metabolismo, exigências nutricionais e conceitos relacionados à nutrição como ração, dieta e conversão alimentar.
2. Importância da Nutrição
Esta área tem como finalidade bem nutrir,
técnica e economicamente, os animais,
que servirão como alimento para os
seres humanos.
3. • Baixo custo da terra e das instalações
• Baixo custo da mão de obra
• Baixo custo de produção
• Boa produção de grãos
• Bom clima
• Menos enfermidades
• Forte parque industrial
O Brasil te muitas vantagens
para ser um dos maiores produtores
de carne do mundo
4. CONCEITOS EM NUTRIÇÃO ANIMAL
• Potencial intrínseco complementado
pela alimentação
• Previne perturbações a saúde animal
• Conjunto de processos que vão desde
a ingestão do alimentos até a sua assimilação
Pelas células
7. Ruminantes - Monogástricos
Monogástricos
Transformam grãos e sub
produtos em carne.
Setor com alta agregação
de valores e envolvimento
intenso no mercado
internacional.
Modelo de produção por
meio de integração.
8. Introdução à Nutrição Animal
SERES AUTOTRÓFICOS: São as plantas e os
microorganismos, capazes de sintetizar
componentes orgânicos a partir de
precursores inorgânicos.
SERES HETEROTRÓFICOS: São os animais e
dependem de um constante fornecimento de
compostos orgânicos.
9. Uma das características mais
importantes do organismo
Habilidade em capturar, traduzir, usar e conservar energia para
a continuidade da vida.
A vida depende do fluxo contínuo de energia que é emitida
através de radiação eletromagnética.
15. CONCEITOS EM NUTRIÇÃO ANIMAL
NUTRIENTES
É o componente do alimento, representando uma
entidade química, que entra no metabolismo
celular e concorre para manutenção da vida,
Morisson (1959).
20. Exigências Nutricionais
Hoje sabe-se que as exigências situam-se em
torno de 50 fatores nutricionais. Além das
proteínas, gorduras e carboidratos, ainda
há os minerais, as vitaminas e a água.
A água, apesar de parecer óbvia, muitas
vezes não recebe a devida importância
tanto sob o aspecto quantitativo quanto
qualitativo.
21. Um pouco de história
Hipócrates, o Pai da Medicina, dizia que “os alimentos
mesquinhos debilitam o organismo”
Hipócrates : “É melhor prevenir
do que curar”
22. Um pouco de história
Lavoisier é o considerado o Pai da Química e também o Pai da
Nutrição.
28. CONCEITOS EM NUTRIÇÃO ANIMAL
Conjunto de processos que vão desde a
ingestão do alimento até a sua assimilação
pelas células, Aurélio (2001).
29. Nutrição
É o estudo do conjunto de processos físicos, químicos e
biológicos mediante os quais o animal utiliza o alimento
a fim de reparar os tecidos gastos, promover
crescimento ou atender produções.
É a ciência que estuda a manutenção da vida e as
substâncias capazes de cumprir este fim.
30. Metabolismo
É o conjunto de transformações que sofrem os nutrientes
no organismo animal, após serem absorvidos no trato
digestivo. Inclui o desdobramento dos nutrientes, a
síntese de constituintes celulares e a transformação da
energia.
O fornecimento das substâncias necessárias é feito
através do ANABOLISMO e a eliminação dos produtos
indesejáveis é feita através do CATABOLISMO.
31. Metabolismo de Manutenção ou
Básico
Corresponde às necessidades do organismo animal durante um período de 24
horas, em repouso, sem perda nem ganho de peso.
Metabolismo de Produção
É a parcela adicional destinada a atender um trabalho
útil qualquer: lactação, ganho de peso, etc...
33. Nutriente Essencial
É aquele que é exigido pelo animal e que não é sintetizado pelo organismo
ou, se sintetizado, a velocidade de síntese não é suficiente para preencher
as necessidades diárias.
Portanto, deve vir na dieta.
