O documento discute a importância da educação sexual nas escolas para prevenir abusos sexuais contra crianças e adolescentes. A educação sexual na escola é importante porque a maioria dos abusos ocorre dentro da família, e a escola é o segundo lugar onde as crianças confiam. Os educadores precisam estar preparados para identificar sinais de abuso e as crianças precisam aprender sobre privacidade e autoproteção.
2. EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS
A oferta de educação sexual nas escolas é um dos caminhos para
prevenir e combater o abuso sexual contra crianças e adolescentes.
Como a maioria dos abusos são praticados por parentes ou pessoas
próximas à vitima, a própria família acaba não sendo o local mais
acolhedor para receber as denúncias.
Assim, muitos relatos são colhidos nas escolas.
"A escola é o segundo lugar onde há pessoas em que as crianças
confiam. Se não houver abertura para o tema, há risco de encobrir o
assunto".
3. PREPARAÇÃO DOS EDUCADORES
"É muito importante que os educadores estejam preparados para
identificar o problema".
Os conteúdos relacionados a gênero e sexualidade na escola podem
contribuir para provocar cada vez mais visibilidade às vítimas de
violência sexual.
4. ACOMPANHAMENTO PARA AS FAMÍLIAS
"É preciso dar suporte para que consigam viver sem aquele
integrante que praticava o abuso".
A educação sexual deve estar presente na escola, porque muitas
famílias não trabalham a questão da sexualidade dentro de casa
e acabam terceirizando para as instituições educacionais.
5. GLOBALIZAÇÃO DO ASSUNTO
"Este tema tem que ser tratado de forma global, na escola, na família e também nas igrejas,
pois a violência normalmente é praticada por alguém da comunidade".
O assunto pode ser abordado inclusive com crianças bem pequenas, de 3 ou 4 anos.
"É importante nominar todas as partes do corpo, identificar quais são os adultos que podem
tocar e as situações em que ocorre o toque, como higiene e saúde, por exemplo. Além disso, é
preciso explicar sobre privacidade.A criança tem que entender que é dona do próprio corpo".
6. CONHECER OS RISCOS
Conhecer os riscos e saber identificá-los é outra habilidade que precisa ser
ensinada, sempre em linguagem que possa ser compreendida.
"O conceito de autoproteção tem que ser disseminado de forma global.
Nossa geração tem que ser mais solidária com a criança e o adolescente".
7. ESCUTA PROTEGIDA
A prevenção em política de Estado é um dos grandes desafios
em relação ao combate à violência sexual.
Garantir os direitos a escuta protegida para evitar a
revitimização das vítimas.
"A escuta dessas crianças e adolescentes é sempre de
investigação, não tem foco em ajudar a criança a ressignificar o
facto na vida dela. Quando não tem uma escuta especializada, a
criança relembra o que aconteceu, revive os factos e acaba não
querendo mais falar no assunto".
8. CONHECIMENTO DAS PARTES DO CORPO E
DO CONCEITO DE PRIVACIDADE
"A criança tem que conhecer sobre sexualidade, as partes do
corpo e o conceito de privacidade para não continuar exposta a
outras situações"
É importante ensinar as crianças a reconhecer intenções
abusivas e saber dizer não.
9. A PROXIMIDADE COM O ABUSADOR
"Diante do reconhecimento de um possível autor, a criança tem
que saber que precisa contar para alguém".
A proximidade com o abusador, a duração e a frequência dos
abusos, e quanto mais íntimo o contacto sexual, maiores os
prejuízos.
"A reação do genitor não abusivo – na maioria das vezes a mãe –
diante da revelação é que vai favorecer ou prejudicar como a
criança vai lidar com o assunto."
10. INCLUSÃO DETODOS
Há necessidade de se construir uma cultura de inclusão de todos
no processo de combate a crimes sexuais contra crianças e
adolescentes.
"Quem presencia essas situações precisa noticiar. Para isso
existem inclusive canais para denúncias anônimas. São formas
de pautar a actuação policial e do Ministério Público e que
podem salvar vidas".
"precisamos olhar os filhos dos outros como nossos filhos e nos
comprometermos em proteger, independente de serem nossos
ou não".
11. MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO
As mudanças de comportamento são suficientes para que os adultos
fiquem em alerta sobre um possível abuso contra crianças do próprio
convívio.
"É comum que fiquem agressivas ou introvertidas, mudem padrão de
sono ou alimentação. Muitas vezes, as vítimas não relatam o abuso
em casa por medo, mas acabam contando na escola, que deve estar
preparada para tomar as primeiras medidas".
12. GARANTIA DE DIREITOS DA CRIANÇA
Garantir a proteção da criança e o fortalecimento da família.
Ajudar reorganizarem-se para proteger a vítima.
O foco deve ser a garantia de direitos da criança e do
adolescente.