É aquele, igualmente exigido pelo animal, mas que é sintetizado pelo
organismo em quantidade suficiente a fim de preencher as necessidades
diárias.
34. Comparação entre a composição dos
animais e dos vegetais
Parede Celular
Reserva de Energia
Uso da Energia
35. Parede Celular
Nos animais, as paredes das células são constituídas principalmente de
proteínas.
Nas plantas, as paredes das células são compostas de celulose e outros
carboidratos estruturais
36. Reserva de Energia
Nas plantas, a reserva energética é armazenada, na maioria dos casos,
em forma de amido.
Nos animais, a principal fonte de reserva energética é a gordura
corporal.
37. Uso da Energia
As plantas podem usar a energia fornecida pelo sol para elaborar
compostos orgânicos, associados com a matéria inorgânica,
retirada do solo e do ar.
Os animais vivem dos compostos orgânicos, ricos em energia, tendo
sido, a maioria destes compostos, elaborados pelas plantas
(alimentos de origem vegetal).
38. Classificação dos Alimentos
A primeira divisão classificativa dos alimentos baseou-se
no volume.
Tal classificação separou os alimentos de elevada e de
baixa concentração em nutrientes produtores de energia.
Sob a designação de alimentos volumosos, grosseiros
fibrosos ou forragens, os alimentos formados por plantas
completas, tais como: feno, palha, silagem, pastos.
Agrupando todos os restantes sob a designação de
energéticos e suplementos. Inclui-se no primeiro grupo as
raízes e tubérculos comestíveis devido à sua quantidade
elevada em água.
Outra classificação divide os alimentos em seis classe:
forragens; suplementos energéticos; suplementos proteicos;
suplementos vitamínicos; suplementos minerais e aditivos.
39. Classificação dos Alimentos
1) FORRAGENS ( alimentos com mais de 18% Da MS de fibra
bruta e com baixa concentração energética)
– Forragens secas: Fenos e Palhas
– Outros produtos com mais de 18% FB
– Forragens aquosas: Pastagens: Naturais ou espontâneas
– Cultivadas
– Silagens
– Raízes e tubérculos
40. Classificação dos Alimentos
2) SUPLEMENTOS ENERGÉTICOS (São alimentos que contém grande
quantidade de energia por unidade de peso e menos de 20% da
MS de PB e menos de 18% da MS de FB)
Grãos de cereais
Resíduos de moagem
Frutos secos e nozes
41. Classificação dos Alimentos
3) SUPLEMENTOS PROTEICOS (são alimentos com mais de 20% da
MS de PB)
Produtos de origem animal
Produtos de origem marinha
Produtos de origem vegetal
Produtos de aviários
42. Proteína Bruta e ácidos aminados limitantes dos
suplementos protéicos de origem vegetal e animal.
44. Matéria Seca do Alimento
É a porção que permanece no alimento quando toda a
água é removida.
Alimento livre de umidade
45. Alimento Seco ao Ar ou
Como é Oferecido
Alimento com seu conteúdo normal de umidade, sem prévia secagem.
46. Ração : É a quantidade total de Alimento fornecido
e consumido por um animal num período de 24
horas.
Dieta: Conjunto de alimentos, incluindo a
quantidade respectiva, prescrita para uma
determinada categoria animal.
Ração balanceada: É a ração, sendo a quantidade
fornecida e ingerida estimada com base nas
exigências dos animais e nas características dos
alimentos usados.
Ingrediente: Qualquer matéria-prima utilizável na
composição de uma ração, concentrado ou
suplemento.
CONCEITOS EM NUTRIÇÃO ANIMAL
47. CONCEITOS EM NUTRIÇÃO ANIMAL
Alimento volumoso: Alimento que contém um teor
de FDN > ou = 25% na MS e pobre em Proteína.
Alimento concentrado: Alimento que contém um
teor de FDN < 25% na MS e rico em energia e
proteína.
Suplemento: Ingrediente ou mistura capaz de suprir
a ração ou concentrado, em vitaminas,
aminoácidos ou minerais, sendo permitida a
inclusão de aditivos.
Aditivo: Substancia não nutritiva, adicionada aos
alimentos para melhorar suas propriedades e/ou
seu aproveitamento.
FB (fibra bruta), FDN (fibra em detergente neutro) e FDA (fibra em detergente
ácido), sendo a FDN mais relacionado aos carboidratos estruturais (celulose,
hemicelulose e pectinas), o qual é mais utilizado por interferir no aproveitamento
da dieta pelo animal, em que sua quantidade pode estimular ou inibir o consumo
de alimento pelos ruminantes.
48. CONCEITOS EM NUTRIÇÃO ANIMAL
Conversão alimentar: Capacidade em uma
unidade de produto animal, sendo: CA = Consumo
de alimento/ganho de peso.
Exigência: Quantidade de cada nutriente,
requerida por determinada espécie e categoria
animal, para sua boa manutenção, produção e
reprodução eficiente.
Deficiência nutritiva X Carência
• Insuficiência de um nutriente
• Quadro sintomático apresentado pelo animal como
resultado da deficiência nutritiva.
49.
50. Composição das Diferentes fracções
analíticas do Sistema de
WEENDE
NDT – Nutrientes Digestíveis Totais
70. Aditivos
São produtos adicionados em pequenas
quantidades aos alimentos base, no sentido de
fortificar, estimular ou medicar.
Tipos de Aditivos Objetivo dos Aditivos
71. CLASSIFICAÇÃO DOS ADITIVOS
Legislação Comunitária
A- Antibióticos
B- Substâncias de efeito antioxidante
C- Aromatizantes e apetentes
D – Coccidiostáticos e outras substâncias de efeito específico
E- Emulsionantes, estabilizantes, espessantes e gelificantes
F – Corantes, incluindo pigmentos
G- Agentes conservantes
H – Vitaminas, provitaminas e substâncias de efeito análogo,
quimicamente bem definidas
I – Oligoelementos
J- Factores de crescimento
L- aglomerantes, antiespumantes e coagulantes
M – Reguladores de acidez
72. Requisitos para aprovação de Aditivos
1 - Ter eficácia sobre o alimento ou sobre o
animal
2 - Não prejudicar a saúde pública ou animal
3 – Não prejudicar o meio ambiente
4 – Não alterar a qualidade dos produtos
5 – Ser controlável no alimento
6 – Não ter uso terapêutico nas condições que
é usado
7 – Não ter uso critico em medicina humana ou
veterinária
73. Ensaios para verificação da segurança
de aditivos
1 – Toxicidade aguda por ingestão
2 - Toxicidade por inalação
3 – Efeito irritante para pele e mucosas
4 – Potencial alérgico
5 – Mutagénese
6 – Toxicidade subcrônica (mín. 90 dias em roedores)
7 – Toxicidade crónica/cancerinogénese
8 – Efeito sobre reprodução, eventualmente
combinados com estudos de embriotoxicidade e
teratogénese (mín. 2 gerações em linha direta)
74. PROMOTORES
Promotores: Mecanismos (Amstrong, 1986)
A – Porcos e Aves
Redução Seletiva da flora intestinal
- Controlo de microrganismos patogénicos
- Menor consumo de nutrientes por microrganismos
- Menor desconjugação de ácidos biliares
- Menor produção de substâncias irritantes
Alterações da parede intestinal
- Alteração de atividades enzimáticas
- Maior taxa de absorção de nutrientes
- Menor taxa de renovação de tecidos
75. Promotores
Promotores: Mecanismos (Amstrong, 1986)
A – Ruminantes
Alteração da flora do rúmen
- Maior produção de C3, menor de C2 e frequentemente de
C4
- Menor produção de metano
- Mais passagem de azoto alimentar para o intestino
Aumento dos tempos de retenção no rúmen
- Maior % de M.O. Digerida no rúmen
Controlo de Coccidiose (borregos)
Acção intestinal residual
76. Promotores
Antibióticos Promotores
Pontos Fundamentais
- Antibióticos em doses muito baixas estimulam crescimento/produção e
melhoram índice de conversão, fenómeno descoberto em finais dos anos
quarenta
- Utilização em larga escala desde 1950
- Efeitos agora limitados, mas compensadores
- Mecanismos complexos ainda mal explicados
- Ação fundamental a nível digestivo, sobre a microflora
- Dão origem a flora resistente
- Estas resistências parecem não ter consequências, ainda assim
autorização limitada a antibióticos:
- de espectro limitados
- pouco importantes em medicina
- sem absorção intestinal
81. alimentação animal
- monoensina de sódio;
- salinomicina de sódio;
- flavofosfolipol e
- avilamicina.
Há um tendência para a proibição do uso destas
substâncias
como promotores do crescimento
Antibióticos autorizados na União
Europeia
82. Efeitos no rúmen
- Maior concentração de C3,
- Menor Concentração de C2, C4, menor Concentração de lactato
- pH menos reduzido por stress glucídico
- Menor produção de metano e menor ingestão de concentrados
- Maior ingestão de alimentos grosseiros e maior enchimento com forragens
- Menor taxa de passagem
- Maior digestibilidade da M.O. e maior digestibilidade da proteína
- Menos desaminação de aminoácidos e Menos proteólise
- Economia de proteína (Maior proteína by pass)
- Maior percentagem de amido by pass
- Alteração da população microbiana
Monoensina em Bovinos
(Shelling, 1984)
83. Coccidiostáticos
Características
- Ser eficaz contra todas as espécies de coccídias
- Não induzir resistências
- Permitir desenvolvimento de imunidade
- Não prejudicar o animal
- Não prejudicar o produto
- Não ser tóxico para o animal
- Não ser tóxico para o homem
- Não interferir com outras substâncias presentes na ração
(ex. medicamentos)
- Ter boas propriedades tecnológicas
- Ser facilmente doseável
- Ser barato
84. Coccidiostáticos
Pontos fundamentais
- Substâncias anti-coccídias (anti-protozoárias)
- Tratamento sistemático (Autorização
automática)
- Conjugar com programa integrado de
defesa
- Rodar substâncias com frequência
- Cumprir intervalo de segurança
- Ter atenção a incompatibilidades e efeitos
secundários
85.
86.
87. Tampões
- Bicarbonato de sódio
- Sesquicarbonato de sódio
- Óxido de magnésio
- Carbonato de cálcio
- Bentonites sódicas
Tampões
Recomendações do NRC, 1989
Combinação (2:1 a 3:1) 0,8 – 1,2 1,6 – 2,2
Óxido de magnésio 0,2 – 0,4 0,4 – 0,6
Bicarbonato de sódio 0,6-0,8 1,2 – 1,6
Substância % Ração % Concentrado
88. Probióticos
- Neologismo criado por Parker, 1974
- Pro-bios = a favor da vida
- Definição restrita: preparação com bactériso vivas
- Definição lata: preparações com bactérias e/ou
leveduras, vivas ou mortas
- Probiose química: substâncias que afectam microflora
digestiva (excluindo antibióticos)
- Uso: terapia/complemento antibioterapia/ promoção
-Usos terapêuticos: orais, nasais, vaginais
- Efeitos promoção bastante variáveis
- Mecanismos de acção mal esclarecidos
89.
90. Probióticos
Pontos geralmente importantes
- Escolha das espécies e estirpes microbianas
- Ausência de microrganismos contaminantes
- Viabilidade após liofilização, atomização, etc…
- Condições de conservação
- Resistência às altas temperaturas (granulação)
- Quantidade administrada (Células vivas/animal/dia)
- Resistência à lisozima bucal
- Resistência à acidez (suco gástrico)
- Resistência às demais secreções digestivas
- Capacidade de multiplicação rápida
- Capacidade de implantação (adesão às paredes do tubo digestivo)
- Compatibilidade com antibióticos promotores
- Compatibilidade com medicamentos